Química Inorgânica Aplicada Docente: Prof., Victor M. Sousa Felix Ano Lectivo: 2005/06 Curso(s): Licenciaturas em Engenharia Química e Bioquímica e Química Alimentar Escolaridade: 3h T - 0h TP - 0h P Unidades de Crédito: 3.0 OBJECTIVOS Com este curso os estudantes deverão adequir um conhecimento estruturado e compreender conceitos fundamentais de Química inorgânica de areas diversas como química do estado sólido, Química de Coordenação, Bioinorgânica e Quimica Medicinal. No final do curso, os estudantes deverão ser capazes de interpretar com base nos conceitos de ligação quimica e estrutura as propriedades dos compostos inorgânicos e compreender a relevância de alguns destes compostos nos processos industriais ou biológicos. . METODOLOGIA A disciplina é constituída apenas por uma componente teórica sujeita a avaliação contínua ou avaliação final. Os alunos dispõem de pelo menos mais duas horas semanais para esclarecimento de dúvidas e acompanhamento tutorial em matérias leccionadas nas aulas teóricas. • • • • . exposição oral das matérias efectuada através computador usando ficheiros em “PowerPoint”, com menor frequência por escrita no quadro. promover a participação por parte dos alunos na abordagem de determinadas matérias, propondo frequentemente a resolução de problemas pedagogicamente interessantes durante as aulas ou para resolução com recurso a pesquisa bibliográfica Em contexto com as matérias leccionadas, serão resolvidos problemas nas aulas teóricas, frequentemente na última meia hora de aula. incentivar a consulta a outras fontes de informação científica para além da bibliografia recomendada, nomeadamente recorrendo à Internet. AVALIAÇÃO A avaliação é efectuada através de avaliação contínua ou de exame final. A avaliação contínua é composta de dois testes escritos a realizar no meio e no final do semestre respectivamente. Serão objecto dos testes a matéria leccionada até à data da sua realização. A classificação final é a media ponderada das classificações obtidas nos dois testes, sendo calculada através da seguinte formula: Nota final = 0.40xT1+0.60xT2 Os alunos que optarem pela a avaliação contínua poderão melhorar a sua classificação através do exame final, realizado na época de recurso. A classificação final passará a ser a melhor das classificações obtidas: a da avaliação contínua ou a do exame final. Do exame final constarão todas as matérias leccionadas, o qual ocorrerá na época de exames, nas datas marcadas oficialmente para o efeito. Serão aprovados os alunos que tiverem no exame final ou na avaliação contínua classificação igual ou superior a 9,5. Química Inorgânica Aplicada Ano Lectivo: 2005/06 Pág. 1 de 3 PROGRAMA 1. Introdução Ocorrência dos metais de transição na natureza. Exemplos mostrando a importância dos metais de transição na vida quotidiana em processos industriais, biológicos entre outros: utilização compostos organometalicos em ciclos catalíticos;condutibilidade eléctrica; transporte de oxigénio e hemoglobina; complexos metálicos com aplicação em medicina. Propriedades periódicas dos elementos de transição: energia de ionização; afinidade electrónica; electronegatividade; raios atómico e iónico (revisão). 2. Introdução à Quimica do estado sólido 2.1 Estrutura de sólidos simples Células unitárias, sistemas cristalinos, pontos de rede e Redes de Bravais. Determinação de estruturas cristalinas: difracção de raios X e Lei de Bragg. Estruturas cristalinas de elementos sólidos baseadas em empacotamentos compactos de esferas rigidas: empacotamentos cúbico e hexagonal. Interstícios tetraédricos e octaédricos nas estruturas compactas e respectivas dimensões. Estruturas de cristais iónicos derivadas dos empacotamentos hexagonal compacto e cúbico de faces centradas: NaCl, NiAs, ZnS, CsCl, CaF2. Exemplos de outros compostos com estruturas derivadas de empacotamento de esferas rígidas(Zeólitos, K3C60, virus da doença “foot & mouth”, perovskite CaTiO3). Estruturas lamelares de CdI2 e CdCl2. Polimorfismo. Ligas metálicas. Estrutura cristalina e tamanho dos iões: relação dos raios, número de coordenação e geometria. Introdução breve aos defeitos em redes cristalinas: defeito de Schottky e de Frenkel. 