A PESQUISA DE INFORMAÇÃO
EB 2,3 e Secundário
O PROFESSOR E A BIBLIOTECA, PARCEIROS DO ALUNO
Este documento foi traduzido e adaptado, pelo Gabinete da Rede de Bibliotecas
Escolares, a partir do sítio http://pages.infinit.net/formanet/cs/leveille.html concebido
e realizado por um grupo de trabalho formado por especialistas canadianos de
documentação das regiões de Laval, Laurentides, de Lanaudière e de Montérégie
assim como de encarregados de dossiê da Direcção Regional de Laval, de
Laurentides e de Lanaudière e da Direcção de Recursos Didácticos do Ministério da
Educação do Canadá (ver autores pág. 69).
1
Índice
Introdução
4
Um papel pedagógico comprovado
7
Cap. 1 - A biblioteca da escola ao serviço da aprendizagem
11
Cap. 2 - As seis etapas de um processo de pesquisa de informação
15
Cap. 3 - Um centro de recursos, A Biblioteca
29
Anexos
38
Anexo 1 - Recursos documentais diversificados
39
Anexo 2 - Métodos de trabalho
41
Anexo 3 - A ficha catalográfica
46
Anexo 4 - A tabela de classificação Decimal Universal
47
Anexo 5 - A intervenção documental
50
Quadro síntese I
53
Quadro síntese II
59
Bibliografia
62
Outras referências pertinentes (Internet, etc.)
70
Autores
73
2
Introdução
No decurso dos últimos anos, a necessidade de formar os alunos, do
básico ao secundário, na pesquisa e tratamento da informação emergiu
em força no mundo da educação. O conceito de informação parece
transcender todos os domínios da actividade humana tanto no plano
social, económico, como no tecnológico, educativo, saúde, cultura,
política... Trata-se, pois, de “instrumento” indispensável ao
entendimento do mundo.
O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação e a
sua apropriação por um número crescente de pessoas, aumenta a
obrigação de ensinar as competências relativas à pesquisa, ao
tratamento e à comunicação da informação. Esta questão é, hoje, de
urgente. Por outro lado, quando percorremos as obras de pedagogia,
de tecnologia, de biblioteconomia, de economia e de sociologia
publicadas nos últimos tempos, constatamos que a pesquisa e o
tratamento da informação, muitas vezes abordados sob o ângulo da
aprendizagem dos conhecimentos e dos saberes, segundo os modelos
do cognitivismo e do construtivismo, constituem preocupações
constantes, na definição do perfil de formação dos indivíduos, quer seja
geral ou aprofundada e, mais recentemente, traduzida nos conceitos de
perfis de saída ou de curriculum.
Afirma-se, de há pelo menos quinze anos a esta parte, que vivemos
numa sociedade de informação, quer dizer numa sociedade em que se
considera que a informação constitui a matéria-prima das transações
entre os seres humanos, e por consequência a matéria-prima da
formação dos alunos. Neste contexto, aumenta o contributo de todas
as tecnologias e obriga à construção de novas relações da informação,
à sua criação, circulação, disponibilização, acessibilidade, tratamento e
comunicação.
O contributo das tecnologias obriga a relações
diferenciadas relativamente aos métodos de pesquisa, de tratamento e
3
de validação desta informação. O planeta parece não ter mais
fronteiras. A mundialização dos mercados colmata as distâncias, o
espaços e o tempo. Tudo se transformou em informação.
Sensíveis a esta realidade, muitos educadores e investigadores
ponta, preocupados com as crianças, sugeriram a construção, para
alunos, de programas de base designados pelos os americanos
«literacia», relativos à cultura da informação, às competências
informação ou, ainda, habilidades de informação.
de
os
de
de
Nesta vasta questão da formação para a informação, a biblioteca da
escola assume, de há muito tempo, a forte responsabilidade de ensinar
aos alunos como encontrar a informação e a que é que ela pode
servir (Denis 1963). A pesquisa e tratamento da informação não são,
portanto, um novo campo de responsabilidade da biblioteca. Antes se
inscrevem na sua tradição.
No contexto contemporâneo e no futuro próximo a biblioteca escolar
verá confirmada a pertinência do seu papel junto de alunos e de
professores. Por outro lado, no apurar dos métodos de trabalho, a
aproximação ao utilizador e a apropriação das tecnologias de
informação e de comunicação favorecem a transparência das práticas
profissionais em benefício dos utilizadores. A realização do presente
documento sobre a « A pesquisa de informação na escola », inscrevese nesta preocupação educativa e pedagógica que visa assegurar aos
alunos a aprendizagem das competências básicas que lhes permitirão
procurar, compreender e comunicar a informação. A reflexão à volta da
produção do processo proposto de pesquisa e tratamento da
informação pelos alunos, inspira-se em numerosos trabalhos e obras,
como a bibliografia testemunha, realizados na Europa e a na América
do Norte, principalmente. O conjunto destas obras caracteriza-se por
uma forte convergência de convicções relativas à necessidade e
também à urgência real, de habilitar os alunos a procurar e tratar a
informação, de forma metódica com vista a permitir-lhes a formulação
de opiniões esclarecidas sobre diferentes assuntos e de tomar as
decisões correspondentes. Esta tomada de consciência leva-nos a
compreender que a pesquisa e tratamento de informação é sempre um
conjunto de conhecimentos, um saber agir que reveste um carácter de
permanente numa perspectiva de formação contínua.
O grupo de trabalho, na origem deste documento, teve como principal
preocupação desenvolver um processo de pesquisa e tratamento da
informação que possibilite aos especialistas de pedagogia e de
documentação e informação trabalhar em parceria, com vista a levar os
alunos à aprendizagem das habilidades necessárias para a utilização
do processo proposto. Nesta perspectiva, o processo elaborado está
em concordância com os objectivos dos programas de ensino do 2º e
3º ciclo do básico e do secundário, com os processos de aprendizagem
4
dos alunos e com as estratégias pedagógicas utilizadas pelos
professores. Em particular a prática do processo de pesquisa e
tratamento da informação situa-se na abordagem pedagógica do
trabalho projecto e do ensino estratégico, na qual o aluno é activo e
considerado agente do seu percurso de aprendizagem.
O documento divide-se em três capítulos. O primeiro trata do papel da
biblioteca escolar na sua essência, na contribuição para a formação do
aluno e na colaboração na acção do professor. O segundo descreve o
desenrolar de uma pesquisa e do tratamento da informação em seis
etapas, colocando em evidência as tarefas que o aluno deve cumprir.
Um quadro síntese detalhado completa este capítulo. O terceiro explica
como a biblioteca, pelo sua organização e meios disponíveis, é uma
aliada de primeira importância na formação dos alunos para a pesquisa
e tratamento da informação. Cinco anexos completam o propósito
abordado no corpo do documento.
Em suma, todos os esforços desenvolvidos pelo grupo de trabalho e
pelos especialistas consultados quer nas escolas, quer nas
universidades foram produtivos. Este esforço colectivo permitiu propor
um quadro teórico de referências que visa facilitar a compreensão de
todas as componentes e de percepcionar a amplitude do processo de
pesquisa e de tratamento de informação. Neste sentido, o quadro
síntese permite uma visão rápida das ligações existentes entre os
diversos elementos do processo, os papéis devolvidos ao pessoal
docente e à equipa da biblioteca e as tarefas a cumprir pelos alunos.
Elaborado numa perspectiva educativa, o conteúdo deste documento
dirige-se a todos os agentes educativos da escola, pessoal docente,
equipas das bibliotecas, especialistas em meios e técnicas de ensino,
técnicos de documentação, e todos os que agem junto dos alunos.
Espero profundamente que seja entendido como um suporte
pedagógico, no qual a parceria constituirá o catalisador das energias
utilizadas, com vista a assegurar a formação e o sucesso dos alunos ao
longo da sua passagem pela escola.
Yves Léveillé
5
Um papel pedagógico comprovado
Há mais de uma geração que o papel pedagógico da biblioteca na
escola está associado a um conceito de escola moderna, o que
significa contribuir para a formação do aluno e apoiar a acção do
professor.
Propomos para reflexão extractos de textos, segundo uma ordem
cronológica desde 1963, que colocam em perspectiva a afirmação e
evolução do papel pedagógico da biblioteca concebida enquanto um
centro de recursos para uso dos alunos e dos professores:
1. Na escola, sobretudo EB 2,3 e secundária, o bibliotecário
considera , como mais importante, a sua função pedagógica.
Tem a responsabilidade de ensinar aos jovens todas aquelas
riquezas que foram escolhidas e colocadas à sua disposição,
como podem aceder à informação e a que é que ela pode servir.
Para tal dirige e implementa um programa de iniciação à
biblioteca mas com uma lacuna, o envolvimento e colaboração
dos professores e da direcção, pois este programa de iniciação
deve ser integrado no programa de estudo dos alunos, sem o
que o seu valor diminui significativamente.
Québec 1963, DENIS, Laurent G., « L'école secondaire et les
bibliothécaires professionnels », L'instruction publique, vol. 7, no 6 p.
511.
2. O lugar e o papel da biblioteca, numa escola, deve simbolizar e
ilustrar a importância que se lhe confere, no ensino, na utilização
das obras e nos documentos de toda a espécie... Os professores
devem, nas suas aulas, utilizar métodos que incentivem os
alunos à pesquisa pessoal e à leitura…Na escola secundária,
particularmente, deve ser o centro de estudos e de trabalho,
tanto de professores como de alunos. Não existe ensino
secundário sem uma biblioteca bem montada com professores e
alunos que a frequentem em comum, onde encontrem
documentação relevante para o seu curriculum, trabalhos e
interesses particulares.
Québec 1963, PARENT, Alphonse-Marie et coll. Rapport de la
Commission royale d'enquête sur l'enseignement dans la province de
Québec. Tome II, paragraphes 1163, 1173, 234.
6
3. No contexto do presente documento, a biblioteca dispõe não só
de documentação impressa, mas igualmente não-impressa,
relativa a numerosos assuntos.
Funções:
1. Colocar à disposição dos utilizadores documentação
geral e especializada:
2. Favorecer a pesquisa multidisciplinar.
3. Facilitar o ensino-aprendizagem através da tecnologia.
4. Centralizar os recursos de produção, conservação e
distribuição.
5. Oferecer ao longo de todo o dia, um local aprazível e
hospitaleiro aos alunos que desejem ali trabalhar durante
os períodos sem aulas.
Québec 1974, L'école milieu de vie, no 2, école secondaire polyvalente,
guide d'organisation physique d'une école polyvalente secondaire,
Ministère de l'Éducation, Direction générale de l'enseignement
élémentaire et secondaire.
4. Os recursos documentais são, assim, o conjunto dos
documentos, das informações e dos instrumentos disponíveis
para os alunos e professores, tal como para os outros agentes
educativos, a fim de sustentar as actividades de ensino e
aprendizagem. Estes recursos, como qualquer outro meio de
comunicação, de produção ou de expressão, devem
corresponder às necessidades particulares de formação, quer
seja curricular (francês, história, electrónica, matemática, cozinha
profissional...) ou geral, mais conhecida pela denominação
formação pessoal (organização do trabalho, pesquisa, visão do
mundo, sentido de responsabilidade, autonomia, cultura, gosto e
prazer pela leitura).
Québec 1987, Les ressources documentaires : aspects pédagogiques
et aspects organisationnels. Ministère de l'Éducation, Direction générale
de l'évaluation et des ressources didactiques.
5. Chega-se à conclusão que a actividade intelectual que tem por
fim tratar a informação e utilizá-la, desde a escola primária até à
universidade, apenas se diferencia por uma questão de grau e
não de natureza. É, por isso, que convém iniciar a formação para
a informação o mais cedo possível, a partir de um programa em
espiral, que contemple uma introdução desde os primeiros anos,
seguida de reforços e aprofundamentos sucessivos.
7
1988, BERNHARD, Paulette, Le développement des habiletés
d'information : passeport pour la société postindustrielle. Revue
canadienne des sciences de l'information, vol. 13, no 3 et 4, p. 10.
