1 Universidade Estadual de Goiás UnU de Ciências Exatas e Tecnológicas Curso de Ciências Biológicas REBECA DE MIRANDA CAMARGO POR QUE E PARA QUE CURSAR CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: UM OLHAR SOBRE AS MOTIVAÇÕES E EXPECTATIVAS DOS DISCENTES GOIANOS Anápolis 2015 2 REBECA DE MIRANDA CAMARGO POR QUE E PARA QUE CURSAR CIÊNCIAS BIOLÓGICAS? UM OLHAR SOBRE AS MOTIVAÇÕES E EXPECTATIVAS DOS DISCENTES GOIANOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estadual de Goiás, UnUCET, como requisito parcial a obtenção do grau de Biólogo Licenciado. Orientadora: Me. Prof. Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar. Anápolis 2015 3 4 "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." 1 Coríntios 2:9 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de demonstrar minha gratidão à Deus por ter me capacitado para que eu tivesse a oportunidade de me qualificar nesta instituição de ensino. Toda honra e toda glória sejam dadas a Ele, o meu único Senhor e Salvador. Agradeço à minha família por investir financeiramente em minha graduação, por me dar total apoio sempre que necessário e por acreditar em meu sucesso profissional. Devo todas as conquistas que tive durante o período acadêmico a vocês, meus heróis. Ao meu amado noivo Diego, por estar ao meu lado durante esse período de formação, sempre contribuindo e me incentivando nesta caminhada. Sou grata por seu cuidado, companheirismo e amor. Espero ser para você tudo o que é pra mim. Venho agradecer, também, à minha querida orientadora Adda Daniela pela dedicação e contribuição com o desenvolvimento deste trabalho. E mais do que isso, pelo conhecimento que me foi concedido durante toda a execução desta pesquisa. Com sua paciência, apoio e orientação pude aprender muito sobre educação e sobre como ser um educador. Admiro seu trabalho e principalmente o seu talento para o exercício da docência. Agradeço aos meus colegas e amigos de turma que dividiram esta jornada ao meu lado. Em especial agradeço à minha amiga Juliana, que admiro muito como pessoa e também como futura colega de profissão. E não posso deixar de mencionar e agradecer aos docentes que fizeram parte da minha formação acadêmica e que contribuíram de forma positiva para minha qualificação. Gostaria de demonstrar minha gratidão a todos os discentes do curso de Ciências Biológicas que voluntariamente participaram desta pesquisa, vocês são o motivo deste trabalho. E, por último, gostaria de agradecer a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Goiás por me conceder uma bolsa de estudos, através do Programa de Bolsas de Iniciação Científica da UEG, durante os 2 anos de desenvolvimento desta pesquisa. Este apoio contribuiu não apenas com a conclusão deste trabalho, mas colaborou com a minha permanência nesta instituição de ensino. 6 RESUMO A escolha profissional envolve diversos fatores preponderantes que a motiva, tais como reconhecer quem somos, quem fomos, que influências tivemos ao decorrer da nossa vida, quem é a família da qual pertencemos, quais são seus valores, o que queremos ser e o que não queremos ser. Portanto, incertezas e dúvidas marcam este momento decisivo, fazendo com que os adolescentes se sintam confusos e apresentem dificuldades em estabelecer opções. Neste sentido, este estudo teve como problema norteador buscar compreender: quais as motivações e expectativas dos acadêmicos que cursam Ciências Biológicas, seja ele presencial ou à distância, nas modalidades licenciatura e bacharelado? Assim, objetivou-se estudar os acadêmicos de cursos de Ciências Biológicas buscando compreender suas motivações e expectativas ao escolherem esse curso. A pesquisa pautou-se no método qualitativo de pesquisa, utilizando como procedimento de coleta de dados um questionário e entrevistas aos discentes dos períodos iniciais e finais de cursos de Ciências Biológicas de Instituições de Ensino Superior (IES) situadas em Goiânia e Anápolis, no período de 2013 a 2014. Foram pesquisados ao todo 180 graduandos, com idade variando entre 16 e 41 anos de idade. Identificou-se que o interesse pela área de atuação do Biólogo é o fator motivador para a escolha do curso, seja na modalidade de licenciatura ou bacharelado, em cursos presenciais ou à distância. A maioria dos alunos pesquisados diz ter interesse em atuar na área de “Meio Ambiente e Biodiversidade”. Quanto às influências sofridas pela maioria dos acadêmicos pesquisados ao escolherem este curso, destacaram-se os professores da educação básica. Em relação às expectativas que os alunos têm durante o período acadêmico, houve comum interesse de ambas as modalidades, licenciatura e bacharelado, em aprender e adquirir conhecimento. E as expectativas elencadas pelos estudantes após a conclusão deste curso superior estão relacionadas às áreas de atuação almejadas como futura profissão. A pesquisa aplicada iniciou um processo de compreensão centrado no aluno, no que tange suas motivações e expectativas, fornecendo subsídios para a elaboração de novas pesquisas em relação às necessidades destes estudantes e as dificuldades enfrentadas por estes durante a graduação em Ciências Biológicas. Palavras-chave: Bacharelado. Biologia. Influências. Licenciatura. 7 ABSTRACT The professional choice involves several important factors that motivates it, such as recognize who we are, who we were, what influences that we had over the course of our life, who is the family that we belong to, what your values are, what we want to be and what not we want to be. Therefore, uncertainties and doubts had marked this turning point, making teens feel confused and present difficulties in establishing options. In this sense, this study had as a guiding problem try to understand: what are the motivations and expectations of the academics that course Biological Science, be it in person or at a distance, in the modalities graduation and bachelor’s degree? Like this, aimed up study the academic from Biological Science trying to understand their motivations and expectations to choose this course. The research was based on qualitative research method, using as data collection procedure a questionnaire and interviews with students of the initial and final periods of Biological Science courses from Higher Education Institutions (HEIs) located in Goiânia and Anápolis, from 2013 to 2014. Were searched altogether 180 graduates, aged between 16 and 41 years old. It was found that interest in Biologist area of operation is the motivating factor for choosing the course, be in the form of graduation or bachelor’s degree, in classroom courses or at distance. Most students surveyed said to have interest in acting in the "Environment and Biodiversity". As for influences suffered by most academics surveyed to choose this course, the highlights were the teachers of basic education. Regarding expectations for the students during the academic period, there was common interest of both modalities, graduation and bachelor’s degree, in learning and acquiring knowledge. And the expectations listed by students upon completion of this degree course are related to the desired operation as a future profession. Applied research began a process of understanding centered on the student, regarding their motivations and expectations, providing subsidies for the development of new searches to the needs of these students and the difficulties faced by them during graduation in Biological Sciences. Key-words: Bachelor degree. Biology. Influences. Degree. 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - População da amostra dos alunos estudados, presenciais e à distância, das IES estudadas de Goiânia e Anápolis, cursando Ciências Biológicas, nas modalidades licenciatura e bacharelado, que possuem relatório ENADE disponível para análise. Tabela 2 - Faixa etária dos estudantes de Ciências Biológicas, nas modalidades presencial e à distância, das IES pesquisadas de Goiânia e Anápolis, na modalidade licenciatura e bacharelado. Tabela 3 - Fatores decisivos para a escolha do curso de Ciências Biológicas pelos alunos pesquisados nas IES presenciais e à distância dos municípios de Goiânia e Anápolis, nas modalidades de licenciatura e bacharelado. Tabela 4 - Áreas de atuação pretendidas pelos estudantes de Ciências Biológicas das IES, presenciais e à distância, dos municípios de Goiânia e Anápolis, nas modalidades licenciatura e bacharelado. Tabela 5 - Remuneração anual de professores, no início e no topo da carreira docente, do magistério no Ensino Médio (US$). Tabela 6 - Perspectiva de uma amostra de 1.501 alunos do 3º ano do Ensino Médio de 18 instituições de ensino públicas e privadas do Brasil em relação à profissão docente. 9 LISTA DE ABREVIATURAS ABED Associação Brasileira de Educação a Distância AbraEAD Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância ABRAPEC Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências AEE Associação Educativa Evangélica AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CFBio Conselho Federal da Biologia CNE Conselho Nacional de Educação EAD Ensino à Distância EIA Estudo de Impacto Ambiental EJA Educação de Jovens e Adultos ENADE Exame Nacional de Desempenho de Estudantes FCC Fundação Carlos Chagas FVC Fundação Victor Civita ICB Instituto de Ciências Biológicas IES Instituição de Ensino Superior INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LDBEN Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional MEC Ministério da Educação OIT Organização Internacional do Trabalho PARFOR Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica PBIC Programa de Bolsas de Iniciação Científica PCN Parâmetros Curriculares Nacionais PIBID Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PPP Projeto Político Pedagógico PrP Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação PUCGO Pontifícia Universidade Católica de Goiás RELEA Revista Latino-americana de Educação em Astronomia RIMA Relatório de Impacto Ambiental SAS Sistema de Avaliação Seriado SBA Sociedade Brasileira de Astronomia 10 SBEnBio Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia SBF Sociedade Brasileira de Física SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência SBQ Sociedade Brasileira de Química SGC Sociedade Goiana de Cultura SPEC Subprograma Educação para Ciência TCC Trabalho de Conclusão de Curso TIC Tecnologia da Informação e Comunicação UCG Universidade Católica de Goiás UEG Universidade Estadual de Goiás UFG Universidade Federal de Goiás UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura UNIANA Universidade Estadual de Anápolis 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12 2 OBJETIVOS .................................................................................................... 14 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 14 2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 14 3 APROFUNDAMENTO TEÓRICO .............................................................. 15 4 METODOLOGIA ........................................................................................... 28 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 32 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 7 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 50 8 APÊNDICE ...................................................................................................... 60 48 8.1 Apêndice 1 ........................................................................................................ 61 8.2 Apêndice 2 ........................................................................................................ 62 8.3 Apêndice 3 ........................................................................................................ 64 12 1. INTRODUÇÃO A escolha do problema que propus investigar, através do desenvolvimento desta pesquisa, esteve atrelada ao meu ingresso no curso superior em Ciências Biológicas no ano de 2011, bem como as indagações que fiz a mim mesma em relação a esta decisão. Além disso, durante minha formação acadêmica ouvi relatos de colegas demonstrando satisfação e, também, muitas insatisfações em relação à sua opção de curso. Tornando maior o meu incômodo em relação à compreensão das motivações e expectativas que os alunos têm ao cursar Ciências Biológicas. Partindo destes aspectos, esta pesquisa foi estruturada de modo a iniciar o processo de compreensão em relação a estes fatores. Sendo assim, neste trabalho o olhar está centrado no aluno, como sujeito concreto, alguém que tem uma trajetória guiada por suas motivações, experiências adquiridas ao longo de sua jornada e expectativas em relação ao seu futuro profissional. Este estudo esteve vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PrP) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), com bolsa concedida pelo Programa de Bolsas de Iniciação Científica da UEG1 (PBIC) nos anos de 2012 e 2013, pelo projeto de pesquisa intitulado “Avaliação das motivações e expectativas dos acadêmicos de Ciências Biológicas em diferentes instituições de ensino superior de Goiás”. 1.1. A ESCOLHA DE UM CURSO SUPERIOR A adolescência é tida como uma construção social, e se refere ao conjunto de experiências adquiridas entre a infância e a fase adulta. E é nesse processo que o indivíduo se vê desafiado a definir seu projeto de futuro, que engloba a escolha da profissão, a formação e o emprego, sem desconsiderar também as escolhas emocionais inerentes a esta fase da vida (OLIVEIRA; PINTO; SOUZA, 2003). Ainda de acordo com os mesmos autores, as incertezas e dúvidas marcam este momento decisivo, fazendo com que os adolescentes se sintam confusos e apresentem dificuldades em estabelecer opções. Isto ocorre porque o acelerado ritmo das transformações sociais, as instabilidades econômicas globais e a evolução tecnológica refletem mudanças no mundo do trabalho no contexto atual. 