LITERATURA, PORTUGUÊS
E LÍNGUA ESTRANGEIRA
Aluno(a):
1.
Quis o poeta embarcar-se para a cidade e antecipando a notícia à sua senhora, lhe viu uma derretidas
mostras de sentimentos em verdadeiras lágrimas de
amor.
Ardor em coração firme nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!
Tu, que um peito abrasas escondido,
Tu, que em um rosto corres desatado,
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido.
Se és fogo como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai! que andou Amor em ti prudente.
Pois para temperar a tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama fria.
(MA TOS, G regório de. P oesias selecionadas. S ão P aulo: F TD, 1993, p. 49.)
18/3/2015
Resolução: Alternativa B
No Barroco, o caos interior era projeção do mundo exterior
em que vivia o poeta. O texto árcade é marcado pela
simp lic idade, em oposição ao texto barroco.
ÀS RELIGIOSAS QUE EM UMA FESTIVIDADE, QUE CELEBRARAM,
LANÇARAM A VOAR VÁRIOS PASSARINHOS
DÉCIMA
Meninas, pois é verdade,
não falando por brinquinhos,
que hoje aos vossos passarinhos
se concede liberdade:
fazei-me nisto a vontade
de um passarinho me dar,
e não devendo-o negar,
espero m’o concedais,
pois é dia em que deitais
passarinhos a voar.
(G regório de M atos. P oemas escolhidos. S ão P aulo: C ultrix. p. 262.)
3.
Nesse poema, Gregório de Matos constrói uma antítese com
elementos do mundo exterior, relacionando-os metaforicamente ao mundo interior, numa relação metafórica (ou seja,
de semelhança).
Assinale o item que apresenta os elementos antit éticos do
mundo exterior corretamente relacionados com os elementos
do mundo interior, respectivamente.
A) Fogo e Incêndio → ardência e neve
B) Água e Fogo → neve e incêndio
C) Fogo e Neve → paixão e refreamento
D) Pranto e Neve → alegria e frieza
E) Fogo e Neve → contenção e ardor
Resolução: Alternativa C
Os elementos que se correlacionam respectivamente, de teor
antitético, são Fogo (paixão, incêndio) e Neve (refreamento,
pranto).
Texto I
"É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida."
Texto II
"Depois que nos ferir a mão da morte,
ou seja neste monte, ou noutra serra,
nossos corpos terão, terão a sorte
de consumir os dous a mesma terra."
2.
O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando -os, é
possível afirmar que os árcades optaram por uma expressão:
A) impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo
barroco, em que o mundo exterior era projeção do caos
interior do poeta.
B) despojada das ousadias sintáticas da estética anterior,
com predomínio da ordem direta e de vocábulos de uso
corrente.
C) que aprofunda o naturalismo da expressão barroca,
fazendo que o poeta assuma posição eminentemente
impessoal.
D) em que predominam, diferentemente do Barroco, a
antítese, a hipérbole, a conotação poderosa.
E) em que a quantidade de metáforas e de torneios de
linguagem supera a tendência denotativa do Barroco.
Sabe-se que Gregório de Matos, entre outros textos, teria
escrito poemas satíricos, de caráter erótico-irônico. O poema
acima é um exemplo disso. Os enunciados abaixo trazem
alguns comentários sobre esse poema e sobre o contexto
histórico em que se insere. Analise-os.
I. A sátira gregoriana consiste na brincadeira lançada a
respeito de um fato que parece ter realmente ocorrido,
como nos sugere o tít ulo. O efeito sarcástico ocorre pela
ambiguidade da palavra ‘passarinhos’.
II. Foi tomando por referência poemas como este, entre
outras razões, que Gregório de Matos ficou conhecido
como ‘Boca do Inferno’.
III. O poema pode ser considerado barroco, pois aborda,
claramente, um tema religioso, representado na figura
das relig iosas em ato de celebração.
IV. O subtít ulo ‘Décima’ faz referência ao poema de estrutura fixa, composto por uma ou mais estrofes de dez
versos. No Barroco brasileiro, esses versos costumam
dispensar o recurso à rima.
V. A antítese, recurso retórico tão comum ao Barroco,
predomina na composição deste poema, como revelam
sobretudo os quatro primeiros versos.
A afirmativa é verdadeira nos itens
A) II, III e V, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I, II e III, apenas.
D) I, II e IV, apenas.
E) II, IV e V, apenas.
Resolução: Alternativa B
O poema não apresenta temática religiosa, tampouco o texto
apresenta estrutura fixa. Não há predomínio da antítese.
Ornemos nossas testas com as flores,
e façamos de feno um brando leito;
prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
gozemos do prazer de sãos amores (...)
(...) aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças
e ao semblante a graça.
4.
Tomás A ntônio G onzaga
Quanto ao estilo, os versos
A) revelam a presença não só de formas mais exageradas
de inversão sintática — hipérbatos —, como também de
comparações excessivas, resíduos do estilo cultista.
B) comprovam a predileção pelo verso branco e pela ordem
direta da frase, característicos da naturalidade desejada
pelos poetas do Arcadismo.
C)
denotam — pela singeleza do vocabulário, pela sintaxe
quase prosaica — a vontade de alcançar a simplicidade
da linguagem, em oposição à artificialidade do Barroco.
D) organizam-se em torno de antíteses, na busca de
caracterizar, em atitude pré-romântica, o amor ideal e a
pureza do lavor da terra.
E) constroem-se pelo desdobramento contínuo de imagens,
compondo um quadro em que a emoção é tratada de
modo abstrato, de acordo com a convenção árcade.
Resolução: Alternativa C
O texto é marcado ela simplicidade formal e temática bucó lica, características da poesia neoclássica.
5.
Leia os fragmentos abaixo:
I. Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera
achar-te uma alma, que por ti suspira (...)
II. Glaura! Glaura! Não respondes?
E te escondes nestas brenhas?
Dou às penhas meu lamento;
Ó tormento sem igual!
