EDIÇÃO LISBOA QUA 13 NOV 2013 HOJE Livro Os Investimentos Públicos em Portugal, de Marvão Pereira Por + 3,15€ Criação de novas Lojas do Cidadão nos CTT causa mal-estar no Governo Abertura de Lojas do Cidadão numa empresa que está a ser privatizada causa incómodo nos ministérios da Justiça e da Administração Interna. Tutela argumenta que CTT é concessionada de serviço público Portugal,4 PHILIPPE LOPEZ/AFP TUFÃO HAIYAN FRUSTRAÇÃO AUMENTA NAS FILIPINAS COM DEMORA DA AJUDA PROMETIDA Mundo, 24/25 Privadas com mais dinheiro mas ainda sem cheque-ensino Líderes europeus Morador de bairro Saídas e demissões sem receitas novas social paga 11 mil no cinema nacional para emprego jovem euros de quotas do PS levantam protestos Nuno Crato esteve ontem no Parlamento a explicar o orçamento da Educação p2/3 Desemprego junta mais de 20 chefes de Estado ou de Governo da União p22 Líder da concelhia de Matosinhos ameaça levar caso a Seguro p13 Saídas de José Ribeiro e Maria João Seixas “são sinal de morte do cinema” p28 PUBLICIDADE ISNN:0872-1548 Ano XXIV | n.º 8617 | 1,10€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Miguel Gaspar, Pedro Sousa Carvalho | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos cc942328-80b6-411b-8d1e-a8c92f9f4b83 2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 EDUCAÇÃO Crato dá mais dinheiro às privadas mas não fala no cheque-ensino No Orçamento do Estado já está previsto um reforço da verba destinada pelo Estado a apoiar as famílias que tenham filhos nos colégios privados. Aumento da dotação permitirá apoiar entre 600 e 1000 novos alunos. Governo recusa que reforço se destine a testar a medida do cheque-ensino Samuel Silva O ministro da Educação, Nuno Crato, continua a fugir da expressão “cheque-ensino” e ontem, no Parlamento, recusou que o reforço da verba no Orçamento do Estado (OE) destinada a apoiar as famílias que têm filhos a estudar em colégios privados se destine à experiênciapiloto para a implementação dessa medida. Mas o próximo ano lectivo deverá marcar a entrada em vigor dos primeiros testes ao novo modelo de financiamento, que até podem ser feitos nesta fase sem a necessidade de mais dinheiro público. A Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) já está à espera da implementação de uma medida que tem apoiado publicamente nos últimos anos. “Temos muita expectativa que se possa começar já a trabalhar”, adianta o director-geral, Rodrigo Queiroz e Melo. E o teste ao “cheque-ensino” pode nem custar mais dinheiro aos cofres do Estado nesta fase, refere o mesmo responsável. O representante das escolas privadas afirma que “já há condições para o fazer em muitos sítios do país”, recorrendo às verbas hoje associadas aos contratos de associação e contratos simples. O modelo de implementação do cheque-ensino está ainda a ser trabalhado pelo Governo, faltando definir vários pormenores da medida. Desde logo, não está ainda encerrado o modelo de financiamento que permita apurar o valor concreto que será transferido para cada aluno. A hipótese mais forte é que o apoio seja feito tendo em conta o rendimento dos agregados familiares de cada estudante, mas os colégios privados defendem que o Estado deverá custear a totalidade da inscrição, sem obrigar as famílias a assegurar o pagamento da diferença entre o preço da escola e o apoio público. O que já é certo é que a verba do cheque-ensino será transferida directamente do Estado para cada escola particular, sem passar pelas mãos das famílias. O apoio também cessará sempre que um aluno deixe um colégio e regresse a um estabelecimen- to de ensino público. Desta forma, o Governo garante que o dinheiro “segue o estudante”, mas acredita ter à sua disposição ferramentas mais fiáveis para controlar a aplicação do dinheiro em poucas centenas de escolas em lugar de avaliar directamente os milhares de famílias com filhos em idade escolar. Estas incertezas terão de ser dissipadas nos próximos meses, permitindo ao Governo regulamentar a entrada em vigor da medida até ao início do próximo ano lectivo. É em Setembro que a tutela espera poder começar a testar a implementação do cheque-ensino em algumas regiões do país. De resto, esta forma de teste do novo modelo de financiamento do ensino básico já tinha sido anunciada pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, quando apresentou o guião para a reforma do Estado. “Se se der um aprofundamento para mais liberdade de escolha, parecenos uma boa experiência”, considera Rodrigo Queiroz e Melo. “É preciso é ir para a frente”. Para a AEEP, esta é uma experiência que não se pode centrar apenas num ano lectivo, deven- do ser alargada no tempo para permitir ir fazendo um acompanhando dos alunos a quem sejam entregues os cheques-ensino e os seus resultados académicos nos níveis seguintes. No OE para o próximo ano já está previsto um reforço da verba destinada pelo Estado a apoiar as famílias que tenham filhos nos colégios privados. O Orçamento de 2013 previa uma verba de 16,7 milhões de euros destinados aos chamados contratos simples, ao passo que o Orçamento por Acções do Ministério da Educação e Ciência para o próximo ano destina 19,4 milhões de euros para esta rubrica. Ou seja, há um aumento dos apoios entregues às famílias para a frequência do ensino particular de 2,7 milhões de euros em 2014. Se forem tidos em conta os valores de referência apurados pelo Tribunal de Contas no seu estudo sobre os cursos dos alunos nos 2.º e 3.º ciclos do básico (4522 euros por aluno nas escolas particulares com contrato de associação e 4921 nos estabelecimentos da rede pública dos mesmos níveis de ensino) é possível perceber que este reforço de financiamento apenas chegará a 600 a 1000 novos alunos. Segundo o ministro da Educação, esta verba não se destina ainda a testar o cheque-ensino, mas apenas a reforçar o apoio às famílias com carências económicas que já frequentam escolas privadas. De acordo com Crato, 33% dos estudantes que frequentam escolas privadas têm acesso à acção social escolar. “Os contratos simples são destinados às famílias abaixo de um certo rendimento. Estamos a prever que haja mais famílias a poderem recorrer a este tipo de contrato, daí o valor superior”, garantiu. A questão do financiamento às escolas privadas foi um dos temas que atravessaram a audição parlamentar do ministro. Luís Fazenda, do Bloco, acusou o Governo de “esconder” no OE um verba destinada a fazer “uma espécie de ensaio” ao cheque-ensino, tentando “criar um sistema de concorrência entre a escola privada e a escola pública”. Também a deputada d’Os Verdes, Heloísa Apolónia, afirmou que com este apoio o Governo está a “ajudar as escolas privadas a encontrar alunos”. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | DESTAQUE | 3 NUNO FERREIRA SANTOS O ministro da Educação foi ontem ao Parlamento, mas continua a fugir da expressão “cheque-ensino” Prova de avaliação contestada no Parlamento e nas escolas Graça Barbosa Ribeiro D Alterações ao Orçamento Crato admite recuar nos limites às contratações no ensino superior O ministro da Educação considera “perfeitamente razoável” que seja feita uma alteração ao Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano que mantenha as regras de contratação para as instituições de ensino superior. A proposta que já foi aprovada na generalidade impõe às universidades e institutos politécnicos uma redução da massa salarial em 3% para que sejam autorizadas novas contratações, mas o governante veio admitir uma alteração na especialidade. Crato mostrou receptividade a uma proposta de alteração que reponha as regras que vigoraram nos últimos anos e que permitiam às instituições de ensino superior contratar novos professores, desde que não houvesse um aumento da massa salarial global. A proposta deste ano apontava para a necessidade de uma redução dos custos com pessoal em 3%, o que tinha sido muito criticado por reitores e presidentes de politécnicos por limitar as contratações, tanto mais que essa é uma medida sem impacto no equilíbrio orçamental no sector. De resto, Nuno Crato mostrou também no Parlamento abertura para outras alterações ao documento, desde que não tenham um efeito nessa contabilidade. O ministro respondia a uma interpelação da deputada do PSD Nilza de Sena, que tinha mostrado a preocupação dos sociais-democratas com este problema, anunciando que ia ser apresentada uma proposta de alteração do OE nesta matéria, na discussão do documento na especialidade. Os eleitos da maioria já se tinham mostrado sensíveis aos argumentos do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. No debate, o PS anunciou que iria igualmente apresentar uma proposta de alteração sobre esta matéria que, além de voltar a instaurar a regra que vigorou nos últimos anos, possa ir “um pouco mais longe”. O deputado Pedro Delgado Alves defendeu a necessidade de os aumentos salariais dos professores por via da actualização da sua posição na carreira docente não contarem para o cálculo da massa salarial das instituições de ensino superior. S.S. entro e fora do Parlamento, a prova de avaliação de competências e de capacidades — a que serão sujeitos cerca de 50 mil professores sem vínculo à função pública — marcou ontem o debate sobre Educação. Na Assembleia, o ministro da Educação insistiu que aquela não “menoriza as instituições formadoras” nem se traduz “numa falta de respeito” pelos docentes. Mas pode vir a ter de enfrentar, para além dos tribunais, a resistência dos professores do quadro que ontem chamou a corrigir as provas. O debate era sobre o Orçamento do Estado para 2014, mas os representantes dos deputados do PCP, do Bloco de Esquerda, dos “Verdes” e até do PS não perderam a oportunidade de criticar a aplicação, já a 18 de Dezembro, da primeira parte da prova nunca concretizada, mas criada em 2008 pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues — quando os socialistas estavam no Governo, fez questão de lembrar Nuno Crato. Acácio Pinto, socialista, acusou o ministro de “humilhar os professores” e de “explorar desempregados” ao cobrar-lhes 20 euros para se inscreverem na prova que os habilita a exercer a profissão docente e que é exigida a quem quiser candidatarse a dar aulas. Rita Rato, do PCP, classificou a prova como “uma punição para os professores”, que “têm preparação científica e pedagógica que os habilita para a docência”, “muitos anos de experiência” e “já se submeteram à avaliação de desempenho”. Nuno Crato respondeu com ironia a Acácio Pinto, considerando “muitíssimo estranhas” as críticas de um deputado do partido que instituiu a prova e o pagamento; e recorreu a uma comparação com os exames do básico e do secundário para reagir às críticas dos deputados, em geral: “Os professores não consideram uma falta de respeito que os seus alunos sejam sujeitos a avaliação externa”, disse, frisando que também a prova a aplicar aos docentes tem como objectivo “uma maior exigên- cia e o sucesso” e “a melhoria da qualidade de ensino”. No exterior do Parlamento, contudo, os professores não davam sinais de concordar com o ministro. O Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) escolheu o dia de ontem para entregar uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto para impedir a realização da prova. E pela mesma hora o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos enviou à comunicação social um documento que assinou como presidente do Politécnico de Portalegre, criticando a prova e o facto de o MEC a aplicar retroactivamente a pessoas que já estavam habilitadas para a docência. Nas escolas e redes sociais (onde se multiplicam os grupos de professores e as tentativas, aparentemente espontâneas, de marcar manifestações) o tema de discussão e de contestação era mais específico: o teor da mensagem através da qual o Instituto de Avaliação Educativa começou a convidar os professores correctores dos exames de Português do secundário a corrigirem, também, as prova que os colegas farão no dia 18. Essa mensagem permite perceber que a parte comum da prova que habilitará milhares de professores para a docência terá uma única questão de desenvolvimento, cuja correcção valerá três euros. A meio da tarde, a Fenprof lançou um comunicado apelando aos professores do quadro para que “recusem ser pagos com dinheiro extorquido aos seus colegas desempregados e precários”. Mas antes disso já circulava no Facebook o texto de um abaixo-assinado de docentes do quadro da Escola Francisco de Holanda, de Guimarães, que avisam que não aceitarão vigiar a realização da PACC ou corrigir as provas dos colegas. Com um apelo: “Partilha!” No final da primeira intervenção de Nuno Crato, alguns docentes que se encontravam nas galerias do Parlamento exibiram notas de 20 euros, o valor que os contratados terão de pagar para fazer a prova de acesso à profissão. 4 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Criação de novas Lojas do Cidadão nos CTT causa mal-estar no Governo Secretário de Estado de Poiares Maduro garante que os novos espaços não foram pensados para dar acesso a bases de dados. Uma mega-rede de mil espaços que servirá sobretudo para recolher informação NELSON GARRIDO Governo Sofia Rodrigues A intenção do ministro Miguel Poiares Maduro de instalar um novo conceito de Lojas do Cidadão nos balcões dos CTT está a criar mal-estar no Governo pelo risco de disponibilização de informação reservada dos cidadãos e das empresas a privados, apurou o PÚBLICO. Em causa está a criação de uma rede de espaços em que o cidadão pode aceder a serviços online, com a ajuda de um funcionário dos CTT — empresa que será privada. O secretário de Estado Pedro Cardoso da Costa, que está a acompanhar este projecto, garante que não há incompatibilidade, já que as bases de dados (como as do Cartão do Cidadão ou outras) não estarão acessíveis ao público ou a trabalhadores dos correios. Mas ainda não quer dizer em concreto quais os serviços que estarão disponíveis, a partir de Janeiro de 2014. A ideia de colocar um balcão de serviços públicos numa empresa que será privada está a causar incómodo no Ministério da Justiça (Paula Teixeira da Cruz tutela os registos) e no Ministério da Administração Interna, que superintende estruturas responsáveis pela emissão do passaporte, um dos serviços disponíveis nas actuais Lojas do Cidadão e em algumas conservatórias. Ao que o PÚBLICO apurou, este novo conceito de lojas que Poiares Maduro quer instalar em mil espaços (incluindo das câmaras municipais e juntas de freguesia) não terá disponíveis serviços como o Cartão do Cidadão ou a possibilidade de fazer registos (como o registo automóvel ou o predial). Pedro Cardoso da Costa não quer avançar “em concreto” quais as facilidades que estarão disponíveis, por não existirem protocolos assinados, mas confirmou que o espírito deste novo conceito reside na “recolha de dados” dos cidadãos e não da “validação” dessa informação. O governante referiu a Segurança Social, Caixa Geral de Aposentações e a ADSE (sistema de saúde dos funcionários públicos) como exemplos de áreas que podem vir a ser disponibilizadas nos novos espaços. No caso da ADSE, o funcionário público poderá dirigirse a um destes balcões e fazer a entrega das despesas de saúde, que serão A abertura de balcões do cidadão nos CTT será realidade no próximo ano, mas não é pacífica Um milhão e meio a suportar pelo Estado Projecto vai começar em 22 lojas dos CTT O funcionamento dos Espaços do Cidadão em balcões dos CTT começa em 22 lojas “de várias tipologias e um pouco por todo o país”, no início de 2014, segundo o secretário de Estado da Modernização Administrativa, Pedro Cardoso da Costa. Ao todo, o projecto do Ministério de Miguel Poiares Maduro custa 10 milhões de euros. Grande parte da verba virá de fundos comunitários através do programa Compete (cuja candidatura ainda está em curso). Do total, 15% (cerca de 1,5 milhões) dos custos serão suportados pelo Estado português. Mas essa verba ainda não está prevista no Orçamento do Estado para 2014. O protocolo com os CTT foi revelado, em comunicado, pelo gabinete do ministro Miguel Poiares Maduro a 10 de Outubro, dia em que foi anunciada a dispersão em bolsa da empresa. Questionado sobre se esta parceria é uma maisvalia para os CTT, Cardoso da Costa diz “presumir que sim”, caso contrário não haveria interesse. S.R. reencaminhadas para o serviço. Apesar de a oferta tender a ser uma mediação de serviços que já estão online, o secretário de Estado admite, no entanto, que há casos em que o cidadão pode aceder à sua área reservada (através da sua password pessoal) com a ajuda do funcionário dos CTT. Questionado sobre se há incompatibilidade em instalar estas novas Lojas do Cidadão numa empresa que será privada, Pedro Cardoso da Costa afirmou que o projecto “não foi pensado para dar acesso a bases de dados”. “Para nós, não nos faz confusão porque a empresa é concessionada de serviço público”, afirmou. No entanto, segundo o comunicado divulgado em Outubro passado pelo gabinete do ministro, a intenção era concentrar “numa mesma plataforma electrónica os diversos backoffices do Estado”. O mesmo comunicado dizia que “é nestes espaços que se pode obter a grande maioria dos documentos oficiais”. Uma intenção que parece agora longe da realidade. A intervenção do funcionário dos CTT é “meramente mediadora”, garante Pedro Cardoso da Costa. Mas a sua formação é paga pelo projecto do Espaço do Cidadão – assim se chamam as novas lojas. No caso das câmaras municipais e juntas de freguesia, será fornecido um kit para dois postos de atendimento. Todo esse equipamento, comunicações e a formação inicial e permanente (em elearning) é suportada pelo Estado. O PÚBLICO tentou contactar vários ministérios que actualmente disponibilizam serviços nas Lojas do Cidadão, entre os quais o Ministério da Justiça, bem como a administração dos CTT sobre este novo projecto, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição. O verdadeiro esforço vem de quem procura sempre mais. Encontre no Banco BiG uma oferta global de Investimento e Poupança , assim como profissionais especializados que o vão ajudar a traçar um futuro mais adequado para as suas finanças. E com o superdepósito de boas vindas tem todos os motivos para mudar para um banco assim. NOVOS CLIENTES SUPER DEPÓSITO 3,5 % MÍNIMO: 500€ TANB a 3 meses MÁXIMO:50.000€ MOBILIZAÇÃO ANTECIPADA POSSÍVEL PELA TOTALIDADE DO DEPÓSITO, COM PENALIZAÇÃO DE 25% DOS JUROS. DEPÓSITO VÁLIDO PARA NOVOS RECURSOS, NOS PRIMEIROS 3 MESES COMO CLIENTE. 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Uma iniciativa da sociedade civil marcada para 25 de Novembro. “É um apelo moral, ético e cívico, vivemos uma situação de crise e entendemos que nesta situação o capital mais importante é o capital humano, as pessoas”, afirma, ao PÚBLICO, Mendo Castro Henriques, um dos organizadores da iniciativa. “No passado como Presidente da República, e como cidadão, Ramalho Eanes conseguiu tirar o país de uma crise, pelo que é importante passar às novas gerações este testemunho, como exemplo para o futuro”, anota o professor universitário. “Este testemunho não visa qualquer promoção de natureza política, pretende salientar os comportamentos do cidadão Ramalho Eanes”, ressalva Loureiro dos Santos, companheiro de armas do antigo Presidente. “É natural que surjam aprovei- tamentos políticos”, admite este militar. Contudo, o que motiva os organizadores não é a formação de uma grelha de partida para as próximas eleições presidenciais ou o germe de um novo partido ou associação política. “Não se pode ignorar o comportamento de Ramalho Eanes sempre marcado pela honra, dignidade, coragem e sentido de Estado”, sublinha Loureiro dos Santos. É neste ponto, que considera como diferença de comportamento de Eanes de outros actores políticos, que Loureiro dos Santos estabelece a linha de fronteira e a origem do testemunho a Eanes. “Tal como em 15 de Setembro de 2012, quando a sociedade civil se manifestou e teve voz nas decisões da sociedade portuguesa numa iniciativa suprapartidária, achamos que é preciso encontrar voz para esta sociedade civil que exige um outro tipo de atitudes e comportamentos à classe política”, refere Castro Henriques. “Estamos a propor a transparência”, precisa. Da comissão cívica que apoia o testemunho constam, entre outros, Artur Santos Silva, António Rendas, Belmiro de Azevedo, Rui Veloso, Aires Barros, Rui Rangel, Bagão Félix, António Capucho, João Proença, Vasco Lourenço, Rui Veloso, Rosa Mota, Leonardo Matias e António Saraiva. A lista integra, ainda, Adriano Moreira, Luís Fontoura, Sampaio da Nóvoa, Eduardo Lourenço, Dulce Rocha, Joana Vasconcelos, Sarsfield Cabral, Graça Franco, Henrique Monteiro, Júlio Castro Caldas, Leonor Beleza, Manuel Oliveira, Rui Moreira, Miguel Caetano, Pinto Monteiro e Rui Rio. A 25 de Novembro — “a data em que Ramalho Eanes nasceu para a vida pública”, como refere Loureiro dos Santos —, Guilherme d’Oliveira Martins, Garcia Leandro e João Lobo Antunes falarão de Eanes como estadista, militar e cidadão. Depois, António Barreto anunciará a criação do prémio Responsabilidade e Cidadania António Ramalho Eanes, um galardão bienal no valor de 50 mil euros. Os patrocinadores são a Sonae, Mota-Engil, Silampos e Fercit. No grande auditório da FIL decorrerá, ainda, uma mesa-redonda com os jornalistas Henrique Monteiro, Fernando Dacosta e José Alberto Carvalho moderada por Fátima Campos Ferreira. “Não estão envolvidos militares no activo”, destaca Loureiro dos Santos. O general enumera episódios do que considera o percurso ímpar de Eanes: ficou com o ordenado de militar, de chefe do EstadoMaior das Forças Armadas; recusou a promoção a marechal; não quis receber os retroactivos do vencimento dos ex-presidentes da República. “Mostrou desprendimento”, sintetiza. Cerca de 300 militares convocados pela Associação Nacional de Sargentos (ANS) concentraram-se ao fim da tarde de ontem junto à Assembleia da República contra os cortes anunciados na proposta do Orçamento do Estado para 2014. “Os militares presentes nesta concentração manifestam-se frontalmente contra cortes nos vencimentos, no subsídio por morte, nas pensões de reforma, nas pensões de sobrevivência, nas comparticipações na assistência na doença, nos suplementos de missão, no suplemento de residência e em todos os aspectos que caracterizam a condição militar”, lê-se na moção aprovada e entregue a um representante de Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República. É também referida a contestação às medidas já tomadas pelo Ministério da Defesa Nacional que “têm conduzido à degradação das carreiras militares e da qualidade de vida dos seus agregados familiares”. É ainda sublinhada a oposição à forma como estão a ser conduzidas as alterações à legislação da Condição Militar e da sua lei de bases, assim como do Estatuto dos Militares das Forças Armadas. Em foco para a ANS está a forma “como são excluídos os representantes associativos dos processos negociais e legislativos, num inaceitável incumprimento da Lei Orgânica aprovada por unanimidade na Assembleia da República”. Diferente é a versão do ministro José Pedro Aguiar-Branco. Ontem ouvido pela Comissão Parlamentar de Defesa Nacional, Aguiar-Branco assegurou que as associações socioprofissionais das Forças Armadas serão ouvidas sobre as matérias que afectam o estatuto militar. “A lei diz que não têm de ser ouvidas em tudo. Diz que há matérias em que têm de ser ouvidas. E nas matérias onde têm de ser ouvidas do ponto de vista legal serão ouvidas. Nós cumprimos a lei”, afirmou o titular da pasta da Defesa. Além da ANS, também a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) acusa o Governo de não cumprir a lei e de não ouvir as associações Sargentos acusam ministério de ter conduzido à degradação das carreiras militares e da qualidade de vida das suas famílias sobre os aspectos que dizem respeito à condição militar, como as promoções, o Fundo de Pensões ou as pensões de reforma e de sobrevivência. Numa carta aberta enviada no fim-desemana a José Pedro Aguiar-Branco, a AOFA anota o incumprimento da legislação que impõe a audição das associações e a participação destas entidades em grupos de trabalho. Os oficiais consideram que a acção global do ministro da Defesa é determinada por “um único e doentio objectivo”: o corte de mais de cerca de 200 milhões de euros. MIGUEL MANSO Cerca de 300 militares concentraram-se em frente ao Parlamento PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | PORTUGAL | 7 Passos desvaloriza a taxa de Machete mas oposição acredita que ministro falou pelo Governo CGTP promete lançar movimento nacional pelo aumento do salário mínimo MIGUEL MANSO Governo Maria Lopes Sindicatos Rita Brandão Guerra Primeiro-ministro diz que “não há números mágicos” para a taxa da dívida e a oposição aponta Machete como a voz do executivo Passos Coelho reúne-se hoje com parceiros sociais, no mesmo dia em que a CGTP volta a Belém com a proposta na agenda Ao terceiro dia do caso do ministro e da taxa do juro da dívida, o chefe do Governo desvalorizou. Pedro Passos Coelho foi ontem menos assertivo do que o seu vice, Paulo Portas, fora no dia anterior. Em Paris, questionado pelos jornalistas na embaixada, antes da conferência sobre o fomento do emprego jovem, o primeiro-ministro vincou que “não há números mágicos” de limite de juros que determinem o regresso ou não do país aos mercados ou a necessidade de um segundo resgate. Passos Coelho disse também que o valor de 4,5% citado por Rui Machete como sendo o limite máximo dos juros da dívida a 10 anos “não tem nesta altura nenhuma relevância maior”, numa clara intenção de desvalorizar o caso. Para outras explicações sobre o que pretenderia Machete dizer, o primeiro-ministro aconselhou os jornalistas a questionarem o chefe da diplomacia. Questionado sobre se mantém a confiança no ministro dos Negócios Estrangeiros, Passos foi directo: “Sim, essa questão não está em cima da mesa.” Depois, face à insistência na mesma pergunta, foi peremptório: “Não insista nas questões sobre o sr. ministro. O sr. ministro tem vindo a desempenhar a sua função com a minha confiança e isso é tudo o que é importante saber.” Aproveitando este voto de Passos, o dirigente socialista Miguel Laranjeiro defendeu que isso significa que o primeiro-ministro “está de acordo” com o que Machete disse. O chefe do Governo preferiu de- A CGTP considera que há, neste momento, uma grande convergência sobre o aumento do salário mínimo nacional. Ontem, o secretário-geral Arménio Carlos voltou a reunir-se com os líderes do PS e do BE com a proposta em cima da mesa e que hoje voltará a colocar na agenda do encontro que tem ao final da manhã com o Presidente da República. A ideia de lançar um grande movimento nacional para exigir a actualização desta remuneração foi veiculada pelo líder da central sindical, depois do encontro com o PS. “Houve um reconhecimento que, neste momento, é preciso lançar um movimento nacional de exigência pelo aumento imediato do salário mínimo nacional. Não podemos continuar a assistir a muitos dizerem que estão de acordo, mas, quando chega a altura decisiva, há sempre uma desculpa para não concretizar o acordo celebrado”, afirmou Arménio Carlos, que propõe um aumento dos actuais 485 para 515 euros. Do lado dos socialistas, o dirigente Miguel Laranjeiro desafiou o primeiro-ministro, que reúne hoje com os parceiros sociais, a anunciar o aumento do salário mínimo, sublinhando ainda outros “pontos de convergência” com a central sindical sobre a necessidade de parar “uma política de empobrecimento” sobre as famílias e as empresas. Também a coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu, em paralelo com a CGTP, que o aumento do salário mínimo não teria “nenhum Passos Coelho manifestou ontem a sua confiança em Rui Machete pois sublinhar a sua “confiança” nos resultados “macroeconómicos” e nas “perspectivas que se oferecem a Portugal para encerrar o actual programa de assistência e para podermos pensar em termos de médio e longo prazo num futuro pós-troika, que é aquilo que nós queremos.” Para manter a tendência de queda dos juros, Passos defendeu ser preciso mostrar confiança de que se consegue cumprir o Orçamento do Estado previsto para 2014 e não alimentar incertezas sobre a sua “exequibilidade” — que é algo que não ajuda à descida das taxas, avisou. No Parlamento, a defesa do Governo ficou a cargo do ministro Aguiar-Branco. Afirmou que o Governo está “focalizado” em cumprir as condições para terminar o actual programa em Junho e não numa taxa específica, recusando comentar declarações de colegas do executivo. O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, disse, citado pela Lusa, que Rui Machete “foi infeliz porque lhe fugiu a boca para a verdade, tal como ao ministro da Economia [Pires de Lima]. Enfim, sofreu o ralho que nós ouvimos [de Paulo Portas]”. Mas Jerónimo acredita que o Governo prepara algo, quer lhe “chamem segundo resgate, programa cautelar, seguro”. A bloquista Catarina Martins classificou Rui Machete como “um embaraço permanente para o Governo e o país”. Já o economista José Silva Lopes defende que “o que Machete disse pode não ser conveniente do ponto de vista diplomático, mas aquilo é o máximo de taxa de juro tolerável. Até acho que devia ser mais baixo.” Acerca de Angola, Passos Coelho disse subscrever a carta do Presidente português ao homólogo angolano em que Cavaco enfatiza o empenho de Portugal no relacionamento com Angola. O primeiro-ministro acentuou a “boa relação entre os dois governos” e disse esperar que ela possa, em termos protocolares, ajudar a “afastar qualquer sombra ou indecisão sobre a valia estratégica” da parceria entre os dois países. Também ontem o embaixador angolano em Lisboa defendeu que Angola sempre primou por basear as relações com os outros Estados na “igualdade, respeito mútuo e não ingerência” e tenciona assim continuar. com Lusa impacto no défice do país” e teria, por oposição, “um impacto muito positivo na economia”. O PÚBLICO sabe que o Bloco vai propor, em sede de alteração ao Orçamento para 2014, o aumento para 545 euros. Arménio Carlos disse ao PÚBLICO não ter, no entanto, grande expectativa sobre o encontro de hoje de Passos Coelho com patrões e sindicatos, considerando até que o primeiro-ministro pretende transformar a concertação social na antiga câmara corporativa do Estado Novo. “A proposta de Orçamento do Estado tem de ser discutida na Assembleia da República, é esse o espaço adequado. O primeiro-ministro está a tentar fazer da concertação social a câmara das corporações. E não parece que esteja interessado em negociar, está interessado em impor”, disse Arménio Carlos. Hoje, Arménio Carlos reúne-se com Cavaco Silva antes de almoço e o salário mínimo será um dos pontos da agenda. Já na semana passada, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, saiu de Belém dando eco do apoio do Presidente à proposta. Arménio Carlos quer aumento do salário mínimo para 515 euros Novo Ipad Air Poderosamente leve. 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O sindicato diz que a inexplicável redução de lugares de quadro dos magistrados conduzirá “à paralisação do sistema”, constituindo “um dos exemplos mais flagrantes da forma autista como foi tratada esta matéria”. “O que hoje funciona bem, passará a funcionar mal; o que já funciona mal, ficará ainda pior”, pode ler-se no parecer, que antevê um cenário em que os magistrados se tornarão “incapazes de desempenhar com qualidade e celeridade as suas funções, comprometendo o serviço prestado aos cidadãos e empresas”. “Para onde irão os magistrados ‘excedentários’?” — interrogam os sindicalistas. Não irão para a recuperação de processos pendentes, concluem, uma vez que essa tarefa será assegurada exclusivamente por juízes. Mas não ficam por aqui as dúvidas que o anteprojecto do Governo suscita a esta classe. Uma das normas do documento determina que, salvo algumas excepções, os processos pendentes não transitam para as novas secções resultantes da reorganização dos tribunais. “Ora, se todos os tribunais são extintos e se há processos que não transitam para as novas secções, para onde vão ou ficam estes? Lixo? Os magistrados ou os oficiais de justiça levam-nos para casa?”, pergunta o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. As preocupações dos magistrados estendem-se aos direitos das populações. O parecer critica o facto de não estarem previstas secções de família e menores nas comarcas de Beja, Bragança, Guarda e Portalegre — apesar de a especialização dos tribunais ser uma das principais bandeiras desta reforma: “É uma área em que a especialização é verdadeiramente importante e todos os cidadãos a ela devem ter direito, ainda que vivam Novo mapa põe em causa “direitos das populações”, diz SMPP nas comarcas menos densamente povoadas”. Reparo idêntico é feito às secções de pequena criminalidade. Ainda no que respeita ao mapa judiciário, “continua a haver excessiva centralização” dentro de cada comarca. O parecer defende a criação, em cada município, de secções das instâncias centrais sempre que o volume de serviço que aí exista justificar a afectação de um juiz ou de três, consoante a competência seja do tribunal singular ou colectivo. Para o sindicato, o anteprojecto do Ministério da Justiça põe em causa a independência do Ministério Público relativamente à magistratura judicial, ao colocar os oficiais de justiça sob a alçada exclusiva dos juízes. “É claramente inconstitucional”, observa o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, para quem a medida é absolutamente inaceitável. Perante isto, consideram os sindicalistas, de nada vale o anúncio da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, de que quer consagrar na Constituição a autonomia das magistraturas. No seu parecer, refutam ainda a ideia do Ministério da Justiça de que deve ser o magistrado do Ministério Público que elabora a acusação em determinado processo quem a deve sustentar em julgamento: “Daria uma errada imagem de pessoalização da perseguição criminal, como se fosse uma demanda pessoal do concreto magistrado acusador contra aquele arguido concreto”. Além de desaconselhável, a proposta é também inviável: “Se os julgamentos fossem feitos por quem fez a acusação, todos estes magistrados passariam a fazer simultaneamente inquéritos, instruções e julgamentos. Quem despacharia os inquéritos quando estivessem em julgamento?”. Para o sindicato, que marcou uma greve para o próximo dia 25, seria o fim da especialização e a desestruturação do Ministério Público na área criminal. O Ministério da Justiça tem vindo a dizer que esta não é uma proposta fechada, estando ainda a receber contributos dos seus diversos interlocutores, com alguns dos quais tem agendadas reuniões. As garantias da ministra Paula Teixeira da Cruz de que não vai haver redução, mas sim aumento de magistrados ao serviço, não têm convencido os sindicatos. BE chama ministra Audição parlamentar O Bloco de Esquerda quer que a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, seja chamada com urgência à Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias para explicar a redução de quadros de juízes, de magistrados do Ministério Público e de funcionários de justiça. “A ministra contestou a referida redução, em sede de debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2014, sem que os argumentos invocados colham face aos inúmeros pareceres em sentido contrário, nomeadamente do Conselho Superior da Magistratura, da Associação Sindical de Juízes Portugueses, do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público”. Em causa está perceber se o anteprojecto de reorganização dos tribunais elaborado pelo Ministério da Justiça levou em conta as actuais realidades e necessidades do sistema ou se se baseou no quadro legal de 1999. O Bloco de Esquerda considera ser legítima “a indignação dos representantes de todos os operadores face às consequências profundas das políticas de austeridade para o sistema de justiça”. Dado o prazo apontado pelo Governo para a apresentação do decreto-lei que altera a forma de funcionamento dos tribunais e fixa um novo mapa judiciário, com o encerramento de cerca de meia centena destas instituições pelo país fora, os bloquistas dizem que é necessário clarificar, em tempo útil, todos os aspectos relacionados com o anteprojecto de diploma. A audição da governante só se realizará se a maioria dos deputados quiser, uma vez que o requerimento do BE terá de ser votado. Tenha o Sistema de Comunicações Mais Avançado da Atualidade! 