1 Iniciação Científica é um instrumento de formação de recursos humanos, que permite colocar o estudante da graduação em contato direto com as atividades de pesquisa e o pensar científico, despertar a vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação. 13 Neste mesmo sentido, Soares (2007) afirma que muitos adolescentes certificam-se de informações sobre os riscos presentes na carreira almejada. Logo, a pesquisa tornou-se um meio para se conhecer melhor e avaliar as profissões antes de decidir por uma delas, já que em muitos casos, trata-se de uma decisão para toda a vida. Sobre este aspecto, Barbosa (2006) concorda que ao escolher uma profissão, outras são deixadas e não serão então realizadas. Entretanto, a mesma autora afirma que não existe uma escolha única e definitiva, se tratam apenas de escolhas possíveis dentro de determinadas possibilidades e contingências. Portanto, escolher está relacionado ao contexto sociocultural e institucional no qual o estudante está inserido. A família, em especial, influencia a inclinação profissional e guia escolhas pautando-se em crenças e valores familiares (OLIVEIRA; PINTO; SOUZA, 2003). A autora Barbosa (2006, p. 6) complementa tal ideia quando afirma que “as marcas das identificações e a vontade de corresponder às expectativas das pessoas significativas em sua vida são questões que o jovem tenta atender”. A mídia, por sua vez, também reflete este cenário de decisões quando exibe estilos de vida desejáveis, retornos financeiros e status sociais diferenciados; ou quando ocultam informações sobre profissões de grande demanda e relevância para ascensão da vida social (OLIVEIRA; PINTO; SOUZA, 2003). Compreendendo, então, a complexidade e força das influências socioculturais e institucionais sobre a decisão do aluno, é possível inferir que são improváveis as chances de que esta tenha sido uma escolha madura e consciente com uma clara percepção de si e do mundo que rodeia o vestibulando (BARBOSA, 2006). Em contrapartida, Zago (2006) ressalta que os estudantes percorrem um longo caminho de investimentos pessoais desde o momento que decidem prestar o vestibular até o ato da inscrição. Após a realização da inscrição em um curso superior, o adolescente passa a ter o exame de vestibular como uma fonte a mais de comprometimento. Compromisso este que está atrelado ao seu futuro sucesso profissional. Portanto, esta escolha passa a constituir a identidade do estudante (ROCHA et al., 2006). 14 2. OBJETIVOS 2.1. Geral Compreender as motivações e expectativas dos acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas de instituições de ensino superior (IES) situadas nos municípios de Goiânia e Anápolis. 2.2. Específicos i. Compreender as motivações dos graduandos em cursar Ciências Biológicas. ii. Identificar as expectativas dos acadêmicos em Ciências Biológicas para o seu campo de trabalho. iii. Identificar as possíveis contradições entre as expectativas dos ingressantes e dos concluintes deste curso. iv. Identificar o perfil do graduando neste curso em Goiás. 15 3. APROFUNDAMENTO TEÓRICO Desde a antiguidade existem indícios de educação, especialmente destinada aos jovens, tanto em sociedades primitivas selvagens quanto em povos bárbaros. Todavia esta prática educativa era considerada informal, ocorrendo então de modo inconsciente e sendo ainda característica de cada momento histórico (BOHRER et al., 2008). Neste mesmo sentido, Costa e Rauber (2009) afirmam que tal processo educativo se dava através da endoculturação, em que valores, princípios e costumes eram transmitidos aos descendentes pela convivência. Tratando-se da educação brasileira pode-se afirmar que os primeiros passos foram dados após a chegada dos Jesuítas ao Brasil, em 1549, através da educação de crianças negras nos colégios jesuíticos. Tais crianças eram filhas de escravos desafricanizados, que nasciam nas fazendas de propriedade da Companhia de Jesus. A base dos ensinamentos pautava-se na conversão dos "gentios" ao cristianismo, através da catequese (JÚNIOR; BITTAR, 1999). Os Jesuítas eram responsáveis, ainda, por estabelecer o clero em seminários teológicos e educar os filhos da classe dominante nos colégios reais. Espaço destinado também para preparar os alunos para o ingresso na Universidade de Coimbra, em Portugal, através de uma educação medieval latina com elementos de grego. Isto porque o Brasil Colônia (1530-1815) não dispunha de ensino superior em seu território até o início do século XIX (OLIVEN, 2005). De acordo com este mesmo autor, o ensino superior constituiu-se no Brasil com a vinda da Corte Portuguesa em 1808, embasado nos modelos presentes em Portugal, herdando, portanto as mesmas deficiências e atrasos da Metrópole. Ambos aspectos fazem menção ao foco literário da educação superior e ao pouco interesse pelas demais áreas das Ciências, como Astronomia, Botânica, Zoologia e Geologia. Neste sentido, Durham (2003) revela que entre o período monárquico (1808) e o início da República (1889) houve a implementação de um modelo de escolas autônomas, objetivando a formação de profissionais liberais. Durante toda a Primeira República (18891930), este sistema de ensino se descentralizou, e surgiram, juntamente com as instituições federais, outras instituições públicas e privadas. Entretanto, Durham (2003) deixa claro que tais instituições não eram universidades, eram apenas escolas superiores autônomas centradas em um curso. As primeiras universidades só foram criadas após o final da Primeira República e instalação do Estado Novo, o governo de Getúlio Vargas em 1930. Isto porque durante a 16 década de 1920 houve uma modernização do país, fruto de uma grande renovação cultural, em decorrência da crescente urbanização e das transformações econômicas mediante ao processo de industrialização. Tal renovação propunha profundas reformas em todos os níveis de ensino O que se propunha era bem mais que a simples criação de uma universidade: era a ampla reforma de todo o sistema de ensino superior, substituindo as escolas autônomas por grandes universidades, com espaço para o desenvolvimento das ciências básicas e da pesquisa, além da formação profissional (DURHAM, 2003, p. 6). Este mesmo autor destaca como elementos inovadores desta reforma a criação de uma Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a qual oferecia bacharelados nos diferentes campos das Ciências Físicas, Exatas e Biológicas, das Humanidades e Ciências Humanas; inclusão de um setor de Educação, que possibilitou aos bacharéis também uma qualificação profissional como professores. Neste contexto, como revela Krasilchik (2000), o ensino das Ciências cresceu em importância através deste e de outros movimentos de transformação do ensino, em decorrência do reconhecimento da Ciência e Tecnologia como essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social. Isto porque a conexão entre ciência e sociedade não se prende a aspectos internos de investigação científica, mas atinge a correlação destes aspectos com os âmbitos econômicos, culturais e políticos. Assim, a Biologia torna-se referência no período Vargas, junto à disciplina chamada Biologia Educacional, na Universidade de São Paulo. Esta disciplina era ministrada pelo professor Almeida Júnior, escritor do livro Biologia Educacional, publicado pela Cia. Editora Nacional, que foi posteriormente reeditado e tornou-se a referência nos cursos de magistério (BIZZO, 2014). De acordo com o mesmo autor, este livro dedicava-se aos estudos de Evolução, Genética, Fisiologia, com estudo detalhado da inteligência, sua herança e caracterização racial, e, por fim, Eugenia e Eutecnia. Tais conteúdos estavam coerentes com os aspectos da educação brasileira do período em questão. Posteriormente, a participação das ciências no currículo escolar ampliou-se a partir da implementação da Lei 4.024 - Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDBEN), de 21 de dezembro de 1961, que figurou seu estudo desde o primeiro ano de curso ginasial, e no colegial figurou ainda o aumento da carga horária de Física, Química e Biologia (KRASILCHIK, 2000). 17 Este autor destaca ainda que estas disciplinas eram estudadas com o intuito de desenvolver a criticidade e exercer o método científico, preparando os alunos para pensarem de forma lógica e crítica em relação a informações e dados, para tomadas de decisão consistentes. O currículo das disciplinas científicas englobava conteúdos e temas referentes a ideias correntes sobre ciência. Sendo assim, em um primeiro momento a Ciência era considerada uma atividade neutra, os pesquisadores não sofriam julgamentos de valores diante de suas execuções. Mas, concomitantemente ao aumento dos problemas sociais do mundo, outros conteúdos e temas eram incorporados aos currículos. Temas emergentes como crises ambientais, aumento da poluição, crise energética e efervescência social transposta em revolta estudantil e lutas anti-segregação racial, refletem grandes alterações nas propostas das disciplinas científicas em todos os níveis de ensino (KRASILCHIK, 2000). As seções ou secretarias de ensino das associações científicas como a Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e a Sociedade Brasileira de Astronomia (SBA), bem como os grupos de pesquisadores da área, promoveram a partir da década de 1970 eventos nacionais específicos que objetivavam a discussão da questão do ensino. A Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia2 (SBEnBio) e a Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências3 (ABRAPEC), criadas na década de 1990, também passaram a contribuir com os eventos nacionais pelo desenvolvimento de suas pesquisas (NARDI, 2005). De acordo com este mesmo autor, além da participação em eventos, esses grupos de pesquisa também apresentavam seus trabalhos na forma de publicações periódicas, semelhantemente aquelas hoje consolidadas e disponíveis à comunidade científica e aos docentes, como, por exemplo, a pioneira Revista Brasileira de Ensino de Física e o Caderno Catarinense de Ensino de Física – chamada atualmente de Caderno Brasileiro de Ensino de Física -, revista Investigações em Ensino de Ciências, a revista Química Nova na Escola, o jornal Ciência & Ensino, a revista Ciência & Educação, a Revista Brasileira de Pesquisa em 2 A SBEnBio, criada em 1997, no VI Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia (EPEB) na Faculdade de Educação da USP, é uma associação civil de caráter científico e cultural, sem fins lucrativos. Sua finalidade pauta-se no desenvolvimento do ensino de biologia e da pesquisa em ensino de biologia entre profissionais deste campo de conhecimento. 3 A ABRAPEC foi fundada em 29 de novembro de 1997 como uma sociedade civil, de caráter científico e educacional, sem fins lucrativos e sem filiação político-partidária. Tendo por finalidade a promoção, divulgação e socialização da pesquisa em Educação em Ciências, por meio da realização de encontros de pesquisa e de escolas de formação de pesquisadores, da publicação de boletins, anais e revistas científicas, bem como atuar como órgão representante da comunidade de pesquisadores em Educação em Ciências junto a entidades nacionais e internacionais de educação, pesquisa e fomento. 18 Educação em Ciências, A Física na Escola, a revista Ensaio e, mais recentemente, e na forma eletrônica, a Revista Latino-americana de Educação em Astronomia (RELEA). A década de 1980 foi caracterizada pelo surgimento de frutos da comunidade científica, no sentido de tornar acessível a ciência produzida no país (BIZZO, 2014). Em consequência disto, este mesmo autor afirma que em 1982 a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lançou o projeto intitulado Ciência Hoje, em que havia publicações mensais apresentando atualidades científicas e artigos de cientistas brasileiros com relatos de suas pesquisas. Entretanto, tais publicações tiveram pouco impacto sobre a biologia ensinada nas escolas do Ensino Médio. Borges e Lima (2007) relatam que em 1996, a LDBEN apresentou propostas de reorganização da educação para atender os desafios resultantes de processos globais e transformações sociais e culturais por eles geradas na sociedade. Entretanto, em Ciências Biológicas, o ensino da Biologia ainda estava estruturado de modo a privilegiar o estudo de conceitos, linguagem e metodologias desse campo do conhecimento. O que por sua vez, remete a uma aprendizagem pouco eficiente e descontextualizada, sendo insuficiente para interpretação e intervenção da realidade. Neste sentido, estes mesmos autores relatam que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), criou um novo Projeto para Melhoria do Ensino de Ciências e Matemática, passando a constituir o Subprograma Educação para Ciência (SPEC), visando o aumento da qualidade no ensino de Ciências e Matemática; a identificação, treinamento e apoio de lideranças; e aperfeiçoamento na formação de professores, de modo a alcançar a melhoria do ensino e estimular a pesquisa e implementação de novas tecnologias. Em 1998 houve, também, a apresentação pelo Ministério da Educação de um documento chamado Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que previam a reorganização curricular para alcançar as propostas de atualização da educação brasileira oferecidas em 1996 na LDBEN, pela Lei n° 9.394/96 (BORGES; LIMA, 2007). Os autores, Ricardo e Zylbersztajn (2003), afirmam que os PCN tiveram boa receptividade entre os profissionais de pedagogia e diretores, mas revela que a chegada destes documentos na escola se deu de forma abrupta, sem que houvesse discussões prévias sobre seu conteúdo e proposta. Portanto, o contato dos professores, dos profissionais da área pedagógica e da direção com estes documentos ocorreu de modo precário, em especial, os docentes que se ativeram a partes do PCN que se referiam apenas a sua disciplina. 