III. Minha bela Marília, tudo passa:
A sorte deste mundo é mal segura
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Os poetas árcades brasileiros tinham as suas musas insp iradoras, a quem se dirigiam frequentemente em seus poe mas. Pelas musas, evocadas nos versos acima, pode -se dizer
que os seus autores são, respectivamente:
A) Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Tomás
Antônio Gonzaga.
B) José Basílio da Gama, Cláud io Manuel da Costa e
Alvarenga Peixoto.
C) Tomás Antônio Gonzaga, Silva A lvarenga e Alvarenga
Peixoto
D) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Frei
Santa Rita Durão.
E) José Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão e Tomás
Antônio Gonzaga.
Resolução: Alternativa A
As musas correspondentes aos respectivos poetas árcades
são Nise (Cláudio Manuel), Glaura (Silva Alvarenga) e
Marília (Tomás Antônio Gonzaga).
6.
Considere as afirmações que se seguem. Todas elas vinculam a poesia de Gregório de Matos aos princípios estéticos e
ideológicos do Barroco brasileiro, EXCETO:
A) A vertente lírica da poética de Gregório de Matos cultuou o amor feito de pequenos afetos, da meiga ternura
e dos torneios gentis, tendo como cenário o ambiente
campestre e pastoril.
B) O "Boca do Inferno" insurgiu-se não só contra os desmandos administrativos e políticos da Bahia do século
XVII, mas contra o próprio ser humano, que, na concepção do poeta, é por natureza corrupto e mau.
C) Os poemas religiosos de Gregório de Matos fundiram a
contemplação da divindade, o complexo de culpa, o
desejo de arrependimento e o horror de ser pó, sensações, enfim, frequentes no atormentado espírito barroco.
D) O significado social do Barroco brasileiro foi marcante,
uma vez que a poesia de Gregório de Matos revestiu-se
de alto sentido crítico aos vícios e violências da socie dade colonial.
E) A produção literária de Gregório de Matos dividiu-se
entre a temática lírico-religiosa e uma visão crítica das
mazelas sociais oriundas do processo de colonização no
Brasil.
Resolução: Alternativa A
A lírica apresentada insere-se na poesia árcade, não no
lirismo amoroso de Gregório de Matos.
Texto 1
Iracema – Capítulo II
Além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu
Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos
mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de
palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a
baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o
sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo da
grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando alisava
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras
águas.
José de A lencar
Texto 2
Macunaíma – Capítulo I
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de
nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve
um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o
murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma
criança feia. Essa crianç a é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou
mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
– Ai! que preguiça!...
M ário de A ndrade
Iracema e Macunaíma são obras de dois movimentos lite-
7.
rários de fundo nacionalista. Que ponto de contato entre as
duas obras evidencia isso?
A) A influência jesuítica.
B) O telurismo desmedido.
C) A idealização indígena.
D) O índio como tema.
E) O nacionalismo antropofágico.
Resolução: Alternativa D
Os dois fragmentos apresentam claramente o índio como
elemento temático. Também é perceptível a intertextualidade
do texto 2 em relação ao texto 1.
8.
Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos Guerra.
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa¹;
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa²:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa³:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Vocabulário:
1. Carepa: caspa, sarna, pereba.
2. Increpa: censura, acusa.
3. Garlopa: instrumento de carpinteiro.
Considere as seguintes afirmações sobre o soneto lido.
I. De acordo com o primeiro quarteto, quem se pretende
mais limpo tem maior sujeira, mas quem é nobre trata
de decepar as pret ensões de quem é vil.
II. No segundo quarteto, há uma receita de ascensão
social, em que, por exemplo, quem tem menos autoridade mais acusa e quem tem riqueza obtém importância
e prestígio.
III. No último terceto, o poeta refere as rimas usadas ao
longo do soneto e, do ponto de vista formal, abandona o
decassílabo para lançar mão de versos de oito sílabas.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e III.
E) I, II e III.
Resolução: Alternativa D
O vil decepa com sua língua, ao nobre. As duas outras
afirmações estão corretas.
Resolução: Alternativa D
O Padre Vieira era conceptista e no Sermão da sexagésima
ele propõe a supremacia (primazia) do conteúdo sobre os
torneios verbais.
11. O cartaz a seguir foi usado em uma campanha pública para
doação de sangue.
A D. ÂNGELA
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e anjo florente 1,
Em quem, se não em vós se uniformara2?
Quem veria uma flor, que a não cortara3
De verde pé, de rama florescente?
E quem um anjo vira tão luzente 4,
Que por seu Deus, o não idolatrara5?
Se como anjo sois dos meus altares,
Fôreis6 o meu custódio 7, e minha guarda,
Livrara8 eu de diabólicos azares,
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda9,
Posto que 10 os anjos nunca dão pesares,
Sois anjo, que me tenta, e não me guarda.
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
8)
9)
10)
Fluorescente, em flor
Uniformaria, isto é, se juntaria
Cortasse
Brilhante
Idolatrasse
Seríeis
Proteção
Livraria
Elegante, garbosa
Ainda que
9.
Na primeira estrofe, o poeta faz um jogo de palavras com o
nome da mulher – Ângela – que lembra uma planta
(angélica) e um anjo (angelus, em latim, é anjo ; daí vêm
angélica, angelical etc). Na segunda estrofe, o poeta:
A) estabelece uma relação de oposição entre a flor e o
anjo;
B) diz ser impossível não ceder à beleza da flor, ass im
como à adoração do anjo;
C) reconhece ser impossível ceder à bele za da flor ou à
adoração do anjo.
D) diz que o anjo é tão luzente que seria impossível não
confundi-lo com Deus;
E) tece elogios ao anjo em detrimento à flor.
Resolução: Alternativa B
Não há relação de oposição na 2º estrofe. O eu lírico não
confunde a figura angelical com Deus, tampouco deprecia a
flor, ao contrário.
10. Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta.
A) O cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
B) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do
Barroco que não se excluem. É possível localizar no
mesmo autor e até no mesmo texto os dois elementos.