6. No mundo escolar, dos professores, aos membros do conselho
pedagógico, direcção, serviços educativos, pessoal profissional e
técnicos de documentação, existe um largo consenso acerca da
importância da biblioteca, entendida como um centro de
actividades e de serviços pedagógicos de suporte às actividades
de ensino e aprendizagem. A biblioteca escolar é um serviço
pedagógico, cujo papel principal é contribuir para a formação do
aluno e colaborar na acção do professor. Pela sua organização ,
a biblioteca deve estar em condições de sustentar os processos
de aprendizagem e os pedagógicos. Este papel está
directamente relacionado com a aplicação dos programas
curriculares, com as actividades desenvolvidas pela escola e
pelas necessidades individuais dos alunos.
Québec 1989, Comité d'étude sur les bibliothèques scolaires, Les bibliothèques
scolaires québécoises. Plus que jamais, rapport, Ministère de l'Éducation, Direction
générale de l'évaluation et des ressources didactiques, p. 3 et p. 5.
7. Fins e objectivos gerais da biblioteca escolar:
1.
Participar no desenvolvimento global e na
formação do aluno.
2.
Constituir uma ligação cultural e educativa
face ao património local e geral, de ontem,
de hoje e de amanhã.
3.
Constituir um recurso para o ensino em
relação com os programas de estudo.
4.
Constituir um meio de aprendizagem e
desenvolvimento das competências de
informação.
Montréal 1991, La bibliothèque scolaire, Mission et objectifs.
Association du personnel des services documentaires scolaires
(APSDS).
8
8. Com efeito, apesar da diversidade dos sistemas educativos,
muitos países tendem, actualmente, a promover uma educação
centrada no aluno aprendente e a acordar como prioridade o
desenvolvimento junto dos jovens da capacidade de utilizar a
informação, na perspectiva duma formação verdadeiramente
contínua, o que se traduz pela valorização da biblioteca, cada
vez mais considerada como fonte de informação.
Paris 1992, BERNHARD, Paulette, Vers une nouvelle philosophie
pédagogique : la bibliothèque centre d'information en milieu scolaire.
Biennale de l'éducation et de la formation : débats sur les recherches et
les innovations. Unesco, (texte de la conférence).
9. A biblioteca da escola...
• um serviço pedagógico
• um centro de informação
• um centro de leitura
• um centro de formação no coração do projecto educativo
• um serviço centrado no aluno
• uma riqueza colectiva a possuir.
... ter o gosto de conseguir. (ter o prazer de alcançar)
Québec 1993, La bibliothèque de l'école, Aide-mémoire. Ministère de
l'Éducation, Direction générale des ressources didactiques et de la
formation à distance.
10. Acreditamos que a biblioteca teria vantagem em tornar-se um
local de aprendizagem, de reencontro, de evasão, um local de
formação, um local frequentado porque é apreciado, enfim um
local animado porque realmente integrado na formação do aluno.
A nós cabe torná-lo atractivo. Descobrir a informação ao seu
próprio ritmo, não é tornar o utilizador autónomo? A integração
das tecnologias vai provocar um realinhamento dos serviços da
biblioteca para uma viragem humana nas relações entre os
utilizadores. Mudanças de mentalidade e de comportamento
serão necessárias para favorecer uma maior comunicação e
troca de informação, de que resultará uma melhor formação.
Trata-se de uma filosofia de gestão que visa uma melhor troca
entre a biblioteca e os seus utilizadores.
Montréal 1994, JOUBERT, Yvon, La bibliothèque de l'école doit-elle
s'adapter ? L'importance des technologies dans la documentation,
Documentation et bibliothèques, vol. 40, no 4 (numéro thématique, La
bibliothèque de l'école), p. 226.
9
A biblioteca, neste contexto, (tecnologias de informação e
comunicação) transformar-se-á num verdadeiro laboratório de
aprendizagem de competências de informação onde o aluno adquirirá,
à medida do seu percurso escolar, métodos de trabalho, desenvolverá a
sua autonomia, aprenderá a procurar, explorar e difundir a informação
sob todas as formas, desenvolverá o espírito de análise e de síntese,
assim como o sentido crítico. A biblioteca tornar-se-á um lugar de
formação. Mais sistemática no 1º ano do 3º ciclo, a formação para a
informação evoluirá para uma abordagem mais individualizada no
secundário. A biblioteca responderá, ainda a necessidades de lazer e
de calma, mas sobretudo oferecerá um ambiente cultural de primeira
escolha pelo conjunto de documentos e serviços que tornará
acessíveis. Uma maior continuidade será criada entre a biblioteca e a
sala de aula.
Montréal 1994, DION, Jocelyne, Des bibliothèques branchées sur la
planète. Documentation et bibliothèques, vol. 40, no 4 (numéro
thématique, La bibliothèque de l'école), p. 252.
10
Capítulo 1 : A biblioteca da escola ao serviço da aprendizagem
«O mundo do séc. XXI caracteriza-se pela explosão contínua dos conhecimentos
científicos e pelo desenvolvimento acelerado das tecnologias. Todos os aspectos da
existência humana serão contínua e profundamente transformados. Se, desde a
invenção da máquina a vapor até à do computador, o género humano transformou a
face do mundo e o seu quadro de vida, tudo isso pouco representa diante da acumulação
previsível de novos conhecimentos científicos e novas inovações tecnológicas. A
humanidade acumulou mais conhecimentos científicos desde 1900 que ao longo de toda
a sua história. As inovações tecnológicas acumulam-se a um ritmo vertiginoso, como
podemos verificar na nossa vida quotidiana, invadida de há uma dezena de anos pelo
telefone celular, a videocassete, o micro-computador, etc.» 1[i]
1.1 Um recurso presente, actual e essencial
1.2 A informação ao serviço da aprendizagem e do sucesso
1.3 Um parceiro indispensável
1.1 Um recurso presente, actual e essencial
Desde o seu arranque, após as recomendações do relatório Parent em 1963,
a biblioteca da escola EB 2,3 e secundária, tende a afirmar-se, cada vez mais,
como uma parte integrante dos recursos pedagógicos, oferecidos aos alunos e
aos professores, nos planos cultural e informativo. Os alunos frequentam a
biblioteca com o objectivo de aí realizar os trabalhos escolares ou
simplesmente para encontrar leituras em função de um interesse, de uma
necessidade ou de uma aprendizagem específica. Os professores podem
recorrer aos especialistas em documentação e aos numerosos recursos
documentais disponíveis para responder aos processos pedagógicos que
privilegiam na sua prática de ensino.
A implementação das tecnologias de informação e comunicação dizem
respeito, em primeiro plano, à biblioteca e ao seu pessoal e reforça, assim, o
seu papel enquanto centro de informação ao serviço dos alunos e dos
professores. As tecnologias permitem aos utilizadores descobrirem modos
renovados de acesso à informação para consulta de documentos em suportes
digitais, ou interrogar bancos de dados locais ou distantes através das autoestradas da informação. A utilização esclarecida dos meios tecnológicos
adequados favorecem a pesquisa, sem fronteiras da informação. Obriga, no
entanto, a aprender a validar a fiabilidade destas novas fontes de informação.
Neste contexto, desenvolver nos alunos uma cultura de informação, baseada
no rigor e no discernimento, parece imperativo.
11
Ao mesmo tempo é importante sublinhar o grande surto da literatura infantil e
juvenil que tem ocorrido nos últimos anos, no Quebeque, no Canadá inglês,
nos Estados-Unidos, na Europa ou na Ásia. É um género, hoje, abundante
quer na diversificação temática quer na grande qualidade dos temas
abordados, no tratamento literário ou na originalidade da ilustração.
As colecções de documentos da biblioteca, os diversos bancos de dados
assim como as tecnologias de informação e comunicação constituem para os
alunos meios de acesso à informação, de se apropriarem da realidade, de
enriquecerem os seus conhecimentos,
desenvolver o seu imaginário,
estruturar o seu pensamento, desenvolver um espírito curioso e criativo, em
suma, aprender de forma autónoma e com sucesso. Os recursos disponíveis
na biblioteca escolar, tanto humanos como materiais, constituindo meios
complementares para o professor, permite-lhe enriquecer o seu ensino e
induzir estratégias pedagógicas mais eficazes.
1.2 A informação ao serviço da aprendizagem e do
sucesso
A biblioteca escolar está enraizada na paisagem escolar do Quebeque. Hoje,
pretende-se a utilização plena de todos os seus recursos, integrando-a,
prioritariamente nos projectos pedagógicos da turma e da escola,
nomeadamente na pesquisa e tratamento da informação.
Nesta óptica, o ponto de partida da pesquisa da informação deve ser a
biblioteca, constituindo uma das vias a explorar e a desenvolver. Por pouca
importância que lhe demos, seja na forma tradicional, seja pela via das
tecnologias das auto-estradas da informação, os recursos documentais podem
alimentar e satisfazer, no aluno, este desejo de saber e de descobrir o mundo.
A abordagem desenvolvida na pesquisa da informação inscreve-se, por sua
vez, na pedagogia da descoberta e do sucesso, questão ilustrada pela
afirmação “aprender procurando e aprender a procurar, muitas vezes em
processo simultâneo”. Preconizando que o aluno seja o próprio agente no
processo de pesquisa, compreende-se que aprenda procurando, quer dizer,
que se pratique uma pedagogia de descoberta. Quanto à pedagogia do
sucesso, coloca em evidência o enquadramento feito pelos professores e
especialista em documentação, para guiar o aluno no seu processo de
aprendizagem, propondo-lhe métodos de trabalho, ateliers, trabalhos práticos
ou exercícios relativos ao domínio e exercício de habilidades precisas.
O processo de pesquisa e tratamento da informação visa três objectivos
principais :
-
Tornar o aluno competente na utilização de um método de
trabalho eficaz.
12
-
Desenvolver a autonomia do aluno nas suas aprendizagens
Familiarizar o aluno com um processo de resolução de
problemas
Um método de trabalho baseado no rigor do processo utilizado, subtileza nos
instrumentos e meios escolhidos e lógica na execução das tarefas a cumprir.
No plano prático, a autonomia das aprendizagens significa que o aluno saiba
identificar e utilizar os recursos da biblioteca, outros locais e sítios de
informação. Também a autonomia, no plano intelectual, permite ao aluno
melhorar os seus conhecimentos e competências de pesquisa, adquirir novos,
tornando-se mais crítico face aos produtos de informação, noutros termos, que
se torne num « consumidor advertido no vasto e rico domínio da informação»
o que nos parece bastante necessário no contexto de desenvolvimento das
tecnologias e da multiplicação das fontes de informação, de acesso cada vez
mais fácil.
1.3 Um parceiro indispensável
A via pedagógica da escola e as responsabilidades educativas face à
formação do aluno favorecem as trocas profissionais entre professores e
especialistas em documentação. Trocas que incidem, sobre a selecção da
documentação, tendo em conta os programas de ensino, sobre a realização
de actividades de animação da leitura e sobre a implementação de estratégias
de iniciação à exploração dos diversos recursos da biblioteca.
Sempre que os professores escolhem fazer equipa com o responsável pela
biblioteca, implementam uma parceria dinâmica que permite consolidar a
cooperação na preparação, na realização e, também, na avaliação de um
trabalho de pesquisa e tratamento da informação, realizado pelo aluno. Este
trabalho de equipa favorece, significativamente, a utilização e integração dos
recursos documentais nas estratégias de ensino e aprendizagem.
A colaboração dos agentes educativos na escola permite elaborar planos de
intervenção ( ou acções) feitos de acordo com as necessidades individuais
dos alunos, que conduzem ao domínio das competências específicas,
necessárias à compreensão e à utilização do processo de pesquisa de
informação. « Neste aspecto, o pessoal do Centro de Recursos deve exercer
uma liderança que estimule os docentes a associar-se-lhes para a preparação
e realização de programas de formação por etapas que façam recurso às
competências respectivas. 1[iii]
Este tipo de parceria permite aprofundar as trocas profissionais, que podem
mesmo englobar estratégias e apreciações relativos à avaliação, tanto no
plano das práticas pedagógicas, como nos processos de aprendizagem dos
alunos.
Neste sentido, a parceria constitui uma mais-valia para todos na actividade
educativa. Assim, a intervenção documental iniciada pela equipa da biblioteca
13
constitui um estimulante ponto de partida (anexo 5 pág. 50). A colaboração
entre profissionais de diversos campos de especialização favorece a
descoberta de meios e de métodos assim como a emergência de novas
maneiras de fazer que permitirão um melhor acompanhamento do aluno.
