UNIVERSIDADE POTIGUAR-UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS–GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO MARIA DULCILENE DE LIMA COMPETÊNCIAS GERENCIAIS: UMA ANÁLISE DE COMPETÊNCIAS DE GESTORES NO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – NEI/UFRN NATAL 2010 MARIA DULCILENE DE LIMA COMPETÊNCIAS GERENCIAIS: UMA ANÁLISE DE COMPETÊNCIAS DE GESTORES NO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – NEI/UFRN Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Potiguar (PPGA-UnP), como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão Estratégica de Negócios ORIENTADORA: Profª. Drª. Patrícia Whebber Souza de Oliveira. NATAL 2010 L732c Lima, Maria Dulcilene de. Competências gerenciais: uma análise de competências de gestores no Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI/UFRN / Maria Dulcilene de Lima. – Natal, 2010. 168f. Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e PósGraduação. Bibliografia: f.142-150. 1. Administração – Dissertação. 2. Competência Gerencial. 3. Gestão escolar. I. Título. MARIA DULCILENE DE LIMA COMPETÊNCIAS GERENCIAIS: UMA ANÁLISE DE COMPETÊNCIAS DE GESTORES NO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – NEI/UFRN Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Potiguar (PPGA-UnP), como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão Estratégica de Negócios Aprovado em: 03/ 09/ 2010. ____________________________________ Profª. Drª. Patrícia Whebber S. de Oliveira Orientadora Universidade Potiguar – UnP _______________________________________ Profª. Drª. Fernanda Fernandes Gurgel Co-Orientadora Universidade Potiguar – UnP ____________________________________ Profª. Drª. Lydia Maria Pinto Brito Universidade Potiguar – UnP Membro Interno ________________________________________ Profª. Drª. Maria da Apresentação Barreto Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro Externo Ao meu esposo Luiz e aos meus filhos, Luiz Júnior e Luzilene, pelo amor a mim dedicado e incentivo para que alcançasse meus objetivos. Aos meus pais, Jacinto (in memória) e Maria José, que me ensinaram a valorizar a vida e a educação, fazendo-me acreditar no desenvolvimento humano. Aos meus irmãos de sangue: Cleide, Jessé e Júnior pelo amor compartilhado, alguns distantes fisicamente, porém juntinhos intimamente. A minha sogra, Toinha (in memória), pelo exemplo de vida que deixou. Aos professores do curso que contribuíram para lapidação do conhecimento de todos nós, eternos aprendizes. AGRADECIMENTOS A DEUS, Em primeiríssimo lugar, pelo dom da vida e da perseverança. Sem Ele, nada, absolutamente, nada, seria possível. AO MEU QUERIDO ESPOSO LUIZ, Companheiro certo até nas horas incertas, pelo seu incentivo para que não parasse em meio à caminhada. AOS MEUS FILHOS LUÍZ JÚNIOR E LUZILENE, Digitadores particulares e exclusivos no decorrer do curso e pelos mesmos compreenderem e aceitarem minhas ausências e pelo muito que aprendo com eles. A ANA ODETE, Querida e estimada “ANINHA” pela disponibilidade em me acompanhar em determinados momentos no transcorrer desta caminhada. AOS MEUS PAIS JACINTO (IN MEMÓRIA) E MARIA JOSÉ, Que não mediram esforços, proporcionando-me condições para que alcançasse meus sonhos e objetivos. AS MINHAS IRMÃS E IRMÃOS EM CRISTO, Pelas orações e intercessões a meu favor, em especial as minhas “amigas” ALDA, DA PAZ, OLGANITA E RUTILENE. AOS INCONTÁVEIS E FIÉIS AMIGOS, Parceiros de trabalho e colegas mestrandos que percorreram comigo parte dessa jornada, visto a impossibilidade em nomear cada um, agradeço a todos, como símbolo da minha eterna admiração pelas vossas cooperações para finalização desse estudo. A JUCELI E JAMIL, Casal distinto e abençoado por Deus, pela paciência e disponibilidade às minhas solicitações de apoio na organização geral deste trabalho, só Deus poderá recompensá-los. AOS MEUS PROFESSORES, Pelos esforços em mediarem, com competência, a busca pelos “conhecimentos” no processo de ensino/aprendizagem. A MINHA ORIENTADORA, Professora PATRÍCIA WHEBBER SOUZA DE OLIVEIRA, por acreditar na minha capacidade enquanto pesquisadora/investigadora, orientando-me incansavelmente. A MINHA CO-ORIENTADORA, Professora FERNANDA FERNANDES GURGEL, pelas sugestões para o enriquecimento deste estudo. A COORDENADORA DO CURSO DO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÂO, Professora TEREZA DE SOUZA, pelas providências durante o curso, contribuindo assim de forma significativa para que tudo transcorresse da melhor forma possível. A LUANA, SECRETÁRIA DO MESTRADO NO INÍCIO DO CURSO, Pela simpatia e agilidade de nos mantermos sempre informados nesse processo e auxiliando-nos para que atingíssemos nosso alvo. A NÁDJA DANTAS, Pelo desempenho e competência em dar continuidade aos esforços de LUANA na secretaria. A EQUIPE DE APOIO DO MESTRADO PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA UNP, Que, no anonimato ou não organizavam os materiais a serem utilizados nas apresentações dos seminários, com prestezas e atenções colaboraram de forma significativa. A DIRETORA DO NEI, SUZANA MARIA BRITO DE MEDEIROS, por ter autorizado a realização desta pesquisa e pela mobilização junto à equipe para que colaborassem com a mesma. AO NEI – NÚCLEO DE EDUCAÇÂO INFANTIL, Pela disponibilização de importantes informações, sem as quais seria impossível a conclusão desse estudo. A BANCA DE QUALIFICAÇÃO DO PROJETO E A BANCA DA APRESENTAÇÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO, Que contribuíram de forma significativa para a conclusão desta pesquisa através das sugestões propostas, enriquecendo assim este estudo. AQUELES, Que contribuíram de forma direta e indireta para a elaboração final desta pesquisa e não estão nominalmente citados, vocês, com certeza foram os agentes primordiais para o sucesso deste trabalho. Portanto, expresso meu sentimento, com um modesto e singelo... ”OBRIGADO”... [...] Bem aventurado o homem Que acha sabedoria, e o Homem que adquire Conhecimento [...]. Provérbios 3.13 RESUMO Considerando o conceito de competência gerencial nas organizações, vista como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes postos em práticas, se teve como objetivo principal, nesta pesquisa, analisar as competências gerenciais e estratégias de desenvolvimento de competências dos gestores do Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI/UFRN. O trabalho caracterizou-se como um estudo de caso qualitativo, de cunho documental e de campo. A técnica de coleta de dados se deu através de questionários e entrevistas aplicadas junto à equipe que compõe a amostra do estudo. A análise documental teve como referência o regimento externo da UFRN e o regimento interno da instituição pesquisada. Para o tratamento dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo. Os principais resultados/considerações expõem que os gestores do NEI não são previamente treinados, seus desenvolvimentos vão sendo adquiridos à medida que os processos acontecem, buscando qualificações individuais em leitura de artigos e revistas que tratam sobre gestão, ou habilitação na área administrativa, bem como embasamento nas experiências de quem já assumiu esse cargo, tidos dessa forma como uma busca individual/particular. Não existem estratégias de desenvolvimento devido à inexistência de programas formais, entretanto, há ações pontuais como: planejamento; plenárias; reuniões; espaço de escuta e grupo de estudo. Foi identificado um rol de competências gerenciais necessárias ao exercício das atribuições dos gestores da instituição pesquisada, como já presentes em suas ações, com destaque para algumas e sugestões de melhorias para outras, as orientações/requisitos de acesso que a equipe daria para quem pretende assumir esse lugar estão condizentes com as competências presentes na organização. Existe consenso das percepções da equipe pesquisada com relação às questões inerentes ao estudo, quando uma fala complementa a outra. Palavras-chave: Competência Gerencial. Desenvolvimento de Competências. Gestão Escolar. ABSTRACT Whereas the concept of managerial competence in organizations, viewed as a set of knowledge, skills and attitudes put into practice, it had the main objective in this research, examining the managerial skills and strategies for developing skills of managers at the Center for Children's Education Federal University of Rio Grande do Norte - NIS UFRN. The work was characterized as a qualitative case study of nature documentary and field. The technique of data collection was through interviews and questionnaires applied with the team that makes up the study sample. The document analysis was to reference the regiment UFRN external and internal rules of the institution. For treatment of the data, we used content analysis. The main findings / considerations show that the managers of the NIS are not previously trained, their developments are being acquired as the processes take place, seeking individual qualifications in reading articles and magazines that deal with management, or enabling the administrative area, as well as grounded in the experiences of those who have assumed this position, taken that way as an individual search / private. There are development strategies in the absence of formal programs, however, there are specific actions such as: planning; plenary sessions, meetings, listening space and study group. We identified a list of managerial competencies required to perform the duties of managers of the research institution, already present in his actions, and especially some other suggestions for improvements to the guidelines / requirements that the team would give access for those wishing to take this place are consistent with the skills present in the organization. There is consensus of the surveyed staff perceptions on the issues involved in the study, when one speaks complements the other. Key-words: Competence Management. Skills Development. School Management. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 Divisões dos papéis gerenciais ....................................................... 42 Quadro 01 Os dez Papéis gerenciais de Mintzberg .......................................... 46 Quadro 02 Transições ....................................................................................... 48 Quadro 03 As vinte e uma competências de Boyatizes .................................... 53 Quadro 04 Características dos quatro modelos gerenciais .............................. 54 Quadro 05 Paralelos ......................................................................................... 55 Figura 02 Valores competitivos ....................................................................... 55 Quadro 06 Competências identificadas nos setores educacionais ................... 65 Quadro 07 Competências do Gestor de Marketing ........................................... 69 Quadro 08 Resumo das competências identificadas ........................................ 71 Quadro 09 Competências necessárias ao diretor administrativo financeiro de uma Empresa Administradora de consórcios voltada para conhecimentos, habilidades e atitudes que deveria possuir, mas ainda não possui ............................................................................. Quadro 10 Competências do Diretor Administrativo Financeiro 73 da Empresa Administradora de consórcios Alfa.................................. 74 Quadro 11 Universo e Amostra ......................................................................... 80 Quadro 12 Síntese das Etapas deste estudo ................................................... 82 Quadro 13 Codificação do grupo pesquisado ................................................... 86 Quadro 13 Codificação do grupo pesquisado ................................................... 87 Quadro 14 Perfil dos pesquisados/participantes da coleta de dados ............... 89 Quadro 15 Perfil Predominante ......................................................................... 89 Quadro 16 Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, conforme a visão dos mesmos ....................................................... Quadro 17 Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, conforme a visão dos servidores .................................................... Quadro 18 Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do 91 93 NEI, conforme a visão da comunidade escolar ....................................... 95 Quadro 19 Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI – Relação articulada entre o Regimento Externo da UFRN, Regimento Interno do NEI e Grupo pesquisado ............................. Quadro 20 Funções expostas pela equipe pesquisada, correlacionadas aos autores: Mintzberg (1986) e Quinn et al (2003) .............................. Quadro 21 102 Principais competências gerenciais/presentes no NEI, conforme a visão da comunidade escolar .......................................................... Quadro 25 100 Principais competências gerenciais/presentes no NEI, conforme a visão dos servidores ....................................................................... Quadro 24 99 Principais competências gerenciais/presentes no NEI, conforme a visão dos gestores .......................................................................... Quadro 23 98 Relação articulada, da principal função citada por todos os grupos, entre Mintzberg (1986) com grupo pesquisado ................. Quadro 22 96 103 Comparação de algumas competências presentes no NEI, apontadas pelos grupos pesquisados, articulados com alguns Quadro 26 Quadro 27 autores ............................................................................................ 104 Relação de algumas competências gerenciais presentes no NEI com algumas competências gerenciais apontadas por Quinn et al (2003) .............................................................................................. 104 Competências gerenciais que se destacam no NEI, conforme a visão dos gestores ......................................................................... Quadro 28 Competências gerenciais que se destacam no NEI, conforme a visão dos servidores ....................................................................... Quadro 29 105 106 Relação de algumas competências gerenciais em destaques no NEI com algumas competências gerenciais do modelo de Quinn et al (2003) ........................................................................... Quadro 30 Competências necessárias aos gestores do NEI na visão dos mesmos ........................................................................................... Quadro 31 109 Competências necessárias aos gestores do NEI na Visão dos servidores ........................................................................................ Quadro 32 107 110 Correlação de algumas competências necessárias a função de gestor do NEI com alguns autores que tratam da gestão escolar .. 111 Quadro 33 Requisitos de acesso para a função de gestor do NEI, conforme a visão dos mesmos .......................................................................... Quadro 34 Requisitos de acesso para a função de gestor do NEI, conforme a visão dos servidores ....................................................................... Quadro 35 Quadro 36 Quadro 37 Quadro 38 Quadro 40 Quadro 41 conforme a visão da comunidade escolar ...................................... 117 Comparação de algumas competências gerenciais presentes com as que se destacaram, as necessárias e as de requisito de acesso na visão do grupo pesquisado ........................................... Desafios enfrentados pelos gestores do NEI, conforme a visão 118 dos mesmos .................................................................................... 120 Desafios enfrentados pelos gestores do NEI, conforme a visão comunidade escolar ........................................................................ 122 Alguns desafios apontados pela equipe pesquisada, Correlacionados a visão de Gil (2001) e Quinn et al (2003) ........... 123 Como deve ser o aprendizado gerencial na visão dos gestores do 128 O que é necessário aprender para exercer a função gerencial na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI) ................... Quadro 47 127 Como deve ser o aprendizado gerencial na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI) ...................................................... Quadro 46 126 O que é necessário aprender para exercer a função gerencial na visão dos servidores do NEI ........................................................... Quadro 45 125 Como deve ser o aprendizado gerencial na visão dos servidores do NEI ............................................................................................. Quadro 44 124 O que é necessário aprender para exercer a função gerencial na visão dos gestores do NEI ......................................................... Quadro 43 121 Desafios enfrentados pelos gestores do NEI, conforme a visão da NEI .................................................................................................. Quadro 42 116 Requisitos de acesso para a função de gestor do NEI, dos servidores ................................................................................. Quadro 39 114 128 Predominância do que é necessário aprender para exercer a função de gestor no NEI, na visão dos gestores, servidores e Quadro 48 comunidade escolar ........................................................................ 129 Programa formal de treinamento na visão dos gestores do NEI .... 130 Quadro 49 Necessidade da existência de um treinamento prévio na visão dos gestores do NEI ........................................................................ 130 Quadro 50 Programa formal de treinamento, na visão dos servidores do NEI 131 Quadro 51 Necessidade da existência de um treinamento prévio na visão dos servidores do NEI ..................................................................... Quadro 52 Programa formal de treinamento, na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI) ................................................................... Quadro 53 132 132 Necessidade da existência de um treinamento prévio na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI) ................................. 133 Quadro 54 Capacitação dos gestores do NEI na visão dos mesmos ............... 133 Quadro 55 Capacitação dos gestores do NEI na visão dos servidores ................................ 135 Quadro 56 Capacitação dos gestores do NEI na visão da comunidade 135 escolar (pais de alunos do NEI) ...................................................... Quadro 57 Ações pontuais na visão do grupo pesquisado ............................... 138 LISTA DE SIGLAS NEI Núcleo de Educação Infantil. UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte. DEPED Departamento de Educação. CCSA Centro de Ciências Sociais Aplicadas. SOCIESC Sociedade Educacional de Santa Catarina. RH Recursos Humanos. UBS Unidade Básica de Saúde. MIEIB Movimentos Inter fóruns de Educação Infantil do Brasil. OMEP Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar. MEC Ministério da Educação e Cultura. CONSEPE Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRN SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 18 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................... 19 1.2 PROBLEMA/QUESTÕES DA PESQUISA .............................................. 21 1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 23 1.4 OBJETIVOS ............................................................................................ 25 1.4.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 25 1.4.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 25 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................... 26 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 26 2.1 CONTEXTO DA SOCIEDADE E ECONOMIA ........................................ 27 2.2 COMPETÊNCIAS ................................................................................... 29 2.2.1 Definição ................................................................................................ 30 2.2.2 Origem .................................................................................................... 35 2.2.3 Tipologias/Modelos ............................................................................... 37 2.3 COMPETÊNCIA GERENCIAL ................................................................ 41 2.3.1 Papel/Função do Gerente (o que é ser/estar Gerente) ...................... 47 2.3.2 Definição/Conceito da competência gerencial ................................... 50 2.3.3 Modelos/Tipologias de competências Gerenciais ............................. 52 2.3.4 Desenvolvimento de Competências Gerenciais (Aprendizagem Gerencial) ............................................................................................... 56 2.4 COMPETÊNCIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL ............................... 60 2.5 ESTUDOS RELEVANTES SOBRE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS ... 64 3 METODOLOGIA ..................................................................................... 77 3.1 TIPO DE PESQUISA .............................................................................. 78 3.2 UNIVERSO/AMOSTRA DA PESQUISA ................................................. 79 3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ........................................................... 81 3.4 CATEGORIAS DA PESQUISA ............................................................... 83 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS ................................................................. 84 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .......................... 86 4.1 NEI (CONTEXTO) ................................................................................... 86 4.2 PERFIL DOS PARTICIPANTES ............................................................. 87 4.3 PERCEPÇÃO DOS GESTORES SOBRE A FUNÇÃO GERENCIAL ..... 90 4.4 COMPETÊNCIAS GERENCIAIS PRESENTES NA INSTITUIÇÃO ........ 99 4.5 COMPETÊNCIAS DE DESTAQUES ...................................................... 105 4.6 COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AOS GESTORES DO NEI .............. 108 4.7 REQUISITOS DE ACESSO PARA A FUNÇÃO DE GESTOR DO NEI .. 111 4.8 DESAFIOS NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO DE GESTOR DO NEI ......... 119 4.9 ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS 123 GERENCIAIS .......................................................................................... 4.9.1 Processo de aprendizagem .................................................................. 123 4.9.2 Existência de Programa formal de treinamento ................................. 129 4.9.3 Estratégias Institucionais .................................................................... 136 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 139 REFERÊNCIAS ...................................................................................... 142 APÊNDICES A ........................................................................................ 152 APÊNDICES B ........................................................................................ 154 ANEXOS ................................................................................................. 168 18 1 INTRODUÇÃO As mudanças no atual cenário competitivo demonstram uma necessidade das organizações repensarem sua forma de gestão, pois as práticas ditas tradicionais, como as produções padronizadas, rotineiras, previamente delimitadas não correspondem mais de forma a sobreviver. Observa-se nos processos organizacionais uma nova forma de atuação, ou seja, a valorização mais efetiva das pessoas envolvidas nesse ambiente, buscamse, neste contexto, o desenvolvimento de novas competências profissionais a fim de acompanhar tais mudanças. Acredita-se ser de responsabilidade das organizações públicas e privadas (Estado, empresas, escolas, igrejas, hospitais, Universidades) proporcionar novos repertórios e práticas significativas neste novo ambiente de contínuas transformações. Para tanto, as organizações necessitam de mecanismos que possam tornálas cada vez mais eficientes, de modo a promover ajustes e mudanças que levem ao redimensionamento da aprendizagem, na busca da sobrevivência. O aprendizado é oportuno, prevê desafios frente às ameaças, cria flexibilidade e agilidade para que a organização consiga lidar com as incertezas (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). Entende-se que uma empresa voltada para a questão da aprendizagem já se prepara para administrar bem o conhecimento e fazer o melhor uso do mesmo tendo seus referenciais de conhecimento organizacional e profissional. Desse profissional, espera-se qualificações e competências que não eram obrigatórias no passado. São elas que darão subsídios para que o trabalhador se adapte as novas mudanças do mercado de trabalho (MEISTER, 1999). Compreende-se, diante disto, que se convive atualmente com novas estruturas nos aspectos sociais; nos modos de produções e de progresso; nas relações que se estabelecem entre teoria e prática, ciência e tecnologia, sejam em organizações públicas ou privadas. Portanto, as competências gerenciais na organização auxiliam a um novo posicionamento estratégico, tornando-se assim essenciais para o sucesso de qualquer organização. 19 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO As mudanças rápidas no cenário econômico tem levado às organizações a busca de pessoas qualificadas com competências que estejam aptas a atuarem em um mundo de constantes transformações. Espera-se que esta atuação seja criativa, inovadora, com habilidades e atitudes que atendam ao mercado de trabalho contemporâneo. Visto que esse ambiente/cenário se apresenta com uma crescente competitividade, provocando a necessidade de se rever paradigmas relacionados à gestão e formas de inserção de mudanças e inovação no cotidiano organizacional (FLEURY; FLEURY, 2006). A crescente competitividade repassa a idéia de um ambiente complexo de instabilidade nos cenários socioeconômicos, essa reflexão surge devido a imprevisibilidade de um mundo globalizado, quando a produção centrada a mão-deobra de um operário qualificado a uma determinada tarefa, passou a ser considerada como um investimento da inteligência que incorpora as exigências de renovação, de reatividade, de flexibilidade e de complexidade. Os serviços e a inteligência fazem a diferença entre as empresas, à evolução do contexto de trabalho frente às novas tendências contemporâneas de tecnologias, induz à adaptação de produtos e serviços que contribuem para inovar e renovar os conhecimentos e as competências, as quais se colocam em situação de uma aprendizagem permanente (LE BOTERF, 2003). Entende-se que dessa forma, a economia é vista como incerta e imprevisível. A incerteza caracteriza o ambiente empresarial, que para controlar tal incerteza põe em cena a inovação, percebendo-a como um fator de vantagem competitiva (CARBONE et al, 2006). Considerando que a sociedade convive com essa incerteza e contínuas mutações nos diversos segmentos, sejam esses tecnológicos ou sociais, repassa-se a responsabilidade para os indivíduos, são eles que devem “aprender o que ainda não sabem e aperfeiçoar o que já sabem” (STEWART, 1998, p. 84). Para que se acompanhem as transformações que perpassam no mundo dos negócios é necessário o investimento em indivíduos competentes. Observa-se que não existe em outras épocas uma valorização às pessoas quanto se vêem 20 atualmente frente as suas competências e talentos (MARQUARDT; ENGEL, 1993, apud SANT’ANNA et al, 2005). O diferencial competitivo, dessa forma, passa a ser o capital humano (DAVENPORT, 2001). A competência se manifesta a um indivíduo, expresso através do que ele faz e sua produção, bem como o resultado de trocas de saberes mobilizados nas atividades que lhes são impostas. A cada dia o indivíduo a constrói entrando em contato com uma multiplicidade de fontes de conhecimentos e experiências (ZARIFIAN, 2008). Esta multiplicidade de fontes é estabelecida pela sociedade que tem objetivos a serem alcançados, a mesma sinaliza que o gerente precisa estar preparado para os desafios da atualidade e que desempenhe os papéis gerenciais atrelados a estratégia organizacional para suas sobrevivências. Dessa forma os saberes mobilizados no contexto de trabalho dependem do nível geral de desenvolvimento dos saberes de uma sociedade e seus progressos que circulam no sistema educativo de uma empresa, levando em consideração sua especificidade. As competências gerenciais colocam assim em prática os projetos organizacionais, preconizando que não existe competência no vazio, mas apenas no ato (RUAS et al, 2005) e (LE BOTERF, 2003). Nesse sentido, a competência gerencial assume o poder de decidir, influenciar a participação dos indivíduos de forma direta e indireta nas questões estratégicas de uma organização. O indivíduo assume iniciativas, além do que lhe é prescritos, incorporando dinamismo e flexibilidade (BUNDCHEN; ROSSETTO; SILVA, 2008). A partir daí é possível observar a necessidade da aplicação da citada inteligência através do conhecimento humano no contexto empresarial, construído socialmente pelos processos dinâmicos de aprendizagem, tendo controle nesse ambiente incerto e das possíveis soluções para sua atuação e auxílio à participação das empresas no mercado (CARBONE et al, 2006). Entendendo os desafios e as exigências nas formas de gerenciamento, nesse ambiente de conflitos e avanços é que se busca estudar e mapear as competências gerenciais nas diversas áreas da sociedade. Neste estudo buscou-se analisar as competências gerenciais e estratégias de desenvolvimento de competências dos gestores do Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI/UFRN, incluindo a percepção de uma representação 21 da comunidade escolar através de alguns pais de alunos, visto que a instituição desenvolve uma administração democrática centrada em uma “Gestão colegiada”. 1.2 PROBLEMA/QUESTÕES DA PESQUISA Observa-se que o mundo está em transformação contínua, sinalizando mudanças nas organizações e na natureza do trabalho gerencial, espera-se que este evolua de acordo com as mudanças que ocorrem nos mais diversos ambientes, sejam estes internos ou externos das empresas. Para os gerentes, o mundo não para de se transformar, e os mesmos necessitam aplicar estratégias de acordo com a situação vivenciada. A ação gerencial reflete o papel do gerente, o qual é visto atualmente como um agente mediador e reflexivo na condução de processos organizacionais. Desempenhando seu papel o gerente reconhece as competências e aptidões dos membros de sua equipe, podendo assim distribuir as atividades e lançar desafios nas mãos de pessoas certas. O gerente no papel de diretor e produtor tende a ser um deflagrador decisivo, bem como aumentar a produção, atingindo metas estabelecidas. Já nos papéis de monitor e coordenador, domina fatos e detalhes, organiza os esforços da equipe. Enquanto que como facilitador e mentor, ajuda na solução dos problemas no grupo e no planejamento do desenvolvimento individual dos funcionários. Como inovador e negociador tolera as incertezas e riscos, adquirem recursos, vendem e servem de intermediários e porta-vozes (QUINN et al, 2003). Gerenciar, dessa forma, reporta-se a uma realização equilibrada do potencial de resultados, de pessoas e da capacidade de inovação da organização. Assim, os gerentes exercem um papel com o intuito e responsabilidade de atingir resultados. O sucesso de uma organização pertence ao seu quadro gerencial, em conformidade com os demais envolvidos, cabe a ele fazer a ligação da empresa com as pessoas que nela trabalham (BOOG, 1991). Quando se pensa na competência gerencial observa-se a possibilidade de desenvolver uma das competências individuais, visto esta buscar a capacidade de 22 exercer uma liderança empresarial nesse ambiente em crescente transformação (QUINN et al, 2003). Considerando que as competências são exigidas de qualquer profissional no mercado de trabalho e o gerente assume um papel importante nesse desenvolvimento é que se aponta que a administração da educação mantenha um vínculo com os princípios administrativos empresariais. “O pedagogo precisa dominar o conhecimento de administração para poder gerir com eficiência... tendo uma visão empresarial” (RIZZO, 2003, p. 170). Assim sendo, os processos educacionais se tornam democráticos na sociedade global, busca-se uma atuação flexível, criativa e inovadora, bem como uma capacitação contínua de seus gestores, alcançando assim competências gerenciais necessárias para uma atuação significativa, para atender uma clientela exigente em um mundo competitivo e globalizado. No caso do NEI - Núcleo de Educação Infantil, na qualidade de uma organização escolar, proporciona aos seus gestores a oportunidade de se apropriarem de novos saberes, entende-se que esses influenciam nas suas competências administrativas. Diante desse enfoque surgiu a necessidade de se mapear as competências gerenciais desses indivíduos. Pretendendo-se então investigar: Quais as competências gerenciais e estratégias de desenvolvimento de competências dos gestores do Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI/UFRN? Diante desse quadro, algumas questões foram ou são imprescindíveis para a compreensão de tais conhecimentos deste contexto de Escola Pública de Ensino Infantil/Fundamental. Questões: - Quais as funções dos gestores do NEI, conforme a percepção da equipe e comunidade escolar? - Que percepções os sujeitos da pesquisa tem quanto às competências gerenciais presentes e necessárias aos gestores do NEI? - Existem estratégias institucionais para o desenvolvimento de competências gerenciais dos gestores do NEI? Quais? 23 - Quais os desafios enfrentados pela equipe dos gestores do NEI no exercício de sua função? - Existe consenso quanto às competências gerenciais apontadas pelos sujeitos pesquisados? 1.3 JUSTIFICATIVA Entende-se que diante das novas descobertas e conquistas tecnológicas que vêm transformando o mundo diariamente exista uma cobrança ao indivíduo que está imerso no mundo do trabalho com uma preparação voltada para competências. Os profissionais estão inseridos em uma sociedade que produz informações e conhecimentos à velocidade da luz e precisam reagir a essas demandas apresentando iniciativas e autonomia que consolidem suas práticas. As práticas da administração educacional vão além do âmbito escolar por preencher um espaço que atende as peculiaridades da sociedade no direito da conquista de construir e reconstruir o que lhe é proporcionado. Dessa forma, evidencia-se que a educação passa a ser um instrumento necessário às mudanças crescentes da atualidade, bem como a elevação da sua importância ao desenvolvimento de um país e de uma organização. Nessa perspectiva, acredita-se no surgimento de uma dinâmica a capacitar pessoas para estarem aptas a assumirem posturas nas organizações sociais e empresariais pelo seu conhecimento criador, reafirmando as suas formações nos âmbitos educacionais da produção do conhecimento dentro da sociedade contemporânea. O Núcleo de Educação Infantil (NEI) é um órgão Suplementar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ligado pedagogicamente ao Departamento de Educação (DEPED) e administrativamente ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), o qual vem desenvolvendo há mais de três décadas um trabalho pedagógico de qualidade voltado para crianças na faixa etária de dois a oito anos de idade, contemplando filhos de professores, funcionários e alunos de graduação e Pós-graduação da UFRN e há três anos atende também a comunidade em geral, o ingresso das crianças nesta instituição acontece através de sorteios. 