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À margem de uma reunião com o presidente da Câmara de São Vicente, na Madeira, o bastonário salientou que esta “é uma situação que em Portugal e nalguns países tem vindo a acontecer, mas que degrada a imagem dos magistrados e degrada a própria justiça”. Declarando ser contra as greves na justiça, com excepção das dos funcionários, Marinho e Pinto adiantou que todos se sentem “injustiçados com estas medidas de austeridade”, mas que os magistrados não podem “isentar-se a si próprios daquilo que o Governo está a aplicar a todos”. “Mais do que os próprios magistrados já sofri cortes, mas não posso impedir para mim aquilo que é aplicado à generalidade dos portugueses. Isso seria uma situação de privilégio e esta greve dos magistrados é contranatura”, salientou, fazendo notar que “na justiça não é onde há as piores situações, nem sequer onde há os cortes mais duros”. Para o bastonário, “há muitas outras formas” de mostrar desagrado. “Por princípio não comento declarações do dr. Marinho e Pinto, para não degradar a imagem do Ministério Público e da justiça”, reagiu o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Rui Cardoso, que marcou uma greve para o dia 25 e admite a possibilidade de posteriores paralisações mais prolongadas, para protestar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2014. Os dirigentes do sindicato estão por estes dias a ser recebidos em audiência pelos diferentes partidos. “Esperemos que esta greve seja frutuosa, no sentido de evitar, mais tarde, termos de tomar medidas mais gravosas, nomeadamente mais greves por mais dias até que consigamos aquilo que pretendemos”, disse ontem Rui Cardoso à saída de um encontro com o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa. O dirigente sindical espera “uma grande adesão, porque os magistrados estão efectivamente muito preocupados” com os cortes previstos para o sector da justiça. Segundo Rui Cardoso, durante a greve dos magistrados do Ministério Público “ninguém poderá desempenhar” as suas funções. Julgamentos e outras diligências processuais não se poderão portanto realizar. Jerónimo de Sousa salientou que os cortes podem pôr em causa a autonomia do Ministério Público e das suas investigações. PÚBLICO/Lusa NUNO FERREIRA SANTOS Marinho e Pinto diz que magistrados “degradam imagem da justiça” PAULO PIMENTA ARS-Norte congela pagamentos à CGD Saúde Ordem disposta a expulsar médicos violadores das normas éticas Inspecção está a investigar desvio de doentes do público para o privado Médicos Ordem avisa que clínicos serão expulsos caso as suspeitas se confirmem. Ministério diz estar atento a estas fraudes A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) tem em curso um processo de inquérito e um outro administrativo aos casos de alegado desvio de doentes do sector público para o privado, denunciados ontem pela TVI, confirmou fonte oficial do Ministério da Saúde à agência Lusa. A Ordem dos Médicos já garantiu que os médicos indiciados serão expulsos caso se confirmem as suspeitas que sobre eles recaem. A reportagem da TVI Desviados dá conta de vários casos de doentes que, seguidos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), eram desviados pelos médicos do sector público para os consultórios privados onde os clínicos exerciam. Diagnósticos falsos, alegada falta de capacidade instalada no sector público e cobrança de valores indevidos são vários dos casos apontados pela reportagem, alguns dos quais estão a ser alvo de inquérito da IGAS. José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, lamentou que as situações descritas sejam praticadas pelos médicos, mas aplaudiu as denúncias, pois permitem que os profissionais em causa sejam “penalizados” e sirvam de exemplo. “A Ordem dos Médicos está determinada a separar o trigo do joio e a expulsar todos os médicos viola- dores das normas éticas e que prejudiquem gravemente os doentes”, afirmou o bastonário. Por isso mesmo, José Manuel Silva não hesita em garantir que a Ordem dos Médicos “aplicará penas gravíssimas aos prevaricadores”, se se comprovarem as denúncias feitas. “A investigação deve ser feita pelo Ministério Público, pois trata-se de matéria da área judicial e criminal. Vamos aguardar que os tribunais façam a prova de que aqueles factos aconteceram, porque a Ordem não tem capacidade nem meios para fazer essa investigação, que não é técnico-científica”, afirmou. Cinco sanções desde 2008 O processo da IGAS começou no ano passado e leva em conta as denúncias de médicos, entre os quais alguns que foram entrevistados pela TVI. A mesma fonte do gabinete do Ministério da Saúde adiantou que, no âmbito do processo de inquérito, foi instaurado um outro administrativo, que também tem em conta denúncias, desta vez num jornal electrónico. A propósito destas alegadas práticas, algumas delas já resolvidas, estão em curso acções de prevenção nos hospitais envolvidos, adiantou a mesma fonte. Segundo o ministério de Paulo Macedo, entre 2008 e 2013 foram aplicadas pela tutela uma pena de demissão, duas penas de multa, uma suspensão e uma repreensão a profissionais do SNS em processos disciplinares por desvio de doentes. O Ministério da Saúde recorda que, através do controlo do receituário e da política de combate à fraude, estas práticas são hoje menos frequentes. Os directores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) estão impedidos de realizar pagamentos por cheque ou por transferência bancária, quer para a Caixa Geral de Depósitos quer para a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. A decisão foi comunicada ontem pela ARS-Norte (Administração Regional de Saúde) a todos os directores executivos dos ACES, através de um email com muita pouca informação. Na nota que fez chegar aos directores executivos, a ARS-Norte diz apenas: “As contas da CGD encontram-se cativas, sendo que centralmente estamos a averiguar o motivo que originou esta situação. Assim sendo, solicita-se a V/Exa. para não realizar nenhum pagamento por cheque ou transferência bancária, quer da CGD, quer do IGCP [Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública], até orientações em contrário.” “Informa-se ainda que os depósitos da receita cobrada no IGCP podem ser realizados normalmente”, acrescenta a informação, assinada por um técnico superior do Departamento de Gestão e Administração Geral, Unidade de Gestão Financeira da ARS-Norte. O PÚBLICO confrontou ontem a Administração Regional de Saúde do Norte sobre as implicações desta decisão. E tentou perceber se se trata de uma situação que está apenas a acontecer a nível da ARS-Norte. A resposta do conselho directivo não aborda nenhuma das perguntas que foram colocadas. Diz apenas que se “trata de uma situação em fase de solução, que esperamos ver resolvida amanhã [hoje], originada por um lapso já assumido por uma entidade exterior à ARS-Norte”. Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Saúde disse desconhecer o que se estava a passar, tendo remetido qualquer esclarecimento para a ARS-Norte. Uma das perguntas dirigidas ao presidente do conselho directivo, Castanheira Nunes, relacionava-se com facto de este problema poder comprometer o pagamento dos vencimentos aos funcionários, uma vez que dentro de dias começam a ser processados os ordenados, mas a ARS-Norte optou por não se pronunciar sobre a questão. Margarida Gomes PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | PORTUGAL | 11 ADRIANO MIRANDA Enfermeiros querem cessação de contratos com prestadores de serviços Saúde Sindicato propôs ontem ao ministério a redução dos acordos com entidades privadas, como forma de redução da despesa Só há 12 unidades no país com tomografias por emissão de positrões (PET) Portugal é o segundo país da UE com menos exames avançados para avaliar cancros Saúde Alexandra Campos Todos os residentes no Algarve vivem a mais de 90 minutos de estabelecimentos com PET Os doentes portugueses ainda fazem poucas tomografias por emissão de positrões (PET), exames de imagem usados para avaliar a extensão de cancros, e uma parte substancial da população — os algarvios e três quartos dos alentejanos — vive a uma distância superior a 90 minutos de estabelecimentos que possuem este tipo de equipamento, conclui um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ontem divulgado. Sofisticados e dispendiosos, estes exames de imagem são usados essencialmente em oncologia, e, ainda pouco, em neurologia. “São importantes para avaliar a extensão de tumores e, nalguns casos em que há dúvidas, para tomar decisões”, explica o coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda. Segundo o estudo da ERS, na União Europeia Portugal é o segundo país com o rácio mais baixo de realização de exames PET (1,27 por mil habitantes), a seguir à Eslováquia. E também é dos países com rácios mais baixos destes equipamentos por milhão de habitantes. “Há défices, a rede é curta para as necessidades nacionais”, admite Nuno Miranda. Os 12 estabelecimentos com PET que existem no continente estão concentrados em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, o que condiciona o acesso de uma parte substancial da população, destaca a ERS. Para se ter uma ideia da disparidade no acesso, toda a população do Algarve, 76,2% dos alentejanos e 15,6% dos habitantes da região centro estão a mais de uma hora e meia de distância de um estabelecimento com PET. Uma realidade “não só incómoda para o utente” mas que também implica “um custo de transporte considerável e um baixo nível de acessibilidade”. Lisboa domina nos PET Elaborado a pedido do Ministério da Saúde, o estudo permitiu perceber que a maior parte dos equipamentos PET está na região de Lisboa e Vale do Tejo (seis, dos quais cinco são privados), no Norte (quatro, sendo dois privados) e dois no centro (ambos públicos). Além dos problemas decorrentes da concentração nos grandes centros urbanos, os autores do estudo chamam a atenção para o facto de a rede de referenciação em medicina nuclear não estar a ser cumprida. Há hospitais identificados como último destino dos doentes que não têm equipamentos PET e que por isso mandam os pacientes para outras unidades. Isso acontece por exemplo com o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, com o Hospital de São João (Porto), com o IPO de Coimbra e com o Centro Hospitalar do Algarve. “Importa garantir que, com urgência, futuramente, sejam revistos todos os procedimentos, parâmetros e motivações”, recomendam os autores do estudo. Além disso, a crer nas estimativas que constam da rede de referenciação e tendo em conta os dados epidemiológicas da população residente em Portugal, em 2012 fizeram-se cerca de menos três mil exames PET, para diagnóstico e estadiamento na área da oncologia, do que seria de prever. Segundo as contas da ERS, entre Janeiro de 2008 e Março de 2013 realizaram-se 63.678 exames, o grosso dos quais (63.160) na área da oncologia, pouco mais de quatro centenas em neurologia e duas dezenas em cardiologia. A maior parte dos exames foram feitos nos estabelecimentos públicos (36.720). Relativamente aos preços, estes variam substancialmente de região para região e diminuíram os últimos anos. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, baixaram de 1270 euros (preço médio de estudo de corpo inteiro em 2008) para 892, em Março deste ano. No centro o preço médio era de 709 euros em Março e, no Norte, de 1003. O Sindicato dos Enfermeiros propôs ontem ao Ministério da Saúde a cessação de contratos com empresas de prestação de serviços e a redução dos acordos com entidades privadas, como formas de redução da despesa na saúde. Na proposta do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) para o Orçamento do Estado do próximo ano, apresentada ontem, surge como alternativa da redução da despesa na saúde a cessação de contratos com empresas de subcontratação de profissionais de saúde e de prestação de serviços. Os sindicalistas sugerem ainda a eliminação de acordos e protocolos com entidades privadas na área da prestação de cuidados e de exames de diagnóstico, quando exista comprovada capacidade instalada no Serviço Nacional de Saúde. É ainda proposto que se atribua o regime de exclusividade remunerada aos profissionais de saúde, nomeadamente aos enfermeiros, para garantir a separação entre os sectores público e privado. No documento, a que a agência Lusa teve acesso, o SEP defende também a diminuição, para toda a administração pública, dos 350 mil para os cem mil euros do valor de todos os contratos de aquisição sem visto prévio do Tribunal de Contas. Para os sindicalistas, é “necessário e urgente” um outro Orçamento do Estado, salientando que a redução de financiamento na área da saúde tem tido consequências na qualidade e segurança dos cuidados e também na acessibilidade dos doentes. Segundo contas do SEP, a dotação inicial do Serviço Nacional de Saúde (SNS) diminuiu cerca de 10% nos últimos três anos. Sindicato diz que dotação do SNS baixou 10% em três anos PUBLICIDADE EARTH WORKS! Uma conferência sobre Arquitetura de Terra e a Iniciativa Habitat em Cabo Delgado Eike Roswag e Mariana Correia Quinta-feira, 14 de Novembro 2013 às 18h Centro Ismaili - Lisboa - Avenida Lusíada N°1 - Metro Laranjeiras Entrada Livre. Registo para [email protected] 12 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Banco de Inovação Social lança no Porto plataforma com 450 mil euros BIS, criado pela Misericórdia de Lisboa em Abril, arrancou no Porto para apoiar novas ideias na área social. Fundos comunitários poderão vir a ser usados, segundo o secretário de Estado Agostinho Branquinho DANIEL ROCHA A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desenvolve diversos programas de emergência alimentar Empreendedorismo Mariana Correia Pinto O Banco de Inovação Social (BIS), projecto de apoio a ideias empreendedoras na área social, lançou ontem a plataforma operacional do Porto com um investimento inicial de 450 mil euros e a promessa de que verbas do próximo quadro comunitário de apoio serão canalizadas para esses projectos. A ordem de grandeza do apoio dos fundos europeus não foi avançada, mas o secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho, garantiu que “não será por falta de apoios, nem nacionais nem comunitários, que este tipo de projectos não avançará”. O próximo envelope financeiro da UE, cujos fundos chegam no início de 2014, contempla “um novo paradigma” na área da economia social, com um programa “dedicado à coesão social”, explicou na sessão de lançamento da plataforma do BIS-Porto, na Casa da Prelada. Criado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em Abril deste ano, o BIS tem actualmente 40 empreendedores associados, escolhidos entre 800 candidatos, com projectos de cariz social como o Espaço Solidário — Coração Vermelho, da Cruz Vermelha, o SOS Divórcio, o estagiar.pt ou o Resolvedora de Problemas. O BIS “visa ajudar a sociedade, em especial a juventude, mas também o Estado”, resumiu o provedor da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, que lamentou que a economia social continue ainda “numa fase algo incipiente” em Portugal. “A melhor prova é que no nosso país não existe ainda le- gislação verdadeiramente enquadradora dos chamados fundos de investimento social”, disse. Para Pedro Santana Lopes, as Misericórdias e projectos como o BIS assumem agora “novas responsabilidades”, “num tempo em que os Estados centrais diminuem os níveis da sua intervenção social”. O empreendedorismo e a inovação social podem ser, diz, “um farol de esperança para os sectores mais jovens e mais dinâmicos da sociedade”. O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, mostrou-se satisfeito com o entendimento com a entidade homóloga de Lisboa. Esta plataforma junta 25 entidades públicas e privadas e apoia novos projectos. Nos primeiros seis meses, cada ideia é acompanhada por um tutor e só depois são propostos ao fundo de Centro de reabilitação pode abrir este ano O contrato final de gestão “ainda não está concluído”, mas o Centro de Reabilitação do Norte poderá abrir já em Dezembro, disse ao PÚBLICO o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, que referiu ainda que a reunião de Conselho de Ministros, que se realiza amanhã, poderá também dar uma resposta para um caso que se arrasta há mais de um ano. As instalações do Centro de Reabilitação do Norte estão concluídas desde Agosto de 2012, mas continuam encerradas. investimento, que estuda que garantias financeiras e apoios pode dar. A economia social é actualmente “responsável por 5% da riqueza nacional” e emprega “250 mil trabalhadores”, tendo 20 mil destes postos de trabalho sido criados nos últimos três anos, salientou Agostinho Branquinho. O secretário de Estado pediu “um novo paradigma” que contribua para o “aprofundamento” do Estado social. “Há quem confunda o Estado social com a intervenção do Governo ou da administração pública. Obviamente que o Estado social impõe a presença de um Estado de garantia, que fiscalize e mobilize. Mas pensar que o aprofundamento do Estado social se faz apenas com a administração pública é um erro de consequências trágicas”, afirmou o governante. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | PORTUGAL | 13 RUI FARINHA Mais de 11 mil euros de quotas do PS pagas por morador de bairro social de Matosinhos Partidos Margarida Gomes Líder da concelhia exige resposta dos presidentes da distrital e da jurisdição e ameaça levar o caso ao secretário-geral do partido O presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Matosinhos, Ernesto Páscoa, insurgiu-se contra o “pagamento de 1172 quotas em atraso a militantes do concelho, no valor de 11.066 euros”, e desafia o líder distrital do partido, José Luís Carneiro, a anular a validade deste pagamento de quotização ou considerá-lo apenas como um “donativo para o Partido Socialista”. Numa carta, que escreveu a José Luís Carneiro, o líder da concelhia socialista de Matosinhos acusa a federação distrital de ter praticado um “acto ilegal e antiestatutário” ao aceitar um cheque no valor de pouco mais de onze mil euros como pagamento de quotas de 1172 militantes, emitido por um ‘militante’”. Segundo o PÚBLICO apurou, as quotas foram pagas por um morador de um bairro social de Perafita, que trabalha numa empresa de segurança, e o cheque foi entregue na federação do PS-Porto por um pequeno empresário, que presta serviços na MatosinhosHabit, e que se encontrava acompanhado por um funcionário daquela empresa municipal. Em declarações ao PÚBLICO, o dirigente concelhio diz que perante uma situação destas “não podia cruzar os braços”, uma vez que se trata de um “militante que não tem José Luís Carneiro, líder do PSPorto, alvo de críticas cargo nenhum e que não tem posses para pagar aquele valor. É preciso esclarecer quem é que está por detrás disto”. Afirmando que se fosse líder distrital iria averiguar o caso do pagamento fraudulento das quotas, Ernesto Páscoa refere que “estas situações não são toleráveis”, pelo que exige uma resposta “urgente”, porque o que se passou, nota, “tem outras consequências”. “Espero que os órgãos do partido funcionem se não tenho de apelar ao secretáriogeral do PS”, afirma, esperando que a Comissão Nacional de Jurisdição actue. Ernesto Páscoa condena a forma como a distrital lidou com este caso e acusa-a de ter uma “actuação eticamente reprovável, nada digna de um órgão de um partido”, que defende na Assembleia da República “princípios de legalidade, transparência, princípios e valores de justiça e equidade de procedimentos”. Para a concelhia, a “distrital deveria ter questionado a qualidade do militante que emitiu o cheque, na estrutura partidária, a sua situação profissional e a justificação de um gesto tão altruísta”. A carta refere que da listagem de militantes com as quotas agora pagas há pessoas que já morreram e diz que o “militante emissor do cheque não é secretário coordenador nem faz parte de qualquer estrutura do partido”. Assim — frisa o texto —, “foram violados os estatutos e o regulamento, não sendo válido este pagamento de quotas, quando muito poderá ser considerado um donativo para o Partido Socialista”. Ernesto Páscoa denuncia que “aparece em duplicado e triplicado a mesma quantia em vários militantes”. Também neste caso a concelhia considera que só “a primeira verba indicada na relação poderá ser considerada pagamento” e as restantes como donativos. “A federação aceitou de ânimo leve um cheque para pagamento de quotas de militantes que, de acordo com o artigo 11 dos estatutos, devem ser alvo de expulsão.” E a carta enumera vários nomes. O líder concelhio, que em Dezembro se vai recandidatar ao cargo, exorta a federação a chamar o militante que pagou as quotas para “regularizar a situação”, que poderá passar por “proceder à devolução, pura e simples do valor do cheque e anular o pagamento das quotas”, ou por emitir novamente cheques que distingam pagamento de quotas de donativos. Portas já tem encontro marcado com a UGT Governo Sofia Rodrigues Menezes continua a afirmar-se como um homem político e partidário Apoiantes de Menezes pretendem manter-se unidos Partidos Margarida Gomes Núcleo duro do ex-candidato do PSD à Câmara do Porto marca encontro todos os meses, mas afasta cariz político As eleições para a Câmara do Porto já lá vão, mas algumas pessoas que estiveram desde o início com Luís Filipe Menezes na corrida eleitoral não querem afastar-se do movimento que foi criado em torno da candidatura social-democrata e decidiram que todos os meses se vão reunir à volta de uma mesa. Simbolicamente, a data escolhida é o dia 29 de cada mês, que coincide com o dia da realização das eleições. A ideia começou a germinar num jantar realizado cerca de duas semanas depois das eleições locais e que remiu mais de uma centena de pessoas que estiveram envolvidas na campanha social-democrata. Mas depois foi ganhando algum lastro nas redes sociais, designadamente no Facebook, onde Luís Filipe Menezes mantém um perfil activo. “Foi um movimento espontâneo que surgiu entre algumas pessoas que querem encontrar-se para além das eleições, mas este movimento não tem fins partidários”, declarou ao PÚBLICO Luís Artur, deputado municipal e responsável pelo programa eleitoral de Menezes. Luís Artur explica, por outro lado, que o objectivo da iniciativa também não visa ser o embrião de um grupo de reflexão, até porque — revela — “alguns de nós já fazem parte desses movimentos”. Empenhado em retirar qualquer carga político-partidária aos jantares, Luís Artur resume a iniciativa a esta ideia: “É um jantar de amigos. O objectivo é as pessoas encontraremse, falarem e conviverem, não é mais do que isso.” Também o presidente demissionário da concelhia do PSD, Ricardo Almeida, recusa que a iniciativa, que está a ser dinamizada por Hugo Dias, Luís Proença, entre outros, tenha ligações políticas. “A lógica é as pessoas que estiveram juntas ao longo destes meses todos manterem alguma ligação uma vez que a vida vai-nos separando por diferentes razões”, afirma Ricardo Almeida, acrescentando que “em meio ano de campanha intensa criaram-se novas amizades” que tiveram um denominador comum: Luís Filipe Menezes. O antigo presidente da Câmara de Gaia deverá participar em alguns dos jantares, mas não é obrigatório que esteja presente em todos. Actualmente sem responsabilidades políticas formais, Luís Filipe Menezes deu há dias a sua primeira entrevista depois da derrota nas autárquicas do Porto, na qual se assume como um “homem político” e um “homem partidário”. “Sou um homem partidário no país, mas não sou um homem partidário em Gaia”, declara o antigo autarca e ainda presidente da concelhia social-democrata. “Tenho um partido político e não é por estar na mó de baixo que o vou vilipendiar. Não tenciono, por agora, sair do PSD”, afirma Menezes na entrevista ao jornal O Gaiense, na qual afirma que mudança de ciclo abre novas portas e gera novos desafios. O encontro com a UGT sobre o guião da reforma do Estado está marcado para sexta-feira da próxima semana. Até agora é a única reunião agendada, apesar de todos os parceiros sociais terem recebido o convite para se sentar à mesa com o viceprimeiro-ministro, Paulo Portas. A própria CGTP, que ficou de fora do último acordo de concertação social, aceitou falar com Paulo Portas a propósito da reforma do Estado. O objectivo do Governo é concluir esta fase até ao final deste mês. Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, tem sido muito crítico do documento apresentado pelo viceprimeiro-ministro. Trata-se de um “pacote” que surge “centrado numa concepção ideológica neoliberal”, afirmou, acrescentando que o guião “entra em rota de colisão” com Constituição. A UGT, por seu turno, começou por considerar que o guião era “um plano de despedimentos”, logo quando o documento foi divulgado. Mas ontem, Carlos Silva, secretáriogeral da UGT, mostrou abertura para debater o documento. “É preciso saber qual é o grau e a margem de manobra que o Governo tem para implementar um conjunto de medidas. É preciso perceber que tem de saber onde é que há trabalhadores a mais [no Estado] e a menos. Isso não é em dois em três meses”, afirmou. Esta central sindical tem sido a estrutura considerada essencial por Paulo Portas para o consenso social e é nela que o líder do CDS tem apostado nos últimos meses, até para contornar a recusa do PS em sentar-se à mesa com o Governo. Já do lado dos patrões, a Confederação Empresarial de Portugal tem insistido na necessidade de se encontrar um consenso político em torno da reforma do IRC e noutras reformas que irão vigorar no período pós-troika. António Saraiva, presidente da Confederação, tem defendido a reforma do Estado como um “imperativo” e já assumiu que a estrutura se irá empenhar para dar um contributo para um Estado mais “eficiente, eficaz e justo”. Esta foi a posição de António Saraiva numa conferência organizada em Julho passado pela Confederação Empresarial de Portugal precisamente sobre a reforma do Estado. 14 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Como chegámos até a NOTA: DADOS CRONOLÓGICOS RETIRADOS DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CIBERJORNALISMO EM PORTUGAL: OS PRIMEIROS QUINZE ANOS (1995-2010), HÉLDER BASTOS (AFRONTAMENTO, 2010) PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | PORTUGAL | 15 qui O PÚBLICO vai em breve instalar um novo sistema de pagamento dos conteúdos digitais. Neste trabalho recordamos algumas das principais tendências e marcos da história dos media online em Portugal. Por Frederico Batista e Sérgio B. Gomes (texto) Sara-a-Dias (ilustração) Ver vídeo em publico.pt/multimedia Amanhã: Como vamos ler notícias em 2041 16 | LOCAL | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Quando a comida é “uma desculpa” para unir portugueses e imigrantes No dia 24 de Novembro, famílias de autóctones e de estrangeiros vão juntar-se, de norte a sul do país, para almoçar. Em 2012 houve cozido à portuguesa, bacalhau e amizades que se criaram à volta de uma mesa Integração Inês Boaventura A ideia, que começou na República Checa em 2004 e chegou a Portugal no ano passado, é que uma família autóctone e uma família imigrante se juntem na casa de uma delas e partilhem uma refeição. Mas a verdade é que, como sublinha a alta comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, no projecto Família do Lado “a comida é apenas uma desculpa” para pessoas de diferentes nacionalidades “se encontrarem”. “Ninguém ama o que não conhece”, nota Rosário Farmhouse, acrescentando que esta é “uma forma muito simples e simultaneamente muito profunda de dar um momento para que as pessoas se conheçam melhor”. A alta comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural faz um balanço muito positivo da edição de 2012, na qual se realizaram 68 encontros por todo o país, um número que superou os dos outros sete países europeus envolvidos nesta iniciativa. Este ano, as expectativas são “elevadas”, reconhece Rosário Farmhouse. Desde logo porque aos 17 centros locais de apoio à integração de imigrantes que em 2012 se associaram ao projecto se juntaram desta vez outros 30. É nesses centros, cuja lista completa pode ser vista na página do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) na Internet e que em muitos casos funcionam em parceria com as câmaras municipais, que os interessados devem fazer a sua inscrição, seja como família anfitriã ou visitante. As refeições entre portugueses e imigrantes vão realizar-se no dia 24 de Novembro, domingo, às 13h. Para cada um dos almoços é escolhido um assistente (também estão abertas as inscrições para mais este lugar à mesa) que, como explica Rosário Farmhouse, é “quase um padrinho”, a quem compete acompanhar cada par de famílias desde o momento da inscrição até ao almoço. Olhando para os resultados alcançados na edição de 2012, a alta comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural sublinha que, em vários casos, a partilha de uma refeição foi “o mote para começar uma amizade”. Para isso contribui o facto de os dinamizadores dos encontros terem feito por juntar à mesma mesa pessoas com filhos com idades próximas ou com gostos semelhantes. “Tivemos o cuidado, ao emparelhar as famílias, de que estas tivessem alguns pontos em comum”, confirma Licínia Torres, da Associação AMIGrante. No ano passado, esta associação de Leiria juntou à mesa sete famílias portuguesas e outras tantas imigrantes, entre as quais se incluíram nacionais da Ucrânia, 68 foi o número de encontros realizados no ano passado em Portugal, nos quais participaram pessoas de 32 nacionalidades da Guiné-Bissau, do Egipto e do Canadá. “Correu lindamente. Toda a gente gostou da experiência, da partilha de culturas, e criaram-se novos laços de amizade”, diz Licínia Torres. A técnica da AMIGrante conta até DANIEL ROCHA Os participantes no projecto Família ao Lado tendem a servir pratos típicos da respectiva cultura um caso com o qual reconhece ter ficado “comovida”: o de uma família portuguesa que acabou por convidar a família com a qual tinha partilhado uma refeição para celebrar o Natal em sua casa. Este ano esta associação de Leiria volta a participar na Família do Lado e, para abrir o apetite, colocou na sua página no Facebook fotografias de algumas das refeições servidas em 2012. Pataniscas de bacalhau, bacalhau com natas, amêijoas e camarões são alguns dos pratos visíveis nas imagens, além de petiscos como azeitonas, queijos e enchidos. Licínia Torres diz que muitas das famílias optaram por servir “pratos típicos portugueses”, não tendo faltado um cozido à portuguesa com morcela de arroz da região. Também a Câmara do Seixal vai, pela segunda vez, participar nesta iniciativa trazida para Portugal pelo ACIDI. A autarquia explica que decidiu fazê-lo por no seu território existir “uma comunidade imigrante muito significativa e uma comunidade autóctone marcadamente multicultural, fruto de migrações mais antigas, associadas essencialmente às ex-colónias portuguesas”. “Procuramos com esta actividade promover o diálogo intercultural aproximando vizinhos que embora próximos no território muitas vezes se sentem distantes, separados por preconceitos e estereótipos que se materializam em barreiras e impedem a comunicação e o convívio”, acrescenta a Câmara do Seixal, através do gabinete da presidência. Em 2012, o município foi palco de quatro almoços e agora a ambição é aumentar esse número pelo menos para cinco. Mas a autarquia reconhece que os tempos difíceis que Portugal atravessa podem levar a que algumas famílias se inibam de participar no projecto, receio que é aliás partilhado por Rosário Farmhouse e por Licínia Torres. Para que isso não aconteça, a Câmara do Seixal encontrou uma solução: obteve o patrocínio de uma cadeia de hipermercados, que vai entregar cinco cartões de compras às famílias anfitriãs. Até agora esta autarquia recebeu quatro inscrições para o almoço de dia 24. Todas elas de famílias imigrantes, que se oferecem para receber portugueses nas suas casas. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | LOCAL | 17 Falta de médicos motiva protesto em Salvaterra de Magos Saúde Jorge Talixa Elvas Freguesias Call center da Marktel deverá criar cem postos de trabalho Mais de metade dos 22 mil habitantes estão sem médico. Os seis clínicos do Serviço Nacional de Saúde podem passar a quatro Um plenário com cerca de 300 habitantes do concelho de Salvaterra de Magos marcou para a tarde de sexta-feira uma concentração de protesto contra a falta de médicos e de enfermeiros nas unidades de saúde locais. Segundo os organizadores, mais de metade dos 22 mil habitantes do município não têm médico de família e a situação poderá tornar-se “catastrófica” se dois dos seis médicos que ainda prestam serviço no concelho passarem à reforma no final deste ano. À concentração de dia 15 seguirse-á um desfile pela EN118. Na Internet, já circula uma petição que pretende recolher 4000 assinaturas para que o assunto venha a ser discutido em plenário da Assembleia da República. Na semana passada, na vila de Marinhais, um plenário organizado pelas quatro juntas de freguesia e pela Comissão de Utentes de Saúde do Concelho de Salvaterra de Magos (CUSCSM) aprovou a realização deste protesto frente ao Centro de Saúde de Salvaterra e pronunciou-se contra a estratégia de concentração dos enfermeiros disponíveis nesta unidade da sede de concelho. É que, de acordo com a CUSCSM, o Posto Médico de Glória do Ribatejo vai fechar até final do ano, situação que afecta também as vizinhas freguesias do Granho e de Muge. Ainda segundo a comissão, o Posto Médico de Marinhais (que serve cerca de 6500 habitantes) ficará reduzido a um médico e um enfermeiro e o Posto Médico de Foros de Salvaterra também pode encerrar em breve. E o próprio Centro de Saúde de Salvaterra, que tem quatro médicos em actividade, pode ficar reduzido a metade, uma vez que “dois deles têm condições” para passar à reforma. Se com seis médicos em actividade já só cerca de nove mil habitantes têm médico de família atribuído, se se confirmar aquele cenário, o problema agravar-se-á. As juntas e a CUSCSM acusam o Governo de “pretender liquidar o direito à saúde no concelho” e apelam à população para que se mantenha Breves Nova Junta de Arroios herdou mais de 200 mil euros de dívidas Câmara apoia reivindicação de mais médicos para o concelho unida, “manifestando a sua revolta e indignação”. O novo presidente da Câmara de Salvaterra, Hélder Esménio (PS), reuniu-se, na quinta-feira, com a directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria e disse que não lhe foi apresentada “qualquer solução imediata para resolver o problema da falta de médicos, tendo sido assumido que os médicos não concorrem em número suficiente para este ACES”. Como alternativa, o agrupamento tenta contratar horas de serviços médicos através de empresas de recrutamento de pessoal, mas a remuneração oferecida (17 euros/hora, a “recibo verde”) não cativa candidatos. De qualquer forma, segundo o autarca, a directora do ACES garantiu que o posto de Foros de Salvaterra vai ter médico pelo menos até ao fim de 2014 e que a médica que presta serviço na Glória poderá, se estiver interessada, renovar o respectivo contrato. De acordo com Hélder Esménio, a responsável também prometeu que se vai manter pelo menos um enfermeiro nos postos de saúde das freguesias. Mas o autarca considera que, face à “limitada capacidade de resposta deste ACES, só a manifestação do descontentamento popular aliada a novos pedidos de audiência, designadamente ao secretário de Estado da Saúde, poderão contribuir para minorar o problema”. Dirigida à presidente da Assembleia da República, a petição na Internet sublinha que “mais de metade da população do concelho não tem médico de família” e exige ao Governo que cumpra a Constituição, assegurando a todos os habitantes “igualdade de tratamento no acesso e qualidade dos serviços de saúde”. Uma empresa espanhola inaugura um call center em Elvas, num investimento de 500 mil euros que deverá criar mais de cem postos de trabalho. A Marktel, que se dedica à promoção de vendas e serviços por telefone, vai ocupar as antigas instalações da Escola Profissional da Região Alentejo. O presidente da câmara, Nuno Mocinha, comentou que “Elvas está em contraciclo e a receber investimento estrangeiro. Vilamoura Dezenas de mulheres ilegais identificadas em casas de alterne O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras identificou em Vilamoura, na madrugada de sábado, meia centena de cidadãos estrangeiros ilegais no país, na sua maioria mulheres que trabalhavam em casas de alterne. Nesta acção, que incidiu sobre dois estabelecimentos de diversão nocturna, foi também detida uma cidadã estrangeira por falsificação de documentos e outras duas, que já tinham sido expulsas de Portugal. Mafra PJ detém suspeito do homicídio de proprietário de bar A Polícia Judiciária deteve um homem suspeito de ter esfaqueado mortalmente o proprietário de um bar em Mafra, na madrugada de sábado. Segundo a PJ, o suspeito ter-se-á envolvido numa discussão no interior do estabelecimento e, já fora do bar, terá esfaqueado o proprietário. O detido terá ainda atingido a namorada da vítima, que sofreu apenas ferimentos ligeiros. Antigo presidente reconhece dívida, mas culpa Câmara de Lisboa e ex-presidente da assembleia de freguesia pela situação A nova Junta de Freguesia de Arroios, que agrupou as antigas juntas lisboetas dos Anjos, da Pena e de São Jorge de Arroios, herdou, desta última, dívidas que ultrapassam os 200 mil euros, revelou a sua presidente. Margarida Martins, eleita pelo PS, afirma que o montante em dívida, herdado da antiga freguesia de São Jorge de Arroios – que era presidida por João Taveira, eleito pela Coligação para Lisboa (PSD/CDS-PP/MPT/ PPM) —, pode ser superior. “Sei que são mais de 200 mil euros. Está uma equipa a estudar todas as dívidas, que teremos de pagar. Essa junta deve às Finanças, à Caixa [Geral] de Aposentações, a pessoas que contratava e que nem sabemos quem eram, que não trabalhavam lá, a professores que estiveram a dar apoio...”, descreve. O ex-presidente João Taveira reconhece a existência de dívidas de mais de 200 mil euros, argumentando que isso aconteceu porque “a junta foi privada pela Câmara de Lisboa de todas as verbas referentes a protocolos no ano de 2011 e no ano de 2012”. Já a Câmara de Lisboa esclarece, através do gabinete de imprensa, que os protocolos não chegaram sequer a entrar em vigor: “A câmara não privou a freguesia de verbas, cumpriu a lei que obriga à ratificação dos protocolos como condição para que estes entrem em vigor, o que não aconteceu. Sem protocolos em vigor não podem ser transferidas as verbas correspondentes”. Desde o final de 2011 que a Junta de São Jorge de Arroios funcionava só com o presidente e um secretário em substituição, depois de os restantes eleitos se terem demitido, alegando incompatibilidades com João Taveira. O autarca também se incompatibilizou com o presidente da assembleia de freguesia, Joaquim Costa, do PS. O ex-presidente da junta diz que “foi o PS que inviabilizou — na assembleia de freguesia, onde tinha maioria — que houvesse qualquer transferência de verbas referentes a protocolos, e apenas por uma questão de poder”. Joaquim Costa contesta, argumentando que a questão é legal e não política: “Os protocolos nunca foram ratificados pela assembleia porque foram sempre apresentados fora de tempo, e as contas da junta nunca foram aprovadas porque houve sempre documentos em falta, como planos de actividades ou a situação financeira da junta. A assembleia actuou no estrito cumprimento da lei”, conclui. Lusa PUBLICIDADE 18 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Concessão de infra-estruturas portuárias rende 130 milhões em 2014 Além da entrada de privados na marina de Pedrouços e no terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, cujo concurso deverá ser concluído ainda este ano, o Governo quer alienar património dos portos nacionais ENRIC VIVES-RUBIO Orçamento do Estado Raquel Almeida Correia O Governo estima que a concessão de infra-estruturas portuárias vai render 130 milhões de euros em 2014, o que corresponderá a 31% das receitas extraordinárias previstas para o próximo ano. Além da abertura a privados da marina de Pedrouços e do terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, o executivo quer aumentar o encaixe nesta área através da venda de património. O valor das receitas a gerar com o sector consta na análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) à execução orçamental de Setembro. No documento, a entidade aponta um conjunto de ajustamentos à execução das administrações públicas, de entre os quais a exclusão do encaixe previsto com as concessões nos portos, pelo facto de terem transitado para 2014. E acrescenta que o montante previsto, que era de 227 milhões, foi “revisto em baixa para 130 milhões”. Apesar de os ministérios das Finanças e da Economia não terem respondido às questões colocadas sobre este tema, o PÚBLICO confirmou junto de fonte governamental que esta é, de facto, a expectativa de receitas para o próximo ano, embora o cumprimento do objectivo dependa da evolução do mercado. A concretizar-se esta meta, o encaixe a gerar com a actividade portuária vai representar 31% do total de receitas extraordinárias previstas para 2014, que a análise final da UTAO ao Orçamento do Estado (OE), divulgada no final de Outubro, estimou em 419 milhões de euros (ver caixa). Nos 130 milhões de encaixe estão incluídas as já anunciadas concessões a privados da marina de Pedrouços e do terminal de cruzeiros de Santa Apolónia. No primeiro caso, o Governo tinha previsto lançar o concurso público para escolha do investidor privado em Março, mas o processo ainda está em avaliação, prevendo-se que possa vir a dar lugar ao pagamento de uma verba pela exploração da infra-estrutura. Já a concessão do terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, que está numa fase muito mais avançada, poderá não se traduzir num ganho Privado que ficar com o terminal de cruzeiros vai investir 22 milhões, mas a operação não vai gerar receitas imediatas Receitas extraordinárias de 419 milhões O Governo espera arrecadar 419 milhões de euros em receitas extraordinárias no próximo ano, de acordo com a análise final da UTAO sobre o OE para 2014. Para já, são conhecidas quatro medidas pontuais que garantem este encaixe. Além da concessão de infra-estruturas portuárias, está prevista a transferência do plano de saúde dos CTT para a ADSE, que deverá render 180 milhões de euros. O plano inicial do Governo passava por concretizar esta medida antes da venda da empresa, que está agendada para Dezembro e será feita através da dispersão da maioria do capital em bolsa. No entanto, a transferência vai ser adiada para depois da privatização. Os 419 milhões incluem ainda a concessão da Silopor (empresa de descarga e armazenagem de silos) e os dividendos a gerar pela Egrep (gestora pública de reservas de produtos petrolíferos). O valor líquido das receitas extraordinárias em 2014 será de 192 milhões, já que é necessário subtrair ao encaixe o programa de rescisões por mútuo acordo na função pública, que o executivo estima que vai significar uma despesa de 227 milhões de euros. imediato, visto que o caderno de encargos prevê que os privados suportem um investimento de 22 milhões (que, caso contrário, teria de ser público) e as receitas só serão colhidas ao longo da vida do contrato. A escolha do vencedor deste concurso, que foi lançado em Agosto, deverá ser feita ainda este ano, estando três investidores na corrida: a Creuers (que gere terminais em Barcelona e Málaga), a Global Ports Holding, em associação com a Mota Engil, e um consórcio que integra as empresas nacionais Somague, SETH, grupo Sousa e Pioneiros do Rio, contando também com o gigante dos cruzeiros Royal Caribbean. Mas uma parte importante dos 130 milhões previstos pelo Governo também deverá vir da venda de património, apurou o PÚBLICO. Aliás, no relatório que acompanha o OE para 2014, o executivo já referia que, “no âmbito das áreas sobre jurisdição das administrações portuárias, procederse-á à desafectação de áreas não-associadas a usos portuários”. Neste património a alienar poderão incluir-se terrenos, edifícios e armazéns que são hoje detidos pelas diferentes administrações portuárias. Uma das hipóteses em cima da mesa é a venda da actual sede da Administração do Porto de Lisboa, o antigo palacete dos Condes da Ponte, situado em Alcântara. Isto porque o Governo pretende instalar a administração na margem sul do Tejo, no seguimento do plano de transferência do terminal de contentores para a Trafaria (Almada). Há ainda a possibilidade de se avançar com novas concessões de infra-estruturas portuárias que permitam gerar receitas no próximo ano, embora ainda estejam a decorrer avaliações nesse sentido. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | ECONOMIA | 19 Sector da pasta e papel vale 85% dos novos investimentos anunciados por Pires de Lima Queda de preços face ao ano passado aumenta receios de deflação ENRIC VIVES-RUBIO Indústria Raquel Almeida Correia Conjuntura Sérgio Aníbal Investimento da Portucel, que ainda está a ser avaliado pela AICEP, irá destinar-se ao aumento da produção de pasta na fábrica de Cacia Inflação homóloga portuguesa entrou em terreno negativo no mês de Outubro, passando para os -0,2% O sector da pasta e do papel é responsável por 85% dos novos investimento anunciados pelo ministro da Economia, num valor global de 249,2 milhões de euros. O maior, num montante de 120 milhões, será da responsabilidade da Portucel. Mas, ao contrário do que afirmou Pires de Lima, o contrato não está assinado, visto que a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) ainda está a avaliar o projecto. Ontem, o governante anunciou no Parlamento, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2014, que a Portucel vai investir 120 milhões no país. Contactada pelo PÚBLICO, a empresa não quis fazer comentários. Já a AICEP confirmou que “está a ultimar a análise das candidaturas” ao programa Sistema de Incentivos à Inovação e ao Código Fiscal do Investimento. O organismo liderado por Pedro Reis adiantou que o projecto foi apresentado “pela empresa Celcacia, pertencente ao grupo Portucel”, e está associado “ao investimento de cerca de 120 milhões de euros a realizar na sua unidade industrial de Cacia”, acrescentando que “a concessão de apoios financeiros e fiscais deverá ser contratualizada em breve”. Sabe-se que a candidatura visa a modernização e requalificação da fábrica de Aveiro, com o objectivo de aumentar a capacidade de produção de pasta branca de eucalipto, usada para o fabrico de papel. Este investimento surge depois de a Portucel ter aplicado 550 milhões de euros na unidade de Setúbal e de ter anunciado um novo projecto em Moçambique, avaliado em 1700 milhões. Ainda no sector da pasta e do papel, Pires de Lima deu outra novidade, ao anunciar que a AMS Goma Camps vai investir outros 26 milhões no reforço da capacidade de produção da fábrica de Vila Velha do Ródão, que hoje produz 30 mil toneladas por ano. Mas, também neste caso, a empresa aguarda ainda pela avaliação da AICEP. José Miranda, director-geral, explicou ao PÚBLICO que a expectativa é que o organismo se pronuncie A taxa de inflação homóloga em Portugal caiu em Outubro para -0,2%, o valor mais baixo desde 2009 e uma confirmação das pressões descendentes para os preços que se fazem sentir actualmente na economia. De acordo com os dados publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística, o maior contributo para a queda dos preços em Outubro face ao mesmo mês do ano passado veio da classe de produtos denominada por “transportes”, onde a inflação homóloga foi de -4,1%. Em especial, os preços dos combustíveis e lubrificantes apresentaram uma descida acentuada. Assim, para todos os produtos, passou-se de uma inflação homóloga de 0,1% em Setembro para -0,2% em Outubro. Já a inflação homóloga subjacente, que exclui os mais voláteis produtos alimentares não-transformados e energéticos, passou de 0,3% em Setembro para 0,2% em Outubro. A taxa de inflação média dos últimos doze meses acentuou a tendência de descida e passou de 0,8% em Setembro para 0,6% em Outubro. É previsível, tendo em conta o actual nível da inflação homóloga, que a inflação média continue a descer nos próximos meses. A entrada da inflação homóloga portuguesa em terreno negativo é um resultado que já se vinha a antecipar devido à tendência registada nos úl- Ministro quer empreendedorismo como disciplina obrigatória Silva Lopes rejeita clima de “euforia” O economista José Silva Lopes desvalorizou ontem a “euforia” em torno dos números das exportações e do desemprego e mostrou-se preocupado com as medidas do Orçamento do Estado. Silva Lopes, que falava na conferência anual da Ordem dos Economistas, admitiu, citado pela Lusa, “uma descida substancial do PIB” em 2014 e mostrou-se “céptico” com a “grande euforia em que o país anda a embarcar”. Considerou “exagerada” a “euforia” com os números das exportações, salientando que, “sem o petróleo, o aumento foi só de 1%” e declarou-se “pasmado” com os festejos devido à descida da taxa de desemprego. “Isto significa que os desempregados portugueses foram arranjar emprego lá fora. Então vamos festejar isto?”, interrogouse. O economista frisou que “o acordo da troika, até agora, tem sido um falhanço completo”, defendendo, a nível europeu, “alguma federalização das finanças” e a mutualização da dívida. Sobre o regresso aos mercados, diz que os 4,5% de juros referenciados por Machete são “o máximo tolerável”. Já Daniel Bessa considerou que a renegociação da dívida é “inevitável”. “até ao final do ano”. A estes dois novos investimentos, acrescem 65 milhões que foram ontem repescados pelo ministro da Economia, embora tenham sido já anunciados no início de Novembro. Trata-se da Caima e da Celbi, detidas pela Altri, que vão apostar na reconversão da unidade de Constância para que produza pasta solúvel e na modernização da fábrica da Figueira da Foz. Aos 211 milhões a investir no sector da pasta e do papel juntam-se ainda outros 38,2 milhões da responsabilidade da Volkswagen Autoeuropa, que também já tinham merecido um anúncio público em Outubro. Neste caso, o investimento será feito nas áreas de produção e complementares (como pintura) em Palmela. Na audição de ontem, Pires de Lima reiterou que o país se encontra num “momento de viragem económica”, destacando a melhoria na taxa de desemprego e nas exportações. “Teremos ao longo deste trimestre e do ano a oportunidade de verificar se o que o Governo tem vindo a anunciar, o início de um novo ciclo de retoma económica, tem aderência à realidade”, disse. Pires de Lima afirmou ainda que o empreendedorismo deverá ser uma disciplina do ensino obrigatório. Essa medida, aliás, faz parte da Estratégia de Fomento Industrial para o Crescimento e Emprego, onde se afirma que haverá a “integração de competências de empreendedorismo nos programas de ensino da escolaridade obrigatória”, para dar um “contributo significativo para a qualificação dos empreendedores do futuro” e “fomentar uma cultura de valorização e reconhecimento do empreendedorismo”. A meta temporal associada à medida é o 2º trimestre de 2014. timos meses. Para além da evolução negativa dos preços dos produtos energéticos, a manutenção do país numa situação de recessão e os cortes no rendimento disponível das famílias fazem com que uma grande parte das empresas não tenha margem de manobra para subir preços sem sentir uma perda imediata de quota de mercado interno. No entanto, se a descida dos preços é uma boa notícia para quem está a ver o seu rendimento também a cair, é verdade que pode constituir um risco para a evolução de toda a economia. Se a situação de inflação negativa que agora se iniciou se mantiver por um período prolongado, sem expectativas de inversão da tendência à vista, a economia portuguesa corre o risco de entrar numa situação de deflação. Nesse caso, a baixa de preços faz com que as famílias adiem os seus consumos e as empresas recuem nos investimentos, tornando a saída da recessão ainda mais difícil. Mesmo ao nível da zona euro, onde a inflação homóloga terá ficado em 0,7% em Outubro, a ameaça de deflação está a ser levada muito a sério. Na semana passada, o BCE surpreendeu os mercados ao baixar a sua taxa de juro de refinanciamento de 0,5% para 0,25%. O objectivo de Mario Draghi é precisamente limitar os riscos de uma queda da economia da zona euro numa situação de deflação semelhante à vivida pelo Japão a partir dos anos 90 do século passado. Na zona euro, são os países classificados como periféricos que estão, devido à quebra acentuada que se registou nas suas economias, mais ameaçados. A Grécia já está há oito meses com uma taxa de inflação homóloga negativa. Portugal passou agora a fazer-lhe companhia. Inflação em terreno negativo Tendência de queda Combustíveis ajudam (%) Inflação homóloga (%) 4 Bebidas alcoólicas e tabaco Saúde Comunicações Restaurantes e hotéis Despesas habitação Alimentos e bebidas Educação Lazer e cultura -0,5 -0,8 Equip. domésticos Bens e serv. diversos -1 Vest. e calçado -2,8 Transportes* -4,1 3 Inflação média 2 1 0,6 0 -0,2 Inflação homóloga -1 Jan. 2012 Out. 2013 *Inclui combustíveis Fonte: INE 4,2 3,2 1,1 1,1 1,1 0,5 0,4 20 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 RUI GAUDÊNCIO Empresas continuam sem conseguir pôr travão ao crédito malparado Conjuntura Pedro Crisóstomo Enquanto os depósitos aumentam, o volume de empréstimos às empresas mantém-se em rota descendente O secretário de Estado Hélder Rosalino está disposto a melhorar redacção, mas não recua no essencial Governo admite retirar do OE intenção de rever tabela salarial em 2014 Função pública Raquel Martins Sindicatos continuam a criticar OE e esperam que os deputados e o Presidente da República “minimizem” os cortes O Governo está disponível para reformular ou retirar do Orçamento do Estado (OE) a norma que prevê a revisão da tabela remuneratória única durante o próximo ano. O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, confirmou ao PÚBLICO que há abertura para “reformular a proposta”, com o objectivo de deixar claro que os cortes nos salários apenas vigoram durante o ano de 2014. O artigo 33.º do OE, que prevê um corte de 2,5% a 12% nos salários dos trabalhadores do Estado que ganham mais de 600 euros, tem uma norma que determina que “durante o ano de 2014 é revista a tabela remuneratória única, por portaria do primeiro-ministro e do membro do Governo responsável pela área das Finanças”. Os sindicatos, nomeadamente a Frente Sindical para a Administração Pública (Fesap), consideram contraditório que se mantenha uma norma que deixe em uma revisão da tabela remuneratória única no próximo ano, quando o Governo mantém os cortes que vêm de 2011, embora com uma base de incidência mais alargada. O principal receio, como precisou José Abraão, dirigente da Fesap, é que os trabalhadores “tenham surpresas desagradáveis no decurso do próximo ano ao serem confrontados com novos cortes”. O governante garantiu que o objectivo da revisão da tabela remuneratória não é tornar os cortes definitivos, mas torná-la mais competitiva, e que isso pode ser feito sem que o OE manifeste essa intenção. Além disso, confirmou o secretário de Estado, será introduzida outra alteração no mesmo artigo. Na proposta de OE que chegou à Assembleia da República, diz-se que “a partir de 1 de Janeiro de 2014 são reduzidas as remunerações totais ilíquidas mensais das pessoas a que se refere o n.º 9 de valor superior a 600 euros”. Passará a estar escrito “durante o ano de 2014”, de forma a deixar claro que o corte é anual. Maioria estuda alternativas Sobre o aumento do limite a partir do qual a redução salarial começa a ter efeitos, o secretário de Estado remeteu a questão para os deputados da maioria. Ontem, o deputado do PSD, Miguel Frasquilho, avançou que os deputados estão a estudar a eventuais contribuições extraor- dinárias que permitam atenuar e minorar o impacto dos cortes na função pública. Durante a reunião, os sindicatos contestaram também a manutenção dos cortes do pagamento do trabalho extraordinário. Porém, Hélder Rosalino esclareceu que a norma afecta apenas os trabalhadores que mantêm horários de 35 horas, nomeadamente nas empresas públicas. A generalidade dos funcionários públicos não serão abrangidos pela norma, porque já têm horários de 40 horas desde o final de Setembro. O artigo 45.º recupera o regime em vigor no corrente ano e estabelece que, durante o ano de 2014, o pagamento do trabalho extraordinário aos trabalhadores com horários semanais de 35 horas terá um acréscimo de 12,5% na primeira hora e de 18,75% na segunda. As alterações não são suficientes para convencer os sindicatos. “É um orçamento que aprofunda o empobrecimento da generalidade dos portugueses e que levará o país para um buraco negro”, insistiu Helena Rodrigues, vice-presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos em declarações à Lusa. Também a FESAP vira agora os esforços para os deputados, na esperança de que façam alterações que “minimizem os impactos sobre os trabalhadores”, e para o Presidente da República. O volume de empréstimos concedidos às empresas continuou a cair em Setembro, mês em que o total do crédito malparado também recuou, mas não com o peso suficiente para travar a percentagem de empréstimos de cobrança duvidosa, que atingiu um novo recorde, aproximandose dos 12%. Dos 100.670 milhões de empréstimos já concedidos às empresas, 11,7% eram considerados pelos bancos como de difícil cobrança, de acordo com estatísticas ontem divulgadas pelo Banco de Portugal. É o valor mais alto desde, pelo menos, 1997, ano a partir do qual a instituição tem registo destes dados mensais. A tendência é a contrária nos empréstimos aos particulares, onde houve um recuo do malparado do crédito ao consumo e uma estabilização no crédito à habitação. A construção é o ramo de actividade que mais contribui para a escalada do malparado nas empresas, estando bem acima da percentagem global. Dos créditos concedidos a este sector, 23% eram de cobrança duvidosa, contra 10,3% na indústria, 9,6% nos serviços e 5,1% na agricultura, silvicultura e pesca, segundo dados compilados pelo gabinete de estudos e estratégia do Ministério da Economia, relativos a Agosto. O malparado caiu, em Setembro, no crédito ao consumo Ao mesmo tempo, as empresas registaram em Setembro um aumento do volume de depósitos, que engrossou em 304 milhões de euros. Nesse mês, este passivo das instituições financeiras ascendia a 28.389 milhões. O BCE tem tomado medidas não convencionais para dar maior liquidez aos bancos, para estes poderem facilitar o financiamento às empresas. Mas, com a torneira do crédito fechada nas economias mais afectadas pela crise, e a sofrer efeitos da fragmentação financeira a nível europeu, o BCE admite tomar novas medidas para fornecer mais financiamento de longo prazo à banca. No caso dos particulares, a cobrança duvidosa manteve-se, em Setembro, ao mesmo nível dos dois meses anteriores, em 4%. Ao todo, o Banco de Portugal tem registo de 129.499 milhões de euros de empréstimos concedidos a particulares, dos quais 5159 milhões são de cobrança duvidosa. No crédito ao consumo, este rácio ascendia a 11,9% (1473 milhões em 12.306 milhões de euros). Já o malparado dos empréstimos à habitação manteve-se nos 2,2%, o mesmo valor de Agosto, registandose tanto um recuo no total de empréstimos concedidos (106.725 milhões de euros) como no valor do crédito vencido (2369 milhões). Já o volume de depósitos de particulares junto dos bancos diminuiu em mais de 1200 milhões de euros em dois meses. Depois de um recuo de 969 milhões, os bancos a operar em Portugal voltaram a assistir a uma retirada, de 305 milhões de euros, ao contrário do que aconteceu com os depósitos de empresas. Ao recuarem para 131.768 milhões, os depósitos de particulares estão em queda pelo segundo mês consecutivo, o que acontece pela primeira vez desde Outubro do ano passado. Este recuo coincide com um aumento das subscrições de Certificados de Aforro, que, em Setembro, atingiu os 157 milhões de euros. Os depósitos estavam a crescer de mês para mês desde Outubro de 2012. Em Janeiro registou-se uma quebra, mas a tendência de crescimento continuou nos meses seguintes até se registar agora uma nova descida em Agosto e Setembro. Esta queda coincidiu ainda com uma queda nas taxas de juro pagas pelas instituições financeiras. Em Setembro, a rendibilidade oferecida para as novas operações (de depósitos até um ano) estava nos 1,95%, longe do pico de 4,5% registado em Outubro de 2011. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | ECONOMIA | 21 Breve Financiamento REN assinou empréstimo de 160 milhões com o ICBC A REN anunciou ontem que celebrou um contrato de financiamento a cinco anos, no valor de 160 milhões de euros, com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC). Em comunicado à CMVM, a REN adianta que o contrato foi celebrado segunda-feira. O Bank of China, que tem uma sucursal em Portugal, esteve envolvido no financiamento à da REN, que conta com os chineses da State Grid entre os seus grandes accionistas. “As empresas estão a financiar-se com os fornecedores e não com os bancos” Dívidas Camilo Soldado Atrasos nos pagamentos e incobráveis afectam a competitividade das empresas, já em dificuldades com o crédito Portugal é dos países com maior prazo de pagamento acordado mas também um dos países onde as partes se atrasam mais a regularizar as dívidas, aponta o estudo anual sobre riscos de pagamento da Intrum Justitia. No entanto, empresas e Estado diminuíram o número de dias que demoram a pagar em relação a 2012. O mesmo não aconteceu com os particulares, que mantêm o registo. A média europeia de perdas por incobráveis (facturas que não são liqui- dadas, considerado dinheiro perdido) é de 3% do volume total de vendas, o que significa que as empresas perderam 350 mil milhões de euros em 2013. Em Portugal, o valor sobe para 3,9%, o que se traduz numa perda de 5,9 mil milhões de euros. Deste valor, 2,6 mil milhões são devidos pelo Estado a empresas. Apenas Grécia, Itália e Espanha demoram mais. O director-geral da Intrum Justitia, Luís Salvaterra, afirma que, em Portugal, “quase ninguém paga a tempo, o que é aflitivo”. Com este atraso, “as empresas perdem competitividade”, acredita. Esta realidade vem agravar a situação das empresas que já têm que lidar com a dificuldade em obter crédito diante da banca. Luís Salvaterra explica que, hoje em dia, “as empresas financiam-se com os fornecedores e não com os bancos”, pois, mesmo as empresas que podem, “se recebem com atra- so não vão pagar a tempo”, porque afecta o seu fluxo de caixa. O presidente da CIP, António Saraiva, considera que os atrasos de pagamento resultam na “concorrência desleal” entre empresas e tem consequências directas no emprego. Apesar de haver uma lista de credoDe acordo com a Intrum Justitia, que fez o estudo, empresas e Estado reduziram prazos de pagamento res do Estado publicada desde 2008 e do valor elevado que este deve às empresas, apenas uma empresa privada denunciou a dívida desde então. Luís Salvaterra justifica esta situação com o “receio de perder aquela que será, eventualmente, uma posição preferencial”, por exemplo “em concursos públicos”. “É dinheiro garantido — podem receber mais tarde, mas recebem”, esclarece. Apesar da recuperação do indicador de clima económico nos últimos meses, as empresas continuam a ser afectadas pelo baixo consumo. Em Portugal, os serviços empresariais como agências de comunicação, publicidade e marketing, são os mais afectados pelo não-pagamento de dívidas. Em 2013, este sector verificou uma taxa de dívidas incobráveis na ordem dos 6%. O sector da construção é o segundo mais afectado, ao perder 5,2%, seguido pela saúde (4,4%). Tendo em conta as medidas apresentadas pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2014, Luís Salvaterra não prevê que “vá haver melhorias rápidas”, quer ao nível dos privados, quer ao nível das empresas. PUBLICIDADE UMA PERSEGUIÇÃO SEM SENTIDO A propósito de notícias vindas a público, a última das quais neste jornal no passado dia 9 de Novembro, esclareço: 1. É falso que tenha criado uma empresa com o fim de “desviar” doentes de outros hospitais para o Hospital da Cruz Vermelha (HCV). 2. É, portanto, também falso que tenham sido “contratados” médicos oriundos do sector público para proceder a esse “desvio”. 3. Estas tentativas repetidas de descredibilização da minha idoneidade profissional, pessoal e do Hospital onde sirvo, não me impressionam nem condicionam o meu trabalho. 4. A dignidade, a honra e o sentido de serviço são valores eternos que resistem facilmente à mentira e à calúnia. Se alguém tiver dúvidas, deverá perguntar a quem sabe e a quem sofre: aos milhares de doentes aqui tratados ao longo destes anos. 5. Nunca atuei, eu ou o HCV, com vista a provocar prejuízos ou custos desnecessários ao sector público, mas sempre em resposta a pedidos do Estado para tratar esses doentes que noutros locais tardariam a ser atendidos, ou não poderiam ser tratados. 6. Todas as referenciações de doentes para o HCV ocorreram ao abrigo de um acordo com o SNS com mais de 15 anos e que existe porque o SNS tem em algumas áreas, dificuldade interna em dar resposta qualitativa e quantitativa às necessidades do País e das pessoas, usando este acordo para as superar. 7. O Hospital da Cruz Vermelha presta serviços ao País há meio século. Assim continuará, com o esforço dos seus profissionais dedicados, com a confiança dos doentes e dos seus familiares. Não será um “relatório” ou uma campanha contra mim que conseguirão interromper este caminho. 8. As insinuações e ofensas cometidas têm que ter consequências para a salvaguarda do bom nome das pessoas e instituições atingidas. Manuel Pedro Magalhães Diretor clínico do Hospital da Cruz Vermelha e Cirurgião Cardio Torácico 22 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Grande conferência europeia sobre o emprego jovem sem novas receitas Encontro organizado pelo Presidente francês, François Hollande, mostrou a preocupação dos líderes europeus com o desemprego jovem, mas o relançamento da economia ficou fora do debate PHILIPPE WOJAZER/REUTERS Crise do euro Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas Mais de 20 chefes de Estado ou de Governo da União Europeia (UE) reafirmaram ontem o compromisso de avançar de forma “concreta” para “resultados rápidos” no combate ao desemprego dos jovens, que afecta mais de seis milhões de europeus com menos de 25 anos. O compromisso foi assumido durante uma conferência em Paris organizada pelo Presidente francês, François Hollande, que quis seguir os passos da chanceler alemã, Angela Merkel, a primeira a assumir uma iniciativa do género em Julho. Um novo encontro nos mesmos moldes está previsto para a próxima Primavera, em Roma. Apesar da solenidade que o rodeou, o encontro não foi além da confirmação do novo programa comunitário específico — chamado “Garantia Jovem” —, dotado de 6000 milhões de euros em 2014 e 2015, que foi aprovado pelos líderes europeus no início deste ano. Este programa destina-se a oferecer aos jovens até aos 25 anos um emprego “de qualidade”, a continuação da educação formal, uma formação específica ou um estágio profissional no prazo máximo de quatro meses depois de terem saído do sistema educativo ou ficado desempregados. A este montante acrescem 7000 milhões do Fundo Social Europeu — um dos fundos estruturais comunitários —, que poderão ser mobilizados em favor do emprego jovem até 2020. A conferência “traduz uma mobilização à altura do desafio”, que “é o futuro de uma geração afectada há anos pelo desemprego e que a crise colocou numa situação de dúvida e mesmo de desesperança”, afirmou Hollande no final dos trabalhos. De acordo com os últimos dados da Comissão Europeia, o desemprego afecta quase 60% dos jovens em Espanha e na Grécia, 36,9% em Portugal, mas apenas 7,7% na Alemanha, o país com o melhor resultado. Segundo Bruxelas, a Finlândia — cujo programa activo de acompanhamento dos jovens desempregados inspirou, em conjunto com o austríaco, o Garantia Jovem europeu — registou uma redução do desemprego juvenil Hollande recebeu Merkel e os outros líderes europeus, seguindo os passos da chanceler alemã UE aprova Orçamento de austeridade para 2014 Montante acordado ficou nos 135,5 mil milhões de euros U m longo braço-de-ferro entre os governos da União Europeia (UE) e o Parlamento Europeu (PE) chegou ao fim na madrugada de ontem com um acordo sobre o Orçamento comunitário para 2014 em baixa relativamente às despesas deste ano. O montante acordado entre as duas instituições ascende a 135,5 mil milhões de euros, o que representa mais 500 milhões do que o pretendido pelos governos, reunidos no Conselho de Ministros da UE. Ao invés, o PE teve de rever em baixa a sua ambição de conseguir um Orçamento de 136,4 mil milhões, que implicaria um aumento suplementar de 900 mil milhões. O montante acordado representa uma redução de 7% face ao Orçamento deste ano, e dá o tom para o novo quadro orçamental plurianual destinado a financiar as políticas comuns que vai vigorar entre 2014 e 2020. Apesar deste apertar do cinto, o acordo orçamental teve o voto contra do Reino Unido, Holanda, Suécia e Dinamarca, que queriam um montante ainda mais baixo. O acordo para 2014, que será confirmado pelo PE e pelo Conselho de Ministros da UE a 19 e 20 de Novembro, permitiu por outro lado desbloquear a aprovação, pelos eurodeputados, do quadro orçamental plurianual até 2020 que foi aprovado pelos governos em Fevereiro. Os eurodeputados decidiram fazer depender a sua luz verde ao pacote plurianual de um acordo sobre o Orçamento de 2014 e de um Orçamento rectificativo para 2013 no valor de 11,6 mil milhões de euros. O PE emitirá o seu voto formal sobre o quadro plurianual a 19 de Novembro, o que permitirá aos governos começar a apresentar a Bruxelas os seus planos para a utilização dos fundos europeus durante os próximos sete anos. No PE, o grupo parlamentar dos Verdes apelou ao voto contra o montante acordado para 2014, considerando que é “insuficiente e perpetua o princípio de um Orçamento da UE em baixa”. Para os Verdes, a redução das despesas terá um impacto negativo sobre os países beneficiários dos fundos regional e social, em que Portugal se inclui. (20,2%) ao proporcionar a 83,5% dos desempregados um emprego, um estágio ou uma formação profissional nos três meses que se seguiram ao seu registo nos centros de emprego. No caso de Portugal, o primeiroministro, Pedro Passos Coelho, reconheceu que o programa nacional baptizado “Impulso Jovem” arrancou com “muitas dificuldades”, que obrigaram ao seu ajustamento “mais do que uma vez”. Nos últimos meses, porém, o desempenho tem sido “mais positivo”, permitindo ao programa envolver “cerca de 70.000 jovens”, disse o primeiro-ministro, citado pela Lusa. Apesar da preocupação manifestada com o desemprego jovem, os líderes passaram ao lado da primeira condição para o combater: o relançamento da economia, que continua a fazer-se esperar na Europa. Esta omissão resulta da forte controvérsia que o tema gera na Alemanha, a economia mais dinâmica da UE, devido à pressão que tem sido exercida pelos parceiros europeus, Estados Unidos e Fundo Monetário Internacional (FMI) para Berlim reduzir a sua forte dependência das exportações e estimular a procura interna, ou seja, o investimento e o consumo nomeadamente através de aumentos salariais e reduções de impostos. A pressão vai hoje voltar a subir com a decisão que é esperada da Comissão Europeia de colocar Berlim sob vigilância por causa do seu elevado excedente externo, que rondou, em média, 7% do PIB nos últimos três anos. Esta vigilância será lançada ao abrigo dos novos procedimentos europeus destinados a detectar de forma precoce a eventual emergência de desequilíbrios macroeconómicos susceptíveis de pôr em risco a estabilidade do euro. Segundo as regras europeias, a existência de excedentes externos superiores a 6% do PIB durante três anos consecutivos constitui um desequilíbrio que terá de ser acompanhado de perto e, eventualmente, corrigido. Esta análise poderá, dentro de alguns meses, desembocar numa recomendação de Bruxelas para Berlim corrigir as causas profundas do desequilíbrio, mas, no seu caso específico, uma eventual recusa de cumprimento não desembocará automaticamente em sanções. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | ECONOMIA | 23 Indústria das bebidas espirituosas quer aumento de imposto igual para todos Bolsas HUGO DELGADO Fiscalidade Ana Rute Silva O DIA NOS MERCADOS Associação que representa 70% do mercado vai propor no Parlamento aumento de 3,5% transversal a todas as bebidas alcoólicas A Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE) vai propor aos grupos com assento parlamentar um aumento de impostos sobre as bebidas alcoólicas igual para todos, na ordem dos 3,5%. O Orçamento do Estado para 2014 agrava os impostos sobre as cervejas, vinho do Porto ou gin, mas de forma diferenciada. A subida mais expressiva é a das bebidas espirituosas (5%), sector que tem visto agravarem-se os custos fiscais nos últimos anos. Em 2012 e 2013 o Governo agravou o imposto sobre estes produtos (que incluem desde whiskies a bebidas como o Licor Beirão) em 7,5%. A subida prevista para 2014 surpreendeu a ANEBE, que critica a diferenciação no tratamento, nomeadamente face às cervejas, que deverão ter aumentos de pouco mais de 1%. Nos últimos dois anos, registou-se uma diminuição de 20% dos postos de trabalho desta indústria, com quebras de vendas de 10% em valor e de 12% em volume em 2012 e 2013. O cenário para 2014 não é optimista. “Não conseguimos compreender a aparente diferenciação de tratamento. Quer no caso das cervejas, quer no das bebidas espirituosas, em causa estão operadores nacionais e internacionais. Por que é que a Adega de Favaios ou o Licor Beirão têm de contribuir mais para o esforço de ajustamento nacional do que os cervejeiros?”, pergunta Mário Moniz Barreto, secretário-geral da ANEBE. Para Daniel Redondo, director comercial e de marketing da Licor Beirão, o aumento do imposto nas empresas nacionais “enfraquece a base nacional, essencial para financiar o sector”. “Exportamos para 40 países e já é difícil para nós vender para o estrangeiro porque partimos de um mercado pequeno, apesar da vantagem de termos muito turismo”, afirma ao PÚBLICO. As exportações têm atenuado a quebra do consumo interno e, por isso, Daniel Redondo estima crescer acima dos 20% nos mercados internacionais este ano. Contudo, o aumento do imposto vem acentuar dificuldades e levou, Dinheiro, activos e dívida Diário de bolsa Divisas Valor por euro Portugal PSI20 Euro/Dólar 1,343 Euro/Libra 0,8441 6175 Euro/Iene 133,78 5950 Euro/Real 3,1312 5725 Euro/Franco Suíço 1,2321 5500 6400 Últimos 3 meses Acções Taxas de juro Euribor 3 meses 0,218% PSI20 -0,12% Euribor 6 meses 0,322% Euro Stoxx 50 -0,59% n.d. Dow Jones Variação dos índices face à sessão anterior Euribor 6 meses OE aumentou em 5% os impostos sobre bebidas espirituosas a par de um aumento da contrafacção, à adesão da empresa da Lousã à ANEBE, que representa agora 70% do sector. O agravamento fiscal sobre as restantes bebidas alcoólicas oscila entre os 0,93% face ao OE de 2013 e 1%, quando em causa estão produtos com um volume de álcool superior a 1,2%. Em 2014, outras bebidas como o vinho do Porto ou aguardentes vínicas sofrerão subidas de 4,9%, para 69,67 euros por hectolitro. No caso das cervejas, o imposto aumentou 1,29% este ano e deverá crescer 1,01% no próximo ano. 111,8 Entre Janeiro e Agosto, o Estado encaixou 111,8 milhões de euros com o Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas, um aumento de 1% face ao período homólogo de 2012 20% Nos últimos dois anos a indústria das bebidas espirituosas perdeu 20% dos trabalhadores, e as vendas caíram 10% em valor De acordo com os dados mais recentes da execução orçamental, entre Janeiro e Agosto, o Estado encaixou 111,8 milhões de euros com o Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA), uma subida de 1% comparado com o mesmo período do ano passado, mas muito empurrada pelas vendas verificadas em Agosto, o melhor mês turístico. Até Julho, as receitas fiscais caíram 1%, face a 2012. Este imposto incide sobre o álcool para fins industriais, as cervejas, os chamados produtos intermédios (como licores, vinho do Porto ou espumantes) e as bebidas espirituosas. As previsões do Governo apontam para uma subida de 7% das receitas líquidas em sede de IABA em 2014, para 181,6 milhões de euros. “Esta previsão tem subjacente a evolução esperada da introdução no consumo do álcool e de bebidas alcoólicas em 2014 e o impacto das alterações legislativas propostas para esse ano”, lê-se no relatório que acompanha a proposta de lei do OE. Contudo, Mário Moniz Barreto garante que os cofres do Estado não vão sentir qualquer aumento de liquidez. Com o aumento do imposto, haverá transferência de consumo para produtos mais baratos (o que leva a uma queda de receitas), impulsionam-se as compras transfronteiriças e provocase “o aumento de actividades ilegais, como o contrabando, a produção ilícita e a falsificação”. Daniel Redondo defende, por seu lado, que está em causa uma mera “destruição de valor”, que não é compensada pelo aumento da receita para o Estado. O IABA é um dos impostos especiais sobre o consumo, onde se incluem os produtos petrolíferos e energéticos e os tabacos manufacturados. O Governo também agravou o imposto sobre o tabaco de enrolar, medida que também já foi contestada pela ESTA – European Smoking Tobacco Association. Nunca carta enviada ao executivo, alertou que o aumento de 33% na tributação terá como consequência uma quebra na receita fiscal de impostos sobre o tabaco de 62%, face a 2013. Mais Transaccionadas 0,3500 Volume 0,3425 BCP 0,3350 Banif 42.788.123 0,3275 BES 12.424.588 0,3200 PT 2.959.661 Últimos 3 meses EDP 2.878.892 Melhores Variação Mercadorias 101.453.767 Petróleo 106,26 BES 1,27% Ouro 1277,21 Banif 1,25% Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares REN 1,22% Obrigações Piores Variação OT 2 anos 3,389% Zon Optimus OT 10 anos 5,930% PT -1,83% Sonaecom -1,06% -1,93% Europa Euro Stoxx 50 Obrigações 10 anos 7,75 3100 7,25 3000 6,75 2900 6,25 2800 5,75 2700 Últimos 3 meses Últimos 3 meses PSI-20 Nome da Empresa PSI-20 Var% Última Sessão Volume Abertura Mínimo Performance (%) 5 dias 2013 6417,79 6428,03 6373,48 2,59 875142 2,58 2,63 2,58 5,20 62,97 BANIF 1,25 0,01 42788123 0,01 0,01 0,01 -1,23 -94,45 BPI 0,34 1,17 1001091 1,17 1,18 1,15 BCP 0,09 0,11 101453767 0,11 0,12 0,11 2,80 BES 1,27 1,04 12424588 1,04 1,05 1,02 3,53 16,20 COFINA 6383,20 170995409 Máximo 0,7 ALTRI -0,12 Fecho 1,38 2,11 23,86 0 0,57 306065 0,57 0,58 0,57 -0,53 0,15 2,72 2878892 2,73 2,73 2,70 EDP RENOVÁVEIS -0,54 EDP 12,87 52,13 -3,74 0,18 18,56 4,02 342357 4,03 4,06 4,00 -1,05 ESFG -0,06 5,14 17407 5,16 5,19 5,13 -0,91 -2,71 GALP ENERGIA -0,44 12,33 919757 12,41 12,47 12,32 -1,00 4,80 J. MARTINS 0,48 14,79 480261 14,74 14,79 14,68 4,92 1,30 MOTA-ENGIL 0,13 3,79 269117 3,80 3,84 3,75 PT -1,83 3,27 2959661 3,33 3,34 3,27 -0,54 -12,91 PORTUCEL 0,74 2,87 328598 2,85 2,88 2,85 1,32 25,75 REN 1,22 2,32 164953 2,29 2,32 2,29 3,52 0 7,76 74048 7,75 7,81 7,71 5,87 36,38 0,08 64,21 SEMAPA 0,65 8,46 141,54 12,85 SONAECOM -1,06 2,43 235813 2,46 2,46 2,43 SONAE IND. -0,75 0,66 482344 0,67 0,67 0,66 10,32 34,56 SONAE -0,91 1,09 2489804 1,10 1,10 1,08 0,55 58,08 ZON OPTIMUS -1,93 5,02 503621 5,13 5,17 5,02 -0,97 69,06 24 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Tensão e frustração aumentam nas Filipinas com demora da ajuda Comunidades devastadas pelo super tufão Haiyan e as equipas de emergência desesperam com as dificuldades de acesso. ONU apela à generosidade dos doadores para responder à tragédia Tufão Rita Siza Além da falta de água, alimentos, roupa, abrigo, cuidados médicos ou transportes, os milhares de habitantes das ilhas da região central das Filipinas que foram desalojados pelo super tufão Haiyan ainda tinham ontem que lidar com um novo desafio: a chuva torrencial da tempestade Zoraida, cuja trajectória seguia quase exactamente o mesmo percurso no centro e sul do arquipélago. Milhares de pessoas — esfomeadas, desidratadas, exaustas, desesperadas, furiosas — ainda esperavam que a ajuda prometida se materializasse, em Tacloban, a capital da província de Leyte, e também em Baco, Bailey ou Guinian, nas ilhas vizinhas de Cebu e Samar. Cinco dias depois do tufão que bateu recordes, o pessoal de emergência enviado por organizações como os Médicos Sem fronteiras ou ainda esperam em Manila pela luz verde para descolar para a região. O aeroporto de Tacloban, por exemplo, só estava aberto para voos militares — e aviões de carga C-130 têm estado a aterrar, mas a conta-gotas. Descarregam contentores de mantimentos e transportam refugiados para a capital Manila, a cerca de 600 quilómetros. Agora, a aproximação de mais uma tempestade não só põe esse movimento limitado em risco, como inviabiliza as missões dos helicópteros que têm vindo a despejar (literalmente) do ar caixotes com água e comida para suster as populações das áreas isoladas, sobretudo as zonas costeiras. “Imagine um gigante que esmaga com o pé uma aldeia inteira. O cenário é esse, está tudo desfeito”, descrevia Sandra Bulling, da Care International, ao Financial Times. Filas compactas de residentes sem casa serpenteiam pelas imediações do aeroporto de Tacloban: os que não conseguem aceder aos cabazes distribuídos logo à porta do edifício, não se ensaiam para assaltar os camiões que dali partem para entregar mantimentos na cidade. Nas localida- des, os soldados e agentes da polícia vêem-se impotentes para travar as pilhagens, dirigir o trânsito, procurar os 600 presos que fugiram da cadeia e impor a ordem de recolher obrigatório entre as 22h e as 6h em vigor desde segunda-feira. Alguns comerciantes e grupos de vizinhos organizaram-se em grupos de vigilantes: tal como as autoridades, não reagem se alguém rouba comida ou procura um tecto; mas já houve violência contra o saque de electrodomésticos ou mobiliário. Em Manila, a vice-secretária geral para as questões humanitárias e auxílio de emergência da das Nações Unidas, Valerie Amos, admitia que “é preciso fazer muito mais” para garantir que a ajuda já disponível chega às comunidades que necessitam dela, e exprimia a sua frustração com “as dificuldades de acesso” que têm impedido as equipas de emergência de fazer o seu trabalho. “As coisas ficarão mais fáceis quando ultrapassarmos esses obstáculos”, esperava. 225 milhões de euros A ONU, que já libertou 25 milhões de dólares para o envio imediato de material essencial para a sobrevivência, fez ontem um apelo à generosidade dos doadores mundiais, anunciando a criação de um fundo para responder à tragédia nas Filipinas: segundo os seus cálculos, serão precisos pelo menos 225 milhões de euros para a “alimentação, saúde, saneamento, abrigo, limpeza e protecção dos mais vulneráveis”. A Accord, uma organização filipina de ajuda, estimou que a recuperação das áreas impactadas pelo tufão demore cerca de dois anos. “Ninguém ficará sem ajuda, por mais difícil que seja, por mais isolado que esteja: não deixaremos ninguém para trás, nem uma única pessoa”, prometia o porta-voz da presidência, Edwin Lacierda, em declarações à Associated Press. Uma moradora de Tacloban apontava para os últimos apelos escritos em letras garrafais nos muros ou fachadas que ainda estavam de pé ou no alcatrão da pista do aeroporto: às À espera no aeroporto de Tacloban, arrasado pelo tufão 2,5 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar, após a passagem do tufão. A FAO, a agência para a alimentação da ONU, pede 24 milhões de dólares para as ajudar câmaras da Reuters, explicava que a população quer que as equipas de emergência recolham os cadáveres em decomposição debaixo dos escombros e nas bermas das estradas. “Há três dias que esperamos que venham resgatar os corpos. Porque é que não vêm? O cheiro é insuportável”, dizia. “Temos cadáveres na água, cadáveres nas pontes, cadáveres nas ruas”, reconheceu o director da Cruz Vermelha das Filipinas, Richard Gordon. Mas com tantos problemas para resolver, a prioridade são aqueles que estão vivos, explicou. “Numa situação de desastre, não faz sentido desviar recursos. Não vamos deixar de tratar os vivos para enterrar os mortos”, acrescentou, garantindo que no cenário actual em Tacloban, o risco dos cadáveres para a saúde pública é “negligenciável”. A missão das equipas forenses é complicada, sobretudo em termos logísticos. Não há condições para a conservação dos corpos, que estão a ser embrulhados em sacos e não há registos (impressões digitais, fichas dentárias ou DNA) que permitam identificar as vítimas. No aeroporto, Maria Adelfa Jomerez, de 58 anos, disse à AFP que deixou os corpos do filho e da nora para trás, numa casa mortuária, e do neto, “num plástico em frente ao hotel onde estão a recolher os cadáveres”. “Preferia que não fossem enterrados numa vala comum, mas não há caixões, não há ninguém para os levar para o cemitério. Não há nada a fazer”, concluía. “Exagero” nas vítimas? Numa entrevista com a CNN, o Presidente das Filipinas, Benigno Aquino, disse ontem que estimativas até agora repetidas sobre o possível número de vítimas da tempestade “podem ter sido exageradas” dado o “trauma emocional” e que o total de fatalidades pode “ficar substancialmente abaixo das dez mil”. “A estimativa que tenho agora anda à volta de 2000, 2500 [vítimas], mas não é definitiva. Ainda estamos a tentar contactar com 29 municípios, estabelecer quantas mortes estão confirmadas, qual é o número de desaparecidos”, observou. Até ao momento, foram oficialmente confirmados 1774 óbitos. No entanto, as equipas da ONU continuavam a apontar para o número PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | MUNDO | 25 ASMAA WAGUIH/REUTERS Poliomielite na Síria tem origem no Paquistão PHILIPPE LOPEZ/AFP Saúde Clara Barata Os ventos mais fortes de sempre O de dez mil mortos — avançado, aliás, pelo Exército filipino — como o mais aproximado da realidade. Mais de 2500 pessoas foram tratadas a ferimentos diversos — um hospital da campanha improvisado no aeroporto de Tacloban garantia suturas em cortes e lacerações, mas não podia fazer. “Não temos meios, faltam compressas, vacinas, medicamentos”, enumerava um dos médicos. Segundo as autoridades, 800 mil pessoas estão desalojadas e mais de dois milhões estão dependentes de ajuda alimentar (toda a produção de arroz, que sustenta a economia local, está perdida). O tufão atingiu 41 das 80 províncias do país: 30 ficaram sem abastecimento eléctrico e 15 permaneciam ontem em silêncio, sem telecomunicações. O Departamento de Energia das Filipinas disse que o restabelecimento do serviço em várias das ilhas afectadas poderia demorar seis meses. tufão Haiyan chegou a soprar com ventos de 314 km/hora e por isso terá sido o mais forte a chegar a terra. “Fazia um som como um porco na matança”, disse à Reuters Belle Segayo, que faz parte da Comissão das Alterações Climáticas das Filipinas, que estava na cidade de Tacloban quando a tempestade começou a atingir a ilha de Leyte. “Vivemos em primeira mão aquilo sobre o qual temos andado a pregar.” Se as alterações climáticas tiveram alguma coisa a ver com o supertufão é algo que poucos cientistas se atreverão a afirmar. Mas o motor das tempestades — a subida da temperatura das águas à superfície —, esse, está com certeza a aumentar. “Não se pode dizer que acontecimento seja causado ou até exacerbado pelas alterações climáticas. Mas podemos dizer que os dados estão a ser viciados de forma a causar tempestades graves no futuro”, disse à Reuters Will Steffen, director executivo do Instituto das Alterações Climáticas da Universidade Nacional Australiana. Mas a devastação deverá ter sido aumentada pela geografia, que criou uma espécie de efeito de funil, que despejou uma onda de cinco metros de altura sobre a cidade de Tacloban, avança a revista New Scientist. As ondas foram conduzidas para Tacloban através de um canal que separa a ilha de Samar, a nordeste, da província de Leyte, a sudoeste, onde fica Tacloban. A cidade fica num promontório, completamente exposta, à mercê das ondas provocadas pela tempestade. Cerca de 20 tufões atingem todos os anos as Filipinas. Mas nos últimos dois anos, temse registado uma mudança de padrões, com grandes tempestades a chegaram mais a sul. A culpa é das alterações climáticas? Talvez, mas ninguém arrisca dar uma resposta a 100%. Estado de emergência e recolher obrigatório vigorava há três meses Governo egípcio levanta estado de emergência Médio Oriente Militares foram obrigados a antecipar em dois dias o fim das medidas restritivas. Até agora não há sinal de que sejam renovadas O Governo interino do Egipto, controlado pelos militares, anunciou ontem o fim do estado de emergência e do recolher obrigatório no país, decretados há três meses. A medida estava prevista para entrar em vigor apenas amanhã, mas foi antecipada para ontem devido a uma decisão judicial. O estado de emergência em todo o país e o recolher obrigatório no Cairo e em 11 províncias foi instaurado no dia 14 de Agosto, na sequência de uma onda de violência provocada pela repressão contra membros e apoiantes da Irmandade Muçulmana, do Presidente deposto, Mohamed Morsi. O estado de emergência permitiu aos actuais responsáveis do Egipto ordenarem detenções e buscas às habitações de pessoas consideradas suspeitas sem a necessidade de mandados judiciais. A decisão das autoridades egípcias surgiu na sequência de uma ordem judicial, segundo a qual o estado de emergência — que inclui o recolher obrigatório entre as 1h e as 5h — expirava ontem e não amanhã, 14 de Novembro. Quando foi inicialmente decretado, a 14 de Agosto, deveria vigorar por apenas um mês, mas as autoridades prolongaram-no por mais dois meses no dia 12 de Setembro. “O tribunal argumentou que o fim do estado de emergência deve ser 12 de Novembro e não 14 de Novembro, já que a extensão foi anunciada a 12 de Setembro”, disse uma fonte judicial à agência Reuters. Não há informações sobre se as autoridades se preparam para anunciar uma nova extensão do estado de emergência. A ordem tornou-se efectiva a partir das 14h de ontem, disse à BBC um conselheiro do primeiro-ministro, Hazem el-Beblawi. As autoridades do Egipto detiveram milhares de activistas islâmicos e manifestantes pró-Morsi nos últimos três meses, após a deposição do Presidente num golpe militar, na sequência de gigantescos protestos nas ruas do Cairo. Desde então, cerca de 1200 pessoas morreram em confrontos com a polícia e o Exército, 638 das quais só no dia 14 de Agosto. Morsi está a ser julgado por incitamento à morte de manifestantes. Na primeira sessão, no dia 4 de Novembro, o Presidente deposto gritou o slogan “Abaixo o governo ilegítimo” e dirigiu aos juízes o gesto que se tornou símbolo da revolta da Irmandade — quatro dedos erguidos, ou arbaa, palavra que em árabe significa quatro. “Sou o Presidente da República e este tribunal é ilegal”, gritou Morsi, aplaudido por Essam al-Erian e Mohammed al-Beltagui, dois dos 14 co-arguidos neste processo. Ao final de algum tempo, o juiz deu a sessão por encerrada, marcando a próxima sessão para 8 de Janeiro. Os 15 arguidos, todos dirigentes da Irmandade, respondem em tribunal pela morte de sete pessoas, no final do ano passado, durante uma manifestação em frente ao palácio presidencial, num momento de viragem para os destinos da Irmandade. Sequenciação genética revela que foram também detectadas estirpes deste vírus em Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza A estirpe de vírus da poliomielite que infectou pelo menos 13 crianças na Síria é originária do Paquistão, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS). “A sequenciação genética indica que os vírus isolados estão relacionados com os vírus detectados em amostras ambientais recolhidas no Egipto em 2012 [que tinham sido relacionados com poliovírus naturais que estão em circulação no Paquistão]”, disse a OMS num comunicado divulgado ontem. Foram também detectadas estirpes deste vírus paquistanês nos esgotos de Israel, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. A poliomielite já quase desapareceu, através da vacinação de todas as crianças. É a segunda doença que está na calha para ser erradicada, depois da varíola, extinta em 1979. Em 2013, a doença é endémica apenas em três países: Nigéria, Afeganistão e Paquistão, onde os taliban têm afugentado os profissionais de saúde que trabalham nas campanhas de vacinação, por desconfiança de que sejam da CIA. Espiões norteamericanos que trabalharam na descoberta do esconderijo de Bin Laden terão feito de conta que vacinavam crianças paquistanesas. Na Síria, a poliomielite nunca mais tinha sido detectada desde 1999. Mas voltou a aparecer, em Outubro, em Deir Al Zour, no Leste do país, uma das zonas mais fustigadas pela guerra, e onde há milícias islâmicas. Há 13 crianças com paralisias confirmadas e foi lançada uma campanha para vacinar 20 milhões de crianças nos próximos seis meses na região. O Centro Europeu de Controlo e Prevenção das Doenças sublinha que nos países europeus onde há uma boa cobertura de vacinação — entre os quais Portugal — as pessoas vacinadas não ficarão doentes, tal como acontece em Israel. Mas estas pessoas podem transmitir a doença a outras que não foram vacinadas. Além disso, devido à guerra na Síria, com a deslocação de uma enorme quantidade de pessoas, a OMS julga que o risco de a doença se espalhar na região é alto. 26 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Os ventos das revoluções árabes levaram alguns direitos das mulheres As revoltas de 2011, a que muitas mulheres também se entregaram nas ruas, deram-lhes afinal mais violência e menos direitos, conclui um estudo elaborado pela Thomson Reuters Foundation AHMED JADALLAH/REUTERS Igualdade de géneros Ana Dias Cordeiro As revoltas da Primavera Árabe não trouxeram benefícios às mulheres e a sua situação em países como o Egipto, a Líbia ou a Tunísia não melhorou, e até piorou. O Egipto é o pior país, no mundo árabe, para uma mulher viver, de acordo com um ranking publicado ontem pela Thomson Reuters Foundation, um instituto de pesquisa ligado à agência Reuters, que regista também os perigos que espreitam as mulheres na Tunísia, onde das primeiras eleições saiu um Governo dominado por um partido de inspiração islâmica moderada, e na Líbia, onde os abusos físicos, tentativas de extorsão e raptos de mulheres se tornaram mais frequentes no clima conturbado do pós-revolução. O Iraque já esteve na vanguarda dos direitos concedidos às mulheres em países árabes mas é agora o segundo pior na lista de 22 países, os 21 Estados da Liga Árabe e a Síria (que foi membro da Liga até 2011). Na Arábia Saudita, houve avanços na participação das mulheres, embora simbólica, na política, mas socialmente o país continua a surpreender pela negativa, e é o terceiro pior classificado do ranking. A Reuters lembra que um ano após o derrube de Saddam Hussein em 2003, o então Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou que as mulheres seriam beneficiadas porque “as câmaras de violação e tortura” estavam “fechadas para sempre”. Mas a prostituição e a violência doméstica aumentaram e as mulheres perderam oportunidades desde que, em grande número, perderam os maridos na violência que se seguiu à mudança de regime. A expectativa frustrada para os direitos das mulheres, enquanto uma das conquistas das revoltas árabes ou das mudanças de poder, é aliás uma tendência notória deste inquérito anual, elaborado pela terceira vez pela Thomson Reuters Foundation, que desenvolve actividade jornalística, de investigação e de apoio a organizações não governamentais. Aponta porém como positivo o envolvimento mais activo das mulheres nas causas pelos seus direitos e liberdades. “As revoluções não frustraram as As mulheres participaram nas revoltas árabes, mas isso não significou que ganhassem mais direitos 22 O estudo abrange 22 países — os 21 Estados da Liga Árabe mais a Síria 336 Neste inquérito, 336 especialistas em questões de género foram entrevistados, entre Agosto e Setembro deste ano expectativas das mulheres porque lhes deram a oportunidade de marcarem posição”, disse a responsável da New Woman Foundation no Egipto, Amal Abdel Hadi. Por outro lado, salienta como é importante pensar no longo prazo e não se deixar derrotar por estas conclusões, algumas devastadoras, e que reflectem a própria situação dos países. Na Síria, destroçada por mais de dois anos e meio de guerra, as mulheres são especialmente visadas. Tanto em zonas controladas pelas forças leais ao Presidente Bashar al-Assad — que as usam como armas de guerra, com raptos e violações — como em áreas dominadas pelos rebeldes, onde grupos extremistas islâmicos lhes retiraram todos os direitos antes conquistados, dizem grupos de direitos humanos sírios. Muitas ficaram viúvas e mais vulneráveis a abusos ou às dificuldades neste país, que passou a ser o quarto pior classificado em condições de vida das mulheres, ultrapassado por países onde a sharia (lei islâmica) é uma constante ameaça (Somália) ou é imposta na maioria do país (Sudão). Pressão na península Somália (9.º pior classificado) e Sudão (6.º pior) são também ultrapassados pelo Iémen, onde o problema principal apontado no inquérito continua a ser o dos casamentos forçados de meninas nas zonas rurais, e o risco da influência da doutrina islamista na Península Arábica, que “tenta suprimir as vozes das mulheres”, disse, citada pela Reuters, a Nobel da Paz 2011 Tawakkul Karman, do Iémen. A activista nota porém que “todos os dias vão sendo menos as vozes conservadoras”. A situação na Tunísia piorou para as mulheres desde a chegada ao poder de um Governo islâmico cujos responsáveis “desempenham o papel de polícia religiosa” na pressão exer- cida sobre as mulheres, denuncia a activista e blogger tunisina Lina Ben Mhenni, nomeada para o Nobel. O derrube e a morte de Kadhafi, em 2011, não proporcionaram às mulheres da Líbia maior estabilidade ou segurança. Desde então, raptos, tentativas de extorsão e abusos físicos contra mulheres tornaram-se mais frequentes. Por concretizar estão ainda as esperanças de que os direitos das mulheres sejam consagrados na Constituição. Na Arábia Saudita, onde as mulheres não podem conduzir ou precisam da autorização do marido para viajar ou trabalhar, e na Tunísia, onde a poligamia é frequente e os direitos de heranças favorecem em muito os homens, têm-se registado sinais tímidos de avanços na participação das mulheres na política, nota o inquérito, realizado com base em entrevistas a 336 especialistas em questões de género nos 22 países entre Agosto e Setembro deste ano. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | MUNDO | 27 WANG ZHAO/AFP Breves Sondagem Alexandre Martins Coreia do Norte Dezenas executados por verem filmes ou lerem a Bíblia A notícia da execução pública de 80 pessoas na Coreia do Norte foi dada por uma única fonte, anónima, a vários jornais da Coreia do Sul, mas rapidamente se espalhou na imprensa internacional. Segundo jornais de Seul, como o JoongAng Ilbo, um dos mais influentes do país, as 80 pessoas, algumas consideradas culpadas de delitos como verem vídeos de entretenimento sul-coreanos ou estar em posse de uma Bíblia, foram executadas em público em sete cidades, perante o olhar de milhares de pessoas, onde se incluíam crianças, forçadas a assistir. Numa das cidades, as autoridades juntaram dez mil pessoas para assistir. Algumas das vítimas tinham sido acusadas de disseminar pornografia. RD Congo Falham negociações entre Governo e rebeldes do M23 A delegação da República Democrática do Congo (RDC) abandonou ontem as negociações para um acordo de paz entre o Governo e o grupo rebelde M23. Kinshasa acusa o Uganda, que esteve a mediar o acordo, de apoiar secretamente os rebeldes. A reunião que pretendia pôr fim ao conflito decorreu na cidade de Entebbe, no Uganda, mas terminou com o abandono dos responsáveis do Governo congolês. “O Uganda parece agir como parte deste conflito”, criticou o porta-voz da RDC, Lambert Mende, afirmando que o país mediador “tem interesses no M23”. Na segunda-feira, quando se iniciaram as negociações, o Governo do Congo tinha pedido mais tempo para estudar o documento do acordo de paz. Cidadãos não se sentem mais seguros espiados Um estudo feito antes das revelações sobre Merkel diz que alemães são os que mais se opõem à vigilância em larga escala A nova política recentra-se no incentivo do consumo interno Na China, o mercado vai passar a controlar a economia Reformas Ana Gomes Ferreira “Nova fase de desenvolvimento” aprovada pelo Comité Central. Política do filho único muda A reunião plenária do Comité Central do Partido Comunista chinês terminou e foi anunciado o “aprofundamento geral das reformas”. Pouco se sabe de concreto, só nos próximos dias (ou semanas) será publicada a lista do que foi aprovado, mas um comunicado final abre pistas: as regras do mercado terão um papel fundamental na economia, os camponeses terão direitos sobre as propriedades, haverá mais casais a ter um segundo filho. Esperava-se que desta reunião saísse uma “reforma sem precedentes” na política económica, social e ambiental da China. Porque foi de dentro do aparelho governativo que saíram as notícias que davam este encontro dos mais de 300 membros do Comité Central como “histórico”, com mudanças económicas, sociais e ambientais. Destas reuniões plenárias surgiram todas as grandes mudanças da China; em 1978 Deng Xiaoping abriu a China ao mundo e começou a criar a lógica “um país dois sistemas”, em 1993 foi anunciada a “economia de mercado socialista”. Pode vir a provar-se que este também foi um plenário histórico. Há que deixar passar o tempo e avaliar as decisões para se saber o rumo que o Presidente Xi Jinping imprimiu à China. Para já, as reacções dos observadores ao que se passou entre sábado e ontem são cautelosas mas positivas. As pistas parecem dar indicadores de que as reformas vão mesmo ser aplicadas. A economia terá estado no topo da agenda e a agência Nova China diz que as regras do mercado vão ter um “papel decisivo” na “gestão dos recursos”. Desta nova política económica, faz parte a mudança do eixo do que gera o crescimento económico, até aqui centrado na produção e agora recentrado no consumo interno. Solteiros e consumistas Enquanto o Comité Central — e o poderoso Comité Permanente, composto por sete elementos e presidido pelo Presidente Xi — estava reunido à porta fechada num hotel em Pequim, a China celebrou o Dia do Solteiro, na segunda-feira. Celebrou com uma megacampanha de promoções nas vendas online e, à hora do almoço, já se tinham atingido recordes; num dia os chineses gastaram 5700 milhões de dólares. No período da manhã, a Alibaba, o maior grupo de comércio online da China, vendeu tanto como em todo o Dia dos Solteiros de 2012. Uma iniciativa que foi incentivada pelo Governo. Diz o Wall Street Journal, o primeiro-ministro Li Keqiang elogiou o fundador da Alibaba. E este ajudou a passar a ideia dos governantes: “O 11/11 não é sobre números, é sobre a promoção de um ambiente de consumo mais saudável”, disse o fundador, Jack Ma. “A questão central” desta “nova fase de desenvolvimento”, diz o comunicado do Governo chinês, “é o estreitar da relação entre o Governo e o mercado, permitindo que o mercado tenha um papel decisivo na gestão dos recursos”. Outras decisões foram tomadas, por exemplo a criação de um Comité de Segurança do Estado, o desejo de modernizar o aparelho militar, a promessa de encorajar o investimento privado em algumas cidades chinesas e o reforço da guerra contra a corrupção. No campo ambiental nada transpareceu. No social, pouco saiu para fora. Mas o Caixin online avançou que a política do filho único vai mudar. Não radicalmente, mas vai mudar. Os casais onde exista um elemento que cresceu como filho único poderão ter uma segunda criança. Até aqui, só quando ambos os pais eram filhos únicos o casal podia ter um segundo filho. As mais recentes revelações sobre os programas de vigilância em larga escala da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana voltaram a lançar o debate sobre o equilíbrio entre a segurança nacional e a violação de privacidade. As revelações sobre a espionagem a líderes mundiais tornaram o ambiente diplomático ainda mais pesado, com chamadas de embaixadores, queixas públicas e ameaças de fazer cair acordos. É difícil perceber onde acaba a espionagem legítima e começa a violação de privacidade de cidadãos que não são suspeitos de terem cometido crimes. É sobre este segundo tema que se debruça uma sondagem feita pelo German Marshall Fund, um think tank com sede em Washington que promove a cooperação entre os EUA e a Europa. O estudo foi realizado entre 6 e 9 de Setembro, quando já tinham sido revelados os programas de vigilância em larga escala da NSA, mas ainda não era do conhecimento público que Angela Merkel também tinha sido espiada. “Acha que há justificação para que o seu Governo recolha dados de telefones e da Internet dos seus cidadãos como parte dos esforços para proteger a segurança nacional, ou acha que essa actividade vai longe de mais na violação da privacidade dos cidadãos e não é, portanto, justificável?” foi a pergunta feita a mais de cinco mil pessoas, nos EUA, Reino Unido, Alemanha, França e Suécia. As respostas negativas são mais comuns na Alemanha, onde 70% consideram que a espionagem em larga escala “não é justificável”. Dos restantes, 25% acham que esse tipo de actividade é “justificável” e 5% dizem que não sabem. Nos EUA, 54% acham que “não é justificável”; em França e na Suécia o valor desce um pouco, para 52%; e no Reino Unido fica-se pelos 44%. Ainda assim, qualquer destes valores é superior ao dos grupos que consideram a vigilância em larga escala “justificável”: 25% na Alemanha, 28% nos EUA, 35% em França, 34% na Suécia e 33% no Reino Unido. 28 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Saídas de José Ribeiro e Maria João Seixas “são sinal de morte do cinema” O presidente do Instituto do CInema e do Audiovisual demitiu-se e a directora da Cinemateca Portuguesa não concorreu ao concurso público, que terminou no dia 6 de Novembro. Sector quer explicações da SEC NUNO FERREIRA SANTOS CARLOS LOPES/ARQUIVO Cinema Cláudia Carvalho Depois dos constantes avisos, José Pedro Ribeiro demitiu-se do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). E, no mesmo dia, Maria João Seixas, directora da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, em Lisboa, revelou que também vai abandonar o cargo. Se o sector do cinema já estava tremido, com estas saídas perde a confiança na tutela e teme uma “situação de catástrofe”. Explicações são exigidas e a demissão do secretário de Estado é pedida. José Pedro Ribeiro demitiu-se e Maria João Seixas não se candidatou ao concurso público que abriu no final do mês do Outubro para a direcção da Cinemateca. Nenhum dos dois responsáveis explicou os motivos das suas decisões ( José Pedro Ribeiro esteve incontactável e Maria João Seixas limitou-se a confirmar a sua saída) mas, apesarem de abandonarem os cargos de forma diferente, as suas saídas dão um sinal negativo ao sector, que se mostra cada vez mais preocupado com estado do cinema em Portugal. “Isto é, provavelmente, um presságio de que coisas muito negras estão para acontecer nos próximos dias”, diz ao PÚBLICO o produtor e distribuidor da Midas Filmes, Pedro Borges, para quem o cinema português corre o risco de ter “mais um ano zero”. “Temos andado a falar do ano zero de 2012 mas a verdade é que sem fundos corremos verdadeiramente o risco de 2013 e 2014 serem também anos zeros.” Para a cineasta Margarida Gil, presidente da Associação Portuguesa de Realizadores, se José Pedro Ribeiro e Maria João Seixas decidiram abandonar os seus cargos numa altura que é tão delicada para o cinema em Portugal, que se vê limitado nos apoios estatais e que luta pela aplicação da Lei do Cinema, é “porque existem motivos muito fortes”. “E não podem ser bons”, atesta Margarida Gil, que não é branda nas palavras. “Como é que é possível que o secretário de Estado da Cultura continue o seu dia-a-dia como se nada se passasse?”, questiona a cineasta, para quem estas saídas “são mais um sinal de morte do cinema”. “É muito inquietante porque já não se espera nada de bom e isto é muito Ainda não existem datas paro anúncio dos substitutos de Maria João Seixas e de José Pedro Ribeiro “Querem ou não cinema? Querem ou não fechar a Cinemateca? Sejam sinceros. Querem tornar Portugal numa espécie de Film Commission para virem cá os Woody Allens filmar as nossas paisagens e usufruírem do tempo?” Margarida Gil ameaçador”, continua, esperando que os responsáveis políticos “parem para pensar e assumam de verdade o que querem fazer”. “Querem ou não cinema? Querem ou não fechar a Cinemateca? Sejam sinceros. Querem tornar Portugal numa espécie de Film Commission para virem cá os Woody Allens filmar as nossas paisagens e usufruírem do tempo?”, acrescenta Margarida Gil. Ao PÚBLICO a Secretaria de Estado da Cultura (SEC) limitou-se a explicar que “considerou-se não haver razões” para manter José Pedro Ribeiro, que entrou no ICA como assessor jurídico em 2000, tendo em 2003 assumido o lugar de vice-presidente e, dois anos depois a presidência, depois de este ter pedido a demissão na semana passada e de ter negado o pedido que lhe foi feito para que se mantivesse no cargo até à escolha de uma nova pessoa. Foi então substituído por Filomena Serras Pereira, que ocupava, desde Setembro, o cargo de assessora do conselho directivo do ICA. Também a vice-presidente do ICA, Ema Favila Vieira, pediu a demissão ao mesmo tempo de José Pedro Ribeiro, tendo Jorge Barreto Xavier solicitado que se mantivesse no cargo durante este período de transição. “Mas afinal o que é que aconteceu? O secretário de Estado deve-nos uma explicação sobre estas saídas”, defende Margarida Gil, pedindo a demissão de Barreto Xavier, caso este não tenha nem uma resposta para o que está a acontecer nem uma alternativa. Alternativa, essa, pedida também por Pedro Borges. “Tudo isto deixa-nos ainda mais preocupados, se é que isso é possível, porque não vejo nada que me possa levar a pensar que o secretário de Estado está a tentar resolver o problema. Ele não dos dá essa confiança”, diz o produtor, referindo-se à Lei do Cinema que estabelece o pagamento de uma taxa anual por parte dos ope- radores de televisão por subscrição — que se recusam até agora a pagar. “Há aqui o problema de empresas que não cumprem a lei e o Estado existe para fazer cumprir a lei e este é um problema do Governo todo. O Governo devia estar preocupado em encontrar um plano B”, atesta, lamentando ainda que “se desperdicem pessoas que acumularam capital de experiência” como José Pedro Ribeiro e Maria João Seixas, na direcção da Cinemateca desde Janeiro de 2010. António-Pedro Vasconcelos, presidente da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais, lamenta também “verificar que há pessoas das mais qualificadas que se vêem obrigadas a sair”. “Estou preocupado com a situação da Cinemateca, pela sua falta de meios e de condições que assegurem a sua missão de conservação do cinema”, diz o realizador, para quem a “ameaça” ao cinema e à produção audiovisual “é séria”. com S.C.A. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | CULTURA | 29 ENRIC VIVES-RUBIO Exercícios, ensaios e estafetas a concurso no Estoril Festival de cinema Jorge Mourinha Três filmes da competição do Lisbon & Estoril Film Festival, três experiências formais oriundas da produção alternativa Numa altura em que os festivais de cinema se multiplicam um pouco por todo o mundo, disputando a atenção de um público com cada vez mais oferta, o que é que pode ajudar a marcar a diferença e criar uma identidade? Esta é uma questão a que o Lisbon & Estoril Film Festival (Leffest) de Paulo Branco já respondeu numa vertente: concebendo na sua programação principal de antestreias e ciclos uma espécie de “encontro de opostos” entre a cinefilia mais hardcore e o cinema de prestígio para o grande público. Já a competição, apesar dos excelentes filmes que nos tem feito descobrir ao longo dos anos, ainda procura uma identidade definida, acolhendo tanto obras mais acessíveis e mainstream (Temporário 12, de Destin Cretton) como experiências formais mais exigentes (Harmony Lessons, de Emir Baigazin). Os três filmes a concurso de que aqui se fala esta quarta-feira — um quarto da selecção 2013 — são exercícios experimentais de cineastas trabalhando em circuitos de produção paralelos. Passemos ao de leve por Sieniawka (Monumental, sexta, 15, às 14h). É um ensaio entre o documentário e a alegoria ficcionada, rodado pelo polaco Marcin Malaszczak num hospital psiquiátrico construído sobre os escombros de um antigo campo de concentração nazi, com tanto de instalação audiovisual como de experiência formalista; o grande ecrã talvez não seja o sítio ideal para a sua busca. Onde Sieniawka parece nunca mais acabar, Viola, terceira longa do argentino Matías Piñeiro (Centro de Congressos do Estoril, sexta, 15, às 15h, e Monumental, sexta, 15, às 19h15, e sábado, 16, às 16h30), parece acabar quando está a começar a chegar a algum lado. Sem narrativa visível, Piñeiro constrói uma espécie de estafeta abstracta e lúdica de amores e desamores sob o signo da Noite de Reis de Shakespeare. Mas a displicência descontraída de todo o projecto, a aparência de filme improvisado entre amigos, parece reduzi-lo a uma anedota em circuito fechado incompreensível para quem está de fora. Sobra o mais curioso dos três — e também o único assumidamente escolar, realizado por um aluno da Academia de Cinema e Televisão de Berlim, com o húngaro Béla Tarr como orientador. The Strange Little Cat, do suíço Ramon Zürcher (Centro de Congressos do Estoril, hoje, às 17h; Monumental, hoje, às 21h45, e sexta, 15, às 16h30), segue um dia na vida de uma família berlinense que recebe família e amigos para um jantar. Rodado quase inteiramente dentro do apartamento, o filme é uma desmontagem estilizada das fórmulas da comédia familiar, mais coreografada do que representada, procurando transpor para o espectador a sensação de claustrofobia desesperada que a mãe sente pelo meio de todas as obrigações sociais. The Strange Little Cat revela segurança e inventividade, mas nunca nos faz esquecer a sua dimensão de exercício escolar. DR Strange Little Cat, do suíço Ramon Zürcher, é exibido hoje Alberto da Ponte, Poiares Maduro, Jorge Barreto Xavier e João Villa-Lobos na assinatura do protocolo RTP vai transmitir óperas e concertos do São Carlos e bailados da CNB OPArt Maria Lopes Protocolo entre RTP e o OPArt levará ao ecrã óperas, concertos e bailados. O primeiro evento é o Concerto de Ano Novo Concertos, óperas, bailados, documentários sobre o making of e o backstage das produções ou até programas sobre actividades fora do palco desenvolvidas pelo Teatro Nacional de São Carlos e pela Companhia Nacional de Bailado poderão chegar aos ecrãs dos canais da RTP a partir de Janeiro. O primeiro evento será o Concerto de Ano Novo, que a RTP2 transmitirá em directo, estipula o texto do protocolo assinado ontem entre a RTP e a OPArt, o organismo que agrega o teatro e a companhia de bailado (CNB), e a que o PÚBLICO teve acesso. O concerto realizar-se-á no São Carlos com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Depois, o calendário será acertado entre o novo consultor artístico, Paolo Pinamonti, e os responsáveis editoriais da estação, quando as temporadas artísticas estiverem definidas. Estão incluídos também no acordo os espectáculos da Orquestra Sinfónica Portuguesa e da CNB, que funciona no Teatro Camões. Esta parceria não implica quaisquer encargos financeiros para as duas partes. O teatro fornece os conteúdos e a RTP divulga-os em antena, através de publicidade institucional, e transmite-os nos dois canais de sinal aberto, nas antenas internacionais, na Internet ou na rádio, como aliás já faz há vários anos através da Antena 2. Mas está quase tudo em aberto ainda. O protocolo pretende “estimular a colaboração entre as duas entidades através de transmissões em directo ou em diferido, produção de programas musicais ou outros que se inscrevam no âmbito da actividade da OPArt e a sua difusão nos canais de televisão em particular da 2 e através das antenas de rádio da RTP nomeadamente da Antena 2”. O acordo é válido por um ano e renova-se automaticamente. A outra vantagem desta parceria é que os concertos, óperas e bailados do São Carlos — o único teatro nacional de ópera no país — e da CNB que integram o arquivo da RTP poderão igualmente passar a estar disponíveis, gratuitamente, nas plataformas da RTP na Internet, através do video-ondemand. O protocolo levou um ano a ser levado para o papel e diz respeito a concertos de câmara, concertos sinfónicos, óperas e bailados — ou seja, à programação formal do TNSC. Mas o administrador João Villa-Lobos disse ao PÚBLICO que a parceria pode e deve “ser mais abrangente” e acrescenta à lista alguns “conteúdos por explorar” como é o caso dos making of e backstage de algumas produções — que a RTP2 já chegou a transmitir — ou até algo em torno do diário da vida de um músico. “Isto é levar mais longe o serviço público, tanto do teatro como da RTP”, e pretende também captar mais espectadores para aquele teatro, argumenta Villa-Lobos. A intenção, reconhece o secretário de Estado da Cultura presente na assinatura do protocolo, é levar a programação do Teatro de São Carlos a um “auditório o mais alargado possível”, e a RTP é uma “grande oportunidade” para o concretizar. Até pela abrangência que os canais internacionais da RTP e da RDP proporcionam, lembrou o presidente da empresa, Alberto da Ponte. Na assinatura do protocolo, o ministro Miguel Poiares Maduro, que tutela a RTP, disse que esta parceria se enquadra nos “objectivos estratégicos” que pretende para o serviço público de TV e rádio: “ser regulador e dinamizador da qualidade do audiovisual, e ser promotor da cultura portuguesa no mundo”. E é também a “materialização da aposta do serviço público na cultura”. Recordando a ópera de Verdi La Traviata interpretada no São Carlos, em 1958, por Maria Callas e Alfredo Kraus, que está no arquivo da RTP, o ministro desejou que se retome a tradição de serviço público das duas instituições — ainda que, reconheceu, não a tão alto nível. 30 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 DANNY KRUG/REUTERS Aquém do prometido Crítica de música Andreas Staier mmmMM Porto, Casa da Música – Sala Suggia. Sábado, 2 de Novembro, 18h00. Obras de Beethoven e outros. Sala quase cheia Il Concerto Italiano mmmMM Rinaldo Alessandrini, direcção. Porto, Casa da Música – Sala Suggia. Domingo, 10 de Novembro, 18h00. Obras de Monteverdi, Melani, Bencini, Carissimi e A. Scarlatti. Sala quase cheia O Festival à Volta do Barroco, que anualmente faz as delícias do público da Casa da Música, está quase a terminar. Pelo caminho ouviu-se óptima música. Não sendo os únicos, os nomes de Andreas Staier e de Rinaldo Alessandrini eram dos que prometiam momentos de elevado valor artístico mas, perante plateias recheadas, ambos ficaram um pouco aquém do que deles se esperava. Andreas Staier apresentou-se com um programa particularmente difícil, embora conceptualmente interessante: as Seis Bagatelas op. 126 e as monumentais 33 Variações sobre uma valsa de Diabelli, de Beethoven, foram precedidas de algumas das famosas variações escritas por compositores austríacos sobre o mesmo tema, em resposta a um CASA DA MÚSICA/ JOÃO MESSIAS Andreas Staier desafio lançado pelo compositor e editor Anton Diabelli. Staier é um músico versátil e rigoroso que não é dado a exuberâncias. A sua proposta parece conter uma leitura de profundo respeito para com a partitura mas, sentado a um piano moderno, faltou-lhe o rasgo que transforma uma boa execução num momento brilhante. Do melhor que ao final do concerto se traz na memória, ficam as Bagatelas, tão mais acessíveis a quem toca como a quem ouve. Já o grupo de Rinaldo Alessandrini não se apresentou na sua melhor forma. Il Concerto Italiano não convenceu com o enérgico brilho e a sensualidade a que o agrupamento tem habituado o público e de que numerosos registos discográficos são testemunho. Não muito longa nem muito curta, a duração do programa foi ideal, com o intervalo como eixo de simetria na apresentação de duas litanias para a Virgem (Monteverdi e Melani), duas Salve Regina (Melani e A. Scarlatti) e dois Magnificat (Bencini e Carissimi). E não terá sido a substituição do órgão positivo por um cravo o que impediu o grupo de brilhar, já que Francesco Moi se apresentou igualmente eficaz. Do conjunto vocal, acompanhado por duas teorbas e um cravo, destacou-se a voz do soprano Monica Piccinini, com um timbre particularmente belo e afinação consistente, contrastando com algumas vozes que não raras vezes atacaram abaixo do tom. Andrea Arrivabene foi um dos que mais atritos provocou na afinação, confundindo dissonância com desafinação. Importa referir que o nível de execução foi melhorando, da primeira para a segunda parte. O público recebeu ambos os concertos com satisfação, mas sem grande emoção. Se Andreas Staier não poderia acrescentar nada a um programa tão violento, já Alessandrini optou por brindar a plateia com um contemporâneo light, actualmente muito em voga. O Nata Lux (integrante da obra Lux Aeterna), de Morten Lauridsen (1946) marcou pelo despojamento que distanciou o som de Il Concerto Italiano do dos inúmeros coros que por esse mundo fora lhe dão corpo. Rinaldo Alessandrini voltará ao palco da Sala Suggia com música italiana no próximo sábado, para encerrar o Festival À Volta do Barroco com a Orquestra Barroca da Casa da Música, acompanhando o soprano Roberta Invernizzi. Diana Ferreira Membros da banda Yellow Dogs: Soroush Farazmand, Koory Mirz, Siavash Karampour e Arash Farazmand Yellow Dogs fugiram da repressão no Irão e acabaram assassinados em Nova Iorque Música Mário Lopes Dois membros da banda, nos EUA desde 2011, foram assassinados por outro músico, também iraniano Chegaram a Nova Iorque há dois anos. Instalaram-se no bairro em que as bandas se instalam quando chegam à cidade: Brooklyn, onde fermentam músicos e todo o tipo de artistas. Chamam-se Yellow Dogs e tocam canções que definem como dance punk, onde são visíveis as influências de nomes do passado como os Joy Division ou de contemporâneos como os Rapture. A curiosidade que geravam em território americano tinha, porém, outro factor de atracção. Os Yellow Dogs eram uma banda iraniana, chegada a Nova Iorque de Teerão para tentar criar livremente uma carreira, algo impossível no país onde nasceram, em que o rock é considerado pelas autoridades como “satânico” e activamente proibido. Em 2009 conhecemo-los no filme No One Knows about Persian Cats, de Bahman Ghobadi, que documenta a luta da juventude iraniana para criar e manter uma cena rock independente em Teerão. Foi premiado em Cannes na secção Un Certain Regard. A banda era formada pelo vocalista Siavash Karampour, pelo baixista Koory Mirz e pelos irmãos Soroush Farazmand (guitarrista) e Arash Farazmand (baterista). Era. Segundafeira, Soroush e Arash foram assassinados por Ali Akbar Mahamadi Rafie, de 29 anos, também músico, também iraniano chegado recentemente aos Estados Unidos, no apartamento de East Williamsburg, Brooklyn, que partilhavam com outros membros da comunidade artística iraniana. No ataque morreu também outro habitante do apartamento, Ali Eskandarian. Rafie cometeria suicídio após ser enfrentado por Sasan Sadeghporousko, seu antigo companheiro nos Free Keys. Sasan foi ferido num braço. Fontes policiais informam que Ali Akbar Mahamadi Rafie estaria “perturbado” por ter sido expulso dos Free Keys algum tempo antes e que, recentemente, terá discutido com os restantes membros da banda sobre questões monetárias. No que diz respeito à morte dos dois irmãos dos Yellow Dogs, a polícia não avança quaisquer motivações. Ali Salehezadeh, manager do grupo, referiu ao New York Times que o assassino e as vítimas não falavam há meses devido a um problema “insignificante”: “Decidiram não se atravessar no caminho uns dos outros. De qualquer modo, não eram assim tão próximos. Pensámos que tudo isso estava ultrapassado.” Os assassínios aconteceram depois de Rafie ter subido a um telhado adjacente à casa onde viviam os músicos. Daí desceu para um terraço no terceiro andar, disparando sobre Eskandarian, de 35 anos. Arash Farazmand, de 28, foi assassinado no seu quarto, ainda no terceiro andar, e Soroush, 27 anos, igualmente no seu quarto, um andar abaixo. Depois de confrontado pelo antigo companheiro de banda, Rafie subiu ao topo do edifício, onde se suicidou com um tiro. O manager da banda deu conta ao Wall Street Journal do choque da família das vítimas perante a violência do crime. “As pessoas não possuem armas no Irão. Não temos esse problema lá. Não existe.” Após No One Knows about Persian Cats ter sido distinguido em Cannes, “o Governo [iraniano] mostrou-se subitamente muito interessado”, contava o vocalista Siavash Karampour à Rolling Stone, em 2011. “Fizeram um programa de televisão sobre músicos e disseram que todas aquelas pessoas eram satânicas e que teriam que ser executadas se não acreditassem em Deus.” Os Yellow Dogs abandonariam o país pouco depois, passando primeiro por Istambul, onde deram o seu primeiro concerto legal, antes de viajar para os Estados Unidos, onde vinham fazendo carreira nos pequenos clubes indie de Brooklyn, passando também por festivais como o South By Southwest, no Texas. O álbum de estreia, Upper Class Complexity, foi editado em 2012. “Tinham um aspecto cool e tocavam óptima música”, disse o manager ao Wall Street Journal. “Queriam ser conhecidos pela música”, lamentou. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | CULTURA | 31 Nazis terão roubado pelo menos 590 das 1400 obras de Munique Sob pressão, a Alemanha acelera a investigação e cria grupo especial para restituir arte roubada. Autoridades publicaram online uma primeira lista de 25 obras encontradas no apartamento de Gurlitt DR Colecção Lucinda Canelas Respondendo à avalanche de críticas internacionais, o Governo alemão anunciou segunda-feira à noite que vai criar uma task force para apurar da “forma mais rápida e transparente possível” qual a origem das 1400 obras de arte descobertas num apartamento de Munique e suspeitas de terem sido saqueadas pelos nazis. Este lote, que inclui pintura, desenho e gravura de Henri Matisse, Marc Chagall, Paul Klee, Pablo Picasso, Otto Dix, Emil Nolde, Albrecht Dürer, Pierre-Auguste Renoir e Canalletto, entre outros, e que foi localizado em Fevereiro de 2011, estava nas mãos de Cornelius Gurlitt, filho de um famoso historiador e negociante de arte que ajudou o regime nazi a vender no estrangeiro a arte confiscada a museus europeus e extorquida a coleccionadores judeus, Hildebrand Gurlitt. No comunicado em que anuncia a constituição do grupo especial de investigação, composto por seis peritos na avaliação da proveniência das obras e por representantes de vários ministérios, o Governo faz saber que irá publicar de imediato uma lista de 25 obras provenientes do espólio recuperado na casa de Gurlitt, de 79 anos, no site governamental que contém a base de dados da arte desaparecida desde a Segunda Guerra Mundial. Promete ainda, segundo o New York Times, divulgar novas listas à medida que for sendo apurada a origem das peças. O primeiro destes inventários parciais inclui, para além das obras já apresentadas na semana passada, trabalhos sobre papel de artistas relativamente desconhecidos. Entre os nomes mais sonantes estão os de Chagall (Allegory/Allegorical Scene), Eugene Delacroix (Moorish Conversation on a Terrace), Dix (Woman in the Theater Box e Dompteuse) ou Matisse (Woman Sitting in Armchair). Segundo os promotores públicos de Augsburgo, na Baviera, por agora os únicos responsáveis pelas 1400 obras que estavam em casa de Gurlitt, cerca de 380 terão sido retiradas legalmente dos museus alemães ao abrigo da lei da “arte degenerada” — essencialmente moderna e abstracta, que não se encaixava nos padrões estéticos do Reich — de 1938. Outras 590 terão de ser examinadas cuidadosamente para apurar se terão pertencido a coleccionadores judeus que delas foram espoliadas. As autoridades acreditam que há uma forte possibilidade de que assim seja. Nos dias que se seguiram à publicação do trabalho que tornou pública a descoberta na revista alemã Focus, foram muitos os possíveis herdeiros que se manifestaram contra o facto de as autoridades terem mantido em segredo o “museu Gurlitt” e se recusarem a divulgar a lista dos objectos. Os protestos juntaram historiadores, representantes de associações de defesa dos direitos dos descendentes de judeus vítimas do Holocausto e até o Departamento de Estado em Washington. A acusação era uma constante — falta de transparência por parte das autoridades alemãs. Talvez por isso, e mesmo antes do anúncio da task force, Guido Westerwelle, ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, tivesse já admitido estar preocupado com o efeito da relutância do executivo em divulgar o conteúdo do lote com um valor estimado de mil milhões de euros. “Não devemos subestimar a sensibilidade deste assunto em todo o mundo”, disse à agência DPA, citada pelo Guardian. “A transparência é agora da mais alta importância.” Um porta- voz de Merkel veio também afirmar que Berlim compreende as reivindicações das associações judaicas para que a lista completa das obras seja tornada pública: “[Estas associações] representam pessoas já muito idosas que foram muito mal tratadas.” Longe do fim Entre os que estão empenhados em ver esta situação resolvida o mais depressa possível está David Torent, 88 anos, um advogado aposentado que vive em Manhattan e que era adolescente quando a guerra começou. Torent, que está hoje cego, lembrase bem de ver a pintura Riders on the Beach (1901), de Max Liebermann, na parede da casa do tio-avô em Breslau, agora na Polónia. A obra, cuja fotografia foi mostrada aos jornalistas na primeira conferência em que as autoridades falaram do “caso Gurlitt”, a 5 de Novembro, vem referida numa carta de Dezembro de 1939 que o velho advogado tem em seu poder. Essa carta mostra, segundo o New York Times, que à data as autoridades tinham um inventário do conteúdo da casa do seu tio-avô, David Friedmann, industrial judeu. Do inventário constam, além do Liebermann e de peças de mobiliário, porcelanas e tapeçarias, obras de Rousseau e de Pissarro. Torent diz que tudo fará para recuperar o que lhe pertence. Atitude semelhante tem Anne Sinclair, ex-mulher de Dominique StraussKhan e neta do célebre coleccionador francês Paul Rosenberg, cuja família reclama o Matisse com uma mulher sentada, mostrado na dita conferência. O médico Michael Hulton, que vive nos EUA e é sobrinho-neto do negociante de arte Alfred Flechtheim, também prevê que se reencontrem pinturas da família. Hulton está entre os que não pouparam críticas às autoridades da Baviera e de Berlim: “A linguagem burocrática alemã tem um sabor amargo para todos aqueles que, como nós, perderam familiares no Holocausto”, disse ao Telegraph. “Os argumentos que usa são reminiscências do que aconteceu nos anos 1930 e 40. Precisamos de transparência por parte dos alemães. Temos reivindicações muito sérias.” Também anteontem, o porta-voz da polícia de Estugarda revelou que a polícia local transferira de uma casa no Sul do país para uma “localização segura” 22 obras de arte “porque parte delas estava associada à descoberta de Munique”. Os jornais alemães garantem que o dono da casa é cunhado de Gurlitt, que terá ligado às autoridades com receio de que a casa fosse assaltada. O caso de Munique está certamente longe do fim. Lembra o Wall Street Journal que existem princípios gerais a nível internacional para a restituição de obras de arte confiscadas que estejam na posse de museus, mas que não há regras a orientar a devolução no caso de particulares. Na Alemanha, acrescenta, os roubos de arte ocorridos antes e durante a Segunda Guerra prescreveram há décadas. 32 CLASSIFICADOS PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Mensagens ANA, JOVEM MASSAGISTA 27A Elegante, simpática, massagem oriental. 11-21h, 2ª - Sáb. Telm.: 912 788 312 MASSG. TRAVESTI EXPERT - Anti-stress, reflexologia, óleo quente, aromaterapia, marquesa. Saldanha. Telm: 964 513 017 PORTUGUESA, 38A Massagista diplomada, relax sensual total. Speak English. Tb hoteis. Telm.: 914 070 881 REBOLEIRA Sra. 54A, meiga. Atende cav. Só tarde. Não atende nºs privados. Telm.: 963 049 054 WWW.TANTRIC MOMENTS.PT P/ cavalheiro bom gosto. Amb. clim. Novidades. Tel.: 92 442 50 94 21 354 52 49 COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE Sintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 2 Processo: 17403/13.3T2SNT CONVOCATÓRIA A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Joaquina Maria Seara Marques Cadete Phillimore Sintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 3 Processo: 15705/13.8T2SNT ANÚNCIO ANÚNCIO ANÚNCIO Interdição / Inabilitação Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Ana Maria da Costa Mercachita, nascida a 14.09.1955, filha de Augusto José Mercachita e de Teresa de Jesus da Costa, com residência em domicílio: Casa Saúde Idanha, R. 25 Abril, N.º 5, Belas - Sintra, 2605-119 Belas Sintra, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. N/ Referência: 23659596 N/ Referência: 9813787 Sintra, 13-09-2013. Vila Franca de Xira, 31-10-2013. N/ Referência: 22434843 A Juíza de Direito Dr.ª Ana Isabel Mascarenhas Pessoa A Oficial de Justiça Joana M. L. Ribeiro ANÚNCIO N/ Referência: 23577629 Sintra, 06-09-2013. O Juiz de Direito Nuno Filipe de Sousa Santos Pinheiro Coelho A Oficial de Justiça Maria Isabel Silva P. C. Rosa Público, 13/11/2013 Amadora EM PARCERIA COM A Juíza de Direito Dr.ª Sofia dos Santos Costa A Oficial de Justiça Maria Manuela de Melo Nogueira Público, 13/11/2013 Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Interdito: Amadeu Leal Gomes Faz-se saber que foi distribuída, neste Tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Amadeu Leal Gomes, solteiro, nascido a 13 de Abril de 1956, filho de Arnaldo de Jesus Oliveira Gomes e de Maria Arlete Leal Gomes, natural da freguesia de Santo Estêvão, concelho de Lisboa, com residência na Travessa Dr. João Barros, 6 - RC Dt.º, 2725-000 Mem Martins, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. Passei o presente e outro de igual teor para serem afixados. Inscreva-se em emprego.publico.pt www.alzheimerportugal.org Sintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 1 Processo: 13051/13.6T2SNT Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerida: Custódia Sequeiros de Sousa Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Custódia Sequeiros de Sousa, viúva, nascida em 08/01/1939, natural da freguesia de Rendufe, Concelho de Ponte de Lima, filha de António Custódio de Sousa e de Maria Vicente de Sequeiros e com residência na Rua Isidro Amadeu Gomes da Silva, N.º 6, R/c - A, 2735-028 Agualva - Cacém, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. Não sabe por onde começar a sua carreira profissional? Candidate-se às ofertas da maior comunidade de trabalho. 3.º Juízo Cível Processo: 5548/13.4TBVFX Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerida: Deolinda Rosário Raimundo Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Deolinda Rosário Raimundo, com domicílio na Rua Virgílio Ferreira, N.º 4, 2.º Dt.º, Morgado, 2625-000 Vialonga, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. Passei o presente e outro de igual teor para serem afixados. Sintra - Juízo Grande Inst. Cível - 2.ª Secção - Juiz 4 Processo: 17121/13.2T2SNT Ao abrigo do disposto no Art.º 38.º, alínea b) dos Estatutos da Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas, convoca-se a Assembleia Geral, em Sessão Ordinária, para o próximo dia 23 de novembro, às 14.00 horas, no Quartel da Formação - Largo da Luz - 1600-498 Lisboa, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Apreciação e votação do Orçamento e Programação de Acção para o ano de 2014; 2. Diversos. Não existindo quórum à hora designada para o início da reunião, a Assembleia reunirá meia hora mais tarde com o número de participantes presentes. Lisboa, 12 de novembro de 2013 COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerida: Vera Lúcia da Cruz Almeida Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Vera Lúcia da Cruz Almeida, com residência em domicílio: Av.ª do Brasil, 49 - 7.º C, 2735-672 Cacém, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE IPSS - UTILIDADE PÚBLICA COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE ANÚNCIO Público, 13/11/2013 ASSOCIAÇÃO DAS ANTIGAS ALUNAS DO INSTITUTO DE ODIVELAS TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE COMARCA DE VILA FRANCA DE XIRA Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30 Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, De seg a sex das 09H às 19H 1350-352 Lisboa Sábado 11H às 17H [email protected] Sintra, 03-06-2013. O Juiz de Direito Dr. António Moreira A Oficial de Justiça Ana Maria Paiva A. Teixeira Público, 13/11/2013 N/ Referência: 24162625 Sintra, 14-10-2013. O Juiz de Direito António Moreira A Escrivã Adjunta Agostinha Costa Nunes Público, 13/11/2013 PROJECTO DE CISÃO-FUSÃO PLASTEUROPA EMBALAGENS, S.A. FÁBRICA LEIRIENSE DE PLÁSTICOS, S.A. INDOFIL - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE FILMES PLÁSTICOS, S.A. AVISO Deliberações de aprovação do projecto de cisão-fusão SOCIEDADES A CINDIR: FÁBRICA LEIRIENSE DE PLÁSTICOS, S.A., com sede em Almoinhas, Freguesia de Marrazes, Concelho de Leiria, com o capital social integralmente subscrito e realizado de 1.996.000 Euros, com o Número Único de Registo e de Pessoa Colectiva: 500 106 070; e, INDOFIL - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE FILMES PLÁSTICOS, S.A., com sede na Estrada da Carriça, Ferreiró, Freguesia de Avioso (Santa Maria), Concelho da Maia, com o capital social integralmente subscrito e realizado de 1.827.248,18 Euros com o Número Único de Registo e de Pessoa Colectiva: 500 138 419. SOCIEDADE BENEFICIÁRIA - PLASTEUROPA EMBALAGENS, S.A., com sede em Vila Boa, Freguesia de Guilhabreu, Concelho de Vila do Conde, com o capital social integralmente subscrito e realizado de 2.480.000 Euros, com o Número Único de Registo e de Pessoa Colectiva: 500 918 740, vêm, nos termos do disposto nos artigos 100.º, 101.º, 101.º-A e 101.º-B do Código das Sociedades Comerciais, tornar público que: a) Pelos Conselhos de Administração das sociedades intervenientes foi, em conjunto, elaborado o projecto de cisão-fusão, que foi aprovado por deliberações de 25 de Outubro de 2013. b) Que, nos termos do disposto no artigo 100.º n.º 1, se encontra registado no Registo Comercial, relativamente a cada uma das sociedades, o projecto de cisão-fusão, podendo este, bem como toda a documentação anexa, Relatório do Revisor Oficial de Contas independente, contas e relatórios de gestão, relatórios e pareceres dos órgãos de fiscalização das sociedades participantes sobre essas contas, relativas aos três últimos exercícios, ser consultados a partir da presente data, na sede de cada uma das sociedades, pelos respectivos sócios e credores sociais. c) Nos termos do disposto nos citados artigos do Código das Sociedades Comerciais, os credores das sociedades participantes cujos créditos sejam anteriores à publicação do presente aviso podem deduzir oposição judicial à cisão-fusão com fundamento no prejuízo que dela derive para a realização dos seus direitos. d) A presente cisão-fusão será realizada nos termos do disposto nos artigos 97.º e seguintes e 118.º do Código das Sociedades Comerciais e do disposto nos artigos 67.º e seguintes do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, observadas as condições inscritas no n.º 3 do Artigo 68.º deste Código. e) A execução da presente cisão-fusão e outorga da competente escritura ocorrerá decorrido o prazo legal para eventuais reclamações e após as competentes deliberações das Assembleias Gerais das sociedades intervenientes que terão lugar no dia imediato ao do termo do prazo de trinta dias para consulta a contar da última publicação, nos termos do disposto no Artigo 101-A do Código das Sociedades Comerciais. Fábrica Leiriense de Plásticos, S.A. Indofil - Sociedade Industrial de A Administração Filmes Plásticos, S.A. A Administração Plasteuropa Embalagens, S.A. A Administração Público, 13/11/2013 A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1988. É a única organização em Portugal especificamente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores. A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profissionais, com experiência na Doença de Alzheimer. Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade. Contactos Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - E-mail: [email protected] Centro de Dia Prof. Dr. Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2 - Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Tel.: 21 360 93 00 Lar e Centro de Dia “Casa do Alecrim”: Rua Joaquim Miguel Serra Moura, n.º 256 - Alapraia, 2765-029 Estoril - Tel. 214 525 145 - E-mail: [email protected] Delegação Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente n.º 47A R/C, 4455-301 Lavra - Tel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: [email protected] Delegação Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal - Tel. 236 219 469 - E-mail: [email protected] Delegação da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. 291 772 021 - E-mail: [email protected] Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A, 2080-114 Almeirim - Tel. 24 300 00 87 - E-mail: [email protected] Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro - Tel. 23 494 04 80 - E-mail: [email protected] Público 13/11/2013 VENDA EM CARTA FECHADA Insolvência de Joponte - Construções S.A. Proc.120/13.1TBPBL - Tribunal Judicial de Pombal - 1.º Juízo Por determinação do Digmo. Administrador da Insolvência, vamos proceder à venda mediante proposta em carta fechada, dos bens apreendidos a favor da massa insolvente, infra-identificados: Bens Imóveis Verba 1: Prédio urbano correspondente a edifício de cave, 1.º andar destinado a escritórios e arquivo e 2.º andar destinado a escritório e habitação, com a área total de 9289m2. Inscrito na matriz predial urbana sob o n.º 1767 e descrito na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2050/20100118, freguesia de Pelariga, concelho de Pombal. Valor-base: 770.000 (Setecentos e setenta mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 2: Fracção autónoma designada pela letra “F”, destinada à habitação, tipologia T3 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 5. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 3882 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2256/19990819-F, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 119.764 (Cento e dezanove mil setecentos e sessenta e quatro euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 3: Fracção autónoma designada pela letra “G”, destinada à habitação, tipologia T2 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 4. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 3882 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2256/19990819-G, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 106.117 (Cento e seis mil cento e dezassete euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 4: Fracção autónoma designada pela letra “B”, destinada à habitação, tipologia T3 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 7. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 4049 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2254/19990819-B, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 138.000 (Cento e trinta e oito mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 5: Fracção autónoma designada pela letra “C”, destinada à habitação, tipologia T2 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 11. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 4049 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2254/19990819-C, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 113.000 (Cento e treze mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 6: Fracção autónoma designada pela letra “D”, destinada à habitação, tipologia T1 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 5. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 4049 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2254/19990819-D, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 70.000 (Setenta mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 7: Fracção autónoma designada pela letra “F”, destinada à habitação, tipologia T2 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 4. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 4049 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2254/19990819-F, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 110.000 (Cento e dez mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 8: Fracção autónoma designada pela letra “G”, destinada à habitação, tipologia T1 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 6. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 4049 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2254/19990819-G, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 70.000 (Setenta mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 9: Fracção autónoma designada pela letra “H”, destinada à habitação, tipologia T2 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 1. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 4049 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2254/19990819-H, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 116.000 (Cento e dezasseis mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 10: Fracção autónoma designada pela letra “J”, destinada à habitação, tipologia T0 e uma garagem na cave, identificada com o n.º 2 e um arrumo no sótão. Inscrita na matriz predial urbana sob o n.º 4049 e descrita na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 2254/19990819-J, freguesia de Tavarede, concelho da Figueira da Foz. Valor-base: 67.000 (Sessenta e sete mil euros) Obs.: Aceitam-se propostas iguais ou superiores a 85% do valor-base. Verba 11: Prédio Rústico composto por terra e pinhal, com a área total de 7150m2. Inscrito na matriz predial rústica sob o n.º 5871 e descrito na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 3/19841018, freguesia de Cernache, concelho de Coimbra. Valor mínimo: 178.700 (Cento e setenta e oito mil e setecentos euros) Dias de visita: Por marcação prévia. Regulamento / Condições de Venda 1. As propostas serão abertas no dia 12 de Dezembro, pelas 11h, no escritório da encarregada de venda sito na morada abaixo indicada e deverão ser entregues até esse momento no referido endereço. 2. As propostas deverão conter os seguintes elementos: identificação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º de contribuinte, telefone/telemóvel, email); identificação do processo; identificação das verbas, e respectivo valor proposto por extenso; declaração expressa de aceitação integral das presentes condições. O envelope no exterior deve constar a identificação do processo, e assinalado com a menção proposta em carta fechada. 3. Os bens serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus ou encargos. 4. Ao valor da adjudicação acresce uma comissão de 3% sobre os bens imóveis, acrescida de IVA à taxa legal em vigor, referente ao pagamento dos serviços prestados pela LEILOEXPERT, LDA. Extrato do regulamento: Não dispensa a consulta das restantes condições de venda, em www.leiloexpert.com. T.: + 351 244 838 127 | T.: + 351 961 723 655 | T.: +351 925 410 410 | T.: + 351 961 445 566 Rua de S. Pedro, n.º 41 Guarda Nova 2430-162 Marinha Grande PORTUGAL [email protected] www.leiloexpert.com PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 CLASSIFICADOS 33 COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE Sintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 3 Processo: 17392/13.4T2SNT Sintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 3 Processo: 14170/13.4T2SNT Sintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 2 Processo: 16465/13.8T2SNT ANÚNCIO ANÚNCIO ANÚNCIO Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Abel Rodrigues Baptista Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Abel Rodrigues Baptista, com residência em domicílio: Instituto S. João de Deus, Estrada do Telhal, 55, 2725-588 Mem Martins, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. Interdição / Inabilitação Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Maria dos Anjos da Costa Coelho, nascida a 29 de Junho de 1956, na freguesia de Belas, Concelho de Sintra, sendo filha de António Rodrigues Coelho e de Joaquina Gertrudes da Costa, domicílio: Casa de Saúde da Idanha, Rua 25, Ed. Abril N.º 5, Belas, 2605-119 Belas, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. Interdição / Inabilitação Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Luís Manuel Albuquerque Macário, nascido a 17 de Julho de 1953, sendo filho de Maria de Fátima de Saavedra Albuquerque de Albuquerque do Amaral Cardoso Macário e de Álvaro Antunes de Oliveira Macário, com residência em domicílio: Estrada do Algueirão, 125 - 3.º Esq.º, 2725-000 Algueirão, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. N/Referência: 23630931 Sintra, 11-09-2013. A Juíza de Direito Armandina Silva Lopes A Oficial de Justiça Joana M. L. Ribeiro Público, 13/11/2013 N/ Referência: 24177715 Sintra, 15-10-2013. O Juiz de Direito António Moreira A Escrivã Adjunta Agostinha Costa Nunes Público, 13/11/2013 N/ Referência: 23906739 Sintra, 30-09-2013. A Juíza de Direito Dr.ª Ana Isabel Mascarenhas Pessoa A Escrivã Adjunta Agostinha Costa Nunes Público, 13/11/2013 Público, 13/11/2013 CARTA FECHADA INSOLVÊNCIA DE ALTAVISTA – CONSTRUÇÕES, LDA. Proc. 841/12.6TBVRS - Secção Única Tribunal Judicial de Vila Real de Santo António Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência e com o acordo do credor hipotecário, vamos proceder à venda extrajudicial com apresentação de propostas em carta fechada, dos bens a seguir identificados: BENS IMÓVEIS Verba n.º 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Matriz 7531 7840 7840 7841 7841 7841 7841 7858 8171 8357 8357 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 8358 47 Descrição Estacionamento na cave Rés-do-chão destinado a comércio Rés-do-chão destinado a comércio Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Rés-do-chão (T3) destinado a habitação Estacionamento na cave Rés-do-chão (T3) destinado a habitação Rés-do-chão (T2) destinado a habitação Rés-do-chão (T3) destinado a habitação 1.º Andar (T2) destinado a habitação 1.º Andar (T3) destinado a habitação 2.º Andar (T2) destinado a habitação 2.º Andar (T3) destinado a habitação 3.º Andar (T1) destinado a habitação 3.º Andar (T1) destinado a habitação Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Estacionamento na cave Rés-de-chão e logradouro destinado a habitação Local Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Vila Real de Santo António Sado, Setúbal REGULAMENTO 1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas em carta fechada até ao dia 22.11.2013 e dirigidas à Leiloeira do Lena. 2. As propostas terão de conter: Identificação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identificar o nome e processo. 3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque, de 20% de sinal, valor da nossa comissão e o respectivo IVA. 4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência. 5. As propostas serão abertas na presença do Administrador da Insolvência e demais interessados, no dia 27.11.2013 às 17h30m na sede da Leiloeira do Lena, Urb. Planalto, Lote 36 r/c Dt.º, Leiria e desde que exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convidados a comparecer pessoalmente ou representados no dia da abertura das propostas acima indicado para licitarem entre si. 6. Os imóveis são vendidos no estado físico em que se encontram. 7. Será pago como sinal 20% no acto da adjudicação e os restantes 80% no dia da escritura. 8. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respectivo IVA referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena, pagos com a adjudicação. INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170 Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dtº Urb. Planalto 2415-395 LEIRIA Obs. Para obter mais informações consulte o nosso site E-mail: [email protected] Site: www.leiloeiradolena.com TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBAL Vara de Competência Mista JOSÉ DE OLIVEIRA BORGES Agente de Execução C.P. 2899 Processo: 711/07.0TBSTB Exequente: Hempel (Portugal), Ld.