14
Capítulo 2: As seis etapas de um processo de pesquisa de
informação
Toda a pesquisa de informação obriga à prática e ao domínio de habilidades
mais ou menos complexas, exige que tarefas de diferente ordem sejam
executadas e que o aluno, envolvido neste processo, tenha tempos de
paragem e reflexão antes de empreender uma nova etapa. À título de
exemplo, ler para recuperar um título é muito diferente de ler , comparando,
três ou quatro parágrafos sobre um mesmo tema ; anotar informações difere
se o aluno está a iniciar ou a terminar a pesquisa; se esta é simples ou
complexa, livre ou imposta. No decurso das experiências, o aluno
desenvolverá atitudes de questionamento; noutras palavras, obterá o
domínio de métodos de trabalho eficazes ao longo dos seus estudos e
transferíveis em diversas situações da vida, por exemplo, na procura de
emprego, na planificação de um plano de estudos especializado ou de um
plano de carreira ; ou, simplesmente na organização, em época de férias, de
uma viagem.
«A situação de aprendizagem deve favorecer a autonomia do
pensamento ; deve encorajar o aluno a investir e a pesquisar a
informação que necessita, a seguir o seu percurso, a desenvolver o seu
próprio processo de resolução de problemas, a utilizar as suas ideias
pessoais»
2.1 Um processo em seis etapas
2.2 A pesquisa da informação. - Quadro síntese
2.3 Ilustração de uma aplicação do processo de pesquisa
de informação
2.3.1 Identificar o tema
2.3.2 Procurar fontes de informação
2.3.3 Seleccionar os documentos
2.3.4 Retirar a informação dos documentos
2.3.5 Tratar a informação
2.3.6 Comunicar a informação
2.4 As habilidades exercidas
2.1 Um processo em seis etapas
15
« No final do secundário o aluno deverá ter adquirido um conjunto de
capacidades metodológicas : a capacidade de recuperar, de explorar,
de validar e utilizar diferentes fontes de informação necessárias ao
seu trabalho, quer sob forma impressa (livros, revistas, jornais,
dicionários, enciclopédias, etc.), quer visual ou informatizada, sendo
capaz de a encontrar numa biblioteca, num museu, num centro de
documentação e sabendo utilizar as tecnologias de informação e os
procedimentos de recuperação e de navegação para aceder
eficazmente à informação.»;1[ii]
O processo de pesquisa e tratamento da informação desenvolvidos neste guia
é constituído por seis grandes etapas interdependentes umas das outras.
(Ver também Quadro síntese I «As 6 etapas de um projecto de pesquisa» pág. 53 e 59)
IDENTIFICAR
o tema
PROCURAR
As fontes de informação
SELECCIONAR
os documentos
RETIRAR
A informação dos documentos
TRATAR
a informação
COMUNICAR
A informação
O percurso proposto apoia-se nas habilidades e aprendizagens feitas pelos
alunos, ao longo da escolaridade. Necessita, também, do domínio de novas
habilidades e de novas aprendizagens para as diferentes tarefas a realizar. O
domínio destas habilidades não pode ser feito sem uma aprendizagem formal.
Por outro lado, este processo está em consonância com os objectivos dos
programas de ensino básico e secundário, com numerosas estratégias
pedagógicas utilizadas pelos professores e com as estratégias de
aprendizagem utilizadas pelos alunos, como por exemplo a resolução de
problemas, o processo científico, a análise de textos, a cronologia. Neste
contexto, a estrutura do processo e a sua utilização revestem um carácter
universal, independentemente do tema pesquisado.
O processo de pesquisa e de tratamento da informação inscreve-se num
conceito de formação contínua. É global, em espiral, por vezes indutivo, outras
dedutivo ; comporta uma parte de descobertas espontâneas, de interrogações,
de hesitações, de erros, de verificações, de ir e vir; obriga à reflexão, à
análise, à síntese e à tomada de decisões.
16
O aluno-investigador
Ainda que esquematizadas, as seis etapas propostas para o processo são
bem concretas. Constituem pontos de referência metodológicos para o alunoinvestigador e « momentos pedagógicos » privilegiados que permitem ao
professor e à equipa da biblioteca acompanhar o aluno seja na aquisição, na
prática ou no aprofundamento de habilidades de diferentes ordens
necessárias ao cumprimento de uma tarefa e ao seu sucesso.
A condução de um processo de pesquisa de informação é da responsabilidade
do aluno. A estrutura do processo permite-lhe reinvestir constantemente, de
uma etapa a outra, o que já domina. Pode regressar a uma etapa anterior,
antes de prosseguir para a seguinte, ou completar as tarefas da etapa em que
se encontra. Neste sentido, os processos de pesquisa revelam aspectos
constantes no tipo de tarefas a cumprir e nas habilidades a exercer pelo aluno.
Põe, também em evidência, numerosas variantes, inerentes à progressão do
processo, nomeadamente nos planos de exigência da tarefa a cumprir, no
grau de exercício de uma habilidade ou de uma aprendizagem a dominar pelo
aluno.
Assim, quanto maior for o domínio de certas habilidades, mais facilmente
poderá realizar uma pesquisa de informação complexa, acelerar o seu ritmo
de trabalho e mesmo desenvolver estratégias particulares. O aluno torna-se o
sujeito do seu processo de aprendizagem.
2.2 A pesquisa de informação. Quadro-síntese
A realização das seis etapas do processo de pesquisa e de tratamento da
informação permite ao aluno completar o ciclo de pesquisa, desde a
enunciação do tema até à comunicação dos resultados. No quadro-síntese
que se segue, cada etapa é precedida de uma descrição, dos meios a utilizar
e das tarefas a serem cumpridas pelo aluno. As etapas não são estanques
entre si, o que significa que é possível saltar de uma para outra, regressar a
uma anterior, aprofundar uma, ao mesmo tempo que inicia outra. (Ver também
Quadro-síntese «As seis etapas de um projecto de pesquisa» - pág. 53)
Etapas
IDENTIFIC PROCURA SELECCIONA RETIRAR TRATAR COMUNICA
R
R
R
AR
a
O tema
As fontes
Os
a
a informação
informaç
de
documentos informaçã
ão
informação
o dos
document
os
17
descriç
ão
meios
tarefas
a
cumpri
r pelo
aluno
As informações inscritas no quadro-síntese são, em definitivo, as palavraschave que permitem delimitar a natureza e a extensão do processo de
pesquisa de informação no seu conjunto e também de cada uma das etapas.
Estas palavras-chave constituem pontos de referência para o aluno, para os
professores e para a equipa da biblioteca. Possibilitam uma visão de conjunto
de todos os elementos constitutivos do desenvolvimento duma pesquisa, seja
a descrição duma etapa, seja da identificação dos meios disponíveis e da
exactidão das tarefas a serem cumpridas pelo aluno.
A designação dos locais, sala de aula, biblioteca ou outros no processo é de
natureza metodológica, o que permite tornar mais evidente as
responsabilidades do professor e da equipa da biblioteca e das diferentes
tarefas a desenvolver pelo aluno. No espírito da dinâmica da pesquisa esta
distinção não tem um carácter restritivo. O aluno pode também consultar
outros « locais de biblioteca » ou realizar tarefas noutros lugares, que não
apenas a aula ou a escola. O acesso às auto-estradas da informação vai
permitir cada vez mais, interrogar bases de dados ou sítios de informação à
distância, o que põe em causa o conceito de lugar físico.
2.3 Ilustração de uma aplicação de um processo de pesquisa de
informação
O desenvolvimento da pesquisa e tratamento da informação descrito nas
páginas que se seguem é uma ilustração prática de um processo completo.
Permite compreender todas as modalidades, percepcionar a utilidade dos
instrumentos e das estratégias disponíveis, identificar as ligações existentes
entre as etapas e a lógica do resultado. A prática deste processo favorece o
rigor do projecto pedagógico desde o ponto de partida e permite a
familiarização com as linguagens documentais.
Na realidade, de acordo com as experiências adquiridas e o grau de
competência dos alunos, segundo as circunstâncias ou a complexidade da
pesquisa, o processo pode ser simplificado ou aplicado parcialmente.
Deste modo, por exemplo, o professor pode pedir aos alunos para efectuarem
uma pesquisa sobre as duas primeiras etapas, identificar o tema e procurar as
fontes de informação, com o objectivo de as dominarem perfeitamente
completo; ou ainda insistir na etapa 4. retirar a informação. Alguns aspectos
18
podem ser objecto de um exercício específico : a comparação de palavraschave com os cabeçalhos de assunto ; a utilização dos operadores boleanos ;
a anotação de informações para uma síntese ou para a transcrição de um
extracto de texto para uma citação.
Esta ilustração do processo permite, ao professor e à equipa da biblioteca,
rigor nos papéis e nas responsabilidades de cada um e estabelecer a parceria
desejada para acompanhar o aluno no processo de pesquisa de informação, o
qual não pode ser dissociado do próprio processo de aprendizagem.
Esta ilustração também pode servir de esquema para uma detalhada
preparação prévia de todo o processo, de cada uma das etapas, ou de
elementos precisos de cada uma. Pode inspirar a elaboração de actividades
pedagógicas pertinentes, em função de um contexto determinado. Por outro
lado, pode constituir uma referência para a elaboração de programas por
turma ou para o 2, 3º ciclos e ensino secundário.
2.3.1 Identificar o tema
O tema é o primeiro elemento a determinar na pesquisa. Pode ser livre ou
imposto. Explorando todos as facetas possíveis do tema, torna-se mais fácil
para o aluno delimitá-lo, quer dizer, compreender melhor a sua natureza e
extensão e perceber o ângulo sob o qual pretende abordá-lo.
a) Identificar o que já conhece :
listar os seus conhecimentos pessoais
Nesta primeira etapa, o aluno identifica os seus próprios conhecimentos sobre
o assunto, o que conhece sobre questão. Pode também pedir a contribuição
dos seus pares, sugerindo um «brain-strorming», que lhe comuniquem o que
conhecem do tema e as fontes de informação que lhe aconselham. Pode
completar com um exercício de antecipação da existência de outras fontes de
informação, para além das que já conhece. É a partir destas conquistas que o
aluno pode progredir e identificar os aspectos sobre os quais pretende
encontrar informações. De seguida, formula por escrito o que já sabe do tema
e o que pretende descobrir na sua pesquisa.
Consultar dicionários
O aluno formula a sua questão ou o seu objecto de pesquisa em linguagem
natural, quer dizer, na linguagem corrente da vida quotidiana. Apesar de
correctos do ponto de vista da língua, os termos utilizados podem ser
diferentes dos das obras a consultar, onde frequentemente encontramos uma
terminologia técnica e especializada.
19
O aluno deve utilizar os instrumentos disponíveis que facilitem a sua pesquisa
e que melhor lhe permitam identificar as fontes de informação pertinentes.
Com a ajuda do dicionário procura sinónimos, termos equivalentes aos que
utilizou na sua primeira formulação e anota-os. Este exercício leva-o a tornar o
pensamento mais preciso e a reter as diferentes palavras-chave que
orientarão a pesquisa.
b) Desenvolver uma visão geral :
Fazer leituras exploratórias
O aluno utiliza os instrumentos usuais, dicionários, manuais escolares para
enriquecer os campos da investigação e obter uma ideia geral do tema. Pode
também consultar outros documentos na biblioteca.
Tomar notas.
O aluno toma notas de leitura, regista outras fontes de informação a consultar.