19 Neste sentido, os autores acima declaram que a simples leitura destes documentos não seria capaz de garantir as mudanças necessárias na prática escolar. Assim, as propostas presentes nestes parâmetros poderiam ser interpretadas de diversos modos e sua aplicação em sala de aula poderia ser marcada por ajustes resultantes de uma reorientação nas práticas e nos objetos de ensino. Além destas dificuldades, havia também dificuldade por parte destes sujeitos em compreender alguns conceitos contemplados pelos PCN. Em seu trabalho, o autor Azanha (2011) destaca alguns comentários sobre a análise inicial das propostas curriculares, relatando a presença de incipiências em algumas iniciativas presentes no PCN, bem como a insuficiência de outras, a presença de contradições e descontinuidades administrativas, sendo considerada uma visão genérica a respeito das orientações curriculares e programáticas. Mesmo em meio a estes impasses, havia a expectativa da escola, especialmente dos supervisores e orientadores pedagógicos e da direção, de que os profissionais orientados e tendo formação pautada nas perspectivas das Diretrizes e dos Parâmetros Curriculares promovessem mudanças na prática escolar (RICARDO; ZYLBERSZTAJN, 2003). A importância destas reorganizações de conteúdos e temas e metodologias empregadas se justificavam por que Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado (BRASIL, 2014, p. 3-4). Sendo assim, as instituições de ensino superior, se preparavam para atender os avanços e transformações das necessidades e realidades da educação e de novos cenários e contextos, além de atender a demanda de mercado de trabalho (STALLIVIERI, 2014). Logo, compreendendo a necessidade de atender os anseios do contexto em que o curso superior se insere, o Ministério da Educação (MEC) estabelece obrigatoriamente a elaboração de um Projeto Político Pedagógico (PPP) para o curso superior em graduação em Ciências Biológicas, pautado no aluno como sujeito do processo ensino-aprendizagem e apoiado no professor como mediador deste processo (BRASIL, 2014). Este projeto pedagógico deve buscar a formação integral e adequada do acadêmico, articulando ensino, pesquisa e extensão. 20 Sendo assim, desde 1996, as Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedagógico deverão orientar o currículo do curso de graduação em Ciências Biológicas, estabelecendo entre outros itens o perfil acadêmico e profissional do egresso (BRASIL, 2014). Portanto, os cursos de licenciatura ainda têm que estar vinculados as Diretrizes Curriculares de Formação de Professores. Diretrizes mais atuais, sancionadas em 2002 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), declaram que a formação do docente deve ocorrer em um curso de licenciatura, de graduação plena, apresentado sua própria identidade, e com conhecimentos e competências específicos para a atuação docente (BRASIL, 2002). 3.1. O CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS De acordo com o parecer nº CNE/CES 1.301/2001, do Conselho Federal de Biologia (CFBio), o curso de Ciências Biológicas trata-se de uma ciência que estuda os seres vivos, a relação entre eles e o meio ambiente, além dos processos e mecanismos que regulam a vida. Neste sentido, estes estudos devem ser capazes de fornecer subsídios para a compreensão da vida, a partir de sua organização no tempo e processos evolutivos (CONSELHO FEDERAL DE BIOLOGIA, 2001). O curso de Ciências Biológicas caracteriza-se por apresentar uma natureza inter e multidisciplinar, já que estabelece um elo com biomédicos, agrônomos, veterinários, geólogos, nutricionistas e outros profissionais (OLIVEIRA et al., 2007). O profissional de formação sólida em Ciências Biológicas na modalidade bacharelado, de acordo com o currículo do curso, é capaz de lidar, tanto em nível técnico quanto em nível experimental, com a elaboração e execução de projetos, de relacionar ciência, tecnologia e sociedade, estando qualificado para atuar em pesquisa básica e aplicada. Poderá atuar nas diversas áreas do conhecimento da Biologia Animal, Vegetal, Genética, Ecologia, Microbiologia, Biotecnologia e áreas relacionadas, estando apto, também, para atuar na preservação, saneamento e melhoria do ambiente (SILVA, 2002). A Biologia tem sido considerada como a Ciência do século XXI, haja vista que os conhecimentos presentes em suas áreas de atuação estão relacionados a questões emergenciais da atualidade, como as questões ambientais, conservação de recursos naturais, biotecnologia e educação para a cidadania (UFPI, 2015). Já o profissional biólogo licenciado possui formação básica e ampla, com fundamentação teórica e prática, envolvendo o conhecimento da diversidade dos seres vivos 21 (UFPI, 2015), estando apto a dedicar-se ao exercício do magistério de ensino fundamental e médio (SILVA, 2002). De acordo com Veiga e Ávila (2008, p. 15), “a formação de professores constitui o ato de formar o docente, educar o futuro profissional para o exercício do magistério”. Neste mesmo sentido, Papalardo et al. (2012, p. 2) acredita que sendo a educação um importante instrumento de transformação social, a formação dos atores que lá atuam não teria uma importância menor. Assim, a formação de professores qualificados é um dos eixos essenciais para que um país possa ter possibilidades de crescimento, social e econômico. O estudo da Ciência e seu ensinamento justificam-se pela compreensão do mundo que envolve as crianças e os adolescentes, tendo em vista que a palavra ciência está relacionada ao entendimento dos fatos e à razão pelo qual eles se comportam de determinada maneira (CIÊNCIA VIVA, 2015). Portanto, a ciência deve ser ensinada desde as primeiras séries escolares, devendo embasar-se em investigação e atividades experimentais (WILSEK; TOSIN, 2009). Entretanto, o ensino de Ciências e Biologia caracterizam-se por aulas desenvolvidas com base em livros didáticos, tendo o conhecimento repassado como algo pronto e a metodologia centrada no professor, as aulas são expositivas com experimentos geralmente demonstrativos, orientando mais o aluno no processo de memorização do que no desenvolvimento do raciocínio lógico (SOBRINHO, 2009). Diante disso, o grande desafio dos professores da educação básica é tornar o ensino de ciências prazeroso, instigante e interativo, dialógico, pautado na execução de atividades que sejam capazes de persuadir os alunos a admitirem as explicações científicas para além dos discursos autoritários, prescritivos e dogmáticos (WILSEK; TOSIN, 2009). Neste sentido, estes mesmos autores afirmam que a aprendizagem significativa envolve alguma ousadia, como a introdução de uma problemática para que o aluno precise elaborar hipóteses e testá-las como soluções possíveis para o problema. Assim, este modelo de aprendizagem se apresentará contrário ao modelo da aprendizagem mecânica, em que ocorre apenas a memorização e estabelecimento de relações diretas e superficiais com os conteúdos. De modo geral, o aprendizado de Ciências e Biologia deve permitir a compreensão da natureza viva e dos limites dos diferentes sistemas explicativos, a compreensão de que a ciência não tem respostas 22 definitivas para tudo, sendo uma de suas características a possibilidade de ser questionada e de se transformar (SOBRINHO, 2009, p. 12). Ambas as modalidades, licenciatura e bacharelado, oferecem formação em nível superior de graduação plena, caracterizados por conhecimentos, habilidades e competências distintas, assim como ambas apresentam campos profissionais distintos e específicos (STEINHILBER, 2006). Entretanto, este mesmo autor revela que apesar da tendência de separação entre o curso de Ciências Biológicas em suas modalidades, licenciatura e bacharelado, na maioria das vezes o discente encerra o ensino superior com formação acadêmica em ambas as modalidades. É importante ressaltar ainda que os avanços nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) possibilitaram o acesso e a disseminação do conhecimento, em especial a internet viabilizou o estabelecimento da Educação à Distância (EAD) (MORINI, 2006), que surgiu para viabilizar a formação superior daqueles que são afetados pelos fatores espaço e tempo (SANTOS; NETO, 2009). Nesta modalidade de ensino, as aulas ocorrem no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que consiste em sites ou plataformas virtuais que apresentam interfaces de comunicação e informações permitindo a mediação do ensino e aprendizagem. A proposta pedagógica do curso oferecido determinará qual AVA deve ser utilizado (CAPELETTI, 2014). Segundo Santos e Neto (2009), os estudantes da EAD desenvolvem competências, habilidades, atitudes e hábitos correspondentes aos estudos, à profissão, à rotina diária e ao tempo e local de forma mais flexível e autônoma, sendo estes corresponsáveis pelos seus processos de aprendizagem. Neste mesmo sentido, Morini (2006) afirma que a educação à distância permite ao estudante administrar seu tempo com autonomia para realizar as atividades do curso na ocasião que julgar mais adequada, dentro das limitações do cronograma que o curso apresenta, havendo diálogo e trocas de conhecimento, além do desenvolvimento de produções colaborativas. Em consequência disto e da acelerada expansão dos cursos na modalidade EAD, tornou-se necessária a elaboração de um conjunto de normas legais e de referenciais de qualidade. A LDBEN estabeleceu, portanto, a normatização da oferta de cursos na modalidade à distância, através da Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que foi regulamentada pelo Decreto n° 5.622, publicado no D.O.U. de 20/12/05, e a Portaria - MEC 23 nº 4.059/2004 tratou da inclusão de disciplinas em EAD em até 20% da carga horária total dos cursos presenciais reconhecidos (CAPELETTI, 2014). Apesar da LDB incentivar o desenvolvimento de programas em todos os níveis de ensino e modalidades e de educação continuada, prioritariamente a educação à distância tem dado destaque para o ensino de graduação e, neste, nos cursos de fácil oferta: Pedagogia e Normal Superior, em primeiro lugar; Administração e cursos superiores de Tecnologia em Gestão, em segundo lugar (GIOLO, 2008). O Censo EAD de 2010, realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), revelou que os cursos voltados para a formação de professores são o maior grupo (31,5%), seguidos pelos de gestão e/ou administração (19%) e dos que envolvem tecnologia e informática (6,7%). O elevado interesse na área de pedagogia e a formação de professores em geral na modalidade à distância justificam-se pela grande demanda de professores sem formação adequada no país (ABED, 2010). Visando contribuir também com a diminuição do índice de professores da educação básica sem a devida formação acadêmica e viabilizar o acesso ao ensino superior de classes com menor poder aquisitivo, o Governo Federal instituiu em 2004 o Programa Universidade para Todos (ProUni). Este programa consiste na concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de cinquenta por cento para cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos (MELO; LUZ, 2005). Neste mesmo sentido, criou-se o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), implantado pela CAPES em regime de colaboração com as Secretarias de Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e com as IES. Este plano tem como meta garantir que os professores em exercício na rede pública de educação básica obtenham a formação exigida pela LDBEN, através da implantação de turmas especiais, exclusivas para os professores em exercício (BRASIL, 2012). Consequentemente, este mesmo censo evidencia através do cruzamento do Censo da Educação Básica com o Censo da Educação Superior, que mais de 400 mil profissionais que atuam no magistério da educação básica também são alunos da educação superior, estabelecendo-se assim um processo de melhoria da qualificação dos professores na educação básica. Dentre os cursos de licenciatura contemplados na modalidade à distância pelo governo federal está o de Ciências Biológicas, que propõe a formação inicial de professores, 24 fornecendo uma base ampla e sólida para a vida profissional, com fundamentação teórica e prática, complementada com os conceitos fundamentais da biologia. É ofertando também uma formação pedagógica sólida direcionada à capacitação do professor, possibilitando a vivência crítica da realidade de ensino e tendo a consciência do seu papel como agente transformador do ambiente em que vive (REZENDE, 2010). 