ID: 48544136 03-07-2013 Tiragem: 44377 Pág: 46 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 7,86 x 31,04 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Justiça para “requalificar” O Debate Lei dos vínculos António Vicente Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup) tem estado a intervir no processo de modificação da lei dos vínculos, chamada agora “de requalificação”, não só no interesse dos docentes e investigadores seus representados, mas também no de outras classes profissionais e no da estabilidade institucional. Temos defendido que só possa haver extinção de postos de trabalho por causas objetivas e não por reduções de financiamento decididas pelo próprio Governo ou até por estratégias subitamente delineadas pelos dirigentes máximos numa tentativa de arremedar as empresas. No caso das instituições de ensino superior e ciência, que têm mantido um elevado grau de excelência, apesar da incoerência das decisões governamentais, a nossa mensagem para o poder político é simples: “Basta de instabilidade!” Temos alertado para que a mobilidade, em caso de extinção de postos de trabalho por causas objetivas, não deve envolver necessariamente a requalificação. Como pretenderão requalificar um médico, um enfermeiro ou um informático? No caso específico dos docentes do ensino superior e investigadores, quase todos doutorados (ou em vias) por força de um vastíssimo investimento público (nacional e europeu) e pessoal, a nossa mensagem para o poder político é fácil: “Não necessitamos de requalificação. Necessitamos é de poder continuar a contribuir, no sistema de ensino superior e ciência, para a qualificação das futuras gerações, para o desenvolvimento do país!” Temos proposto a adoção de mecanismos específicos de recolocação que não prejudiquem a continuidade da atividade profissional. Numa carreira especial, assente na qualificação, exigência e experiência, não faz sentido ficar dependente de concurso para ser recolocado noutro estabelecimento da mesma rede e iniciar novo período experimental. Muito menos o faz nas carreiras docentes do ensino superior e de investigação científica, com um período experimental de cinco anos para professores auxiliares e professores adjuntos, e de três anos para os investigadores auxiliares, sendo a nossa mensagem para o poder político clara: “Havendo lugar a recolocação, respeitem o nosso percurso académico e profissional” Mas que fique claro: Não estamos a pedir uma exceção para os nossos representados! Estamos a sugerir que uma proposta de lei mal concebida seja cirurgicamente reformulada de forma a contribuir efetivamente para o aproveitamento racional dos recursos humanos, como afirma ser seu objetivo. O país agradecerá! “Havendo lugar a recolocação, respeitem o nosso percurso académico e profissional” Presidente da direcção do Snesup