Agrupa e hierarquiza as informações recolhidas, situa-as no contexto geral ou
específico do seu objectivo.
c) Orientar o tratamento :
Escolher o ângulo de abordagem
Comparando as informações recolhidas torna-se mais claro para o aluno o tipo
de tratamento que pretende dar à questão, se é a primeira vez que o aborda
ou se, pelo contrário é um aprofundamento de conhecimentos já adquiridos. É,
neste momento, que precisa e situa o tema da sua pesquisa, seja uma visão
mais geral e vasta, seja um tema específico dentro do contexto geral. Escolhe
as palavras-chave que determinarão o ângulo de abordagem do assunto.
d) Esboçar um plano de pesquisa:
O aluno faz um primeiro esquema do estádio dos seus conhecimentos e das
fontes imediatamente disponíveis. Identifica também grandes linhas de
pesquisa ; esboça agora o seu plano de trabalho, tendo em conta quer o
conteúdo da pesquisa (que informações procurar) quer as tarefas que lhe
permitirão fazê-lo (como encontrar as informações). Identifica o tipo de
pesquisa que pretende fazer: exploração, demonstração, análise, síntese,
ou qualquer outro tipo. Finalmente organiza um calendário de trabalho tendo
em conta a data de entrega do trabalho ao professor.
2.3.2 procurar as fontes de informação
Para uma procura eficaz das fontes de informação que lhe serão úteis, o aluno
utiliza as linguagens documentais e o catálogo da biblioteca para elaborar uma
primeira lista dos recursos disponíveis. Identifica o tipo de documentos,
20
incluindo as páginas web e os repertórios da internet que lhe permitem uma
visão geral do assunto. Em seguida, distingue as obras que tratam aspectos
específicos do tema em pesquisa.
a) Saber qual o tipo de documento que fornece a informação necessária ao
tema da pesquisa
Um mesmo tema pode ser tratado em diferentes suportes, contribuindo cada
um para uma qualidade diferente da informação. Um documento audiovisual,
pelo seu tratamento, dá uma visão de conjunto instantânea, que pode ser
aprofundada pela consulta posterior de outro tipo de obras, impressas ou
informáticas. Graças às auto-estradas da informação, a consulta à distância
de sítios ou de bases de dados enriquece o conhecimento do tema. Por outro
lado, a manipulação de um objecto pode permitir a compreensão directa de
um fenómeno. Nesta etapa do método, o aluno explora as diferentes vias que
lhe são abertas.
Obras de referência gerais dão informações sucintas que ajudam a alargar o
campo de compreensão de um fenómeno. É o caso de alguns cd-rom, de
dicionários especializados, de enciclopédias e de atlas. As informações que
contém são úteis, não só porque situam o tema num contexto geral mas
também porque permitem a tomada de consciência de aspectos específicos,
ainda não tidos em conta. Utiliza documentos de referência para melhor
compreender e precisar as questões relativas ao seu trabalho.
b) Utilizar as linguagens documentais e o catálogo da biblioteca para iniciar a
pesquisa
Explorando os pontos de acesso oferecidos pelo catálogo da biblioteca, o
aluno retira os títulos que lhe parecem interessantes a reter. Quer tomar
conhecimento de obras de um autor que lhe agradou? Consulta, então, o
índice dos autores. Prefere dar prioridade a uma colecção de que aprecia o
tipo de tratamento da informação? Consulta o índice das colecções. Quer
saber se a biblioteca tem o título que já identificou ? Consulta o índice de
títulos. Interessa-se por um domínio em particular ? Consulta o índice de
assuntos.
c) Associar as palavras-chave aos cabeçalhos de assunto
Graças às informações contidas na ficha catalográfica reúne índices sobre
diferentes aspectos : o autor, a colecção, a data de publicação, o número de
páginas. Toma conhecimento dos cabeçalhos de assunto atribuídos e verifica
a sua associação com as palavras-chave do seu tema de pesquisa. Assim,
através de deduções, descobre novas pistas.
d) Perceber o nível de especificidade da obra
21
Lendo a ficha catalográfica o aluno retira a cota atribuída ao documento de
acordo com o sistema de classificação decimal universal, CDU. Segundo a
complexidade da cota, o aluno percebe o nível de especificidade da obra.
e) tomar notas
O aluno regista uma lista de títulos de obras pertinentes e a cota respectiva.
De acordo com as situações anota os endereços URL da Internet. Inscreve os
cabeçalhos de assunto retirados das fichas ao lado das palavras-chave do
tema da sua pesquisa. Pode, ainda, verificar o estado de identificação das
suas fontes de informação relativamente ao seu plano de trabalho.
2.3.3 Seleccionar os documentos
Nesta terceira etapa, o aluno consulta rápida e metodicamente as obras
identificadas ou os sítios web já assinalados para se assegurar que
correspondem ao tema da pesquisa e às questões colocadas. É o momento
de comparar as informações das fichas catalográficas com as palavras-chave
e com as informações dos documentos seleccionados.
a) Utilizar a estrutura dos documentos para melhor identificar o seu conteúdo
Duma forma geral a apresentação das obras permite facilmente ter uma ideia
da abordagem e do conteúdo desenvolvido. O aluno usa os elementos que
compõem a estrutura dos documentos para proceder ao levantamento das
palavras correspondentes às palavras-chave da sua pesquisa. Descodificando
estes pontos de acesso da informação (índice, plano da obra, glossário,
etc.) consegue identificar as obras ou parte das obras que necessitam de
consulta posterior mais aprofundada.
b) Associar o conteúdo dos documentos às palavras-chave da pesquisa inicial
O aluno efectua um exercício de comparação entre as palavras-chave de
partida e as reencontradas após a recuperação da informação ; pode mesmo
tratar-se das mesmas palavras ou de termos semelhantes ou equivalentes.
Este exercício confirma as suas escolhas e ajuda-o a identificar novas
palavras-chave, ao mesmo tempo que selecciona as obras que correspondem
às suas necessidades.
c) Classificar os documentos seleccionados
Uns documentos apresentam um interesse geral, outros um interesse
específico. Uns parecem indispensáveis enquanto outros acessórios. Nesta
altura o aluno classifica os documentos em função de diferentes critérios: o
carácter geral ou específico da informação, a sua importância relativa no
desenvolvimento da pesquisa, os aspectos do tema cobertos. No caso da
pesquisa incidir sobre assuntos cujos dados evoluem rapidamente, anota a
22
data de produção da obra, para verificar e assegurar-se da sua actualidade.
Selecciona os documentos pertinentes e rejeita os que não são.
d) Tomar notas
A tomada de notas permite ao aluno fazer o ponto da situação. É, de alguma
maneira, um esforço de síntese. O aluno regista os diferentes tipos de
informação em fichas ou numa base de dados. Deste modo, poderá encontrar
os títulos dos documentos, os capítulos, as páginas assinaladas; de se
lembrar das características identificadas nos documentos e nas informações ;
constatar as ligações estabelecidas entre as palavras-chave e os descritores
escolhidos. É, ainda, o momento de optar como entende utilizar as
informações recolhidas durante o processo de pesquisa.
2.3.4 Retirar a informação nos documentos
O aluno explora as diferentes fontes de informação às quais teve acesso, seja
na biblioteca, seja por via telemática. Seleccionou o que lhe parecia
pertinente. De seguida, examina os documentos ou as bases de dados de
modo sistemático e analítico afim de retirar a informação a tratar. Nesta etapa,
a tomada de notas é mais elaborada e reveste um carácter capital para a
formulação e síntese das ideias e dos factos. O aluno toma decisões sobre a
pertinência das informações conhecidas e sobre o que deve reter. Avalia
também quais as informações em falta.
a) Ler rapidamente
Num primeiro tempo, lê rapidamente todos os documentos ou bases de dados
que listou para se assegurar que identificou correctamente todas as fontes
possíveis de informação. Utiliza a técnica da leitura em diagonal , à procura de
uma palavra ou ideia para registar passagens interessantes, percorrendo os
documentos e as bases de dados, de maneira sistemática, concentrando-se
nos títulos, nos sub-títulos, nas ilustrações e gráficos à procura das palavraschave. Procede a uma nova selecção de informações.
b) Ler atentamente
O aluno lê atentamente, quer dizer, minuciosamente e de forma detalhada as
passagens seleccionadas. Utiliza, agora, a técnica da leitura de
aprofundamento que lhe permite tomar decisões e reter as informações
pertinentes para a pesquisa. Neste momento, o aluno realiza numerosas
actividades de análise, síntese, comparação, reformulação e mesmo de
transcrição. A leitura acompanha-se da tomada de notas.
c) Tomar notas para compreender
A tomada de notas é simultânea aos diferentes tipos de leitura. Toma notas de
forma ordenada para compreender e reter as informações. De cada vez que
tal se torne necessário, completa uma ficha, cria novas, estabelece as
ligações que se impõem entre as informações que possui e as que descobre.
23
A anotação das referências com rigor e o destaque das palavras-chave são
essenciais nesta etapa. Reúne, ainda, comentários pessoais, sob a forma de
questões ou apreciações, o que favorece um aprofundamento do seu tema de
pesquisa.
d) Classificar as notas registadas
O aluno classifica as notas em função do plano de trabalho que estabeleceu
na primeira etapa. Sob a forma de quadro-síntese, precisa as relações
existentes entre as palavras-chave que identificou na fase de delimitação do
tema de pesquisa e as informações recolhidas. Classifica-as, a seguir, do
geral para o particular, ou em ideias principais ou secundárias. Possui, agora,
uma visão de conjunto do trabalho, o que lhe permite avaliar o total das
informações de que dispõe, verificar a sua pertinência de acordo com a
perspectiva de abordagem escolhida, se as relações entre as ideias estão
equilibradas, noção do desenvolvimento que pretende dar a cada parte da sua
pesquisa. Completa, se necessário com as informações em falta.
2.3.5 Tratar a informação
O aluno trata a informação que reuniu, num conjunto de fichas ou numa base
de dados, para a tornar significativa e compreensível. O tratamento da
informação obriga a operações intelectuais complexas, tais como a análise, a
comparação, a inferência, a síntese, a dedução, a transferência, etc. Organiza,
ordena, hierarquiza a informação com vista a responder à sua questão de
partida. Reinveste o que já sabe ; transfere os saberes anteriores para um
novo conhecimento. Esta etapa corresponde à objectivação preconizada nos
programas de estudo, o que significa que o aluno faz uma aprendizagem
duradoira que pode reutilizar num contexto semelhante e reinvestir numa nova
situação.
a) Analisar as informações
O aluno faz uma leitura analítica de todas as informações que anotou e
classificou. Examina cuidadosamente todo o material que possui, tendo em
conta o tema da pesquisa, as palavras-chave, o ângulo de abordagem
escolhido e o plano de trabalho preliminar. Certifica-se que possui todas as
informações que necessita para concluir a sua pesquisa. É o momento de por
em ordem as ideias, os factos, as opiniões, de distinguir as causas dos efeitos;
estabelecer uma hierarquia na importância das informações, colocar em
evidência as palavras-chave; distinguir o essencial do acessório, eliminar o
que não é conforme.
b) Sintetizar as informações
24
O aluno procede, agora, à síntese para ter uma percepção global do resultado
da sua pesquisa de informação e também para se concentrar no essencial do
seu propósito. Retém as relações de diferente natureza, que pretende
estabelecer entre os diferentes elementos de informação. Vive a etapa da
formulação de uma mensagem clara e precisa com vista a responder à sua
questão de partida.
c) Confirma o conteúdo da exposição
O aluno concentra-se na preparação final da sua exposição, quer dizer na
organização definitiva do resultado da sua pesquisa. Faz o balanço da
pertinência das informações recolhidas, dos conhecimentos adquiridos e das
habilidades dominadas. Valida o seu plano de pesquisa, o que possui com as
componentes do mesmo. Aproveita para completar, suprimir, deslocar, por em
evidência certas informações. Confirma as escolhas, decidindo quais as
ligações significativas que irá estabelecer entre as informações de que dispõe;
como vai ordenar estas informações na sua exposição de acordo com o plano,
introdução, desenvolvimento e conclusão; ou uma abordagem analítica ou
sintética, por exemplo.
2.3.6 Comunicar a informação
De investigador, o aluno adopta, agora uma atitude de comunicador.