3.2. A EDUCAÇÃO SUPERIOR EM GOIÁS A educação superior em Goiás, região foco do estudo desta pesquisa, foi marcada em seus primórdios pela instalação da Academia de Direito de Goyaz, criada pela lei nº 186 em 1898, e instalada em 1903. Esta academia trata-se da gênese da atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás. O contexto de sua instalação esteve atrelado à consolidação das instituições republicanas e, consequentemente, dos seus reflexos nas lutas pelo poder no estado de Goiás (ALVES, 2000). Em março de 1947 a Associação Educativa Evangélica (AEE) foi fundada por missionários e líderes evangélicos em Goiânia, sob a liderança do Reverendo Arthur Wesley Archibald. Sua principal tarefa era contribuir com a educação e a formação de crianças, jovens e adultos da região de Goiás. Sua criação objetivava a fundação e o estabelecimento de escolas rurais e urbanas em todos os níveis (UNIEVANGELICA, 2015). No nível básico, fundou o Colégio Couto Magalhães, em Anápolis, o Colégio Álvaro de Melo, em Ceres, o Educandário Nilza Risso, a Escola Luiz Fernandes Braga Júnior, o Normal Regional e o Sítio de Orientação Agrícola, em Cristianópolis, estes últimos foram desativados, ao longo do tempo. E no ensino superior, fundou quatro faculdades isoladas: Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão em 1961, a Faculdade de Direito de Anápolis em 1969, a Faculdade de Odontologia João Prudente em 1971 e a Faculdade de Filosofia do Vale de São Patrício, situada em Ceres/GO, em 1976 (UNIEVANGELICA, 2015). Em 1993, estas faculdades se transformaram em Faculdades Integradas da Associação Educativa Evangélica, por força de seu Regimento Unificado. Estas por sua vez, credenciaram-se em março de 2004 como Centro Universitário de Anápolis, por meio da Portaria Ministerial nº. 628, publicada no D.O.U. nº. 52, de 16 de março de 2004 (UNIEVANGELICA, 2015). Discussões em relação à criação de uma Universidade da Região Centro-oeste do Brasil tiveram início durante o I Congresso Eucarístico de Goiânia, pelo Arcebispo Dom 25 Emmanuel Gomes de Oliveira, no ano de 1948. Ano em que foi criada a Faculdade de Filosofia, que oferecia os cursos de História, Geografia, Letras e Pedagogia (PUC, 2015). Este projeto perdurou até 1958, quando da criação da Sociedade Goiana de Cultura (SGC) e dela ocorreu a organização da Universidade de Goiás, onde se reuniu as antigas faculdades de Filosofia, Ciências Econômicas e Direito. Em outubro de 1959, seu nome foi alterado para Universidade Católica de Goiás (UCG), e em setembro de 2009 foi reconhecida como Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO) (PUC, 2015). Em 1960, houve a instalação da primeira instituição federal de ensino superior, a Universidade Federal de Goiás (UFG) (BRASIL, 2008). Seu estabelecimento se deu pela união de cinco escolas superiores que existiam em Goiânia: a Faculdade de Direito, a Faculdade de Farmácia e Odontologia, a Escola de Engenharia, o Conservatório de Música e a Faculdade de Medicina (UFG, 2015). A partir da segunda metade da década de 90, a educação superior em Goiás teve uma acelerada expansão em decorrência do aumento no número de IES privadas e de diversas outras instituições neste setor, além da interiorização desta oferta através das IES municipais e unidades universitárias da Universidade Estadual de Goiás (UEG), instituída em 1990, e o aumento das vagas oferecidas pela UFG (BRASIL, 2006). O processo de instalação da UEG se deu pela transformação da antiga Universidade Estadual de Anápolis (UNIANA) e incorporação de outras 12 IES isoladas, mantidas pelo poder público. Esta instituição caracterizou-se como uma Universidade Multicampi em que a sede central localiza-se em Anápolis (UEG, 2015). É importante destacar, ainda, que grande parte da expansão pública da educação superior em Goiás ocorreu através de convênios, prestação de serviços e outras modalidades que se caracterizam por uma ambiguidade no que concerne à natureza e caráter dos cursos ofertados. Enquanto a expansão privada da educação superior se deu pelos subsídios diretos e indiretos garantidos pelo poder público, além das ofertas de bolsas de estudo, concessão de áreas para construção de prédios, alteração no zoneamento urbano, transporte e equipamentos (BRASIL, 2006). O Centro Universitário de Goiás - Uni-ANHANGUERA originou-se da Faculdade Anhanguera, uma Instituição de Ensino Superior privada que havia sido fundada em 1973 e regularizada pelo Decreto no 71.832/73, de 09/02/1973. O MEC aprovou a transformação da Faculdade Anhanguera em Centro Universitário em março de 2004. Atualmente, a UniANHANGUERA oferta vinte e dois cursos de graduação, dezesseis cursos sequenciais e vinte 26 e cinco cursos de pós-graduação Lato Sensu e um de Stricto Sensu (ANHANGUERA, 2015a). Em 2001, foi instituída em Goiânia a Faculdade Araguaia, tendo como mantenedora a Sociedade de Educação e Cultura de Goiás. Esta instituição conta com duas unidades, onde são oferecidos cursos de graduação, nos turnos matutino e noturno, além de pós-graduação lato sensu. A Faculdade Araguaia prioriza o conhecimento e o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias aos estudantes para o exercício profissional e inserção no mercado de trabalho de forma crítica e transformadora (FARA, 2015). No ano 2003, a Anhanguera Educacional organizou-se como uma companhia de capital aberto, sendo a sucessora da chamada Associação Lemense de Educação e Cultura, entidade mantenedora do Centro Universitário Anhanguera (Leme e Pirassununga); da Faculdade Comunitária de Campinas e das Faculdades Integradas de Valinhos. O mesmo ocorreu com o Instituto Jundiaiense de Educação e Cultura, entidade mantenedora da Faculdade Politécnica de Jundiaí e com o Instituto de Ensino Superior Anhanguera, entidade mantenedora da Faculdade Politécnica de Matão (ANHANGUERA, 2015b). Devido a estas associações não apresentarem fins lucrativos, estruturou-se uma base legal para a transformação de cada uma delas em sociedades educacionais (nos moldes de sociedades anônimas): Sociedade Educacional de Leme S.A., Sociedade Educacional de Jundiaí e Sociedade Educacional de Matão, forma organizacional então pensada e preparada para a futura abertura de seu capital na Bolsa de Valores. Dessas três sociedades anônimas surgiu, na cidade de Anápolis, a Anhanguera Educacional hoje definida como a sociedade mantenedora de todas as demais unidades educacionais existentes, sejam faculdades, centros universitários ou universidades (ANHANGUERA, 2015b). O Censo da Educação Superior de 2004 apresentou 2.013 IES no Brasil; destas, 215, representando 10,7%, estavam instaladas na Região Centro-Oeste. O Estado de Goiás contou com 61 IES, sendo, portanto 28,4% das instituições da região. E dessas 61 instituições instaladas, as públicas são 14, ou seja, 23%, e as privadas são 47 (77%) (BRASIL, 2006). A análise presente em Brasil (2006) quanto ao crescimento no número de instituições em Goiás no período de 1992 a 2004 revela que os períodos de maiores taxas de crescimento ocorreram no ano de 1994 (13,8%), 2000 (16,7%), 2001 (34,3%), 2002 (19,13%) e 2003 (12,5%), Porém, o ápice dessa expansão ocorreu em 2001, vindo a decrescer pouco a pouco nos anos posteriores. 27 Em relação aos cursos mais ofertados no ano de 2004, encontra-se na ordem, Pedagogia, Letras, Geografia, História, Matemática, Administração, Ciências Contábeis, Direito, Sistemas de Informação e Educação Física. Havendo ausência de cursos da área de saúde, de engenharias, agricultura e veterinária, considerados de maior prestígio social. E, apesar da predominância de cursos na modalidade licenciatura, não houve destaque do curso de Ciências Biológicas, foco desta pesquisa (BRASIL, 2006). O Censo da Educação Superior de 2013 (2014) também apresenta os 10 maiores cursos de Graduação em números de matrículas por gênero. Destacam-se para o sexo feminino os cursos de Pedagogia, Administração, Direito, Enfermagem, Ciências Contábeis, Serviço Social, Psicologia, Gestão Pessoal, Fisioterapia e Arquitetura e Urbanismo; e para o sexo masculino os cursos de Direito, Administração, Engenharia Civil, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Educação Física. Sendo assim, não houve ainda destaca do curso de Ciências Biológicas. Diante do que foi abordado, este trabalho justifica-se tendo em vista a relevância da decisão da escolha do curso superior como premissa para a formação e sucesso profissional. E mais do que isso, conhecer o perfil de estudantes do curso de Ciências Biológicas e compreender quais as suas motivações e expectativas podem fortalecer os subsídios teóricos e práticos na implementação das licenciaturas em nosso estado. A presente pesquisa teve como problema norteador saber: quais as motivações e expectativas dos acadêmicos do curso de Ciências Biológicas, seja ele presencial ou à distância, nas modalidades licenciatura e bacharelado? Neste sentido, este estudo objetiva analisar o perfil dos alunos que procura este curso, suas motivações e expectativas. 28 4. METODOLOGIA Este trabalho de conclusão de curso (TCC) é um recorte da pesquisa desenvolvida para o projeto de pesquisa intitulado “Avaliação das motivações e expectativas dos acadêmicos de Ciências Biológicas em diferentes instituições de ensino superior de Goiás”, sob a coordenação da profa. Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar. Este estudo visou investigar, por meio de um questionário e entrevistas aos discentes do curso de Ciências Biológicas, de IES públicas e privadas, situadas em Goiânia e no município de Anápolis-GO em suas distintas modalidades (modalidades licenciatura e bacharelado; presencial e a distância) os motivos e suas expectativas para este curso. Para tanto, foi feita uma revisão bibliográfica e aprofundamento teórico sobre os temas abordados nesta pesquisa (a instituição de ensino superior no Brasil e em Goiás, a implantação do curso de Ciências Biológicas e suas modalidades de ensino, a escolha do curso superior e os fatores que a determinam, e a importância das motivações e expectativas de discentes em relação ao seu curso) para melhor compreensão do objeto de estudo. Esta pesquisa esteve vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PrP) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) de 2012 à 2014, com bolsa concedida pelo Programa de Bolsas de Iniciação Científica da UEG (PBIC). A escolha do método O foco metodológico foi de caráter qualitativo, visto que Os estudos denominados qualitativos têm como preocupação fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural. Nesta abordagem valoriza-se o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo pesquisada (GODOY, 1995, p. 62). Neste sentido, Neves (1996) declara que pesquisas qualitativas caracterizam-se pelo pesquisador procurar compreender os fenômenos estudados segundo a perspectiva dos sujeitos pesquisados, para que a partir daí interprete os fenômenos observados. Portanto, os objetivos desta modalidade de pesquisa inclinam-se para a hierarquização das ações em descrever, compreender e explicar com precisão as relações global e local, obtidas pelo estudo desenvolvido sobre um fenômeno (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). A pesquisa iniciou-se com um estudo exploratório, visto que de acordo com Gil (1994) este tipo de estudo é capaz de proporcionar uma visão geral em relação a determinado assunto, constituindo, portanto, a etapa inicial de uma investigação. Neste sentido, sua 29 principal finalidade está atrelada ao desenvolvimento, esclarecimento e modificação de conceitos ou ideias, tendo em vista a elaboração de problemas norteadores precisos para possíveis estudos posteriores. Sendo assim, selecionaram-se as IES que possuíam ao menos um relatório ENADE4 disponível para pesquisa no portal do INEP5. Com isso, pode-se observar a abrangência das IES e modalidades a serem pesquisadas e o perfil inicial dos sujeitos de pesquisa. O desenvolvimento da pesquisa foi precedido pela solicitação (Apêndice 1) junto aos coordenadores do curso das IES selecionadas para este trabalho, nas cidades de Goiânia e Anápolis. Uma vez obtida a permissão para o acesso institucional, entrou-se em contato com os acadêmicos das turmas de períodos iniciais (1º e 2º período) e finais (7º e 8º período). Quando alguma das instituições não ofertava os períodos citados acima, foram selecionados para o desenvolvimento da pesquisa os períodos mais próximos destes. A escolha dos períodos iniciais remete ao fato destes alunos representarem o início do curso, logo os primeiros passos após a aprovação, momento em que os alunos apresentam muitas expectativas em relação ao curso escolhido. Enquanto a escolha dos períodos finais representa o momento marcado pelas incertezas de um futuro profissional. Os objetivos deste estudo foram esclarecidos no convite feito ao sujeito de pesquisa, bem como o modo de participar da pesquisa. Foi solicitada a participação aleatória de, pelo menos, 10% dos alunos de cada turma, sendo ainda permitida a participação de mais estudantes que desejassem contribuir com este trabalho. Aqueles que aceitaram em fazer parte da pesquisa, foi efetivada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 2), declarando estar cientes dos métodos de investigação e que poderiam retirar-se dela a qualquer momento sem nenhum prejuízo ou punição. Em seguida, responderam ao questionário proposto e, quando disponíveis, participaram de uma entrevista. É importante ressaltar que na modalidade à distância, a aplicação do questionário e o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido se deu através dos tutores durante encontros presencias, de acordo com as orientações dadas pelos coordenadores do curso de Ciências Biológicas desta modalidade. Instrumento de coleta de dados 4 5 Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. http://www.inep.gov.br/>. 