C) O cult ismo é perceptível no rebuscamento da linguagem,
pelo abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas
e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual,
o que se concretiza no discurso pelo emprego de
sofismas, silogismos, paradoxos.
D) O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também
conhecido como Gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão
da sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a
idéia.
E) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas
foram os de Gôngora e Marin i, e o conceptismo de
Quevedo foi o que maiores influências deixou em
Gregório de Matos.
(Disponív el em www .facebook.com/pages/HEMORIO /144978045579742?fref=ts.
A cessado em 08/09/2014.)
Glossário
Rolezinho: diminutivo de rolê ou rolé; em linguagem informal,
significa “pequeno passeio”. Recentemente, tem designado
encontros simultâneos de centenas de pessoas em locais como
praças, parques públicos e shopping centers, organizados via
internet.
Anonymous riot: rebelião anônima.
Considerando como os sentidos são produzidos no cartaz e o
seu caráter persuasivo, pode-se afirmar que:
A) As figuras humanas estilizadas, semelhantes umas às
outras, remetem ao grupo homogêneo das pessoas que
podem ajudar e ser ajudadas.
B) A expressão “rolezinho” remete à meta de se reunir
muitas pessoas, em um só dia, para doar sangue.
C) O termo “até” indica o limite mínimo de pessoas a serem
beneficiadas a partir da ação de um só indivíduo.
D) O destaque visual dado à expressão “ROLEZINHO NO
HEMORIO” tem a função de enfatizar a participação
individual na campanha.
Resolução: Alternativa B
Conforme definição apresentada no glossário da questão, os
rolezinhos reúnem um grande número de pessoas em favor
de uma mesma causa. Como a campanha da HEMORIO tinha
como meta atrair um grande número de pessoas (1000 doações de sangue em único dia), a associação entre a expressão
e o ato de doar sangue se mostrou conveniente.
12. Texto
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos
nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de
cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala
igual; contudo as variações são mais numerosas que as
notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio
Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos
muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza
uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque
parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue
sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal
do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês
doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos
um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el –
carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José
Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O
E stado de S ão P aulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de
variação linguística que se percebe no falar de pessoas de
diferentes regiões. As características regionais exploradas no
texto manifestam-se
A)
B)
C)
D)
E)
na fonologia.
no uso do léxico.
no grau de formalidade.
na organização sintática.
na estruturação morfológica.
Resolução: Alternativa A
A área da linguística que estuda os sons de um idioma é a
fonologia, e o texto aborda exatamente as diferenças na fala
existentes entre as regiões.
13. Texto
A palavra falada é um fenômeno natural; a palavra
escrita é um fenômeno cultural. O homem natural pode viver
perfeitamente sem ler nem escrever. Não o pode o homem a
que chamamos civilizado: por isso, como disse, a palavra
escrita é um fenômeno cultural, não da natureza mas da
civilização, da qual a cultura é a essência e o esteio. Perten cendo, pois, a mundos (mentais) essencialmente diferentes,
os dois tipos de palavra obedecem forçosamente a leis ou
regras essencialmente diferentes. A palavra falada é um
caso, por assim dizer, democrático. Ao falar, temos que
obedecer à lei do maior número, sob pena de ou não sermos
compreendidos ou sermos inutilmente ridículos. Se a maioria
pronuncia mal uma palavra, temos que a pronunciar mal. Se
a maioria usa de uma construção gramatical errada, da
mesma construção teremos que usar. Se a maioria caiu em
usar estrangeirismos ou outras irregularidades verbais, assim
temos que fazer. Os termos ou expressões que na linguagem
escrita são justos, e até obrigatórios, tornam-se em estupidez e pedantaria, se deles fazemos uso no trato verbal.
Tornam-se até em má-criação, pois o preceito fundamental
da civilidade é que nos conformemos o mais possível com as
maneiras, os háb itos, e a educação da pessoa com quem
falamos, ainda que nisso faltemos às boas maneiras ou à
etiqueta, que são a cultura exterior.
(F ernando P essoa. A língua portuguesa, 1999. A daptado.)
Em sua argumentação, o autor estabelece que
A) a palavra escrita se espelha na palavra falada. Dessa
forma, a boa comunicação implica reconhecer que fala e
escrita são de mesma natureza.
B) as d iferenças entre fala e escrita são mu itas. Dessa
forma, a boa comunicação está relacionada ao valor
cultural da linguagem.
C) o fenômeno cultural está contido no natural. Dessa
forma, a boa comunicação diz respeito ao uso que cada
pessoa faz, de acordo com as necessidades cotidianas.
D) os fenômenos naturais precedem os culturais. Dessa
forma, a boa comunicação depende de ajustar aqueles
às especificidades destes.
E) fala e escrita são domínios distintos. Dessa forma, a boa
comunicação implica conhecer e empregar os recursos
específicos de cada um deles.
Resolução: Alternativa E
Para Pessoa, “os dois tipos de palavra [a falada e a escrita]
obedecem forçosamente a leis ou regras essencialmente
diferentes”. Portanto, fala e escrita estão em domínios dife rentes, e cada uma dessas formas de expressão pressupõe
recursos específicos
14. Texto
Pegamos os nossos 24253 km de fronteiras e os esticamos
em uma linha reta. Assim, fica possível entender o que
acontece em cada canto desse Brasilzão: há invasões de
terra, tráfico de drogas e cenários de tirar o fôlego.
(http://supe r.abril.com.b r. A daptado.)
De acordo com o texto, é correto afirmar que
A) problemas contrastam com belos cenários nas fronteiras
do Brasil, cuja maior parte está em terra.
B) problemas se sobrepõem a cenários de grande beleza
nas fronteiras do Brasil, cuja maior parte está em mar.
C) belos cenários estimulam grandes problemas nas fronteiras do Brasil, cuja maior parte está em terra.
D) problemas e lugares exóticos se equilibram nas fronteiras do Brasil, as quais também estão em equilíbrio em
extensão.
