XV Encuentro de Estudiantes y Graduados en Relaciones Internacionales del
CONO SUR
RESUMO – Eixo 4
Cooperação Sul-Sul: A Relação Brasil e Índia
Mariana Padovani Barbará1
Nos últimos anos, alguns países emergentes tem buscado assumir novas posições
de destaque no contexto regional e multilateral, procurando, para tanto, a realização de
novas parcerias no sentido de cooperação e formação de alianças no âmbito do sul
global. Estabelecendo ou fortalecendo os chamados processos de Cooperação Sul-Sul.
No Brasil, esse processo tem sido intensificado uma vez que é de grande interesse do
país formar alianças com nações do sul na expectativa de aumentar o poder de barganha
em negociações com as do Norte, assim como diminuir suas deficiências relativas de
poder e os impactos das políticas unilaterais adotadas pelas potências.
A busca pela ascensão no cenário internacional, pela intensificação de relações
sul-sul em prol do desenvolvimento e do fortalecimento do poder de barganha, faz da
Índia hoje um potencial aliado do Brasil na busca pela concretização desses interesses.
Apesar de ter sido Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) o governante
brasileiro que iniciou aproximação com a Índia, foi na condução da política externa no
governo posterior, Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010), que a manutenção desta
aproximação permitiu a construção de um histórico positivo para o relacionamento entre
os dois países, que resultou no Fórum IBAS, no G-20 comercial/agrícola, no G-4, entre
outros.
Dessa forma, os laços entre Brasil e Índia, como aponta Oliver Stuenkel (2010),
chegarão a uma intensidade previamente inimaginável nos próximos anos. Isso se torna
possível em decorrência do crescente domínio econômico de ambos os países no cenário
internacional, e na medida em que as relações entre os dois países se estreitam em
quatro grandes áreas: o comércio; a defesa da democracia no mundo em
desenvolvimento; a partilha de conhecimento em grande escala de questões que
1
Graduanda em Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia.
envolvam desenvolvimento econômico, saúde pública, educação, combate a pobreza e
segurança; e ainda na área de democratização da governança global.
Nesse sentido, as bases concretas das motivações de formação da coalizão
Brasil-Índia, requerem verificação empírica longe de estar consolidada. Sendo assim, o
objetivo desse estudo é contribuir para uma compreensão mais ampla da relação entre
os dois países, procurando lançar parâmetros analíticos e metodológicos sobre as bases
estruturais que constituem essa coalizão. Bem como, analisar as divergências e
convergências dos países no cenário internacional, a agenda bilateral de ambos, a
contribuição que essa cooperação trará para o Brasil no âmbito interno e internacional,
as críticas da cooperação estabelecida, os problemas, desafios e limites enfrentados.
Para tanto, fez se necessário o levantamento bibliográfico referente as relações
entre Brasil e Índia a partir dos anos 1990, para que fosse possível analisar suas
transformações e intensificação até o presente momento. Assim, fizemos uso de livros e
capítulos de livros, artigos, teses, comunicados e declarações emitidos pela Presidência
da República e pelo Ministério das Relações Exteriores, no intuito de compreender e
identificar a rationale que levaram a essa aliança e o quão importante ela é para o Brasil.
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