Comunicação da informação de maneira original, lógica e testemunha útil do
seu grau de compreensão do tema, da qualidade da pesquisa efectuada e da
adequação do tratamento da informação realizada. Esta etapa comporta
exigências particulares pois, obriga o aluno a formular um ponto de vista
pessoal, apoiado nas referências que encontrou. Para completar o ciclo do
processo , realiza uma avaliação pessoal do conjunto do seu trabalho.
a) Estruturar a exposição
O aluno apoia-se no plano de pesquisa validado na etapa precedente, para
estruturar a exposição que deseja apresentar ou, de acordo com as situações,
comunicar. Formula uma mensagem original e compreensível a partir das
informações acumuladas, dos conhecimentos adquiridos, das habilidades
dominadas e das conclusões a que chegou. Preocupa-se com a lógica e o
encadeamento da comunicação. Está atento para distinguir o essencial do
acessório; para não confundir factos, ideias, opiniões, percepções; para
reconhecer aos outros o que lhes pertence.
b) Respeitar as regras
O aluno toma consciência e respeita as regras de diferente natureza, inerentes
a qualquer comunicação. Quer a exposição seja curta ou longa, simples ou
elaborada, com a ajuda de meios técnicos, existem regras a aplicar: rigor no
uso da língua, clareza dos esquemas e das ilustrações, citação das fontes,
encadeamento das ideias, títulos e sub-títulos, por exemplo. Cada estilo de
exposição, oral, escrita, audiovisual, informática ou outros, implicam
25
exigências particulares, as suas regras de arte. A preocupação do aluno é
comunicar uma mensagem que será recebida e compreendida.
Outras exigências podem ser impostas, como um número exacto de páginas,
tempo mínimo ou máximo de exposição, escolha de meios ou de estilos, um
modelo de apresentação, um número ou uma variedade de referências.
c) Citar as fontes
O aluno identifica as fontes utilizadas segundo as regras normalizadas, seja
em texto integral, reprodução de opinião, ou resumo. Respeita o direito de
autor, citando as fontes. Assim, confirma a seriedade do trabalho e o
aprofundamento da pesquisa. Por outro lado, elabora a bibliografia de todos
os documentos, bases de dados ou fontes consultadas e utilizadas.
d) Avaliar o trabalho
A avaliação do trabalho pode ser de dois tipos : avaliação dirigida ou autoavaliação. Esta actividade constitui, para o aluno, um momento privilegiado de
reflexão e objectivação. Ao fazer um regresso sistematizado a todo o
processo, pode verificar as aprendizagens realizadas, relativamente ao
método utilizado, às competências exercidas e às informações recolhidas.
Permite-lhe tomar decisões par melhorar, numa próxima vez.
2.4 As habilidades exercidas
O processo de pesquisa de informação é também um processo de
aprendizagem. Este relaciona-se com a construção da autonomia do aluno e
com a acessibilidade aos recursos documentais, independentemente do tipo
de suporte.
O aluno exerce um grande número habilidades, de graus diversos, muitas
vezes em simultâneo, frequentemente em cadeia, umas atrás das outras. Em
muitas situações, é iniciado no exercício de uma habilidade ou de um conjunto
de habilidades ; noutros casos, obterá um domínio sólido; por vezes deverá
aprender a exercer uma nova habilidade; outras, aprofundar o domínio duma
habilidade e comportar-se como um perito. No funcionamento do processo
não existe separação ou oposição real no exercício ou aprendizagem de uma
determinada habilidade ou de um conjunto, duma etapa a outra. É uma
questão de degrau ou intensidade e também de estratégia pedagógica, o que
significa pertinência e qualidade do suporte dado pelos professores e equipa
da biblioteca. Determinar o nível de competência adquirido pelo aluno na
utilização de uma habilidade ou conjunto de habilidades, nem sempre é
evidente. Na prática, dentro do espírito de uma pedagogia de
acompanhamento, existe sempre oportunidade de verificar se o aluno atingiu
ou não, uma competência satisfatória para executar as tarefas requeridas pelo
desenvolvimento do processo de pesquisa da informação. As habilidades
envolvidas no processo de pesquisa descrito, encontram-se explicitadas nos
programas de estudo do 2º, 3º ciclo e secundário. O objecto de aplicação é, às
26
vezes, diferente, o que apenas se traduz no enriquecimento da formação do
aluno.
O quadro que se segue contém uma lista, por ordem alfabética, das
habilidades mais frequentemente exercidas, relacionadas com as tarefas a
cumprir, em cada etapa do processo de pesquisa de informação. (Ver
também Quadro-síntese «As 6 etapas de um projecto de pesquisa» - pág. 53)
As habilidades exercidas mais frequentemente,
segundo as etapas
1
2
3
4
5
6
IDENTIFICAR
PROCURAR
SELECCIONAR
RETIRAR
TRATAR
COMUNICAR
O tema
As fontes de
Os documentos
informação
A informação A informação
A informação
dos
documentos
27
reunir
apreciar
reunir
analisar
associar
associar
associar
aprofundar
classificar
procurar
clarificar
escolher
argumentar
compreender
compreender
escolher
concluir
consultar
definir
alargar
comparar
consultar
comparar
completar
diferenciar
consultar
consultar
explorar
generalizar
identificar
examinar
extrair
escrever
diferenciar
esboçar
distinguir
examinar
identificar
indexar
generalizar
inventariar
identificar
formular
identificar
ligar
limitar
ler
decidir
deduzir
distinguir
duvidar
estudar
avaliar
criar
desenhar
discutir
escrever
formular
informar
introduzir
hierarquizar
induzir
ler
manipular
ler
listar
orientar
comparar
ler
anotar
manipular
reproduzir
anotar
anotar
organizar
questionar
questionar
reconhecer
reunir
recolher
reagrupar
recuperar
reconhecer
reagrupar
reformular
retirar
retirar
interpretar
ler
ler
organizar
ordenar
falar
organizar
apresentar
planificar
redigir
reflectir
responder
reagrupar
respeitar
reunir
rever
reler
rever
28
Capítulo 3: Um centro de recursos, A Biblioteca
«A biblioteca faz parte da comunidade educativa da escola e o acesso a
ela deve ser assegurado aos alunos e ao pessoal docente. O acesso à
biblioteca assenta na existência de pessoal qualificado,
na
disponibilidade de um fundo documental que corresponda às
necessidades dos seus utilizadores e na existência de um espaço
normalizado. A biblioteca da escola é um serviço pedagógico cujo
principal papel é o de contribuir para a formação do aluno e de
colaborar com a acção do professor. Pela sua organização, a biblioteca
deve estar preparada para apoiar os processos de aprendizagem e os
processos pedagógicos. O papel de apoio pedagógico está intimamente
relacionado com a aplicação dos programas de estudos, com as
diversas actividades organizadas pela escola assim como com as
necessidades dos alunos »
3.1 Um centro de recursos
A biblioteca da escola constitui um universo pluridisciplinar que se
destaca pelo seu papel, pelas suas componentes e pelas suas
actividades. É um verdadeiro centro de recursos para uso dos alunos e
do pessoal docente. A implantação e utilização das tecnologias de
informação e de comunicação amplia o universo da biblioteca,
nomeadamente pela sua ligação às auto-estradas da informação, o que
permite pesquisar ou consultar à distância bases de dados e
documentos diversos.
3.2 A biblioteca, o que é…
A biblioteca da escola tem características particulares no plano da
organização, dos recursos e do lugar que ela ocupa:
29
Organização
dos serviços pedagógicos
•
actividades de
animação da leitura
•
actividades de
aprendizagem
•
apoio à metodologia da
pesquisa de
informação
intelectual
•
linguagens documentais
•
Classificação Decimal Universal
•
Processo de acesso à informação
material
•
•
Um catálogo geral informatizado
apoio à planificação do
dos documentos estruturados por
ensino.
autores, assuntos, títulos ou
colecções
•
Boletins, Índices
•
Aparelhos informáticos e
audiovisuais
•
Modems e outros meios de
comunicação
30
Recursos
materiais
humanos
•
•
Documentos de
diferentes géneros, em
Pessoal especializado
todos os campos do
e qualificado
conhecimento, em
diversos suportes
financeiros
•
para o contrato de
pessoal, o
funcionamento, a
aquisição da
documentação e dos
aparelhos, os imóveis
Espaço
pedagógico
•
ambiente educativo,
cultural, informativo
físico
•
organizado
adequadamente no
plano do espaço, do
•
relação de ajuda
mobiliário e dos
personalizada
equipamentos
31
virtual
•
redes de comunicação
•
acesso à distância aos
documentos ou às
informações
3.3 A biblioteca, o que faz…
Serviço pedagógico, centro de informação, centro de acesso à
informação, centro de leitura, a biblioteca da escola tem por principais
finalidades:
Adquirir, gerir e difundir
a documentação de todos os
tipos e de todos os géneros
disponíveis em diferentes
suportes;
Contribuir para a formação
do aluno
acompanhando-o no seu
processo de aprendizagem,
principalmente nas práticas de
leitura que favoreçam a
apropriação da informação
conduzindo ao seu
desenvolvimento pessoal;
Apoiar o pessoal docente
na sua actividade pedagógica;
Colaborar na acção do
professor junto dos alunos
para que estes últimos adquiram
as habilidades necessárias na
utilização do processo de
pesquisa de informação.
32
3.4 Linguagens úteis
O domínio da documentação, como é o caso em numerosos domínios
da actividade humana, utiliza ao mesmo tempo a linguagem natural
(linguagem corrente) e a linguagem controlada, o que permite o rigor e
a eficácia na classificação da informação por um lado e a sua
recuperação por outro.
Linguagem natural
A linguagem natural é a língua utilizada correntemente em todas as
actividades da vida quotidiana. De acordo com o contexto, o nível da
língua será familiar, erudito, técnico, poético, literário, diplomático,
administrativo... Vários termos são sinónimos, antónimos; são
específicos ou genéricos, por exemplo. Esta diversidade ilustra a
riqueza e a subtileza da língua. Geralmente, os títulos das obras são
redigidos em linguagem natural, o que facilita a sua compreensão pelos
leitores.
Na linguagem natural, pode-se escolher um termo, ou um conjunto de
termos para se fazer uma descrição, uma representação, uma
ilustração ou uma síntese de um assunto, de uma ideia, de um texto, de
uma situação.... etc.. O termo assim escolhido torna-se uma palavrachave. Esta palavra-chave permite ao aluno identificar o que é
importante ou o que é preciso reter para compreender o essencial de
um assunto. Consoante o caso, a palavra-chave tem um sentido geral
ou específico.
A utilização da palavra-chave ou de um conjunto de palavras-chave, é
uma estratégia eficaz para delimitar um assunto de pesquisa na
biblioteca e na Internet. Também nesta perspectiva, quanto mais a
palavra-chave for precisa e pertinente mais fácil será o início da
pesquisa da informação.
Além disso, a utilização da palavra-chave torna-se essencial para fazer
a ligação com as linguagens especializadas dos diversos domínios do
conhecimento humano.
A linguagem controlada utiliza termos escolhidos, precisos e unívocos
com a finalidade de evitar as interpretações de sentido. Neste espírito, o
mundo da biblioteconomia desenvolveu linguagens documentais para
facilitar a identificação das fontes de informação, para estabelecer
relações de sentido entre termos, com o objectivo de descrever o
conteúdo de um documento e indexá-lo.
33
A linguagem documental é pois constituída por termos escolhidos,
pertencendo a um vocabulário normalizado, que permitem delimitar o
sentido, estabelecer remissivas entre os termos seleccionados,
estabelecer relações de sentido entre eles, isto é, uma certa hierarquia
das noções representadas ou certos laços de vizinhança entre elas..
A linguagem controlada
De maneira simplificada, pode-se dizer que a linguagem documental
tem uma dupla função.
•
A primeira função é a de servir como ferramenta de especialista
(indexador ou catalogador) graças à qual, com a ajuda de termos
normalizados (descritores, cabeçalhos de assunto, assuntos)
descreve o conteúdo de um documento, por outras palavras,
indexa as noções principais.
•
A segunda função é de servir como ferramenta de trabalho para
o pesquisador que utiliza então a hierarquia, isto é, os termos
normalizados e as suas relações para recuperar, sob um mesmo
termo, a informação, ou os documentos ou sites de informação
que necessita, ou para traduzir as palavras-chave da linguagem
natural em termos aceites pelo sistema de informação, por
exemplo, bases de dados ou catálogos.
A linguagem documental utilizada nas bibliotecas da escola é o sistema
de classificação decimal universal.