E) belos cenários convivem com a gravidade dos problemas
nas fronteiras do Brasil, cuja maior parte está em mar.
Resolução: Alternativa A
No texto, afirma-se que as fronteiras do Brasil misturam, de
um lado, invasões de terra e tráfico de drogas e, de outro,
paisagens exuberantes. Portanto, há aí uma relação de
oposição. Além disso, o infográfico deixa claro que a maior
parte dessas fronteiras (70%) está em terra.
15. Segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
assinale a alternativa em que há erro de acentuação gráfica.
A) Eu abençoo todos os fiéis desta igreja, disse o padre;
B) A ideia principal deste curso é proporcionar atualização
sobre a matéria;
C) Os cientistas estavam presentes na expedição no momento em que a jóia foi encontrada no fundo do mar;
D) Todos os torcedores creem na recuperação do time
nesta etapa final;
E) Ele não pôde sair este final de semana, pois prestou
concurso público sábado e domingo.
Resolução: Alternativa C
O Novo Acordo Ortográfico retirou o acento agudo dos diton gos abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas (assembleia,
colmeia, epopeia, ideia, joia, jiboia, tramoia). Portanto,
segundo a nova norma, em "Os cientistas estavam presentes
na expedição no momento em que a jóia foi encontrada no
fundo do mar.", a grafia correta da palavra em destaque seria
"joia".
16. Das alternativas abaixo, apenas uma delas traz uma palavra
cuja acentuação foi retirada, de acordo com as Novas Regras
de Ortografia. Assinale-a:
A) Assembléia;
B) Próprias;
C) Renováveis;
D) País;
E) Constrói.
Resolução: Alternativa C
O Novo Acordo Ortográfico retirou o acento agudo dos diton gos abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas (assembleia,
colmeia, epopeia, joia, jiboia, tramoia). Vale frisar, entretanto,
que os ditongos abertos das palavras "Méier" e "destróier"
continuam a ser acentuados, por serem paroxítonas terminadas em "-r".
17. Texto
Sem aspas na língua
De início, o que me incomodava era o peso desproporcional que as aspas dão à palavra. Se escrevo mouse pad,
por exemplo, suscito em seu pensamento apenas o
quadradinho discreto que vive ao lado do teclado, objeto não
mais notável na economia do cotidiano do que as dobradiças
da janela ou o porta- -escova de dentes. Já “mouse pad”
parece grafado em neon, brilha diante de seus olhos como o
luminoso de uma lanchonete americana. Desequilibra.
Tá legal, eu aceit o o argumento: não se pode exigir do
leitor que saiba outra língua além do português. Se
encasqueto em ornar meu texto com “dramblys” ou
“haveloos” – termos em lituano e holandês para elefante e
mulambento, respectivamente –, as aspas surgem para
acalmar quem me lê, como se dissessem: “Queridão, os
termos discriminados são coisa doutras terras e doutra
gente, nada que você devesse conhecer”.
Pois é essa discriminação o que, agora sei, mais me
incomoda. Vejo por trás das aspas uma pontinha de
xenofobia, como se para circular entre nós a palavra
estrangeira precisasse andar com o passaporte aberto,
mostrando o carimbo na entrada e na saída.
Ora, por quê? Será que “blackberries” rolando livremen te por nossa terra poderiam frutificar e, como ervas daninhas, roubar os nutrientes da graviola, da mangaba e do
cajá? “Samplers”, sem as barrinhas duplas de proteção,
acabariam poluindo o português com “beats” exógenos,
condenando-o a uma versão “remix”? Caso recebêssemos
"blowjobs" sem o supracitado preservativo gráfico, doenças
venéreas se espalhariam por nosso exposto vernáculo?
Bobagem, pessoal. Livremos as nossas frases desses
arames farpados, desses cacos de vidro. A língua é viva:
quanto mais línguas tocar, mais sabores irá provar e expe riências poderá acumular.
A ntônio P rata, F olha de S .P aulo, 22/05/2013. A daptado.
O tít ulo do texto resulta de um trocadilho com a frase feita
de origem popular “não ter papas na língua”. Comparados
título e frase feit a, pode-se afirmar:
A) O primeiro deve ser entendido em sentido conotativo; a
segunda, em sentido denotativo.
B) Ambos têm caráter metalinguístico e se referem à
liberdade de expressão.
C) O título traduz revolta e a frase feita, submissão.
D) Tanto o título quanto a frase feita sugerem que escrever
é mais complicado do que falar.
E) Ambos poderiam ser acompanhados pe lo comentário
metalinguístico “literalmente falando”.
Resolução: Alternativa B
Tanto a frase feita quanto o título – que com ela mantém um
diálogo intertextual – têm como tema a própria linguagem, o
que constitui seu caráter metalinguístico. Ambas fazem
referência também à liberdade de expressão: a primeira, por
se referir a quem diz o que pensa, sem temer os possíveis
resultados negativos disso; a segunda, por defender, mesmo
que comicamente, que palavras estrangeiras circulem livre mente pelos textos em português.
18. Das características abaixo atribuídas às aspas, a única que
NÃO expressa a opinião do autor é:
A) têm efeit o discriminativo.
B) têm um quê de xenofobia.
C) são necessárias, em alguns casos.
D) chamam a atenção do leitor desnecessariamente.
E) expõem o vernáculo a ataques exógenos.
Resolução: Alternativa E
Tratando de aspas, usadas para demarcar que certo vocábulo
integra outro idioma, o enunciador afirma crer que essa
indicação seja motivada por “uma pontinha de xenofobia”.
Contudo, não há elementos para deduzir que, em sua opinião,
as aspas exporiam a língua nacional a ataques estrangeiros.
19. Nos trechos abaixo, o autor dirige-se ao leitor. Desses
trechos, o único que pressupõe a opinião do leit or é:
A) “suscito em seu pensamento”.
B) “Tá legal, eu aceito o argumento”.
C) “nada que você devesse conhecer”.
