OBJETIVOS [email protected] Interações Intermoleculares Mecanismo de Ação Modo de Ligação Complexos Recetor-Ligante Exemplos e Exercícios INTERAÇÕES INTERMOLECULARES INTERAÇÕES INTERMOLECULARES O processo de reconhecimento molecular entre uma molécula bioativa (ligante) e o sítio de ligação da macromolécula (proteína alvo) engloba os passos de aproximação, orientação e ligação, sendo caracterizado por interações intermoleculares de natureza e magnitude distintas Dependendo do modo de ligação envolvido, a associação destas duas moléculas (ligante e receptor) pode ocorrer através de interações não- covalentes (reversíveis) ou pela formação de ligações covalentes (irreversíveis) Sítio de Ligação RNA POLIMERASE Vírus hepatite C REPRESENTAÇÕES 3D DE MICRO- E MACROMOLÉCULAS GAPDH Leishmania mexicana Sítio Catalítico Sítio Catalítico Sítio de Ligação 2 1 IC50 = 0,93 µM Inibidor não-competitivo Love et al., J. Virol. 2003, 77, 7575-7581 Ligação Polar Covalente IC50 = 4 µM Inibidor competitivo Suresh et al., J. Mol. Biol., 2001, 309, 423-435 INTERAÇÕES INTERMOLECULARES Duas moléculas de água Duas partes de uma macromolécula Ligações Covalentes Embora as interações não-covalentes sejam as predominantes em complexos do tipo fármaco-receptor, as ligações covalentes têm papel essencial no mecanismo de ação de muitos fármacos. Inibidores enzimáticos irreversíveis requerem a formação de ligações covalentes (e.g., complexos E-I, enzima-inibidor) para exercerem sua ação farmacológica através da inativação irreversível da enzima alvo. Ligações Covalentes Quantitativamente, a ligação covalente é caracterizada pelo compartilhamento de um ou mais pares de elétrons entre átomos, causando uma atração mútua entre eles, que mantém o complexo resultante unido permanentemente. O tipo mais comum de ligação covalente é a resultante da interação simples de um resíduo de aminoácido da cavidade da proteína com uma funcionalidade química reativa da molécula do ligante. Nesse caso, o complexo formado se dá pelo compartilhamento de um único par eletrônico entre os dois átomos do sistema molecular. Os átomos compartilham um par de elétrons para completar a camada Formação da ligação covalente Par Ligante Ligações Covalentes Ligações Covalentes Substrato Par Isolado Ligações Covalentes Complexo cristalográfico DD-peptidase-cefalotina São estabelecidas quando dois íons de cargas opostas são atraídos entre si através de forças eletrostáticas. A magnitude desse tipo de interação diminui proporcionalmente com o aumento da distância entre os pares de íons e com o aumento da constante dielétrica do meio. Portanto, a capacidade de um fármaco estabelecer interações iônicas com o sítio de ligação do receptor alvo aumenta significativamente com a aproximação e orientação correta. Além disso, as forças de atração são maiores em ambientes que apresentam constantes dielétricas menores, como é o caso dos sítios de ligação de proteínas. NUCLEÓFILOS Ser Interações Iônicas Thr Ligação Iônica Cys Tyr CEFALOTINA antibacteriano cefalosporina Kuzin et al., Biochemistry 1995, 34, 9532-40 As atrações eletrostáticas fortes entre cátions e ânions, em uma substância iônica, têm suas consequências: Toda substância iônica é sólida e forma um retículo cristalino, nas condições ambientes; (ii) os pontos de fusão (pf) e de ebulição (pe) são altos; (iii) as substâncias iônicas conduzem corrente elétrica quando fundidas ou quando dissolvidas em água. Interações Iônicas Interações Iônicas Íons de cargas opostas são atraídos entre si através de forças eletrostáticas Os resíduos carregados em pH fisiológico, como lisina, arginina, ácido aspártico e ácido glutâmico, são comumente presentes em interações iônicas. Além disso, resíduos de cisteína e histidina também podem ser encontrados com cargas, proporcionando o estabelecimento de interações iônicas, dependendo do microambiente em que se encontram. Asp210 2,9 Å Arg249 Resíduo pKa Lys 10,53 Arg 12,48 Asp 3,65 Glu 4,25 Cys 8,18 His 6,0 3,3 Å Interações Iônicas CARREGADOS - Asp Glu CARREGADOS + Lys His Arg Ligação de Hidrogênio São interações que ocorrem entre o átomo de hidrogênio e dois ou mais átomos eletronegativos. O átomo que está ligado covalentemente ao hidrogênio é o doador de ligação de hidrogênio, enquanto que o outro átomo envolvido na interação intermolecular é o aceptor. Átomos eletronegativos como N, O e F são frequentemente observados neste tipo de interação. Ligação de Hidrogênio Ligação de Hidrogênio A magnitude das ligações de hidrogênio depende de alguns fatores, como a distância interatômica (geralmente entre 2,7 e 3,3 Å) entre os grupos doadores e aceptores. Em princípio, as ligações de hidrogênio isoladas são consideradas interações fracas (2-5 kcal/mol), entretanto, quando organizadas em redes nos complexos do tipo fármaco-receptor, as energias são substancialmente intensificadas como produto do somatório das contribuições individuais das ligações de hidrogênio presentes. Ligação de hidrogênio (ligação-H) é formada quando um átomo de hidrogênio é compartilhado por dois átomos eletronegativos (e.g., grupos doadores e aceptores de ligação-H) Ligação de Hidrogênio Ligação de Hidrogênio Ligação de Hidrogênio DOADOR DE LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO ACEPTOR DE LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO Tipo de Ligação Distância Média Ligação de Hidrogênio Doador Aceptor Maior distância ligação H = 3,3 Å (O-O) Menor distância ligação H = 2,7 Å (O-O) 1Å = 100 pm (picômetro) Ligação de Hidrogênio Complexo Cristalográfico Ligação de Hidrogênio Fosfodiesterase do tipo 5 • Ligações-H (Sildenafila, Viagra®) – distância interatômica • 2,7 - 3,3 Å – ângulo de interação Ser Thr • 0 – 60o Cys Asn Gln Glu Asp Tyr (Viagra®) Gln Arg Lys His Wang et al., J. Biol. Chem. 2006, 281, 21469-21479 Ligação de Hidrogênio Interação e Ângulo DOADOR Ligação-H ACEPTOR Ligação-H ACEPTOR Ligação-H DOADOR Ligação-H ACEPTOR Ligação-H ACEPTOR OU DOADOR Ligação-H PROZAC ACEPTOR Ligação-H