24 A atuação do NEI no mercado de trabalho é reconhecida de forma nacional e internacional pelas instâncias educacionais e ao longo de sua história não é do conhecimento dos atores desta instituição que todos os seus administradores tenham formação acadêmica específica na área de ciência da administração. Esses gestores emergem enquanto professores em sala de aula, percorrem a coordenação pedagógica e por fim assumem o cargo de direção, proporcionando a divulgação de uma escola confiável no que diz respeito à realização de um trabalho concreto e de qualidade. O NEI, em meio às “mudanças” apontadas na sociedade contemporânea, conserva uma relação de administração escolar com o projeto educativo que de forma intencional e coletivo se empenha em elevar qualitativamente o nível cultural dos indivíduos envolvidos no processo de ensino/aprendizagem e com isto mantém como tradição um trabalho coletivo e sua função consiste na socialização do saber sistematizado, indispensável a qualquer exercício de cidadania, seja em organizações empresariais ou institucionais. Frente a essa transformação da nova realidade contemporânea de competitividade, constituiu-se em condição de possibilidade o desdobramento da temática desse estudo, tornando-se viável pelo acesso às informações necessárias que compõem essa organização. Entende-se que os gestores promovem as mudanças necessárias com ações administrativas à superação do desempenho das possíveis concorrências imersas na sociedade. Constata-se, assim, que toda competência está fundamentada sobre um conjunto de capacidades mobilizadas para uma realização. As capacidades são neste caso, entendidas como potenciais centrados em conhecimento, habilidades e atitudes que promovam mudanças durante as próprias práticas de trabalho (RUAS, et al 2005). Diante do que foi exposto, verifica-se a relevância do estudo, por ser atual frente a um momento histórico que exige um profissional de postura competente. Os condicionantes econômicos, sociais, políticos, culturais e tecnológicos, que permeiam o ambiente organizacional contemporâneo, proporcionam uma gestão aberta, participativa e democrática, que alcance excelência em inovação e criatividade frente a forma rápida e dinâmica de mudanças deste contexto organizacional. 25 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo Geral Analisar as competências gerenciais e estratégias de desenvolvimento de competências dos gestores do Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI/UFRN 1.4.2 Objetivos Específicos - Descrever as funções dos gestores do NEI, conforme a percepção da equipe e comunidade escolar. - Identificar as competências gerenciais presentes e necessárias aos gestores do NEI, conforme a percepção da equipe e comunidade escolar (pais de alunos). - Verificar se existem estratégias institucionais utilizadas pelo NEI para o desenvolvimento das competências gerenciais de seus gestores. Caso positivo, quais serão essas. - Identificar os desafios enfrentados pela equipe dos gestores do NEI no exercício de sua função. - Comparar as percepções dos gestores, professores, funcionários do NEI e comunidade escolar (pais de alunos), sobre as competências gerenciais apontadas pelos mesmos. 26 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Este estudo encontra-se estruturado da seguinte forma: O capítulo 1 apresenta a introdução e especificidade do estudo como: contextualização; problema/questões da pesquisa, justificativa, objetivos entre outros. No capitulo 2 consta o referencial teórico para embasamento da pesquisa, levando em consideração a revisão da literatura e de alguns estudos recentes sobre o tema das competências gerenciais nas diversas áreas da sociedade. O capitulo 3 descreve a metodologia aplicada na realização do estudo, sendo descrita com detalhes o universo, a seleção dos indivíduos para a amostra da pesquisa, a forma da coleta de dados, a exposição das categorias da pesquisa, bem como o tratamento dos dados. O capitulo 4 apresenta a análise e interpretações dos resultados, sendo exposto as principais informações coletadas. O capitulo 5 expõe as considerações finais, a limitação do estudo e sugestões para a realização de futuros trabalhos a serem desenvolvidos nesta temática que venham contribuir para o avanço científico e proporcione mudanças significativas nas organizações contemporâneas, em seguida contempla-se as referências bibliográficas analisadas durante o desenvolvimento deste estudo, bem como a exposição dos apêndices e anexos. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo tem como objetivo expressar o embasamento teórico, visando assim, fornecer sustentação a esta pesquisa. O mesmo apresenta o contexto da sociedade e economia, a noção de competências incluindo: definições, origem e tipologias/modelos. Envolve ainda a competência gerencial seguido pela exibição do papel/função do gerente (o que é ser/estar gerente), bem como a definição/conceito da competência gerencial, modelos/tipologias da mesma e o desenvolvimento de 27 tais competências (aprendizagem gerencial). Traz também a competência no contexto educacional e expõe o resultado de alguns estudos relevantes sobre competências gerenciais. 2.1 CONTEXTO DA SOCIEDADE E ECONOMIA O contexto da sociedade atual tem enfrentado grandes mudanças nos aspectos sociais, econômicos e produtivos. Os anos 50 foram uma época de valores convencionais, enquanto nos anos 60 existia o cinismo e a sublevação. As autoridades e instituições eram postas em xeque por toda a parte. Nos anos 70 as dificuldades se promoveram, o consumidor assumiu a postura de ser pouco exigente e começou a arraigar-se uma orientação mais individualista e conservadora. Na década de 80, a inovação, a qualidade e a produtividade estavam em colapso. Os produtos japoneses avançaram vigorosamente. Em meados da década de 90, já estava claro a instabilidade no mundo. Em 2000 os sintomas da necessidade de atingir a eficácia organizacional passam a ser uma realidade neste ambiente dinâmico, complexo e volátil (QUINN et al, 2003). O surgimento do desenvolvimento tecnológico passa a revolucionar o cenário organizacional. O ambiente socioeconômico cresce de forma acelerada, interferindo no mundo dos negócios, levando as organizações a adotarem novas posturas. Entende-se que assim tais organizações são levadas a rever seus preceitos, os quais foram construídos ao longo dos tempos, de certa forma, sendo obrigadas a lidar com as mudanças, visto que os modelos mais tradicionais da era primitiva, como: rigidez formal, burocratização, empresas departamentalizadas, etc. Frente ao novo ambiente econômico das incertezas dos negócios, tendem a não sobreviver (WOOD JR; PICARELLI FILHO, 2004). As novas tendências empresariais apontam para um ambiente de movimentos rápidos globalizado, competitivo de constantes transformações, refletindo nas próprias organizações, sejam essas públicas ou privadas. Esse contexto de crescimento rápido, oscilações e incertezas, visualizam um novo sistema de trabalho, passam a estar bem mais sensíveis e abertas às influências do 28 ambiente, caso pretendam sobreviver, visto a competitividade no mercado de trabalho (BOOG, 1991). Entende-se que muitas são as tentativas de acerto a uma gestão mais eficiente e eficaz para se obter vantagens, nesse ambiente competitivo que perpassa a sensação de crise e colapso. O colapso econômico atinge a vida cotidiana ao longo dos tempos, proporcionando sempre um momento de transição ou de crise continuada. Ressalta-se que essa transição está sempre respaldada em crescimento social e tecnológico e deve-se ajustar a uma nova ótica da realidade que se impõe. Uma empresa que, no passado, era considerada como estrela, devido a sua grandeza atualmente se vê estagnada numa crise aparentemente inadministrável, tende à desaparecer (DRUCKER, 1998 apud SANTOS, 1999), (Grifo nosso). Tal crise não se relaciona, em certos casos, as práticas consideradas incorretas, mas a nova realidade que demanda mudanças nas organizações. Os fatores que prescrevem essas mudanças estão centralizados no ambiente, na economia, tecnologia, informação e conhecimento. Observa-se que todos esses fatores oferecem possibilidades de vantagens às organizações que atuam em uma conjuntura econômica e social de inovação para reagirem à competitividade e de se manter vivo em um mundo globalizado, onde os ganhos e os riscos caminham de forma paralela. À medida que as organizações vão se tornando mais complexas e globais, a quantidade de competências (comportamento, conhecimento e motivações) necessária para ser bem-sucedida nos níveis mais altos vai aumentando... (BYHAM; SMITH; PAESE 2003, p. 5). Dessa forma, acredita-se que as empresas precisam utilizar estratégias competitivas e investir em pessoas que tenham visões de futuro, produzam resultados rápidos e significativos no novo cenário econômico no mercado de trabalho e negócios. Wood Jr.; Picarelli Filho (2004) compartilham que “o mundo mudou.... as empresas mudaram”. A organização evoluiu de um contexto mais primitivo, de departamentos e funções para equipes multidisciplinares, gestão por processos, informação, conhecimento, etc. Com isto, pode-se enxergar flexibilidade e 29 adaptabilidade ao ponto de se considerar essa evolução como uma seqüência temporal. O desenvolvimento das organizações vem de uma era industrial primitiva nascente, para uma era industrial madura, para uma era pós-industrial, com o acréscimo das exigências dos consumidores. Nesse sentido Flannery; Hofrichter; Platten (1997) apontam seis mudanças comuns a quase todas as empresas. São elas: tecnologias, concorrência global crescente, competências e capacidades maiores de expectativas dos clientes, ciclos cada vez mais curtos e mudanças nos requisitos pessoais. Dessa forma, nos últimos anos, as pesquisas mostraram, dentro dos requisitos pessoais, que as competências técnicas interpessoais são a chave determinante para o progresso e realização organizacional (BALDWIN; BOMMER; RUBIN, 2008). 2.2 COMPETÊNCIAS Percebe-se que nos últimos anos o cotidiano das organizações e dos indivíduos está sendo modificado ao ponto de se exigir como requisito fundamental ter e demonstrar competência. Novas informações, novos fatos, novas condições de sobrevivência, novas ameaças e novas oportunidades passam a ser um bombardeio constante no cenário mundial, provocando na sociedade uma transformação alucinante na busca de novos paradigmas conceituais, influenciando nos valores e comportamentos das pessoas e no cenário das empresas (WOOD JR; PICARELLI FILHO, 2004). O aparato competitivo e tecnológico, deste ambiente globalizado deixa claro que as pessoas busquem mudanças de atitudes em suas práticas. Da empresa espera-se que, tenha o compromisso com o desenvolvimento de uma nova competência essencial inserida no nível estratégico que proporcione diferenças junto aos consumidores (PRAHALAD; HAMEL, 2005). Essas diferenças Competitivas é que proporcionam a essas empresas a essência que as tornam reconhecidas na economia do mercado. Ruas et al (2005) consideram que a competência organizacional deve ser apropriada ao ponto de abranger todas as áreas e todas as pessoas da organização, bem como está 30 associada a alguns elementos da estratégia competitiva como: visão, missão e intenção estratégica. Nesta perspectiva, as organizações que conseguirem identificar e desenvolver as competências necessárias para obterem vantagens competitivas frente aos concorrentes, obterão a chave ou a receita para o sucesso. O termo competência está sendo aplicado nos âmbitos empresariais/organizacionais, bem como nos aspectos pessoais, tendo assim grande influência nos destinos das empresas, nas carreiras dos indivíduos e nas evoluções da sociedade, conquistando mais prestígio (RESENDE, 2000). Segundo Mertens (1996) a qualificação gerencial se tornou insuficiente diante das atuais inovações técnicas, incidindo na necessidade de adaptação no desenvolvimento das capacidades interpessoais, entrelaçada a elaboração teóricoprática, centrada assim nos aspectos tecnológicos com bases no conhecimento do mercado, com habilidades e atitudes como: capacidades de inovação; negociação contínua; transparência/claridade; adaptabilidade; tomadas de decisões; flexibilidade; comprometimento; visão de união; saber comunicar; resolver problemas; motivação; amor-próprio; confiança; assumir responsabilidades maiores, entre outras. Portanto, os atributos como conhecimentos, habilidades e atitudesdestrezas/aptidões são dependentes de um contexto, bem como da cultura do lugar de funcionamento da organização Mertens (1996). Sendo assim, a competência é considerada como “uma disposição para agir de modo pertinente em relação a uma situação especifica” (LE BOTERF, 2003, p. 40). Dessa forma, encontram-se na literatura diversas definições, as quais vão ao encontro de cada realidade exposta. 2.2.1 Definição Acredita-se que “competência” é utilizada e classificada pelo senso comum como algo que implica uma negação de capacidade, chega a sinalizar que sua ausência provoca uma discriminação no mercado de trabalho, depreciando o reconhecimento social, guardando assim um sentimento pejorativo, sendo 31 marginalizada dos circuitos de trabalho. Observa-se, porém, que pode ser vista também como uma utilização para designar uma pessoa qualificada para realizar algo (FLEURY; FLEURY 2007). David C. Mcclelland (1973, apud DUTRA, 2004), propôs pela primeira vez, de forma estruturada, o termo competência, com a finalidade da busca de uma abordagem mais efetiva frente aos testes de inteligência nos processos de seleção de pessoas para as organizações. Dessa forma, a competência começou a ser elaborada sob a perspectiva do indivíduo, encontrando espaço nos debates entre psicólogos e administradores nos Estados Unidos. Sendo assim compreendida como uma característica subjacente a uma pessoa podendo ser relacionada ao desempenho superior na realização de uma tarefa ou mesmo em determinada situação Mcclelland (1973, apud FLEURY; FLEURY, 2007). Frente ao reconhecimento das competências, perfila-se a questão do reconhecimento da incompetência. Em uma sociedade que perpassa o saber, o julgamento de incompetência equivale a uma ameaça de exclusão, provocando assim certa violência do seu julgamento e uma espécie de ultimato: dar prova de que é competente, ou então será qualificado de incompetente, e conseqüentemente será reconhecido como inútil. É possível observar que se torna comprometedor auto declarar-se como competente sem portanto vivenciar o reconhecimento de terceiros (LE BOTERF, 2003). O Minidicionário da Língua Portuguesa (1997, p. 117) define competência como “uma capacidade legal, aptidão, idoneidade, habilidade e saber”. Entende-se, diante disto, que é um processo difícil definir competência, por questões de suas várias ramificações, torna-se uma tarefa ainda mais complexa procurar classificá-la, mas isto não impedem que muitos arrisquem em fazê-lo, de acordo com as exigências do mercado (COSTA, 2005). (Grifo nosso). Baseando-se em Bitencourt (2001), Dutra (2004), Brito (2005), percebe-se a existência de duas correntes na utilização do termo competência. A primeira é representada por autores norte-americanos, como Boyatzis (1982) e Mcclelland (1973 apud Dutra, 2004) conceituando-a como um estoque de qualificações voltadas para os conhecimentos, habilidades e atitudes. A segunda é representada por autores franceses Le Boterf (2003) e Zarifian (2008) entre outros, cuja definição está voltada para a produção do indivíduo no trabalho. 32 Os assuntos voltados para competência, no Brasil, são tratados por alguns autores como Ruas, Antonello e Boff (2005); Bitencourt (2001); Brito (2005); Fleury e Fleur (2007), como resultados de pesquisas empíricas. Nessa perspectiva, entendese que a competência é associada à Gestão de Recursos Humanos e suas práticas. Wood Jr; Picarelli Filho (2004, p. 72) definem competência como um conjunto integrado de conhecimentos, habilidades e atitudes e “significa conhecimentos aplicado e orientado para melhorar o desempenho do indivíduo, do grupo e da organização”. Para Fleury e Fleury (2007) a competência também está relacionada com os conhecimentos, habilidades e atitudes, dessa forma reúne um conjunto de qualificações necessárias ao indivíduo para que o mesmo apresente o desempenho almejado em seu ambiente de trabalho ou em qualquer outra situação. De acordo com Dutra (2004, p. 69) o desempenho é o conjunto de entregas e resultados de determinada pessoa para a empresa ou o negócio. Este desempenho envolve três dimensões: desenvolvimento, esforço e comportamento. Para esse autor o desenvolvimento agrega alto grau de precisão e qualidade para as organizações que vem migrando para tal abordagem com muita velocidade (DUTRA, 2004, p. 71). O esforço está ligado à motivação do indivíduo e as condições favoráveis que a empresa oferece. Já o comportamento é extremamente subjetivo e deve tomar como referência o padrão de conduta definido pela organização ou a equipe (DUTRA, 2004, p. 70). Carbone et al (2006) fazem alusão de que a competência não deve ser entendida tão somente como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para exercer determinada atividade, porém expressa o desempenho do indivíduo em determinado contexto, em termos sim de comportamento e realizações derivadas da mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes no trabalho. Para esses autores, as competências humanas, tidas como combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional inserido em determinado contexto organizacional, agregam valor as pessoas e as empresas. Dessa forma, as competências humanas se revelam frente às ações das pessoas nas situações profissionais, servem de ligação entre as condutas individuais e a estratégia da organização. Valendo-se da metáfora “árvore das competências”, apontada por Gramigna (2002, p. 18) observa-se o desenvolvimento de competências do ser humano, 33 comparando-o ao processo de crescimento de uma árvore, a qual é composta por três componentes (raíz, tronco e copa), combinados formam um todo, não tendo um bom resultado vistos isoladamente. Quando se cuida de cada parte de forma adequada, a árvore percorre seu curso natural, cresce saudável, gerando assim, bons frutos e belas flores. Tal tripé está relacionado às atitudes, conhecimentos e habilidades, vistos de forma integrada, produzirão bons resultados. Brandão; Guimarães (2001) ressaltam que segundo alguns autores, as competências não são apenas um conjunto de qualificações que o indivíduo detém, mas também o resultado ou efeito da aplicação dessas qualificações no trabalho. Já Sveiby (1998, p. 71) aponta que a competência profissional é essencial para que o líder desperte nos “atores” o que eles têm de melhor. Le Boterf (2003, p. 53-54) ressalta que o profissional não é competente sozinho, o saber e o saber fazer não se situam apenas em sua pessoa, mas nas trocas que efetua com seus colaboradores. Esse autor considera a competência como individual e social ao mesmo tempo, essa de certa forma será demonstrada diante de uma situação. A competência não é uma questão privada, ela é sempre contextualizada e influenciada através dos recursos pessoais e ambientais. Le Boterf (2003, p. 69) compartilha que o profissional constrói sua competência ou suas competências a partir de recursos possíveis (capacidade, conhecimentos, habilidades, etc...), mas sua competência não é reduzida à aplicação desses possíveis. O saber mobilizar passa pelo saber combinar e pelo saber transformar. Para Zarifian (2008, p. 67) “a competência é realmente a competência de um indivíduo”. Ela se manifesta, na atividade prática, sendo avaliada quando utilizada em situação profissional. Dessa forma, entende-se nas possibilidades do indivíduo tomar iniciativa e assumir sua autonomia com responsabilidade. Zarifian (2008, p. 68-71) propõe uma definição para competência que integra as dimensões: Assumir: a competência "é assumida", resulta de um procedimento pessoal do indivíduo, que aceita assumir uma situação de trabalho e ser responsável por ela. Na verdade, a competência pode ser delegada no sentido de que uma estrutura hierárquica confia uma responsabilidade a um agente. Entretanto, do ponto de vista do ser humano diretamente em causa, esta competência "se assume", ou não se assume. [...] o envolvimento pessoal do indivíduo, enquanto sujeito de suas ações, é essencial e inevitável. 34 Tomar iniciativa: a palavra iniciativa, como todos sabem, vem do verbo iniciar, quer dizer, começar alguma coisa no mundo. Tomar iniciativa é uma ação que modifica algo que existe que introduz algo novo, que começa alguma coisa, que cria. [...] a iniciativa consiste na seleção e na escolha de uma norma, considerada "boa" e adequada a uma dada situação. (Grifo nosso). Assumir responsabilidade: a palavra responsabilidade vem do latim spondere, responder por. É um termo empregado de longa data no campo jurídico: um criminoso responde por seu crime e é julgado em conseqüência. No campo profissional, significa que o assalariado responde pelas iniciativas que toma e por seus efeitos, não apenas em razão das avaliações sociais de que será objeto, mas também em virtude de sua "disposição para assumir responsabilidade" pela situação. A responsabilidade é, sem dúvida, a contrapartida da autonomia e da descentralização das tomadas de decisão. Não se trata mais de executar ordens (de cuja pertinência não nos sentimos responsáveis), mas de assumir em pessoa a responsabilidade pela avaliação da situação, pela iniciativa que pode exigir e pelos efeitos que vão decorrer dessa situação. * Sobre situações: o conceito de situação não é idêntico ao conceito de emprego, e é importante saber distingui-Io com clareza. Uma situação comporta simultaneamente: - Um conjunto de elementos objetivos (logo, descritíveis, objetiváveis) que são os dados da situação; - Implicações que fornecem a orientação das ações potenciais que essa situação pode exigir (implicações que remetem diretamente às implicações da tomada de responsabilidade); - E a maneira subjetiva que o indivíduo tem de apreender a situação, de se situar em relação a ela, de enfrentá-la e determinar suas ações em consequência dela. Le Boterf (2003) realiza uma análise da competência como mobilização de recursos, ou seja, saber gerir. Gerenciar, personificar as práticas profissionais, as quais refletem sobre os desempenhos realizados. Apoiado em Perrenoud (1999)... Competência é considerada como tomada de decisão, mobilização de recursos e saber agir... Essas três características referem-se a uma atribuição dada a alguém que de certa forma foi desafiado a mobilizar recursos no contexto de uma situação-problema e que sua ação seja 35 favorável ao seu objetivo ou as suas metas (MACEDO, 2002, p. 120, 122). Sendo assim, a tomada de decisão, mobilização de recursos e o saber agir enquadram-se em uma articulação de ação e pensamento do indivíduo competente. 2.2.2 Origem Observa-se que a valorização da abordagem “Gestão de competências ou Gestão por competências” tem sido contemplada como exigência para o aperfeiçoamento contínuo dos indivíduos e empresas neste ambiente competitivo. Torna-se importante esclarecer a diferença entre esses dois termos. Gestão de competências está relacionada à forma como a organização planeja, organiza, desenvolve, acompanha e avalia as competências necessárias para o sucesso de seu negócio. Gestão por competência diz respeito à sugestão para a organização em que possa dividir o trabalho de suas equipes segundo as competências. (BRANDÃO; GUIMARÃES, 1999). Diante disto, torna-se significativo buscar a origem da competência. A idéia de competência possui um parentesco com a competitividade no sentido semântico, sua origem é comum com o verbo competir (com+petere) que em latim significa buscar junto com, esforçar-se junto com ou pedir junto com (MACHADO, 2002, p. 140). No fim da Idade Média, a expressão competência era associada de forma única à linguagem jurídica, neste caso era concedida a alguém ou a instituição para que se apreciasse ou julgasse certas questões. Os juristas pronunciavam que determinada corte ou alguém era competente para um dado julgamento ou para realizar certo ato, passando assim a designar o reconhecimento social sobre a tão esperada capacidade de alguém frente a certo e determinado assunto. Em seguida foi utilizada para qualificar alguém frente à realização de um determinado trabalho (ISAMBERT – JAMATI, 1997 apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 1999). Vale salientar que no início do século XX Weber (2004) traz sua contribuição no cerne das relações sociais, moldadas pelas lutas, percebendo uma dominação fixada em uma constelação de interesses, monopólios econômicos estabelecida na autoridade, no poder de dar ordens. Dessa forma acrescenta a cada tipo de 36 atividade, seja essa tradicional, afetiva ou racional, um tipo de dominação particular, essa sendo definida como a oportunidade de encontrar uma pessoa pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado. Encontra-se assim a dominação legal, quando as atribuições são oficiais exigindo um rendimento profissional; a dominação tradicional, não se obedece a estatutos, mas à pessoa indicada pela tradição; a carismática acontece devido a uma devoção afetiva, não existem carreiras nem formação profissional. O caráter racional baseado em suas manifestações de legitimidade proporciona a noção de competência, enquanto que o poder tradicional e o carismático dilatam a legitimação até onde alcance a missão do chefe com seu carisma de atributos pessoais. Dessa forma observam-se alguns movimentos que estimulam os comportamentos dos indivíduos frente aos valores estabelecidos pela sociedade, organizações e pessoas inseridas em um determinado contexto. Sendo assim o aparecimento da competência, segundo Zarifian (2008, p. 21 a 23) surgiu como o novo modelo da mão-de-obra, visto que os trabalhadores competentes precisariam estar preparados para os imprevistos, produzindo um serviço consistente com uma percepção grupal. Em suas pesquisas em indústrias moveleiras, o modelo de gestão de competências caracteriza-se por novas práticas de recursos humanos nas organizações, rompendo com os procedimentos tayloristas, adotando assim um processo mais rígido de seleção valorizando as qualificações. Com isto passa a responsabilizar o trabalhador pelo sucesso ou fracasso da empresa. Nas empresas do setor moveleiro predominava a rapidez de gestos operários e para superar a crise da indústria moveleira o entendimento do processo de trabalho vai além da solicitação só corpo, passa a priorizar a solicitação do cérebro, proporcionando assim mudanças e espaço para a inovação. Sendo assim, a inovação e criatividade passam a ser, de certa forma, uma das prioridades das organizações ditas modernas. Taylor (1970 apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 1999) já trazia esse alerta para a necessidade das organizações contarem com homens eficientes. As empresas baseadas no principio taylorista de seleção e treinamento dos trabalhadores, procuravam aperfeiçoá-los com habilidades necessárias à execução de atividades específicas, voltadas para questões técnicas. 37 Dessa forma, o reconhecimento técnico visava ao cumprimento relativo a determinada área. Atualmente, espera-se que o profissional vá além do que lhe é estabelecido. Os indivíduos estão sendo cada vez mais desafiados à eficácia pessoal e organizacional, estimulados a aderirem um pensamento inclusivo, inovador e criativo (QUINN et al, 2003). 2.2.3 Tipologias/Modelos Entende-se que exista uma variedade de definições e aplicações ao desenvolvimento da abordagem competência. Observar e classificar os diversos tipos dará subsídios para um entendimento do referido termo, tendo consciência de que o mesmo toma uma dimensão de estar em evidência constante na atualidade. Resende (2000, p. 58-60) compartilha uma proposta de classificação quanto ao domínio e aplicação de conhecimentos e habilidades que mostrem claramente resultados e êxitos em suas ações e atividades, para tanto o referido autor propõe várias categorias, seguidas de exemplos. Competências técnicas: diz respeito ao domínio de especialistas. Exemplos: Competências específicas de diagramador de livros, revistas e jornais; competência específica de motoristas de transporte de cargas. Competências intelectuais: refere-se à aplicação de aptidões mentais. Exemplos: ter presença de espírito; ter capacidade de percepção e discernimento das situações. Competências cognitivas: estão relacionadas à capacidade intelectual e domínio de conhecimentos. Exemplos: saber lidar com conceitos e teorias; saber fazer generalizações; saber aplicar termologias e elaborar classificações. Competências relacionais: competências que envolvem habilidades práticas de relações e interações. Exemplo: saber relacionar-se em diversos níveis, saber fazer-se representar em situações especifica, saber interagir com as diferentes áreas. Competências sociais e políticas: são voltadas para as relações e participações na sociedade. Exemplos: saber manter relações e convivência com as 38 pessoas, grupos, associações; saber exercer influência em grupos sociais para objetivos de interesse de associações, comunidades e regiões. Competências didáticas pedagógicas: esta se refere para as questões educacionais de ensino/aprendizagem. Exemplos: Saber ensinar e treinar obtendo resultados de aprendizagens; saber tornar interessante as apresentações; saber planejar aulas de acordo com preceitos pedagógicos. Competências metodológicas: referem-se à aplicação de técnica e meios de organização de atividades de trabalhos. Exemplos: saber organizar o trabalho da equipe; saber definir roteiros e fluxos de serviços; saber elaborar normas de procedimentos. Competências de lideranças: São as que reúnem habilidades pessoais e conhecimento técnicos utilizados para influenciar e conduzir um grupo ou equipe. Exemplos: saber obter adesão para causas filantrópicas, saber organizar e conduzir grupos comunitários. Competências empresariais e organizacionais: São as competências aplicadas a diferentes objetivos e formas de organização e gestão empresarial. Pode-se classificá-las das seguintes maneiras: • Core competências ou competências essenciais/principais de gestão empresarial, comuns a todas as áreas ou a um conjunto delas. Exemplo: competência estratégica e competência logística. • Competências de gestão: são as específicas do nível gerencial. Exemplos: competência de gestão de pessoas, competência de gestão da qualidade. • Competências gerenciais: São as de conhecimentos de técnicas de administração, gerenciamento, coordenação ou supervisão. Exemplos: capacidade de conduzir reuniões de trabalhos produtivos; saber administrar, convergir ações para resultados comuns. • Competências requeridas pelos cargos: São as competências gerais e específicas requerida aos ocupantes dos diversos cargos disponíveis da empresa. Exemplo: saber dimensionar peças (inspetores, técnicas ou mecânicas de manutenção) saber classificar documentos contábeis (auxiliar de tesouraria). 39 Frente à tipologia, Le Boterf (2003); Tavares (2000); Zarifian (2008) entre outros, também apontam algumas competências, tais como: Competência lingüística: está relacionada ao saber falar, ou seja, permite produzir, de maneira limitada, enunciados que não preexistem em uma lista de possibilidades prévias, em um repertório de frases pré-programadas. Há operacionalização sistemática e inventiva a partir de um código (LE BOTERF, 2003 p. 64-69). Competências Comportamentais: capacidade de iniciativa, resolução de problemas em comum, capacidade de comunicação, etc. (LE BOTERF, 2003, p. 71). Competência tática: é a competência do político que marca pontos em um debate na televisão (LE BOTERF, 2003, p. 83). Competência profissional: só existe quando posta em ação em um contexto de trabalho, esse saber sobre o contexto é essencial, pois permite que o profissional se adapte a contingência das situações, “sinta” o terreno, considere o impossível e o aceitável, compreenda as linhas de força e as potencialidades, ajuste as decisões a serem tomadas ou as atividades a serem realizadas, antecipem as reações dos dispositivos e das pessoas, resumindo, esta competência é voltada para o saber agir (LE BOTERF, 2003, p. 98). Competência coletiva: essa emerge a partir da cooperação e da sinergia existente entre as competências individuais (LE BOTERF, 2003, p. 229). Competências inatas: são voltadas para as aptidões profissionais (LE BOTERF, 2003, p. 234). Competências distintivas: relatam como a organização deverá portar-se para atingir a visão e cumprir a missão proposta em relação a seu ambiente de atuação (TAVARES, 2000, p. 195). Competência de serviço: é, sobretudo, uma abertura e uma transformação internas das ocupações já existentes. Não se trata de pedir a um técnico que seja outra coisa além de um técnico, ou a um comerciário que seja outra coisa que não um comerciário, mas de sê-lo de outro modo (ZARIFIAN, 2008, p. 141). Competências de fundo: assumem uma feição específica: o que o jovem pode, de certa forma, adquirir é o que de fato há de mais estável e de mais duradouro, ou seja, atitudes diante da realidade e diante da vida social que poderão sustentar a animação de competências mais especificamente profissionais (ZARIFIAN, 2008, p. 175). 40 Competências humanas: podem ser classificadas como técnicas e gerenciais (COCKERILL, 1994 apud CARBONE et al, 2006). Competências organizacionais: podem ser classificadas como básicas. Apresentam atributos necessários ao funcionamento da organização. As essenciais apresentam atributos de caráter distintivo que diferenciam a organização das demais. Geram valor distintivo percebido pelos clientes, são eficazes e difíceis de serem imitadas pela concorrência, isto lhes conferem vantagens competitivas. (NISEMBAUM, 2000). Apontam nesta mesma direção (CAMPOS, 2007); (LE BOTERF, 2003) e (PRAHALAD; HAMEL, 2005). Quanto às competências organizacionais Brandão; Guimarães (2001) também apontam que são inerentes à organização como um todo ou a uma de suas unidades produtivas. Sparrow; Bognanno (1994 apud CARBONE et al, 2006) existe a sugestão quanto as competências ao longo dos tempos, consideradas como: - Competências emergentes: Tendem a crescer no futuro. - Competências declinantes: Tendem a diminuir no futuro. - Competências estáveis: Permanecem relevantes ao longo do tempo. - Competências transitórias: São aquelas que se fazem importantes apenas em momentos críticos de crises e transições (SPARROW; BOGNANNO, 1994, apud CARBONE et al, 2006). Acredita-se que a competência deve ser de certa forma uma construção individual das organizações, porém baseadas em alguns conceitos genéricos simplificados. Dessa forma, (MASCOVICCI 1994, SWIERINGA; WIERDSMA 1992, apud BITENCOURT, 2001, p. 33), sugerem modelos orientados e simplificados, centrados em questões técnicas e sociais, analisando-as sobre o prisma da competência técnica e interpessoal. Sendo assim fundamentais para o desenvolvimento humano. Destaca-se que só o conhecimento técnico não assegura um desempenho adequado e de qualidade, porém aliado ao interpessoal na questão de se saber lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades particulares e às exigências da situação se obterá uma atuação diferenciada de novas condutas percebidas como alternativas de ação (BITENCOURT, 2001, p. 34). 