D) “Ora, por quê?”.
E) “Bobagem, pessoal”.
Resolução: Alternativa B
Em “Tá legal, eu aceit o o argumento”, manifesta-se um jogo
polifônico: o enunciador dialoga com a voz dos que, para
justificar o uso das aspas em termos estrangeiros, considerariam que “não se pode exigir do leitor que saiba outra
língua além do português”.
20. Texto
A exaltação do indivíduo como representante dos mais
elevados valores humanos que esta sociedade produziu,
combinada ao achatamento subjetivo sofrido pelos sujeitos
sob os apelos monolíticos da sociedade de consumo, produz
este estranho fenômeno em que as pessoas, despojadas ou
empobrecidas em sua subjetividade, dedicam-se a cultuar a
imagem de outras, destacadas pelos meios de comunicação
como representantes de dimensões de humanidade que o
homem comum já não reconhece em si mesmo. Consome -se
a imagem espetacularizada de atores, cantores, esportistas e
alguns (raros) políticos, em busca do que se perdeu
exatamente como efeito da espetacularização da imagem: a
dimensão, humana e singular, do que pode vir a ser uma
pessoa, a partir do singelo ponto de vista de sua história de
vida.
E ugênio Bucci e M aria R. Kehl, V ideologias:
ensaios sobre telev isão. S ão P aulo: Boitempo, 2004.
Considerados no contexto em que ocorrem, os trechos
“exaltação do indivíduo” e “achatamento subjetivo sofrido
pelos sujeitos” estabelecem, entre si, relação de
A) aparente contradição.
B) redundância.
C) causa e consequência.
D) todo e parte, respectivamente.
E) oposição, do tipo positivo e negativo, respectivamente
Resolução: Alternativa A
Os trechos “exaltação do indivíduo” e “achatamento subjetivo
sofrido pelos sujeitos”, que parecem se contradizer, fazem, no
contexto, parte de um mesmo processo: na sociedade do
espetáculo, ao mesmo tempo em que se exaltam algumas
personalidades individuais, as pessoas “comuns” deixam de
olhar para sua própria história de vida
Texto para as questões 21, 22 e 23
Os bebês nascem com instintos que os ajudam a sintonizar
rapidamente os ritmos da fala e a gramática. São muito sensíveis
à direção do olhar de outra pessoa, que os ajuda a decifrar frases
incompreensíveis, como “olha aquele cachorro engraçado”. Os
bebês murmuram e balbuciam, ações que tornam as c ordas
vocais mais afinadas. Eles também viram a cabeça instintivamente por causa de um barulho e se extasiam com a voz da mãe
ou do pai. O elo afetivo é muito importante para o seu desenvolvimento intuitivo e emocional. Embora a linguagem ainda não
esteja conectada no seu cérebro, o bebê tem várias artimanhas
genéticas que lhe permitem aprender desde o dia de seu
nascimento.
John M cC rone
21. Pela leitura do texto, é correto afirmar que:
A) está ausente nos bebês qualquer processo cognitivo que
os faça compreender o mundo ao seu redor, uma vez
que eles ainda estão distantes da linguagem e da compreensão das ações dos adultos.
B) os bebês realizam ações que organizam sua entrada no
mundo da linguagem e os colocam em contato com os
adultos, como o ato de murmurar e mesmo o reconhecimento da voz dos pais.
C) as frases ditas pelos adultos para os bebês são incompreensíveis para estes porque eles ainda não conse guem processar nenhum tipo de informação que venha
do mundo externo ou do contato com seus pais.
D) o aprendizado dos bebês se inicia no momento exato em
que eles viram a cabeça para o lado e reconhecem os
seus pais, a partir daí eles já estão prontos para utilizar
as primeiras palavras.
E) o aprendizado da língua pelos bebês é algo que depende exclusivamente do ambiente externo e do contato
com os pais, pois é improvável que haja habilidades
inatas que contribuam para o desenvolvimento da linguagem.
Resolução: Alternativa B
Segundo o texto, “Os bebês nascem com instintos que os
ajudam a sintonizar rap idamente os ritmos da fala e a
gramática. (…) murmuram e balbuciam, ações (…)”. Isso
torna correta a alternativa B.
22. O texto procura:
A) expor um conjunto de informações, tendo como objetivo
central apresentar ao leitor uma série de conhecimentos
a respeito do tema principal.
B) relatar fatos e experiências vividos pelo seu autor, daí o
tom predominantemente autobiográfico naquilo que é
explanado.
C) construir um enredo narrativo que é conduzido até seu
clímax final.
D) instruir o leitor, uma vez que é construído essencialmente como uma espécie de guia de conduta para os
pais, orientando comportamentos.
E) argumentar, já que há a elaboração de posicionamentos
críticos, expostos contraditoriamente, com a função
essencial de persuadir o leitor.
Resolução: Alternativa A
O texto expõe, de forma direta e objet iva, uma série de dados
informativos, cuja finalidade é levar ao leit or conhecimentos
sobre o processo de aquisição da linguagem desde o nascimento dos bebês.
23. Assinale a alternativa que apresenta melhor paráfrase para o
trecho abaixo, considerando a manutenção do sentido original e o uso da norma culta. Os bebês murmuram e balbuciam, ações que tornam as cordas vocais mais afinadas. Eles
também viram a cabeça instintivamente por causa de um
barulho e se extasiam com a voz da mãe ou do pai.
A) Ao murmurar e balbuciar, os bebês instintivamente tem
como objetivo afinar suas cordas vocais para que os
barulhos que fazem, ao virarem a cabeça, fiquem
semelhantes com as vozes do pai e da mãe.
B) A mãe e o pai extasiados com os barulhos que os bebês
fazem instintivamente, ao afinarem suas cordas vocais,
viram a cabeça quando eles murmuram e balbuciam.
C) Virar a cabeça, ao ouvir um barulho, e se alegrar com o
som das vozes dos pais são ações comuns aos bebês,
que também murmuram e balbuciam, o que acaba por
tornar suas cordas vocais afinadas.