30 O instrumento de coleta de dados determinado para o desenvolvimento desta pesquisa foi um questionário (Apêndice 3) e uma entrevista, sendo certo que a combinação de mais de um instrumento pode ser a alternativa mais indicada para um estudo (MEDEIROS, 2005). O questionário foi criado exclusivamente para esta pesquisa e levou em consideração o tipo de levantamento a ser realizado; as circunstâncias deste levantamento; os recursos disponíveis para a pesquisa; as características dos respondentes e entrevistadores. Este foi validado por três professores e cinco acadêmicos da UEG, com o intuito de identificar questões dúbias ou mal construídas, restando apenas àquelas necessárias para se compreender as motivações e expectativas em relação ao curso de Ciências Biológicas. O questionário aplicado aos alunos continha questões subjetivas, buscando compreender a realidade social em que se inserem os jovens, e questões objetivas, exigindo respostas com precisão, para assim delinear o perfil do graduando em Ciências Biológicas. Além disso, as questões objetivas fizeram com que o questionário fosse preenchido de maneira mais rápida, de modo a não tumultuar as atividades dos discentes nas IES. Em respeito ao cronograma de atividades dos estudantes, quando possível, os alunos foram questionados em relação às suas satisfações e insatisfações acerca do curso de Ciências Biológicas. Análise dos dados Os dados dos questionários foram alocados em uma planilha do Office Excel e foram feitos resumos destes dados para auxiliar a análise dos mesmos. Todos os resultados obtidos foram divididos em eixos de análise, tendo como foco a identificação do perfil dos estudantes, as motivações e expectativas dos alunos ao escolherem o curso de Ciências Biológicas, bem como as dificuldades encontradas por estes durante a graduação. Os eixos de análise são: 1. Perfil dos alunos pesquisados no curso de Ciências Biológicas. 2. Motivações e expectativas dos alunos ao escolher este curso. 3. A escolha da Instituição de Ensino Superior. 4. Dificuldades acadêmicas e possíveis motivos de evasão. Campos (2004, p. 614), afirma que as categorias de análise proporcionam uma visão diferenciada dos temas que foram propostos a estudo quando as descrevem como Grandes enunciados que abarcam um número variável de temas, segundo seu grau de intimidade ou proximidade, e que possam através de sua análise, exprimirem 31 significados e elaborações importantes que atendam aos objetivos de estudo e criem novos conhecimentos. Neste sentido, o presente TCC é resultado de um recorte feito na pesquisa supracitada, visando discutir o perfil dos alunos pesquisados, suas motivações e expectativas ao escolher o curso de Ciências Biológicas. Tendo em vista que a construção e elaboração desta pesquisa surgiram, especialmente, do desejo de se compreender a escolha deste curso superior e as expectativas dos acadêmicos em relação ao futuro profissional. Para a análise das categorias selecionadas, recorreu-se a alguns recursos estatísticos para a organização dos resultados obtidos, tal como a análise de frequência e o uso de tabelas, sendo que os dados apresentados, em sua maioria, tiveram como referência o valor percentual. 32 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os critérios criados para esta pesquisa e a escolha do método qualitativo para coleta e análise dos dados, serão apresentados o estudo do perfil dos acadêmicos pesquisados, suas motivações e expectativas em relação ao curso de graduação em Ciências Biológicas. Devido a questões éticas, os nomes das instituições não serão mencionados durante as discussões, sendo representados pelas letras de A a G (Tabela 1). Tabela 1 - População da amostra dos alunos estudados, presenciais e à distância, das IES estudadas de Goiânia e Anápolis, cursando Ciências Biológicas, nas modalidades licenciatura e bacharelado, que possuem relatório ENADE disponível para análise. POPULAÇÃO PESQUISADA TOTAL DE INSTITUIÇÃO MODALIDADE PRESENCIAL MODALIDADE À ALUNOS DA DE ENSINO DISTÂNCIA IES Licenciatura Bacharelado Licenciatura Bacharelado 465 18 7 4 A 415 28 26 B 149 10 C 165 9 9 D 116 11 20 E 216 15 5 F 63 9 9 G 1589 100 56 24 TOTAL (–) indica ausência de resultados. Fonte: Elaborada pela autora. 5.1. Qual o perfil dos alunos pesquisados no curso de Ciências Biológicas nas IES pesquisadas? A amostra pesquisada de alunos na cidade de Goiânia e no município de Anápolis foi de 180 discentes, destes, 86,67% eram da modalidade presencial, sendo 17,31% do período integral, 19,87% do período matutino e 62,82% do período noturno. E 13,33% dos alunos eram da modalidade à distância. Vale destacar, ainda, que 68,89% dos pesquisados eram da modalidade licenciatura e 31,11% da modalidade bacharelado. Esta pesquisa demonstrou que a maioria dos alunos pesquisados cursava Ciências Biológicas no período noturno, e o Censo da Educação Superior brasileiro nos anos de 2012 e 2013 corroboram o que foi observado quando revelam que mais de 63% dos alunos dos cursos presenciais de graduação estudavam no período noturno nestes anos (BRASIL, 2012). Isto pode ser justificado mediante as afirmações do autor Filho (2007, p. 12), quando descreve que a educação superior no período noturno 33 possibilita que o estudante exerça mais facilmente uma atividade profissional remunerada durante os anos de graduação, obtendo assim, recursos financeiros para a realização do curso, pagamento de mensalidades, custeio de suas despesas pessoais, de transporte, alimentação, saúde e moradia, ou mesmo, para apoiar financeiramente sua família. Tendo em vista o perfil dos alunos que procuram um curso no período noturno, constata-se que as IES que atuam nesse período se organizam em consequência das características impostas pela rotina do trabalho remunerado. Portanto, nota-se alterações na estrutura do calendário, a flexibilidade na entrega de atividades, a tolerância quanto ao horário de ingresso na escola, e modificações no programa de provas (CARMO; ALVES, 2012). Entretanto, os alunos que estudam no período noturno enfrentam algumas dificuldades específicas, como tempo reduzido com a família, obstáculos contrários ao exercício do estudo extraclasse e dificuldade de aprendizado, aspectos resultantes, provavelmente, da carga horária de trabalho semanal, do sono reduzido e do nível elevado de estrese (MOREIRA; LIMA; SILVA, 2011), comprometendo consequentemente suas condições física, psíquica e emocional (FILHO, 2007). Paralelamente a estes dados, Vianna, Aydos e Siqueira (1997) revelam ainda que as criações de cursos noturnos surgiram também como uma alternativa para proporcionar o aumento na procura de vestibulando por cursos de licenciatura, por ser considerada uma opção viável de graduação para um aluno trabalhador. Nesta pesquisa, a quantidade de alunos pesquisados na modalidade licenciatura se apresentou relativamente maior que a modalidade bacharelado, e isto justifica-se tendo em vista que duas das IES pesquisadas apresentam o curso de Ciências Biológicas apenas na modalidade licenciatura, e devido ao fato de que na modalidade à distância o curso só é ofertado nesta mesma modalidade. Atualmente, a educação no Brasil passou a refletir sua prática educativa e as perspectivas diferenciadas na formação de professores. Simultaneamente, os avanços tecnológicos têm potencializado a modalidade à distância, tornando possível uma educação mais próxima e personalizada. Em consequência disto, surge através desta modalidade de ensino a formação inicial e continuada de professores (NETTO; GIRAFFA; FARIA, 2010). Sendo assim, de acordo com este mesmo autor, a oferta de cursos de graduação em licenciatura na modalidade à distância tornou-se uma realidade do cenário brasileiro. Isto porque o governo propõe iniciativas que visam a melhoria na qualidade da educação e promovam a igualdade de oportunidades, sendo a educação à distância um meio capaz de levar o ensino a regiões de difícil acesso, alcançado um grande número de alunos. Já que um 34 elevado e significativo número de professores atuam em exercício, no Ensino Fundamental e Ensino Médio, lecionando sem a devida formação acadêmica. Do total de alunos participantes desta pesquisa, 65,56% eram do sexo feminino e 34,44% do sexo masculino. Com relação ao estado civil, a maioria dos alunos pesquisados na modalidade presencial, eram solteiros, com 89,74% dos alunos; enquanto na modalidade à distância, a maioria dos alunos eram casados (54,17% destes). É importante destacar que 1,11% dos alunos pesquisados em ambas as modalidades não responderam a esta pergunta. A maioria dos alunos na modalidade presencial disse não ter filhos (91,03%), entretanto, a maioria dos alunos na modalidade à distância disse ter um ou mais filhos (66,67%). Sendo que 2,78% dos pesquisados não responderam esta pergunta. O Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD) apresenta informações referentes ao aumento do número de alunos de EAD, cita instituições que apresentam esta modalidade de ensino, os cursos por elas ofertados e outros aspectos neste âmbito. A AbraEAD de 2008 apresentou pela primeira vez dados sobre o perfil socioeconômico dos alunos, tornando este levantamento mais amplo e detalhado. Tal anuário confirma os dados apresentados nesta pesquisa quando revela que é esperada a diferença entre o perfil dos alunos na modalidade à distância em comparação ao perfil dos alunos na educação presencial, quanto ao estado civil e aos filhos. Portanto, a AbraEAD afirma que a maioria dos alunos desta modalidade são casados e uma porcentagem mais significativa de estudantes tem um ou mais filhos (ABRAEAD, 2008). A AbraEAD (2008) demonstra, ainda, que a diferença entre os sexos dos alunos de EAD é equilibrada, entretanto, assume que cursos de graduação básica, técnica e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) – de credenciamento estadual – são majoritariamente masculinos; enquanto cursos de graduação e pós – de credenciamento federal – são femininos, comprovando os dados obtidos por esta pesquisa De modo a comprovar este relato, a ABED apresentou recentemente no Censo EAD de 2013 que a predominância de mulheres entre os alunos do curso na modalidade à distância ocorre em mais de 56% do total de recortes estudados. Entretanto, abre-se uma exceção quando se trata de cursos corporativos, havendo, portanto, predominância de homens em postos-chaves das empresas, representando 54,5% desses alunos (ABED, 2013). A autora Morini (2006) justifica o perfil encontrado nesta pesquisa ao caracterizar os alunos da modalidade à distância como sendo adultos maduros, ativos profissionalmente e 35 com motivação para aprender e adquirir novos conhecimentos que sejam capazes de proporcionar crescimento em suas carreiras profissionais. Neste sentido, surge a modalidade à distância como um meio viável de formação continuada, possibilitando aos cidadãos, através dos recursos tecnológicos, um espaço amplo de partilha e aprendizagem, ao mesmo tempo em que permite a flexibilização dos horários de estudo. Portanto, acredita-se que a formação continuada de professores na modalidade a distância transforma e mobiliza uma série de saberes e conhecimentos, em especial, ao se buscar novas estratégias, novos elementos e novos processos educativos mediados pelas TIC (ORTH et al., 2013, p. 46). Esta diferença entre o perfil dos alunos à distância quando comparados ao perfil dos alunos na modalidade presencial pode se justificar também pelas afirmações dos autores Lima, Sá e Pinto (2014) quando demonstram que o perfil dos alunos que estudam na modalidade à distância constitui-se com heterogeneidade, uma vez que o público engloba alunos com experiência, sendo adultos e autônomos e não demonstrando muitas habilidades com as TIC; alunos com pouca experiência de vida, nascidos na era digital, mas que não dominam o uso das TIC; alunos mais velhos e que são adaptados ao uso das TIC devido a sua utilização em cursos de graduação anteriores ou devido a alguma atividade profissional; e ainda alunos que nasceram na era digital e são aptos à utilização das TIC, que provavelmente sentirão pouca ou nenhuma dificuldade em relação ao manuseio tecnológico. Conforme evidencia a Tabela 2, em relação à faixa etária dos alunos na modalidade presencial, para o período matutino e integral, maior é mais frequente entre os 16-20 anos, já para o período noturno a maior concentração foi na faixa de 21-25 anos. E quanto a faixa etária dos alunos na modalidade à distância verificou-se prevalência na faixa de 26-30 anos, contemplando 29,17% dos alunos desta modalidade. Entretanto, 12,78% dos acadêmicos pesquisados não disseram qual era sua idade. Este estudo revelou que a amostra pesquisada na modalidade de ensino à distância apresentou distintamente, conforme a tabela, maiores concentrações nas faixas etárias mais elevadas, que são 26-30, 31-35, 36-40 e 41 ou mais anos de idade. Pesquisas aplicadas em outras IES que também apresentam cursos na modalidade à distância evidenciaram situações semelhantes. 