ª Executado: José Manuel Ceríaco da Silva e outros ANÚNCIO José de Oliveira Borges, Agente de Execução, Cédula Profissional n.º 2899, com escritório na Rua Conde de Rio Maior, 12, R/c Esq.º, Algés, FAZ SABER QUE, nos autos acima identificados foi designado o dia 11 de Dezembro de 2013, pelas 10.00 horas, no Tribunal Judicial de Setúbal - Vara de Competência Mista, para abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria desse Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem: - Prédio situado em Tirinha, freguesia de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sadão, inscrito na matriz da dita freguesia sob o artigo 947 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o n.º 209 Quantia exequenda: 165.596,32 € Modalidade da venda: Venda mediante proposta em carta fechada Valor-base da venda: 85% de 200.000,00 euros Nota: Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 5% do valor-base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 do art.º 824.º do CPC). O Agente de Execução José de Oliveira Borges Rua Conde de Rio Maior, 12, R/c Esq.º, 1495-154 ALGÉS Telf./Fax.: 214 130 006 - e.mail: [email protected] Horário de atendimento: Dias úteis das 16h30 às 18h30 Público, 13/11/2013 - 1.ª Pub. NIF 505 149 095 CAE 91333 CCD SOCIAL Centro Comunitário de Desenvolvimento Social de Lisboa CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os Associados do CCD Social, para uma Assembleia Geral, a realizar no dia 28 de Novembro de 2013, quinta-feira, pelas 15h45, na sua Sede sita na Alameda D. Afonso Henriques, 42, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 - Informações 2 - Funcionamento Interno 3 - Alterações aos regulamentos internos do apoio domiciliário e da Colónia de Férias da Praia Azul 4 - Plano de Actividades para 2014 5 - Orçamento para 2014 Se à hora marcada não estiverem presentes os Associados previstos estatutariamente, para que a Assembleia possa reunir validamente, esta reunirá uma hora depois com qualquer número de Associados presentes. Lisboa, 29 de Outubro de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Alves de Almeida CCD CENTRO DE CULTURA E DESPORTO DA SEGURANÇA SOCIAL DE LISBOA E VALE DO TEJO CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os associados do Centro de Cultura e Desporto da Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo para uma Assembleia Geral, a realizar no dia 28 de Novembro de 2013, quinta-feira, pelas 16h30, na Alameda D. Afonso Henriques, 42 Lisboa, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 - Informações a) Prestação de Serviços aos Sócios, processos pendentes b) Outras Informações 2 - Funcionamento Interno do CCD Ratificação dos Regulamentos Internos de Funcionamento 3 - Associação Nacional dos Centros de Cultura e Desporto Ratificação dos membros da Comissão Executiva e dos representantes na ANCCD 4 - Plano de actividades para o ano de 2014 5 - Orçamento para o ano de 2014 Se à hora marcada não estiverem presentes os Associados previstos estatutariamente, para que a Assembleia possa reunir validamente, esta reunirá uma hora depois com qualquer número de Associados presentes. Lisboa, 29 de Outubro de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Alves de Almeida FUNDAÇÃO GASPAR FRUTUOSO Bancoalimentar AVISO CONVOCATÓRIA Em cumprimento do disposto no n.º 2 do art.º 60.º da Lei n.º 24/2012 de 9 de julho, que aprova a Lei-Quadro das Fundações, torna-se público que, por deliberação do Conselho Geral da Fundação Gaspar Frutuoso, de 09 de julho de 2013, foi aprovado por unanimidade o Relatório e Contas de 2012 publicado na íntegra, juntamente com o Parecer do Conselho Fiscal, em www.fgf.uac.pt. Nos termos dos Estatutos da Associação, convoco a Assembleia Geral da SOL - Associação de Apoio às Crianças VIH/SIDA para reunir em sessão ordinária no próximo dia 29, pelas 18.00 horas, na sede da Associação, sita na Rua Pedro Calmon, 29, em Lisboa, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 13 de novembro de 2013 O Presidente do Conselho de Administração Jorge Manuel Rosa de Medeiros 1.º - Apreciação e votação do Orçamento Programa de Acção para o o Ano 2014. 2.º - Apreciação e votação do Parecer do Conselho Fiscal para o Orçamento do ano de 2014. A Assembleia reunirá à hora marcada se estiverem presentes mais de metade dos Associados com direito a voto, ou meia hora depois com qualquer número de presentes. contra a fome SETÚBAL CONVOCATÓRIA Nos termos do disposto no artigo número vigésimo primeiro dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral, da Associação sem fins lucrativos, denominada “Banco Alimentar Contra a Fome na Península de Setúbal”, a reunir em sessão ordinária, no próximo dia 26 de Novembro de 2013 pelas 14h30 em primeira Convocatória e meia hora mais tarde em segunda Convocatória, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Apreciação e votação do Orçamento e do Plano de Actividades para o exercício de 2014. A Assembleia reunirá nas novas instalações do Banco Alimentar Contra a Fome na Península de Setúbal, Urbanização Vila Amélia, Lote 1001, Fracções A a C, Quinta do Anjo, Palmela. Setúbal, 02 de Novembro de 2013 Lisboa, 11 de Novembro de 2013 Dr. Matos dos Santos Presidente da Assembleia Geral (Presidente da Mesa da Assembleia Geral) CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DR. JOÃO LUÍS PEREIRA E VEIGA Nos termos dos artigos 24.º, n.º 1 e 2 dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral, da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, Sintra e Litoral, C.R.L., pessoa colectiva n.º 501 055 843, com sede na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, n.º 8A, em Loures, a reunir em sessão ordinária, para o dia 11 de Dezembro de 2013, pelas 16 horas, a realizar na sua Sede, em Loures, com a seguinte Ordem de Trabalhos: FALECEU 1. Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2014; Sua Mulher Maria Adélia Fontes, sua Irmã Virgínia Pereira e Veiga, Filhos, Noras e Netos participam o seu falecimento. Hoje às 08.45 horas será celebrada Missa de Corpo Presente na Igreja dos Jerónimos, partindo o cortejo fúnebre pelas 09.15 horas para Beselga - Penedono, onde se realizará o funeral. Agência Funerária Restelo Servilusa - Número Verde Grátis 800 204 222 Serviço Funerário Permanente 24 Horas 2. Alienação de Imóveis; 3. Deliberação sobre a política de remunerações da Caixa para 2014; 4. Remuneração dos Corpos Sociais; 5. Outros assuntos de interesse. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos associados, a Assembleia Geral, reunirá com qualquer número uma hora depois, de acordo com o artigo 25.º, n.º 2 dos Estatutos. Loures , 11 de Novembro de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Prof. Doutor Germano Marques da Silva 34 | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 SAIR Em estreia [email protected] [email protected] CINEMA Lisboa Cinema City Alvalade Av. de Roma, nº 100. T. 218413040 Cama de Gato + Bela Vista M12. Sala 1 13h35, 19h50; Um Fim do Mundo M12. Sala 1 - 15h30, 17h10, 18h30, 21h40; A Gaiola Dourada M12. Sala 2 - 15h15, 20h05; O Mordomo M12. Sala 2 - 17h05; Blue Jasmine M12. Sala 2 - 13h20, 19h35, 21h55; Raptadas M16. Sala 2 - 15h20, 21h30; Raptadas M16. Sala 2 - 21h30; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 3 13h30, 15h35, 17h40, 19h45, 21h50; Abelhas e Homens M6. Sala 4 - 13h25, 18h10 CinemaCity Campo Pequeno C. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420 Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 - 13h45, 16h10, 18h30, 23h55; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. VIP 2 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30, 23h50; O Jogo Final M12. Sala 3 - 13h35, 15h55, 18h20, 21h40, 00h05; Blue Jasmine M12. VIP 4 - 13h25; Thor: O Mundo das Trevas M12. VIP 4 - 15h20, 21h50, 00h10 (3D); Carrie M16. VIP 4 - 19h50, 00h15; Dá Tempo ao Tempo M12. VIP 4 - 15h25, 17h30, 21h55, 00h25; Capitão Phillips M12. Sala 5 13h10, 16h, 18h45, 21h25; O Mordomo M12. Sala 6 - 21h40; Gravidade M12. Sala 6 - 13h20, 19h40 (3D); Plano de Fuga M16. Sala 6 00h20; Carrie M16. Sala 6 - 15h30, 17h35; Desligados Sala 7 - 13h15, 15h40, 18h40, 21h45, 00h10; Turbo M6. Sala 8 - 13h20 (V.Port.); A Gaiola Dourada M12. Sala 8 17h45; Rush - Duelo de Rivais M12. Sala 8 - 19h35 Cinemateca Portuguesa R. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200 Um Americano em Paris Sala Félix Ribeiro - 15h30; Liliom M12. Sala Félix Ribeiro 21h30; Almada, Um Nome de Guerra Sala Félix Ribeiro - 19h; Cinema - Alguns Cortes: Censura Sala Luís de Pina - 22h; Les Braves Sala Luís de Pina - 19h30 Medeia Fonte Nova Est. Benfica, 503. T. 217145088 Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 1 - 14h30, 17h, 19h15, 21h45; Hannah Arendt M12. Sala 2 - 14h20; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 2 - 16h40, 19h, 21h30; Capitão Phillips M12. S. 3 - 16h50, 19h25, 22h Medeia King Av. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808 Viagem a Tóquio M12. Sala 1 - 16h30; O Gosto do Saké M12. Sala 1 - 19h15; Hannah Arendt M12. Sala 1 - 14h, 21h45; Eu e Tu M12. Sala 2 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h45 Medeia Monumental Av. Praia da Vitória, 72. T. 213142223 Lisbon & Estoril Film Festival UCI Cinemas - El Corte Inglés Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221 O Mordomo M12. Sala 1 - 16h05, 18h50, 00h20; Fuga M12. Sala 2 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30; Raptadas M16. Sala 3 - 16h10; Carrie M16. Sala 3 - 14h, 19h15, 00h30; A Gaiola Dourada M12. Sala 4 - 16h45, 21h45; E Viveram Felizes Para Sempre...? M12. Sala 4 - 14h10, 19h, 23h55; Frances Ha Sala 5 - 20h; Gravidade M12. Sala 5 - 14h, 00h15 (2D), 16h, 18h, 22h (3D); Capitão Phillips M12. Sala 6 - 15h, 18h, 21h35, 00h25; Blue Jasmine M12. Sala 7 - 14h10, 16h20, 21h40, 24h; Os Filhos da MeiaNoite M12. Sala 7 - 19h30; De Bicicleta com Molière M12. Sala 8 - 14h20, 16h50, 19h15, 21h45, 00h10; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 9 - 14h10, 16h30, 19h, 21h30, 24h; Desligados Sala 10 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; Hannah Arendt M12. Sala 11 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h40; Plano de Fuga M16. Sala 11 00h30; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 12 - 14h05, 19h05, 00h15 (2D), 16h35, 21h40 (3D); O Jogo Final M12. Sala 13 - 14h10, 16h50, 19h20, 21h55, 00h25; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30 ZON Lusomundo Alvaláxia Estádio José Alvalade. T. 16996 Rush - Duelo de Rivais M12. 21h35; Plano de Fuga M16. 15h50, 18h30, 21h30; Thor: O Mundo das Trevas M12. 16h30, 19h10, 21h50; Carrie M16. 16h, 18h30, 21h10; O Super Coala M6. 15h40, 18h05 (V.Port.); O Jogo Final M12. 16h10, 18h55, 21h40; Nunca Desistas M12. 15h55, 18h40, 21h25; Dá Tempo ao Tempo M12. 16h15, 19h, 21h40; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 16h20, 18h45, 21h20; A Gaiola Dourada M12. 18h35; Capitão Phillips M12. 15h45, 21h; Presa na Escuridão M16. 16h50, 19h20, 21h50; Justin e a Espada da Coragem M6. 15h30, 17h50 (V.Port.); Gravidade M12. 21h45; Até Amanhã, Camaradas M12. 17h, 20h45 ZON Lusomundo Amoreiras Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996 Thor: O Mundo das Trevas M12. 13h10, 16h, 18h30, 21h20, 23h55; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 13h30, 16h20, 18h50, 21h40, 00h05; A Gaiola Dourada M12. 18h20; Capitão Phillips M12. 12h30, 15h20, 20h50, 23h45; De Bicicleta com Molière M12. 13h, 15h40, 18h05, 21h10, 23h30; Dá Tempo ao Tempo M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h, 23h40; Blue Jasmine M12. 16h30, 18h40, 21h50, 00h15; Ernest e Célestine M6. 13h50 (V.Port.); Desligados 13h20, 16h10, 19h, 21h30, 00h05 ZON Lusomundo Colombo Av. Lusíada. T. 16996 Justin e a Espada da Coragem M6. 13h25 (V.Port.); Thor: O Mundo das Trevas M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h20, 24h ; Carrie M16. 13h30, 16h, 18h30, 21h35, 00h05; Dá Tempo ao Tempo M12. 15h45, 18h40, 00h15; Desligados 12h55, 15h35, 18h15, 21h05, 23h50; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 12h45, 15h20, 17h55, 21h10, 23h40; O Jogo Final M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h, 24h; Até Amanhã, Camaradas M12. 13h10, 17h, 20h45, 00h25 ; Plano de Fuga M16. 12h40, 15h25, 18h05, 23h55; O Jogo Final M12. Sala IMAX ? 13h15, 15h55, 18h35, 21h30, 00h10 ZON Lusomundo Vasco da Gama Parque das Nações. T. 16996 Nunca Desistas M12. 12h50, 15h50, 18h30, 21h50, 00h30; Plano de Fuga M16. 13h10, 15h40, 18h10, 21h10, 23h40; Thor: O Mundo das Trevas M12. 13h, 15h30, 18h20 (2D), 21h20, 24h (3D); Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h40, 00h20; Capitão Phillips M12. 21h, 23h50; Dá Tempo ao Tempo M12. 12h40, 15h20, 18h; O Jogo Final M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h30, 00h10 Almada ZON Lusomundo Almada Fórum Estr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996 Thor: O Mundo das Trevas M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h20 (3D), 12h50, 15h30, 18h, 21h, 23h40 (2D); Last Vegas Despedida de Arromba M12. 13h10, 15h50, 18h30, 21h10, 23h50; Jogo de Risco M12. 21h05, 00h05; Capitão Phillips M12. 12h30, 15h25, 18h20, 21h20, 00h25; O Super Coala M6. 13h15, 15h40, 18h (V.Port.); O Jogo Final M12. 13h, 15h45, 18h50, 21h30, 00h10; Justin e a Espada da Coragem M6. Até Amanhã, Camaradas De Joaquim Leitão. Com Gonçalo Waddington, Cândido Ferreira, Leonor Seixas, Paulo Pires, Marco D’Almeida, Adriano Luz, Carla Chambel. POR. 2005. 180m. Drama. M12. O que começou como uma minisérie para a SIC é agora adaptado ao grande ecrã por Joaquim Leitão, numa nova montagem do material da série televisiva que ele próprio realizou em 2005. O argumento, baseado no livro homónimo de Manuel Tiago, pseudónimo literário de Álvaro Cunhal, foi escrito por Luís Filipe Rocha e relata a vida interna do PCP e dos seus militantes nos anos difíceis da II Guerra Mundial, em torno das lutas populares organizadas no vale do Tejo. De Bicicleta com Molière De Philippe Le Guay. Com Fabrice Luchini, Lambert Wilson, Maya Sansa. FRA. 2013. 104m. Comédia. M12. Depois de uma carreira de sucesso, Serge Tanneur decidiu abandonar o teatro e isolarse numa ilha, onde vive em quase total reclusão. É aí que recebe a visita do actor Gauthier Valence, que o tenta convencer a voltar aos palcos no papel de Alceste, uma das mais célebres personagens criadas por Molière. Apesar do mau feitio crónico de Serge, Gauthier acredita que ele é a encarnação de Alceste e, por isso, está disposto a tudo para o convencer a aceitar o papel. Desligados De Henry Alex Rubin. Com Jason Bateman, Jonah Bobo, Haley Ramm. EUA. 2012. 115m. Drama, Thriller. M12 Várias histórias que têm em comum o uso excessivo, e tantas vezes perverso, da internet. A vida de um casal altera-se ao o verificar que a sua vida privada vada está exposta “online”; uma mulher descobre que seu filho humilha um colega e o leva ao suicídio; um advogado obcecado pelo trabalho torna-se incapaz de comunicar com a família; e uma jornalista, ao investigar a história de um menor que se exibe num “site“ para adultos, acaba envolvida num caso de polícia que porá em causa não apenas a sua carreira como também a sua credibilidade pessoal. Last Vegas Despedida de Arromba De Jon Turteltaub. Com Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman, Kevin Kline. EUA. 2013. 105m. Comédia. M12. Há já quase seis décadas que Billy, Paddy, Archie e Sam são os melhores amigos. Quando Billy decide abandonar a sua condição de celibatário e casar com a sua jovem namorada, os quatro seguem para Las Vegas com a firme intenção de reviver os velhos tempos. Porém, como depressa virão a descobrir, não foram apenas os seus velhos corpos que sofreram transformações. Las Vegas, a cidade do pecado, também parece ter mudado algumas regras. Nunca Desistas De Daniel Barnz. Com Maggie Gyllenhaal, Viola Davis, Oscar Isaac. EUA. 2012. 121m. Drama. M12. Jamie e Nona são duas mães dedicadas que, ao perceberem a ineficácia da escola onde estudam os seus filhos, numa zona pobre dos EUA, se dispõem a tudo para a transformar num local onde seja dada primazia às crianças e à sua educação. Para o conseguirem, sabem que terão de superar as suas diferenças e lutar contra uma série de burocracias de um sistema de ensino onde a corrupção predomina. O Jogo Final De Gavin Hood. Com Harrison Ford, Asa Butterfield, Hailee Steinfeld . EUA. 2013. 114m. Acção, Aventura. M12. Num futuro não muito distante, a Terra foi ataca por uma espécie alienígena. Sem a coragem e determinação de Mazer Rackham, o comandante da frota internacional, a raça humana estaria extinta. Depois dessa batalha, ficou decidido que o coronel Graff e as forças paramilitares do planeta treinariam jovens para uma inevitável repetição dos ataques. Ender Wiggin é um rapaz prodígio dotado de uma inteligência táctica excepcional que é seleccionado para integrar uma escola de elite, onde rapidamente se torna uma estrela em manobras militares. Presa na Escuridão De Joseph Ruben. Com Michelle Monaghan, Michael Keaton, Barry Sloane. EUA. 2013. 86m. Drama, Thriller. M16. Sarah Taylor é uma repórter de guerra que cegou completamente após um acidente no Iraque. Apesar das dificuldades iniciais em lidar com a situação, ela vive tranquilamente com o namorado num apartamento em Nova Iorque. Um dia, ao chegar a casa, depara-se com o namorado assassinado e dois homens determinados a encontrar algo aparentemente escondido nas suas coisas. Decidida a manterse viva, ela destrói as ligações eléctricas do apartamento e deixa-os, aos três, presos na escuridão. É neste cenário que, com a vantagem da sua deficiência, deixa de ser claro quem é a presa ou o caçador. Um Fim do Mundo De Pedro Pinho. Com Idalécio Gomes, Manuel Gomes, Eva Santos , Iara Teixeira. POR. 2013. 62m. Romance, Acção. M12. Misturando o documentário M ccom a ficção, o realizador Pedro Pinho acompanha um grupo de P jjovens do Bairro da Bela Vista, em Setúbal, alguns dias antes das e fférias de Verão. C Cama de Gato + Bela Vista De Filipa Reis, João Miller D Guerra. POR. 2012. M12. G Dois filmes de ficção com base D no n quotidiano dos habitantes do Bairro B da Bela Vista, em Setúbal. Nunca Desistas PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | 35 DR Bienal EXD’13 Lisboa Tendo como tema No Borders, a Experimenta Design assume-se, na 8.ª edição, como uma bienal sem fronteiras. São quatro as exposições centrais: Unmapping The World, no Palácio dos Condes da Calheta, explora as “práticas reactivas” na realização de mapas; Metamorphosis, no Mosteiro dos Jerónimos, convida designers e arquitectos a 12h50, 15h10 (V.Port.); Gravidade M12. 13h15, 15h50, 21h25, 23h45; Raptadas M16. 17h35, 21h, 00h15; Plano de Fuga M16. 13h, 15h45, 18h30, 21h15, 23h55; Dá Tempo ao Tempo M12. 12h35, 15h25, 18h15, 21h05, 23h55; Até Amanhã, Camaradas M12. 12h35, 16h20, 20h30, 00h10; Nunca Desistas M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 24h; A Gaiola Dourada M12. 18h55; Carrie M16. 13h05, 16h15, 21h45, 00h15; Desligados 13h10, 16h05, 18h45, 21h35, 00h15; Dragão M16. 19h Amadora UCI Dolce Vita Tejo C.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221 Os Smurfs 2 M6. Sala 1 - 14h05 (V.Port.); Capitão Phillips M12. Sala 1 - 16h15, 19h, 21h40; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 2 - 13h50, 18h50 (2D), 16h20, 21h20 (3D); O Jogo Final M12. Sala 3 - 13h45, 16h30, 18h55, 21h25; Desligados Sala 4 - 14h, 16h25, 19h, 21h35; Uma Boa Dose de Sexo M16. Sala 5 19h10; A Gaiola Dourada M12. Sala 5 - 14h10, 16h25, 21h30; Justin e a Espada da Coragem M6. Sala 6 - 13h45 (V.Port.); Gravidade M12. Sala 6 - 16h15, 21h45 (3D), 18h45 (2D); Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 7 - 13h45, 16h20, 18h55, 21h30; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 8 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45; Raptadas M16. Sala 9 - 21h30; O Super Coala M6. Sala 9 - 13h45, 15h40, 17h35, 19h30 (V.Port.); Plano de Fuga M16. Sala 10 - 14h05, 16h30, 191h0, 21h40; Carrie M16. Sala 11 - 14h10, 16h50, 19h15, 21h45 Barreiro Castello Lopes - Fórum Barreiro Campo das Cordoarias. T. 760789789 O Jogo Final M12. Sala 1 - 15h40, 18h40, 21h40; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 2 - 15h40, 18h10, 21h20; Capitão Phillips M12. Sala 3 - 18h20; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 3 - 15h20, 21h10; Até Amanhã, Camaradas M12. Sala 4 - 15h, 18h15, 21h30 Cascais ZON Lusomundo CascaiShopping EN 9, Alcabideche. T. 16996 Justin e a Espada da Coragem M6. 13h15 (V.Port.); Gravidade M12. 13h, 15h, 17h50, 21h20, 23h20; Capitão Phillips M12. 12h35, 15h30, 18h20, 21h15, 00h10; Plano de Fuga M16. 13h10, 15h50, 18h40, 21h40, 00h15; Thor: O Mundo das Trevas M12. 12h30, 15h10, 18h (2D), 21h30, 00h05 (3D); Carrie M16. 16h, 18h30, 21h50, 24h; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 12h55, 15h20, 18h10, 21h, 23h30; O Jogo Final M12. 12h50, 15h40, 18h25, 21h10, 23h50 Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da Rainha C.C. Vivaci. T. 262840197 Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 15h25, 18h, 21h25; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 2 - 15h35, 18h15, 21h10; O Jogo Final M12. Sala 3 - 15h20, 17h55, 21h20; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 4 - 15h30, 18h05, 21h15; Justin e a Espada da Coragem M6. Sala 5 - 15h30, 17h55; Capitão Phillips M12. Sala 5 - 21h10 Carcavelos Atlântida-Cine Centro Comercial Carcavelos. T. 214565653 Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 1 - 15h30, 21h30; Frances Ha Sala 2 - 15h45, 21h45 Estoril Centro de Congressos do Estoril Av. Amaral. T. 214647575 Lisbon & Estoril Film Festival - Sintra Cinema City Beloura Quinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643 Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Cinemax - 15h35, 17h40, 19h40, 21h40; Blue Jasmine M12. Sala 1 - 19h35; Rush - Duelo de Rivais M12. Sala 1 - 21h45; O Super Coala M6. Sala 1 - 15h40, 17h35 (V.Port.); O Mordomo M12. Sala 2 - 18h30; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 2 - 15h50, 18h40, 21h50 (3D), 15h30, 21h30 (2D); O Jogo Final M12. Sala 3 - 16h, 18h25, 21h35; A Gaiola Dourada M12. Sala 4 - 15h25, 19h30; Gravidade M12. Sala 4 - 17h30; Capitão Phillips M12. Sala 4 - 21h20; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 5 16h10, 18h50, 21h45; Raptadas M16. Sala 7 - 21h25; Capitão Phillips M12. Sala 7 - 16h05, 18h45 Castello Lopes - Fórum Sintra Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789 Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 - 15h50, 21h10 (2D), 19h10 (3D); Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 2 - 16h10, 18h40, 21h40; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 3 - 15h40, 18h20, 21h20; O Jogo Final M12. Sala 4 - 16h, 18h30, 21h30; Gravidade M12. Sala 5 - 18h; Capitão Phillips M12. Sala 5 - 15h15, 21h; Carrie M16. Sala 6 - 15h20, 18h15, 21h15; Plano de Fuga M16. Sala 7 - 15h30, 18h50, 21h50 Leiria Cinema City Leiria R. Dr. Virgílio Vieira da Cunha. T. 244845071 O Jogo Final M12. Sala 1 - 16h, 18h25, 21h40; A Gaiola Dourada M12. Sala 2 - 19h55; Carrie M16. Sala 2 - 15h35, 17h45, 21h55; Gravidade M12. Sala 3 - 17h50, 19h45; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 3 - 15h30, 17h40, 19h50, 21h35 (2D), 16h10, 21h50 (3D); Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 4 - 15h30, 17h35, 19h40, 21h45; Capitão Phillips M12. Sala 5 - 21h30; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 5 - 16h05, 18h50; Raptadas M16. Sala 6 - 18h30; Plano de Fuga M16. Sala 7 - 15h25, 22h Cineplace - Leiria Shopping CC Leiria Shopping, IC2. Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 14h, 19h (2D), 16h30, 21h30 (3D); O Jogo Final M12. Sala 2 - 12h30, 15h25, 18h20, 21h20; Justin e a Espada da Coragem M6. Sala 3 - 16h40 (V.Port.); Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 3 - 13h50, 18h40, 21h20; Capitão Phillips M12. Sala 4 - 13h30, 18h50; Plano de Fuga M16. Sala 4 - 16h20, 21h40; Gravidade M12. Sala 5 - 13h10, 15h10, 17h10, 19h10, 21h10; Desligados Sala 6 - 14h20, 16h50, 19h20, 21h50; Last Vegas Despedida de Arromba M12. Sala 7 - 12h40, 15h, 17h20, 19h40, 22h Loures Cineplace - Loures Shopping Quinta do Infantado, Loja A003. Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 1 - 14h40, 17h, 19h20, 21h40; Justin e a Espada da Coragem M6. Sala 2 - 14h30, 16h30 (V.Port.); Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 2 - 18h30, 21h10; Desligados Sala 3 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; Plano de Fuga M16. Sala 4 - 14h20, 16h50, 19h20, 21h50; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 5 - 14h10, 19h10 (2D), 16h40, 21h40 (3D); O Jogo Final M12. Sala 6 - 15h20, 18h20, 21h20; Capitão Phillips M12. Sala 7 - 14h10, 19h10; Carrie M16. Sala 7 - 17h, 22h Montijo repensar a cortiça e descobrir-lhe novas utilidades; Neoasterisms, no Planetário Calouste Gulbenkian, propõe a criadores que redesenhem a paisagem estrelar; e Identity (na foto), no Convento da Trindade, surge como um processo de reflexão crítica sobre eventos de design dos últimos 15 anos. Programa completo em www.experimentadesign.pt. Pombal Pombalcine Pombal Shopping, R. St Luzia. T. 236218801 Turbo M6. Sala 1 - 16h, 21h ZON Lusomundo Fórum Montijo C. C. Fórum Montijo. T. 16996 Thor: O Mundo das Trevas M12. 15h50, 18h30 (2D), 21h10 (3D); O Jogo Final M12. 15h30, 18h10, 21h30; Capitão Phillips M12. 15h20, 18h15, 21h; Plano de Fuga M16. 15h40, 18h20, 21h20; Carrie M16. 16h, 18h40, 21h40; Até Amanhã, Camaradas M12. 17h, 20h40 Torres Novas Odivelas Torres Vedras Centro Cultural Malaposta R. de Angola, Olival Basto. T. 219383100 É o Amor M16. Sala 1 - 21h30 ZON Lusomundo Odivelas Parque C. C. Odivelasparque. T. 16996 Plano de Fuga M16. 15h45, 18h20, 21h; Thor: O Mundo das Trevas M12. 15h20, 18h, 21h10; Dá Tempo ao Tempo M12. 15h30, 18h15, 21h15; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 15h40, 18h10, 21h20; O Jogo Final M12. 15h50, 18h30, 21h30 ZON Lusomundo Torres Vedras C.C. Arena Shopping. T. 16996 Thor: O Mundo das Trevas M12. 16h10, 18h50 (2D), 21h25 (3D); Dá Tempo ao Tempo M12. 15h30, 18h10, 21h; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 16h, 18h40, 21h40; Plano de Fuga M16. 16h25, 19h, 21h50; O Jogo Final M12. 15h45, 18h25, 21h10 Oeiras ZON Lusomundo Oeiras Parque C. C. Oeirashopping. T. 16996 O Mordomo M12. 12h30, 15h15, 18h05; Gravidade M12. 21h50, 00h15; Thor: O Mundo das Trevas M12. 13h10, 15h50, 18h30 (2D), 21h20, 00h10 (3D); Capitão Phillips M12. 12h40, 15h30, 18h40, 00h20; Dá Tempo ao Tempo M12. 13h, 16h, 18h45, 21h40, 00h25; Desligados 12h50, 15h25, 18h15, 21h10, 23h55; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 13h05, 15h40, 18h20, 21h15, 24h; O Jogo Final M12. 12h45, 15h20, 18h10, 21h, 23h50 Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita Miraflores Av. das Túlipas. T. 707 CINEMA Justin e a Espada da Coragem M6. 15h (V.Port.); Jogo de Risco M12. 21h10; Capitão Phillips M12. 18h, 21h; Thor: O Mundo das Trevas M12. 15h30, 18h30, 21h30; O Super Coala M6. 15h10, 18h10 (V.Port.); O Jogo Final M12. 15h20, 18h20 AS ESTRELAS DO PÚBLICO Bela Vista Cama de Gato Castello Lopes - TorreShopping Bairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220 Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 - 13h10, 15h50, 21h20 (2D), 18h30 (3D); Capitão Phillips M12. Sala 2 - 18h45; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 2 - 12h50, 15h30, 21h30; O Jogo Final M12. S. 3 - 13h, 15h40, 18h20, 21h40 Santarém Castello Lopes - Santarém Largo Cândido dos Reis. T. 760789789 A Gaiola Dourada M12. Sala 1 - 15h30, 17h30, 19h30; Isto é o Fim! M12. Sala 1 - 21h50; Isto é o Fim! M12. Sala 1 - 21h50; Capitão Phillips M12. Sala 2 - 15h40, 18h20, 21h; O Jogo Final M12. Sala 3 - 16h10, 18h50, 21h30; Plano de Fuga M16. Sala 4 - 16h, 18h40, 21h20; Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 5 - 15h50, 18h30, 21h10; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 6 - 16h20, 19h, 21h40 Setúbal Auditório Charlot Av. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446 Cama de Gato + Bela Vista M12. Sala 1 21h30; Um Fim do Mundo M12. Sala 1 - 21h30 Seixal Cineplace - Seixal Qta. Nova do Rio Judeu. Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 - 14h, 19h (2D), 16h30, 21h30 (3D); Last Vegas Despedida de Arromba M12. Sala 2 - 12h30, 14h50, 17h10, 19h30, 21h50; Carrie M16. Sala 3 - 13h20, 15h30, 17h40, 19h50, 22h; O Jorge Mourinha Luís M. Oliveira Vasco Câmara mmmmm mmmmm – – mmmmm – – mmmmm – De Bicicleta com Molière mmmmm – – Despedida de Arromba mmmmm – – E Viveram Felizes para Sempre mmmmm mmmmm mmmmm Frances Ha mmmmm mmmmm – Grand Central mmmmm mmmmm – Raptadas mmmmm mmmmm – Um Fim do Mundo mmmmm mmmmm mmmmm Desligados a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente Jogo Final M12. Sala 4 - 15h, 18h, 21h; Justin e a Espada da Coragem M6. Sala 5 - 16h40 (V.Port.); Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 5 - 14h, 18h40, 21h20; Desligados Sala 6 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h40; Capitão Phillips M12. Sala 7 - 13h, 18h20; Plano de Fuga M16. Sala 7 - 15h50, 21h10 Faro SBC-International Cinemas C. C. Fórum Algarve. T. 289887212 Rush - Duelo de Rivais M12. Sala 1 - 13h50, 16h25, 19h, 21h40; Gravidade M12. Sala 2 - 15h, 17h05, 19h10, 21h15; Capitão Phillips M12. Sala 3 - 12h45, 15h30, 18h20, 21h10; Raptadas M16. Sala 4 - 13h15; Desligados Sala 4 - 16h20, 18h50, 21h20; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 5 - 16h40, 21h30 (3D); Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 6 - 13h05, 15h40, 18h20, 21h; Plano de Fuga M16. Sala 7 - 14h20, 16h50, 19h20, 21h50; A Gaiola Dourada M12. Sala 8 - 13h50, 18h50; O Mordomo M12. Sala 8 - 16h05, 21h05; 2 Tiros M12. Sala 9 - 19h35, 22h; Diana M12. Sala 9 - 14h35, 17h05 Lagos Algarcine - Cinema de Lagos R. Cândido dos Reis. T. 282799138 Blue Jasmine M12. Sala 1 - 17h15; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 1 - 15h10, 19h, 21h30; Rush - Duelo de Rivais M12. Sala 2 - 17h; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 2 - 15h, 19h, 21h40 Albufeira Cineplace - AlgarveShopping Estrada Nacional 125 - Vale Verde. Desligados Sala 1 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h40; Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 2 - 14h, 19h (2D), 16h30, 21h30 (3D); Dá Tempo ao Tempo M12. Sala 3 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h10; Plano de Fuga M16. Sala 4 13h50, 16h20, 18h50, 21h20; Até Amanhã, Camaradas M12. Sala 5 - 14h10, 17h40, 21h10; Justin e a Espada da Coragem M6. Sala 6 - 16h10 (V.Port.); Capitão Phillips M12. Sala 6 - 13h20, 18h10, 21h; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 7 17h10, 19h30, 21h50; O Jogo Final M12. Sala 8 - 15h20, 18h20, 21h20; Carrie M16. Sala 9 - 13h, 15h10, 19h20, 21h30; O Super Coala M6. Sala 9 - 17h20 (V.Port.) Olhão Algarcine - Cinemas de Olhão C.C. Ria Shopping. T. 289703332 Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; Rush - Duelo de Rivais M12. Sala 2 - 15h30, 18h30, 21h30; O Mordomo M12. Sala 3 - 15h20, 18h20, 21h30 Portimão Algarcine - Cinemas de Portimão Av. Miguel Bombarda. T. 282411888 Thor: O Mundo das Trevas M12. Sala 1 - 15h, 17h15, 21h30; Carrie M16. Sala 1 - 19h30; Carrie M16. Sala 2 - 17h; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. Sala 2 - 15h, 19h, 21h30 Tavira Zon Lusomundo Tavira R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996 Plano de Fuga M16. 15h50, 18h30, 21h20; Thor: O Mundo das Trevas M12. 15h10, 18h (2D), 21h05 (3D); Dá Tempo ao Tempo M12. 15h20, 18h10, 21h; Last Vegas - Despedida de Arromba M12. 15h50, 18h20, 21h20; O Jogo Final M12. 16h, 18h40, 21h10 36 | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 SAIR TEATRO Lisboa Cão Solteiro R. Poço dos Negros, 120. Enciclopédia: X Cão Solteiro. De 30/10 a 24/11. 4ª a Dom às 21h30 Reservas: 916820000 das 15h às 21h30. M/18. Casino Lisboa Parque das Nações. T. 218929000 Lar, Doce Lar Enc. António Pires. De 4/11 a 30/11. 2ª, 3ª e 4ª às 21h30. Dom às 16h30 M/12. Duração: 95m. Teatro Aberto Praça de Espanha. T. 213880089 O Preço Enc. João Lourenço. De 11/9 a 17/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro da Comuna Praça de Espanha. T. 217221770 Um Inimigo do Povo Comuna Teatro de Pesquisa. Enc. Álvaro Correia. De 30/10 a 22/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da Trindade Largo da Trindade, 7A. T. 213420000 Hotel Bilderberg - Um Desconcerto Dramático em Dó Menor Enc. Castro Guedes. De 31/10 a 24/11. 4ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h (na Sala Estúdio). M/14. Teatro Nacional D. Maria II Praça D. Pedro IV. T. 800213250 O Aldrabão Enc. João Mota. De 17/10 a 17/11. 4ª às 19h. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h (na Sala Garrett). M/12. Pessoa, o Grande Ausente Trigo Limpo Teatro Acert. Enc. Pompeu José, Raquel Costa. De 13/11 a 14/11. 4ª às 19h15. 5ª às 21h15 (na Sala Estúdio). Teatro Politeama Rua Portas de Santo Antão. T. 213405700 Grande Revista à Portuguesa Enc. Filipe La Féria. Coreog. Marco Mercier. De 27/6 a 29/12. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Robin dos Bosques Enc. Filipe La Féria, Nuno Guerreiro (assistência). A partir de 9/11. 3ª a 6ª às 11h e 14h (para escolas). Sáb e Dom às 15h. Teatro Taborda Rua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 O Meu Jantar com o André Enc. Manuel Wiborg. De 6/11 a 17/11. 3ª a 6ª às 21h30. Sáb e Dom às 16h e 21h30. URI GERSHUNI Teatro Tivoli BBVA Avenida da Liberdade, 182. T. 213572025 A Grande Estreia Enc. António Pires. A partir de 16/10. 4ª às 21h30. A partir de 17/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. MÚSICA Lisboa Almada Teatro Municipal Joaquim Benite Avenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Em Direcção aos Céus Companhia de Teatro de Almada. Enc. Rodrigo Francisco. De 2/11 a 30/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. 120m. Falar Verdade a Mentir Companhia de Teatro de Almada. Enc. Rodrigo Francisco. De 16/10 a 15/11. 3ª a 6ª às 15h. M/12. Duração: 50m. Baginski Galeria/Projectos R. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Index 2013 De Pedro Casqueiro. De 13/11 a 11/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Pintura. Casa América Latina Avenida 24 de Julho, 118B. T. 213955309 Silêncio e Alvoroço De Martha Barros. De 12/11 a 20/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 13h e das 14h às 18h30. Pintura. Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 Arquitectura é Vida De vários autores. De 13/9 a 25/11. 2ª a 6ª das 08h às 20h. Sáb, Dom e feriados das 10h às 18h. Arquitectura, Documental. Futurospective Arquitecture De Sou Fujimoto. De 10/9 a 17/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Centro Português de Serigrafia - CCB Centro Cultural de Belém, Lj 7. T. 213162175 Encontros de Belgrado De vários autores. De 17/10 a 17/11. Todos os dias das 10h às 21h. Cristina Guerra - Contemporary Art Rua Santo António à Estrela. T. 213959559 Ouriços De José Loureiro. De 11/10 a 13/11. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva Praça das Amoreiras, 56. T. 213880044 Artistas Portugueses De Justino Alves, Manuel Amorim, Pedro Avelar, René Bertholo, Carlos Botelho, entre outros. De 10/10 a 6/2. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian Avenida de Berna, 45A. T. 217823000 O Brilho das Cidades. A Rota do Azulejo De 25/10 a 26/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Galeria Luís Serpa - Projectos Rua Tenente Raúl Cascais, 1B. T. 213977794 Grey Matter De Miguel Palma. De 3/10 a 15/11. 2ª a 6ª das 15h às 19h. Galeria Pedro Cera Rua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Sunset. De Diogo Evangelista. De 27/9 a 15/11. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb das 14h30 às 19h. Pintura, Vídeo. MNAC - Museu do Chiado Rua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Theatrum Orbis Terrarum De Salomé Lamas. De 16/10 a 17/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. MUDE - Museu do Design e da Moda Rua Augusta, 24. T. 218886117 Felipe Oliveira Baptista De 18/10 a 16/2. 3ª a Dom das 10h às 18h (última entrada às 17h45). Design. O Efeito Instituto De vários autores. De 13/9 a 15/12. 3ª a Dom das 10h às 18h (última entrada às 17h45). Arquitectura, Design, Outros. Trienal de Arquitectura de Lisboa. Objet Préféré De vários autores. De 5/9 a 26/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última entrada às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Museu Banco de Portugal Avenida Almirante Reis, 71. T. 213130650 O Dinheiro no Ocidente Peninsular do Artigo Padrão ao Euro A partir de 15/11. 2ª a 6ª das 10h às 12h e das 14h às 16h. Museu Colecção Berardo Praça do Império, CCB. T. 213612878 Entre Memória e Arquivo De Helena Almeida, Daniel Blaufuks, Christian Boltanski, Marcel Duchamp, Tracy Moffatt, Umrao Singh Sher-Gil, Hiroshi Sugimoto, Vivan Sundaram, Jemima Stehli, Robert Wilson, Francesca Woodman. De 3/7 a 5/1. 3ª a Dom das 10h às 19h (última entrada às 18h30). Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. 3ª a Dom das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Museu da Cerveja Ala Nascente. T. 210987656 Contos Murais De Júlio Pomar. A partir de 3/4. Todos os dias das 12h às 23h. Museu do Oriente Av. Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 Biombos De Catarina Castel-Branco. De 11/7 a 1/12. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Objectos, Outros. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (gratuito das 18h às 22h). Museu Nacional de Arte Antiga Rua das Janelas Verdes, 1249. T. 213912800 Árvores. Desenho Estrangeiro e Português (Séculos XVI a XIX) De vários autores. De 28/6 a 8/12. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 18h. O Frei Carlos da América - Investigação e Crítica De 28/6 a 24/11. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 18h. Obra Convidada: Francisco de Goya y Lucientes De 10/10 a 19/1. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 18h. . Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX De Vários autores. A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Algarve, Atlântico (Cova da Piedade), Almofariz (Monte da Caparica) Almeirim - Central Almodôvar - Ramos Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Borel, Campos, Guizo Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova Barrancos - Barranquense Barreiro - Santa Marta Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Oliveira Suc. Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente Miguens, Martins (Samora Correia) Bombarral - Franca Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)), Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Branco Lisboa Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Pereira Suc. Cascais - de Birre (Birre), Aragão (Parede), Grincho (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Reis Castelo de Vide - Roque Castro Verde - Alentejana Chamusca Santa Catarina (Carregueira) Constância - Carrasqueira (Montalvo) Covilhã - da Alameda Crato - Misericórdia Cuba Da Misericórdia Elvas - Europa, Calado Entroncamento - Almeida Gonçalves Estremoz - Godinho Évora - Paços Faro - Crespo Santos Ferreira do Alentejo - Singa Ferreira do Zêzere - Graciosa Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Serra Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Vitória Gavião - Gavionense, Pimentel Golegã - Salgado Grândola Pablo Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Freitas (Zebreira) Lagoa - Sousa Pires Lagos - Telo Leiria - Batista Loulé - Martins, Maria Paula (Quarteira), Paula (Salir) Loures - Pinheirense, Luna (S. João da Talha), Pedro Gomes (Valbom) Lourinhã - Quintans (Foz do Sousa), Liberal (Reguengo Grande) Mação - Catarino Mafra - Barros (Igreja Nova), Ferreira (Malveira) Marinha Grande - Duarte Marvão - Roque Pinto Mértola - Pancada Moita - Cardoso (Baixa da Banheira) Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montijo - Higiene Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Central Nazaré - Ascenso, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Odemira Confiança Odivelas - Pontinha, Almeida (S. Cosme) Oeiras - Miramar, Central, Marta (Valbom) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão Olhanense Ourém - Pastorinhos (Fátima), Moderna Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Ideal (Águas de Moura) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Proença Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Portalegrense Portel Fialho Portimão - Carvalho Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo Casa do Povo de Redondo Reguengos de Monsaraz - Paulitos Rio Maior - Central EXPOSIÇÕES Lisboa Ido Feder e David Marques levam Images de Bêtes ao Negócio Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 Danças Ocultas & Dom La Nena Às 21h Coliseu dos Recreios R. Portas de Santo Antão. T. 213240580 5.ª Grande Gala da Rádio Sim Dia 13/11 às 21h. Com Ana Sofia Varela, António Pinto Basto, Hélder Moutinho, Joana Amendoeira, Kátia Guerreiro, Maria Amélia Proença, Pedro Moutinho, Ricardo Ribeiro, entre outros. Culturgest Rua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Kaja Draksler Dia 13/11 às 21h30 Palácio Foz Pç. dos Restauradores. T. 213221200 Adam Makowicz Dia 13/11 às 19h. Teatro Tivoli BBVA Avenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Orquestra de Cordas e Coro da Casa Pia de Lisboa Dia 13/11 às 21h30. Beja Teatro Municipal Pax-Júlia Largo de São João. T. 284315090 António Pinho Vargas Dia 13/11 às 21h30 DANÇA Lisboa O Negócio R. do O Século, 9 . T. 213430205 Images de Bêtes Coreog. Ido Feder, David Marques. De 13/11 a 16/11. 4ª a Sáb às 21h30 (Festival Temps d’Images 2013). M/16. Amadora Espaço Cultural Recreios da Amadora Avenida Santos Mattos, 2. T. 214369055 Alice no País das Maravilhas Quorum Ballet. Coreog. Inês Godinho. De 13/11 a 15/11. 4ª às 15h. 5ª e 6ª às 10h30 e 15h (para escolas). De 16/11 a 17/11. Sáb e Dom às 16h. FARMÁCIAS Lisboa Serviço Permanente Conceição (Xabregas - Madre de Deus) - Calçada de D. Gastão, 30 - 32 - Tel. 218681279 Conde Redondo (Conde Redondo- Santa Marta) - Rua Conde Redondo, 68-72 - Tel. 213538772 Da Luz (Luz - Metros Laranjeiras) - Estrada da Luz, 124 - A / Rua Ginestal Machado, 14 - Tel. 217210990 Olivais (Olivais Velho) - Rua Alves Gouveia, 19 - Tel. 218511237 Porfírio (Campo de Ourique) - Rua Francisco Metrass, 59 - B - Tel. 213963349 Quejas (Telheiras Sul - Qtª. de S. Vicente) - R. Prof. Dr. Francisco Gentil, 36 - A - Tel. 217584144 Outras Localidades Serviço Permanente Abrantes - Mota Ferraz Alandroal Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Piedade Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Correia Pinto Alcobaça Epifânio, Alves (Benedita), Nova (Benedita) Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Catarino, Varela Aljustrel - Pereira Almada - Marisol, Salvaterra de Magos - Martins Santarém - Oliveira Santiago do Cacém - Jerónimo Sardoal - Passarinho Seixal - Ana Branco (Arrentela) Serpa - Oliveira Carrasco Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Quinta do Conde, Leão Setúbal - Leão Soromenho, Saião Silves - Dias Neves, Sequeira Correia Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Marques Rodrigues, Idanha (Idanha), Queluz (Queluz), Cargaleiro Lourenço (Rinchoa), da Beloura (São Pedro Penaferrim) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Central Tomar - Torres Pinheiro Torres Novas - Higiene Torres Vedras Garcia Alves Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Ascenção Nunes, Botto e Sousa, Madragoa, Nova Alverca, Silva Carvalho Vila Nova da Barquinha - Oliveira Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Monte Montemor-o-Novo - Sepúlveda PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | 37 FICAR Os mais vistos da TV Segunda-feira, 11 % Aud. Share Patrick Dempsey: A Caminho de Le Mans, Discovery, 21.00 [email protected] [email protected] CINEMA Erin Brockovich [Erin Brockovich] Hollywood, 21h30 Erin Brockovich ( Julia Roberts) está entre a espada e a parede: não tem dinheiro, não tem trabalho e tem três filhos para criar. E, logo por azar, tem um acidente de carro. Apesar de não ter a culpa, o seu advogado Ed Marsy (Albert Finney) não consegue chegar a nenhum acordo. Com a pouca esperança que lhe resta, Erin pede emprego a Ed. Logo nos primeiros dias encontra uns ficheiros de processos de saúde arquivados como processos de imobiliário. Para Erin, não se trata apenas de um lapso arquivístico e, depois de alguma insistência, consegue convencer Ed a deixá-la investigar... Amanhecer Violento [Red Dawn] TVC1, 21h30 Jed Eckhert é um oficial da Marinha que acaba de regressar ao seu país. Certa manhã, acorda com a cidade a ser invadida pelo Exército norte-coreano. Consciente da gravidade da situação em que se encontra, esconde-se na floresta com o irmão e alguns amigos. Porém, vendo o seu pai ser executado diante dos seus olhos, chega à conclusão de que precisam de se preparar para a guerra. Assim, torna-se o líder dos Wolverine, um grupo de guerrilheiros que treina para atingir um propósito muito preciso: lutar pelo seu país e salvar as suas famílias contra um exército determinado a eliminá-los. Um Dia Inesquecível [Una Giornata Particolare] RTP1, 1h01 Seis de Maio de 1938. Hitler é recebido em festa na cidade de Roma. Sophia Loren é Antonietta, uma dona de casa que não foi com o resto da numerosa família ver os desfiles. Marcello Mastroianni é Gabrielle, o seu vizinho, aparentemente a única pessoa para além dela que permaneceu no edifício. Ele é locutor de rádio e foi impedido de trabalhar devido às suas ideias antifascistas e ao facto de ser homossexual. Aguarda a partida RTP1 6.30 Bom Dia Portugal 9.56 Praça da Alegria 12.15 Os Nossos Dias 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Windeck - O Preço da Ambição 14.39 Éramos Seis 15.22 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.09 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.07 Bemvindos a Beirais 21.53 Quem Quer Ser Milionário 22.53 5 Para a Meia-Noite - Com Nuno Markl 23.59 Ripper Street 1.01 Filme: Um Dia Inesquecível 2.59 Ler +, Ler Melhor 3.06 Regresso a Sizalinda Depois de Morto 21.30 Amanhecer Violento 23.05 Fim de Turno 0.55 O Rancho do Amor 2.50 Uma Família Com Etiqueta SIC 14,2 TVI 13,7 SIC 13,6 TVI 13,6 TVI 12,0 28,9 27,8 27,7 26,6 24,4 FONTE: CAEM Investigação Criminal Los Angeles 19.30 Casos Arquivados 20.28 Lei & Ordem: Unidade Especial 22.15 Elementar 23.49 Apanha-me se puderes 00.46 Dexter 10.48 Mulheres de Armas 12.26 Códigos de Guerra 14.42 Espécie Mortal II 16.17 A Câmara Encerrada 18.07 Gorilas na Bruma 20.13 É Muito Rock, Meu! 22.00 Jogos Quase Perigosos 23.48 Espécie Mortal III 1.37 Saw II - A Experiência do Medo 3.08 Circo dos Horrores: O Assistente do Vampiro FOX LIFE 13.55 Uma Família Muito Moderna 14.18 Filme: Bringing Ashley Home 15.48 Revenge 16.32 Masterchef USA 17.15 Parenthood 18.01 Uma Família Muito Moderna 18.46 Um Homem Entre Mulheres 19.28 Os Melhores Bolos e Doces 20.23 Filme: Stalkers 22.00 Revenge 22.45 Masterchef USA 00.24 O Sexo e a Cidade HOLLYWOOD 11.50 Spotlight On - Comédias do Grande Ecrã 1 12.00 Duas Irmãs, um Rei 14.00 Escola de Homens 16.05 Films & Stars Magazine 16.30 Romance Arriscado 18.00 Rio Selvagem 19.50 A um Passo do Amor 21.30 Erin Brockovich 23.50 O Último A Cair 1.35 Larry Flynt DISNEY 15.27 A Nova Escola Do Imperador 15.40 Os Substitutos 16.05 Os Substitutos 16.30 Littlest Pet Shop 16.55 Phineas e Ferb 17.19 Monster High 17.30 Boa Sorte, Charlie! 18.00 Violetta 18.55 Austin & Ally 19.42 Shake It Up 20.06 Shake It Up 20.30 Violetta AXN SIC 6.00 SIC Notícias 7.00 Edição da Manhã 8.05 Uma Aventura 8.50 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.30 Rosa Fogo 15.40 Boa Tarde 18.15 Senhora do Destino 19.15 Sangue Bom 20.00 Jornal da Noite 21.50 Sol de Inverno 22.55 Sorteio do Totoloto 23.00 Amor à Vida 00.00 A Guerreira 00.55 Investigação Criminal 1.35 EPT - European Poker Tour 2.55 As Taras de Tara TVI 6.30 Diário da Manhã 10.13 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.45 A Outra 16.00 A Tarde é Sua 18.15 Doce Fugitiva 18.36 I Love It 19.34 Casa dos Segredos 4 - Diário da Tarde 20.00 Jornal das 8 - Directo 21.33 Casa dos Segredos 4 - Diário da Noite Especial 22.05 Belmonte 23.16 Destinos Cruzados 00.00 Casa dos Segredos 4 - Extra 1.45 Guestlist 2.18 Jess e os Rapazes 3.03 Filme: Marci X - A Dama do Rap 4.26 O Último Beijo 13.51 Castle 14.41 Mentes Criminosas 15.31 Investigação Criminal 17.11 Castle 18.51 Mentes Criminosas 19.41 C.S.I. 20.31 C.S.I. 21.25 Investigação Criminal 22.21 Crossing Lines 23.15 Mentes Criminosas 00.11 Investigação Criminal 1.46 Mentes Criminosas DISCOVERY 19.10 Guerras de Sucata 20.05 Mestres de Engenharia 21.00 Patrick Dempsey: A Caminho de Le Mans 22.00 Esse Carro Será Meu 22.55 Overhaulin’ 2012h 23.45 Real Prison Breaks 00.35 Pára ou a minha família dispara! AXN BLACK 13.58 Chuck 14.45 Filme: Estranhas Ligações 16.22 Tempos Primitivos 17.13 Roma Criminal 18.12 Chuck 18.59 Tempos Primitivos 19.50 Sobrenatural 20.36 Roma Criminal 21.35 Boardwalk Empire 22.25 Filme: Deuce Bigalow: Um Gigolo na Europa 23.51 Boardwalk Empire 00.41 Sobrenatural AXN WHITE 13.38 Trocadas à Nascença 14.25 Era Uma Vez 15.12 A Teoria do Big Bang 16.00 Filme: Maridos e Mulheres 17.48 Trocadas à Nascença 18.36 Era Uma Vez 19.24 Community 20.12 A Teoria do Big Bang 21.00 Criadas e Malvadas 21.50 Filme: Momento da Verdade 23.56 Criadas e Malvadas 00.43 Mágoas de Grandeza TVC1 11.15 Amanhecer Violento 12.50 O Rancho do Amor 14.45 Uma Família Com Etiqueta 16.20 Viagem Mágica a África 17.50 A Noite de Estreia 19.45 15,9% % 2,1 21,5 24,2 26,3 para o exílio. Ela prepara-se para mais um dia de violento trabalho doméstico. Os dois travam conhecimento e passam o dia juntos. Realizado por Ettore Scola, ganhou o César de Melhor Filme Estrangeiro de 1978. FOX MOVIES RTP2 7.00 Zig Zag 15.09 Predadoras - 3.ª temporada 15.31 Iniciativa 15.35 Trovas Antigas, Saudade Louca 16.28 Sociedade Civil 18.00 A Fé dos Homens 18.35 Iniciativa 18.40 Ler +, Ler Melhor 18.49 Zig Zag 20.53 Ler +, Ler Melhor 21.04 Águas em Conta Documentário 22.00 Síntese 24 Horas - Directo 22.22 Agora (Diários) 22.32 Dexter - 6.ª temporada 23.28 Estado de Graça 00.21 Liberdade 21 1.17 EsecTV 1.44 Agora (Diários) 1.51 Euronews Jornal da Noite Belmonte Sol de Inverno Secret Story 4: Diário Jornal das 8 RTP1 2: SIC TVI Cabo FOX 13.49 American Dad 14.09 Os Simpson 14.47 Foi Assim Que Aconteceu 15.45 Hawai Força Especial 17.15 C.S.I. 18.30 HISTÓRIA 19.40 O Preço da História: O Regresso Do Foragido 20.03 O Preço da História: A Nostalgia de Rick 20.30 O Preço da História: Cêntimo e Cêntimo 20.50 O Preço da História: Plano Disparatado 21.15 Loucos por Carros: Ponto de Ebulição 21.35 Loucos por Carros: Politicamente Correto 22.00 Loucos por Carros: Sem Espaço 22.22 Loucos por Carros: Desafio Final 22.50 Caça Tesouros: Fazemos Uma Troca? 23.35 Restauradores: Litros De Soda 23.56 Restauradores: Partidas Pesadas DOCUMENTÁRIOS Mestres de Engenharia Discovery, 20h05 Acompanham-se alguns dos maiores projectos de engenharia edificados na História. No episódio de hoje, segue-se a construção de um projecto hidroeléctrico de 600 milhões de dólares na Colúmbia Britânica, no Canadá. Sobreviver ao Alasca National Geographic, 22h10 Três grupos, compostos por alguns dos mais experientes montanhistas do Alasca, tentam sobreviver a uma expedição de proporções épicas. Esta etapa leva os exploradores até ao imponente rio Yukon, onde têm que percorrer mais de 320 quilómetros até chegarem ao seu destino. CULINÁRIA Poupe com Jamie 24Kitchen, 21h15 Estreia. O conceituado cozinheiro Jamie Oliver ajuda a fazer poupanças nas refeições diárias, mostrando que não é preciso gastar muito para fazer saborosos pratos. Neste programa, dá aos espectadores o conhecimento de que precisam para receitas maravilhosas, desperdiçando o menos possível. A lição é dividida em capítulos que correspondem a alguns ingredientes principais: vegetais, frango, peixe, carne de vaca, carne de porco e borrego. INFANTIL ODISSEIA 19.10 Desafio ao Limite 20.09 Nação Sob Ameaça: Ataque Nuclear 21.00 1000 Formas de Morrer 22.01 Teorias da Conspiração: Nazis Hoje 22.21 Teorias da Conspiração: Ataque Alienígena Secreto 22.41 Teorias da Conspiração: Sociedades Secretas 23.01 Teorias da Conspiração Zombies 23.22 1000 Formas de Morrer Banana Cabana Panda Biggs, 16h00 1.ª temporada. Banana Cabana passa-se num resort tropical. Aqui, todos os animais raparam o pêlo e usam apenas roupa interior. Um cão chamado Howie é o gerente e líder. Em cada episódio, ele e a sua equipa desastrada metem-se nas mais loucas aventuras. 38 | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 JOGOS Meteorologia Ver mais em www.publico.pt CRUZADAS 8617 TEMPO PARA HOJE Horizontais 1. Concisas. Preposição designativa de falta. 2. Outra coisa (ant.). Esbelta. 3. Divindade dos Assírios e Fenícios. Presente. 4. Frase melódica de curta duração, mas de sentimento patético e profundo. Tombar. 5. Disk Operating System. O m. q. natureza. 6. Atmosfera. Matar o tempo (gír.). Nióbio (s.q.). 7. Debaixo de (prep.). Pentagrama musical. 8. Vaso largo de madeira de fundo redondo ou rectangular. Regra. 9. Rosto. Grande caixa com tampa plana. 10. Magnetizar. Dá passos. 11. Grande mamífero anfíbio das regiões polares. Superfície exterior do couro. Solução do problema anterior: Horizontais: 1. Pomar. Aspas. 2. Amor. Aurato. 3. Sou. Erg. Ulo. 4. CONFESSA. 5. Aponta. Si. 6. Mi. Farota. 7. Oral. PADRE. 8. Alara. Jus. 9. Undi. Ala. Ma. 10. Fã. Taranta. 11. Ooteca. Oira. Verticais: 1. Passam. Tufo. 2. Omo. Pio. NÃO. 3. MOUCO. Rad. 4. Ar. Onfalite. 5. Entala. AC. 6. Arfar. Rara. 7. Auge. Opala. 8. Sr. Seta. Ano. 9. Paus. Adj. Ti. 10. Atlas. Rumar. 11. Soo. Ilesa. Provérbio: Padre mouco não confessa. Verticais: 1. Nomear abade. Termo. 2. Clarão (ant.). Espécie de veado, de cauda comprida e galhos achatados na parte superior. 3. Gritos aflitivos. Extrair. 4. Lâmina com muitos orifícios para coar a água e outros líquidos. Pessoas adultas do sexo masculino. 5. Planta liliácea da China. Presunçoso. Autores (abrev.). 6. Prender, fisgar com arpão. Face inferior do pão. 7. Redução de senhor (pop.). Cobrir com tampa ou testo. 8. Falta de humidade. Óxido de cálcio. 9. Tornar são. Cavaleiro do exército alemão ou austríaco, armado de lança. 10. Na frente. Doutor (abrev.). 11. Dar mios. Diminuição de preço ou valor. Depois do problema resolvido encontre o título de um filme com Guy Pearce (4 palavras). Bragança Viana do Castelo 10º 20º Braga 4º 17º 11º 21º Vila Real 7º 16º Porto 17º 10º 20º Viseu 2-3m 11º Guarda 11º 19º Aveiro 6º 13º Penhas Douradas 6º 12º 21º Coimbra 11º 20º Castelo Branco Leiria 12º 21º 7º 22º Santarém Portalegre 11º 22º 13º 18º Lisboa BRIDGE SUDOKU Dador: Este Vul: EO NORTE ♠ QJ8 ♥ 96 ♦ A954 ♣ 8642 OESTE ♠ K62 ♥ K10752 ♦ 862 ♣ J5 ESTE ♠ 7543 ♥ J43 ♦ K3 ♣ Q973 SUL ♠ A109 ♥ AQ8 ♦ QJ107 ♣ AR10 Oeste passo passo 14º 22º Norte 3ST Este passo passo Sul 2ST(1) passo Leilão: Qualquer forma de Bridge. (1) – 20-21h, balançados Carteio: Saída: 5♥. Como encara a carta de saída? Que linha de jogo adopta? Solução: Após um leilão bastante simples, Sul encontrou-se a jogar o natural contrato de 3ST, tendo recebido a saída ao 5 de copas, quarta carta do naipe. O declarante começou por contar as suas vazas seguras, as quais, após a saída a copas para o Valete de Este, perfaziam um total de seis. Bastava-lhe procurar mais três, e uma leitura expedita do jogo revelou-lhe que as mesmas se poderiam materializar quer em ouros (passagem ao Rei), quer em espadas (nova passagem), caso o Rei de ouros estivesse “mal”. Assim, abordou o carteio com confiança, seguro de que havia detectado uma linha de elevada probabilidade (mais exactamente 75%, probabilidade de resultar uma de duas passagens). Fez a Dama de copas da mão e jogou de imediato a Dama de ouros, em passagem forçante sobre Oeste, propondo-se repetir a mesma caso o Rei estivesse terceiro ou mesmo quarto á sua esquerda. No entanto, o Rei estava em Este, que fez a vaza e cruzou uma segunda copa. O carteador recuou uma vez, apercebendo-se do 2 de copas em Oeste, o qual revelava a existência de 5 cartas no naipe de saída. De qualquer modo, nada estava ainda perdido, e havia que passar á segunda parte do plano. Fez a terceira copa com o Ás da mão, baldando um pau do morto, e jogou três voltas de ouros terminando em Norte. Partiu então de Dama de espadas, que deixou correr, na esperança de encontrar o Rei em Este. Quando Oeste fez a vaza e tirou as suas duas copas entretanto apuradas, o contrato havia sido derrotado – 1 cabide! Ora, apesar da relativa infelicidade da distribuição das cartas, Sul foi devidamente castigado pela inépcia revelada, pois após a saída o contrato havia-se tornado imperdível. Porquê? Bastaria ao carteador tirar as devidas ilações sobre a carta de saída, localizando a mão comprida á sua esquerda, o que fazia dela a primeira a ser desarmada, de acordo com a boa técnica, e portanto o primeiro dos naipes a ser jogado deveria ter sido espadas. O facto de a única entrada disponível no morto, para depois fazer a passagem ao Rei de espadas, ser o Ás de ouros, deve ter toldado o raciocínio a Sul, o qual não se apercebeu de que a jogada chave era jogar uma pequena espada da mão em direcção a Dama e Valete do morto. Qualquer que fosse a mão que fizesse o Rei e continuasse copas, já não conseguiria derrotar o contrato. Bastaria ao declarante recuar a segunda copa (o que fez á mesa), fazendo apenas o Ás sobre a terceira, eliminando o naipe em Este. Agora pode jogar tranquilamente a Dama de ouros e fazer a passagem em segurança pois, mesmo que o Rei estivesse “mal”, o flanco não dispõe de carta para entrar na mão de Oeste sem que primeiro o declarante alinhe nove vazas (2 espadas, 2 copas, 3 ouros e 2 paus). Experimente! Oeste Norte 1♦ Este X Setúbal Problema 5218 Dificuldade: fácil Évora 10º 23º 9º 21º 17º Beja Sines 12º 11º 22º 22º 1-2m Sagres Faro 13º 21º Solução do problema 5216 14º 23º 19º 0,5-1m Açores Corvo Flores Graciosa 19º 15º 18º 19º Problema 5219 Dificuldade: difícil Sul XX 2m S. Jorge Faial 16º 20º Terceira 18º Pico 15º 2m 18º S. Miguel 15º 18º 2m Ponta Delgada Sta Maria Madeira Porto Santo ? 19º 23º Sol 21º O que marca com a seguinte mão? ♠ Q109752 ♥ 64 ♦ 10965 ♣ 8 Nascente 07h17 Poente 17h25 2-3m Lua Cheia Resposta: Sabe que o parceiro entrou, provavelmente com legitimidade, num leilão em que os adversários “anunciaram”, através do redobre, que o mesmo lhes pertence, e que possuem pelo menos 23 pontos honra em linha, aprestando-se para capitalizar essa força. No entanto, apesar de possuir poucos pontos, tem uma distribuição excepcional que pode dificultar bastante a vida ao campo contrário, retirando-lhes parte substancial do espaço de leilão de que necessitariam para trocar informação com vista ao melhor contrato. Dificulte-lhes (bastante) a vida, com a boa voz: 3 espadas! Solução do problema 5217 Funchal º 1-1,5m 22 17 Nov. 15h16 19º 24º Marés Leixões Preia-mar 11h39 00h12* Baixa-mar 05h26 17h59 João Fanha/Pedro Morbey ([email protected]) AMANHÃ © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com Cascais Faro 3,1 11h14 3,1 11h15 3,1 3,1 23h48 3,1 23h46 3,0 1,0 05h01 1,2 04h54 0,9 17h34 1,0 17h27 Fonte: www.AccuWeather.com 1,1 0,9 *de amanhã Museu do Neo-Realismo Vila Franca de Xira COLECÇÃO ARQUITECTOS PORTUGUESES - SÉRIE 2 LEIA AS MELHORES OBRAS DA ARQUITECTURA PORTUGUESA. TODOS OS S SÁBADOS Vol. 1 V 16 Nov. +3€ ALCINO SOUTINHO Alcino Soutinho desenhou e construiu inúmeras obras por todo o país, mas foi na cidade do Porto que o seu trabalho teve maior projecção. Leia esta obra e conheça a história deste grande arquitecto nacional de escala mundial. Vol. 1: 3€, restantes 6,90€. Preço total da colecção 85,80€. Aos Sábados, entre 16 de Novembro de 2013 e 8 de Fevereiro de 2014. Limitado ao stock existente. A compra do produto obriga à aquisição do jornal. 40 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Disputar um play-off raramente é sinal de uma participação bem-sucedida A selecção portuguesa enfrenta, pela terceira ocasião consecutiva, a eliminatória de acesso para um grande torneio. Mas são poucos os casos em que as equipas apuradas nesta fase conseguem chegar longe Futebol Tiago Pimentel O formato da zona europeia de apuramento para Mundiais e Europeus tem sofrido alterações ao longo dos anos, mas se há coisa que praticamente não muda é esta: a necessidade de disputar um play-off para garantir a presença na fase final raramente deixa adivinhar uma participação bem-sucedida. Na esmagadora maioria dos casos, as selecções caem logo na fase de grupos. Mas há excepções, claro: a Alemanha chegou à final do Mundial 2002 depois de só ter garantido bilhete para o torneio do Japão e Coreia do Sul no play-off. A experiência recente de Portugal – que disputa com a Suécia um lugar no Mundial 2014, enfrentando um play-off pela terceira ocasião consecutiva (foi assim que a selecção nacional se apurou para o Euro 2012 e Mundial 2010, contra a Bósnia-Herzegovina em ambos os casos) – até contraria a tendência, porque a equipa das “quinas” conseguiu, nas duas competições, ultrapassar a fase de grupos. Na África do Sul, a equipa de Carlos Queiroz seria eliminada pela futura campeã Espanha, nos oitavosde-final. Mas a prestação de Portugal foi a melhor de entre as selecções europeias apuradas no play-off: França, Grécia e Eslovénia não sobreviveram à fase de grupos. Já sob o comando de Paulo Bento, a equipa nacional voltou a destacar-se no Europeu organizado pela Polónia e Ucrânia. Depois de bater a BósniaHerzegovina no play-off, o percurso da selecção prolongou-se até às meias-finais, quando, após prolongamento e penáltis, caiu mais uma vez diante da futura campeã Espanha. Pelo caminho, Portugal afastou, nos quartos-de-final, uma das outras selecções provenientes do play-off, a República Checa. E o final da fase de grupos marcou o regresso a casa de Croácia e Irlanda. O Mundial 2002 foi um caso de sucesso para as selecções europeias apuradas via play-off. Segunda classificada no grupo, com os mesmos pontos da Inglaterra, a Alemanha de Rudi Völler viu-se obrigada a disputar uma eliminatória extra. A Mannschaft superou a Ucrânia e rumou ao Japão e Coreia do Sul, só parando na final. No jogo decisivo, o Brasil de Scolari abateu os alemães com dois golos de Ronaldo “Fenómeno”. Para além da Alemanha, a Turquia também deixou marca em 2002: afastou a Áustria no play-off e atingiu as meias-finais do Mundial, quando foi derrotada pelo Brasil. No jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares, os turcos bateram os anfitriões sul-coreanos por 3-2. Há selecções europeias que são clientes habituais dos play-off de acesso às grandes competições. É, precisamente, o caso da Turquia, que desde a qualificação para o Euro 2000 disputou a eliminatória extra em cinco ocasiões. Nem sempre com grandes resultados (registou três eliminações): perdeu com a Croácia na caminhada para o Euro 2012, com a Suíça no apuramento para o Mundial 2006 e com a Letónia na luta por uma vaga no Euro 2004. Até a Espanha, antes de assumir o estatuto actual, teve de andar pelos play-off. Foi assim que a Roja acedeu ao Mundial 2006 (afastou a Eslováquia) e ao Euro 2004 (à custa da Noruega). Em ambos os casos, a participação deixou a desejar: a Espanha caiu nos “oitavos” e na fase de grupos, respectivamente. FRANCISCO LEONG/AFP Bruno Alves É incontornável: falar da selecção sueca é falar de Zlatan Ibrahimovic. Mas o avançado do Paris Saint-Germain só brilhará se for apoiado pela respectiva equipa, avisou Bruno Alves. “É possível travá-lo, mas temos de travar a equipa da Suécia, porque se ele não for bem servido não poderá fazer muito. Ibrahimovic não joga sozinho. Vamos tentar não lhe conceder muito espaço”. O defesa do Fenerbahçe garantiu que a selecção portuguesa aceita a responsabilidade de vencer o play-off com a Suécia e desvalorizou o facto de o primeiro jogo ser em casa: “São dois jogos decisivos e queremos estar no Mundial. O melhor é ganhar em casa e ganhar fora”. Bruno Alves defendeu ainda que Cristiano Ronaldo já demonstrou que merece voltar a receber a Bola de Ouro, prémio atribuído pela FIFA ao melhor futebolista do ano. “É um jogador que pode fazer a diferença em qualquer jogo. Com ele, Portugal está sempre mais forte”, sublinhou. Fábio Coentrão foi a novidade no treino que a equipa fez em Óbidos, enquanto Cristiano Ronaldo e Pepe voltaram a não trabalhar no relvado. Portugal continuou ontem, em Óbidos, a sua preparação para os dois jogos contra a Suécia, relativos ao play-off de acesso ao Mundial 2014 PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | DESPORTO | 41 ENRIC VIVES RUBIO Breves Um enorme obstáculo separa a Jordânia do Brasil 2014 Tiago Pimentel Já passaram mais de dois anos desde que a selecção da Jordânia deu o pontapé de saída na qualificação para o Mundial 2014. Foi a 23 de Julho de 2011, em casa frente ao Nepal, e os jordanos golearam (9-0). Nesta longa caminhada, a Jordânia foi superando as expectativas: a cereja no topo do bolo foi a vitória sobre o Uzbequistão, no desempate por grandes penalidades, que garantiu o acesso ao play-off intercontinental. Nunca a selecção jordana tinha chegado tão longe na qualificação para o Campeonato do Mundo. Mas, agora, os jogadores jordanos terão pela frente o maior e mais complicado obstáculo de todo o percurso. A Jordânia é anfitriã da primeira mão da decisiva eliminatória, mas o adversário de hoje é nada menos que o Uruguai, sexto no ranking da FIFA (a Jordânia ocupa a 70.ª posição). Os uruguaios foram campeões mundiais em 1930 e 1950 e Óscar Tabárez conta com avançados como Luis Suárez, Edinson Cavani ou Diego Forlán. “A nossa tarefa é difícil mas não impossível. Não tememos o Uruguai, mas respeitamos a sua história. As equipas que querem participar num Mundial têm de ser fortes contra adversários difíceis. Conto com os meus jogadores para aproveitar esta oportunidade histórica. Pedilhes que acreditem neles, mesmo quando enfrentarem uma equipa de estrelas como o Uruguai”, disse à agência AFP o seleccionador Hossam Hassan, que sucedeu a Adnan Hamad a meio do apuramento. A Jordânia chega ao play-off com o moral em alta: não perde há nove jogos e vem de duas vitórias importantes, sobre Zâmbia e Nigéria, as duas últimas selecções a sagraremse campeãs africanas. “Sabemos que a Jordânia tem jogadores muito rápidos e se lhes dermos espaço vão tentar mostrar a sua qualidade”, analisou Luis Suárez. Também hoje será dado o pontapé de saída no outro play-off intercontinental, que opõe o México à Nova Zelândia. As duas selecções marcaram presença no Mundial 2010, mas enquanto para os neoze- landeses essa foi a segunda participação, os mexicanos disputaram a 14.ª fase final de um Campeonato do Mundo. O México precisará de mais do que apenas a experiência para superar a Nova Zelândia. Os últimos tempos foram marcados pela turbulência (três seleccionadores despedidos em seis semanas), o que contribuiu para uma fraquíssima prestação: apenas duas vitórias em dez jogos na derradeira fase de qualificação. “A primeira coisa que disse [aos jogadores] foi que não devemos pensar no que aconteceu no passado, porque isso é algo que já não podemos resolver”, revelou o novo responsável técnico da selecção mexicana, Miguel Herrera. E acrescentou: “Vamos ganhar em casa e tentaremos também vencer lá [na Nova Zelândia].” Não serão só os adeptos no imponente Estádio Azteca que estarão atentos à partida. Ficar fora do Mundial 2014 seria um duro golpe para as entidades que já investiram pelo menos 600 milhões de dólares (446 milhões de euros) em patrocínios e direitos televisivos. “Diria que o ambiente é de incerteza. Ninguém suspeitaria que, nesta altura, o México ainda não tivesse garantido uma vaga no Mundial”, confessou Rogelio Roa, de uma empresa mexicana de marketing desportivo. Jogadores do Uruguai treinamse antes do jogo com a Jordânia Fórmula 1 Pista do Estoril volta a ter homologação para Grandes Prémios de F1 O Circuito do Estoril recebeu a homologação máxima de grau 1 atribuído pela Federação Internacional Automóvel (FIA), válida até 2016, o que o habilita a receber Grandes Prémios de Fórmula 1, anunciou ontem a Parpública. De acordo com a empresa que gere as participações do Estado e detém os direitos do circuito, a homologação foi atribuída no final de uma inspecção da FIA que decorreu a 7 de Agosto e que se destinava a renovar a licença do circuito. O último Grande Prémio de Portugal em Fórmula 1 foi em 1996, numa corrida ganha pelo canadiano Jacques Villeneuve (WilliamsRenault). A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) anunciou, entretanto, que vai tentar captar testes de equipas de F1. Râguebi Portugal e Brasil defrontam-se pela primeira vez A selecção nacional de râguebi defronta na sextafeira, em São Paulo, o Brasil, no segundo dos três encontros de preparação que a equipa liderada por Frederico Sousa vai realizar neste mês de Novembro. Para este encontro, que será o primeiro confronto entre os dois países — Portugal ocupa o 22.º lugar no ranking da IRB, enquanto o Brasil está na 34.ª posição —, o seleccionador nacional procedeu a duas alterações na convocatória, em relação à partida de sábado, frente às Ilhas Fiji. De fora ficaram Duarte Moreira, que foi titular frente aos fijianos, e Rui d’Orey, entrando para os seus lugares Adérito Esteves e Eric dos Santos, segunda-linha de 19 anos que alinha nos franceses do Biarritz. Pedro Proença defendeu a arbitragem de Duarte Gomes no derby Pedro Proença dá nota “excelente” a Duarte Gomes Arbitragem David Andrade Carlos Esteves, líder dos árbitros lisboetas, lamenta que queiram “crucificar um homem que fez uma boa arbitragem” no derby Três dias após a polémica arbitragem de Duarte Gomes no derby entre Benfica e Sporting, Pedro Proença e Carlos Esteves vieram a público defender o juiz de Lisboa. No primeiro dia em que os árbitros portugueses se treinaram com estatuto de profissionais, Proença afirmou que o seu colega de profissão, que está “no lote dos melhores”, “fez uma excelente arbitragem”. Já Carlos Esteves, presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Lisboa (AF), lamenta que queiram “crucificar um homem” que “esteve bem”. Depois de os dirigentes do Sporting terem tecido duras críticas ao árbitro Duarte Gomes, que, segundo os “leões”, teve “influência no resultado” do jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal, frente ao Benfica, Pedro Proença e Carlos Esteves surgiram em defesa de Duarte Gomes. Proença, que na sexta-feira será o árbitro do Grécia-Roménia, partida do play-off de acesso ao Mundial 2014, admite que a sua opinião “pode parecer polémica”, mas não tem dúvidas de que “o Duarte [Gomes] fez uma excelente arbitragem”. O árbitro internacional lembra que o seu colega “teve de tomar perto de 150 decisões naquele jogo”, acrescentado que se “errou numa ou noutra não é isso que fará uma arbitragem negativa”. Para Proença, Duarte Gomes “está no lote dos melhores árbitros portugueses e assim continuará”, pelo que não precisa de conselhos, porque “tem muita experiência”. A mesma opinião é partilhada por Carlos Esteves. Em declarações à rádio Antena 1, o líder da arbitragem da AF de Lisboa analisou os lances polémicos do encontro e apenas admite que houve “um erro”. O ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol diz que “só mesmo na televisão e com a linha é que alguém pode chegar à conclusão de que existe fora-de-jogo” no terceiro golo do Benfica, mas considera que “os dois jogadores estão em linha”. Sobre os lances em que o Sporting reclamou grande penalidade, Carlos Esteves refere que “o Luisão não vê que o jogador do Sporting vem por trás dele” e que, na jogada em que a bola embate no braço de André Almeida, “o Duarte Gomes não está bem colocado”. “Só por essa razão é que não vê movimento do braço [do André Almeida]. Se o Duarte Gomes estivesse bem colocado, não tenho dúvidas de que teria assinalado a grande penalidade.” Embora admita que pode ter existido “uma falha ou outra”, Esteves diz que Duarte Gomes “é um ser humano como outro qualquer e está sujeito ao erro normal”. “Não vejo que tenha sido por aí que tenha havido prejuízo para o Sporting ou benefício para o Benfica. Vi o jogo com muita atenção e vi que o Duarte Gomes, no cômputo geral, esteve bem”. A finalizar, o presidente do Conselho de Arbitragem da AF de Lisboa lamenta que queiram “crucificar um homem que fez uma boa arbitragem”. 42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 ipsilon.publico.pt Dísponível em formato digital publico.pt/digital/ HARRY HOW/AFP Sexta Cildo Meireles A sua marca são as grandes instalações, onde implica o espectador. Inaugura hoje no Museu de Serralves, no Porto A arte de ficar pequeno O golfe ainda não tem uma competição à escala global, mas a discussão está lançada O golfe também pode vir a ter um circuito mundial mas não será fácil Golfe Rodrigo Cordoeiro De visita a Portugal, o escritor fala da sua obra, do 11 de Setembro e do papel da coincidência enquanto rastilho da criação literária Don DeLillo em conversa com o tradutor português Paulo Faria Filho da Mãe Com a edição de Cabeça, Filho da Mãe encontra uma guitarra no turbilhão das emoções. Esta noite em Lisboa, a 22 em Castro Verde e a 23 em Setúbal em luta majestosa com a guitarra Matt Kuchar prevê a criação de uma competição planetária, mas há alguns obstáculos para que isso aconteça E se um dia houvesse um circuito mundial de golfe, da mesma forma que existe o ATP Tour no ténis ou o campeonato de Fórmula 1? Em antevéspera do Australian Masters em Melbourne, Matt Kuchar, actual n.º 8 mundial no golfe, prevê que isso venha a acontecer a médio prazo. “Vejo claramente o PGA Tour, o European Tour, o Asian Tour e o Australia Tour a transformaram-se numa espécie de circuito mundial”, disse em conferência de imprensa no Royal Melbourne Golf Club, onde jogará as duas primeiras voltas no mesmo grupo do n.º 1 Tiger Woods. “Acho que será no meu tempo. As coisas parecem estar a acontecer mais depressa neste último ano. Então, todos poderemos dizer que Greg Norman tinha razão”, afirmou, referindo-se ao facto de o PGA Tour, dos Estados Unidos, já organizar torneios no Canadá, América Latina e, a partir de 2014, na China, mas também à antiga polémica en- tre Greg Norman e Tim Finchem. Em 1994, Norman, n.