D) Virar a cabeça é um movimento do instinto dos bebês
que murmuram e balbuciam quando ouvem as vozes do
pai ou da mãe, fazendo, assim, com que suas cordas
vocais também se afinem.
E) Ao ouvirem um barulho, os bebês murmuram e balbuciam, assim como viram a cabeça com o som das vozes
dos pais, que instintivamente afinam, extasiados, as
cordas vocais dos bebês.
Resolução: Alternativa C
A paráfrase implica dizer o mesmo com outras palavras. Na
versão apresentada na alternativa C, “viram a cabeça”, por
exemplo, foi substituído por “virar a cabeça”, e “se extasiam”,
26por “se alegrar”.
24. Texto
Como sabemos, o efeit o de um livro sobre nós, mesmo no
que se refere à simp les informação, depende de muita coisa
além do valor que ele possa ter. Depende do momento da
vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da
finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e
pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte
reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não
passa de chuva no molhado. Além disso, há as afin idades
profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto
aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da
valia de ambos.
A ntonio C andido, “Dez liv ros para
entender o Brasil”. Teoria e debate. E d. 45, 01/07/2000.
Traduz uma ideia presente no texto a seguinte afirmação:
A) O efeito de um livro sobre o leitor é condicionado pela
quantidade de informações que o texto veicula.
B) A recepção de um livro pode ser influenciada pela situação vivida pelo leitor.
C) A verdadeira erudição não dispensa a leitura dos bons
manuais escolares.
D) A leitura de um livro a qual tem finalidades meramente
práticas prejudica a assimilação do conhecimento.
E) O reconhecimento do valor de um livro depende, primordialmente, dos sentimentos pessoais do leitor.
Resolução: Alternativa B
O trecho do texto “o efeito de um livro sobre nós” equivale,
segundo a alternativa correta, à “recepção de um livro”. Esse
“efeito”, de acordo com Antonio Candido, “depende do
momento da vida em que o lemos, do grau do nosso
conhecimento, da finalidade que temos pela frente”. Em
outros termos, é “influenciada pela situação vivida pelo
leitor”.
25. Texto
Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o
capanga um casal de velhinhos, que seguiam diante dele o
mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios
particulares. Das poucas palavras que apanhara, percebeu
Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo
quanto possuíam, à compra de mantimentos, afim de fazer
um moquirão*, com que pretendiam abrir uma boa roça.
— Mas chegará, homem? perguntou a velha.
— Há de se espichar bem, mulher!
Uma voz os interrompeu:
— Por este preço dou eu conta da roça!
— Ah! É nhô Jão!
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinhampor
homem de palavra, e de fazer o que prometia.
Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar
que estava destinado para o roçado.
Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele esquecera
um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem
mais deu costas ao par de velhinhos e foi-se deixando-os
embasbacados.
José de A lencar, Til. * moquirão 5 mutirão (mobilização
coletiv a para auxílio mútuo, de caráte r gratui to)
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de
caráter gratuito).
Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho
“mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada”
expressa ideia de
A) tempo.
B) qualidade.
C) intensidade.
D) modo.
E) negação.
Resolução: Alternativa A
No texto a palavra “mal” foi empregada com o valor temporal
de “assim que”, estabelecendo quase uma simultaneidade
entre a descoberta dos utensílios pelos “olhos” de Jão Fera e
o ato de este dar as costas aos velhinhos e ir embora.
INGLÊS
“Take the stairs” is a common exercise tip in lifestyle behavior
modification programs, once scrictly a mainstay of alternative
health clinics and now part of everyday medicine at the country’s
biggest hospitals and clinics. The accessible act of bypassing the
escalator or elevator can help keep off pounds and even extend
your life, according to research. As one study at Cleveland Clinic
showed, covering two flights of stairs daily can result in a loss of
up to 10 pounds in a year. Other findings indicate that using the
stairs 10 minutes per day can add one to two years to your life.
26. Em época de jogos olímpicos, com todo o foco da mídia
voltado a competições entre atletas de todo o mundo, vo lta
à cena o papel da atividade física na vida de todos nós,
independentemente de idade, etnia, profissão, dentre outros.
Todo indivíduo deseja ter uma vida longa e com saúde, e
isso inclui, preferencialmente, a adoção de uma dieta
saudável, a prática regular de atividade física e, assim, a
manutenção de peso normal. Nos EUA, a combinação de
sedentarismo e dieta inadequada desencadeia agravos que
representam a segunda causa evitável de morte. De acordo
com o texto acima, o que NÃO podemos afirmar sobre usar
as escadas é...
A) Taking the stairs can make one´s life longer.
B) Climbing the stairs regularly can result in weight loss.
C) The use of stairs is now recommended in health
treatments.
D) The advantages of taking the stairs are supported by
scientific research.
E) The treatment offered by alternative health clinics is
more accessible and healthier.
Resolução: Alternativa E
O tratamento oferecido por clinicas de saúde alternativa não é
mais acessível e mais saudável. Na verdade, foi dito que
antes exercícios físicos era algo alternativo e hoje mandatório.
Einstein’s Hot Time
The well-known quote from Albert Einstein in his attempt to
make relatively more accessible to the layperson goes: “When a
man sits with a pretty girl for an hour, it seems like a minute.
But let him sit on a hot stove for a minute and it´s longer than
any hour. That´s relativity.”
Some serendipitous research shows that the pretty girl/ hot
stove line turns out to be more than just a clever thought.
Recently I came across the statement in its original form.
Amazingly the pretty girl/ hot stove quote is actually the abstract
from a short paper written by Einstein that appeared in the
journal of Exothermic Science and Technology in 1938.
Apparently, the great Theoretician tried his hand and other body
parts, at experimentation to derive his simp le explanation for
relativity.
27. A ideia mais brilhante de todos os tempos - e certamente
também uma das menos compreendidas se refere à Teoria
da Relatividade. Em 1905, o genial físico alemão Albert
Einstein afirmou que tempo e espaço são relativos e estão
profundamente entrelaçados. A citação mencionada no
primeiro parágrafo quis dizer que...