A Classificação Decimal Universal
O sistema de classificação decimal universal (Anexo 4 – pág. 47) é um
sistema universal baseado na utilização do sistema decimal. « O sistema de
classificação visa cobrir o conjunto de conhecimentos humanos tal como estão
expressos nos livros e outros documentos.» 1[ii]
A estrutura deste sistema hierarquizado vai do geral para o particular, o
que permite alargar ou estreitar um campo de pesquisa.
A estrutura de base compreende 10 grandes classes, identificando os
campos principais do conhecimento. As classes dividem-se em 100, as
quais se subdividem em 1000 secções, que, por sua vez, se fraccionam
em múltiplos índices específicos. Esta maneira de proceder permite
identificar um determinado campo de conhecimento.
34
Para o especialista de documentação, o sistema de classificação
decimal universal é uma linguagem controlada.
Para o utilizador, o investigador, o aluno, é um sistema lógico,
hierarquizado que permite a recuperação da informação, isto é, o
acesso fácil à informação.
Exemplo:
Classe
9
- Geografia e História
Divisão
94(4)
- História da Europa
94(469)
- História de Portugal
Os cabeçalhos de assunto
Os cabeçalhos de assunto são um conjunto de expressões
seleccionadas por especialistas em catalogação com a finalidade de
descrever o ou os assuntos dos documentos. Os termos utilizados são
agrupados numa lista (repertório dos cabeçalhos de assunto o que
permite um uso standardizado deste vocabulário normalizado e
estruturado.
Os cabeçalhos de assunto utilizados para “traduzir” o ou os assuntos do
documento são inscritos na ficha catalográfica que acompanha cada
documento, independentemente do suporte técnico.
Para o aluno investigador, é uma fonte fiável de informações logo que
ele compare estas expressões (cabeçalhos de assunto) com as
palavras–chave, que reteve na pesquisa da informação ou vice-versa.
Isso permite-lhe saber rapidamente se o documento que identificou é
pertinente para a sua pesquisa.
3.5 Um catálogo de dados bibliográficos
A biblioteca da escola detém uma importante ferramenta que permite
recuperar a informação pesquisada. O catálogo de dados bibliográficos
35
com a sua estrutura de ficheiros e de fichas catalográficas conta-se
entre as principais ferramentas do pesquisador, pois permite chegar a
conceitos ou assuntos por um caminho metódico na recuperação de
informações bibliográficas.
A esta ferramenta é preciso juntar as bases de dados digitais ou bases
de dados acessíveis pelas auto-estradas da informação, a Internet, por
exemplo.
O catálogo
O catálogo de dados bibliográficos da biblioteca da escola é uma
ferramenta polivalente, eficaz e fácil de consultar pelos alunos. É uma
base de dados bibliográfica que reúne as informações úteis segundo
métodos standardizados, sobre todos os recursos documentais
disponíveis na biblioteca. Antigamente em fichas de cartolina, o
catálogo está agora informatizado.
O catálogo possui uma estrutura de base constituída por ficheiros
indexados, os quais compreendem fichas catalográficas ordenadas por
ordem alfabética. Esta organização apoia-se na Classificação Decimal
Universal e em linguagens documentais, o que permite reenviar de uma
fonte de informação para outra.
Em certos casos, o catálogo
compreende também o índice de títulos dos periódicos e dos boletins.
Os ficheiros
A biblioteca da escola possui um catálogo informatizado cujos ficheiros
se apresentam cada vez mais sob a forma de índice. Permitem a
pesquisa em diferentes campos dos quais os mais comuns são os
autores, os títulos, os assuntos e as colecções. Esta estrutura facilita a
consulta e oferece diferentes pontos de acesso à informação de acordo
com o assunto, o índice ou a palavra-chave de que o aluno dispõe. Em
cada campo as informações estão organizadas em registos
bibliográficos, os quais constituem a estrutura de base do catálogo.
A ficha catalográfica
A ficha catalográfica (anexo 3 – pág. 46) contém diversos elementos de
informação sobre o documento. Estas informações estão organizadas
segundo um método de ordenação e num formato normalizado
favorecendo a recuperação rápida e a compreensão das informações.
Os elementos da informação estão organizados em três grandes zonas:
o endereço bibliográfico (título, autor, editor, cota CDU, etc.), o sumário
e as cabeçalhos de assunto Em certos casos, encontram-se palavraschave e termos mais específicos.
36
A PESQUISA DE INFORMAÇÃO
EB 2,3 e Secundário
37
O PROFESSOR E A BIBLIOTECA, PARCEIROS DO ALUNO
Anexos
Anexo 1: Recursos documentais diversificados
Anexo 2: Métodos de trabalho
Anexo 3: A ficha catalográfica
Anexo 4: A tabela de classificação Decimal Universal
Anexo 5: A intervenção documental
Anexo 1: Recursos documentais diversificados
A biblioteca da escola torna acessível aos alunos e ao pessoal docente
numerosos recursos documentais diversificados na sua concepção, na sua
estrutura ou no seu suporte, mas sobretudo ricos em informação.
38
1. As categorias dos documentos
Os recursos documentais da biblioteca são geralmente agrupados em quatro
grandes categorias, segundo os suportes utilizados: documentos impressos,
documentos audiovisuais, documentos electrónicos, documentos
manipuláveis. O quadro que se segue identifica os principais documentos que
se encontram em cada categoria.
Documentos impressos
Os livros, os periódicos, os jornais, os postais, os cartazes, as
fotografias...
Documentos digitais
programas lógicos, cd-rom, cd-rom multimédia, sítios de informação
na Internet…
Documentos audiovisuais
Cd's, cassetes áudio, cassetes vídeo, acetatos, filmes ópticos,
diapositivos…
Documentos manipuláveis
Globos terrestres, maquetes, esculturas, jogos, marionetes...
2. Tipos de documentos
A característica dos documentos qualquer que seja o suporte utilizado, reside
no modo de organizar e de comunicar a informação. Uns dão uma
informação detalhada, outros uma informação sucinta; uns recorrem em
grande parte à ilustração, outros apoiam-se no texto. Em função do género
de informação desejada num dado momento da pesquisa documental, o
aluno
consulta
um
ou
vários
tipos
de
documentos.
Documentos da colecção geral
A ficção, a obra documental, o periódico, a biografia...
Documentos da colecção de referência
O dicionário, a enciclopédia, o atlas, o boletim, o anuário, o
almanaque...
3. A estrutura dos documentos
Para cada documento publicado, independentemente do suporte, o
editor, ou o produtor segundo os casos, fornece informações úteis que
permitem ao leitor determinar rapidamente o conteúdo, o género, a
actualidade ou a notoriedade do documento em questão. A maneira de
apresentar estas informações obedece a regras ou convenções,
tácitas ou impostas, que estão em uso no mundo da edição ou da
39
produção documental. Encontram-se estas informações nas capas dos
documentos, na primeira página dos sítios WEB, na página de rosto,
na sobrecapa: o título, o género, o nome do autor, do fotógrafo, do
ilustrador, do realizador, a identificação da editora, o lugar e a data da
edição, os direitos de propriedade (copyright), o número de ISBN, a
língua de origem e de tradução.
No caso das obras documentais, principalmente as impressas e as
bases de dados informatizadas, outros tipos de informações permitem
saber com mais rigor o conteúdo de um documento: o índice, o
sumário, o prefácio, a introdução, a bibliografia, por vezes um índice,
um glossário ou um sumário.
Anexo 2: Métodos de trabalho
1. A tomada de notas
2. A leitura diferenciada
40
3. A lógica boleana
A tomada de notas, a leitura diferenciada e os operadores boleanos
contam-se entre as técnicas que o aluno utiliza em cada etapa da
pesquisa de informação. Quanto mais ele dominar a utilização destas
técnicas, maior serão as suas possibilidades de êxito.
1. A tomada de notas
Saber tirar notas de maneira eficaz é, para o aluno, uma habilidade que
contribui para o êxito do processo de pesquisa de informação. O aluno
tira notas para se recordar, para fixar informações na sua memória,
para poder reler e compreender o sentido do que anotou. As notas
devem ser claras e concisas. Do mesmo modo que para a leitura, a
maneira de tomar notas evolui segundo as etapas da pesquisa e
segundo as necessidades encontradas. Na tomada de notas, quer seja
simples ou elaborada, a utilização de fichas, de um programa de base
de dados ou de tratamento de texto revelam-se meios eficazes. Para o
aluno, tomar notas, é um modo de sintetizar a informação criando a sua
própria linguagem documental.
Conselhos aos alunos para a tomada de notas
Como anotar?
o
Utilizar sinais,
abreviaturas, símbolos,
pictogramas oficiais, cuja
significação é bem
conhecida
o
inspirar-se numa ficha
catalográfica, em resumos
existentes, fichas
técnicas...
o
Suprimir palavras de
ligação sem prejudicar o
sentido e a compreensão
o
sintetizar informações
provenientes de diversas
fontes
o
criar uma ficha principal,
à maneira de um índice
Que anotar?
o
Anotar a definição de
uma palavra, de uma ideia,
de um conceito
o
Anotar palavras-chave
do assunto de pesquisa
o
anotar o título do
documento e o índice da
CDU, ou o endereço
electrónico URL
o
anotar o título do
documento e os seus
cabeçalhos de assunto ou
os seus descritores
o
anotar o título do
documento, o título do
capítulo pertinente e a
página
41
o
estabelecer ligações,
uma hierarquia, entre as
fichas a partir das
palavras-chave, dos
descritores, dos títulos, dos
assuntos, das etapas do
processo
o
utilizar códigos como o
sublinhado, a cor,
enquadrar para por em
evidência ou indicar uma
prioridade, ou uma
hierarquia
o
utilizar fichas pouco
densas, bem identificadas.
Evitar a utilização de uma
única ficha demasiada
carregada de informações
esparsas
o
utilizar um programa de
tratamento de texto ou de
base de dados
o
anotar os cabeçalhos
de assunto da ficha
catalográfica
correspondente às
palavras-chave do assunto
de pesquisa
o
anotar por palavras
suas textos técnicos ou
complexos de primeira
importância para os
reformular
o
anotar um parágrafo
ou um capítulo em
algumas linhas, isto é,
resumir, identificando as
ideias principais e
secundárias, as ideias
gerais ou específicas, os
factos, as opiniões
o
anotar algumas frases
que serão utilizadas
textualmente, como
citação, indicando a
referência com exactidão,
isto é, transcrever com
precisão
o
anotar por ordem os
factos, opiniões, ideias; os
argumentos a favor ou
contra
o
anotar o que é
essencial, secundário, útil,
interessante, acessório,
geral, particular
2. A leitura diferenciada
O domínio de habilidades da leitura diferenciada ajuda o aluno a ultrapassar
com sucesso as etapas do processo de pesquisa da informação. Assim,
conforme as necessidades detectadas, ou as exigências da tarefa, a maneira
de ler do aluno diferencia-se. Ele lê de modo diferente para assinalar um título,
42
para pesquisar palavras-chave, para seleccionar extractos de um texto ou
para compreender as informações retidas. A utilização de técnicas de leitura
reconhecidas como a leitura exploratória, a leitura em diagonal e a leitura de
aprofundamento contribui para o êxito do aluno no seu processo de pesquisa
de informação.
Alguns conselhos para a utilização das técnicas de leitura
A leitura exploratória
Leitura exploratória serve para encontrar uma informação pontual:
o
a definição de uma palavra num dicionário
o
a existência de títulos no catálogo
o
a adequação de um título ao assunto da pesquisa
o
a comparação das palavras-chave com os cabeçalhos de
assunto
A leitura em diagonal
Leitura rápida para captar o conteúdo de um documento utilizando os seus
pontos de acesso à informação.
Ler:
o
o título
o
o nome da colecção à qual ele pertence
o
o índice
o
os destaques
o
de maneira sistemática, as primeiras e as últimas frases
dos parágrafos com o fim de seguir o encadeamento das
ideias.
Leitura rápida para captar o sentido de um capítulo ou de um subcapítulo. Ler o texto ou excerto de um texto :
o
de modo contínuo
o
sem mexer os lábios
o
sem se deter numa ideia em particular.
A leitura aprofundada
Ler atentamente o texto seleccionado de maneira a interiorizar o seu sentido.