36 Tabela 2 - Faixa etária dos estudantes de Ciências Biológicas, nas modalidades presencial e à distância, das IES pesquisadas de Goiânia e Anápolis, na modalidade licenciatura e bacharelado. MODALIDADE PRESENCIAL MODALIDADE À FAIXA DISTÂNCIA Período Matutino Período Integral Período Noturno ETÁRIA Qnt. % Qnt. % Qnt. % Qnt. % 16 51,61 11 40,74 25 25,51 1 4,17 16-20 9 29,03 9 33,33 48 48,98 1 4,17 21-25 1 3,23 7 7,14 7 29,17 26-30 1 3,70 5 5,10 4 16,67 31-35 1 3,23 5 2,83 36-40 2 2,04 4 16,67 41 ou mais (–) indica ausência de resultados. Qnt – quantidade. Faixa etária em anos. Fonte: Elaborada pela autora. Os autores Santos, Vieira e Santos (2013), por exemplo, pesquisaram os cursos à distância de Ciências Naturais e Letras da Universidade Federal da Paraíba, os dados coletados em relação à faixa etária desses alunos revelaram que 70% e 87,6% dos alunos matriculados têm mais de 24 anos, respectivamente. E a autora Morini (2006) pesquisou os alunos do curso à distância de Gestão Estratégica de Organização da Unisul Virtual, e comprovou que a maior parte dos alunos encontra-se na faixa etária dos 34 aos 45 anos, representando assim 60% dos pesquisados. Ferreira e Figueiredo (2011) pesquisaram alunos do curso de Didática na modalidade de EAD em Ribeirão Preto, e a média da faixa etária dos alunos foi de 38,88235 anos. Estes últimos autores acreditam que tais discentes pretendem desenvolver-se profissionalmente, para tanto buscam novas fontes de conhecimento. Para melhor compreensão dos dados apurados com o desenvolvimento desta pesquisa e os dados observados nos trabalhos científicos citados acima, a AbraEAD (2008) descreve como perfil dos estudantes à distância a faixa etária média maior que a presencial. Sendo, então, quase desprezível o número de alunos com menos de 18 anos, enquanto o número de alunos com mais de 30 anos prevalece para 35,8% das instituições amostradas por este anuário, ou para exatamente 50% das cem instituições que responderam a esta pergunta (ABRAEAD, 2008). Neste mesmo sentido, o Censo EAD de 2013, apresentado pela ABED, revela que a ocorrência de faixas etárias mais jovens começa a mostrar boa presença entre os alunos de cursos à distância, mas demonstra que a idade média ainda está situada entre 30 anos ou mais. Em relação aos cursos regulamentados totalmente à distância (graduação e pós-graduação, excluídos os livres não corporativos e livres corporativos), por exemplo, 60% das instituições pesquisadas indicaram que a faixa etária predominante de seus educandos está entre 31 e 40 anos (ABED, 2013). 37 Ao serem questionados se haviam ou não concluído algum curso superior antes de darem início a graduação em Ciências Biológicas, pode-se verificar que a maioria dos acadêmicos da modalidade presencial não havia concluído outro curso, representando 93,59% deste grupo de alunos; enquanto 66,67% dos alunos da modalidade à distância disseram já ter cursado outra graduação, o que já é um caminho para se justificar a faixa etária destes alunos. Os cursos citados pelos alunos em ambas as modalidades foram: Tecnologia em Agrimensura, Secretariado Executivo, Gestão em Serviços Executivos, Publicidade e Propaganda, Redes de Computadores, Serviço Social, Ciências Sociais, Ciências Contábeis, Educação Física, Teologia, Matemática, Letras, Pedagogia, Técnico em Gestão Ambiental, Ciências Ambientais, Ciências Biológicas Bacharelado, Técnico em Enfermagem, Enfermagem e Fisioterapia. 5.2. Quais as motivações e expectativas dos alunos ao escolher este curso? Em relação às motivações ao escolher o curso de Ciências Biológicas, os entrevistados foram indagados em uma questão objetiva quanto aos fatores decisivos que impulsionaram esta escolha. Nesta questão eles foram avisados que poderiam marcar quantas alternativas fossem necessárias para justificar sua resposta. A análise dos dados obtidos permitiu verificar que não houve diferenças significativas entre IES, entre as modalidades licenciatura, bacharelado, presencial ou à distância, ou entre as respostas dos alunos dos períodos iniciais e finais, uma vez que mais de 70% do total de alunos pesquisados disseram que a “afinidade com a área” foi o fator motivador para a escolha deste curso de graduação, tendo ainda o interesse nas áreas de atuação do Biólogo como fator relevante para esta escolha (Tabela 3). A área de atuação do licenciado em Biologia é a docência, sendo a sala de aula seu campo de trabalho, entretanto menos da metade dos alunos da modalidade licenciatura desejam atuar na docência (Tabela 4), e alguns alunos da modalidade bacharelado disseram que desejam atuar na educação, contradizendo as afirmações apresentadas em suas respostas na questão anterior. 38 Tabela 3 - Fatores decisivos para a escolha do curso de Ciências Biológicas pelos alunos pesquisados nas IES presenciais e à distância dos municípios de Goiânia e Anápolis, nas modalidades de licenciatura e bacharelado. AMOSTRA PESQUISADA PRESENCIAL À DISTÂNCIA TOTAL FATORES DE ESCOLHA Licenciatura Bacharelado Licenciatura Qnt. % Qnt. % Qnt. % Qnt % a) Gostar da matriz curricular do 25 10,42 12 9,92 4 8,89 41 10,10 curso 20 8,33 7 5,78 3 6,67 30 7,39 b) Mercado de trabalho 6 2,50 3 2,48 2 4,44 11 2,71 c) Interesses financeiros 5 2,09 1 2,22 6 1,48 d) Nota de corte 5 2,09 2 1,65 1 2,22 8 1,97 e) Concorrência 11 4,58 3 2,48 1 2,22 15 3,69 f) Influências de outras pessoas 76 31,67 38 31,40 13 28,89 127 31,28 g) Afinidade com a área 25 10,42 14 11,57 3 6,67 42 10,34 h) Facilidade com os conteúdos i) Interesse nas áreas de atuação 64 26,67 41 33,88 17 37,78 122 30,05 do biólogo 3 1,25 1 0,83 4 0,98 j) Outro(s) (–) indica ausência de resultados. Fonte: Elaborada pela autora. Neste sentido, os autores Oliveira e Silva (2012) revelam que cursos de licenciatura têm apresentado lacunas resultantes do currículo que se apresenta no “modelo 3 + 1”, em que apenas o último ano do curso é destinado ao contato do aluno com o estágio e com a atividade docente, enquanto os outros três anos são dedicados a formação correspondente ao do bacharel. Esta realidade resulta na atuação do licenciado em uma profissão com as lacunas em seu processo formativo. Silveira (2014) afirma também que no final do curso uma quantidade significativa de formandos cogita a ideia de serem professores apenas por já obterem experiência de estágios em sala de aula, o que facilita a inserção deste no mercado de trabalho e não por aptidão ou porque sentem satisfação em lecionar. Tabela 4 - Áreas de atuação pretendidas pelos estudantes de Ciências Biológicas das IES, presenciais e à distância, dos municípios de Goiânia e Anápolis, nas modalidades licenciatura e bacharelado. AMOSTRA PESQUISADA TOTAL PRESENCIAL À DISTÂNCIA ÁREAS DE ATUAÇÃO Licenciatura Bacharelado Licenciatura Qnt. % Qnt. % Qnt. % Qnt. % 51 51 39 69,64 14 58,33 104 57,78 Meio Ambiente e Biodiversidade 26 26 14 25 5 20,83 45 25 Saúde 17 17 15 26,79 1 4,17 33 18,33 Biotecnologia e Produção 40 40 3 5,36 10 41,67 53 29,44 Educação Fonte: Elaborada pela autora. Os autores Oliveira e Silva (2012) afirmam ainda que biólogos bacharéis tem se tornado professores sem nenhum tipo de formação pedagógica. Isto ocorre porque muitas vezes as instituições de ensino têm priorizado o domínio dos conhecimentos da área de 39 formação dos bacharéis que atuam como docentes, bem como sua experiência profissional na área, acreditando que para tornar-se professor basta ter formação inicial e uma sólida experiência. Logo, os conhecimentos específicos da docência, apesar de apresentarem importância igual, acabam por serem considerados menos relevantes. Entretanto, de acordo com estes mesmos autores, o docente da Educação Profissional e Superior carrega consigo grandes responsabilidades quanto a educação e formação profissional de seus alunos. Os docentes devem ter clareza de que seu conhecimento precisa estar em constante ressignificação, e seu comportamento deve pautar-se como um professor transformador que reflete sobre sua prática, questionando, pensando, criticando, buscando soluções e refazendo conceitos. Em consequência disto, a formação pedagógica deve ser considerada um pré-requisito para o exercício da docência. A “facilidade com os conteúdos” foi destacada como relevante para a escolha do curso por 42 dos alunos pesquisados, compreendendo apenas 10,34% das respostas obtidas. Isto pode ser compreendido tendo em vista que a educação matemática, que está presente nos períodos iniciais do curso de Ciências Biológicas, em disciplinas como Cálculo, Química, Física e Bioestatística, é considerada difícil e, em muitos casos, é rejeitada pelos acadêmicos de todas as classes sociais e em todos os níveis de escolaridade. Geralmente, os alunos culpam os docentes, que afirmam fazer o máximo para seguir o planejamento estabelecido, mas que são forçados a “correrem demais” com a matéria, assim os alunos não conseguem acompanha-los, estabelecendo, portanto, um ciclo (REIS, 2005). Além das disciplinas de exatas, as autoras Melo e Alves (2011), em uma pesquisa semelhante, investigaram os discentes do curso de Ciências Biológicas para tentar entender quais são as suas principais dificuldades quanto à disciplina de Biologia Celular. Estas abordam primeiramente que os estudantes se deparam com muitos conceitos e nomes diferentes já no primeiro período da graduação, resultando em dificuldades em aprendê-los. E em relação à disciplina citada, a maioria dos alunos pesquisados disse que não entendem os conceitos devido à complexidade dos conteúdos, contemplando 26% das respostas dos pesquisados. Quanto à origem destas dificuldades, a autora Costa (2012, p.11) revela que existem dificuldades de aprendizagem que podem estar ligadas ao aluno, sendo de ordem orgânica, cognitiva ou emocional, ou podem se tratar de fatores ligados a problemas familiares, falta de material e estímulos, tédio na sala de aula, baixa autoestima, dificuldades de relacionamento com o professor, ou mesmo problemas com a proposta pedagógica. 40 O interesse pelo “mercado de trabalho”, como justificativa para a escolha do curso em Ciências Biológicas, esteve presente em 7,39% das respostas obtidas. Apesar desta justificativa contemplar poucas respostas, atualmente a importância deste curso apresenta-se de modo crescente, refletindo consequentemente no campo de atuação destes profissionais, em áreas como impactos ambientais, saneamento, ecologia em geral, biotecnologia, biologia do homem, educação e educação ambiental (PROGRAD, 2004). A extensão territorial do Brasil contribui de forma positiva a este crescimento, tendo em vista sua diversidade como a maior do mundo em total de espécies, resultando num leque de possibilidades de atuação do profissional biólogo no mercado de trabalho (PROGRAD, 2004). Além disso, atualmente o governo e a população têm voltado sua atenção para a preservação do meio ambiente, gerando empregos para profissionais biólogos que desejam atuar em projetos de recuperação de áreas devastadas ou na elaboração de Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) e Estudos de Impacto Ambiental (EIA), obrigatórios antes da realização de grandes obras (PROGRAD, 2004). Em relação às influências sofridas pelos estudantes pesquisados durante a escolha do curso superior, a maioria dos entrevistados disse ter sido influenciada por professores de Ciências e/ou Biologia da Educação Básica, correspondendo a 42,78% do total de acadêmicos pesquisados. E 6,67% de todos os alunos pesquisados disseram que não sofreram nenhuma influência. Ao contrário do que foi observado através do desenvolvimento desta pesquisa, Sanches (1999) acredita que são a família e os amigos mais próximos que podem ser considerados os fatores de maior influência ao optar por um curso superior, isto porque estes transmitem segurança quanto ao padrão de comportamento. E é neste sentido que Bock; Furtado e Teixeira (1999) descrevem a escolha de uma profissão como algo que não é simples, devido à existência de influências sociais, componentes pessoais, limites próprios e possibilidades envolvidas no momento desta decisão; então ao tomar conhecimento de tais fatores o indivíduo poderá ter maior controle sobre sua escolha. Quanto às áreas de atuação pretendidas pelos alunos pesquisados, houve o interesse comum dos alunos dos períodos iniciais e finais, das modalidades licenciatura e bacharelado, presencial e à distância, por “Meio Ambiente e Biodiversidade”, contemplando 57,78% das respostas dos alunos (Tabela 4). 