41 Diante disto, existe uma aproximação do que se é esperado nas organizações contemporâneas de forma efetiva. Observa-se que a gestão por competência propõe o alinhar esforços para que as competências humanas gerem e sustentem as competências organizacionais consideradas necessárias ao alcance dos objetivos-úteis estratégicos da mesma (CARBONE et al, 2006, p. 49). Segundo Brandão e Bahry (2005 apud BRANDÃO, 2009, p. 22), a estratégia organizacional, sendo formulada, torna possível a realização do mapeamento de competências, de acordo com as metas e objetivos da empresa, bem como a tipologia aplicada pela mesma, levando em consideração o “negócio” da organização. (Grifo nosso). 2.3 COMPETÊNCIA GERENCIAL Acredita-se que no mundo do trabalho exista uma emergência voltada para a economia global, frente às novidades tecnológicas neste ambiente de contínua transformação a qual afeta entidades dos setores, sejam esses públicos ou privados. Diante disto observa-se uma exigência ao desenvolvimento de novas abordagens para as organizações e ao gerenciamento. Com isto as organizações são forçadas a repensarem sua maneira de atuação (QUINN et al, 2003). Entende-se que as organizações necessitam investir em profissionais que sejam comprometidos com resultados, estejam aptos em solucionar problemas, definindo novos rumos, revendo focos, quando necessário e busquem indivíduos que sejam líderes e tenham domínio em gerenciar mudanças, com capacidade de organizar (MELLO, 2008). Nessas perspectivas os modelos de competências gerenciais são propostos e apresentam reflexões diversificadas acerca da exigência de se planejar, desenvolver, bem como acompanhar a postura gerencial desejada de acordo com a realidade de cada empresa. Percebe-se assim que no sentido das organizações, sejam elas institucionais ou não, faz-se referência às pessoas que fazem parte de um grupo social que realiza funções gerenciais conforme as tarefas que lhes são atribuídas e os papéis que terão de desempenhar. Quinn et al (2003) apresenta as competências 42 e papéis dos líderes, cujo foco próprio é na própria eficácia do líder, como contempla-se no figura a seguir: Figura 01- Divisões dos papéis gerenciais. Fonte: Quinn et al, 2003, p.17. Nesse sentido, Quinn et al (2003) sugere que: No papel de diretor o gerente deve: • Explicar as expectativas organizacionais por meio de processos; • Definir problemas e selecionar alternativas; • Gerar regras e dar instruções, ou seja, ser um diretor que decide. No papel de produtor o gerente deve: • Orientar-se para a tarefa; • Manter o foco no trabalho; 43 • Exibir um alto grau de interesse, motivação, energia e ímpeto pessoal, ou seja, um produto pragmático; • O diretor e o produtor inserido no modelo de metas racionais visam produtividade e lucro. No papel de monitor o gerente deve: • Saber o que se passa em sua unidade, a fim de determinar se as pessoas estão cumprindo as regras; • Averiguar se cada setor está fazendo sua parte. Esse papel requer cuidado com detalhes, controle e analise, portanto, o monitor é um analista. No papel de coordenador o gerente deve: • Dar manutenção e estrutura ao fluxo do sistema. As características comportamentais do coordenador incluem a organização, a coordenação dos esforços da equipe, o enfrentamento de crises e a resolução de dificuldades de ordem tecnológica, logística e domésticas. Os papéis de monitor e coordenador estão centrados no modelo dos processos internos enfatizando o gerenciamento multidisciplinar. No papel de facilitador o gerente deve: • Fomentar esforços coletivos; • Promover a coesão e o trabalho em equipe; • Administrar conflitos interpessoais. Suas técnicas devem ser voltadas para o auxílio em solucionar conflitos, favorecendo a colaboração e participação da equipe nos problemas do grupo. No papel de mentor o gerente deve: 44 • Dedicar-se ao desenvolvimento das pessoas, mediante orientação cuidadosa e empatia; • Contribuir para aprimorar competências; • Planejar o desenvolvimento individual do empregado. Em suma, deve ser solícito, atencioso, afável, aberto, justo, ouvinte de reivindicações, ser um transmissor e distribuir elogios. Os papéis de facilitador e mentor estão inspirados no modelo das relações humanas tendo como ênfase o compromisso, a coesão e a moral. O facilitador é centrado em processo, o mentor é empático. No papel de inovador o gerente deve: • Facilitar a adaptação e a mudança sem se descuidar do ambiente em transformação; • Identificar tendências significativas; • Conceitualizar e projetar mudanças necessárias; • Ser um sonhador e criativo, enxergando além do previsto; • Deslumbrar inovações e apresentá-las de forma convidativa e convincente. Os inovadores costumam ser visionários. No papel de negociador o gerente deve: • Preocupar-se com a sustentação legitimidade exterior e a obtenção de recursos externos; • Ter astúcia política, poder e capacidade de persuadir e influenciar. Os papéis de inovador e negociador pertencem aos processos dos sistemas abertos, tal modelo preocupa-se com a necessidade de compreender e administrar esse mundo em rápida transformação (QUINN et al, 2003). Sendo assim, espera-se de um gerente competências que alcance equilíbrio dos diferentes papéis acima mencionados e que se tenha como critério básico a 45 eficácia organizacional, adaptabilidade centrados no apoio interno e externo das empresas. No ponto de vista de Boog (1991, p. 137) existem atividades gerenciais típicas que são destacadas na percepção dos próprios gerentes, como: administrar recursos; planejar atividades; planejar futuro; assegurar o atingimento de metas; estruturar a sua área de trabalho; obter recursos materiais, técnicas e humanos; liderar uma equipe; estar disponível para ouvir o seu pessoal; motivar subordinados; propor e defender os interesses de sua área de trabalho; integrar-se com outros departamentos; estar atento ao que ocorre fora da empresa; comunicar-se adequadamente; verificar o progresso no atingimento de metas; escrever relatórios; despachar a “papelada” e “burocracia”; tomar decisões adequadas e “em tempo” e efetuar medidas corretivas etc. Diante de tal diversidade de tarefas Boog (1991, p. 138) fez opção em classificá-las em: planejamento, organização, direção e controle. Nessa perspectiva se tem entendimento de que o planejamento é o que se espera previamente, quanto à organização, cabe a ela a providência de recursos necessários para a realização do que se planeja, já a direção toma a liberdade de colocar em movimento tais recursos, principalmente os recursos humanos e por fim o controle assegurando a realização do planejamento (BOOG, 1991). Dessa forma, percebe-se que tal diversidade caminha para um entendimento do processo como um todo em busca de resultados. Para Silva (2005, p. 123) os papéis gerenciais dizem respeito às categorias específicas de comportamento gerencial, podendo agrupá-los em três temas: relações interpessoais, transferência de informações e tomada de decisões. Mintzberg (1986 p.13, 20) descreve dez papéis gerenciais seguidos pelos seus significados, conforme o quadro 01. 46 Categorias Papéis gerenciais do gestor Imagem do chefe Significados Desempenho das obrigações de natureza cerimonial Líder Responsável direto pelo trabalho dos subordinados, conciliando suas necessidades individuais com os objetivos da empresa: treina, motiva e encoraja Contato Relações fora de sua cadeia vertical de comando. Visa obter informações tanto internas quanto externas Monitor Busca informações através de sua rede de contatos pessoais, obtendo vantagem natural para sua organização Disseminador Transmite informações privilegiadas aos membros da organização, sendo o responsável pela circulação das mesmas de forma interna Porta-voz Envia algumas informações a pessoas externas à sua organização/unidade Empreendedor Promove melhoras à sua organização, de acordo com ás mudanças do meio ambiente, supervisiona novos projetos para melhoria da organização Manipulador de distúrbios Age sob pressão respondendo as interferências de grande intensidade. Toma medidas corretivas diante de problemas, crises ou conflitos Locador de recursos Responsável de decidir e autorizam outros a tomarem decisões importantes. Determina como o trabalho deve ser dividido e coordenado, assegurando uma interligação nas decisões Navegador/ Negociador Gasta considerável tempo em negociações. Obtém vantagens para sua organização Quadro 01 – Os dez papéis gerenciais de Mintzberg. Fonte: Adaptado de Mintzberg (1986). Interpessoais Informacionais Decisoriais De acordo com esses papéis gerenciais, identificados por Mintzberg (1986), o trabalho do gerente/gestor é designado por uma série de ações que envolvem o desenvolvimento de diversas habilidades dirigidas pelos relacionamentos interpessoais, entre elas a de arbitrar conflitos pessoais; os papéis informacionais relacionam-se ao processo de informações com interações políticas, já os decisóriais envolvem-se com a tomada de decisão, sendo considerados inseparáveis por proporcionar autoridade formal do gerente na organização, embora que todos os gerentes não dêem igual atenção/importância a todos esses papéis. • Os executivos (gerentes) do setor de vendas parecem gastar mais tempo com os papéis interpessoais, o que talvez seja um reflexo da natureza extrovertida da atividade de marketing. 47 • Os executivos (gerentes) do setor de produção dão relativamente mais atenção aos papéis decisoriais, o que talvez reflita sua preocupação com a eficiência do fluxo de trabalho. • Os executivos (gerentes) do setor de pessoal empregam a maior parte do seu tempo com os papéis informacionais, por serem especialistas que dirigem departamentos que orientam a outros setores da organização (MINTZBERG, 1986, p. 32). Grifo nosso. Dessa forma a eficiência e o desempenho do gerente estão centrados na compreensão do próprio trabalho e na natureza/ especificidade da função gerencial, de acordo com os objetivos e metas da organização. 2.3.1 Papel /Função do Gerente (O que é ser/estar gerente) Percebe-se que a natureza do trabalho gerencial tem alcançado progressos conforme as mudanças ocorridas nos ambientes internos e externos das organizações visto que se convive em um mundo de constantes transformações. A aquisição de ser considerado competente como gerente passa por um processo em que se prolongará enquanto os mesmos permanecem repetitivos as novas oportunidades que surgem de crescimento (QUINN et al, 2003). Considerando-se assim as exigências atuais, é possível observar que o desenvolvimento da capacidade gerencial é uma condição primordial indispensável para se obter eficácia e eficiência nas empresas (MELLO, 2008). Torna-se assim necessário aos gerentes a busca por uma consciência individual que os levem à adoção de novos estilos. O modo de atuação será direcionado conforme seu discernimento pessoal desse ambiente inovador. Acredita-se que o gerente desempenha o papel de facilitador de mudanças, soluciona conflitos e assumi um lugar privilegiado dentro das organizações. “A capacidade gerencial transformou-se em um recurso precioso, totalmente crítico para o avanço de qualquer sociedade”... (KLIKSBERG, 1993, p. 200 apud BANDEIRA; MARQUES; SANTOS, 2008). 48 Dessa forma, o novo perfil gerencial configura-se como essencialmente perceptivo e flexível com capacidades críticas e resolução de conflitos com agilidade, inovação e eficácia (PEREIRA; FONSECA, 1997 apud BANDEIRA, MARQUES; SANTOS, 2008). Nesta perspectiva, o gerente é convidado a adaptar-se às novas situações que lhe são expostas como desafios. Assumir o papel de liderança voltada para o capital intelectual auxilia nesta conquista, para tanto tornase preciso enfrentar uma série de transições conforme o quadro a seguir, adaptado conforme considerações de (GIL 2001, p. 60). DA / DO Para A / O Ação operacional Estratégia Caráter Administrativo Consultivo Reativo Preventivo Policiamento Parceria Preservação Cultural Mudança Cultural Estrutura Hierárquica Estrutura Enxuta Foco na atividade Foco nas Soluções Foco Interno Foco no Consumidor Ênfase na Função Ênfase no Negócio Planejamento de curto prazo Planejamento de Curto Prazo Ênfase nos procedimentos Ênfase nos resultados Isolamento Benchmarking Rotina Operacional Consultoria Busca da Eficiência Interna Eficácia Organizacional Administração de pessoal Gestão de Talentos Ênfase no Controle Ênfase na Liberdade Quadro 02 – Transições. Fonte: Adaptado de Gil, 2001, p. 60. Entende-se que para assumir essas novas responsabilidades precisa-se adquirir novas habilidades conceituais, técnicas e humanas aderindo-se a um novo perfil como: Atender aos usuários internos e externos; manter-se aberto para novas tecnologias administrativas; proporcionar a organização empregados capacitados e motivados; preocupar-se com a qualidade de vida no trabalho; agregar valor aos empregados, à empresa e aos clientes; atuar como agente de mudanças; conhecer as pessoas como parceiros da organização; proporcionar competitividade à 49 organização e manter um comportamento ético e socialmente responsável (GIL, 2001). O ser gerente assume a representação do elo entre a empresa e as pessoas que nela trabalham, ocupa-se assim um papel desafiador, pois requerem habilidades para se administrar conflitos entre os empregados e o ambiente empresarial (BOOG, 1991). Na visão de Quinn et al (2003) o líder gerencial deve desempenhar oito diferentes papéis gerenciais como: Diretor e de produtor (definindo os rumos da organização, incentivando a produtividade e a eficiência); Mentor e facilitador (dar conta das funções de relações humanas, auxiliando os membros da organização a crescerem e se desenvolverem como indivíduos, trabalhando em equipe); coordenador e monitor (o cuidado para que o fluxo de trabalho não sofra interrupções) desnecessárias e a equipe disponha de informações necessárias para a realização do trabalho); inovador e negociador (desempenhar a função adaptativa, sugerir modificações que permitam o crescimento da organização). O papel do gerente para Dubrin (2003, p. 293) está mais envolvido com a estabilidade e o controle. Já Wagner III e Hollembeck (2006, p. 9) dizem que este exerce o controle necessário para garantir que os trabalhadores sob sua supervisão executem o trabalho da melhor maneira, enquanto que Hampton (1990, p. 19 e 20) relata que este controla os aspectos relevantes das atividades, assumem responsabilidades amplas e multifuncionais. Stoner e Freeman (1994, p. 344) ressaltam que a liderança gerencial é o processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas às tarefas dos membros do grupo. Os conceitos abordados por tais autores demonstram um consenso sobre a concepção de gerente, no sentido de demonstrar um “controle” com relação aos subordinados, levando em consideração as metas e os objetivos da organização. Na visão tradicional os gerentes tomavam decisões individualistas, atualmente estes devem assumir uma classificação de participativo grupal, proporcionando um ambiente inovador, aprendendo a ouvir, orquestrar as iniciativas, projetando sem imposições, expandindo assim modelos mentais compartilhados. O trabalho da gerência costumava ser planejar, organizar, executar e medir POEM”. Atualmente, “o trabalho do gerente é o DNA- Definir, nutrir e alocar. Definir: quem somos nós. “Porque estamos no negócio”, que missão, visão e valor procuramos oferecer? 50 Nutrir: de que tipo de ambiente necessitamos para fazer o melhor. Como desenvolver um relacionamento de alta qualidade com clientes e porque não dizer com funcionários também? Alocar: Gerência tem a ver com escolha. De que forma devemos gerenciar... as equipes? (STEWART, 1998, p. 172). (Grifo nosso). Nessa perspectiva, fica na responsabilidade dos gerentes a utilização das suas aptidões intelectuais e práticas postas em ação. Dessa forma, a aplicabilidade de uma gestão mais moderna demonstra assumir riscos sobre os resultados de suas ações. Diante deste contexto se faz necessário considerar, no ambiente organizacional, que cada pessoa é essencialmente diferente uma das outras e cabe aos gerentes perceberem essas diferenças a fim de compreender como essas interferem no comportamento, pois são esses que proporcionam satisfação ou insatisfação, bem como o comprometimento nas organizações. Funcionários que se consideram como parte integrante da empresa possuem hábitos confiáveis permanecem mais tempo no emprego, oferecem melhores serviços e faltam menos ao trabalho (GRIFFIN; MOORHEAD, 2006 apud MELLO, 2008, p. 38). Livingston (2003) expõe que o comportamento dos indivíduos pode ser modificado de acordo com as expectativas recebidas dos gerentes (dos outros), ou seja, do líder, considerado para esse autor como efeito pigmaleão, em seu artigo explora a noção de que a forma como uma pessoa trata a outra pode, por melhor ou pior, ser transformadora. O novo gerente é alguém que pensa, não só em si, pode ser visto como um patrocinador, líder de equipe ou mesmo como um consultor interno, preocupa-se em tratar as pessoas conforme a realização do trabalho, muda as estruturas organizacionais em resposta as mudanças observadas no mercado, no processo decisório contam com a participação da equipe e por fim trabalha em conjunto com foco nos resultados, compreendendo as funções e habilidades necessárias para aplicação da criatividade (BAND, 1997). 2.3.2 Definição/Conceito da Competência Gerencial Compreende-se que as competências gerenciais é um dos assuntos considerados relevantes para as organizações atuais, seu desenvolvimento passou 51 a fazer parte das discussões acadêmicas e empresariais alcançando resultados significativos. Segundo Campos (2007) essas competências abrangem questões ligadas à formação e ações gerenciais no ambiente de trabalho. No plano gerencial, a base está centrada na necessidade de resultados mais condizentes com a realidade da organização e não com a formação técnica gerencial em si. Segundo Wood; Payne (1998, p. 23 apud BITENCOURT, 2001, p. 26), Richard Boyatizes (1982) começou a construir o conceito de competência no contexto gerencial. Seu livro The Competent Manager: a Model for Effective Performance iniciou o debate acerca desta temática. Seu trabalho foi centralizado em comportamentos observáveis e seu conceito sobre a competência gerencial demonstra um destaque para as características de um empregado com habilidade, conhecimento, auto-imagem, entre outros (RESENDE, 2000, p. 30). A definição de competência no campo gerencial é apontada por Boog (1991, p. 13) como um conjunto de qualidades e características que os gerentes desenvolvem para atingir continuamente os resultados de uma empresa. Leboyer (1997 apud GRAMIGNA, 2002, p.16), aponta vinte e duas competências genéricas para a área gerencial, centradas em: comunicação verbal e escrita, capacidade para resolução de problemas, planejamento e organização, delegação; formação de equipes; sensibilidade; uso da autoridade com responsabilidade e bom senso, tenacidade e persistência; habilidade negocial; capacidade de análise e síntese; sensatez; criatividade; aceitação de riscos; decisão; conhecimento técnico; energia; amplitude de interesses; iniciativa; tolerância aos estresses; adaptabilidade, autonomia e ética. As competências gerenciais adequadas ao desempenho da função são destacadas por Boog (2002) como agente de mudanças capaz de inovar e flexibilizar, bem como liderar voltadas para as construções das relações interpessoais, já o comunicar proporciona o falar, ouvir, dar e receber, feedback e ser persuasivo. O trabalhar em equipe e o estabelecer limites e o negociar sem se desviar do foco/resultados, para isto deve-se estabelecer metas, obtendo e avaliando o desempenho e as habilidades técnicas. O planejar, organizar com capacidade de análise, controle no tomar decisões com uma visão estratégica faz parte deste quadro para o desenvolvimento e crescimento das organizações. 52 Quinn et al (2003) compartilha da necessidade de novas competências no campo gerencial, o foco é na eficácia do líder. Esse autor apresenta 24 competências, consideradas centrais para uma boa atuação em um mundo de valores concorrentes, são elas: compreensão de si e dos outros; Comunicação eficaz; desenvolvimento dos empregados; construção de equipes; uso do processo decisório participativo; administração de conflito; monitoramento do desempenho individual; gerenciamento do desempenho e processo coletivo; Análise de informações com pensamento crítico; gerenciamento de projetos; planejamento do trabalho; gerenciamento multidisciplinar; desenvolvimento e comunicação de uma visão; estabelecimento de metas e objetivos; planejamento e organização; trabalho produtivo; fomento de um ambiente do tempo de trabalho produtivo; gerenciamento do tempo e do estresse; construção e manutenção de uma base de poder; negociação de acordos e compromissos; apresentação de idéias; convívio com a mudança; pensamento criativo e gerenciamento da mudança. Nessa perspectiva, relacionam-se as competências gerenciais ao desenvolvimento dos indivíduos como: liderança; trabalho em equipe e cooperação demonstradas pela eficácia pessoal de autocontrole, confiança em si mesmo, flexibilidade e autodeterminação. Dessa forma, Quinn et al (2003) compartilha que uma competência implica na detenção, tanto de um conhecimento quanto da capacidade comportamental de agir de maneira adequada, não se limita só a apresentação de um conhecimento teórico, mas também na oportunidade de praticá-lo, desenvolvendo assim habilidades concretas. 2.3.3 Modelos/Tipologias de Competências Gerenciais Observa-se que os modelos/tipologias das competências gerenciais estão em constante evolução, tornando-se complexo, porém, entende-se que o conhecimento das características das mesmas auxilia na sua identificação, para que seja aplicado conforme o “negócio” da empresa, considerando o contexto interno e externo. 53 Acredita-se que o desenvolvimento e a aplicabilidade das competências gerenciais favorecem a organização, mesmo diante de um mercado ameaçador, frente à competitividade. Os modelos/tipologias de competências gerenciais serão assim apresentados de acordo com a percepção de Boyatizis (1982, apud BITENCOURT, 2001; QUINN et al, 2003), entre outros. O quadro 03 explicita 21 atributos que norteiam a construção de um perfil ideal para as competências gerenciais. 1. Orientação eficiente 2. Produtividade 3. Diagnóstico e uso de conceitos 4. Preocupação com impactos (pró-ativo) 5. Autoconfiança 2. Liderança 6. Uso de apresentações orais 7. Pensamento lógico 8. Conceitualização 9. Uso de poder socializado 3. Recursos Humanos 10. Otimismo 11. Gestão de grupo 12. Auto-avaliação e senso crítico 13. Desenvolvimento de outras pessoas 4. Direção de Subordinados 14. Uso de poder unilateral 15. Espontaneidade 16. Autocontrole 5. Foco em outros clusters 17. Objetividade perceptual 18. Adaptabilidade 19. Preocupação com relacionamentos próximos 20. Memória 6. Conhecimento especializado 21. Conhecimento especializado Quadro 03 – As vinte e uma competências de Boyatizis. Fonte: Adaptado de WOOD; PAYNE, 1998, apud BITENCOURT, 2001, p. 26. 1. Meta e Gestão pela Ação Dessa forma, tal modelo prevê aspectos psicológicos relacionados a três fatores: motivação; imagem; papel social e habilidade; tais fatores centrados na abordagem behaviorista privilegiam a formação de atributos genéricos de competências, com uma tendência para a rotina, nos aspectos visíveis e mais facilmente mensuráveis do trabalho, contribui para a repetição de práticas e ações que foram vistas como bem-sucedidas no passado, proporcionando uma tendência ao engessamento dos processos organizacionais chegando assim a inibição da criatividade das pessoas e das empresas (BITENCOURT, 2001). 54 O modelo de competências gerenciais apontado por Quinn et al (2003) baseia-se na concepção de um modelo mais amplo e integrado, ou seja, quatro modelos num único arcabouço, conforme o quadro 04: Modelos Símbolo Critérios de eficácia Teoria referente a meios e fins Ênfase Atmosfera Papel do gerente Metas Racionais $ Processos internos Relações humanas Sistemas abertos Produtividade, Estabilidade, Compromisso, Adaptabilidade, apoio lucro continuidade coesão, moral externo Uma direção Adaptação e inovação clara leva a Rotinização leva à Envolvimento contínuas levam a resultados estabilidade resulta em aquisição e manutenção produtivos compromisso de recursos externos Explicitação de Definição de Participação, Adaptação política, metas, análise responsabilidade, resolução de resolução criativa de racional e Mensuração, conflitos e criação problemas, inovação, tomada de documentação de consenso gerenciamento da iniciativas mudança EconômicoOrientado a racional: “lucro Hierárquico equipes Inovadora, flexível líquido” Diretor e Monitor e Mentor e Inovador e produtor coordenador facilitador negociador/mediador Quadro 04 – Características dos quatros modelos gerenciais. Fonte: Adaptado de Quinn et al, 2003, p.11. Dessa forma, pode-se detectar entre esses quatro modelos uma íntima interrelação e entrelaçamento de um construtor maior da eficácia organizacional. Observa-se que os quatro modelos adotam critérios de eficácia diferentes, o oposto é percebido. Os modelos das relações humanas centram-se na flexibilidade e seu foco é interno, as pessoas têm valor inerente. Já o modelo das metas racionais é definido pelo controle e foco externo, as pessoas só têm valor na medida em que contribui de forma significativa para o alcance das metas da organização. O modelo dos sistemas abertos centra-se na flexibilidade e seu foco é externo, cuida de adaptar-se as contínuas transformações do ambiente. Já o modelo dos processos internos é definido pelo controle e foco interno, tem em vista a manutenção da estabilidade e continuidade no seio do sistema (QUINN et al, 2003). Entende-se que os paralelos são tidos como importantes visto que os modelos de certa forma compartilham as mesmas preocupações como: 55 EIXO - Flexibilidade - Relações humanas - Sistemas abertos - Controle - Processos internos - Metas racionais Externo - Sistemas abertos - Metas racionais Interno MODELOS - Processos internos - Relações humanas Quadro 05 – Paralelos. Fonte: Adaptado de Quinn et al, 2003, p.13. Observa-se que cada modelo complementa o outro. Quinn et al (2003) demonstra a evolução desses modelos gerenciais com oito orientações gerais em um figura intitulado de valores competitivos. Figura 02 – Valores competitivos. Fonte: Adaptado de Quinn et al, 2003, p.14. Observa-se que cada modelo parece transmitir mensagens conflitantes, ao mesmo tempo em que há um contraste, existe o complemento. Há o desejo de que as organizações sejam adaptáveis e flexíveis, porém precisam de certa forma ser estáveis e controladas. Almeja-se ao crescimento, à aquisição de recursos, bem como apoio externo, porém aspira-se a uma gestão ou gerenciamento estrito de informações e comunicação formal. Enfatiza-se o valor dos recursos humanos, mas enfoca-se o planejamento e o estabelecimento de metas. Salienta-se, portanto, que todos esses fatores, em alguma medida, se fazem necessários em uma organização 56 concreta (QUINN et al, 2003). Dessa forma, observa-se a complexidade com que os indivíduos se deparam nas organizações enfrentando assim desafios deste mundo real. Do ponto de vista de Quinn et al (2003), para que um líder gerencial se desenvolva é preciso e necessário que o mesmo desempenhe papéis, sendo pois através deles que se desenvolverá as competências em uma organização. Para esse autor os modelos exercem grande influência sobre a eficácia do indivíduo na organização. À medida que se aumenta tais modelos, mas se amplia o leque de escolhas, proporcionando um enriquecimento da complexidade tanto cognitiva quanto comportamental. Ressalta-se que ao percorrer um caminho em busca para o domínio de qualquer atividade, inserem-se em um processo de aprendizado para toda a vida, resultando em um esforço para a compreensão de um novo saber (QUINN et al, 2003). 2.3.4 Desenvolvimento de Competências Gerenciais (Aprendizagem Gerencial) Acredita-se que o desenvolvimento das pessoas nas organizações está interligado ao desenvolvimento das competências. As empresas e os indivíduos que se adequarem a nova realidade desse ambiente de constantes mudanças vivenciarão a diferença. Dreyfus e Dreyfus (1986 apud QUINN et al, 2003, p.373), descreve cinco etapas para a busca de uma capacidade plena, consideradas para eles como estágios, cujas definições inicia-se de um nível em que o indivíduo se sinta à vontade e seja desafiado a melhorar o desenvolvimento das próprias competências, eis a seqüência: Estágio 1 – O novato que está apto a aprender fatos e regras, ou seja, aprende várias funções de tarefas e manutenção de grupos. Estágio 2 – O principiante avançado coloca em prática os fatos e regras aprendidos, adquire experiência e descobre a importância de compreender as normas fundamentais, valores e cultura da organização. 57 Estágio 3 – Sendo competente desenvolve uma melhor apreciação da complexidade da tarefa, considera um conjunto amplo de elementos, desenvolve a capacidade de selecionar os pontos mais relevantes e neles se concentram, ocorrem riscos. Neste estágio, o gerente experimenta novos comportamentos, indo além das ferramentas e técnicas básicas já adquiridas, dispõe a confiar mais em sua própria intuição. Estágio 4 – Proficiente - Novos planos são colocados em prática à medida que emergem novas situações. Os gerentes são considerados extremamente eficazes, operando numa ampla variedade de situações, ainda que sejam consideradas contraditórias. Para que se desenvolva essa sensibilidade é preciso habilidade. Estágio 5 – Perito – Neste estágio se adota uma perspectiva holística que lhes proporciona um entendimento profundo da situação. Absorvem-se mapas multidimensionais do território, quando estão imperceptíveis aos demais. O perito vê e sabe intuitivamente coisas que escapam ao comum de simples mortais. Dessa forma existe a possibilidade de desenvolvimento das competências, tornando o indivíduo cada vez mais eficaz no próprio desempenho (QUINN et al, 2003). Para Le Boterf (2003) seja qual for a situação de trabalho, essa pode tornarse uma oportunidade de aprendizagem, quando se constitui como um objeto de análise, reflexão, ação e profissionalização. Contemplam-se as organizações inseridas em um contexto exigente voltado para uma alta capacidade de adaptação e um desenvolvimento constante cujo objetivo é alcançar um caminho em que a qualidade de vida, competência, realização pessoal e profissional esteja exposta de forma paralela, Oderich (2005, p. 90). Para esse autor “as competências gerenciais, em nível individual, são geralmente concebidas como resultado de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atributos que o gerente emprega em determinadas situações”... onde os indivíduos sintam-se mais realizadores e realizados. A aprendizagem neste percurso eleva o indivíduo a “aprender a aprender”. Segundo Garcia (1999, p. 221 apud ODERICH, 2005, p. 97), o desenvolvimento gerencial é um dos “pilares de sustentação da empresa, sobretudo quando se espera que floresça um ambiente de parceria entre a organização e os funcionários”... Nesse sentido existe uma busca maior pela capacitação. Espera-se 58 que esse profissional esteja preparado para trabalhar e estimular o desenvolvimento das outras pessoas inseridas no mesmo contexto. Segundo Motta (2007), existem habilidades gerenciais que tem de ser conquistadas na experiência do dia-a-dia. Para esse autor a experiência adquirida em pleno serviço é por demais valiosa para o dirigente. A observação, pelo indivíduo, de práticas gerenciais, sejam elas boas e más, na solução de problemas e na condução dos destinos da empresa ajuda a formar atitudes e valores sobre o trabalho gerencial. Tal aprendizado gerencial é o processo pelo qual o indivíduo adquire novos conhecimentos, atitudes e valores em relação ao trabalho administrativo; fortalece sua capacidade de análise de problemas; toma consciência de alternativas comportamentais; conhece melhor seus próprios estilos gerenciais e obtém habilidades para uma ação mais eficiente e eficaz em determinados contextos organizacionais. Dessa forma a aprendizagem gerencial surgiu diante das preocupações sobre o crescimento do mundo dos negócios, vinda como uma das propostas de servir como ponte entre teoria e prática para o desenvolvimento gerencial. O impacto de mudanças e pressões sobre os gestores, proporciona a necessidade da busca de qualificação frente a demissão de gerentes de diversos níveis [...] conseqüências de tais mudanças (FOX, 1997 apud LIMA, 2005). A aprendizagem na ação como abordagem para o desenvolvimento de competências gerenciais faz uso de problemas reais e atuais da atividade profissional, bem como proporciona reuniões periódicas, como um esforço de reflexão sobre as ações cotidianas, os laços de confiança que fluem dessa reflexão atua como motivadores ao gerente proporcionando sua autoconfiança. Favorece ainda a tomada de consciência sobre as possíveis dificuldades ou deficiências, estimulando assim a reformulação de significados para se conduzir uma nova ação (HIROTA; LANTELME, 2005). Bitencourt (2001) aponta que as práticas formais e informais contribuem para o desenvolvimento das competências gerenciais. A dimensão formal, centrada no aspecto individual faz ênfase ao suporte de tomada de decisões; na coletiva encontra-se o gerenciamento de sistemas e estruturas organizacionais. A dimensão informal, no aspecto individual é voltada para o comportamento individual, já o coletivo desenvolve-se na perspectiva da cultura corporativa. 59 Outro aspecto apontado por Bitencourt (2001) faz ênfase a três perspectivas da aprendizagem organizacional. A primeira concentra-se na social, quando se considera a formação integral do gestor, valendo-se da diversidade de experiências, atuando ou solucionando problemas tendo como base as vivências anteriores, as quais proporcionam as oportunidades de aprender a aprender, centrada dessa forma nos processos informais de desenvolvimento. A segunda diz respeito à perspectiva dinâmica, voltada para o desenvolvimento contínuo, com uma visão processual, bem como na construção de novas situações que promova a formação e aplicação de novas competências. A terceira é a estratégia, a qual resgata a importância em unir as diretrizes da organização com a visão da própria gestão de competências, com o objetivo de sistematizar práticas mais efetivas. Argyris (1991) compartilha que o sucesso no mercado de trabalho depende cada vez mais da aprendizagem, porém, a maior parte dos indivíduos não sabe como aprender, sendo esse um dilema básico das organizações, as empresas com isto tendem a cometer dois erros em seus esforços para que se tornem uma organização de aprendizagem, primeiro definem esta como resolver problemas, segundo supõem que: para que as pessoas aprendam é preciso uma motivação, com isto as empresas se concentram na criação de novos programas, como estruturas de compensação ou mesmo avaliações de desempenho, as culturas corporativas e similares são arquitetadas a fim de criarem colaboradores motivados e empenhados, porém, o raciocínio defensivo dos indivíduos pode comprometer os resultados, pois este rege todo o comportamento, mesmo com a força do raciocínio defensivo pessoas se esforçam para produzirem o que se esperam delas de forma competente. Schein (1996) explica sobre as três culturas da administração como a chave para a aprendizagem organizacional, para esse autor existe a comunidade de executivos, engenheiros e operadores, a falta de alinhamento destes três grupos reflete no impedimento da aprendizagem em uma organização, é preciso habilidade para criar novas formas organizacionais e adotá-las frente ao crescente mundo de turbulência e competitividade, em um mundo imprevisível se faz necessário estar preparado para utilizar a capacidade de inovação. Para Schein (1996) a cultura existe, nos próprios indivíduos e nos grupos de trabalho, sendo esta um conjunto de forças que determinam o comportamento, o modo de pensar e agir, tanto individual 60 como coletivo, incluindo seus valores, sendo assim cabe a cada cultura aprender a aprender. Observa-se que a aprendizagem gerencial torna-se fundamental para o ambiente exigente de hoje. Segundo Dutra (2002), o indivíduo que desenvolve sua capacidade individual transfere para a organização seu aprendizado, dessa forma, ambos tornam-se capacitados a enfrentarem os desafios contemporâneos. Portanto, considera-se que o desenvolvimento de competências gerenciais busca não só o desenvolvimento teórico ou de técnicas inovadoras, porém privilegia também a integração sociocultural no desenvolvimento do indivíduo como um todo (HIROTA; LANTELME, 2005). 