2.2 Energética de sólidos Energia de rede. Lei de Hess e ciclos termodinâmicos. Determinação da energia de rede a partir de um ciclo de BornHaber. Cálculo da energia de rede com base num modelo iónico: a) Constante de Madelung, b) equações de Born-Landé e Born Mayer ; c) equação de Kapustinskii. Relação entre energia de rede e algumas propriedades físicas: estabilização de estados de estados de oxidação elevados pelo ião flureto, estabilidade de carbonatos. Dissolução de cristais iónicos e energias de rede. 3. Complexos dos metais do bloco d: estrutura e reactividade 3.1 Conceitos fundamentais Definições de complexo e de ligando. Tipos de complexos: carregados e neutros, elemento central, esferas de coordenação interiores e exteriores. Tipos de ligandos e seus modos de coordenação: carregados e neutros; ligandos monodentados; polidentados, ligandos ambidentados, ligandos em ponte. ligandos doadores σ, doadores π, aceitadores π. Denticidade, ligandos quelato e macrocíclicos. Estados de oxidação. Carga do complexo. Carga formal. Contagem de electrões. 3.2 Geometria e isomerismo Geometria de complexos: números de coordenação (2 a 6 e números de coordenação mais elevados); geometrias de coordenação básicas: linear, trigonal, quadrangular plana, tetraédrica, octaédrica, e trigonal prismatica. Isómerismo constitucional (isomeros de ligação, coordenação, ionização, solvatação, polimerização) e esteroisomerismo (isómeros geometricos, ópticos, ionização, coordenação e ligação). 3.3.Reacções de compostos de coordenação Equilíbrios de complexação em solução aquosa. Estabilidade de complexos: constantes parciais e globais. Factores estruturais que afectam as constantes de estabilidade: efeito quelato, efeitos estereoquímicos e efeito macrocíclico. Classificação dos elementos centrais: Schwarzenbach, Ahrland, Chatt e Davies; Pearson- Àcidos e bases macios e duros. Reacções de substituição. Tipos principais de reacções. Complexos inertes e lábeis. 4. Complexos de metais de transição: ligação Química e estrutura electrónica A ligação quimica em complexos metálicos pode ser descrita utilizando um modelo iónico (teoria do campo cristalino) ou um modelo covalente (teoria das orbitais moleculares). 4.1 Teoria do campo cristalino Desdobramento (∆) das orbitais d do centro metálico em complexos octaédricos, tetraédricos, e quadrangular planos. Factores que afectam os valores do ∆ : estados de oxidação do metal, geometria do complexo, natureza do metal e Química Inorgânica Aplicada Ano Lectivo: 2005/06 Pág. 2 de 3 natureza do ligando. Configuração electrónica. Complexos de spin alto e de spin baixo. Propriedades magnéticas dos complexos : diamagnetismo; paramagnetismo. Determinação do valor do momento magnético: cálculo e técnicas experimentais. Origem da cor e espectros electrónicos nos complexos de metais do bloco d. Série espectroquímica. Efeito de Jahn-Teller e distorção tetragonal. Energia de estabilização do campo cristalino. Energia de estabilização do campo de Ligandos e suas consequências: Energias reticulares oxidos metálicos e de halogenetos metálicos MX2, entalpias de hidratação de elementos de transição e série de Irving-Williams. Comparação das energias de estabilização do campo de ligandos de octaédricos e tetraédricos. Limitações da teoria do campo cristalino. 4.2. Teoria das orbitais moleculares Conceitos básicos da teoria das orbitais moleculares: diagrama de orbitais moleculares para as moléculas de H2 e de NH3 e do grupo carbonilo. Aplicação da teoria das orbitais moleculares em complexos octaédricos contendo: ligandos doadores σ, aceitadores π ou doadores π. Retrodoação π. Ligação em complexos de carbonilo, olefinas e acetileno, nitrosílo, fosfina e fosfitos. Regra dos dezoito electrões. Complexos com ligações metal-metal. Explicação da serie espectroquímica e das propriedades magnéticas dos complexos. Espectros electrónicos dos complexos de metais do bloco d. Regras de selecção. Bandas de transferências de carga. 4.3 Complexos organometálicos: uma introdução. Propriedades electrónicas e reactividade do CO em termos do seu diagrama de OM. Regra dos dezoito electrões. Exemplos de aplicação de complexos organometalicos com interesse industrial. BIBLIOGRAFIA • • • • • • • Housecroft C.; Sharpe A., Inorganic Chemistry, Prentice Hall, 2001. Cotton, F. A.; Wilkinson, G., Advanced Inorganic Chemistry, John Wiley & Sons, 1998 Shriver, D. F.; Atkins, P. W.; Langford, C. H., Inorganic Chemistry, Oxford University Press, 2000. Smart, L.; Moore, E., Solid State Chemistry, Chapman & Hall, 1995. Wulfsberg, G., Inorganic Chemistry, University Science Books, 2000. McCleverty J., Chemistry of the First-row Transition Metals, Oxford Chemistry Primers. Winter M. J, d-Block Chemistry, Oxford Chemistry Primers O Regente da Disciplina Química Inorgânica Aplicada Ano Lectivo: 2005/06 Pág. 3 de 3