41 É importante ressaltar que os alunos, em sua maioria, optaram por mais de uma área de atuação. Os autores Silva et al. (2007), apontam possível explicação para este dado observado quando afirmam que o curso de Ciências Biológicas apresenta uma natureza inter e multidisciplinar, o que estabelece um elo com Biomédicos, Agrônomos, Veterinários, Geólogos, Nutricionistas e outros profissionais. Causando assim, a chamada confusão conceitual tanto na área de atuação quanto nas possibilidades de empregos. As diferentes possibilidades de atuação do profissional Biólogo se justificam, ainda tendo em vista que os cursos de Ciências Biológicas garantem, de acordo com o Conselho Federal da Biologia, a formação de profissionais capacitados em aplicar seu conhecimento e as tecnologias disponíveis ao uso racional sustentável dos recursos naturais, associados à manutenção e equilíbrio dos ecossistemas, ao saneamento e saúde humana, objetivando a preservação da vida em todas as suas formas e manifestações (TEIXEIRA, 2010). Do total de alunos pesquisados na modalidade licenciatura, apenas 40,33% destes disseram querer atuar em Educação, havendo assim interesse de menos da metade desses alunos pela a área de atuação em educação. Os autores Vasconcelos e Lima (2010) apresentam uma possível justificativa para este dado quando afirmam que a licenciatura, na educação nacional, apresenta-se precária, devido a aspectos como: a indisciplina escolar, a baixa remuneração e/ou motivação dos professores, a estrutura escolar limitada, a ineficiência da gestão escolar, dentre outros fatores, que provavelmente justificam a decisão da maioria dos acadêmicos quanto à área de atuação pretendida. Paranhos, Guimarães e Fonseca (2011), através de uma pesquisa realizada durante o Estágio Supervisionado II no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) na Universidade Federal de Goiás, apresentam a concepção dos acadêmicos de licenciatura em Ciências Biológicas quanto à profissão docente. De acordo com estes, a profissão é vista como uma “missão” que esta pautada na vocação ou no dom. Durante a realização desta pesquisa, os autores puderam ainda observar contradições nas narrativas apresentadas pelos acadêmicos pesquisados, ao mesmo tempo em que alguns alunos afirmam que a profissão é nobre e bonita, outros a descrevem como um trabalho pesado, difícil e que necessita de paciência. A análise dos dados coletados por esta pesquisa evidenciou, portanto, que para a maioria dos alunos pesquisados a escolha do curso de Ciências Biológicas teve a influência de professores da Educação Básica, contudo, a maioria dos alunos da modalidade licenciatura não deseja atuar na Educação como professores. Quanto a isto, Ramos (2015) declara que 42 existe uma gama de fatores que podem ser responsáveis pelo desinteresse e insatisfação em relação a profissão docente Na tentativa de justificar o desinteresse dos alunos quanto a atuação em sala de aula pode-se considerar o fato de que a educação consiste num campo teórico-investigativo, promovendo e, possivelmente, favorecendo a atuação dos profissionais docentes na construção do conhecimento científico em contextos não escolares. Isto só é viável porque a formação profissional do licenciado pauta-se nas seguintes perspectivas: formação de um profissional docente que atue no exercício do magistério, um especialista que seja detentor de suas habilitações e um pesquisador (LIBÂNEO, 2001). A busca da atuação em ambientes não escolares por profissionais formados pode ser resultante do desinteresse dos alunos e da falta de compromisso dos mesmos quanto às atividades escolares, refletindo negativamente na aprendizagem do estudante, logo, o processo de ensino torna-se insuficiente e de baixo rendimento escolar (PRAXEDES et al., 2015). Estes mesmos autores ressaltam que a falta de recursos e materiais escolares necessários para a realização de trabalhos e para prática pedagógica é outra dificuldade enfrentada pelo professor em seu campo de atuação. Concomitantemente, a falta de segurança nas escolas públicas de ensino e a violência que nelas ocorrem, provocam a aversão dos profissionais em atuarem na rede pública e principalmente em periferias. Os autores Lapo e Bueno (2003) desenvolveram uma pesquisa com 29 ex-professores, que ministravam aulas nos quatro últimos anos do 1º grau e no 2º grau do ensino público, mediante a aplicação de um questionário que permitiu estabelecer o perfil destes profissionais e os motivos para a exoneração desta profissão. A análise dos dados permitiu verificar que a “baixa remuneração” foi citada pela maioria destes profissionais - 17 dos 29 ex-professores – como motivadora do abandono da profissão. A questão salarial, embora tenha sido o motivo mais referido, apareceu, na maioria das vezes, acompanhada de outros motivos, àqueles relacionados à falta de perspectivas de crescimento profissional e às péssimas condições de trabalho. Neste sentido, a Comissão Especial - CNE/CEB revelou em 2007 dados de um estudo feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que foi apresentado em Paris durante as comemorações do Dia Internacional do Professor, constando que o Brasil é um dos países que menos paga aos seus professores. No ranking dos 38 países estudados, o Brasil está em antepenúltimo lugar com baixo salário de professor em início de carreira (Tabela 5). 43 Consequentemente, há um número cada vez menor de estudantes dispostos a atuarem na docência (RUIZ, RAMOS, HINGEL, 2007). Tabela 5 - Remuneração anual de professores, no início e no topo da carreira docente, do magistério no Ensino Médio (US$). PAÍS REMUNERAÇÃO INICIAL/ANO REMUNERAÇÃO NO TOPO/ANO 35.546 49.445 Alemanha 23.613 62.135 Coréia do Sul 25.405 44.394 Estados Unidos 29.058 43.100 Espanha 21.047 31.325 Finlândia 21.918 41.537 França 19.999 33.540 Inglaterra 18.751 50.061 Portugal 15.789 26.759 Argentina 14.644 19.597 Chile 13.575 29.822 Malásia 12.598 18.556 Brasil Fonte: Adaptado de Ruiz, Ramos, Hingel (2007, p. 9). A posição do Brasil neste ranking favorece a compreensão da desmotivação em relação ao exercício da docência, uma vez que a motivação do profissional assalariado está diretamente relacionada ao seu salário (RAMOS, 2015). E mais do que questões financeiras, há ainda, por parte dos estudantes de licenciatura, ausência de uma perspectiva motivadora de formação continuada associada a um plano de carreira interessante e desejável (RUIZ, RAMOS, HINGEL, 2007). Contribuindo assim, para resultados cada vez mais semelhantes e significativos como os obtidos por esta pesquisa. Mesmo tendo reconhecimento da docência como relevante estrategicamente, no sentido de permitir oportunidades de desenvolvimento da sociedade e da economia, os cursos de licenciatura têm apresentado ao longo da história sua falta de êxito, intensificando o seu estereótipo de cursos fracos (CACETE, 2004). Esta autora reforça seus argumentos quando afirma que em instituições públicas de ensino superior os cursos de licenciatura e bacharelado tem se constituído de modo separado, com pouca ou nenhuma relação entre si, alocando a licenciatura em uma situação de inferioridade, se caracterizando como um curso complementar e/ou secundário. Aprofundando um pouco mais nesta questão, a revista Nova Escola publicou em uma edição especial a matéria intitulada “Docência: uma carreira desprestigiada”, por Ratier (2010), referente ao desinteresse dos estudantes em se tornarem professores. Trata-se de uma pesquisa encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) e realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), esta contou com a participação de 1.501 estudantes do Ensino Médio, de 18 44 escolas públicas e privas de 8 municípios, contemplando as cinco regiões do país – região Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Estes alunos responderam um questionário e participaram de discussões em grupo. Em linhas gerais, apesar dos estudantes reconhecerem a importância do professor, estes também afirmam que a profissão é desvalorizada socialmente, mal remunerada e ainda conta com uma rotina desgastante e desmotivadora. A análise dos dados coletados permitiu verificar que apenas 2% do total de alunos pesquisados desejam cursar Pedagogia ou outras licenciaturas (Tabela 6). Tabela 6 - Perspectiva de uma amostra de 1.501 alunos do 3º ano do Ensino Médio de 18 instituições de ensino públicas e privadas do Brasil em relação à profissão docente. CARREIRA ALMEJADA PORCENTAGEM DE ALUNOS (%) 83 Disciplinas desvinculadas a carreira docente 9 Disciplinas da Educação Básica 2 Pedagogia ou Licenciaturas 6 Não responderam Fonte: Adaptado de Ratier (2010). Diante desta perspectiva, Ratier (2010, p. 4) caracteriza assim a profissão do licenciado: “o trabalho é mal remunerado e o docente é confrontado pelos alunos, esquecido pelo governo e desvalorizado pela sociedade”. Nesta pesquisa, os alunos foram indagados quanto às expectativas que têm durante a graduação, as respostas obtidas foram agrupadas em padrões de respostas criados exclusivamente para esta pesquisa. Sendo assim, a análise dos dados permitiu observar que 53,33% dos acadêmicos estudados desejam buscar conhecimento e aprender os conteúdos ministrados pelos professores em sala de aula. Em suas respostas os alunos relataram: “Adquirir o máximo de conhecimento possível, participar ativamente da vida acadêmica com projetos de pesquisa, eventos extracurriculares, estágios”6; “De compreender e entender cada vez mais a ciência”; “Ter um aprendizado satisfatório, e conseguir ser um bom profissional no futuro”; “Muito conhecimento, boa formação e aprendizagem para a vida”; “Aprender muito, absorvendo ao máximo o que os professores ensinarem”; “Aprender cada vez mais e poder utilizar este aprendizado, tanto durante quanto após a graduação”; “Uma jornada com grande ganho de conhecimento e experiência de várias áreas envolvidas para ter uma boa escolha na minha futura área de trabalho”. 6 As falas dos alunos envolvidos neste trabalho serão apresentadas entre aspas e em itálico. 45 Em proporções menores, as respostas dos alunos contemplaram ainda interesses como “desenvolver projetos de pesquisa”, “participar de eventos relacionados à área de atuação”, “publicar trabalhos”, “tirar boas notas”, “conhecer melhor as áreas de atuação do biólogo”, “fazer intercâmbio”, “estabelecer contato com outros profissionais” e “conhecer pessoas”. Compreender as expectativas dos alunos é fundamental para o contexto acadêmico, já que o sucesso no processo ensino-aprendizagem do estudante está diretamente relacionado à sua motivação ou à falta dela (MORAIS; VARELA, 2007). Neste contexto, destaca-se ainda a importância da chamada motivação pelo resultado, também denominada de auto eficácia, conceitos relatados por Cianflone (1996). Esta autora descreve tal motivação como a crença que cada indivíduo apresenta em relação à própria habilidade de atingir seus objetivos. E esta crença está diretamente relacionada ao rendimento do estudante, que associa-se ao esforço despedido na realização de tarefas e a autoestima, sendo portanto um dos principais fatores motivacionais. Outra dimensão que, também, determina o sucesso do processo ensino-aprendizagem refere-se ao planejamento e ao desenvolvimento das aulas do professor. Para tanto, é responsabilidade deste profissional observar as necessidades, os anseios e o momento emocional dos alunos para fundamentar a realização de seu trabalho, interferindo positivamente em relação às motivações destes (MORAIS; VARELA, 2007). E, de acordo com Libâneo (2014), o trabalho realizado pelo professor deve pautar-se na aprendizagem significativa, ou seja, os conteúdos ensinados precisam ter sentido para o estudante. A aprendizagem precisa tornar o aluno integrante de um contexto sociocultural, envolvendo sua história de vida, suas ideias, suas emoções, seus desejos e sua profissão. Neste mesmo sentido, surge como política pública o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), de modo a contribuir com a formação inicial de professores com estímulo à docência aos licenciandos das diferentes áreas do conhecimento. Portanto, cada instituição formadora de professores participante do PIBID, atua no desenvolvimento de ações que procuram atender a essa proposta geral do programa (GAMA et al., 2015). De acordo com Paredes e Guimarães (2012, p. 266), o PIBID busca promover uma mudança de cultura da formação de professores no Brasil por envolver ações em prol da valorização e do reconhecimento das licenciaturas para o estabelecimento de um novo status para os cursos de formação e como política de incentivo à profissão de magistério. Este programa, portanto, propõe mudanças curriculares que garantam a identidade do curso de formação de professores, proporcionando aos alunos integração entre teoria e prática com a especificidade do trabalho docente (STANZANI, BROIETTI, PASSOS, 2012). 46 No que tange as motivações e expectativas dos discentes após a conclusão do curso superior em Ciências Biológicas, foi possível verificar que não houve distinções entre as respostas dos alunos dos períodos iniciais ou finais de licenciatura e bacharelado, ou nas modalidades presencial e à distância. Sendo assim, do total de alunos pesquisados a maioria, 50,56%, disse que deseja trabalhar na área de atuação que tem maior afinidade, relatando: “Conseguir atuar na área que pretendo” “Trabalhar em minha área de preferência, publicar trabalhos e de alguma forma contribuir para a sociedade”; “Atuar na minha área de interesse, colaborar em pesquisas que visam cura de doenças como câncer, aids, etc.”; “Fazer pesquisa com a vida marinha”; “Atuar no campo da pesquisa e conservação da biodiversidade”; “A minha expectativa foi e será a mais clara possível, atuar no magistério, o qual já encontro inserido e na pesquisa dentro da botânica”; “Trabalhar com meio ambiente e também atuar como professora”; “Trabalhar em uma área na qual me adequo, ser bem sucedida e reconhecida, e transmitir ao máximo que sei”. As respostas dos alunos contemplaram, ainda, o desejo de “ajudar as pessoas e contribuir com a sociedade”, “ser bem sucedido”, “ter um bom emprego e um bom salário”, “ser reconhecido”, “dar continuidade aos estudos fazendo especialização ou mestrado” e “ser aprovado em um concurso público”. Ao longo dos anos, as instituições de ensino superior no Brasil vêm demonstrando sua solidez a partir do desenvolvimento de pesquisas cientificas e tecnológicas. Este processo de produção científica constitui-se como uma prestação de contas do docente para com a sociedade que financia a pesquisa, e também é compreendida como a troca de informações entre cientistas, através dos meios de comunicação (CORREIA, 2012). De acordo com esta mesma autora, durante a década de 2000, a produção cientifica nas universidades sofreu grandes mudanças devido aos fatores econômicos, políticos e sociais introduzidos pela CAPES, resultando no aumento da produção científica com preocupações de publicação em periódicos Qualis e em Qualis internacional. A CAPES apresenta como missão institucional a coordenação do aperfeiçoamento das pessoas de nível superior no Brasil. Para tanto, inclui programas de apoio à capacitação de docentes e pesquisadores, através da concessão de bolsas de estudo e de financiamento a projetos de ensino e pesquisa; promove com auxílio de programas de fomento a organização e 47 o fortalecimento dos cursos de pós-graduação; realiza a formulação de políticas para a educação em nível superior; e, faz a avaliação para reconhecimento do Ministério da Educação de programas de pós-graduação (MELO, 2011). Neste sentido, de acordo com Oliveira et al. (2008, p. 2) “a existência de critérios para medir a qualidade dos programas faz com que se exija cada vez mais rigor nos procedimentos de avaliação de qualidade dos mesmos, estimulando o aperfeiçoamento contínuo do sistema”. Deste modo, a hierarquização se estabelece como um fator de avaliação, atuando como um instrumento de estímulo para os cursos em ascensão. Tendo em vista a crescente importância da pesquisa científica no Brasil e a desvalorização do docente em sua carreira profissional, é possível justificar o elevado interesse dos alunos em relação à atuação em pesquisa e o desejo de realizarem publicações referentes aos resultados obtidos pelo desenvolvimento da mesma. 