2.4 COMPETÊNCIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL As transformações políticas, econômicas e sociais nas últimas décadas exigem alterações, consideradas contínuas, em todas as áreas na vida da humanidade, precisamente, no mercado de trabalho. A educação ou os sistemas educacionais inseridos neste contexto são desafiados a responderem às demandas contextuais decorrentes deste processo de mudanças, para assim corresponderem a esta nova realidade (NETO; NASCIMENTO; LIMA, 2006). No âmbito das novas exigências para os profissionais docentes, determinadas de acordo com as mudanças, caracterizadas por um elevado grau de desenvolvimento tecnológico e intenso processo de produção e divulgação de conhecimentos, proporciona discussões acerca do perfil do professor nos debates educacionais. As discussões geram em torno de quais habilidades, capacidades e conhecimentos o professor deve possuir para que seu trabalho pedagógico atenda aos novos requisitos exigidos nesse novo ambiente globalizado, competitivo e diversificados. Diante de tal conjuntura, esse profissional necessita repensar o lugar que ocupa e redimensionar sua visão de mundo. Não basta dominar os conteúdos a serem ministrados, cabe-lhe refletir, de forma contínua, sobre a prática, aderindo a uma postura de mediador e facilitador do processo de aprendizagem (NETO; MACEDO, 2006). 61 Entende-se que quando se considera o papel do professor como mediador, entre o aluno e o conteúdo a aprender, exigi-se desse uma capacidade de se criar um conteúdo adequado para que assim ocorra efetivamente uma aprendizagem significativa. Dessa forma o professor desenvolve uma postura investigativa, acompanhando o processo de aprendizagem, alcançando domínio de intervir, para tanto é preciso investir em programas de formação continuada, frente à exigência atual deste papel no trabalho docente. Quando se trata da formação docente, reporta-se à concepção de competência, que neste contexto educacional, atende sempre ao movimento de ação – reflexão sobre a ação – reorientação da ação (BRASIL, 2002). No contexto educacional, a noção de competência, para Machado (2002, p. 141), é muito mais fecunda e abrangente, mantendo com a idéia de disciplina, importantes vínculos, como por exemplo, o caráter de mediação. Para esse autor, a pessoalidade é uma das primeiras características fundamentais para a idéia de competência. As pessoas apresentam-se, vivem, convivem, agem, interagem, avaliam ou são avaliadas como um aspecto de competências. “À competência sempre tem uma dimensão relacional, porque expressa, no plano interno ao sujeito, o desafio de diferenciar e integrar as partes e o todo que estruturam e organizam suas interações com o mundo e consigo mesmo” (MACEDO, 2002, p. 126). Dessa forma, compreende-se que esta expressa uma relação das pessoas frente às tarefas a serem desenvolvidas, proporcionando desafios quanto a concentração, cooperação, autonomia e cumprimento de metas e prazos, entre outros. Entende-se assim que o desenvolvimento da ciência, bem como da tecnologia e a rapidez da produção enfatiza a necessidade de uma nova postura dos indivíduos, visto que tais elementos provocam mudanças em todos os setores da sociedade (NETO; NASCIMENTO; LIMA, 2006). Jacques Delors (2003) compartilha que as mudanças ocorridas na sociedade impõem a aplicação de novas formas de atuação dos indivíduos, visto que o progresso científico e tecnológico, bem como a transformação dos processos de produção, enfatiza na busca de uma maior competitividade. Com isto os saberes e as competências adquiridas, na formação inicial, tornam-se obsoletos e intensivos 62 ao desenvolvimento de uma atuação profissional com qualificações relativas ao cargo, de forma permanente. Em larga medidas, a exigência de ordem econômica faz com que as organizações ou instituições escolares se dotem das competências necessárias para se manter o nível de empregabilidade e forneça às pessoas uma atualização de seus conhecimentos e possibilidades de se chegar a um equilíbrio entre trabalho e aprendizagem em um exercício de cidadania ativa. O fenômeno da globalização modifica a relação que homens e mulheres mantêm com o espaço de tempo, na busca de uma educação ao longo da vida (DELORS, 2003). Atualmente o desenvolvimento científico torna-se mais claro, porém não pode ser visto de forma desvinculada do projeto a que serve. As ciências necessitam colaborar com as pessoas e as organizações, sejam essas institucionais ou não, inseridas nesse processo visam ao desenvolvimento das competências pessoais. As ciências, neste contexto, demandam uma visão de serem os meios ou instrumentos para a realização de projetos pessoais. E é nesta perspectiva que as escolas precisam se organizar, reorganizar-se, reestruturando seus tempos e seus espaços. (MACHADO, 2002). O Contexto escolar é considerado como um espaço de aprendizagem da profissão docente, no qual o professor põe em prática suas convicções, seus conhecimentos e suas competências pessoais e profissionais, realiza trocas de experiências, bem como aprende novos saberes. A organização escolar funciona na produção de idéias e nos processos e gestão interligando o desenvolvimento profissional com o desenvolvimento organizacional, compartilha valores e práticas com intuito de promover a formação humana, e que esta seja dotada de competências (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2005). O agir competente requer uma relação dialética entre a prática e a teoria dos profissionais docentes, este implica em um processo complexo, visto a existência de diferentes níveis do conhecimento, dos saberes, esquemas de ação, elementos efetivos, motores, etc. é imprescindível que se reconheça as relações dialéticas de situações que se possibilitam desenvolver as competências (RAMALHO; NUNES; GAUTHIER, 2003). Entender a formação humana no contexto da reestruturação produtiva e globalização excludente é entendê-la também dentro dos limites ambientais e 63 políticos do desenvolvimento industrial, seja este fordista ou pós- fordista. Entendese que as escolhas humanas teóricas não se justificam nelas mesmas, não faz sentido a teoria pela teoria como mera explicação da realidade, trata-se neste contexto de se refletir sobre essa realidade, para assim modificá-la, de forma significativa (FRIGOTTO, 2008). A política de formação que vem sendo implementada pelo estado brasileiro define, como um de seus propósitos, um novo perfil do profissional docente, capaz de responder às exigências da educação do século XXI e de atuar em conformidade com as demandas advindas do processo de reestruturação produtiva (NETO; MACEDO, 2006, p. 219). Dessa forma procura-se definir um perfil desse profissional docente que seja compatível com as exigências do mundo do trabalho contemporâneo. Perrenoud (2002, p. 14) consegue visualizar a figura do professor ideal no duplo requisito da cidadania e construção de competências. Para que se desenvolva uma cidadania é preciso adotá-las ao mundo contemporâneo, na defesa de um perfil, este precisa ser: pessoa confiável; mediador intercultural; mediador de uma comunidade educativa; garantir a lei; organizador de uma idéia democrática; transmissor cultural e intelectual. Quanto à construção de saberes e competências, espera-se que este seja: organizador de uma pedagogia construtivista; garantir o sentido dos saberes; criador de situações de aprendizagem; administrador da heterogeneidade e regulador dos processos e recursos de formação. Dessa forma, concorda-se com Delors (2003, p. 89) quando diz que: A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber fazer evolutivos, adaptados, à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro [...] A educação fornece, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e ao mesmo tempo torna-se a bússola que permite navegar através dele. (Grifo nosso). Entende-se que, a educação deva ser uma das prioridades de qualquer sociedade ou governo, para que assim o indivíduo tenha ou adquira subsídios para desenvolver suas habilidades embutidas nas competências. Quanto ao entendimento da educação infantil se tem a seguinte noção de que não existe um sentido único, este se torna amplo pela possibilidade de englobar todas as modalidades educativas vividas pelas crianças pequenas sejam na família, 64 na comunidade ou em instituições específica de tipos diversos, antes mesmo de atingirem a faixa etária da escolaridade obrigatória. Na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394/96 Art.29 (Brasil, 1996), a educação infantil é considerada como a primeira etapa da educação básica. Esta é formada também pelo ensino fundamental, nível de ensino obrigatório e gratuito na escola pública. Portanto, a educação infantil é uma etapa regida pelos princípios e fins da educação brasileira, os quais expressam os grandes ideais e valores da nação sobre a educação dos seus cidadãos. Entende-se que há uma exigência frente aos profissionais nestas instituições. Compreende-se que a gestão de tais estabelecimentos precisa estar fundamentada em uma proposta de participação, colaboração e inovação, exalando assim competências, inclusive as gerenciais, e são essas que tornam as organizações melhor preparadas para se enfrentar os desafios atuais, bem como os desafios futuros numa atuação de liderança, criatividade, trabalho em equipe, persuasão, planejamento, entre tantas outras, possíveis de externalizá-las através da ação. 2.5 ESTUDOS RELEVANTES SOBRE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS Campos (2007) em seu estudo sobre Competências gerenciais dos PróReitores em uma instituição de ensino superior: um estudo de caso na Universidade Federal de Viçosa concluiu que não consta nos documentos encontrados a descrição de competências necessárias ao Pró-Reitor, porém, por meio das entrevistas, ressalta que o Pró-Reitor não deve ser apenas um burocrata que segue mecanicamente as normas impostas pelo aparato-legal da instituição, e sim deve desenvolver atributos de competências como: capacidade política, comunicação, conhecimento da estrutura organizacional, criatividade, espírito institucional, experiência profissional na instituição, liderança, relacionamento interpessoal, tomada de decisão, trabalho em equipe, visão sistêmica, administração do tempo, humildade, pró-atividade, planejamento, saber administrar os recursos financeiros, comprometimento, conhecer técnicas gerenciais e iniciativa. 65 Dessa forma percebeu-se que tais atributos de competências representam padrões de comportamento dos dirigentes, aceitos pela comunidade acadêmica e que garantem a permanência de um indivíduo na função de Pró-Reitor. Já o estudo de Marcon (2007) aponta tais competências, porém acrescenta delegação, desenvoltura tecnológica e negociação, sendo assim, o referido autor destaca que o desenvolvimento de competências gerenciais é impulsionado pela necessidade de assumir uma nova postura perante o trabalho em função dos desafios profissionais vivenciados. Costa (2005) apresenta como resultado de seu estudo um rol de 29 competências necessárias para os gestores educacionais, segundo a percepção dos próprios docentes, divididas como competências conceituais, humanas e técnicas. São elas: COMPETÊNCIAS CONCEITUAIS HUMANAS TÉCNICAS 1 Busca de interação escola e comunidade 8 Conduta ética 19 Capacidade de planejamento 2 Capacidade de decisão 9 Capacidade de compartilhar conhecimentos 10 Comunicação 20 Conhecimento da disciplina 3 Capacidade de avaliação 4 Ter consciência que a educação na SOCIESC é para a vida 5 Cultura organizacional 6 Estabelecer direção e gerenciar desempenho de equipe 7 Orientação para a qualidade 11 Trabalho em equipe 21 Análise e elaboração de recursos didáticos 22 Aplicação de estratégias didáticas 12 Dinamismo 13 Criatividade e inovação 23 Comunicação oral 24 Análise e elaboração instrumentos de avaliação 14 Administração de conflitos 25 Conhecimento e aplicação do projeto político-pedagógico 26 Análise e soluções de problemas 27 Comunicação escrita 28 Capacidade de dirigir situações de aprendizagem 29 Ser referência em sua área de atuação 15 Relacionamento interpessoal 16 Flexibilidade 17 Inteligência emocional de 18 Adaptação à mudança Quadro 06 – Competências identificadas nos setores educacionais. Fonte: Adaptado de Costa, 2005, p. 91 e 92. Assim sendo, essas competências colaboram tanto para a melhoria constante da instituição e de seus docentes, quanto para o resultado final do educando. 66 Casagrande (2003) mensurou o grau de importância dos componentes do processo educacional na construção básica prioritárias para a educação profissional de Curitiba, precisamente de um Centro Estadual, apontando como resultado um rol de 22 competências, entre elas, algumas já citadas anteriormente, as demais se centram em: atender bem aos clientes; saber buscar e compilar informações; saber compreender textos; saber se comunicar em língua inglesa; ser organizado; ter autodisciplina; ter bom raciocínio lógico; ter julgamento crítico; ter motivação no trabalho e visão holística da empresa. Dessa forma, observa-se que dois componentes são fundamentais para que se consiga desenvolver competências básicas, são eles: leituras e vínculo com o mercado. Mello (2008) desenvolveu uma pesquisa sobre competências gerenciais para gestão de cursos de graduação: um estudo de caso em instituição de ensino superior privada. O objetivo geral desse estudo era identificar a percepção dos gestores de cursos de graduação, relativa às suas funções e competências gerenciais, bem como as estratégias institucionais para o desenvolvimento destas competências, chegou assim a conclusão de que os diretores dos cursos não tinham experiências anteriores na área de gestão, nem tiveram oportunidade de serem previamente treinados ao assumirem tais cargos, obtiveram informações sobre as atribuições à medida que os processos aconteciam ou com outros gestores mais experientes; os diretores conhecem as competências gerenciais necessárias para o exercício do cargo e alegam já as terem desenvolvido. Quanto às estratégias institucionais, não foram evidenciadas a existência de estratégias formais para o aprimoramento ou desenvolvimento de novas competências. Oderich (2001) em sua pesquisa intitulada Gestão de competências gerenciais: noções e processos de desenvolvimento em três empresas gaúchas, concluiu que, tais empresas demonstraram estar acompanhando as tendências na área de desenvolvimento gerencial, em especial o conceito de competências. Todas as empresas pesquisadas adotam formalmente o termo competências. O “formalmente” refere-se, neste caso, à terminologia utilizada pela gestão de recursos humanos de cada empresa. O conceito de competências sofre leves variações da teoria proposta pelo estudo de Oderich (2001), considerando-se competências como conhecimentos, habilidades e atitudes. Já entre o corpo gerencial, informalmente, os mais diversos termos são utilizados para designar os quesitos do perfil gerencial, não sendo constatada uma 67 linguagem corporativa em nenhuma das três empresas, o que pareceu ser consequência da fase de internalização do conceito de competências, já que era um termo recentemente utilizado pelas empresas na fase da coleta de dados. Duas empresas apresentaram uma melhor estruturação e base conceitual sobre competências, uma delas havia a previsão de um projeto de gestão de competências a ser implantado. Pode-se afirmar que o uso do conceito de competências ainda está um tanto confuso na aplicação prática. O significado, mesmo com o uso do termo é mais voltado para a habilidade em si e para conhecimentos técnicos. A noção de competência na prática ainda tem grande ênfase na habilidade e no conhecimento. Isto vem a corroborar com a teoria no sentido de que é mais fácil medir, desenvolver e trabalhar com o conhecimento e habilidades do que com atitudes, e que a maioria dos processos de desenvolvimento acabam tendo um grande avanço no potencial, mas um “gotejar no desempenho” (FREEDBERG, 2000 apud ODERICH, 2001). É justamente a atitude que faz o grande diferencial, sem a qual o conceito de competência não estaria sendo um avanço efetivo e isto precisa ser bem melhor trabalhado. Outro ponto relevante é que a utilização efetiva, tanto do conceito quanto da prática e significado de competência são realizados através da integração de subsistemas de administração de Recursos Humanos, no sentido de se trabalhar com competências desde o recrutamento e seleção, até aos aspectos referentes à remuneração. Toda a área precisa mudar de forma integrada para firmar-se um sistema por competências. Duas empresas valorizam no perfil gerencial, os quesitos: iniciativa, criatividade e inovação, capacidade de comunicação, relacionamento interpessoal, visão sistêmica e capacidade de negociação. Nos relatos dos gerentes foi destacado nas três empresas: capacidade de liderança e de trabalho em equipe, bem como visão de futuro, visão do cliente e visão sistêmica. Em uma das empresas destacouse a flexibilidade, adaptabilidade e conhecimentos técnicos. Pode-se concluir, através deste estudo exploratório que o termo competências vem sendo adotado formalmente pela gestão de RH das empresas pesquisadas, bem como sua conceituação aproxima-se à revisão teórica realizada. Isto confirma a ascensão do conceito de competências gerenciais, em fase de internalização e cada vez mais presentes nas organizações, mesmo que ainda internalizada com diferentes significados, às vezes prevalecendo as habilidades, as 68 vezes o conhecimento, sendo a atitude um recurso de competência ainda pouco explorado, tratado de forma cautelosa. Na pesquisa realizada por Teixeira (2006) encontra-se nos resultados principais a identificação de que as competências consideradas mais importantes são aquelas voltadas à administração pública, à observância dos princípios constitucionais, aos aspectos atitudinais referentes à postura e à gestão pública ética. Observou-se que os gestores da câmara dos deputados se avaliam com seu melhor nível de domínio nas competências atitudinais, o que é conveniente, tendo em vista as mesmas terem sido consideradas as mais importantes e também se manifestam com satisfatório nível de competência técnica, relativa aos conhecimentos em suas respectivas áreas de atuação. As prioridades de desenvolvimento recaíram sobre as competências tidas como gerenciais, tais como a utilização de ferramentas de gestão como o planejamento estratégico. Mello, Souza Leão e Paiva Júnior (2006) compartilham que competência pode ser entendida como um construto que engloba diferentes traços de personalidade, habilidades e conhecimentos. Seu estudo teve como foco central uma pergunta: que áreas de competências empreendedoras são mais relevantes nos comportamentos de dirigentes de perfil empreendedor? Com base nisto torna-se necessária outra pergunta complementar, para tais autores: que comportamentos específicos compõem as áreas de competências? A metodologia utilizada foi de pesquisa qualitativa, exploratória de dados secundários. A coleta dos dados consistiu em sete entrevistas semi-estruturadas e em profundidade, realizadas também via e-mails, os resultados principais demonstram uma prevalência das competências conceituais e administrativas. Além disto, uma competência não prevista na literatura – equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – foi descoberta. Dentre as competências identificadas emergiram alguns comportamentos específicos como: sensibilidade, vontade de aprender, como expressão do aprender a aprender, essenciais ao processo de desenvolvimento de competências; o pensar intuitivamente, marcante na ação independente e criativa do sujeito da ação empreendedora; e a facilidade de avaliar riscos em meio a cenários caóticos e de incerteza. Em 2006, Santos realizou um estudo cujo objetivo geral era identificar junto aos dirigentes de micro negócios quais as competências empreendedoras 69 adquiridas após os cursos oferecidos pelo programa de Microcrédito. Esse autor fez opção por uma pesquisa descritiva a partir de uma abordagem qualitativa e exploratória, utilizando o estudo de caso. A coleta dos dados consistiu em cinco entrevistas semi-estruturadas. Seus principais resultados mostraram que em virtude de os dirigentes de micro negócios serem responsáveis por todas as ações gerenciais da empresa, como organização, comando, controle financeiro, vendas, propagandas e alocação de recursos físicos, as competências administrativas emergem com maior significância nesses gestores. As competências conceituais de relacionamentos e de comprometimento tiveram relevância significativa. As competências de equilíbrio trabalho/vida pessoal apresentaram baixas frequências devido à total dedicação dos gestores aos seus negócios. Baisch (2009) realizou um estudo tendo como objetivo geral listar e analisar as competências necessárias ao gestor de marketing e a estrutura deste departamento, para a otimização da gestão estratégica da organização. Dentre os principais resultados conclui-se que o gerente de Marketing deveria possuir as competências relacionadas no quadro a seguir: Conhecimentos - Marketing e comunicação Competências voltadas para: Habilidades - Visão Sistêmica Atitudes - Senso de responsabilidade - Planejamento estratégico - Visão de mercado e negócio - Comunicação - Administração de empresa - Relacionamento interpessoal - Flexibilidade - Gestão estratégica - Flexibilidade - Trabalhar em equipe - Gestão de pessoas - Liderança - Noção de prioridades - Técnicas de negociação - Implementação de novas idéias - Análise - Técnicas de liderança - Persuasão - Organização - Contabilidade gerencial - Incentivo e pró- atividade - Dinamismo - Língua inglesa - Gestão de conflitos - Autocontrole - Sistemas de informação - Trabalhar sob pressão - Paciência - Legislação tributária - Língua estrangeira - Economia - Finanças - Negociação - Tomada de decisão Quadro 07 – Competências do Gestor de Marketing. Fonte: Adaptado de Baisch, 2009, p. 87. 70 Com isto evidenciou-se que a organização é essencial para o desenvolvimento das competências gerenciais, pois identificam os conhecimentos, habilidades e atitudes que são necessárias para que as pessoas que são fundamentais no processo de planejamento estratégico sejam envolvidas e desenvolvam suas competências, a fim de otimizar o processo de gestão estratégica na empresa. Foram identificadas ainda as competências essenciais para o desenvolvimento da empresa de uma forma geral e, principalmente, o desenvolvimento e crescimento profissional do gerente de Marketing. Leiria (2002) desenvolveu um estudo centrado nas competências organizacionais e gerenciais, com o objetivo de identificar junto a um grupo de proprietários de empresas de pequeno porte dos setores da indústria, do comércio e de serviços, que se destacaram no Rio Grande do Sul, quais competências esses empresários colocam em ação para desenvolver, em suas organizações, fatores de sobrevivência que determinam o sucesso dos seus negócios. Esse estudo foi de natureza qualitativa, os dados foram analisados com base na técnica “análise de conteúdo”. Os resultados principais mostraram que empresários dos setores da indústria, do comércio e de serviços, por um lado, comportam-se diferentemente, mas por outro lado, demonstram consenso em seus posicionamentos. As competências mais utilizadas que garantem a sobrevivência de tais empreendimentos estão concentradas em questões como preocupação com as tecnologias voltadas para a inovação; atenção para a oportunidade de novos mercados; inicio do processo de exportação, maior atenção, não só com a conquista de novos clientes, mas com a manutenção e fidelização dos já existentes. O treinamento e o desenvolvimento das pessoas, no sentido de tornar as equipes mais independentes e preparadas para a tomada de decisões, é um fator que aparece junto a todos os empresários; todavia, percebeu-se nas entrevistas, que é uma ação muito recente dentro das suas empresas. Os empresários do setor de comércio são os que apresentam competências menos desenvolvidas, principalmente no que se refere à questão como compreensão do cenário econômico, mudanças na economia ou no próprio mercado onde estão inseridos. A competência mais presente nesse grupo está relacionada com a qualidade do atendimento, a manutenção e a conquista de novos clientes. 71 Já os empresários da indústria demonstram uma visão mais ampla sobre o contexto em que estão inseridos. O setor de serviços, por sua vez, sustenta-se em competências como inovação, amparada pelo uso sistemático da tecnologia. Portanto, ao se concluir essa pesquisa, o autor identificou que, no universo das pequenas empresas, está presente uma infinidade de competências, conforme o quadro elaborado pelo mesmo, de forma resumida. Competências Setor Indústria Comércio Serviços Competências voltadas para a competitividade da empresa - Foco em produtos diferenciados Marketing de relacionamento Valorização da marca - Inovação - Transparências nos negócios Participação em Programas de Qualidade Competências voltadas para a estratégia da empresa Competências gerenciais dos empresários - Desenvolvimento de pessoas Busca de novos mercados Investimento em pesquisa - Busca de parcerias com outras empresas Aproveitar as oportunidades de novos negócios - Profissionalização da equipe e organização interna - Metas atreladas a planejamento - Inovação - Desenvolvimento de pessoas Qualificação profissional - Satisfação do cliente - Busca do diferencial pelo atendimento ao cliente - Equipe de vendas voltadas para resultados - Desenvolvimento das pessoas para melhorar o atendimento - Surpreender o cliente Conhecimento sobre técnicas de administração - Liderança - Definição de planejamento e metas - Conhecimento do mercado - Seriedade e transparência - Passar credibilidade ao mercado - Criatividade - Postura de parceria com a equipe - Ética - Conhecimentos sobre técnicas de administração - Gostar muito do que faz - Persistência - Saber lidar com pessoas Credibilidade e transparência perante o mercado - Criatividade - Comprometimento com o negócio -Ética Conhecimento sobre técnicas de administração - Visão estratégica - Motivar as pessoas - Persistência - Visão do mercado Sensibilidade para gerenciar equipes - Curiosidade - Criatividade - Transparência - Credibilidade no mercado - Ética Desenvolver - Deixar de ser atendentes produtos inovadores para ser consultores dos com tecnologia clientes - Se posicionar de - Gerenciamento correto acordo com as das informações tendências de - Diversificação de clientes mercado (novos (não ficar na mão de produtos e serviços) poucos) Quebra de - Levar soluções ao cliente paradigmas para competir no mercado (atendimento 24 horas) - Facilitar o serviço para o cliente Quadro 08- Resumo das Competências Identificadas. Fonte: Elaborado pela autora LEIRIA, 2002, p. 52 Com base nos dados levantados. 72 Dessa forma, Leiria (2002) afirma que as competências são responsáveis, não só por movimentar a economia e pela geração de inúmeros empregos, como também por entregar para a sociedade uma série de soluções, proporcionando melhores condições de vida para a humanidade. Bolzan (2007) desenvolveu um estudo cujo objetivo geral era identificar as competências gerenciais dos gerentes administrativos através de uma avaliação de desempenho ou avaliação de 360 graus. O referido autor optou por uma amostragem por conveniência, escolheu duas empresas de setores distintos (metal mecânico e produção de refrigerantes, devido a facilidade de acesso). Dentre os principais resultados há de se compreender que as principais competências esperadas dos gerentes administrativos pelos seus superiores e subordinados são voltadas para conhecimento, habilidades e atitudes. Ficou evidente que o desenvolvimento das pessoas juntamente com uma empresa que possui seu planejamento estratégico bem formulado (e suas ações baseadas nele) é muito importante, pois é necessário treinamento e adequações dos seus gerentes para que desempenhem suas funções da melhor maneira possível. Portanto, o papel da organização é fundamental para o desenvolvimento destas competências gerenciais, pois é ela que identifica as que são necessárias e faz com que seu funcionário seja estimulado a se desenvolver. Assim, a verdadeira relação entre gestão estratégica e as competências gerenciais é que as pessoas são peças chaves em qualquer processo de planejamento e tarefas dentro da organização. Dessa forma os principais conhecimentos que os superiores esperam do Gerente Administrativo são: conhecimentos de técnicas de liderança, conhecimentos em gestão estratégica e conhecimento de administração de empresas, enquanto os seus subordinados identificam em seus Gerentes Administrativos os seguintes conhecimentos: conhecimento em administração de empresas, conhecimento de contabilidade gerencial e conhecimento de economia. As principais habilidades que os superiores esperam do Gerente Administrativo são: facilidade de relacionamento interpessoal, liderança e facilidade de gestão de conflitos. Os subordinados identificaram as principais habilidades como sendo: liderança, lógico/matemático. facilidade de relacionamento interpessoal e raciocínio 73 As principais atitudes que os superiores esperam do Gerente Administrativo são: liderança, decisão e análise. Os subordinados identificaram as principais atitudes como sendo: liderança, senso de responsabilidade e decisão. O estudo de Gündel (2008) apresenta um estudo de caso em uma empresa prestadora de serviços no ramo de consórcios, cujo objetivo geral era identificar as competências gerenciais do diretor administrativo financeiro. Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada, com auxílio de questionários semi-abertos e observação participante, aplicados junto ao diretor administrativo financeiro, seu superior e seu subordinado. Dentre os principais resultados conclui-se que o diretor administrativo financeiro da empresa já possui alguns conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o eficiente desempenho de suas funções, mas não são suficientes visto que foram ainda apontados alguns conhecimentos, habilidades e atitudes que o mesmo deveria possuir e ainda não possui, esses estão relacionados no quadro a seguir. Conhecimentos Em Ciências Econômicas Habilidades Estratégias de crescimento Em Matemática Financeira Em Sistemas de Informação Em Administração de empresas Atitudes Flexibilidade e Adaptabilidade Orientação para resultados Análise Tributária Humildade Iniciativa Em Legislação Tributária e Civil Quadro 09 – Competências necessárias ao diretor administrativo financeiro de uma Empresa Administradora de consórcios voltadas para conhecimentos, habilidades e atitudes que deveria possuir, mas ainda não possui. Fonte: Adaptado de Gundel, 2008, p.118. Portanto, foi verificado, com base nessas informações, que o diretor administrativo financeiro da empresa estudada apresenta grande parte das competências essenciais para o desempenho de suas funções na estrutura financeira. Entretanto, para que as metas e objetivos traçados no planejamento estratégico da empresa, continuem sendo alcançados com sucesso, ele precisa desenvolver as competências que não possui, mas deveria possuir. Concluiu-se, assim, que o Diretor Administrativo Financeiro deveria possuir as competências conforme o quadro a seguir: 74 Competências do Diretor Administrativo Financeiro Conhecimentos 1 Graduação 1 Transparência Contábeis 2 Visão de Negócio 2 Ética 2 Língua Inglesa 3 Organização 3 Senso de Responsabilidade 3 Pós-graduação em Controladoria 4 Liderança 4 Comprometimentos e Finanças 5 Estratégias de Crescimento 5 Flexibilidade e 4 Mestrado em Gestão Financeira 6 Análise e Controle Financeiro Adaptabilidade 5 7 Tomada de decisão sobre 6 Orientação para Resultados econômicas melhores taxas e Riscos 7 Organização 6 Conhecimento em Matemática 8 Incentivo e Pró-atividade 8 Decisão Financeira 9 Gerenciamento do tempo 9 Humildade 7 Conhecimentos em Sistemas de 10 Análise Tributária e 10 Iniciativa Informação 11 Formação e gerenciamento de 11 Disciplina 8 Conhecimento em administração equipe 12 Liderança e em Ciências Atitudes 1 Raciocínio Lógico/Matemático Conhecimento em Habilidades ciências de Empresas e 13 Negociação 9 Conhecimento em Legislação Tributária Quadro 10 – Competências do Diretor Administrativo Financeiro, da Empresa Administradora de Consórcios Alfa. Fonte: Gundel, 2008, p.119. Dessa forma fica fácil perceber que o desenvolvimento de competências pessoais é muito importante para a organização. Pessoas capacitadas, qualificadas, e dotadas de conhecimentos e comportamentos compatíveis com suas funções são o diferencial competitivo de qualquer empresa e a chave para seu sucesso. A empresa incentivando e auxiliando no desenvolvimento de competências de seus gestores profissionais estará caminhando para a otimização de sua Gestão Estratégica e, conseqüentemente, para a eficácia organizacional. Portanto, o trabalho em questão foi importante, tanto para a Empresa Administradora de Consórcios Alfa, como para o Diretor Administrativo Financeiro, pois possibilitou a identificação de Competências essenciais, na área financeira, para o desenvolvimento da empresa como um todo e, principalmente, o desenvolvimento e crescimento profissional do Diretor Administrativo Financeiro (GUNDEL, 2008). A pesquisa de Mariano et al (2008) teve como objetivo mostrar o diferencial utilizado pelos gerentes ao desenvolverem suas competências dentro das organizações, constatou-se que devido ao comprometimento das pessoas com a 75 missão e os objetivos das organizações, o bom gerente tem importância fundamental para sustentabilidade da empresa pesquisada, as competências gerenciais contribuem para o desenvolvimento da organização, sendo assim, este está cada vez mais inovador, envolvem-se na resolução de problemas e na tomada de decisões, em geral apresentam condições de desenvolver habilidades técnicas, humanas e conceituais. O estudo de Vieira e Garcia (2004) estava centrado no objetivo de descrever e analisar as novas formas e conteúdos dos processos de seleção e formação dos trabalhadores, colocadas em curso numa organização do setor automotivo que investe no desenvolvimento das habilidades e conhecimentos dos trabalhadores, a fim de mantê-los articulados com as mais recentes inovações microeletrônicas. Os resultados mostram a gestão do conhecimento e das competências articuladas, as formas estratégicas de selecionar os trabalhadores mais flexíveis, prevendo a capacidade de adaptação e desenvolvimento à formação de mão-deobra fora do padrão-massa, investindo-se assim naqueles que verdadeiramente interessam ao processo, a fim de reduzir custos operacionais bem como desenvolvendo sistemas motivacionais capazes de gerar envolvimento, integração e comprometimento. O artigo de Rabechini Jr. e Pessoa (2005) apresenta um estudo conceitual analítico estruturado, envolvendo o desenvolvimento de competência com o objetivo de atingir maturidade em gerenciamento de projetos. Tal estudo se configura como síntese do trabalho de doutoramento e orientação dos respectivos autores através da abordagem de estudo de múltiplos casos, em três empresas de setores distintos. Os principais resultados apontaram que o modelo proposto mostrou, de forma agregada, uma amplitude considerável de variáveis relevantes na configuração de um plano de institucionalização de gerenciamento de projetos nas organizações. Dessa forma foi possível, através desse modelo, estabelecer uma análise sobre pressupostos da institucionalização via desenvolvimento de competências e estabelecimento de maturidade de forma evolutiva. Em 2003, Flink e Vanalle apresentaram, em um artigo, um estudo do estágio atual das empresas com relação à utilização da gestão por competências numa região do interior do estado de São Paulo. Foram pesquisadas 35 empresas nacionais e multinacionais. A conclusão que se chegou é que essa ferramenta de 76 gestão ainda é pouco usada, porém, com um grande potencial de crescimento em sua utilização nos próximos dois anos. O artigo apresentado por King, Fowler e Zeithaml (2002) foi centrado no objetivo de identificar e examinar os principais aspectos das competências e a relação existente entre a percepção dos gerentes de nível intermediário sobre elas e o desempenho da empresa. O estudo foi realizado com gerentes de nível intermediário de 17 empresas em dois setores: o têxtil e o hospitalar. Os principais resultados indicaram que existe uma relação entre os aspectos das competências e o êxito da empresa. O consenso entre os gerentes intermediários sobre as competências está associado ao alto desempenho, porém salienta que tal consenso não garante o sucesso da empresa, não existe receita para o mesmo, mas a compreensão da importância das competências é o que contribui para uma grande vantagem competitiva. Brandão, Andrade, Freitas e Vieira (2008) em artigo publicado sobre o tema Desenvolvimento e validação de uma Escala de competências gerenciais compartilham que se objetivou desenvolver uma escala para avaliar competências gerais buscando identificar e validar semântica e estatisticamente competências relevantes à atuação profissional de gestores de um banco público, bem como mensurar em que medida tais gestores expressam essas competências no trabalho. Para tanto, realizou-se pesquisas bibliográficas, documental e de campo, com realização de entrevistas semi-estruturadas e aplicação de questionamentos estruturados. A amostra foi centrada em 331 gestores da empresa, os dados foram analisados através de análises descritivas e fatorial. Os principais resultados revelaram 31 competências relevantes ao desempenho dos gestores, agrupados em seis fatores como: Estratégia e operações; resultado econômico; clientes; comportamento organizacional, processos internos e sociedade. Na auto avaliação dos participantes, em geral estes indicaram expressar razoavelmente tais competências no trabalho, a exceção daqueles associados ao Fator Sociedade, que ainda parecem necessitar de aprimoramento. Ao final, foram apontadas direções para realização de novas pesquisas. André (2006), na busca de conhecer o perfil de competências dos atuais gestores das unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo e analisar se essas competências favorecem ou não a implementação dos novos modelos 77 assistenciais e gerenciais que contemplam as estratégicas que lhe são inerentes, concluiu que a percepção dos atuais gestores em relação às competências para gerir uma UBS contempla uma visão simplista e que existe um despreparo desses agentes. Isto influencia diretamente o modo de operacionalização das estratégias e a dinâmica das equipes, contribuindo para a ineficácia e ineficiência dos processos. Quanto às competências que se julgavam necessárias a um gerente, foram levantadas as características pessoais como: equilíbrio, capacidade de escuta, de negociação e flexibilidade. Acredita-se que tais competências entram em consenso com as demais citadas, anteriormente pelos diversos autores, as quais são necessárias a uma atuação significativa no mercado contemporâneo. Portanto, torna-se pertinente enfatizar que para se trabalhar as categorias desta pesquisa foram utilizadas as considerações de alguns autores como: Mintzberg (1986); Motta (2007); Bitencourt (2001); Quinn et al, (2003); entre outros. 3 METODOLOGIA Os aspectos metodológicos estão centrados em um conjunto descritivo das atividades que foram desenvolvidos por etapas, levando em consideração a natureza da pesquisa e suas particularidades. Para Leite (2008, p. 280) “o projeto de pesquisa é uma construção lógica e racional, com base nos postulados da metodologia científica a ser empregada no desenvolvimento de uma série de etapas”. Observa-se assim, que os trabalhos de pesquisas devem ser orientados pelo método científico por ser considerado um conjunto de atividades sistemáticas e racionais, as quais proporcionam segurança, economia, além de permitir que se alcance o objetivo centrado em conhecimentos válidos e verdadeiros (LAKATOS e MARCONI, 2008). Portanto, “definir a metodologia significa realizar uma escolha de como pretende investigar a realidade” (ROESCH, 2006, p. 82). 78 3.1 TIPO DE PESQUISA O estudo assumiu características de uma pesquisa de cunho qualitativo, com a estratégia de estudo de caso, buscou assim, descrever as percepções dos indivíduos participantes, sobre as competências gerenciais presentes e necessárias aos gestores de uma instituição Pública de Ensino Infantil/fundamental. A pesquisa qualitativa surgiu no seio da sociologia e antropologia com a preocupação de entender o outro, em pouco tempo passou a ser empregada em mais disciplinas das ciências sociais e comportamentais, como a educação. Atualmente também está presente na psicologia e administração, buscando assim compreender e interpretar os fenômenos estudados sem aplicar instrumentos estatísticos que enfatizam o ato de medir ou enumerar para análise dos dados (DENZIN; LINCOLN, 2006). (Grifo nosso). Toma-se ainda como base a taxionomia apresentada por Vergara (1990 apud VERGARA, 2006, p. 49) a qual apresenta a qualificação quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa foi descritiva pelo fato de visar à descrição das percepções e expectativas dos sujeitos sociais envolvidos na investigação. Quanto aos meios, foi documental e de campo. Documental porque se valeu de documentos internos do NEI e dos documentos externos da UFRN. Segundo Vergara (2006, p. 48) os “documentos são conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza ou com pessoas” os quais são: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, entre muitos outros. De campo, por ser uma investigação empírica realizada no local que dispõe de elementos que explicam o fenômeno estudado, incluindo a entrevista e aplicação de questionários (VERGARA, 2006). Segundo Roesch (2006) a pesquisa qualitativa é uma alternativa metodológica que pode ser apropriada para estudo de caso, pesquisa ação, com técnicas voltadas para a coleta de dados, observação participante, entrevistas, entre outros. Lima (2004) compartilha que a pesquisa qualitativa rejeita o pressuposto que reconhece a existência de um único método de investigação, válido para todas as ciências, sejam as mesmas físicas ou culturais. Método de estudo de caso é apontado por este autor, como uma pesquisa empírica de caráter qualitativo sobre 79 um fenômeno em curso e em seu contexto real. Nesse método é possível explicar um determinado fenômeno com a exploração intensa de uma única unidade de estudo ou várias, possibilitando uma análise comparativa, viabilizando uma imersão integral, profunda e minuciosa do pesquisador sobre a realidade social investigada. 3.2 UNIVERSO/AMOSTRA DA PESQUISA O estudo foi desenvolvido em uma instituição pública de ensino infantil/fundamental precisamente no NEI – Núcleo de Educação Infantil, o qual oferece a primeira etapa da educação básica, estendendo-se ao 2º nível do ensino fundamental obrigatório para crianças até 8 anos de idade, está localizado nas imediações do Campus Universitário da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na região nordeste. Essa instituição foi selecionada frente à facilidade de acesso do pesquisador junto aos informantes que foram selecionados para a pesquisa. O universo do estudo foi centrado na equipe do NEI, do ano de 2010. Atualmente, essa equipe comporta 72 componentes, porém a amostra foi na figura: do diretor, vice-diretor, dos coordenadores pedagógicos, coordenadores de pesquisa e extensão e dos professores efetivos em exercício, os mesmos serão envolvidos pela oportunidade e possibilidade de assumirem tais cargos/funções na referida instituição, visto que tais gestores surgem ou emergem da própria equipe de professores efetivos em exercício. A amostra foi composta de 19 participantes. A escolha pela seleção da participação dos gestores no estudo se deu pelo fato dos mesmos serem os responsáveis diretos a responderem pela instituição frente às demandas administrativas e pedagógicas do Campus Universitário Federal do Rio Grande do Norte e em outras instâncias governamentais e privadas, no próprio estado ou fora dele. Os professores substitutos; funcionários, bolsista (servidores) e a comunidade escolar (pais de alunos) foram também selecionados pelo fato de serem liderados por tais gestores. Os critérios utilizados para definição da amostra se deram por uma ou mais representações de cada função, com exceção dos gestores. 80 Foi levado em consideração a disponibilidade do grupo que compõe a amostra e a acessibilidade da pesquisadora frente aos mesmos. Selecionam-se os elementos de uma pesquisa pela facilidade de acesso a eles (VERGARA, 2006, p. 51). Em cada função buscou-se respondente, tanto do questionário, quanto da entrevista. A cada cinco do universo, apresenta-se uma amostra, conforme o quadro a seguir: Equipe Universo Amostra Gestores 06 06 Professores efetivos em exercício 10 02 Professores afastados para qualificações 07 - Professores substituídos 12 03 Funcionários efetivos 14 03 Funcionários terceirizados 08 02 Bolsistas 02 01 cedidos para outras instâncias governamentais da UFRN 05 __ Representação da comunidade escolar 08 02 Totais 72 19 Afastamentos por outros motivos como: acompanhamento de cônjuge; Quadro 11 – Universo e Amostra. Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2010). O processo de amostra comporta dois tipos: A probabilística e a não probabilística. A primeira fundamenta-se em leis estatísticas centradas em aleatórias simples; aleatórias estratificadas e as por conglomerado. Enquanto que a segunda baseia-se nos critérios apresentados pelo pesquisador sendo mais comum as por conveniência, por julgamento ou intencionais, por cotas e auto-geradas (ACEVEDO; NOHARA, 2006, p. 56), (LEITE, 2008, p. 121-129) e (MONEY; BABIN; SAMOUEL, 2003). Este estudo fundamenta-se na amostragem não probabilística por comportar uma amostra intencional. A inclusão ou a exclusão dos elementos ficou a critério do pesquisador e nem todos os componentes da população tiveram a chance de serem selecionados para a referida amostra. A amostragem intencional envolve a seleção de elementos para fins específicos. Esse tipo de amostra não faz uso de uma forma aleatória de seleção (LEITE, 2008). 81 3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS A pesquisa foi desenvolvida por etapas, após a busca de apoio na literatura e revisão de alguns trabalhos já desenvolvidos nessa temática do estudo. A primeira etapa traz o contato inicial da pesquisadora com a direção da escola, conforme uma conversa presencial, quando se fez a exposição das finalidades do trabalho, solicitando, através de ofício, permissão para a realização do mesmo. A segunda foi o contato com a equipe do NEI, de forma grupal e individual, quando se socializou os objetivos da pesquisa e informações sobre a seleção da amostra e dos instrumentos da coleta de dados a serem aplicados. A terceira foi a aplicação dos questionários e entrevistas (instrumentos da coleta de dados) com os gestores; professores, funcionários e bolsista (servidores) e comunidade escolar (pais de alunos) nos meses de março e abril de 2010. A quarta foi a análise e tratamento dos dados coletados. Utilizou-se a análise de conteúdo baseada na fundamentação teórica, precisamente nas considerações dos autores destacados para se trabalhar as categorias deste estudo e análise documental do regimento interno do NEI e regimento geral da UFRN. Entende-se que o questionário é uma das técnicas de investigação considerada como um dos meios de se obter informações que não exige um treinamento prévio; garante o anonimato, além de implicar em menores gastos pessoais (GIL, 2006, p.128). A seguir compartilha-se o quadro síntese das etapas deste estudo. 82 Etapas Descrição Público alvo Compartilhar os objetivos do estudo e Primeira solicitar autorização para a realização Instrumentos utilizados Ofício Direção e conversa presencial do mesmo na instituição Socializar os objetivos da pesquisa e Segunda informar sobre a seleção da amostra A equipe do NEI De forma grupal e individual e dos instrumentos da coleta de dados a serem aplicados Terceira Aplicar os instrumentos da coleta de dados O grupo da amostra do estudo Analisar e tratar os dados coletados Quarta Questionários e entrevistas Análise documental Análise Registros documentados de conteúdo baseada na fundamentação teórica, precisamente nas considerações dos autores destacados trabalhar para as se categorias deste estudo e análise documental Quadro 12 – Síntese das etapas deste estudo. Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2010). Foi aplicado um questionário já validado, com adaptações, apresentando questões abertas para que o entrevistado pudesse escrever sua resposta sem qualquer restrição, tendo assim liberdade de expressão (GIL, 2006). As perguntas sendo abertas ou livres proporcionam ao respondente desenvolver-se de forma livre. Essas viabilizam ao alcance de materiais qualitativos na medida em que correspondem as questões. O aprofundamento, bem como a abrangência das respostas dependeu, com exclusividade, do respondente (LIMA, 2004). Este estudo se utilizou da entrevista semi-estruturada, também chamada de antropológica, livre e despadronizada, essa proporciona ao entrevistador, liberdade para que o mesmo desenvolva cada situação em uma direção que considere mais adequada, com uma exploração mais ampla, o que foi o caso do atual estudo (LAKATOS; MARCONI, 2008). Todos os critérios acima mencionados, tanto dos questionários, quanto das entrevistas foram considerados neste estudo. Os questionários foram distribuídos 83 pessoalmente pela pesquisadora, tendo um retorno gradativo. As entrevistas foram presenciais, possibilitando ao entrevistador/ pesquisador captar as informações de forma clara e objetiva, aplicadas nos meses de março e abril do ano de 2010. As entrevistas semi-estruturadas, com questões abertas, “permitem ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos participantes da pesquisa” (ROESCH, 2006, p.159). 3.4 CATEGORIAS DA PESQUISA O cotidiano de cada escola é singular e manifesta-se através das relações e de diferentes encaminhamentos entre os diversos atores que a constituem, porém, tais atores tem suas particularidades, frente a estas são apontadas as seguintes categorias de estudo (a posteriori): Competências; Competências gerenciais necessárias e presentes; estratégia de desenvolvimento e competências gerenciais de requisito. A competência é pensada como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um desempenho fundamentado no estoque de recursos que o indivíduo detém. Sua avaliação é realizada com relação ao conjunto de tarefas executadas pela pessoa. Revela-se assim no contexto do mundo do trabalho, quer seja nas empresas, quer seja nas sociedades, e na sua capacidade de assumir iniciativas. Agrega valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo. Este desempenho é voltado para a variável/categoria dependente tendo como definição operacional um auto-desenvolvimento. A variável/categoria independente traz como definição operacional o conhecimento técnico, com habilidades, criatividade, liderança e relacionamento interpessoal entre outros, (FLEURY; FLEURY, 2007) e (DUTRA, 2004). Dessa forma, as variáveis/categorias qualitativas são definidas por meio de uma descrição analítica, e não medidas ou contadas (FACHIN, 2006). Portanto, as competências gerenciais necessárias se detêm no desempenho do indivíduo, ou seja, no cumprimento do mesmo das suas obrigações, precisamente em sua função gerencial; as presentes fixar-se na consolidação dos conhecimentos teóricos às práticas com objetivos de se alcançar resultados; 84 estratégia de desenvolvimento visa o crescimento organizacional, envolvendo a motivação e o estímulo para adoção da capacidade de se reformular certas atitudes e as competências gerenciais de requisito delimitam o avanço de uma organização, sobre o ponto de vista técnico interpessoal, auxiliando dessa forma para o crescimento humano. 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS O tratamento dos dados ocorreu através da técnica de análise de conteúdo e interpretações à luz de referenciais teóricos compatíveis com as exigências do tema/problema, norteadores da referida investigação, as informações obtidas pelo estudo foram organizadas de forma clara e compreensível. A análise de conteúdo é um dos recursos que tem sido explorado para tratamento de materiais de cunho documental. Como instrumentos de análise, ganha credibilidade quando o pesquisador dispõe de uma fundamentação teórica consistente para impressão do sentido aos conteúdos dos possíveis documentos analisados (LIMA, 2004). Esta análise centrada no questionário de perguntas abertas permite ao pesquisador o entendimento e a capacidade de se capturar a perspectiva dos respondentes, sem, contudo, haver necessidade de se apresentar uma categorização prévia de alternativas para as respostas, porém se surgir respostas inesperadas, as mesmas devem ser categorizadas no propósito de possibilitar a interpretação, isto pode acontecer pela liberdade que se dá ao respondente. As entrevistas semi-estruturadas, amparadas pela mesma, permitem a captação do “nível de emoção dos respondentes, a maneira como organizam o mundo, seus pensamentos sobre o que está acontecendo, suas experiências e percepções básicas” (ROESCH, 2006, p.169). Este tipo de análise para o tratamento de dados em uma pesquisa se configura como um estudo descritivo visando assim descrever os fenômenos estudados, as características de um grupo, compreendendo suas relações (ACEVEDO; NOHARA, 2006). A análise de conteúdo é vista como uma técnica para tratamento de dados, cujos objetivos é identificar o que está sendo compartilhado a 85 respeito de um determinado tema. Segundo Bardin (1977), essa se designa como: Um conjunto de técnicas de analises de comunicação, que visa obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, alcançarem indicadores quantitativos ou não que autorizem a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens. Dessa forma, essa análise pode ser tratada a partir de elementos comuns explicitados nos instrumentos da coleta de dados utilizados no estudo. Para Bardin (1977) a análise de conteúdo se organiza em três fases: a primeira consta a préanálise, vista como a leitura flutuante, quando consiste em estabelecer contato com os documentos a analisar e em conhecer o texto, deixando-se envolver pelas impressões e orientações, bem como a preparação do material (antes da análise propriamente dita) espera-se que o material reunido passe pelo crivo de uma preparação formal ou edição dos textos, que vão desde o alinhamento dos enunciados, até a transformação lingüística, entre outros. Na segunda fase pontuase a exploração do material, o qual se trata de procedimentos aplicados manualmente ou de operações e efetuadas pelo ordenador, consiste essencialmente das operações de codificação, desconto ou enumeração, em função das regras formuladas previamente. Na terceira fase encontra-se o tratamento dos resultados obtidos e interpretações (sínteses e discussões dos resultados encontrados). As pesquisas deste tipo têm como finalidade primordial descrever as características de uma determinada população ou fenômeno no estabelecimento das relações, levanta opiniões, atitudes e crenças sociais na preocupação com uma atuação prática (GIL, 2006). O volume de informações, geradas pelo estudo foi organizado de forma compreensível e explicitadas em uma tabulação qualitativa, sem apoio da tecnologia e através da análise de conteúdo chegou-se a conclusão e alcance dos objetivos do referido estudo, caracterizado em descrever a função gestora do NEI; identificando as competências gerenciais presentes e necessárias a um gestor de uma Escola Pública do Ensino Infantil/Fundamental, verificando as estratégias de desenvolvimento das mesmas, bem como apontar os desafios enfrentados por esses gestores na execução de suas atribuições, comparando as percepções dos sujeitos pesquisados. 86 Dessa forma foi mantida a originalidade das falas do grupo pesquisado e as interpretações do pesquisador. Cada indivíduo está sendo exposto através de uma codificação para que sua identidade seja preservada, conforme acerto anterior. Essa codificação é representada por uma ou duas letras maiúsculas e um número conforme o quadro a seguir: Gestores G1 G2 G3 G4 G5 G6 Professores Efetivos em exercício PE1 PE2 - Professores Substitutos Funcionários Efetivos Funcionários Terceirizados PS1 FE1 FT1 PS2 FE2 FT2 PS3 FE3 Quadro 13 – Codificação do Grupo Pesquisado. Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2010). Bolsista Comunidade Escolar B1 - CE1 CE2 - Portanto, foi mantida em sigilo a identidade dos respondentes e preservado o acerto de não expor os mesmos. 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1 NEI (CONTEXTO) O Núcleo de Educação Infantil – NEI é uma Escola Pública Federal fundada em 1979, seu trabalho está inserido na produção de saberes e fazeres de uma unidade infantil no contexto de uma Universidade Pública em uma sociedade contemporânea. Contribui ainda na formação inicial e continuada de professores, sendo consolidado como campo de estágio e observação para alunos dos cursos de graduação da UFRN, bem como desenvolve parcerias no curso de pedagogia, no Núcleo de Estudos em Educação Infantil e em cursos de Pós-graduação em Educação da UFRN, o corpo docente desta instituição ministra disciplina e participa de discussões nos âmbitos educacionais. Desenvolve ações de assessorias às escolas da rede pública e privada; participa e promove Congresso, Seminários e 87 encontros acerca do trabalho pedagógico que envolve a educação infantil. Coordena e abriga em suas instalações o Fórum de Educação Infantil do Rio Grande do Norte/ MIEIB e a OMEP Natal/RN. Atualmente, seus profissionais giram em torno de 72 (setenta e dois) componentes e seus alunos no total de 283 (duzentos e oitenta e três) crianças, divididas entre os turnos matutino e vespertino, com abertura de inclusão para crianças ditas/tidas como “especiais”. Busca contribuir efetivamente para que todos seus alunos sejam atendidos em suas especificidades indiferentes de cor; sexo; classe social etc. Nesta perspectiva o NEI tem sido um espaço de entrelaçamentos de vivências e saberes através da interação de vários atores/ colaboradores do processo educativo. É um lugar de descobrir e ensinar; comunicar e conhecer; compartilhar e sentir-se vivo; onde há conversas, brincadeiras, danças, desenhos, poesias, histórias, risadas, afetos e desafetos numa possibilidade sistemática da criança poder fruir e usufruir do próprio corpo em suas múltiplas linguagens em contato com os conhecimentos fundamentais da vida contemporânea, em busca da construção de uma prática competente. 4.2 PERFIL DOS PARTICIPANTES Os participantes da pesquisa foram os gestores, servidores (professores, funcionários e bolsista) e membros da comunidade escolar (pais de alunos). Cuja legenda foi compartilhada anteriormente, sendo cada grupo representado por uma ou duas letras maiúsculas e um número, como se pode retomar sua exemplificação do quadro 13: Gestores G1 G2 G3 G4 G5 G6 Professores Efetivos em exercício PE1 PE2 - Professores Substitutos Funcionários Efetivos Funcionários Terceirizados PS1 FE1 FT1 PS2 FE2 FT2 PS3 FE3 Quadro 13 – Codificação do Grupo Pesquisado. Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2010). Bolsista Comunidade Escolar B1 - CE1 CE2 - 88 A seguir será apresentado o perfil de cada grupo pesquisado. O grupo dos gestores se configura como composto de seis do sexo feminino; um na faixa etária dos 38 (trinta e oito) anos; três na faixa dos 42 (quarenta e dois) à 46 (quarenta e seis) anos; um na dos 52 (cinquenta e dois) anos e um não registrou a idade. Cujas experiências estão centradas da seguinte forma: de (1) um a (5) cinco anos, quatro gestores; de (7) anos, um gestor e (1) um mês, um gestor. O tempo de serviço deste grupo na instituição pesquisada está assim distribuída: um gestor tem 3 (três) anos; de (16) dezesseis anos à (16) dezesseis anos e (2) dois meses; quatro gestores; com 31 (trinta e um) anos, um gestor, suas titulações é de que: dois possuem doutorado, sendo um incompleto e quatro mestrados concluídos. O grupo dos professores, funcionários e bolsista (servidores), foi composto de onze indivíduos, sendo oito do sexo feminino e três masculinos, quatro na faixa etária dos 24 (vinte e quatro) aos 29 (vinte e nove) anos; um na dos 30 (trinta); três na faixa etária dos 40 (quarenta) aos 48 (quarenta e oito) anos; dois na faixa etária dos 52 (cinqüenta e dois) aos 53 (cinqüenta e três) anos e um não registrou a idade. Quatro tem experiências na função de gestor, cujas vivências são de um a cinco anos; sete não tem experiência nesta função, fazem parte do NEI em um período que varia entre 1 (um) e 31 (trinta e um) anos, sendo que: de 1(um) à 5 (cinco) anos tem seis servidores; com 6 (seis) anos, um servidor; de 20 (vinte) à 31 (trinta e um) anos, quatro servidores, suas titulações estão centradas em: um doutorado; dois mestrados, sendo um incompleto; três especializações; duas graduações, sendo uma incompleta; dois 2º graus, um inacabado e um 1º grau incompleto. A comunidade escolar foi representada por 1 (um) indivíduo do sexo masculino e 1 (um) do sexo feminino, um deste não registrou a idade, o outro está na faixa etária de 29 (vinte e nove) anos; um tem experiência como gestor de 1 (um) ano e participa desta instituição em um período de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses, enquanto que o outro não compartilhou essas informações. A titulação destes está em uma especialização e uma graduação. No quadro 14 a seguir, visualiza-se de forma mais clara e objetiva o perfil dos participantes. 89 M F IDADE EXPERIÊNCIA COMO GESTOR 1 2 3 4 5 G1 G2 G3 G4 G5 - X X X X X 42 44 52 38 7 ANOS 1 ANO 2 ANOS 3 ANOS 1 MÊS 6 G6 - X 46 7 8 9 PE1 PE2 PS1 - X X X 52 48 1 ANO E 2 MESES 5 ANOS 2 ANO 10 11 12 13 14 PS2 PS3 FE1 FE2 FE3 15 FT1 16 FT2 17 18 19 B1 CE1 CE2 TEMPO DE SERVIÇO NO NEI/PARTICIPAÇÃO NA COMUNIDADE ESCOLAR 16 ANOS 16 ANOS 31 ANOS 16 ANOS 3 ANOS 16 ANOS E 2 MESES TITULAÇÃO (ESCOLARIDADE) DOUTORADO MESTRADO MESTRADO MESTRADO MESTRADO DOUTORADO INCOMPLETO 23 ANOS 28 ANOS 4 ANOS ESPECIALIZAÇÃO DOUTORADO ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO - X 27 5 ANOS INCOMPLETO X 29 1 ANO 3 ANOS MESTRADO X 30 1 ANO E 6 MESES GRADUAÇÃO - X 47 20 ANOS 2º GRAU - X 53 1 ANO 31 ANOS ESPECIALIZAÇÃO 2º GRAU - X 40 6 ANOS INCOMPLETO 1º GRAU X 29 4 ANOS INCOMPLETO GRADUAÇÃO - X 24 1 ANO INCOMPLETA X ESPECIALIZAÇÃO - X 29 1 ANO 1 ANO E 4 MESES GRADUAÇÃO Quadro 14 - Perfil dos pesquisados/participantes da coleta de dados. Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2010). Os níveis acadêmicos da equipe pesquisada estão centrados nas diversas áreas de conhecimentos conforme os relatos dos questionários e das entrevistas. O resumo do perfil predominante do grupo pesquisado está exposto no quadro 15. GRUPO Sexo Gestor F Servidor F Comunidade Escolar M/F Idade (faixa etária) 42 à 46 anos 24 à 29 anos 29 anos Experiência como Gestor De um à cinco anos De um à cinco anos Tempo de serviço/ participação na comunidade escolar De 16 anos à 16 (anos) e dois meses De um à cinco anos Um ano 1 ano e 4 meses Quadro 15 – Perfil Predominante. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Titulação (escolaridade) Mestrado Especialização Graduação e Especialização A partir das informações do grupo pesquisado sobre o perfil dos entrevistados, ressalta-se com base no regimento interno no NEI – Seção I Art. 20º 90 p. 2º que os atuais gestores da instituição pesquisada são professores efetivos do NEI, considerados como servidores que exercem um cargo de confiança, com dedicação exclusiva. O tempo de serviço na instituição e sua faixa etária não tem influenciado na escolha do mesmo para o cargo, nem a questão de que em sua trajetória de carreira administrativa tenha tido experiências registradas com um conceito elevado de atuação, conforme informações do quadro 15, intitulado como “Perfil Predominante”. O que conta para essa escolha é que o gestor apresente um perfil com atitudes, habilidades e conhecimentos (competências) que caracterizem seu desempenho de saber ou não desenvolver tal função aliada a sua formação acadêmica. Le Boterf (2003) considera a questão de que, o que gera o desempenho são os recursos mobilizados, a saber: conhecimentos, habilidades e atitudes. De acordo com a coleta de dados, foi realizado os registros dos resultados em três etapas: a primeira contempla a percepção dos gestores; a segunda a dos professores, funcionários e bolsista (servidores); a terceira a percepção da comunidade escolar. 4.3 PERCEPÇÃO DOS GESTORES SOBRE A FUNÇÃO GERENCIAL A primeira etapa traz uma descrição objetiva das principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, conforme a percepção de cada um. Todos os gestores citaram que cabe aos tais articular ações, direcionando as demandas físicas e pedagógicas, tendo uma visão do que seja uma organização/instituição pública, promovendo e administrando os recursos materiais, financeiros e humanos, ou seja, coordenam o funcionamento geral da escola, inclusive organizando documentos da instituição, tomando decisões e distribuindo tarefas, cumprindo assim suas obrigações. Essas atribuições foram as mais citadas. O relato de G1 exemplifica essa percepção: Articular ações no sentido de prover o bom desenvolvimento da instituição, levando em conta as necessidades/anseios do corpo discente – crianças, professores, funcionários, pais e comunidade escolar (G1). 91 Dois gestores relataram que os mesmos mantêm a formação continuada dos professores, articulam/organizam e direcionam os projetos e programas da instituição (contribuição da formação de professores externos). As funções menos citadas foram apontadas só uma vez, sendo elas: prestam assessoria as escolas externas quando solicitado; Elaboram projetos de extensão de ações individuais; Colaboram com os projetos do departamento de Educação da UFRN e do MEC (Secretaria de Educação Básica). As principais funções atribuídas aos gestores do NEI, apresentadas por este grupo, serão expostas também através de um quadro denominado como “tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, conforme a visão dos mesmos”. Principais tarefas/responsabilidades Coordenam o funcionamento geral da escola Gestores G1, G2, G3, G4, G5, G6 Manter a formação continuada dos professores internos e externos G4, G5 Prestam assessoria as escolas externas G5 Elaboram projetos de extensão de ações individuais G5 Colaboram com os projetos do departamento de Educação da UFRN e do MEC (Secretaria de Educação Básica) G5 Quadro 16 – Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, conforme a visão dos mesmos. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Dessa forma, os gestores demonstram o reconhecimento de suas funções/atribuições, que devem ser desenvolvidas no NEI, metade dos gestores compartilham que essas estão registradas de forma interna, no regimento do NEI e de forma externa, no regimento geral da UFRN. Apenas G1 coloca que o NEI sendo unidade suplementar, o seu gestor deveria ser indicado pelo diretor do centro ao qual o Núcleo está ligado e nomeado pelo Reitor. Porém, na fala de G4 há uma explicação para tal informação, quando justifica o porquê disto não está mais acontecendo no NEI. De acordo com ele: ...Essas funções/tarefas e responsabilidades estão registradas no regimento interno do NEI e no regimento externo da UFRN, antes o gestor do NEI era indicado pelo Reitor, isto está registrado no regimento da UFRN, por ser um órgão suplementar da UFRN, mas pelas conquistas da própria instituição, 92 hoje a mesma tem autonomia em indicar seu próprio gestor, a UFRN desenvolve uma gestão democrática que não interfere nesta questão, mesmo estando registrado em seu regimento que esse gestor deveria ser indicado pelo centro a que a instituição está ligada e nomeado pelo Reitor (G4). Ao analisar o regimento externo da UFRN, percebe-se que o gestor/diretor e vice-diretor são designados pelo Reitor, com aprovação do conselho de administração, Seção VII art. 75, no art. 76 e no Parágrafo Único da mesma Seção encontra-se que “As Unidades Suplementares tem conselhos deliberativos ou consultivos na forma definida nos seus regimentos internos”; e “As unidades de ensino básico tem regimento próprio” (Regimento Geral da UFRN 2009, p. 49 e 50). Dessa forma entende-se que exista o regimento externo e o interno que direcionam as ações dos gestores, dando-lhes amplos poderes de decisões. A maioria dos servidores citou que as funções dos gestores do NEI estão concentradas na responsabilidade pelas diretrizes primárias e secundárias do Núcleo, no que diz respeito a organizar as ações da instituição, seu funcionamento de forma geral (manutenção da escola/manter e revitalizar os espaços, ou seja, cumprir com as obrigações que lhes são impostas). Dois relatos exemplificam o que foi exposto por esses servidores: Cuidar do administrativo e do pedagógico, tendo ciência do funcionamento geral da escola (PS3). Organizar as rotinas administrativas da escola, manutenção tanto no aspecto formal quanto informal. Compra de material de expediente, cuidado com o prédio (estrutura física) e cuidado no aspecto pedagógico, envolvendo planejamento e administração, de servidores voltados para este fim (FE1). Para três servidores (PE2, PS1, PS2) essas funções dizem respeito a apoiar os professores, organizando o trabalho pedagógico, bem como o apoio aos pais. Enquanto que PE1, PS1, PS2 compartilharam que cabe aos gestores buscar junto ao MEC e demais órgãos superiores os recursos destinados à instituição. Já para PE1, PS1, FE2 esses devem articular os projetos de extensão. PE2, PS2 informaram que cabe aos gestores proporcionar aos professores uma formação permanente e a formação também de professores externos, nos projetos de extensão. 