º 1 mundial do golfe durante um total de 331 semanas, anunciou planos para criar um World Golf Tour. Tim Finchem, comissário do PGA Tour, ripostou apresentando uma lista dos jogadores que se tinham manifestado contra. No entanto, em 1999, Finchem lançou os World Golf Championships (WGC), constituídos por quatro provas em que competem os melhores não só do ranking mas também dos principais circuitos mundiais. Se se juntar este quarteto de torneios aos quatro majors (Grand Slam) e lhes acrescentar o The Players Championship, quinta prova na hierarquia mundial, eis um lote de nove eventos que não deixam de constituir um minicircuito mundial. Sucede que três dos quatro majors se jogam nos EUA, o mesmo acontecendo com três dos quatro WGC e com o The Players. Os circuitos mais fortes são o PGA Tour e o European Tour, o primeiro claramente à frente do outro. Ambos têm calendários prolíficos, permitindo aos jogadores competirem por elevados prémios monetários durante 12 meses. Mas os golfistas mais mediáticos não estão disponíveis para jogar todas as semanas e os circuitos adoptam, por isso, diferentes tácticas para proteger o seu valor e reter os talentos. Tiger Woods tem sido criticado por não jogar o HSBC Champions dos WGC. O European Tour foi criticado por impor a regra de um mínimo de presenças em dois de três torneios das Final Series para quem quiser estar presente no quarto e último, no Dubai. E o Asian Tour perdeu em tribunal um processo colocado por quatro jogadores que foram multados por terem jogado eventos do rival OneAsia. Na semana passada, jogaram-se torneios de primeira linha nos Estados Unidos, Turquia, Índia, Austrália e Japão. Isto sem contar com os circuitos secundários pelo mundo fora. José Correia, presidente da PGA Portugal, disse ao PÚBLICO não acreditar que tão cedo venha a existir um circuito mundial de golfe. “Acho que os circuitos, como o dos EUA e da Europa, têm tendência para sair fora da sua área geográfica, como para a Ásia e o Médio Oriente, mas que haverá sempre uma separação entre eles. Existem demasiados interesses a defender, nomeadamente ao nível de sponsors e tudo o mais.” Talvez Matt Kuchar fosse demasiado optimista. Talvez quisesse agradar aos australianos, dizendo-lhes que os seus torneios de golfe podem vir a fazer parte de um circuito mundial. Mas o certo é que fez com que se falasse no assunto. KENNEDY 50 ANOS DEPOIS SÉRIE ESPECIAL ATENTADO JFK O Público dedica a semana de 16 a 22 de Novembro ao atentado de JFK com uma série de reportagens em Dallas Sábado Fugas Os guias turísticos da Dealey Plaza contam o atentado à sua maneira Domingo Revista 2 Siga os passos de Lee Harvey Oswald, o homem que a 22 de Novembro de 1963 disparou contra JFK 2ª a 6ª Feira Leia as crónicas exclusivas de Paulo Faria e veja a fotogaleria de Peter Josyph 4ª Feira Lançamento da colecção “Os Kennedy”. Inédita em DVD e vencedora de 4 Emmy. 6ª Feira Dia da morte de JFK Desmistificamos o presidente perfeito da América e regressamos aos sete segundos do atentado na Dealey Plaza CECIL STOUGHTON. WHITE HOUSE PHOTOGRAPHS. JFK PRESIDENTIAL LIBRARY AND MUSEUM, BOSTON 44 | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 ESPAÇOPÚBLICO Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores EDITORIAL A fronteira aberta pelo cheque-ensino A proposta do Governo tem muitas perguntas sem resposta. Que papel terá a comunidade no futuro? A discussão em torno do cheque-ensino, ou, para usar uma terminologia mais pomposa, da “liberdade de escolha”, tem todas as condições para se tornar na linha vermelha que vai demarcar as funções públicas. O que se discute vai além das urgências de se ajustar um Estado ao país actual. O que está em causa é a definição ideológica do tipo de comunidade que queremos para o futuro e se o Estado tem algum papel na construção dessa comunidade. Dizer que com um “chequeensino” todos, pobres ou ricos, poderão escolher a escola que querem é, à partida, uma tese que agrada a todos, principalmente às classes médias, que olham com amargura para os colégios particulares, onde suspeitam existir uma educação superior à da escola pública dos seus filhos. Mas a complexidade do processo que o Governo acaba de desencadear é muito maior do que o de uma simples escolha individual. Porque há perguntas sem resposta. Como a de saber o que aconteceria se todos os pais decidissem no mesmo momento transferir os seus filhos das públicas para as privadas. Ou o que acontecerá se for necessário criar quotas para gerir o abandono das escolas públicas. Ninguém do Governo o dirá, mas podemos adiantar respostas: os melhores alunos, os filhos dos pais mais informados e mais afluentes terão vantagens na corrida. E a prazo as escolas públicas, o lugar onde as gerações de hoje experimentaram o significado de uma sociedade diversa e plural, ficarão destinadas a acolher os alunos sem lugar neste admirável mundo novo. Claro que não tem de ser assim. O Estado tem meios para travar esta mais que provável dinâmica. Impondo regras aos privados, exigindo que não se tornem numa ilha elitista desligada do país. O problema é que se for por este caminho o Governo abdica do sentido da ideologia que impulsiona o cheque-ensino: a ideia de que a vida é apenas concorrência e que a comunidade é um espartilho à liberdade individual. Um retrocesso no feminino U m estudo da agência Reuters junto de peritos em questões de género no mundo árabe mostra que a situação das mulheres piorou nos países da Primavera Árabe. O caso mais gritante é o do Egipto, que se tornou o país mais mal classificado neste ranking – abaixo da Arábia Saudita –, apesar do papel activo desempenhado pelas mulheres no levantamento contra Mubarak, em 2011. No Egipto, 99% das mulheres são vítimas de assédio. O número impressiona, por não deixar quase ninguém de fora. Na Tunísia e na Líbia, países da Primavera Árabe, as mulheres também perderam direitos, devido à ascensão dos movimentos islâmicos. As esperanças de liberdade transformaram-se num Outono de opressão. E se uma maior tomada de consciência das mulheres é o dado positivo a reter, este retrocesso é talvez o dado mais revelador de como o peso da religião impede a mudança nestas sociedades que a Primavera Árabe parecia prometer. CARTAS À DIRECTORA Esclarecimento As cartas destinadas a esta secção devem indicar o nome e a morada do autor, bem como um número telefónico de contacto. O PÚBLICO reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos não solicitados e não prestará informação postal sobre eles. Email: [email protected] Contactos do provedor do Leitor Email: [email protected] Telefone: 210 111 000 Na sequência da notícia publicada no dia 6 de Novembro (pág. 9) pelo jornal que V. Exa. dirige, relativa a declarações prestadas pelos subscritores perante a X Comissão de Inquérito ao Caso Camarate, e por a mesma conter algumas imprecisões relativamente ao que foi declarado, vínhamos solicitar, para um mais correto esclarecimento dos leitores, a publicação das notas seguintes: 1.º) As novas perícias (no âmbito da histopatologia forense) concretizadas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, a solicitação da X Comissão de Inquérito ao Caso Camarate, apenas reconfirmaram observações que já tinham sido detetadas nas perícias realizadas há 30 anos, embora tais observações não tenham eventualmente merecido, na época, uma adequada ponderação. 2.º) A hipótese da distensão dos alvéolos pulmonares e da rotura das suas paredes ser devida a uma administração forçada de monóxido de carbono é apenas uma entre diversas outras que podem explicar tal quadro e que foram devidamente apresentadas à Comissão, tendo sido aliás já suscitada na época pelo perito médico que então executou as autópsias; 3.º) Não está correta a citação feita de afirmação de um dos subscritores de que a rutura dos alvéolos pulmonares só aparece em situação de asfixia direta, afogamento ou inalação de substância química. Não foi isto que se afirmou. 4.º) Em nenhum momento os subscritores desta carta afastaram por completo a hipótese de acidente, embora tenham assinalado diversos elementos que suscitam fundamentadas reservas quanto a uma etiologia acidental. Duarte Nuno Vieira Rosa Henriques de Gouveia Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, IP, Coimbra Independentes e “independentes” Em 67 anos de vida, 27 sob ditadura e 40 em democracia, aprendi com os meus erros e os dos outros. A minha malícia e a dos outros fizeram de mim um “animal malicioso, desconfiado”. Por isso, até da independência dos candidatos a cargos públicos eu desconfio, e, para esse fenómeno, alerto também os meus concidadãos. O caso de sucesso de Rui Moreira como verdadeiro independente, até já referido e comentado no estrangeiro, vai dar origem a cópias falsificadas. Imagino a inveja que ele provocou nos “barões” partidários! Em futuras eleições, os partidos, como têm má reputação, lançarão nomes de “independentes” para não perderem o lucrativo negócio do poder, tanto a nível autárquico como central (deputados). Aliás, o cargo de Presidente da República já está, há anos, sujeito à mentira da “independência” (...) José Madureira, Porto O PÚBLICO ERROU No passado dia 9, no suplemento do Ranking das Escolas, Joaquim Azevedo vinha identificado como presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa. O actual presidente é Manuel Afonso Vaz. Joaquim Azevedo é professor catedrático e investigador da área da Educação, na Faculdade de Educação e Psicologia da Católica Porto. A ambos as nossas desculpas. PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | 45 Direita volver: a magia das primárias H Debate Democracia e partidos Francisco Louçã á poucos animais mais perigosos, num país desesperado, do que os populismos. No sono da razão, crescem as assombrações: os populismos prometem tudo a todos, como se não houvesse amanhã. Ora aqui está o seu último investimento: a crise é culpa dos partidos, é preciso mudar os partidos, devemos forçá-los a ter primárias para que sejam os eleitores, e não os partidos, a escolher os candidatos dos partidos. A salvação de Portugal são as primárias. É indiscutível que há culpas dos partidos na crise. Os governos que aceitam e acarinham as medidas da troika são de partidos. Cada pensão que é roubada tem a assinatura de dois partidos. Cada privatização tem a chancela de três partidos. Outros partidos ainda não conseguiram a maioria que dispute as suas alternativas. Os partidos têm culpas. A pergunta legítima, então, é esta: as primárias vão forçar os partidos a lutar contra a austeridade e a defender Portugal, os trabalhadores e os pensionistas? Começo pelo princípio: já há primárias. No PS, PSD e CDS. O resultado é evidente, essas primárias não impediram que esses partidos escolhessem os candidatos prótroika. Não mudou nada. Mais ainda: aproveitando um vazio legal, as campanhas das primárias têm contas desconhecidas e ninguém sabe quem financiou viagens, jantares e comícios. Qualquer empresa o pode ter feito. Não sabemos. Pode até ter mudado para pior: não sabemos se os candidatos devem alguma coisa a alguém. Mas o populismo agitar-se-á indignado: não é nada disso, são maus exemplos, queremos muito mais, o que é preciso é primárias para o voto de todos os eleitores. Tudo aberto, todos decidem BARTOON LUÍS AFONSO tudo. Vejamos os méritos deste clamor. O primeiro problema desse modelo é que ele viola um direito constitucional. A Constituição estabelece que os cidadãos que o entendam podem formar um partido para exprimir o seu ponto de vista. Portanto, têm o direito inalienável de escolher como funcionam, quem os dirige e quem os representa para se baterem pelo seu programa. Ninguém lhes pode retirar esse direito. Se os membros de um partido não podem escolher quem candidatam ao Parlamento ou ao Governo, então também perderam o direito de decidir que proposta apresentam à sociedade. O TC nunca aceitaria uma lei neste sentido. O segundo problema é a consequência deste modelo: ele esvazia a responsabilidade. Os partidos deixam de ser espaços de decisão comum sobre o programa comum dos seus membros, passam a ser cascas de campanhas individuais. Quem tem fortuna, ou financiadores, pode disputar as primárias abrindo uma sede, colocando outdoors, contratando funcionários, pagando publicidade numa TV — tudo legal, é mesmo isso que quer dizer uma primária. Pior ainda, a partir de uma vitória na primária, o eleito não pode ser escrutinado: pode lembrar-se de propor a pena de morte, a expulsão dos ciganos, o fim do RSI ou um hipermercado dentro do Templo de Diana, porque a sua legitimidade é independente ao partido. Deixa de haver controlo democrático. O partido está lá, mas não conta, e os eleitores só voltam dentro de quatro anos. A democracia é substituída pelo individualismo populista. O terceiro problema é que, no conjunto, os eleitores têm variadas inclinações, mas de dominância de direita e de centro. Por isso, se votarem em putativas diretas no CDS, os eleitores do PSD, matreiros, vão escolher um candidato que se submeta a Miguel Relvas. Se votarem em diretas no PCP ou no Bloco, os eleitores fiéis ao PS vão escolher quem se candidate para propor uma estátua ao PEC4 e a continuidade da Outra para o Tim austeridade inteligente. Ou seja, os eleitores votam de acordo com as suas convicções e lá estarão qualquer que seja o regulamento das primárias: ou são abertas a todos ou são uma farsa. E as convicções dos eleitores do PSD e PS, que são a grande maioria, não são as de outros partidos. As diretas, assim, não são só um fútil concurso de beleza ou a porta aberta a jogos financeiros clandestinos. São uma campanha para forçar a esquerda a virar ao centro e à direita. O resultado será sempre um reforço do PS e do PSD, porque os seus eleitores anularão os que noutros partidos se lhes opõem. Assim, esta solução pretende um efeito: em vez de forçar os partidos a romper com a austeridade, quer consagrar o seu domínio e anular as contestações. Se a crise de Portugal é a política dos partidos da austeridade, então ela agravar-seia com o populismo. Ao contrário do populismo, que descreve a sociedade como plana e dormente, à espera de despertar ao som melodioso de um Flautista de Hamelin, os democratas reconhecem uma democracia com contradições e com disputa. Os partidos são parte dessa disputa e têm o dever de confrontar projetos, convergentes nuns casos, antagónicos noutros. Só os seus membros podem decidir quem melhor os representa. Nenhum financiador, nenhuma agência publicitária, nenhuma empresa, nenhum outro partido tem o direito de intervir nessa escolha. O resultado será um reforço do PS e do PSD, porque os seus eleitores anularão os que noutros partidos se lhes opõem Professor universitário, ex-líder do BE D Miguel Esteves Cardoso Ainda ontem epois de uma longa ausência, voltou a ouvir-se música na nossa casa. Alto e bom som, ocupando a sala e a casa inteira. Acabaram a ditadura e a opressão da música comprimida dos computadores. Os nossos ouvidos sacudiramse, contentes como cães a livrarem-se de água, aliviados por emergirem dos mergulhos abafados a que tinham sido acusticamente sujeitados. Dançamos e, quando nos sentamos, mexemos os ombros. Não conseguimos ler: olhamos um para o outro e sentimo-nos, dalgum modo muito físico e até topográfico, devolvidos às nossas origens, aos lugares onde nos conhecemos e apaixonámos. Ouvimos. A Maria João tem uma voz perfeita porque ouve perfeitamente. Canta. Por muito que eu teime, para arranjar algum parcial sossego, não consigo habituar-me à sorte de ouvi-la cantar. A música (com colunas grandes, um fiel amplificador e um bom conversor DAC, de digital para analógico) ocupa a casa tanto como a alma. Apaga os barulhos da rua e, sobrepondo-se a eles, obtém o efeito terapêutico de voltar ao silêncio. Faz-nos voltar à nossa casa: onde vivemos e a nós, que lá (aqui) vivemos. A aporia mais deliciosa é a mais falsa e, ao mesmo tempo, a mais convincente. A música isola-nos na música — grande e gloriosa, por muito sub-reptícia que seja — e, através do que ouvimos, sentimos, pensamos e imaginamos ser a comunhão perfeita: da música connosco. Agora e, já agora, para sempre. A música, quando regressa, volta para sempre. Nunca mais nos escapará. 46 | PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 Ensinos oficial, Lagarteiro convencionado e privado Debate Política de ensino Rui Baptista P “Maldito seja quem e se nega aos seus nas horas apertadas” Miguel Torga erante uma aparente apatia de escolas oficiais confrontadas com o ensino privado com contrato de associação (para o qual a lei estabelece condições que nem sempre têm sido cumpridas), estão grande número delas transformadas em verdadeiros elefantes brancos com instalações luxuosas carenciadas de alunos e, ipso facto, com professores com horários zero que fazem pairar nuvens negras sobre o seu futuro. Em consequência, tive como muito oportuno e de grande interesse um artigo de opinião do António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (PÚBLICO, 11/11/2013) em memória exaltante “Ao meu velho amigo Liceu Camões”, por ele assim havido em título de artigo. Parafraseando Miguel Torga, isentando-se, desta forma, da maldição de se negar a um ensino da sua saudosa recordação. Este facto é tanto mais de enaltecer por me parecer que se tornou tabu discutir esta temática no olvido de umas tantas personagens que deram aos liceus um estatuto de grande honorabilidade ( no caso do Pedro Nunes, “verbi gratia”, Nuno Crato, ministro da Educação, Marcelo Rebelo de Sousa, catedrático de Direito e Francisco Pinto Balsemão, fundador do Expresso), E tantas outras gente ilustre e ilustrada , exalunos de outros liceus do país ( não sei porque carga de água, hoje crismados de escolas secundárias) que pontificam em numerosos aspectos científicos, culturais e artísticos da sociedade portuguesa. Em abono da verdade se diga que no statu quo actual escolas oficiais há de sucesso que tudo fazem para tentarem sobreviver com galhardia da crise que assola o ensino em Portugal. Como mero exemplo, ditado pela posição de destaque noranking nacional, em função da média das notas de exames nacionais do 12.º ano, o caso da Escola Secundária Infanta D. Maria, de Coimbra. Sem esquecer, e muito menos desconsiderar, outras escolas estatais das margens do Mondego ou de outras partes do território nacional. Que fique bem claro: a minha defesa em prol das escolas oficiais não significa, de forma alguma, um ataque cerrado e cego às escolas privadas convencionadas. Apenas a cada uma delas (oficiais e convencionadas) um destino que não transforme as escolas estatais numa espécie de vazadouro de alunos que por elas optam como último recurso e não como eleição deliberada de tempos de glória na memória colectiva dos portugueses. Mas grande parte desta polémica, que está longe de ter chegado ao fim, reduz-se a uma coisa tão simples como esta: dever ser o ensino privado com contrato de associação uma alternativa ao ensino público inexistente numa determinada área e não mera satisfação megalómana de famílias não muito abonadas que gostam de blasonar a “riqueza” de terem os filhos a estudar em colégios à custa do erário público, o dinheiro dos impostos de todos nós. Em plena época de grave crise económica, promover uma situação de favor para o ensino privado subsidiado pelos cofres do Estado, poderá ser uma forma de transformar o ensino privado, com longa e valorosa tradição (em minha lembrança e a título de mero exemplo, o Colégio Valsassina de Lisboa, membro-honorário da Ordem de Instrução Pública) num barco em perigo de adernar por, em nome da sua independência, dispensar quaisquer formas de subsídios estatais. Salvo melhor opinião, reduzir esta questão ao binário ensino oficial/ensino privado convencionado poderá ter como consequência trágica ferir de morte o ensino privado “tout court”. Contrariando um exagerado pessimismo da alma lusitana, de que receio me ter feito intérprete, Almada Negreiros deixou-nos, todavia, lampejos de esperança: “Os dias terríveis são, afinal, as vésperas dos dias admiráveis”. Mas que cheguem rapidamente esses dias em benefício da sociedade portuguesa fustigada por ventos constantes de mudança do sistema educativo que em nada ajudam o equilíbrio emocional da sua juventude prejudicando mesmo o seu rendimento escolar! Para não me pesar na consciência um silêncio cúmplice sobre um assunto que carece urgentemente de clarificação dando a César o que é de César, respaldo-me em Pitigrilli: “Tudo deve ser discutido. Sobre isso não há duvida”! Para que o ensino oficial não possa ser subvertido por interesses político/económicos do ensino convencionado, ainda que em mero dever de cidadania, discuta-se, pois, um assunto que volta a estar nas luzes da ribalta por se tratar (ou dever tratar) de uma questão de verdadeiro interesse nacional que pode pôr em risco as gerações actuais e futuras. Favorecer o ensino privado pode ser uma forma de transformálo num barco em perigo de adernar Ex-docente do ensino secundário e universitário e co-autor do blogue De Rerum Natura O Debate Crise e sociedade Fernando Mora Ramos povo do Lagarteiro vive acima das possibilidades, dirá o ministro dos credores entre apertar a mão a um polícia condecorado e uma inauguração bem-sucedida, com brilho de primeiro dia a travar a ferrugem eminente no terceiro. Sempre somos um país de estreias requentadas e soluções sem alvo. Quem não paga luz, não vê luz, repete, cocem-se que coçar é energia, pensa, liguem o fósforo, encomendem noites de lua cheia, há uma bondade inata no cosmos e deus, seja qual for, sempre vela pelos pobres, ele vêvos com a luz divina, imanente, não tem cadastro na EDP, expande a luz própria. Tiraram a luz — electricidade, electra e cidade — ao povo do Lagarteiro, lá para oriente da Campanhã e com ela o chuveiro quente, o fogão eléctrico, o candeeiro de mesa, o aspirar, o magalhães ligado. O paternalista de serviço dirá: liguem só uma lâmpada num único compartimento, das de poupar, saibam viver com o que têm, sejam pobres competentes, os melhores do ranking, ensinem aos outros pobres a arte de poupar. Já o fazem com os bifes que vos custa com a luz? Os miúdos querem fazer os trabalhos de casa, façam com luz do dia, sejam capazes de a gerir no vosso tempo útil quotidiano e, à noite, imaginem que são pirilampos, é uma solução inventiva ou cacem gambozinos seguindo as virtudes do olfacto, também é educativo e porventura industria criativa a montar para papalvos de fora. Porque não tiram partido das vossas características próprias? Quais serão as vantagens do escuro, do blackout? Arranjem um manager, um conselheiro de marketing, um CEO. Esse é o negócio: turismo a partir da ausência de luz, do breu, dos tipos de escuro. Não vendemos nós o Sol a todos os do Norte Europeu? Vendam vocês a noite a quem tem luz a mais – oh, lembra-vos a longa noite, isso é só uma imagem. Esta é uma oportunidade de negócio, de turismo favelizante, já se faz noutras paragens e podem narrar as vossas mazelas, expô-las em ferida produtiva, exibir a tristeza, a raiva, o descolorido dos dias. O povo do Lagarteiro fez ligação directa e tem luz, fora da lei, enquanto o piquete não vier com a tropa de choque do costume que lei é lei, é dura mas é lei. Quem não paga não come. Mas não foi Robin dos Bosques um justo, não andaram sempre a dizer-nos que o Xerife é que era o mau? Que mal faz fazer o que os bons cometem de ilegal para que os que nada têm possam viver naquele mínimo de dignidade que deveria ser consensual numa sociedade democrática? Democrática? Quais as fronteiras da lei? Que lei é essa que condena ao frio e ao desespero os desprotegidos? Há empregos a pontapé? Não querem trabalhar e outras respostas imbecis? Se são velhos que se lixe, se são novos aguentem, como disse o clarividente banqueiro, porventura cristão e talvez socialista. Este é o caso mais claro, entre os recentes, de uma comunidade a viver acima das suas possibilidades, dirá o sociólogo que agora só fala de economia e estatísticas, com ar preocupado e a pensar numas magníficas teses de mestrado a partir deste caso de estudo. Pois, não são um nem dois, são muitos os que não pagam, trata-se de um bairro. Um bairro daqueles chamados sociais. Não têm para a luz. Espertos de serviço dizem do alto da sua iluminada pesporrência de classe que está muito bem. Deve ser assim mesmo, não paga não come. Custa acreditar que se não entenda que um bairro criado à matroca em 1973, no tempo do Dr. Marcelo, tenha sido desde logo destinado a gueto? — quando se fazem bairros especificamente para pobres o que se faz não é erradicar a pobreza mas confiná-la. É um erro sem saída, por muito que muitas periferias já não sejam o que foram, particularmente em autarquias a Sul do Tejo. Todos sabemos que o que nasce torto não se endireita mesmo que melhore, que os PDM são uma conquista de abril que os patos bravos, e seus serviçais nos poderes, continuam a destruir e contestar. Dirá o Primeiro-ministro: saiam da zona de conforto, que vos diz uma lâmpada que Há uma solução: é mudar o nome ao bairro e chamar-lhe Lagartário PÚBLICO, QUA 13 NOV 2013 | 47 Do ajustamento laboral e salarial uma vela não vos diga? E lembramo-nos do Mediterrâneo, de como tudo isto nesta Europa de Durão desrima e se deseuropa de forma cada vez mais banalizada e, por isso, alarmante. No bairro várias moradoras falam em pagar, em pagar poucochinho de cada vez mas pagar, querem pagar, acham que se deve pagar. Ninguém fala com as pessoas do bairro de uma forma adulta, a EDP corta, pois assim é que é, não é uma empresa com responsabilidades sociais, não foi inventada pelo Estado para resolver problemas nacionais, dos cidadãos, é agora um negócio da china, mesma que a China seja a que é, capitalista de partido único. E a luz das Três Gargantas não chega aqui, essa é barata, apesar das águas mortas que o lago transporta e de meio milhão de chineses tirados da sua maior cidade alagada. Há uma solução: é mudar o nome ao bairro e chamar-lhe Lagartário. Não é assim tão diferente e é um acto apenas burocrático, delicioso como gesto de poder, exige conservatória e pai do novo nome, baptismo barato, umas aspersões de água do Douro feitas com uma boa varinha mágica. Do mesmo modo que na Metamorfose, bio tecnicamente digamos e não por via existencial, as pessoas virariam lagartos, lagartas, répteis e poderiam no verão acumular sol na casca, é só lagartar então. No Inverno hibernam e o caso está resolvido. É uma sugestão científica e plena de prospectiva. Além disso poderiam praticar, na esteira da proposta de Crato, o grande perceptor liberal — as crianças em idade escolar, no Lagarteiro, sem luz, vão melhorar os resultados escolares — aquela ideia de um ano sem comer para pagar a dívida. É o que se chama uma imagem feliz. E, claro, como de noite todos os gatos são pardos, os novos lagartos poderiam com as suas línguas longas sempre ir caçando umas moscas às escondidas, pois moscas não faltarão. Encenador PAULO PIMENTA N Debate Código do Trabalho Glória Rebelo a sequência da entrada em vigor da Lei n.º 53/2011, de 14 de outubro, que alterou o Código do Trabalho (aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro), estabelecendo um novo cálculo de compensação para as cessações do contrato de trabalho que reduziu o valor das compensações devidas legalmente aos trabalhadores em casos de despedimentos ou caducidades de contratos, a 1 de outubro último entrou em vigor a Lei n.º 69/2013, de 30 de agosto, que voltou a alterar o cálculo destas compensações, reduzindo o seu valor. Assim, ante o atual conjunto de políticas de severa austeridade (que vão aniquilando a procura a interna) e, aproveitando este sinal do legislador que visa facilitar as formas de cessação do contrato de trabalho, estima-se um aumento do volume de cessações do contrato de trabalho e a consequente deterioração da conjuntura de emprego. Inquieta, em particular, a gradual destruição de emprego permanente, isto é, de emprego baseado em vínculos contratuais por tempo indeterminado (que tendem a ser substituídos por contratos de trabalho não permanentes, a termo e temporários, e a tempo parcial) e, o que é ainda mais grave, o muito provável agravamento do Desemprego de Longa Duração, sobretudo junto de trabalhadores com 45 ou mais anos, indivíduos com maiores dificuldades em regressar ao mercado de trabalho. Portugal é já há alguns anos — sendo também essa, pelo menos parte da explicação para que a média salarial no nosso país esteja, comparativamente, muito baixa em relação aos nossos parceiros europeus — um dos países da União Europeia com uma das taxas mais elevadas de contratos de trabalho não permanentes (a termo e temporários). De acordo com os dados do Eurostat (European Union Labour force survey, Annual results 2012) o mercado de trabalho europeu continua a evidenciar que esta crise não afetou da mesma forma ou na mesma medida os Estados-Membros e que, ano após, ano, as diferenças vêm aumentando: em 2012 a taxa de desemprego na União Europeia foi de 10,4% mas muito distinta entre países, oscilando entre os 4,3% na Áustria, 5,1% no Luxemburgo, 5,3% na Holanda e 5,5% na Alemanha até aos 25% em Espanha, 24,3% na Grécia e 15,9% em Portugal. Ainda segundo dados deste documento, por vínculo contratual, 13,7% dos trabalhadores por conta de outrem na União Europeia estão vinculados mediante contratos de trabalho de duração limitada (temporários), sendo que os países que lideram a este nível são a Polónia (26,9%), a Espanha (23,6%) e Portugal (20,7%). Já no que respeita ao trabalho por conta própria, a taxas mais elevadas observamse na Grécia (31,9%), em Itália (23,4%) e em Portugal (21,1%); e as menos elevadas na Estónia (8,3%), no Luxemburgo (8,4%) e na Dinamarca (8,9%). Numa conjuntura em que profundas mutações têm influenciado a vida económica europeia e nacional, no propósito de responder aos desafios da competitividade, vem-se preconizando a necessidade de flexibilização da lei laboral, propondo reformas do mercado de trabalho que passam por facilitar a desvinculação laboral (alterando mecanismos de cessação de contratos individuais de trabalho) e, deste modo, encorajando o recurso à contratação não permanente, por via dos contratos a termo e dos contratos temporários. Mas é interessante verificar, sobretudo no âmbito da crescente assimetria entre os países europeus, que nem todos seguem estas propostas de reforma laboral. Atente-se, por exemplo, no caso do Luxemburgo. Este muito pequeno país do centro da Europa é, desde logo líder mundial na atração de Investimento Direto Estrangeiro, situação à qual não serão alheias nem a carga fiscal comparativamente com outros países europeus muito baixa (por exemplo, ao nível do IVA) nem a reduzida taxa de desemprego, que foi em 2012, a segunda mais baixa do conjunto dos países da UE. Depois, é também líder em matéria de produtividade no trabalho. Ainda segundo o European Union Labour force survey 2012, o Luxemburgo regista a maior participação de trabalhadores qualificados no mercado de trabalho (57,8%) e por vínculo contratual, apenas 7,7% dos trabalhadores por conta de outrem têm contratos de trabalho não permanentes (termo e temporários). Em síntese, o Luxemburgo é um exemplo de país que enveredou por um modelo laboral assente na produtividade do trabalho e no recurso a uma população qualificada, bem As propaladas reformas estruturais têm conduzido a uma segmentação laboral crescente do mercado de trabalho, a baixos salários MIGUEL MANSO remunerada e vinculada com contratos estáveis. Por seu turno, em países como Portugal, as propaladas reformas estruturais não se revelaram eficientes. Pelo contrário. Têm conduzido a uma segmentação laboral crescente do mercado de trabalho, a baixos salários (e a um agravamento do número de trabalhadores pobres/working poor), comprometendo a produtividade no trabalho e desencadeando um aumento do desemprego. Na área laboral, um dos valores éticos há muito consagrado é o da estabilidade contratual, considerando-se que o carácter duradouro dos contratos é o que melhor se ajusta à ideia de integração estável do trabalhador na organização empregadora. Nesta medida, tem-se considerado que nos contratos de trabalho, o termo é um elemento acidental do negócio, só podendo, em regra, ser celebrados contratos a termo e de trabalho temporário para satisfazer necessidades temporárias das empresas. Compreende-se bem a razão de ser: do ponto de vista do trabalhador, o carácter estável do vínculo tem repercussões não só nos limites da organização laboral como na vida familiar e social, em especial no que concerne à sua subsistência económica. Também do lado do empregador se manifestam interesses ligados à perdurabilidade do contrato: a maior motivação e participação do trabalhador na atividade reforça o envolvimento com a empresa. Será premente, pois, discutir as consequências destas intervenções legislativas de ajustamento laboral e salarial com forte impacto social em Portugal. E se se vai formando já um consenso contra a austeridade, reconhecendo o fracasso destas políticas, importará também que no plano laboral se reavive a ideia crucial da importância do valor da estabilidade contratual obviando, assim, às muito gravosas consequências sociais do desemprego, tanto para indivíduos e famílias como para o esforço coletivo de sustentabilidade do sistema público de Segurança Social. Professora universitária e investigadora QUA 13 NOV 2013 ESCRITO “O exército não deve ser mais do que o braço da nação, nunca a cabeça” NA PEDRA Pío Baroja (1872-1956), escritor espanhol Revoluções árabes Magistrados arrasam levaram alguns proposta para direitos das mulheres reorganizar tribunais Na China, o mercado vai passar a controlar a economia As revoltas de 2011 deram-lhes afinal mais violência e menos direitos p26 Comité Central aprovou nova fase de desenvolvimento p27 Magistrados dizem que o que funciona bem passará a funcionar mal p8 CONSOANTE MUDA E se a troika for ilegal? (2) Rui Tavares M uito material novo desde que escrevi na semana passada sobre a incerta legalidade da troika. Só nos últimos dia contei: uma crónica do jurista José Assis (PÚBLICO de sábado); uma interessante entrevista de Isabel Arriaga e Cunha à eurodeputada Elisa Ferreira (PÚBLICO de domingo) e uma entrevista ao presidente da Associação de Industriais do Calçado, Fortunato Frederico, no Expresso de sábado. Pelo meio, tive oportunidade de debater com Amadeu Altafaj, porta-voz do comissário para os assuntos económicos, Olli Rehn. Com cada um podemos ilustrar uma faceta específica deste assunto em aberto. José Assis debruça-se sobre a questão substancial de saber como podem instituições da União aplicar ou mandar aplicar políticas que vão diretamente contra objetivos da mesma União, como o “pleno emprego” e a coesão. Acrescentando que, se acaso essas medidas tiverem origem numa interpretação diversa dos tratados, essa interpretação deveria ser aplicada de forma igual em todos os estados-membros, o que não é manifestamente o caso. Ou seja, Assis levanta uma pergunta extra, também importante, sobre um possível desrespeito do princípio da igualdade dos estadosmembros perante os tratados. Elisa Ferreira foi desde o início, na comissão do Parlamento Europeu para os assuntos económicos (ECON), uma das proponentes mais ativas do inquérito parlamentar que se levantou às atividades da troika. Este inquérito tem tido até agora um enfoque mais técnico, investigando em particular as sucessivas falhas nas previsões económicas das instituições da troika. Frederico Fortunato colocou uma questão que é de poder: se a troika for ilegal (ou não for inteiramente legal), porque temos de aceitar as suas condições? A resposta é: os países aceitam porque precisam do dinheiro. E essa é uma resposta simples, mas as suas implicações não o são de todo. P ara desenvolver, nada melhor do que o portavoz da comissão, Amadeu Altafaj, cuja tese é a de que a troika é apenas um conjunto de técnicos que recolhem dados e os enviam ao eurogrupo, onde estão os ministros das finanças dos países do euro. São estes que, depois de consultados os seus governos ou parlamentos, aprovam ou não as próximas tranches financeiras aos países em crise. A troika, no fundo, parece que nunca existiu. Esqueçamos por um momento que esta descrição corresponde pouco ao pânico que se experimenta nos países sob programa a cada nova avaliação da troika. O endosso de responsabilidades para o eurogrupo não melhora, apenas piora, as coisas. Se são os políticos dos estadosmembros, reunidos numa instância comunitária, que mandam implementar políticas contrárias aos objetivos da União, falham na obrigação de proteger os cidadãos de previsões inerentemente incertas (antes as aplicando com uma fé cega) e, finalmente, baseiam as suas relações mais na força bruta da necessidade do que nos tratados que enquadram as suas obrigações recíprocas, estão então encontrados os culpados da mais gritante e reiterada injustiça social de que são alvo populações inteiras desde a unificação europeia. Mas essa injustiça terá de ser corrigida. As políticas dos últimos anos provocaram um desastre social imenso. É altura de virar o jogo e obrigar os donos da troika a explicar o que andaram a fazer. Historiador e eurodeputado Euromilhões 14 29 37 40 48 2 11 1.º Prémio 20.000.000€ José Eduardo dos Santos admite que está há “demasiado” tempo no poder Angola Presidente diz que situação de guerra vivida após a independência não permitiu que saísse mais cedo Em entrevista a um canal brasileiro, que foi para o ar no final de Outubro, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, reconheceu que está há “demasiado” tempo no poder, mas ressalvou terem existido “razões conjunturais”, como a guerra no país, que justificam esta situação. As afirmações foram feitas numa José Eduardo dos Santos entrevista para uma série documental sobre presidentes africanos, emitida pelo canal brasileiro TV Bandeirantes. Na entrevista, o jornalista recorda que Eduardo dos Santos está no poder desde 1979 e que ganhou duas eleições recentemente, antes de questionar: “O senhor não acha que é muito tempo no poder? Como é que o senhor se sente?” “Eu acho que é muito tempo, até demasiado, mas também temos de ver as razões de natureza conjuntural que nos levaram a esta situação”, respondeu Eduardo dos Santos, que argumentou que a guerra impediu o funcionamento da democracia. “O país esteve em guerra cerca de 40 anos desde que começou o processo de libertação nacional, mas, depois da independência, acho que foram trinta e tal anos de guerra, em que o país ficou adiado, portanto não pôde consolidar essas instituições do Estado, nem sequer pôde tornar regular o funcionamento do processo de democratização, por isso muitas vezes as eleições tiveram de ser adiadas.” O Presidente de Angola acrescentou ainda que se o país tivesse retomado o processo regular de realização de eleições em 1992, “certamente” já não seria chefe de Estado. “A conjuntura não permitiu que realizássemos eleições e fui ficando até que realizámos estas eleições. Penso que daqui para frente as coisas vão mudar.” Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. 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