A) Lindas garotas tornam o tempo mais curto.
B) Fogões quentes tornam o tempo mais longo.
C) Mostrar que a observação de tempo é diferente para
homens e mulheres.
D) O estado de espírito do observador é importante para a
percepção de tempo.
E) Um minuto não é mais longo que uma hora.
Resolução: Alternativa D
De acordo com a teoria de Einstein uma hora sentado ao lado
de uma linda mulher pode parecer um minuto, no entanto, 1
minuto sentado em cima de um fogão quente pode parecer
uma hora. Portanto, o estado de espírito do observador é
importante para a percepção de tempo.
The Daily News
Did she Crash?
Lae, New Guinea, July 2, 1937. Amelia Earhart’s small plane
left the island of Lane at exactly 12:00 midnight. She was not
alone on the flight, but she and Fred Noonam, her navigator,
were very tired. She reported her last position at 8:14 p.m. After
that, she did not make radio cont act again. Why did they
disappear? Were they exhausted? Did they run out of gas? The
US Coast Guard started its search for the answer at 10:15 p.m.
28. Amelia Earhart foi uma pioneira aviadora que tentava dar a
volta ao mundo quando o seu avião desapareceu no meio do
Oceano Pacífico. O verbo frasal “run out” encontrado em
uma das perguntas acima se aproxima mais em sentido a...
A) Dobrar
B) Quebrar
C) Colid ir
D) Acabar
E) Começar
Resolução: Alternativa D
O verbo frasal “run out” significa “ficar sem”. Nesse caso o
que mais se aproxima das alternativas dadas é “acabar”. “Eles
ficaram sem gasolina?”, foi um dos questionamentos feit o
pelo jornalista do artigo.
Charlie Chaplin
When Charlie Chaplin was at the peak of his popularity,
there was a “Charlie Chaplin Contest” in an American Theater.
They promised to give a silver cup to the person who made
himself look exactly like Charlie. The great artist decided to enter
the contest himself. He came second.
29. Charles Spencer Chaplin, mas conhecido como Charlie
Chaplin foi ator, diretor, produtor, humorista, empresário,
escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico Britânico
. Chaplin foi um dos atores mais famosos da era do cinema
mudo, notabilizado pelo uso de mímicas da comédia
pastelão. Com base no texto acima, podemos afirmar que
A) Charlie Chaplin participou de um concurso para trabalhar
numa peça teatral antes da fama e ficou em segundo
lugar.
B) Houve uma competição num teatro Americano cujo
vencedor seria aquele que se parecesse mais com
Charlie Chaplin. O próprio Charlie participou e ficou em
segundo lugar.
C) Charlie Chaplin escreveu um filme cujo contexto não era
compreensível e por isso não foi aceito pelos profissio nais do ramo.
D) Quando Charlie Chaplin estava no auge de sua popularidade costumava chegar atrasado a vários espetáculos
e foi severamente criticado por isso.
E) Houve uma competição num Teatro Americano cuja pre miação era uma taça de bronze e Charlie ficou em se gundo lugar.
Resolução: Alternativa E
Foi dito que houve uma competição num Teatro americano
onde o vencedor seria aquele que mais se parecesse com o
Chaplin e receberia uma taça de prata. O próprio Chaplin
resolveu participar e surpreendentemente ficou em segundo
lugar.
“Just remember that you are absolutely unique. Just like
everyone else.”
(M argaret M ead
30. Margaret Mead foi uma antropóloga cultural norte-Americana.Nasceu na Pensilvân ia, criada na localidade de
Doylestown por um pai professor universitário e uma mãe
activista social. Graduou-se no Barbard College em 1923 e
fez doutorado na Universidade de Columbiaem1929. Em
1925, ficou conhecida pelo trabalho de campo na Polinésia.
De acordo com a citação acima...
A) Todos nós somos diferentes e não temos semelhanças
com nenhum individuo.
B) Apesar de sermos únicos como seres humanos, não
somos os únicos com essa característica.
C) Lembrar em ser único é também gostar de todos os
outros.
D) Ser absolutamente único é ter a capacidade de gostar
de todos em sua volta.
E) Não apresentamos nenhuma característica similar a
nenhuma pessoa no mundo.
Resolução: Alternativa B
Na citação Margaret Mead disse, “Apenas lembre -se que você
é absolutamente único, assim como todo mundo”. Ou seja,
apesar de sermos únicos não somos os únicos com essa
característica.
ESPANHOL
La innata vocación de Brasil a la felicidad
El hecho de haber ganado Río de Janeiro la celebración de
los Juegos Olímpicos del 2016, dejando atrás ciudades de gran
prestigio como Madrid, Chicago o Tokio, ha sido analizado ya por
activa y por pasiva. Se ha dicho de todo. Que Suramérica se
merecía ya unos Juegos. Y es cierto. Que Brasil es hoy la
potencia económic a emergente de la región. Y también es cierto,
como lo es que buena parte de la victoria se debió a la enorme
popularidad mundial del carismático ex metalúrgico y hoy
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Y con él a la acción del dios
del fútbol, Pelé, y el mago carioca Paulo Coelho, que supo
ganarse la simpatía de las mujeres de los delegados del COI a
quienes invitó a cenar en un restaurante de Copenhague, en un
clima de felicidad brasileña. ¿O habrán sido sólo las imágenes de
las bellezas únicas de la mágica ciudad carioca? También, pero
no solo. Existe otro elemento poco subrayado y es la innata
vocación de Brasil y de los brasileños a la felicidad, que acaba
irradiándose internacionalmente, contagiando al mundo.