43
3. A lógica boleana
A lógica boleana tem origem na matemática. Foi elaborada pelo lógico e
matemático inglês Georges Boole (1815-1864) e consiste em utilizar
sinais de operações matemáticas para estabelecer uma ligação lógica
entre dois elementos distintos, isto é, definir sob a forma de uma
equação, o tipo de relação existente entre dois elementos. Utiliza-se
esta lógica na pesquisa da informação.
Designam-se estes sinais pelos termos OU, E, E NÃO, que se tornou
hábito chamar operadores boleanos:
OU indica UNIÃO
E Indica INTERSECÇÃO
E NÃO indica EXCLUSÃO
A utilização dos operadores boleanos numa pesquisa de informação é
uma técnica eficaz. O aluno inicia geralmente uma pesquisa simples da
informação a partir de um único termo descritor, palavra-chave,
assunto. No entanto, desde que a pesquisa se torne mais complexa,
torna-se necessário juntar outros termos.
Para prosseguir a pesquisa, introduz-se então um termo adicional que
se liga ao termo precedente com a ajuda de um dos três operadores
boleanos OU, E, E NÃO . Estes operadores servem de palavras de ligação
para
estabelecer
uma
forma
de
equação
de
pesquisa.
Para ALARGAR a amplitude do campo da pesquisa, utiliza-se o operador
OU que significa UNIÃO entre os termos seleccionados.
A equação de pesquisa rios da Península Ibérica OU rios de Portugal
indica que se quer recuperar num catálogo ou numa base de dados, todos os
títulos ou fichas catalográficas que contenham quer o termo rios da Península
Ibérica, quer o termo rios de Portugal, quer os dois termos simultaneamente.
Para REDUZIR a amplitude do campo de pesquisa, isto é, afinar ou torná-la
mais selectiva, utiliza-se quer o operador E que significa uma INTERSECÇÃO
(em, ao mesmo tempo); quer o operador E NÃO (não, com excepção de) que
significa uma EXCLUSÃO entre os termos seleccionados. A equação de
pesquisa rios da Península Ibérica E rios do Portugal indica que os títulos e os
registos bibliográficos pesquisados contêm obrigatoriamente os dois termos
pesquisados rios da Península Ibérica e rios de Portugal . A equação de
pesquisa rios da Península Ibérica E NÃO rios de Portugal, indica que os
títulos ou os registos bibliográficos pesquisados não contêm o termo rios de
Portugal.
É interessante notar que numerosas bases de dados informatizadas
podem ser interrogadas com a ajuda da lógica boleana, o que facilita a
consulta pelos utilizadores.
No plano da representação, inspira-se no diagrama de Venn para
ilustrar a natureza da ligação lógica utilizada a quando de uma pesquisa
44
da informação com os operadores boleanos. Os alunos que já
estudaram a teoria dos conjuntos em matemática estão familiarizados
com este tipo de raciocínio que permite estabelecer relações entre os
diversos elementos de uma situação.
OU = união
E = intersecção
E NÃO = exclusão
A parte acinzentada indica o que é pesquisado ou retido, conforme os casos.
Anexo 3: A ficha catalográfica
A ficha bibliográfica é redigida segundo normas conhecidas o que
permite tornar explicitas as informações nela registadas.
Para facilitar a sua consulta, pode ser dividida em três zonas de
informação:
A - Endereço bibliográfico do documento
B - Resumo ou sumário do documento
C - Os cabeçalhos de assunto ou
descritores ou assuntos do documento.
-B-A-
publico alvo: 15 à 17 ans,
grande público
45
Viagem a Portugal
Autor(es) : SARAMAGO,
José
Publicação : Lisboa :
Caminho, imp. 1995
Colação : 395 p. ; 21 cm
Colecção: (O campo da
palavra)
ISBN : 972-21-0966-9
Cota : 821.134.3-992"19"
SAR
Sumário : o escritor descreve as
suas impressões de uma
viagem através de Portugal
Nota - Monografia sobre
Portugal. Narrativa de viagens
-CTemas(s) : Portugal - hábitos e
costumes.
Portugal - património natural,
património construído.
Desenvolver a capacidade para ler a ficha catalográfica é um trunfo na
pesquisa de informação.
Anexo 4: A Tabela de Classificação Decimal Universal
A Classificação Decimal Universal (CDU) é um sistema de ordenação
universal, baseado no sistema decimal.
Fundado em 1895 pela iniciativa de dois belgas, Paul Otlet e Henri La
Fontaine (Prémio Nobel da Paz em 1913), O Instituto Internacional de
Bibliografia (I.I.B.) divulgou a ideia de um plano geral de classificação
destinado a cobrir integralmente os conhecimentos e o conjunto das
publicações. A sua estrutura hierarquizada, indo do geral para o particular
permite aceder rapidamente ao documento e à informação pesquisada.
Foram determinados 10 campos principais dos conhecimentos
humanos, a que se chamou classes.
46
0 - Generalidades
1 – Filosofia e Psicologia
2 – Religião. Teologia
3 – Ciências Sociais
4 – Não atribuída
5 – Ciências Puras
6 – Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologias
7 – Artes. Passatempos. Música. Jogos. Desporto
8 – Língua. Linguística. Filologia. Literatura
9 – Arqueologia. Geografia. Biografias. História
0 Generalidades (Ciências da
Informação)
5 Ciências Puras
004 Informática. Ciência e tecnologia da
informática
01 Bibliografias
02 Biblioteconomia. Leitura
03 Enciclopédias. Obras gerais de
referência. Dicionários
05 publicações em série. Periódicos e
publicações de carácter periódico
06 Organizações. Exposições. Museus
07 Jornais. Jornalismo
09 Manuscritos. Livros raros. Bibliofilia
52 Astronomia. Astrofísica. Pesquisa
espacial. Geodésia
53 Física
54 Química. Ciências mineralógicas.
Cristalografia
55 Geologia. Ciências geológicas e
geofísicas. Meteorologia
56 Paleontologia. Fósseis
57 Biologia. Ciências biológicas em geral
58 Botânica
59 Zoologia
1 Filosofia e Psicologia
10 Natureza, domínio e métodos da filosofia
11 Metafísica geral. Ontologia
12 Metafísica especial
13 Filosofia do espírito. Metafísica da vida
sensível e da vida supra-sensível
14 Sistemas filosóficos
159.9 Psicologia
16 Lógica. Epistemologia. Teoria do
conhecimento
17 Moral. Ética. Filosofia prática
51 Matemática
60 Ciências Aplicadas. Medicina.
Tecnologia
61 Ciências médicas. Medicina. Higiene.
Farmácia
62 Engenharia. Tecnologia em geral
63 Agricultura. Silvicultura. Exploração
agrícola. Exploração da fauna e da flora
64 Ciência doméstica. Economia doméstica.
65 Gestão e organização da indústria, do
comércio, da comunicação e dos transportes
66 Técnica química. Indústrias químicas
67 Indústrias e ofícios diversos. Tecnologia
mecânica
68 Indústrias, artes e ofícios e artigos
acabados
69 Indústria da construção. Materiais de
construção. Métodos e processos de
construção.
47
2 Religião. Teologia
21 Teologia natural
22 Bíblia
23 Teologia cristã
24 Teologia moral. Prática religiosa cristã
25 Pastoral cristã
26 A Igreja cristã
27 História da Igreja cristã
28 As diversas igrejas e seitas cristãs
29 Religiões e cultos não cristãos
7 Artes e Belas Artes. Passatempos.
Música. Jogos. Desportos
71 Ordenação do território. Urbanismo.
Arquitectura paisagística
72 Arquitectura
73 Artes plásticas. Escultura. Numismática.
Arte dos metais
74 Desenho. Desenho artístico. Artes
aplicadas. Ofícios da arte
75 Pintura
76 Artes gráficas. Gravura
77 Fotografia e processos similares
78 Música
79 Divertimentos públicos. Espectáculos.
Cinema. Teatro. Dança. Jogos (de mesa).
Desportos
3 Ciências Sociais
8 Língua. Linguística. Filologia. Literatura
31 Estatística. Demografia. Sociologia
32 Política. Ciência política
33 Economia
34 Direito. Jurisprudência. Legislação
35 Administração pública. Governo
36 Assistência social. Previdência e apoios
sociais.
37 Educação. Ensino. Formação. Tempos
livres
39. Etnografia. Etnologia. Usos e
Costumes. Vida social
80 Questões gerais em linguística e
literatura. Filologia
801 Prosódia. Ciências auxiliares e fontes da
filologia
808 Retórica. Composição. Escrita. Edição.
Eloquência
81 Linguística e línguas
811 Línguas
82 Literatura
82-1/-9 Formas e géneros literários
82…A/Z Obras de autores em particular
821 Literaturas relativas às línguas
particulares
4 provisoriamente não ocupada
9 Arqueologia. Geografia. Biografia.
História
902 Arqueologia
903 Pré-História
904 Vestígios culturais do passado
908 Monografas locais
91 Geografia
911 Geografia sistemática
912 Cartografia
913 Geografia geral
929 Biografias. Genealogia. Heráldica
93 História
94 História geral
48
5 Ciências Puras
9 Geografia e História
53 Física
531/534 Mecânica
531 Mecânica geral. Mecânica dos corpos
sólidos e rígidos
532 Mecânica dos fluidos. Mecânica dos
líquidos. Hidráulica. Hidromecânica
533 Mecânica dos gases. Aerodinâmica.
Física dos plasmas
534 Vibrações. Acústica
535 Óptica
536 Calor. Termodinâmica
537 Electricidade. Magnetismo.
Electromagnetismo
539 Natureza física da matéria
913 Geografia regional em geral. Geografia
do mundo antigo e do mundo moderno
913(4) Geografia da Europa
913(469) Geografia de Portugal
94(3) História do mundo antigo
94(32) História do Egipto antigo
94 História geral
94(4) História da Europa
94(469) História de Portugal
96 História de África
96(665.7) História da Guiné Bissau
Por convenção. O ponto coloca-se após o terceiro algarismo. Todos os
números colocados depois deste indicam o índice ou o mais específico
relativamente ao conteúdo da obra. Assim o 533.1 diz respeito a
propriedades dos gases
Conhecendo as componentes essenciais da classificação, o aluno
desenvolve as habilidades para hierarquizar as categorias e identificar
outras perspectivas que facilitem o acesso à informação. Este
conhecimento permite-lhe, ainda, avaliar o nível de precisão duma obra
em relação com o seu tema de pesquisa.
Anexo 5: A intervenção documental
A intervenção documental
A ficha de intervenção documental
Estrutura da ficha
A intervenção documental
49
A intervenção documental é um processo através do qual o especialista
da documentação toma a iniciativa de promover uma parceria com o pessoal
docente, na sua acção junto dos alunos e de lhe dar a conhecer os recursos
documentais, os meios ou os métodos disponíveis na biblioteca da escola, nos
organismos, noutros locais de informação, especialmente os que são
acessíveis por meios tecnológicos. É uma espécie de aproximação ao cliente
que leva o especialista a fazer valer e a tornar disponível os seus
conhecimentos, as suas competências e os meios de que dispõe junto dos
seus parceiros ou utilizadores.
«No momento da sua planificação, o docente selecciona recursos para o seu ensino.
Desencadeia então um processo de avaliação que lhe permite fazer as melhores
escolhas possíveis para ensinar. Preocupado com a eficácia da sua intervenção
pedagógica para ensinar os alunos, coloca três tipos de questões : questões relativas
ao fundamento da utilização, outras relativas à pertinência da sua escolha de um ou
de vários recursos documentais em face dos programas de estudos e, em terceiro
lugar, questões de ordem estratégica. É um momento privilegiado para solicitar a
colaboração do pessoal dos recursos documentais e assim reforçar a
colaboração desejada para benefício dos alunos».
Les ressources documentaires : aspects pédagogiques et aspects
organisationnels, ministère de l'Éducation, Québec, 1987, p. 30.
A ficha de intervenção documental
Definição
A ficha de intervenção documental é um utensílio de trabalho dirigido ao
especialista da documentação para lhe dar a conhecer informações
objectivas extraídas de documentos oficiais, programas de estudos ou
guias pedagógicos. Estas informações dizem respeito à identificação
de um programa de estudos e da classe correspondente, à escolha dos
módulos e objectivos assim como dos temas ou assuntos abordados no
programa em questão. Em certos casos, contém também actividades
ou estratégias sugeridas no guia pedagógico conducente ao programa
de estudos identificado.