48 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao escolher uma profissão torna-se necessário que o indivíduo tenha consciência do papel que irá desempenhar e o peso dessa escolha para sua realização pessoal. É sabido, ainda, que a escolha do curso superior é uma fase marcada por imposições e pressões que influenciam nessa decisão, já que optar é decidir o futuro que se pretende viver, é definir quem ser e o que fazer, é determinar a trajetória da relação produtiva com o mundo. De modo geral, a maioria dos estudantes pesquisados era do sexo feminino. A faixa etária variou entre as modalidades presencial e à distância, para o primeiro houve prevalência da faixa de 21 a 25 anos e para a segunda entre 26 e 30 anos de idade. Quanto ao estado civil, a maioria dos alunos pesquisados na modalidade presencial é solteiro e sem filhos, enquanto a maioria dos alunos pesquisados na modalidade à distância é casado e com filhos. É importante ressaltar que a maioria dos acadêmicos da modalidade de ensino à distância já haviam concluído algum curso superior anteriormente ao ingresso no curso de Ciências Biológicas, que foram: Tecnologia em Agrimensura, Secretariado Executivo, Gestão em Serviços Executivos, Publicidade e Propaganda, Ciências Sociais, Ciências Contábeis, Educação Física, Matemática, Letras, Pedagogia e Gestão Ambiental. O desenvolvimento desta pesquisa permitiu perceber que a escolha do curso de Ciências Biológicas tem como fator motivador o estudo da Biologia em si, revelado através dos professores da educação básica durante as aulas de Ciências ou Biologia. Entretanto, menos da metade dos acadêmicos da modalidade licenciatura desejam exercer o magistério. Há, por parte destes estudantes, a ausência de uma perspectiva motivadora de formação continuada associada a um plano de carreira interessante e desejável. Portanto, o desprestígio da carreira docente somado ao crescente status da pesquisa científica no Brasil, pelo apoio de programas de capacitação dos pesquisadores, induzem o estudante recém-formado a dedicar-se ao campo da pesquisa, atuando em contextos não escolares. As trajetórias dos discentes estão pautadas em suas expectativas, e nesta pesquisa, a maioria dos acadêmicos disse que aprender e adquirir conhecimento os motiva. E em relação ao futuro profissional, após a conclusão do curso de Ciências Biológicas, os alunos disseram que anseiam trabalhar nas áreas de atuação do Biólogo que têm maior afinidade. Neste sentido, quanto às áreas de atuação pretendidas pelos estudantes pesquisados, houve interesse comum das modalidades licenciatura e bacharelado, presencial e à distância, 49 por “Meio Ambiente e Biotecnologia”, seguido pela área de “Educação”. E houve pouco interesse pela área de “Biotecnologia e Produção” quando comparada às outras áreas. Os temas discutidos, nesta pesquisa, apresentam uma série de fatores que atuam diretamente sobre eles, portanto, além compreender as motivações e expectativas dos alunos em relação ao curso de Ciências Biológicas, estudos aprofundados que envolvam o levantamento das dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante o período acadêmico e os elevados motivos de evasão, fornecerão subsídios para a criação e implantação de mecanismos que incentivem e promovam a permanência dos estudantes até a conclusão do curso. 50 REFERÊNCIAS ABED. Censo EaD. 2010. Disponível em: < http://www.abed.org.br/censoead/CensoEaDbr0809_portugues.pdf> Acesso em: 07 jan. 2015. ABED. São Paulo: Editora do Grupo Uninter, 2013. Disponível em: < http://www.abed.org.br/censoead2013/CENSO_EAD_2013_PORTUGUES.pdf> Acesso em: 26 dez. 2014. ABRAEAD. São Paulo: Instituto Cultural e Editora Monitor, 2008-. Anual. Disponível em: < http://www.abraead.com.br/anuario/anuario_2008.pdf> Acesso em: 18 nov. 2014. ALVES, M. F. 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Coordenador (a) do Curso de Ciências Biológicas Nome da Instituição de Ensino Superior Solicito a autorização do coordenador (a) do curso de Ciências Biológicas desta Instituição de Ensino Superior, para realizar a pesquisa sob o título “Avaliação das motivações e expectativas dos acadêmicos de Ciências Biológicas em diferentes instituições de ensino superior de Goiás”, com o objetivo analisar as motivações e expectativas dos acadêmicos do curso de Ciências Biológicas das instituições de ensino superior de Goiás e os possíveis motivos de evasão. O projeto supracitado está vinculado a PrP-UEG sob a coordenação da professora Me. Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar e da bolsista de iniciação científica (PBIC-UEG) Rebeca de Miranda Camargo. Os resultados da pesquisa serão divulgados em eventos e disponibilizados as instituições pesquisadas com intuito de buscar contribuir com a compreensão das motivações e evasão no curso supracitado podendo resultar em ações mais pontuais a estes cursos. Colocamo-nos à disposição para maiores esclarecimentos quanto à pesquisa, se necessário. Certos de contar com a colaboração, agradecemos antecipadamente. ____________________________ Profa. Me. Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar Universidade Estadual de Goiás _____________________________ Rebeca de Miranda Camargo (PBIC-UEG) Universidade Estadual de Goiás Contatos: Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar Email: [email protected] Contatos: Rebeca de Miranda Camargo Email: [email protected] 62 Apêndice 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado de forma alguma. Em caso de dúvida você poderá procurar a acadêmica Rebeca de Miranda Camargo, pelo e-mail [email protected]. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA Título do Projeto - Avaliação das motivações e expectativas dos acadêmicos de Ciências Biológicas em diferentes instituições de ensino superior de Goiás. Pesquisador Responsável - Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar Pesquisadores participantes – Rebeca de Miranda Camargo A pesquisa mencionada almeja pesquisar os acadêmicos de cursos de Ciências Biológicas, presencias e à distância, de diferentes instituições de ensino superior do estado de Goiás, buscando compreender as motivações e expectativas desse acadêmico ao escolher esse curso, sendo esta desenvolvida pela acadêmica Rebeca de Miranda Camargo sob a orientação da Professora Me. Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar. A pesquisa busca responder aos seguintes questionamentos: 1. Quais as motivações e expectativas dos graduandos em cursar Ciências Biológicas? 2. Quais as similitudes e diferenças entre o perfil dos graduandos em Ciências Biológicas nas IES pesquisadas? 3. Há diferença de motivações e expectativas entre os acadêmicos dos cursos presencias e a distância? 4. Quais os principais motivos de desistência do curso? A pesquisa será desenvolvida mediante a revisão da literatura pertinente ao assunto e um questionário aplicado aos discentes dos períodos iniciais e finais dos cursos de Ciências Biológicas, nas modalidades licenciatura e bacharelado. Os resultados obtidos após analisados nos permitirão compreender as motivações e expectativas para a escolha deste curso nas principais IES de Goiânia e Anápolis, e os possíveis motivos de evasão que justifiquem o elevado índice de desistência ao longo do curso. _____________________________________ Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar _____________________________________ Rebeca de Miranda Camargo 63 TERMO DE CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu,____________________________________________________________, RG nº________________, CPF nº_____________________ concordo em participar do estudo “Avaliação das motivações e expectativas dos acadêmicos de Ciências Biológicas em diferentes instituições de ensino superior de Goiás”, como sujeito da pesquisa. Autorizo a gravação audiovisual da entrevista, bem como fotos possam existir. Fui devidamente informado (a) e esclarecido (a) pela acadêmica responsável pela pesquisa, a discente Rebeca de Miranda Camargo sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem e que isto leve à qualquer penalidade ou constrangimento. ___________________, ______ de _____________ de 20____. Seu nome:___________________________________________________________________ Sua assinatura: _______________________________________________________________ Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar. Nome:____________________________________ Assinatura:________________________ Nome:____________________________________ Assinatura:________________________ 64 Apêndice 3 Universidade Estadual de Goiás UnU de Ciências Exatas e Tecnológicas Curso de Ciências Biológicas – Modalidade Licenciatura __________________________________________________________________________________ Este questionário visa obter dados acerca das motivações e expectativas dos acadêmicos ao escolher o curso de Ciências Biológicas, nas principais IES de Goiás. Ele é sigiloso e compõe dados para a pesquisa “Avaliação das motivações e expectativas dos acadêmicos de Ciências Biológicas em diferentes instituições de ensino superior de Goiás”; sob orientação da Profª. M.Sc. Adda Daniela L. Figueiredo Echalar e participação da bolsista de iniciação científica, PBIC-UEG, Rebeca de Miranda Camargo. Desta forma, solicitamos que seja muito sincero (a) em suas respostas. DADOS PESSOAIS Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Idade: __________ Estado Civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Divorciado/Separado ( ) Filhos: Não ( ) Sim ( ) Instituição de Ensino Superior: __________________________________________________ Ano de Ingresso: ______________ Ano que irá concluir: _____________ Modalidade: ( ) Licenciatura ( ) Bacharelado Modelo: ( ) Presencial ( ) À distância QUESTÕES RELATIVAS AS EXPECTATIVAS E MOTIVAÇÕES 1. Você já fez algum curso superior anteriormente a este? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? ________________________________________________________________ 2. a) b) c) d) e) j) Quais destes fatores foram decisivos para a escolha do curso de Ciências Biológicas: Gostar da matriz curricular do curso f) Influências de outras pessoas Mercado de trabalho g) Afinidade com a área Interesses financeiros h) Facilidade com os conteúdos Menor nota de corte i) Interesse nas áreas de atuação do Concorrência baixa biólogo Outro(s)__________________________________________________________________ 3. a) b) e) f) Quais influências você teve na hora de decidir o seu curso superior: Pais c) Outros biólogos Amigos d) Professores Televisão/Jornal/Internet Outro(s)__________________________________________________________________ 4. Em qual das áreas de atuação do biólogo pretende atuar: Meio Ambiente e Biodiversidade ( ) Biotecnologia e Produção ( ) Saúde ( ) Educação ( ) 65 5. a) b) c) d) e) Seu ingresso nesta instituição de ensino foi através de: Vestibular f) Entrevista Vestibular + Sistema de cotas g) Sistema de Avaliação Seriado (SAS) Nota do Enem h) Outro (s)_________________________ Sisu __________________________________ ProUni 6. Qual (is) dos itens abaixo justifica a escolha desta instituição de ensino: a) Qualidade do ensino f) Por não conseguir ingressar em outra b) Reconhecimento que a instituição instituição possui g) Localização c) Facilidade de ingresso h) Influência de amigos/colegas d) Valor das mensalidades i) Outro(s)_________________________ e) Horário das aulas __________________________________ 7. Quais as expectativas que tem durante o período acadêmico? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 8. Quais as suas expectativas como biólogo formado? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 9. Quais as dificuldades que está enfrentando em sua vida acadêmica? Acredita que poderiam acarretar na desistência do curso? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Obrigada! 66