Si se hubiese hecho un sondeo nacional habría aparecido
que ese día el 100% de los brasileños se sintió feliz cuando el
presidente del Comité Olímpico Internacional abrió el sobre y
apareció Río de Janeiro como vencedor de la competición para
celebrar los Juegos Olímpicos del 2016. Los brasileños, que gozan
de una formidable cohesión nacional, están siempre abiertos a
acoger cualquier motivo para ser felices. Y albergar los Juegos les
ha producido orgullo y felicidad. Y no lo esconden, que es otra de
las características del brasileño. (…) Cualquiera que pasa por
Brasil, de turismo o de trabajo, se siente enseguida atrapado por
la cordialidad, la exuberancia afectiva, la acogida alegre de sus
gentes, del norte al sur del país. (…) La vocación del brasileño es
más hacia la paz, la amistad, el entendimiento mutuo, el deseo
de agradar que hacia la guerra o la pelea. Y, entonces, ¿qué
ocurre con la violencia que mata en Brasil más que en otros
países? No es una violencia brasileña, la produce el cáncer del
tráfico de drogas. La mejor arma del brasileño sigue siendo la
sonrisa. (…) Suele decirse que los brasileños saben sacar felicidad
hasta de las piedras. La buscan en la alegría y en la tristeza. (…)
Así son los brasileños. Son buceadores en el mar de la felicidad y,
como no lo ocultan, acaban contagiando a los otros. Sin duda ese
contagio también tuvo que ver a la hora de votar en
Copenhague.
http://w ww .elpais.com/articulo /opi nion/in nata/v ocacion/Brasil/felicidad /
elpepiopi/2 0091013elpep iopi_5 /Tes.
V isitado el 13 de octubre de 2 009 (A daptado).
26. En el enunciado con que se inicia el texto, la palabra “ hecho ”
se refiere a:
A) haber conseguido Río de Janeiro los Juegos Olímpicos
del 2016.
B) haber constatado la riqueza del ganado de Río de
Janeiro.
C) haber dejado marchar a ciudades de gran prestigio
como Madrid, Chicago o Tokio.
D) la innata vocación de Brasil a la felicidad.
E) la reciente celebración en Río de Janeiro de los Juegos
Olímpicos.
Resolução: Alternativa A
EL HECHO SIGNIFICA “O FATO”. EN ESTE SENTIDO, SE
REFIERE A BRASIL HABER LOGRADO ÉXITO EN SEDIAR LOS
JUEGOS DE 2016.
27. En el enunciado “Se ha dicho de todo” la palabra “dicho ”
transmite la idea de:
A) acontecimiento.
B) felicidad.
C) insinuación.
D) manifestación.
E) recuerdo.
Resolução: Alternativa E
DICHO SIGNIFICA “DITO, FALADO”, PERO EN ESTE SENTIDO, REMETE AL SIGNIFICADO DE TENERSE RECORDADO
(LEMBRADO) DE TODO.
28. El periodista señala como poco subrayada la siguiente razón:
A) la actuación de Pelé.
B) la belleza de Río de Janeiro.
C) la formidab le cohesión nacional.
D) la mag ia de Paulo Coello.
E) la vocación de Brasil a la felicidad.
Resolução: Alternativa E
EN FINES DEL PRIMER PÁRRAFO SE DICE: “EXISTE OTRO
ELEMENTO POCO SUBRAYADO Y ES LA INNATA VOCACIÓN
DE BRASIL Y DE LOS BRASILEÑOS A LA FELICIDAD, QUE
ACABA IRRADIÁNDO SE INTERNACIONALMENTE, CONTAGIANDO AL MUNDO.”
29. En los enunciados “¿O habrán sido sólo las imágenes de las
bellezas únicas de la mágica ciudad carioca? También, pero
no solo.” puede verificar-se que hay dos vocablos muy semejantes “sólo” y “solo”.
Indique a qué se debe su escritura divergente.
A) A un error o a un descuido del periodista que escribe o
de los editores del texto.
B) A querer señalar su diferencia prosódica: con acento se
pronuncia con mayor intensidad.
C) A su diferente papel sintáctico: el primero, adverbial; el
segundo, sustantivado.
D) A sus diferencias de significado: ‘sólo’ equivale a
solamente; ‘solo’ habla de soledad. Es la tilde diacrítica.
E) A una opción ortográfica pues los dos vocablos NUNCA
podrían llevar tilde.
Resolução: Alternativa D
ES EL CASO DE LA TILDE DIACRÍTICA. ACENTUACIÓN PARA
DIFERENCIAR LAS CLASES GRAMATICALES. SÓLO Y SOLO:
SOMENTE e SOZINHO, RESPECTIVAMENTE.
30. En “Y también es cierto, como lo es que buena parte de la
victoria se debió a la enorme popularidad mundial del carismático ex metalúrgico y hoy presidente Luiz Inácio Lula da
Silva” y en “Y albergar los Juegos les ha producido orgullo y
felicidad. Y no lo esconden, que es otra de las características
del brasileño”, existe el vocablo “lo” en cada conjunto, cada
uno con su propia función. Indique, respectivamente, la
función que realizan:
A) El primer ‘lo’ se refiere a “buena parte de la victoria”; el
segundo, a “orgullo y felicidad”.
B) El primer ‘lo’ se refiere a “es cierto”; el segundo, a
“orgullo y felicidad”.
C) El primer ‘lo’ se refiere a “buena parte de la victoria”; el
segundo, a “albergar los Juegos”.
D) El primer ‘lo’ se refiere a “es cierto”; el segundo, a
“albergar los Juegos”.
E) Tanto el primero como el segundo ‘lo’ se refieren a los
Juegos.
Resolução: Alternativa B
COLOCACIÓN PRONOMINAL: EL PRIMER “LO” EN “COMO LO
ES”, HACE REFERENCIA A LA EXPRESIÓN “ES CIERTO”
(COMO LO ES CIERTO). EL SEGUNDO “LO” EN “Y NO LO
ESCONDEN”, HACE REFERENCIA AL ORGULHO Y LA
FELICIDAD (NO LO ESCONDEN NI EL ORGULLO NI LA
FELICIDAD).
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LITERATURA, PORTUGUÊS E LÍNGUA ESTRANGEIRA