93 As funções menos citadas consideram que os gestores do NEI (coordenadores) elaboram idéias sobre a utilização dos recursos adquiridos, dando assessoria à administração; organizam e planejam a busca de apresentações externas, com o propósito de enriquecer a cultura das crianças do Núcleo, bem como de toda a equipe. O quadro a seguir permite visualizar as visões dos servidores dentro desta questão. Principais tarefas/responsabilidades Servidores Responsabilidades pelas diretrizes primárias e secundárias do Núcleo/Funcionamento geral da instituição PE1, PS1, PS2, PS3, FE1, FE2, FE3, FT1, FT2, B1 Apoiar os professores, organizando o trabalho pedagógico e apoiar os pais PE2, PS1, PS2 Buscar junto ao MEC e demais órgãos superiores, os recursos destinados à instituição PE1, PS1, PS2 Articular os projetos de extensão PE1, PS1, FE2 Proporcionar aos professores uma formação permanente e a formação também de professores externos PE2, PS2 Elaboram idéias sobre a utilização dos recursos adquiridos PE2 Organizam e planejam a busca de apresentações externas PS2 Quadro 17 – Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, conforme a visão dos servidores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Os servidores reconhecem as funções dos gestores do NEI, e quanto às questões de que as atribuições dos mesmos estejam registradas de forma interna ou externa, a maioria não fez menção nenhuma, sobre tal conhecimento. PS1, FT2, B1 expõem que nunca tiveram acesso aos documentos que especificassem as funções dos gestores do NEI e não tem conhecimento destes registros internos ou externos, mas acreditam que existem tais registros. PS2, FE2 dizem que estão registradas de forma interna, os relatos que estão na minoria foi exposto por PS3 quando diz que é de desconhecimento dos professores substitutos a existência de que no regimento interno tais funções estejam expostas, mas confirma que existe. PE2 compartilhou que as atribuições dos gestores do NEI estão registradas de forma interna e não tem conhecimento que estejam registradas de forma externa, apesar de especificar que o NEI vai além das atribuições que a UFRN dá aos órgãos suplementares (se a UFRN indica essas 94 atribuições é porque existe um regimento geral da UFRN, já constatado sua existência anteriormente), isto se dar pela história de lutas e conquistas do NEI em busca pela melhoria e qualidade de ensino. De acordo com ele: ... Essas tarefas estão registradas na proposta pedagógica e no cotidiano, nas pastas organizadoras. Nas normas do regimento interno do NEI, talvez não com as palavras e detalhamento conforme especifiquei, mas de forma sucinta. Não é do meu conhecimento que estejam registradas de forma externa. O NEI vai além das atribuições que a UFRN dar aos órgãos suplementares por sua história de lutas e conquistas pela melhoria e qualidade de ensino (PE2). O servidor B1 compartilha que: ...Não é de meu conhecimento que a escola possua um documento específico que regulamente tais funções (B1). Para os membros da comunidade escolar, os gestores do NEI coordenam e acompanham o desenvolvimento de atividades na instituição; Adquirem recursos para a mesma; Representam o NEI nos mais diversos segmentos da sociedade; Prestam informações quando solicitados por órgãos fiscalizadores. A comunidade escolar compartilhou suas percepções acerca das funções dos gestores do NEI, as quais não se distanciam das considerações dos demais pesquisados, cujos relatos estão assim expostos: Coordenar as atividades ao exercício do papel de gestor; Manter contato com a administração central para conseguir recursos patrimoniais, financeiros e de pessoal. Acompanhar juntamente com a coordenação pedagógica, o desenvolvimento das atividades desenvolvidas pelos professores. Representar o NEI, nos mais diversos seguimentos da sociedade; Acompanhar juntamente com a nutricionista, a aquisição de merendaescolar; Coordenar as reuniões do NEI, tanto de natureza ordinária quanto extraordinária; Prestar informações quando solicitado por órgãos que exerçam o papel fiscalizador; Elaborar o edital para a seleção de novos alunos; Presidir o(s) sorteio(s) que definem a(s) ocupação(ões) da(s) metas estabelecida(s) em edital, posso dizer que os gestores do NEI cumprem com suas obrigações (CE1). Gerenciar descentralizando e delegando poderes aos seguimentos da escola, para que os mesmos efetuem suas ações nos diversos setores da escola. Não tenho conhecimento se estão registradas tais tarefas e responsabilidades sejam de forma interna ou externa (CE2). 95 CE1 não fez menção se as atribuições dos gestores do NEI estão registradas de forma interna ou externa e CE2 citou que não tem conhecimentos destes registros. Observa-se que existem diversidades quanto às funções estarem registradas de forma interna ou externa. Sendo assim, buscou-se o regimento interno da instituição para análise documental. Sendo constatados os registros de forma interna das funções dos gestores no capítulo III, Art. 19, Seção I – Art. 20º ao 23º e Seção II Art. 24º, sendo coerente com o que foi citado por estes grupos. Neste regimento interno contempla-se a informação que confirma a existência do regimento geral (externo) da UFRN, no capítulo III, Seção I – Art. 22º, item XV. O quadro 18 – traz a síntese das principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, apontadas pela comunidade escolar. Principais tarefas/responsabilidades Comunidade escolar Coordenar e acompanhar o desenvolvimento de atividades no NEI Adquirir recursos para a instituição CE1, CE2 Prestam informações quando solicitados Quadro 18 – Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI, conforme a visão da comunidade escolar. Fonte: Dados da pesquisa (2010). As funções dos gestores do NEI foram expostas pelo grupo pesquisado, de acordo com a natureza específica do que seja esperado de uma instituição pública educacional. Conforme a análise do regimento externo da UFRN e regimento interno do NEI, compartilhado anteriormente, é possível expor a relação articulada destes documentos com a percepção da equipe pesquisada. O quadro a seguir expõe essa relação. 96 Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI Regimento Externo da UFRN Regimento interno do NEI Equipe pesquisada Coordenação geral e Funcionamento geral da escola Coordenam o funcionamento acompanhamento das geral da escola atividades Acompanhamento das Acompanhar o Apoiar os professores, atividades de ensino desenvolvimento das atividades organizando o trabalho de ensino pedagógico Acompanhamento das Acompanhar o Articular os projetos de atividades de pesquisa e desenvolvimento das atividades extensão extensão de pesquisa e extensão As Unidades Suplementares Elaboração do plano de Elaboram idéias sobre a tem conselhos deliberativos ou aplicação de recursos utilização dos recursos consultivos na forma definida financeiros adquiridos nos seus regimentos internos (dando-lhes poderes de decisões na aplicação dos recursos financeiros e questões afins) As Unidades Suplementares Coordenar e controlar as Organizam e planejam a busca tem conselhos deliberativos ou atividades acadêmicas de apresentações externas consultivos na forma definida nos seus regimentos internos (dando-lhes poderes de decisões na aplicação dos recursos financeiros e questões afins) Relacionamento administrativo Encaminhar ao diretor do Mantém contato com a da unidade com a Reitoria ou centro de Educação o qual está administração para adquirir centro acadêmico para efeito ligado a descriminação da recursos para a instituição de planejamento receita e da despesa prevista para o Núcleo para elaboração de proposta orçamentária Quadro 19 - Principais tarefas/responsabilidades dos gestores do NEI – Relação articulada entre o Regimento Externo da UFRN, Regimento Interno do NEI e Grupo pesquisado. Fonte: Regimento Externo da UFRN, Regimento Interno do NEI e dados da pesquisa (2010). O gestor constitui a base, o alicerce da instituição. Ele é o elo entre a sociedade/comunidade, o corpo docente e o corpo discente, encarregado das tarefas de dirigir e coordenar as atividades do grupo, Boog (1991) considera esse elo como representação de um papel desafiador. Na análise dos resultados observou-se que as funções atribuídas aos gestores do NEI são direcionadas na categoria interpessoal, no papel de imagem de chefe, apontada por Mintzberg (1986), o qual se caracteriza como desempenho das obrigações de natureza cerimonial, dessa forma os gestores do NEI articula ações 97 direcionando as demandas físicas e pedagógicas, coordenando o funcionamento geral da escola voltada para o desempenho de suas obrigações. Outro papel identificado foi o de líder, sendo os gestores do NEI, responsáveis diretos pelo trabalho dos subordinados, inseridos também nas funções interpessoais de Mintzberg (1986). Ainda nesta categoria, encontra-se o papel de contato, exposto por Mintzberg (1986) como o estabelecimento da busca de informações internas ou externas, neste papel os gestores do NEI se enquadram quando organizam e planejam a busca de apresentações externas como forma de enriquecimento da cultura do Núcleo. Outras funções gerenciais foram apontadas na categoria decisorial, no papel de locador de recursos, para Mintzberg (1986) os gerentes/gestores são responsáveis por decidir, bem como autorizar a outros a tomarem decisões importantes, os gestores do NEI delegam poderes aos segmentos da escola. Ainda na categoria decisorial encontra-se a função empreendedora, que segundo Mintzberg (1986) promove melhoras para a organização supervisionando novos projetos. Os gestores do NEI, nessa perspectiva elaboram idéias sobre a utilização dos recursos adquiridos. Mintzberg (1986) dissemina o papel de porta-voz, na categoria informacional sendo essa correlacionada aos gestores do NEI pelos mesmos manterem a formação continuada da equipe e formação de professores externos. Os gestores do NEI desenvolvem a capacidade de negociação, quando mantém contato com a administração central da UFRN para adquirir recursos para a organização, para Mintzberg (1986) este é representado pelo papel de navegador, como uma das funções decisoriais para se obter vantagens para a instituição. Nesta mesma perspectiva aponta Quinn et al (2003) quando faz menção do papel do inovador e negociador, os quais desempenham uma função adaptativa que permitem o crescimento da organização. O quadro a seguir ilustra as funções expostas pela equipe pesquisada, correlacionadas aos autores acima citados. 98 Percepção dos participantes Mintzberg (1986) Articulam ações no funcionamento geral da escola, Quinn et al (2003) _ voltadas para o desempenho de suas obrigações Imagem do chefe Responsável direto pelo trabalho dos subordinados _ Líder Organizam e planejam a busca de apresentações _ externas como forma de enriquecimento da cultura do Núcleo Papel de contato Delegam poderes aos segmentos da escola _ Locador de Recursos Elaboram idéias sobre a utilização dos recursos adquiridos _ Empreendedor Mantém a formação continuada da equipe e formação de professores externos _ Porta - voz Mantém contato com a administração central da UFRN para adquirir recursos para a organização Navegador/negocia Inovador e dor negociador Quadro 20 – Funções expostas pela equipe pesquisada, correlacionadas aos autores: Mintzberg (1986) e Quinn et al (2003). Fonte: Primária (2010). Observa-se que Mintzberg (1986) aponta dez papéis/funções gerenciais a serem desenvolvidas nas organizações, de acordo com a exigência específica das mesmas, sete foram consideradas pela equipe pesquisada, conforme o quadro acima citado, sendo que uma destas foi citada por todos os grupos pesquisados, a qual diz respeito ao funcionamento geral da escola, quando coordenam e acompanham o desenvolvimento de atividades no NEI, desempenhando suas obrigações, segundo Mintzberg (1986) esta se encontra na categoria interpessoal, no papel de imagem de chefe, caracterizada como desempenho das obrigações de natureza cerimonial. Entende-se que o reconhecimento deste papel contempla as ações gerais dos gestores frente às atribuições que lhes são impostas, torna-se importante pelo fato de fortalecer o andamento do exercício desta função, quando os gestores auxiliam no crescimento e desenvolvimento da instituição. O quadro a seguir expõe a relação articulada desta função entre Mintzberg (1986) com o grupo pesquisado. 99 Grupo pesquisado Mintzberg (1986) Funcionamento geral da escola/coordenam e Imagem de chefe (desempenho das obrigações acompanham o desenvolvimento de atividades de natureza cerimonial) no NEI (desempenho de suas obrigações) Quadro 21 – Relação articulada, da principal função citada por todos os grupos, entre Mintzberg (1986) com o grupo pesquisado. Fonte: Primária (2010). Observa-se, dessa forma, que existe consenso entre o grupo pesquisado com relação a essa questão bem como, com Mintzberg (1986). 4.4 COMPETÊNCIAS GERENCIAIS PRESENTES NA INSTITUIÇÃO A primeira etapa traz as considerações do grupo de gestores os quais descrevem as competências gerenciais presentes na instituição pesquisada, voltadas para os conhecimentos, habilidades e atitudes. Metade dos gestores (G3, G4, G6) compartilharam que os conhecimentos apresentados pelos mesmos estão centrados no domínio do conhecimento da estrutura e das normas da UFRN, sendo esse o mais citado. O relato de G3 consolida esta questão centrada nos conhecimentos. Conhecimento: Da estrutura da UFRN como um todo, inclusive participa de reuniões do Conselho superior do centro, visto que a escola é um órgão suplementar da UFRN e está ligada a um centro... (G3). Os demais dizem respeito aos conhecimentos voltados para administração escolar/gerenciamento sobre educação; Teoria/domínio sobre educação infantil; Função política; Proposta Pedagógica da instituição e domínio do que seja ensino/aprendizagens. Dentre as competências gerenciais presentes na instituição voltadas para as habilidades, a mais citada foi apontada por G2, G3, G5 quando consideram o relacionamento interpessoal com a equipe/habilidades para lidar com as pessoas/integração do NEI com os demais setores da UFRN. G5 ainda aponta a 100 criatividade, responsabilidade, comprometimento. As demais habilidades dizem respeito a se ter visão ampla; capacidade de tomada de decisões, argumentação teórica, entre outros. Quanto às atitudes, todos os gestores consideram a competência de ouvir/ escutar o outro (relação interpessoal). Para três gestores (G3, G5, G6) foi a tolerância. G1, G6 apontam postura democrática e visão holística/humanista; G1, G5 compartilham a flexibilidade e adaptação às mudanças. As demais atitudes, expostas de forma única estão centradas na visão de trabalho em grupo; responsabilidade; liderança; capacidade de administrar conflitos; comprometimento; respeito; capacidade de solucionar as situações-problemas, transparência entre outros. O quadro 22 – Condensa a visão dos gestores sobre as principais competências gerenciais/presentes na instituição. Competências Gerenciais/presentes no NEI Relacionamento interpessoal/habilidades para lidar Gestores com as G1, G2, G3, G4, G5, G6 pessoas/integração do NEI com os demais setores da UFRN Conhecimento da estrutura e normas da UFRN G3, G4, G6 Tolerância G3, G5, G6 Visão ampla holística/humanista G1, G4, G6 Conhecimento da administração escolar/gerenciamento sobre educação G1, G5 Responsabilidade G3, G5 Comprometimento G4, G5 Tomada de decisões G4, G6 Postura democrática G1, G6 Flexibilidade G1, G5 Adaptação à mudanças G1, G5 Teoria/domínio sobre educação infantil/Argumentação teórica G1, G4 Função política G1 Conhecimento da proposta pedagógica da instituição G4 Conhecimento do que seja ensino/aprendizagens G5 Criatividade G5 Visão de trabalho em grupo G1 Liderança G4 Capacidade de administrar conflitos G4 Respeito G5 Capacidade de solucionar as situações-problemas G6 Transparência G6 Quadro 22 – Principais competências gerenciais/presentes no NEI, conforme a visão dos gestores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). 101 A segunda etapa compartilha a visão dos servidores, para seis deles (PE1, PE2, PS1, PS2, FT2, B1), os gestores do NEI conhecem as reais necessidades da escola, seu funcionamento na dimensão administrativa, pedagógica, social, sendo este o mais citado. Um dos relatos desses servidores confirma essa posição: Tem conhecimento de tudo que está acontecendo na escola (FT2). Os demais conhecimentos, entre os menos citados fazem ênfase a clareza do papel que ocupam; integração escola x alunos x responsáveis; conhecimento da necessidade de introduzir em suas práticas alguns esportes, sem ser só a visão de educação física. Quanto as competências gerenciais voltadas para as habilidades, sete servidores (PE1, PE2, PS2, PS3, FE2, FT1, FT2) citaram o relacionamento com os funcionários, pais (relações interpessoais) ficando este citado na maioria. O fragmento do relato de PS3 exemplifica essa visão: Apresentam um bom relacionamento com as pessoas... (PS3). Segundo três servidores (PS1, FE2, FT1) essas estão centradas na liderança. As que foram apontadas por duplas dizem respeito à negociação; criatividade e inovação; capacidade de gerenciar conflitos; flexibilidade; disponibilidade. A minoria foi exposta por alguns servidores de forma única, sendo: habilidade de desenvolvimento das atividades administrativas e pedagógicas; visão de futuro; dinamismo; o falar em público; inteligência emocional; socialização da interdisciplinaridade; tranqüilidade, entre outras. As atitudes apontadas pelos servidores que ficaram citadas na maioria foram expostas por PE2, PS1, FE1, FE2 quando consideram o compromisso/comprometimento. Os fragmentos dos relatos de PS1 e FE2 confirmam essa percepção: ... Apresentam... Compromisso (PS1) Atitudes: ...Comprometimento com a equipe e o trabalho... (FE2). 102 Para os servidores (PE2, PS1, FE2) essa esta voltada ao respeito. Uma dupla de servidores considera que os gestores do NEI mantêm pulso firme/postura firme; outra dupla centra suas falas na questão da serenidade/paciência. O que ficou citado entre a minoria corresponde à solidariedade; cooperação; tomada de decisões; tolerância e a capacidade de se convergir interesses; afetividade; trabalhar em equipe; motivação; domínio tecnológico; senso de humor; saber ser e fazer; transparência; pontualidade, entre outras. Para uma melhor visualização as competências gerenciais expostas por este grupo serão compartilhadas através de um quadro denominado como “Principais competências gerenciais/presentes no NEI, conforme a visão dos servidores” Competências Gerenciais/presentes no NEI Conhecimento sobre integração/relações interpessoais Servidores PE1, PE2, PS2, PS3, FE2, FT1, FT2 Conhecimento do funcionamento da escola/dimensão administrativa, pedagógica, social PE1, PE2, PS1, PS2, FT2, B1 Compromisso/comprometimento PE2, PS1, FE1, FE2 Liderança PS1, FE2, FT1 Respeito PE2, PS1, FE2 Negociação PE2, PS1 Criatividade/inovação PS1, FT1 Capacidade de gerenciar conflitos PS2, FE2 Flexibilidade FE3, B1 Disponibilidade FT1, FT2 Pulso firme/postura firme PE2, PS3 Serenidade/paciência FE2, FT2 Quadro 23 – Principais competências gerenciais/presentes no NEI, conforme a visão dos servidores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). De acordo com a percepção deste grupo, constata-se que os mesmos reconhecem as competências dos gestores do NEI em sua íntegra percebendo que assim o exercício desta função torna-se significativo frente às cobranças deste ambiente competitivo. A terceira etapa traz as considerações da comunidade escolar sobre as competências gerenciais presentes no NEI. Para CE1: 103 A atual direção tem um amplo conhecimento na área de educação infantil... (CE1). Quanto às habilidades e atitudes CE1 expôs o comprometimento, a capacidade que os gestores do NEI tem em articular os segmentos nas atividades fins do NEI, bem como a capacidade de busca de recursos patrimoniais, financeiro e pessoal. CE2 diz que os gestores do NEI: Apresenta atitude de zelo pela escola e atitude de responder pela escola com dedicação (CE2). O grupo da comunidade escolar prestou informações condizentes com os demais, apontando as competências gerenciais que estão presentes no NEI. O quadro a seguir expõe essas competências gerenciais, segundo a visão dos membros da comunidade escolar (pais de alunos). Competências Gerenciais/Presentes no NEI Comunidade escolar Conhecimento sobre educação infantil CE1 Comprometimento CE1 Articulações das atividades do NEI CE1 Busca de recursos patrimoniais, financeiro e pessoal CE1 Zelo pela escola CE2 Responde pela instituição com dedicação CE2 Quadro 24 – Principais competências gerenciais/presentes no NEI, conforme a visão da comunidade escolar. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Pode-se perceber que o grupo pesquisado reconhece as competências gerenciais presentes na instituição, as quais possibilitam um desempenho eficiente e eficaz por parte dos gestores na consolidação de seus conhecimentos as práticas administrativas. O quadro a seguir expõe a comparação de algumas competências presentes no NEI, apontadas pelos grupos pesquisados, articulados com alguns autores. 104 Grupos Gestores Servidores Relacionamento interpessoal Relações interpessoais Capacidade de administrar conflitos comprometimento Criatividade Autores Comunidade escolar _ Mintzberg (1986) _ Capacidade de gerenciar conflitos _ _ Compromisso/ comprometimento negociação Comprometimento Criatividade/ inovação _ Gasta considerável tempo em negociações _ Boog (1991) Estar disponível para ouvir o seu pessoal _ Quinn et al (2003) Compreensão de si próprio e dos outros Costa (2005) Comunicação/ Relacionamento interpessoal Baisch (2009) Relacionamento interpessoal Gerenciamento de conflitos Administração de conflitos Gestão de conflitos _ Negociação de acordos e compromissos _ Negociação _ Pensamento criativo Criatividade e inovação Implementação de novas ideias Quadro 25 – Comparação de algumas competências presentes no NEI, apontadas pelos grupos pesquisados, articulados com alguns autores. Fonte: Primária (2010). Dessa forma, visualizam-se algumas competências presentes no NEI, na visão dos grupos pesquisados, articulados com a visão de alguns autores que fazem parte do desenvolvimento deste estudo. Algumas das principais competências gerenciais presentes no NEI tem relação com algumas das competências gerenciais apontadas por Quinn et al (2003). As do NEI estão centradas no relacionamento interpessoal; flexibilidade; capacidade de gerenciar conflitos; visão de trabalho em grupo; adaptação às mudanças; criatividade; negociação; compromisso/comprometimento; visão de futuro/visão ampla, entre outras. Para Quinn et al (2003) essas dizem respeito a compreensão de si próprio e dos outros; flexibilidade; gerenciamento de conflitos; constituição de equipes; convívio com a mudança; pensamento criativo; negociação de acordos e compromissos; desenvolvimento e comunicação de uma visão. O quadro 26, a seguir, exemplifica essa relação de forma mais clara e objetiva. Algumas competências gerenciais Presentes no NEI Apontadas por Quinn et al (2003) Relacionamento interpessoal; flexibilidade Compreensão de si próprio e dos outros Capacidade de gerenciar conflitos Gerenciamento de conflitos Visão de trabalho em grupo Constituição de equipes Adaptação à mudanças Convívio com a mudança Criatividade Pensamento criativo Negociação; compromisso/comprometimento Negociação de acordos e compromissos Visão de futuro/visão ampla Desenvolvimento e comunicação de uma visão Quadro 26 – Relação de algumas competências gerenciais presentes no NEI com algumas competências gerenciais apontadas por Quinn et al (2003). Fonte: Primária (2010). 105 Quinn et al (2003) considera que a competência promove a detenção de um conhecimento aliado à prática com oportunidades de se desenvolver habilidades concretas. Isto permeia o cotidiano dos gestores do NEI, proporcionando a oportunidade de se consolidar os conhecimentos teóricos às práticas significativas, alcançando assim resultados. 4.5 COMPETÊNCIAS DE DESTAQUES As competências que se destacam na visão dos gestores e estão entre as mais citadas foram apontadas por G2, G3, G6 quando dizem que é o relacionamento (habilidades para lidar com as pessoas/integração do NEI com os demais setores da UFRN). Confirma-se esse destaque no relato a seguir: Creio que se destaca o saber escutar, dialogar... (G6). A minoria, citada uma só vez, aponta para a responsabilidade; tolerância; liderança; comprometimento e o tomar decisões. G1 não registrou quais as competências que se destacam mais, G5 aponta que: Não há uma que se destaque mais que a outra, o que faz acontecer é o entrelaçamento entre as tais (G5). As competências gerenciais em destaque apontadas pelos gestores serão expostas também em um quadro a seguir, para uma melhor apreciação visual. Competências Gerenciais em destaques Relacionamento (habilidades para lidar com as pessoas)/integração Gestores G2, G3, G6 Responsabilidade G3 Tolerância G3 Liderança G4 Comprometimento G4 Tomar decisões G6 Quadro 27 – Competências gerenciais que se destacam no NEI, conforme a visão dos gestores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). 106 As competências gerenciais que se destacam que foram mais citadas na visão dos servidores (PE1, FT1) é o relacionamento com funcionários, exercem a escuta/são bons ouvintes. A informação de PE1 é a seguinte: O requisito (competências) que mais se destaca é o relacionamento com os funcionários (PE1). A disponibilidade também ficou entre as mais citadas, segundo FT1, FT2. O relato de FT1 confirma essa informação. A que se destaca mais é a disponibilidade... (FT1). As demais que se destacam na visão dos servidores dizem respeito ao dinamismo; comprometimento e criatividade. PE2 compartilhou que: Não existe uma que se sobrepõem sobre as outras, pois é o conjunto de habilidades e atitudes que estão em consonância de argumento e discussão em equipe que proporciona uma gestão com competências (PE2). PS3 acredita que as competências são dosadas, não havendo destaque maior para nenhuma. Ele diz: Acho que as características (competências) são dosadas, não havendo destaque maior para nenhuma delas (PS3). O quadro a seguir traz uma melhor visualização das competências gerenciais em destaques na visão dos servidores. Competências gerenciais em destaques Servidores Relacionamento com os funcionários PE1, FT1 Disponibilidade FT1, FT2 Dinamismo PS2 Comprometimento FE2 Criatividade FE2 Quadro 28 – Competências gerenciais que se destacam no NEI, conforme a visão dos servidores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). 107 CE1 realizou destaque para o comprometimento. Segundo ele: ... A que se destaca mais é o comprometimento (CE1). Enquanto que CE2 não se declarou a respeito. As competências gerenciais em destaque representam uma organização mental voltadas para os valores e conhecimentos do indivíduo postos em suas atividades e habilidades no comportamento do saber fazer. De acordo com Quinn et al (2003) as competências gerenciais estão centradas na eficácia do líder e entre as 24 competências apresentadas por esse autor, destaca-se que o gestor deve desenvolver as competências da compreensão de si e dos outros; monitoramento do desempenho individual, apresentando pensamento criativo centrados na capacidade de liderança, expostas nas relações interpessoais/humanas (sendo esta a mais citada como destaque neste estudo). Observa-se que não existe só uma detenção de um conhecimento, mas a oportunidade de praticá-lo, Quinn et al (2003). Algumas competências gerenciais que se destacam no NEI tem relação com o modelo gerencial de Quinn et al (2003). As que se destacam no NEI dizem respeito ao relacionamento/ habilidade para lidar com as pessoas; responsabilidade; comprometimento; tomar decisões, entre outros. Para Quinn et al (2003) essas correspondem ao modelo das relações humanas, as pessoas tem valor inerente; o modelo dos processos internos traz a definição de responsabilidade; o modelo das relações humanas também comporta o envolvimento que resulta em compromisso/ comprometimento; o modelo das metas racionais tem sua ênfase nas iniciativas. O quadro 29 – demonstra de forma paralela essa relação. Algumas competências gerenciais em destaque na visão Da equipe pesquisada De Quinn et al (2003) Relacionamento/ habilidades para lidar com as pessoas As pessoas têm valor inerente Responsabilidade Definição de responsabilidade Envolvimento que resulta Comprometimento compromisso/ comprometimento Tomar decisões Tomadas de iniciativas em Quadro 29 – Relação de algumas competências gerenciais em destaques no NEI com algumas competências gerenciais do modelo de Quinn et al (2003). Fonte: Primária (2010). 108 Segundo Moscovicci,1994, Swieringa; Wierdsma (1992 apud BITENCOURT, 2001, p. 33), para se obter uma atuação significativa é necessário assegurar o desempenho, mas aliá-lo ao relacionamento interpessoal. Pode-se assim afirmar que os gestores do NEI desenvolvem suas competências gerenciais, tendo destaque para algumas, numa atuação significativa neste ambiente de valores concorrentes. 4.6 COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AOS GESTORES DO NEI Dentre as competências gerenciais necessárias aos gestores do NEI, o grupo da primeira etapa mencionou com equilíbrio suas opiniões, ficando sobre a responsabilidade de G1, G4 que esses devem buscar mais subsídios sobre o que seja uma administração escolar, tendo mais clareza e visão sobre gestão pública, visto que suas formações são mais voltadas para o ensino. Para eles os gestores do NEI devem: Buscar um pouco mais de subsídios do que seja uma administração escolar (G1). Ter mais clareza e visão do que seja uma gestão pública visto que geralmente a formação é mais voltada para o ensino do que para o que seja administrar (G4). G3, G5 compartilharam que os gestores do NEI já desenvolvem as competências necessárias a uma instituição escolar. De acordo com seus relatos: Todas as competências necessárias a uma escola pública do Ensino Infantil/Fundamental, em minha opinião o NEI já desenvolve por priorizar o diálogo constante (G3). Até o momento acredito que as necessárias Infantil/Fundamental. O NEI tem desenvolvido (G5). a uma Escola G2 e G6 omitiram tal informação. As competências necessárias aos gestores do NEI na visão dos mesmos também estão expostos no quadro a seguir: 109 Competências necessárias Gestores Buscar mais subsídios sobre administração escolar G1, G4 Já desenvolvem as competências necessárias G3, G5 Omitiu a informação G2, G6 Quadro 30 – Competências necessárias aos gestores do NEI na visão dos mesmos. Fonte: Dados da pesquisa (2010). A segunda etapa ficou na responsabilidade dos servidores e a maioria dispensou sua atenção para a questão de que os gestores tem desenvolvido seus trabalhos dentro das competências apresentadas. Dizem que pode até existir outras necessárias, mas no momento não identificaram ou não apontariam outras porque até aqui o NEI tem desenvolvido as competências necessárias a uma escola deste porte, esta visão ficou citada na maioria. A fala de um servidor exemplifica esta questão quando diz que: No momento não contemplo outras competências que seriam necessárias e que o NEI, ou os gestores do NEI ainda não apresentam (FE2). Três servidores consideram que é preciso melhorar o relacionamento interpessoal, intensificar o diálogo e a comunicação. PS2, FE1 compartilha que é preciso conhecer mais as leis, regimento e normas que regem a instituição e as normas do centro a que a escola está ligada/conhecimento mais aprofundado da legislação educacional e da legislação profissional da equipe do NEI. Para eles é preciso: ... Conhecer a fundo as leis, regimento e normas que regem a instituição e as normas do centro a que está ligada, com mais clareza (PS2). O conhecimento mais aprofundado da legislação educacional e da legislação profissional das diversas categorias profissionais que compõem o quadro de colaboradores do NEI (FE1). PS2 ainda aponta que é preciso ter mais clareza do papel de gestor, sendo este o menos citado. B1 não conseguiu identificar as competências que seriam necessárias. Sua informação é que: Por não ter muito conhecimento nessa área não consegui identificar uma ou mais características (competências) que os gestores do NEI precisariam ter e não possuem (B1). 110 O quadro a seguir traz o resumo da percepção dos servidores quanto às competências gerenciais necessárias ao NEI. Competências necessárias Já desenvolvem as competências necessárias Servidores PE1, PE2, PS1, FE2, FE3, FT2, B1 Melhorar o relacionamento interpessoal/intensificar o diálogo e a comunicação PS2, PS3, FT1 Conhecer mais as leis, regimento e normas que regem a instituição Mais clareza do papel de gestor PS2, FE1 PS2 Quadro 31 – Competências necessárias aos gestores do NEI na visão dos servidores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). A terceira etapa prioriza a visão da comunidade escolar. Segundo CE1 , os padrões que o NEI desenvolve estão acima dos estabelecidos pela iniciativa pública, ou seja, desenvolvem as competências necessárias e muito mais a uma instituição escolar do nível Infantil/Fundamental. Seu relato comprova esse fato: Considerando que não tenho conhecimento suficiente sobre as competências gerenciais do exercício do papel do gestor das escolas públicas no Ensino Infantil/Fundamental, no entanto, suspeito que os padrões que o NEI tem, estão acima dos estabelecidos pela iniciativa pública (CE1). CE2 não compartilhou essa informação. As competências mais mencionadas foram voltadas para as questões de que o NEI já desenvolve todas as necessárias, embora precise dar mais ênfase ao diálogo e a comunicação. O que foi citado na minoria está centrado na omissão da informação, realizada por dois gestores (G2, G6) e um representante da comunidade escolar (CE2). As competências necessárias apontadas pelo grupo pesquisado são de que a instituição já desenvolve as tais, embora precise de melhoras para algumas, como a busca de mais subsídios sobre administração escolar, gestão pública, leis e o desenvolvimento mais intenso de diálogos e comunicações. Dentre as competências centrais apontadas por Quinn et al (2003), destaca-se a comunicação eficaz, exposta neste estudo com a necessidade de se dar mais ênfase a mesma. De acordo com BOOG (2002) o comunicar proporciona o falar/ouvir, dar e receber, 111 feedback, podendo assim relacioná-lo ao diálogo, o qual também é visto neste estudo como algo a ser melhorado. Dessa forma, torna-se pertinente uma correlação de algumas competências necessárias apontadas pelo grupo pesquisado com alguns autores que tratam da gestão escolar. No quadro a seguir visualiza-se essa correlação. Equipe pesquisada (2010) Campos (2007) Costa (2005) Relacionamento interpessoal Relacionamento interpessoal Relacionamento interpessoal Comunicação Comunicação Comunicação Criatividade Criatividade Criatividade e inovação Liderança Liderança _ Função política Capacidade política _ Tomada de decisões Tomada de decisões Capacidade de decisão Visão de trabalho em grupo Trabalho em equipe Trabalho em equipe Conhecimento da estrutura e Conhecimento da estrutura Cultura organizacional normas da UFRN organizacional Adaptação à mudança _ Adaptação à mudança Quadro 32 – Correlação de algumas competências necessárias a função de gestor do NEI com alguns autores que tratam da gestão escolar. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Percebe-se assim que os padrões de comportamento é que proporcionam, com mais efetividade, as ações desta função no contexto de algumas instituições educacionais. 4.7 REQUISITOS DE ACESSO PARA A FUNÇÃO DE GESTOR DO NEI A função gerencial estabelece alguns critérios para que um profissional venha a assumir o cargo de gestor no NEI de modo satisfatório. Para os gestores atuantes na instituição pesquisada esses estão sinalizados pela capacidade de abertura para o outro/ouvir/escutar o outro, dialogar/conhecer e conduzir os 112 relacionamentos humanos/harmonia, sendo este o requisito mais citado por este grupo. Os relatos a seguir dizem que é preciso: ... Ter abertura para ouvir a todos: pais, professores, funcionários.... (G2). ... É preciso ter conhecimentos do relacionamento humano... (G3). ... Conhecimento sobre gerenciamento, com habilidades e atitudes de harmonia (relacionamento interpessoal)... (G5). Em relação a outros requisitos, os gestores, com exceção de G1, G5, afirmam da necessidade de que esse profissional seja professor efetivo em exercício na instituição, em regime de dedicação exclusiva ou apenas ter experiência como professor. Para G1, G3, G4, esses requisitos dizem respeito à adoção de uma postura democrática/participativa. Essa informação indica que: O mesmo deve ter postura democrática; abertura para o outro, considerando o ponto de vista dos demais... (G1). ... Saber explicar os princípios de uma gestão democrática... (G3). ... Não achar que a responsabilidade da instituição é só dele ou dela, (do gestor) por ser uma instituição que prioriza uma gestão democratizada, a responsabilidade da instituição é de toda a equipe... (G3). ... Dirigir de forma democrática... (G4). Dois gestores citaram como sendo importante a formação acadêmica e a sensibilidade quanto aos movimentos de um contexto escolar, como bem indica suas informações: ... Ter titulação de graduação e/ou pós-graduação... ... Possuir sensibilidade para propor mudanças, melhorias nas ações de cada um... (G2). ... Possuir nível superior... Ser consciente das normas e regras, para poder utilizar as exceções, para isto é preciso ter sensibilidade para saber quando e porque fazer uma exceção das regras impostas na instituição (G3). Mais dois gestores esclarecem da necessidade de se desenvolver a capacidade de tolerância. As informações a seguir indicam esses requisitos. 113 ... Desenvolver habilidades de tolerância... (G3). ... Tolerância... (G5). Os gestores (G3, G4) enfatizam da necessidade de ser consciente sobre as normas e regras (da instituição), regimento interno e externo da UFRN. Já G4, G6 apontam que é preciso clareza/visão ampla da função de gestor, sendo esta totalitária e setorial. Dois gestores compartilham como requisito/orientação o compromisso/comprometimento, como bem diz suas falas: A orientação que daria é que este futuro gestor engaja-se no compromisso dos princípios e metodologias da mesma (G4). ... Habilidades e atitudes de: ... Comprometimento... (G5). Os demais requisitos foram apontados de forma única, ficando estes entre os menos citados, os quais dizem respeito aos conhecimentos específicos sobre educação infantil; perfil de administrador/gestor; domínio da política pública e legislação; firmeza/segurança; espírito de orientador; saber organizar plano de ação; conhecimento financeiro; compreensão; ser educada; ser articulador de ensino, pesquisa e extensão; ter visão macro e maturidade política (das relações), não ser político partidário; conhecimentos sobre educação e os processos de ensino/aprendizagens; conhecimento sobre gerenciamento; qualidade; respeito; flexibilidade; abertura para mudanças; tranqüilidade; ser estudioso e preocupado com o presente e futuro da instituição. O quadro a seguir traz o resumo dos principais requisitos expostos pelos gestores, priorizando assim alguns dos que foram citados. 114 Requisitos de acesso Gestores Abertura para o outro/ouvir o outro – Ter diálogo/conhecer e conduzir os relacionamentos humanos/harmonia G1, G2, G3, G4, G5, G6 Professor efetivo em exercício – Regime de dedicação exclusiva ou ter só experiência como professor Postura democrática/participativa, não centralizar a responsabilidade G2, G3, G4, G6 G1, G3, G4 Titulação de graduação, pós-graduação G2, G3 Sensibilidade G2, G3 Tolerância G3, G5 Ser consciente sobre as normas e regras (da instituição). Regimento interno e externo da UFRN G3, G4 Ter clareza/visão ampla totalitária e setorial G4, G6 Compromisso/comprometimento G4, G5 Conhecimentos específicos sobre educação infantil G1 Perfil de administrador/gestor G1 Saber organizar plano de ação G3 Firmeza/segurança G2 Ter espírito de orientador G2 Quadro 33 – Requisitos de acesso para a função de gestor do NEI, conforme a visão dos mesmos. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Os servidores, por sua vez, também contribuíram compartilhando suas visões acerca deste assunto, oito deles consideram o bom relacionamento/ouvir o outro/dialogar, esses foram os requisitos que ficaram entre a maioria, ou seja, os mais citados, seus relatos confirmam essa informação: ... Ter um bom relacionamento com toda a equipe... (PE1). ... Sempre ouvir a opinião dos outros e se não concordar tomar a postura de respeitar... (PE2). As recomendações seriam que fossem... ouvintes... (PS1). ... Ter atitudes de um bom relacionamento com toda a comunidade interna e externa. Saber ouvir... (PS2). ... Tenha um bom relacionamento com as pessoas... Promovesse diálogos constantes... (PS3). Ter conhecimentos sobre relações interpessoais para lidar com os diversos problemas humanos dos seus colaboradores e colegas de trabalho (FE1). Precisaria... dialogar... (FE2). 115 Ter a capacidade de um bom relacionamento pessoal, tratando bem as pessoas... (FT1). Cinco apontam que é preciso formação na área de educação/formação acadêmica, ou seja, ser conhecedor/educador de tudo que se refere à educação infantil. As informações destes servidores são confirmadas diante de seus relatos: ... Que tenham formação na área de educação... (PS1). ... Ter formação acadêmica... (FE2). Ser conhecedor/educador de tudo que se refere a educação infantil... (FE3). ... Teria que dominar as teorias que regem a educação infantil/fundamental colocando-as em prática... (FT1). ... Conhecer os conteúdos do que seja uma escola de educação infantil (FT2). Três servidores (PE1, PS2, PS3) compartilham que é preciso estar no NEI há bastante tempo/ser professor efetivo da instituição. As falas de mais três servidores (PE2, PS2, FT1) apontam a respeito. Desenvolver uma gestão democrática/participativa é considerada pela dupla, cujo relato está a seguir: ... Desenvolver uma gestão democrática/participativa... (PS2). ... Desenvolvendo uma administração participativa e democrática... (FT1). A dupla PE2, PS2 consideram o gerenciamento humano/gerenciar as necessidades do grupo, já para PE1, PS2 os requisitos dizem respeito ao domínio de conhecimento teórico/conhecimento focado no seu papel de gestor. Entre o que foi apontado também por duplas está a flexibilidade; tomada de decisões; conhecer a proposta do NEI/regulamentos e leis, bem como o ser dinâmico. Os requisitos menos citados foram compartilhados por alguns servidores de forma única, entre tantos, destaca-se a negociação; criatividade, inteligência emocional; tolerância; humildade e o conhecimento de como funciona a organização da instituição em sua dimensão administrativa, pedagógica e social. Visualiza-se alguns destes requisitos com uma maior clareza no quadro a seguir: 116 Requisitos de acesso Bom relacionamento/ouvir o outro Servidores PE1, PE2, PS1, PS2, PS3, FE1, FE2, FT1 Formação na área de educação/formação acadêmica PS1, FE2, FE3, FT1, FT2 Ser professor efetivo da instituição PE1, PS2, PS3 Respeito PE2, PS2, FT1 Gestão democrática/Participativa PS2, FT1 Gerenciamento humano/gerenciar as necessidade do grupo PE2, PS2 Domínio teórico/Papel do gestor PE1, PS2 Flexibilidade PS2, B1 Tomada de decisões PS3, FE1 Conhecer a proposta do NEI/regulamentos e leis Dinâmico PE1, B1 PS1, PS2 Negociação PE2 Criatividade PS2 Possuir inteligencia emocional PS2 Tolerância FE2 Humildade FT2 Conhecer como funciona a organização da escola na dimensão administrativa, pedagógica e social B1 Quadro 34 – Requisitos de acesso para a função de gestor do NEI, conforme a visão dos servidores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). CE1 faz parte da comunidade escolar e expôs, entre tantas colocações, que esses requisitos são voltados para que o indivíduo apresente liderança e que tenha sensibilidade. Conforme indica sua informação: ... Ter capacidade de liderança diante dos segmentos de pais, alunos, funcionários, professores e comunidade externa... ter a sensibilidade para desenvolver atividades relacionadas à educação infantil (CE1). CE2 considera que o profissional seja professor da área infantil/fundamental e apresente a flexibilidade. Para ele é preciso: ... Ser flexível. Acho que um dos requisitos mínimos é ser professor da área infantil e fundamental... (CE2). 117 O quadro 35 – expõe essas visões de forma condensada, para uma melhor apreciação: Requisitos de acesso Comunidade escolar Liderança CE1 Sensibilidade CE1 Ser professor da área infantil/ fundamental CE2 Flexibilidade CE2 Quadro 35 – Requisitos de acesso para a função de gestor do NEI, conforme a visão da comunidade escolar. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Percebe-se que o grupo pesquisado aponta os requisitos de acesso para que alguém possa assumir a função de gestor do NEI, de acordo com o que acreditam ser necessário à uma atuação do nível administrativo/institucional, numa postura humana. Observam-se algumas atitudes e habilidades que já foram citadas como presentes e necessárias a uma instituição pública de ensino Infantil/Fundamental, bem como as que foram apontadas como destaques. Dessa forma, através de um quadro comparativo pode-se identificar as competências gerenciais presentes, as que mereceram destaque, as necessárias e as que foram apontadas como requisitos de acesso. 118 Competências Gerenciais Presentes Destaques Necessárias Requisitos de acesso Relacionamento interpessoal Relacionamento Melhorar o Abertura para o (habilidades para relacionamento outro/Ter diálogo lidar com as interpessoal/diálogo pessoas) Tolerância Compromisso/comprometimento Tolerância * Tolerância Comprometimento * Compromisso/com prometimento Tomada de decisões Tomar decisões * Tomada de decisões Flexibilidade - * Flexibilidade Criatividade Criatividade * Criatividade Liderança Liderança * Liderança Respeito - * Respeito Negociação - * Negociação Dinamismo Dinamismo * Dinâmico - * Possuir inteligência Inteligência emocional emocional Conhecimento sobre educação infantil * - Conhecimentos específicos sobre educação infantil Conhecimento do Conhecer como funcionamento da escola/dimensão administrativa, pedagogia, social * - funciona a organização da escola na dimensão administrativa, pedagógica e social Quadro 36 – Comparação de algumas competências gerenciais presentes com as que se destacaram, as necessárias e as de requisito de acesso, na visão do grupo pesquisado. * Já desenvolve. Fonte: Primária (2010). Os requisitos de acesso para uma atuação gerencial em uma Escola de Ensino Público Infantil/Fundamental foram citados como sinalizadores para a função de gestor do NEI, alguns estão centrados nas competências técnicas interpessoais, 119 segundo Baldwin, Bommer e Rubin (2008) essas são consideradas determinantes para o avanço da realização organizacional no cotidiano de uma instituição. Para Mascovicci, 1994, Swieringa e Wierdsma (1992 Apud BITENCOURT, 2001, p. 33), as questões técnicas e sociais, vistas sobre o prisma técnico interpessoal, tornam-se fundamentais para o desenvolvimento humano. 4.8 DESAFIOS NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO DE GESTOR DO NEI O NEI, como toda organização, apresenta uma prática administrativa que concorre para o enfrentamento de desafios caracterizados pelas ações desenvolvidas em um contexto educacional. Na visão dos gestores, com exceção de G3, esses estão centrados nos relacionamentos, sendo este o mais citado. O relato de G5 confirma essa informação quando diz que os desafios estão em: Gerenciar os desejos de todos; Fazer com que todos da equipe cumpram com as normas, ou seja, que compreendam o que é estar como servidor de uma instituição pública, os quais têm seus direitos, mas também deveres a ser cumprido... (G5). Para quatro gestores os desafios estão em dar conta da demanda de atividades internas e externas da instituição. Três gestores consideram o desafio na questão financeira. Dois gestores consideram o gerenciamento burocrático, de acordo com eles, isto acontece pelo motivo de: [...] Estar dentro de uma instituição federal, o acesso as verbas serem tão burocratizadas, tem que se planejar com bastante antecedência para poder acontecer (G3). A principal dificuldade que enfrentamos, na minha opinião, é a grande burocracia existente dentro da Universidade (o nosso contexto) [...] (G6). Os demais desafios, citados pelos gestores, dizem respeito à disponibilidade e dedicação dos mesmos ao trabalho; a história do NEI, já construída coletivamente ao longo dos tempos; no prazer de desenvolver uma atividade que promove mudanças e gera o compromisso político de defender uma instituição infantil. No quadro a seguir contemplam-se esses desafios de forma clara e objetiva. 120 Desafios Gestores Relacionamentos G1, G2, G4, G5, G6 Demanda de atividades internas e externas da instituição G1, G2, G5, G6 Questão financeira G2, G5, G6 Gerenciamento burocrático G3, G6 Disponibilidade G1 Dedicação ao trabalho G1 A história do NEI já construída G1 No prazer de desenvolver uma atividade que promove mudanças e gera o compromisso político de defender uma instituição infantil G4 Quadro 37 – Desafios enfrentados pelos gestores do NEI, conforme a visão dos mesmos. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Os servidores compartilharam os desafios enfrentados pelos gestores do NEI e para seis deles estes se dão no gerenciamento de recursos/acesso as verbas. Este foi citado na maioria. Dois relatos exemplificam essa visão: [...] Vejo a pouca quantidade de recursos financeiros recebidos[...] (PS3). Como na maioria das instituições públicas, acredito que uma das maiores dificuldades encontradas no exercício da função de gestor, seja a captação de recursos para melhoria da escola em todos os seus aspectos (Físicos, Pedagógico) tendo em vista a necessidade de permanente conservação de sua estrutura como um todo[...] (B1). Quatro servidores consideram esses desafios centrados nos relacionamentos. Um destes relata que: As dificuldades, às vezes, se dar na forma de entrosamento dos gestores com a equipe (FE3). Três servidores (PE1, PS3, B1) apontam a deficiência no quadro de funcionários e professores. Mais três servidores expõem os desafios voltados para a estrutura do prédio. PE2, FE1 consideram a falta de continuidade na gestão. Mais dois servidores apontam a abertura para a busca de qualificações. Os demais desafios, citados na minoria, consideram que o NEI é um lugar de circulação muito grande; Os gestores do NEI não terem formação específica para essa função de 121 gestor; a quantidade de tarefas que são atribuídas aos gestores; O cargo de gestor ser um lugar de contínua avaliação; falta de conhecimento de regras parlamentares; pelo NEI ser a única escola de educação infantil no contexto da UFRN; a boa qualificação dos funcionários; pelo fato da clientela do NEI possuir um bom nível de estudo; participação da equipe na administração da instituição; vontade de acertar; organização de um planejamento prévio; equilíbrio dos gestores em gerenciar a equipe. O quadro 38 especifica esses desafios correlacionando-os a fala dos servidores. Desafios Gerenciamento de recursos/acesso as verbas Servidores PS1, PS3, FE2, FE3, FT1, B1 Relacionamentos / diálogos PE2, PS3, FE3, FT2 Deficiência no quadro de funcionários e professores PE1, PS3, B1 Estrutura do prédio PE1, FE3, FT1 Falta de continuísmo na gestão PE2, FE1 Abertura para a busca de qualificações PE2, FE3 O NEI é um lugar de circulação muito grande PS2 Não ter formação específica para ser gestor PS2 Quantidade de tarefas atribuídas aos gestores PS2 Lugar de contínua avaliação PS2 Falta de conhecimento de regras parlamentares PS3 O NEI ser a única escola de educação infantil na UFRN PE1 Boa qualificação dos funcionários PE1 Clientela com um bom nível de estudo PE1 Participação da equipe na administração da instituição PS1 Vontades de acertar FE2 Organização de um planejamento prévio FE2 Equilíbrio dos gestores em gerenciar a equipe FT2 Quadro 38 – Desafios enfrentados pelos gestores do NEI, conforme a visão dos servidores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). A comunidade escolar expôs suas visões acerca dos desafios que os gestores do NEI enfrentam e para CE1 esses dizem respeito à quantidade insuficiente de professores e insuficiência de equipamentos para realizar pesquisas e elaborar melhor as aulas. Seu relato na integra está a seguir: 122 Quantidade de professores insuficiente que atendam as atuais necessidades tanto de manutenção das turmas quanto ampliações futuras; insuficiência de equipamentos - principalmente: PC’s e notebooks – para que os professores possam realizar as suas pesquisas e conseqüentemente elaborar melhores aulas (CE1). Para CE2 esses desafios estão na obtenção de recursos financeiros e as dinâmicas que são desenvolvidas com a comunidade de pais. O quadro 39 especifica a visão da comunidade escolar, com mais clareza e melhor visualização. Desafios Comunidade escolar Insuficiência de professores CE1 Insuficiência de equipamentos CE1 Recursos financeiros CE2 Dinâmicas CE2 Quadro 39 – Desafios enfrentados pelos gestores do NEI, conforme a visão da comunidade escolar. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Alguns desafios apontados pela equipe pesquisada possuem uma relação com as expectativas do papel dos gerentes/ gestores a serem desempenhados nas organizações. No NEI, alguns desafios são voltados para os relacionamentos/ diálogos; demanda de atividades internas e externas da instituição; promover mudanças; abertura para a busca de qualificações; participação da equipe na administração da instituição, entre outros, para Gil (2001) alguns destes dizem respeito à adoção de novas habilidades conceituais, técnicas e humanas com um perfil de conhecer as pessoas como parceiras da organização; atender aos usuários internos e externos; atuar como agente de mudanças. Quinn et al (2003) aponta o papel de mentor e facilitador, os quais estão concentrados nas relações humanas quando auxiliam a equipe da organização crescerem e se desenvolverem como indivíduos, bem como a capacidade de se trabalhar em equipe. O quadro a seguir especifica alguns desafios citados pela equipe pesquisada, correlacionando-os à visão de Gil (2001) e Quinn et al (2003). 123 Da equipe pesquisada Relacionamentos/ diálogos Demanda de atividades internas e externas Promover mudanças Abertura para qualificações a busca Alguns desafios na visão De Gil (2001) Conhecer as pessoas como parceiros da organização Atender aos usuários internos e externos Atuar como agente de mudanças de - De Quinn et at (2003) Auxiliam a equipe da organização crescerem e se desenvolverem como indivíduos Participação da equipe na administração da instituição Trabalhar em equipe Quadro 40 – Alguns desafios apontados pela equipe pesquisada, correlacionados à visão de Gil (2001) e Quinn et al (2003). Fonte: primária (2010). O grupo pesquisado compartilhou os desafios que os gestores da instituição enfrentam e esses auxiliam a uma percepção positiva de reflexões que repercutem em possíveis mudanças na organização do exercício desta função. Segundo Macedo (2002, p. 126) o desafio está em diferenciar e integrar o todo que organizam a interação do sujeito consigo mesmo, com o mundo, numa forma de cooperação e autonomia no cumprimento das metas instituídas pela organização. Dessa forma observa-se que os desafios apontados pela equipe pesquisada, algumas correspondem com as expectativas do papel dos gestores apontados pela literatura administrativa. 4.9 ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS 4.9.1 Processo de aprendizagem Com relação ao processo de aprendizagem, para ocupar a função de gestor do NEI, os mesmos afirmaram, com exceção de G4, que é preciso um aprendizado específico. Este foi o mais citado. A fala de G3 justifica essa informação: 124 É necessário sim ter um conhecimento específico, ou conhecimento geral dos tramites legais da UFRN[...] (G3). seja, ter G4 considera que não é preciso um aprendizado propriamente dito. Quanto a questão de como deve ser esse aprendizado, quatro gestores consideram as experiências do dia-a-dia. A fala de G6 exemplifica essa visão quando diz que: Aprendemos no dia-a-dia, buscando, errando e acertando (G6). Três gestores apontam os cursos formais. Mais três gestores expõem os diálogos com quem já vivenciou essa experiência. G1 considera que esse deve acontecer também na prática como professor. G5 diz que esse pode acontecer na busca individual em leituras de revistas/ou livros administrativos. O quadro 41 – específica a visão dos gestores de como deve ser o aprendizado gerencial, de forma sucinta. Como deve ser o aprendizado gerencial Experiência do dia-a-dia Gestores G1, G3, G4, G6 Cursos Formais G1, G3, G4 Diálogos com quem já vivenciou essa experiência G2, G3, G5 Na prática de professor G1 Leituras administrativas G5 Quadro 41 – Como deve ser o aprendizado gerencial na visão dos gestores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Observa-se assim que dentre as predominâncias do grupo de gestores o que se destaca é a consideração de que o aprendizado da função gerencial deve acontecer nas experiências do dia-a-dia. Para os gestores, com exceção de G3, G4 é necessário aprender sobre gestão/gerenciamento-conceito sobre administração escolar. A fala de G5 considera que: É necessário ter conhecimento sobre gerenciamento e se não tem formação nesta área, deve-se buscar tais conhecimentos (G5). Um gestor diz que é necessário aprender sobre informática. O quadro a seguir expõe as falas predominantes deste grupo, de forma condensada. 125 O que é necessário aprender Gestão/Gerenciamento – conceitos sobre administração escolar Gestores G1, G2, G5, G6 Informática G3 Quadro 42 – O que é necessário aprender para exercer a função gerencial na visão dos gestores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Observa-se que, o que se destacou dentre a predominância dos gestores, nesta questão foi o aprendizado sobre gestão/gerenciamento – conceitos sobre a administração escolar, para que assim aconteça uma atuação significativa. Nove servidores colocaram que existe a necessidade de se buscar um aprendizado específico, este foi o mais citado por este grupo, alguns de seus depoimentos dizem que: É necessário um aprendizado específico em gestão (FE2). É necessário aprender sobre o que seja administrar (FT1). Acredito que seja necessário sim, pois quem se propõe a administrar uma organização, no caso, a escola precisa no mínimo compreender como ela funciona. Deveria aprender como funciona a parte administrativa[...] (B1). FE3, FT2 consideram que não precisam de um aprendizado específico. Quanto a questão de como deve se dar esse aprendizado, seis servidores apontam os cursos que tratam da gestão administrativa, ou áreas afins a essa função de gestor, estes foram citados na maioria. Alguns gestores fizeram tais cursos, por iniciativa própria, como no caso de G1, se habilitou na administração escolar; G2 buscou conhecimento sobre os conceitos de gestão; G3 precisou buscar conhecimento da informática. O relato de PS1 exemplifica essa visão: Se não existe formação dentro da área especifica de administração, deveria ser buscado nos cursos de especializações que tratam de gestão (PS1). Quatro servidores (PE1, FE1, FE3, FT2) consideram as reflexões nas experiências do dia-a-dia, aqui está confirmando o que os gestores colocaram. Dois servidores apontam a busca de interesse próprio em leituras administrativas, também confirmadas pelos gestores. PE2, PS2 dizem que o aprendizado deve ser através do embasamento nas gestões anteriores. Um servidor menciona a sugestão 126 de que se tenha um planejamento de carreira interno e que aconteça um rodízio de funções. Sua declaração tem o seguinte registro: Em minha opinião pessoal (inclusive já posta para um gestor daqui), uma forma bastante fácil de se prevenir estas ocorrências é um “planejamento de carreira” interno. Algo como vice-diretor assumir seu posto, sabendo que seu destino natural é a direção. Assim ele chega preparado à direção e pode preparar o futuro diretor, que é a figura do vice-diretor. Assim as transições seriam “menos duras”, nas coordenações (pedagógicas de pesquisa e extensão), se preparando também um rodízio de funções para que os professores da instituição que tivessem o preparo e o perfil gerencial, alternariam a sala de aula com períodos na gestão da escola [...] FE1). Conforme a descrição do grupo de servidores, acerca de como deve ser o aprendizado dos gestores do NEI, observa-se uma predominância para a realização de cursos formais e experiências do dia-a-dia, entre outros. O quadro a seguir expõe essa visão, de forma sucinta. Como deve ser o aprendizado gerencial Cursos Servidores PE1, PS1, PS2, PS3, FE2, FT1 Experiência do dia-a-dia PE1, FE1, FE3, FT2 Leituras em livros administrativos PE2, FT1 Diálogos/observações nos gestores anteriores PE2, PS2 Planejamento de carreira interno FE1 Quadro 43 – Como deve ser o aprendizado gerencial na visão dos servidores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Observa-se que os servidores possuem uma visão de como deve ser o aprendizado da função gerencial dos gestores do NEI. Quando compartilham a experiência do dia-a-dia entram em consenso com o grupo de gestores. Quanto à questão do que seja necessário aprender, oito servidores apontam as noções básicas administrativas, este foi citado na maioria, alguns de seus depoimentos dizem que: Logicamente os candidatos a gestão tem que aprender as noções básicas administrativas[...] (PE1). [...] Tem que se apropriar[...] do que seja uma gestão, se apropriar do que seja uma administração democrática[...] (PE2). 127 Com certeza, para ser gestor é preciso conhecer os conteúdos que regem essa função (PS2). Um servidor considera que é preciso aprofundar os conhecimentos acerca das propostas pedagógicas da instituição, bem como aprender sobre relacionamentos. O quadro a seguir especifica a visão dos servidores, de forma condensada, sobre o que é necessário aprender para exercer a função de gestor na instituição pesquisada. O que é necessário aprender Noções básicas administrativas Servidores PE1, PE2, PS1, PS2, FE1, FE2, FT1, B1 Aprofundar os conhecimentos acerca das propostas pedagógicas da instituição PE1 Aprender sobre relacionamentos PE1 Quadro 44 – O que é necessário aprender para exercer a função gerencial na visão dos servidores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Pode-se assim observar que a visão dos servidores sobre esta questão é apresentada como algo a facilitar ou auxiliar o bom desempenho dos gestores neste cargo. Com relação à necessidade de um aprendizado especifico, cada membro da comunidade escolar expôs sua visão. Para CE1, não precisa de um aprendizado específico, mas que se tenha a capacidade de liderança e seja visionário. Encontrase em seu relato a seguinte informação: [...] Acredito que para exercer qualquer papel de gestor é necessário que a pessoa tenha a capacidade de liderança, ser um visionário e atitudes que resolvam os problemas surgidos, com a finalidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados[...] (CE1). CE2 considera que é preciso um aprendizado específico, sua fala diz que: Como em toda gestão se faz necessário um conhecimento mais específico para exercer a função de gestor[...] (CE2). 128 A comunidade escolar na pessoa de CE1, CE2 aponta que o aprendizado deve ser na busca de apoio nos gestores anteriores ou com quem já tem conhecimento sobre o assunto. O relato de CE2 exemplifica essas falas. Acho que pelo menos 6 meses antes de assumir deveria se ter orientações gerais de como funciona uma gestão escolar com quem tenha conhecimento sobre o assunto (CE2). CE1 ainda acrescenta que esse deve se dá na experiência do dia-a-dia, dessa forma a comunidade escolar confirma o que disse os gestores e os servidores (professores, funcionários e bolsista). Apresenta-se a visão da comunidade escolar, desta questão, com mais clareza no quadro a seguir: Como deve ser o aprendizado gerencial Comunidade escolar Apoio nos gestores anteriores ou com quem tem conhecimento sobre o assunto Experiência do dia-a-dia (vivência) CE1, CE2 CE1 Quadro 45 – Como deve ser o aprendizado gerencial na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI). Fonte: Dados da pesquisa (2010). Observa-se que o destaque, nesta questão, apontada pela comunidade escolar, dentre as falas predominantes ficou a busca de apoio nos gestores anteriores ou com quem tem conhecimento sobre o assunto. Quanto a questão do que se deve aprender, está o domínio da área de gestão na visão de CE1, CE2. Seus relatos justificam essa visão: [...] Aprender sobre o domínio da área de gestão (CE1). [...] É preciso buscar sobre o que seja uma gestão (CE2). Apresenta-se no quadro a seguir essas considerações. O que é necessário aprender Comunidade Escolar Dominar a área de gestão CE1, CE2 Quadro 46 – O que é necessário aprender para exercer a função gerencial na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI). Fonte: Dados da pesquisa (2010). 129 Observa-se dessa forma que o pensamento da comunidade escolar sobre o que é necessário aprender para exercer a função de gestor no NEI, condiz com a visão da maioria dos gestores e servidores quanto a esta questão. Os gestores apontaram que é necessário aprender sobre gestão/gerenciamento – conceitos sobre administração escolar; os servidores expõem as noções básicas administrativas e a comunidade escolar considera o domínio da área de gestão. O quadro a seguir apresenta este consenso entre os três grupos pesquisados. Predominância do que é necessário aprender para exercer a função de gestor no NEI na visão Dos Gestores Dos Servidores Da Comunidade escolar Gestão/gerenciamento conceitos sobre administração Noções básicas administrativas Domínio da área de gestão escolar Quadro 47 – Predominância do que é necessário aprender para exercer a função de gestor no NEI na visão dos gestores, servidores e comunidade escolar. Fonte: Primária (2010). Dessa forma observa-se a necessidade de um aprendizado específico para atuar nesta função. Portanto, a maioria dos pesquisados consideram que existe a necessidade de um aprendizado específico e esse se dá também na experiência desta função, nos desafios do dia-a-dia, nos diálogos com gestores anteriores, visto como uma prática informal, para Motta (2007) tal aprendizado é valioso, sua observação traz a consideração de que existem habilidades voltadas para as ações gerenciais que só são conquistadas nas experiências cotidianas. Hirota e Lantelme (2005) compartilham que a aprendizagem na ação, proporciona reflexões, atua como motivação, estimula a capacidade de reformular suas atitudes e significados, os quais são os responsáveis à condução de se iniciar uma nova ação. Apesar de não se ter estratégias institucionais de desenvolvimento de competências. 4.9.2 Existência de Programa formal de treinamento O grupo de gestores apontou em sua maioria que não existe um programa formal de treinamento/nem assessoramento externo. A fala de G2 justifica essa posição: 130 Não existe um programa formal de treinamento, nem assessoramento externo para o desenvolvimento das competências[...] (G2). Para três gestores o assessoramento interno acontece nas trocas de experiências com gestores anteriores. G1, G6 compartilham que não precisa de um treinamento propriamente dito. G1 expõe que a experiência contribui para a atuação. No quadro a seguir visualizam-se melhor essas falas. Programa formal de treinamento Gestores Não existe um programa formal de treinamento/ nem assessoramento externo G2, G3, G4, G5, G6 O assessoramento interno acontece nas trocas com gestores anteriores Não precisa de um treinamento propriamente dito G2, G3, G5 G1, G6 A experiência contribui para a atuação G1 Quadro 48 – Programa formal de treinamento na visão dos gestores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Quatro gestores consideram que não tem necessidade de um treinamento prévio. O relato a seguir oficializa tal informação: Não vejo a necessidade de um treinamento prévio[...] (G4). G2, G3 confirmaram que seria necessário sim, um treinamento prévio, já para G3, G4 seria necessário que pelo menos acontecesse a transição de cargos. O quadro 49 traz essas informações de forma resumida: É necessário um treinamento prévio para assumir a função de gestor Gestores do NEI Não G1, G4, G5, G6 Sim G2, G3 Transição de cargos G3, G4 Quadro 49 – Necessidade da existência de um treinamento prévio, na visão dos gestores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Sete servidores compartilharam que não existe um programa formal de treinamento, nem assessoramento, este foi citado na maioria. O relato de PE1 expõe esta visão quando diz que: Programa formal e periódico de treinamento não existe no NEI, até onde tenho conhecimento (PE1). 131 Seis servidores apontam que existe a prática informal da troca de saberes dos gestores anteriores com os atuais. A fala de PS2 compartilha essa informação. [...]Toda essa prática é desenvolvida com base nas experiências dos gestores anteriores que informalmente trocam idéias sobre essa prática de gestor (PS2). PS3, B1 desconhecem/não tem conhecimento da existência de um programa formal de treinamento na instituição. Um servidor considera que existe o assessoramento interno. FE2 diz que o treinamento acontece informalmente, quando o gestor percorre a sala de aula, coordenação pedagógica, coordenação de pesquisa e extensão, chegando a vice-direção e direção do NEI. No quadro 50 contempla-se a visão dos servidores de forma sintetizada. Programa formal de treinamento Não existe um programa formal de treinamento/nem assessoramento Servidores PE1, PS1, PS2, FE1, FE3, FT1, FT2 Socialização dos saberes dos gestores anteriores com os atuais PS1, PS2, FE1, FE3, FT1, FT2 Desconhecem/não tem conhecimento da existência de um programa formal PS3, B1 Assessoramento interno PE2 Treinamento informal FE2 Quadro 50 – Programa formal de treinamento na visão dos servidores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Quanto a questão da necessidade de um treinamento prévio, seis servidores compartilham que deveria existir, pelo fato de dar um subsídio significativo para se desenvolver um bom trabalho, estando este entre os mais citados. O relato a seguir caracteriza a fala de um desses servidores. Sim, pois é sempre necessário se aperfeiçoar mais e mais afim de desenvolver um ótimo trabalho (PE1). Cinco servidores consideram que não tem necessidade de um treinamento prévio. Um servidor aponta que esta deve acontecer nas observações das experiências dos gestores anteriores. Para PE2 deve acontecer a transição de 132 cargos. Os gestores apresentam opiniões semelhantes, sendo que os servidores acrescentam as observações nos gestores anteriores. O quadro a seguir especifica com mais clareza essas informações. É necessário um treinamento prévio para assumir a função de gestor do NEI Sim Servidores PE1, PS2, PS3, FE2, FT1, B1 Não PE2, PS1, FE1, FE3, FT2 Observações nos gestores anteriores FE1 Transição de cargos PE2 Quadro 51 – Necessidade da existência de um treinamento prévio na visão dos servidores do NEI. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Entre os entrevistados, está as falas da comunidade escolar e para CE1 não existe um programa formal de treinamento, CE2 compartilha que não tem conhecimento se este existe, porém confirma a existência do assessoramento interno. Socializa-se a seguir o relato de CE2. Não tenho conhecimento quanto a programas formais de treinamento. Em relação ao assessoramento, entendo que através dos conselhos a gestão tome algumas decisões, partindo dessas opiniões, não sei se passam por um treinamento prévio (CE2). O quadro que especifica a visão deste grupo está a seguir: Programa formal de treinamento Comunidade escolar Não existe um programa formal de treinamento CE1 Não tem conhecimento se existe CE2 Existe o assessoramento interno CE2 Quadro 52 – Programa formal de treinamento na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI). Fonte: dados da pesquisa (2010). Em relação à necessidade de um treinamento prévio, os membros da comunidade escolar consideram que seria importante que existisse, conforme relatos: [...] Considero imprescindível um treinamento prévio para conhecimento das rotinas que envolvem as atividades administrativas[...] (CE1). 133 Sim, pois é uma escola dinâmica e como outras escolas se faz necessário um aprofundamento em gestão, pois a prática é bem diferente da teoria (CE2). O quadro 53 específica a unanimidade das falas da comunidade escolar. É necessário um treinamento prévio para assumir a função de Comunidade escolar gestor do NEI Sim CE1, CE2 Quadro 53 – Necessidade da existência de um treinamento prévio na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI). Fonte: Dados da pesquisa (2010). Quanto à questão do que a instituição vem promovendo para aprimorar a capacitação de seus gestores, quase todos, com exceção de G2, dizem que o NEI não os capacita de forma articulada, mas promove abertura para que os mesmos busquem aprofundamento teórico através da própria experiência e experiências dos outros, sendo estes os mais citados. O registro de G6 é perceptível dentro desta questão: A capacitação está acontecendo no dia-a-dia, no movimento de busca de conhecimentos, de estratégias, se relacionando com um e outro, conhecendo quais caminhos podemos seguir para alcançar nossos objetivos (G6). O menos citado foi exposto por G2 quando omitiu a informação. Diante disto é possível expor as falas deste grupo através do quadro a seguir: Aprimoramento da capacitação dos gestores Gestores Abertura para o gestor buscar aprofundamento teórico através da própria G1, G3, G4, experiência e experiência dos outros Omitiu a informação G5, G6 G2 Quadro 54 – Capacitação dos gestores do NEI na visão dos mesmos. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Na visão de cinco servidores, citado na maioria, sobre a promoção do NEI em aperfeiçoar e aprimorar a capacitação de seus gestores o que ficou em mais 134 destaque foi a busca de respaldo nos gestores anteriores. O relato de PE2 exemplifica essa percepção: Abertura em buscar respaldo nos gestores anteriores, como forma de capacitação pessoal voltado para administração, mas isto não está registrado, acontece através de diálogo/comunicação, poderia se pensar em registrar[...] (PE2). PE2 sugere que esse respaldo (ações pontuais/iniciativas pessoais) poderia ser oficializado, pois acontece informalmente, apesar do conselho de uma gestão anterior não garantir a continuidade do trabalho administrativo. Segundo ele: Às vezes, o conselho dado de uma gestão anterior é refutado, visto como algo negativo, essa estratégia (ação pontual) não garante a continuidade de uma gestão (PE2). (Grifo nosso). Quatro servidores não tem conhecimento sobre a capacitação dos gestores. Seus relatos justificam essa afirmação: Não tenho conhecimento sobre a promoção de capacitação dos gestores (PS1). Desconheço (PS3). Não é do meu conhecimento que a instituição promova a capacitação de seus gestores (FT2). Desconheço a existência de algum trabalho de capacitação específica para os gestores no NEI (B1). O que foi menos citado está no relato de FT1 quando diz que o aprimoramento é uma busca individual. Para ele: Cada gestor busca a própria capacitação individual (FT1). O quadro 55 Compartilha o resumo dos relatos desse grupo. 135 Aprimoramento da capacitação dos gestores Servidores Busca respaldo nos gestores anteriores PE2, PS2, FE1, FE2, FE3 Não tem conhecimento sobre a promoção de capacitação dos gestores PS1, PS3, FT2, B1 Busca individual FT1 Omitiu a informação PE1 Quadro 55 – Capacitação dos gestores do NEI na visão dos servidores. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Dessa forma, percebe-se a mobilização de quem está na função, buscar de alguma forma a capacitação para exercer o cargo. A comunidade escolar na pessoa de CE1 diz que a instituição promove a participação de seus profissionais em atividades nacionais, entende-se que com isso existe a abertura para o aprimoramento de suas funções, de acordo com ele o NEI: Promove a participação, dos profissionais que lidam com a educação infantil, nas atividades nacionais como: encontros; seminários; congressos (CE1). CE2 não tem conhecimento se a instituição promove a capacitação dos gestores. Ele diz que: Não tenho conhecimento se a instituição promove capacitação quanto aos gestores. Mas os professores sim (CE2). O quadro a seguir expõe estes relatos de forma resumida. Aprimoramento da capacitação dos gestores Comunidade escolar Participação em atividades nacionais CE1 Não tem conhecimento se a instituição promove capacitação CE2 Quadro 56 – Capacitação dos gestores do NEI na visão da comunidade escolar (pais de alunos do NEI). Fonte: Dados da pesquisa (2010). Dessa forma, compreende-se que os gestores são os responsáveis diretos para a busca dos próprios avanços e compreensão desta função. Os gestores do NEI não foram previamente treinados pelo fato de não existir um programa formal atribuído a esse cargo, à medida que se ia desenvolvendo a função, os mesmos 136 adquiriam a preparação para essa atuação. O assessoramento se deu ou se dá de forma interna, a instituição não promove capacitação de aprimoramento a essa função, mas dá oportunidades para a busca da teoria e respaldo nos gestores anteriores e que a própria experiência seja considerada como educativa, a qual eleva a uma nova ação com um desempenho adequado a função de gestor. Esse respaldo é considerado como uma das estratégias pessoais/individuais utilizadas por cada gestor, os mesmos buscam o próprio aprofundamento teórico em leituras de artigos ou outras literaturas voltadas para gestão organizacional, bem como o diálogo com quem já tem experiência na função de gestor. Para Bitencourt (2001) a aprendizagem organizacional, centrada nos processos informais de desenvolvimento, acontece através da diversidade das experiências, na perspectiva social, o indivíduo atua ou soluciona problemas tendo, dessa forma, como base as vivências anteriores. Portanto, os gestores do NEI aprendem através das próprias experiências e respaldo nas experiências dos gestores anteriores. 4.9.3 Estratégias Institucionais A maioria dos gestores colocou, anteriormente, que não existe um programa formal de treinamento, portanto, não há estratégias institucionais para o desenvolvimento das competências gerenciais na instituição pesquisada, o que acontece são as ações pontuais, apesar de G1, G4 terem compartilhado que as tais existem e são a busca de artigos e leituras em revista sobre gestão, a busca de aprofundamento teórico, bem como o que foi exposto por G1, G5 que consideram as trocas (interlocução com os gestores anteriores). Porém, as mesmas não se configuram como estratégias institucionais e sim em uma iniciativa particular/individual de quem busca o próprio conhecimento administrativo. G5 considera o embasamento nos gestores anteriores, fez ênfase de que as estratégias institucionais no NEI não existem, tendo concordância com G2, realmente, esse embasamento é visto só como uma iniciativa individual. G3 diz que são os constantes diálogos. G6 compartilha que é o movimento de busca dos 137 relacionamentos de uns com os outros, dessa forma também se configura como iniciativa individual e não estratégia institucional. Os servidores, em sua maioria, também colocaram que não existe um programa formal de treinamento para exercer a função de gestor no NEI, dessa forma compreende-se a não existência de estratégias e sim ações pontuais, apesar de que PS2, FE3 terem considerado o planejamento como estratégias, porém esse se configura como iniciativa dos gestores por não ser formalizado como estratégias institucionais. FE1, FT1 dizem que não existem estratégias. FE2, FT2 consideram que é no compartilhar das experiências, também configurada como iniciativa individual, as demais apontadas como estratégias, apesar de não serem, por partirem da premissa de ser só iniciativa individual, foram citadas uma só vez, ficando na minoria, entre elas está a posição de PE2 quando diz que é na cooperação que estas acontecem, e no respeito a interdisciplinaridade. O servidor (PS2) considera as plenárias e reuniões; o espaço de escuta; o grupo de estudo com levantamento de interesses e necessidades como uma das estratégias utilizadas pela instituição, porém estas também se configuram como ações pontuais, por não serem formalizadas. PS3 desconhece essas e outras estratégias (ações pontuais). Apesar de algumas citações terem sido consideradas como estratégias institucionais por alguns servidores, abaixo mencionadas, as mesmas também se configuram como iniciativa individual. Um dos servidores diz que são adquiridas com o passar do tempo e contato diário frente aos problemas. Eis seu relato: [...] Apesar da boa vontade da direção da escola, os conhecimentos e competências vão sendo adquiridas com o passar do tempo e com o contato diário frente aos problemas que lhes são impostos. Não há uma sistematização do conhecimento ou uma política planejada para o desenvolvimento de competências gerenciais (FE1). Enquanto que outro considera que: As estratégias se dão através da busca de qualificações nas diversas áreas que envolvem a Educação Infantil/Fundamental[...] (FE2). FT1 compartilha que: Os gestores vão se capacitando diante do dia-a-dia (FT1). 138 A comunidade escolar expõe suas visões nesta questão, apontando no que acredita CE1, para ele existe sim estratégias, as quais se dão na participação dos gestores em atividades nacionais e programas de extensão. CE2 omitiu tal informação. Porém estas também se configuram como iniciativa individual/particular. É possível visualizar no quadro a seguir algumas ações pontuais que são desenvolvidas na instituição pesquisada, apontada pelo grupo de servidores como estratégias institucionais, porém as mesmas não estão formalizadas, pois o grupo pesquisado considera que não existe programa formal de treinamento nem capacitação dos gestores para exercer essa função no NEI, portanto partem da iniciativa dos próprios gestores. Ações Pontuais Planejamento Grupo pesquisado PS2, FE3 Plenárias PS2 Reuniões PS2 Espaço de escuta PS2 Grupo de estudo PS2 Quadro 57 – Ações pontuais na visão do grupo pesquisado. Fonte: Dados da pesquisa (2010). Levy Leboyer (1997 apud GRAMIGNA, 2002, p. 16), compartilha algumas competências para a gestão, entre elas encontra-se o planejamento, visto neste contexto como uma das ações individuais utilizadas pelos gestores do NEI. As plenárias, reuniões, espaço de escuta e grupo de estudo também são considerados como iniciativas individuais. Observa-se ainda a prática desenvolvida de forma particular/individual por uma busca dos próprios gestores baseadas na interação humana, como bem coloca Bitencourt (2001), para esse autor a aprendizagem organizacional apresenta a perspectiva social voltada para a formação integral do gestor, cujas experiências representam a oportunidade para aprender a aprender, bem como a dinâmica de um desenvolvimento contínuo que promove novas competências. 139 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme apresentado anteriormente, o presente estudo teve como objetivo principal analisar as competências gerenciais e estratégias de desenvolvimento de competências dos gestores do Núcleo de Educação Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI/UFRN. Neste trabalho ainda foi possível descrever as funções dos gestores do NEI conforme a percepção da equipe; verificar quais as competências necessárias aos mesmos; conhecer o perfil de competências presentes na instituição e identificar os desafios enfrentados pela equipe dos gestores no exercício de sua função, bem como comparar a percepções dos gestores, professores, funcionários do NEI e comunidade escolar (pais de alunos) sobre as competências gerenciais apontadas pelos mesmos. As principais funções encontradas no estudo dizem respeito à natureza específica do que é esperado de uma instituição pública educacional, quando os gestores do NEI articulam ações, coordenando o funcionamento geral da escola, sendo os mesmos responsáveis diretos pelo trabalho dos subordinados; organizam e planejam a busca de apresentações externas; delegam poderes aos segmentos da escola; elaboram idéias sobre a utilização dos recursos adquiridos; mantém a formação continuada da equipe e formação de professores externos; adquirem recursos para a organização. Essas funções encontram-se registradas de forma interna, no regimento do NEI e de forma externa, no regimento geral da UFRN. As competências gerenciais identificadas através deste estudo dizem respeito ao domínio de conhecimentos específicos ao contexto educacional e conhecimentos administrativos, apesar de se contemplar nas competências necessárias, sugestão de que se deve buscar com mais intensidade esse conhecimento, visto que os mesmos tem suas formações mais voltadas para a área da educação. As competências gerenciais centradas nas habilidades e atitudes consideradas pelo grupo pesquisado estão os relacionamentos interpessoais; tolerância; visão de futuro/visão ampla holística/humanista; responsabilidade; compromisso/comprometimento; tomadas de decisões; postura democrática; flexibilidade; adaptação a mudanças; domínio sobre educação infantil; função política; criatividade; visão de trabalho em grupo; liderança; capacidade de 140 administrar conflitos; respeito; capacidade de solucionar as situações-problemas; transparência; negociação; disponibilidade; pulso firme/postura firme; serenidade/paciência; dinamismo; domínio do falar em público; inteligência emocional; socialização da interdisciplinaridade; tranqüilidade; clareza do papel que ocupa; solidariedade; cooperação; capacidade de convergir interesses; afetividade; motivação; domínio tecnológico; senso de humor, saber ser e fazer, pontualidade; zelo pela escola e responder pela mesma com dedicação. Diante desta gama de competências identificadas, o grupo aponta as que mais se destacam na instituição, sendo elas: relacionamento/habilidades em lidar com as pessoas; ouvir o outro/saber escutar/capacidade de promover a integração do NEI com os demais setores da UFRN; responsabilidade; tolerância; liderança; comprometimento; tomar decisões; disponibilidade; dinamismo e a criatividade. Quanto às competências necessárias, o grupo ainda coloca que devem se buscar melhoras para o relacionamento interpessoal, é preciso acontecer mais comunicação, sendo esta de extrema necessidade neste contexto. Os requisitos mínimos para a ocupação deste cargo estão condizentes com as competências identificadas na instituição, sendo apenas acrescentada a humildade. Os principais desafios enfrentados pelos gestores do NEI na execução de suas atividades, apontadas pela equipe pesquisada, correspondem aos relacionamentos; as demandas de atividades internas e externas da instituição; a questão financeira; o gerenciamento burocrático; disponibilidade; dedicação ao trabalho; a história do NEI já construída; no prazer de desenvolver uma atividade que promove mudanças; deficiência no quadro de funcionários e professores; estrutura do prédio; falta de continuidade na gestão; abertura para a busca de qualificações; não ter formação especifica para ser gestor, entre outras. Conforme a percepção da equipe pesquisada, não existem estratégias de desenvolvimento para o aprimoramento das competências gerenciais dos gestores do NEI devido à inexistência de programas formais de treinamento, entretanto, há ações pontuais por iniciativa dos próprios gestores, estas estão concentradas no planejamento; plenárias; reuniões, espaço de escuta; grupo de estudo; nos diálogos com os gestores anteriores, ou com quem já tem experiência nesta função, entre outros. A equipe pesquisada demonstra consenso em suas visões acerca das competências gerenciais presentes na instituição e das ações pontuais inseridas na 141 mesma, uma fala complementa a outra, as quais se aproximam concretamente das práticas administrativas que permitem ações participativas que proporcionam independência de uma equipe que abre horizontes para quem compõe essa escola, o fazer administrativo é consciente, voltado para os anseios de quem valoriza uma Escola Pública de Ensino infantil/fundamental, diante deste contexto espera-se que a “educação” seja a chave, a receita para o sucesso. A limitação desta pesquisa está centrada na questão de que os resultados apontados neste estudo de caso, através da pesquisa qualitativa, apesar de suas contribuições, não se visualiza a generalização dos mesmos. Dessa forma este estudo oferece abertura e sugestões para outras pesquisas deste cunho que venham contribuir para o avanço científico e promover mudanças significativas no avanço das organizações que buscam sobreviver neste ambiente competitivo, em que o diferencial está no investimento humano, é esse o patrimônio maior de uma empresa. Portanto, o mercado de trabalho não fechará suas portas para quem atua com competências. O saber conceitual (conhecimentos) faz parte do currículo dos gestores do NEI, entrelaçados com a capacidade de saber fazer (habilidades) e o querer ser/fazer (atitudes), cujas ações aprimoram idéias nesse ambiente que considera a soberania da democracia interligada aos interesses legítimos de uma Instituição Pública de Ensino Infantil/Fundamental. Sendo assim, sugere-se que os estudos futuros possam averiguar o porquê do conhecimento não está tão sinalizado em uma instituição de ensino, como foi o caso desta pesquisa, verificar alguns estudos nesta temática para comparação dos resultados com o objetivo de possibilitar reflexões acerca de uma atuação significativa, que atendam o mercado contemporâneo. Realizar estudos em outras instituições de ensino infantil/fundamental, sejam essas públicas ou privadas, que abordem a natureza do trabalho gerencial, com ênfase nas competências, observando se existe uma exigência maior para as instituições privadas frente às públicas. 142 REFERÊNCIAS ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no curso de administração: guia completo de conteúdo e forma. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 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Que outras ainda não foram desenvolvidas e você acha necessárias para um gestor de uma Escola Pública do Ensino Infantil/Fundamental? 3 Discorra sobre os desafios enfrentados no exercício da função de gestor desta instituição. 4 O que foi necessário aprender para ocupar essa função? Como se deu esse aprendizado? Você acha necessário um aprendizado específico? 5 Teve oportunidade de passar por algum treinamento prévio, antes de assumir tal, função? Acha que seria necessário esse treinamento prévio? Por quê? 6 Se você fosse orientar um profissional para assumir a direção, vice-direção, coordenação pedagógica, coordenação de pesquisa e extensão do NEI, quais as recomendações que você daria? Que tipo de conhecimentos, atitudes e habilidades 153 eles precisariam apresentar? Quais os requisitos de acesso (requisitos mínimos) para que um profissional seja convidado a assumir uma função de gestor no NEI? 7 O que a instituição vem promovendo para aprimorar a capacitação de seus gestores? Existem estratégias institucionais para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI? Quais? 8 Utiliza-se de algum programa formal para treinamento ou alguma prática informal relacionada à melhoria da prática gerencial nesta instituição? Tem algum tipo de assessoramento interno ou externo para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI? Os gestores passam por um treinamento prévio para assumir a função de gestor do NEI? 154 APÊNDICE B Roteiro para entrevista dos funcionários efetivos/terceirizados, professores substitutos e professores efetivos em exercício, bolsistas e comunidade escolar. - Perfil dos entrevistados: - Nome; - Se enquadra nesta instituição como; - Idade; - Escolaridade; - Tempo de serviço nesta instituição; - Graduação; - Experiência Gerencial/Tempo de atuação como gestor; - Que cargo ocupa atualmente nesta instituição. 1 Quais são as principais tarefas ou responsabilidades que são designadas aos gestores do NEI? É do seu conhecimento que essas estão registradas em algum documento interno ou externo do NEI? 2 Na sua opinião, quais são as competências gerenciais voltadas para conhecimentos, habilidades e atitudes que os gestores do NEI apresentam? Existem algumas que se destacam mais? Que outras competências ainda não foram desenvolvidas e você acha necessárias para um gestor de uma Escola Pública do Ensino Infantil/Fundamental? 3 Na sua opinião, quais os desafios que enfrentam os gestores do NEI no exercício dessa função? 4 Você acha necessário um aprendizado específico para se exercer a função de gestor do NEI? Por quê? Como deveria ser esse aprendizado? O que é necessário aprender para ocupar a função de gestor do NEI? 5 Você acha necessário um treinamento prévio para que se assuma a função de gestor do NEI? Por quê? 155 6 Se você fosse orientar um profissional para assumir a direção, vice-direção, coordenação pedagógica, coordenação de pesquisa e extensão do NEI, quais as recomendações que você daria? Que tipo de conhecimentos, atitudes e habilidades eles precisariam apresentar? Quais os requisitos de acesso (requisitos mínimos) para que um profissional seja convidado a assumir uma função de gestor no NEI? 7 É de seu conhecimento que a instituição promove capacitação de seus gestores? Existem estratégias institucionais para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI? Quais são essas estratégias? 8 Utiliza-se de algum programa formal para treinamento ou alguma prática informal relacionada à melhoria da prática gerencial nesta instituição? Tem algum tipo de assessoramento interno ou externo para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI? Os gestores passam por um treinamento prévio para assumir a função de gestor do NEI? 156 UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP Estimado Gestor Estamos solicitando sua contribuição em responder algumas questões do questionário da pesquisa a ser realizada nesta instituição, cujo objetivo é mapear as competências gerenciais dos gestores. Informamos que sua identificação será mantida em sigilo e que tal estudo tem uma finalidade meramente acadêmica, servindo assim como conclusão do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar – UnP, da aluna Maria Dulcilene de Lima. Desde já, agradecemos a vossa colaboração e nos dispomos para maiores esclarecimentos, caso ache necessário. Maria Dulcilene de Lima – Mestranda. Profª. Drª. Patrícia Wheber Souza de Oliveira – Orientadora. 157 QUESTIONÁRIO I Nome: Sexo: Masculino Feminino Data de Nascimento: Formação Acadêmica: Superior Especialização Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Graduado (a) em um ou mais de um curso de nível superior: citar os cursos: Outros cursos: Tempo de serviço nesta instituição: Experiência Profissional como gestor:Sim Não Tempo de atuação: Sua gestão está centrada: Direção Coordenação Pedagógica Vice-Direção Coordenação de Pesquisa e Extensão Estado Civil: Casada (o) Divorciada(o) ou Separada (o) Solteira Outra 158 Possui filhos: Um filho Dois filhos Acima de dois filhos Nenhum filho 1 Quais são as principais tarefas ou responsabilidades que são designadas aos gestores do NEI? Essas estão registradas em algum documento interno ou externo do NEI? 2 Quais os requisitos de acesso (requisitos mínimos) para que um profissional seja convidado a assumir uma função de gestor no NEI? 3 Quais são as competências gerenciais (conhecimentos, habilidades e atitudes) que os gestores do NEI apresentam? Existem algumas que se destacam mais? Quais? 4 Quais são as competências gerenciais (conhecimentos, habilidades e atitudes) que, na sua opinião, são necessárias a um gestor de uma Escola Pública do Ensino Infantil/Fundamental? 5 Existem estratégias e/ou ações realizadas nesta instituição para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI voltadas para os conhecimentos, habilidades e atitudes? Quais? O que a instituição vem promovendo para aprimorar a capacitação de seus gestores? 6 Utiliza-se de algum programa formal para treinamento ou alguma prática informal relacionada à melhoria da prática gerencial nesta instituição? Tem algum tipo de assessoramento interno ou externo para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI? Explique. Os gestores passam por um treinamento prévio para assumir a função de gestor do NEI? 159 7 Discorra sobre os desafios enfrentados no exercício da função de gestor desta instituição. 8 Foi necessário aprender algo, além do que você domina para ocupar essa função? Como se deu esse aprendizado? Você acha necessário um aprendizado específico? 9 Você teve oportunidade de passar por algum treinamento prévio, antes de assumir tal função? Acha que seria necessário esse treinamento prévio? Por quê? 10 Se você fosse orientar um profissional para assumir a direção, vice-direção, coordenação pedagógica, coordenação de pesquisa e extensão do NEI, quais as recomendações que daria? Que tipo de conhecimentos, atitudes e habilidades os mesmos precisaram apresentar? 160 OBJETIVOS PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO I 1 Descrever a função gestora do NEI, P1 Quais são as principais tarefas ou conforme a percepção da equipe e responsabilidades que são designadas comunidade Escolar. aos gestores do NEI? Essas estão registradas em algum documento interno ou externo do NEI? 2 Identificar as competências gerenciais P2 Quais os requisitos de acesso presentes e necessárias aos gestores (requisitos mínimos) para que um do NEI, conforme a percepção da profissional seja convidado a assumir equipe e comunidade escolar (pais de uma função de gestor no NEI? alunos). P3 Quais são as competências gerenciais (conhecimento, habilidades e atitudes) que os gestores do NEI apresentam? Existem algumas que se destacam mais? Quais? P4 Quais são as competências gerenciais (conhecimentos, habilidades e atitudes) que, na sua opinião, são necessárias a um gestor de uma Escola Pública do Ensino Infantil/Fundamental? P10 Se você fosse orientar um profissional para assumir a direção, vice - direção, coordenação pedagógica, coordenação de pesquisa e extensão do NEI, quais as recomendações que daria? Que tipo de conhecimentos, atitudes e habilidades os mesmos precisariam apresentar? 3 Verificar se existem estratégias P5 Existem estratégias e/ou ações utilizadas por essa instituição para o realizadas nesta instituição para o desenvolvimento de competências desenvolvimento das competências gerenciais. Caso positivo, quais serão gerenciais dos gestores do NEI voltadas essas. para os conhecimentos, habilidades e atitudes? Quais? O que a instituição vem promovendo para aprimorar a capacitação de seus gestores? P6 Utiliza-se algum programa formal de treinamento ou alguma prática informal relacionada à melhoria da prática gerencial nesta instituição? Tem algum tipo de assessoramento interno ou externo para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI? Explique. Os gestores passam por um treinamento prévio para assumir a função de gestor do NEI? P8 Foi necessário aprender algo, além do que você domina, para ocupar essa função? Como se deu esse 161 aprendizado? O que é necessário aprender para ocupar a função de gestor do NEI? Você acha necessário um aprendizado específico? P9 Você teve oportunidade de passar por algum treinamento prévio, antes de assumir tal função? Acha que seria necessário esse treinamento prévio? Por quê? 4 Identificar os desafios enfrentados P7 Discorra sobre os desafios pela equipe dos gestores do NEI no enfrentados no exercício da função de exercício de sua função. gestor desta instituição. Quadro – Questionário I. Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2010). 162 UNIVERSIDADE POTIGUAR-UnP Prezado Funcionário (Efetivos/Terceirizados, Professores substitutos, e efetivos em exercício, bolsistas e Comunidade Escolar). Estamos solicitando sua contribuição em responder algumas questões do questionário da pesquisa a ser realizada nesta instituição, cujo objetivo é mapear as competências gerenciais dos gestores. Informamos que sua identificação será mantida em sigilo e que tal estudo tem uma finalidade meramente acadêmica, servindo assim como conclusão do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar – UnP, da aluna Maria Dulcilene de Lima. Nossos sinceros agradecimentos pela colaboração e nos dispomos para maiores esclarecimentos, caso ache necessário. Maria Dulcilene de Lima – Mestranda. Profª. Drª. Patrícia Wheber Souza – Orientadora. 163 QUESTIONÁRIO II Nome: Sexo: Masculino Feminino Data de Nascimento: Escolaridade Formação Acadêmica: Superior Especialização Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Graduado (a) em um ou mais de um curso de nível superior: citar os cursos: Outros cursos: Enquadra-se nesta instituição como: Funcionário efetivo Funcionário Terceirizado Professor(a) substituto Professor(a) efetivo em exercício. Bolsista Comunidade escolar Tempo de serviço nesta instituição: Há quanto tempo faz parte da comunidade escolar: 1 ano Mais de 1 ano Experiência Profissional como gestor: Sim Não 164 Tempo de atuação: Estado Civil: Casada (o) Divorciada(o) ou Separada (o) Solteira(o) Outra Possui filhos: Um filho Dois filhos Acima de dois filhos Nenhum filho 1 Quais são as principais tarefas ou responsabilidades que são designadas aos gestores do NEI? É do seu conhecimento que estas funções estejam registradas em algum documento interno ou externo do NEI? 2 Na sua opinião, quais os requisitos de acesso (requisitos mínimos) para que um profissional seja convidado a assumir uma função de gestor no NEI? 3 Quais são as competências gerenciais (conhecimentos, habilidades e atitudes) que os gestores do NEI apresentam? Existem algumas que se destacam mais? Quais? 4 Quais são as competências gerenciais (conhecimentos, habilidades e atitudes) que, na sua opinião, são necessárias a um gestor de uma Escola Pública do Ensino Infantil/Fundamental? 5 Existem estratégias e/ou ações realizadas nesta instituição para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI voltadas para os conhecimentos, habilidades e atitudes? Quais? O que a instituição vem promovendo para aprimorar a capacitação de seus gestores? 6 Utiliza-se algum programa formal de treinamento ou alguma prática informal relacionada à melhoria da prática gerencial nesta instituição? Tem algum tipo de assessoramento interno ou externo para o desenvolvimento das competências 165 gerenciais dos gestores do NEI? Explique. Os gestores passam por um treinamento prévio para assumir a função de gestor do NEI? 7 Discorra sobre os desafios enfrentados no exercício da função de gestor desta instituição . 8 Você acha necessário um aprendizado específico para que se exerça a função de gestor do NEI? Por quê? Como deveria ser esse aprendizado? O que é necessário aprender para ocupar a função de gestor do NEI? 9) Você acha necessário um treinamento prévio para que se assuma a função de gestor do NEI? Por quê? 10 Se você fosse orientar um profissional para assumir a direção, vice direção, coordenação pedagógica, coordenação de pesquisa e extensão do NEI, quais as recomendações que daria? Que tipo de conhecimento, atitudes e habilidades os mesmos precisaram apresentar? 166 OBJETIVOS PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO II 1 Descrever a função gestora do NEI, P1 Quais são as principais tarefas ou conforme a percepção da equipe e responsabilidades que são designadas comunidade Escolar. aos gestores do NEI? É de seu conhecimento que estas funções estejam registradas em algum documento interno ou externo do NEI? 2 Identificar as competências gerenciais P2 Na sua opinião, quais os requisitos presentes e necessárias aos gestores de acesso (requisitos mínimos) para que do NEI, conforme a percepção da um profissional seja convidado a equipe e comunidade escolar (pais de assumir uma função de gestor no NEI? alunos). P3 Quais são as competências gerenciais (conhecimento, habilidades e atitudes) que os gestores do NEI apresentam? Existem algumas que se destacam mais? Quais? P4 Quais são as competências gerenciais (conhecimentos, habilidades e atitudes) que, na sua opinião, são necessárias a um gestor de uma Escola Pública do Ensino Infantil/Fundamental? P10 Se você fosse orientar um profissional para assumir a direção, vice direção, coordenação pedagógica, coordenação de pesquisa e extensão do NEI, quais as recomendações que daria? Que tipo de conhecimentos, atitudes e habilidades os mesmos precisariam apresentar? 3 Verificar se existem estratégias P5 Existem estratégias e/ou ações utilizadas por essa instituição para o realizadas nesta instituição para o desenvolvimento de competências desenvolvimento das competências gerenciais. Caso positivo, quais serão gerenciais dos gestores do NEI voltadas essas. para os conhecimentos, habilidades e atitudes? Quais? O que a instituição vem promovendo para aprimorar a capacitação de seus gestores? P6 Utiliza-se algum programa formal de treinamento ou alguma prática informal relacionada à melhoria da prática gerencial nesta instituição? Tem algum tipo de assessoramento interno ou externo para o desenvolvimento das competências gerenciais dos gestores do NEI? Explique. Os gestores passam por um treinamento prévio para assumir a função de gestor do NEI? P8 Você acha necessário um aprendizado específico para que se 167 exerça a função de gestor do NEI? Por quê? Como deveria ser esse aprendizado? O que é necessário aprender para ocupar a função de gestor no NEI? P9 Você acha que é necessário um treinamento prévio para que se assuma a função de gestor do NEI? Por quê? 4 Identificar os desafios enfrentados P7 Discorra sobre os desafios pela equipe dos gestores do NEI no enfrentados no exercício da função de exercício de sua função. gestor desta instituição. Quadro – Questionário II. Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2010). 168 ANEXOS