Características
A ficha é construída de maneira a fornecer informações de base
necessárias à preparação de uma intervenção documental junto dos
docentes e dos alunos.
Para facilitar o trabalho de preparação de uma intervenção documental
um espaço chamado Estratégias de intervenção personalizadas é
reservado ao especialista da documentação. Ele anota aí informações
diversas tendo em vista personalizar cada intervenção : meios,
abordagens ou estratégias utilizadas, material, documentos ; duração
prevista, período ; colaboradores ; elementos de avaliação e outras
informações úteis.
Utilização
50
Para cada programa de estudos, a ficha de intervenção documental
pode ser utilizada de três maneiras :
•
uma instrumento
de informação sobre os conteúdos dos
programas de estudos identificando os objectivos, as actividades
ou as estratégias que necessitam a utilização dos recursos
documentais, tanto no plano dos documentos como no das
actividades pedagógicas ou dos métodos.
•
Uma instrumento de planificação que permita identificar, nos
alunos as habilidades necessárias para o sucesso das
actividades propostas pelos programas de estudos ou os guias
pedagógicos, preparar encontros de planificação com os
professores, prever as condições de realização das actividades;
estabelecer um calendário de realização das actividades
pedagógicas; orientar a selecção da documentação; avaliar a
pertinência dos recursos documentais disponíveis; estabelecer a
lista das aquisições a efectuar; preparar bibliografias adequadas;
estabelecer um calendário das intervenções para um semestre
ou para um ano escolar.
•
Uma instrumento de animação que vise aumentar a parceria com
o pessoal docente junto dos alunos propondo-lhe a realização de
actividades de aprendizagem que necessitem de apoio
documental.
Além disso, numa perspectiva de longo prazo, a consulta de muitas
fichas nas diversas disciplinas permite planificar a realização de várias
intervenções de natureza diversa, segundo momentos precisos no
decurso do ano escolar.
Estrutura da ficha
A ficha de intervenção documental compreende cinco zonas de
informações. As quatro primeiras contêm informações objectivas
extraídas de documentos oficiais, programas de estudos ou guias
pedagógicos. A quinta zona pertence ao especialista da documentação
que aí inscreve notas pessoais, o que lhe dá um carácter subjectivo.
ZONA 1:
HISTÓRIA GERAL 085-214
SECUNDÁRIO 2
51
Esta zona compreende duas secções:
A primeira identifica o programa de estudos e o seu código numérico
A segunda secção identifica a classe correspondente..
ZONA 2:
MÓDULOS E OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS
Esta zona contém a identificação do módulo e do objectivo, tal como é
escrito no programa de estudos. Só os objectivos que necessitam de
apoio documental são referidos.
ZONA 3:
ACTIVIDADES COM APOIO DOCUMENTAL
A zona três identifica a actividade tal como é descrita no guia
pedagógico, ou por vezes no programa de estudos.
ZONA 4:
ASSUNTO / TEMAS
A zona 4 contém assuntos ou temas correspondentes ao módulo do
programa de estudos.
ZONA 5:
ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO PERSONALIZADA
Na quinta zona, o especialista da documentação anota os elementos da
sua intervenção documental: meios, estratégias, material, duração
prevista, colaboradores, etc.. Pode também anotar elementos de
avaliação da sua intervenção, com a preocupação de personalizar cada
intervenção.
Quadro síntese1
As seis etapas de um projecto de pesquisa
1.
IDENTIFICAR o tema
2.
PROCURAR as fontes de informação
3.
SELECCIONAR os documentos
4.
RETIRAR a informação nos documentos
52
ETAPAS
5.
TRATAR a informação
6.
COMUNICAR a informação
DESCRIÇÃO
* compreender a extensão e a natureza do assunto a
IDENTIFICAR pesquisar
* enunciar o assunto de pesquisa
-1-
o tema
ETAPAS
DESCRIÇÃO
TAREFAS
DO
ALUNO
MEIOS
* os
conhecimentos
pessoais
* os parceiros
* o pessoal
docente
* o(a)
professor(a)
bibliotecário(a)
e a equipa da
biblioteca
* as obras de
referência
* os
sinónimos, os
termos
equivalentes
* as palavraschave
* a tomada de
notas
* os
operadores
boleanos
MEIOS
*
estabelecer
a hipótese
ou a
questão de
pesquisa
* definir as
tarefas a
executar
*
identificar
as
capacidades
a utilizar
* escolher o
ângulo de
tratamento
* prever as
fontes de
informação
* esboçar
um plano
de
pesquisa
* anotar as
palavraschave
TAREFAS
DO ALUNO
53
-2PESQUISAR
as fontes de
informação
* identificar os documentos em diferentes suportes * o catálogo,
* identificaras fontes de informação
os ficheiros,
os índices, os
repertórios
* as fichas
bibliográficas
e as vedettesmatières, as
bases de
dados
informáticas
e
telemáticas
* os
documentos
escritos,
audiovisuais,
informáticos
e os objectos
manipuláveis
* o sistema
de
classificação
decimal
universal
* as palavraschave
* a tomada de
notas
* os
operadores
boleanos
* listar os
documentos
* reconhecer as
diferenças e as
particularidades
de cada tipo de
documentos
* utilizar os
recursos da
biblioteca:
catálogo,
ficheiros, fichas
bibliográficas,
índices,
repertórios
* utilizar a
organização
dos
conhecimentos
da biblioteca
(sistema de
classificação
decimal
universal)
* extrair
informação de
bases de dados
* pesquisar
documentos
nas prateleiras
* tomar notas
54
ETAPAS
-3SELECCIONAR
os documentos
DESCRIÇÃO
* listar a informação pertinente, sob todas as
formas, em todos os documentos
MEIOS
* a estrutura
intelectual
dos
documentos:
título,
prefácio,
sumário,
índice,
capítulos,
glossário,
esquemas,
gráficos,
quadros,
bibliografia
*
classificação
da
informação
do geral
para o
específico
* as
palavraschave
* a tomada
de notas
* os
operadores
boleanos
TAREFAS
DO ALUNO
* consultar
documentos
* utilizar
pontos de
acesso para a
informação
dos
documentos
para recuperar
rapidamente
os
documentos
pertinentes
* utilizar a
estrutura
intelectual do
documento
* ler
rapidamente
os
documentos
* encontrar as
palavras
chave da
questão da
pesquisa
* classificar
documentos
seleccionados
* tomar notas
55
ETAPAS
-4RETIRAR
a
informação
DESCRIÇÃO
* recolher toda a informação necessária
MEIOS
* o tipo de
documento
* os sítios de
informação
* a transcrição e a
indicação
sistemática e
metódica das
fontes de
referência
* a leitura de
reconhecimento
rápido (em
diagonal)
* a leitura
aprofundada
* as palavraschave
* a tomada de
notas
* os operadores
boleanos
TAREFAS
DO ALUNO
* recolher
informações
nas diversas
fontes
* extrair
informação
pertinente dos
documentos
* ler
rapidamente os
documentos
* ler
atentamente os
documentos
* estabelecer
ligações com
as palavraschave dos
documentos
* associar a
informação
com as
palavras-chave
* citar fontes :
referências e
citações
* rever o plano
de pesquisa
* tomar notas:
resumir
transcrever e
parafrasear
56
ETAPAS
-5TRATAR
a
informação
ETAPAS
DESCRIÇÃO
MEIOS
* submeter a informação retida a operações intelectuais * a notação
* estabelecer relações entre as informações retidas
* as
* interpretar as informações
referências
* o registo :
factos,
ideias,
opiniões
* os
critérios
* a grelha
de análise
ou de
síntese
* as
palavraschave
* a tomada
de notas
* os
operadores
boleanos
DESCRIÇÃO
MEIOS
TAREFAS
DO ALUNO
* seleccionar
informação
pertinente
* reagrupar os
elementos de
informação
por palavraschave
* reagrupar os
elementos de
informação
em ideias
principais e
secundárias
* distinguir os
factos das
opiniões
* responder à
questão de
pesquisa
* validar o
plano de
pesquisa
* reconhecer
as
informações
que se
destacam: da
introdução, do
corpo do
texto, da
conclusão
TAREFAS
DO ALUNO
57
-6COMUNICAR
a informação
* exprimir uma opinião documentada sobre o
assunto de pesquisa
* responder à questão de pesquisa
*informar dos resultados de pesquisa
* a tomada de
notas
* os
comentários
* as fontes e
referências
* os
documentos
ou partes de
documentos
* as
informações
seleccionadas
* os modelos
de
comunicação
* as palavraschave
* o plano de
comunicações
* estabelecer
um plano de
comunicação
* organizar a
comunicação
de maneira
lógica
* apresentar
uma
comunicação
com fontes e
referências
* formular
um ponto de
vista pessoal
* ter em
conta as
regras de
apresentação
* fornecer
uma lista
bibliográfica
* comunicar
de maneira
original:
redigir um
texto,
realizar um
documento
vídeo,
produzir uma
apresentação
gráfica,
produzir uma
apresentação
informática
Quadro Síntese 2
As 6 etapas de um projecto de pesquisa
58
ƒ
Descrição das competências a desenvolver em cada uma
das etapas
ƒ
Meios para as atingir
ƒ
Tarefas do alunos
DESCRIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER EM CADA UMA DA
ETAPAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
IDENTIFICAR PROCURAR SELECCIONAR RETIRAR TRATAR COMUNICAR
o tema
as fontes de os documentos
a
a
a informação
informação
informação informação
nos
documentos
* compreender a
natureza e a extensão
do tema de pesquisa
* enunciar o tema de
pesquisa
* identificar os
documentosos
documentos nos
diferentes
suportes
* identificar as
fontes de
informação
* Listar a informação * recolher toda a
pertinente, sob todas as informação
formas, em todos os
necessária
documentos
* submeter a
informação
recolhida a
operações
intelectuais
* estabelecer
relações entre
as informações
recolhidas
* interpretar as
informações
* exprimir uma
opinião
documentada sobre
o tema
* responder à
questão posta pela
pesquisa
* informar sobre os
resultados da
pesquisa
MEIOS PARA AS ATINGIR
59
1.
2.
3.
4.
5.
6.
IDENTIFICAR PROCURAR SELECCIONAR RETIRAR TRATAR COMUNICAR
o tema
as fontes de os documentos
a
a
a informação
informação
informação informação
nos
documentos
* conhecimentos
pessoais
* pares
* pessoal docente
* Professor
coordenador e
equipa da biblioteca
* obras de referência
* sinónimos, termos
equivalentes
* palavras-chave
* tomada de notas
* operadores
boleanos
* catálogo,
ficheiros, índices,
repertórios
* fichas
catalográficas e
assuntos
principais
* bancos de dados
informáticos e
telemáticos
* documentos
escritos,
audiovisuais,
informáticos e
objectos
* sistema de
classificação
decimal CDU
* palavras-chave
* tomada de notas
* operadores
boleanos
* estrutura intelectual
dos documentos: título,
prefácio, índice de
assuntos, capítulos,
glossário, esquemas,
gráficos, quadros,
bibliografia
* classificação da
informação do geral
para o específico
* palavras-chave
* tomada de notas
* operadores boleanos
* género de
documentos
* sites de
informação
* transcrição e
indicação
sistemática e
metódica das
fontes de
referência
* leitura de
reconhecimento
rápido (leitura
em diagonal)
* leitura
aprofundada
* palavras-chave
* tomada de
notas
* operadores
boleanos
* notação
* referências
* registo : de
factos, de
ideias, de
opiniões
* critérios
* grelha de
análise ou de
síntese
* palavraschave
* plano de
tratamento
* operadores
boleanos
* notas tomadas
* comentários
* fontes e
referências
* documentos ou
partes de
documentos
* informações
seleccionadas
* modelos de
comunicação
* palavras-chave
* plano de
comunicação
60
TAREFAS DO ALUNO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
IDENTIFICAR PROCURAR SELECCIONAR RETIRAR TRATAR a COMUNICAR
o tema
as fontes de os documentos
a
informação a informação
informação
informação
nos
documentos
* estabelecer a
hipótese ou questão
de pesquisa
* definir as tarefas a
cumprir
* identificar as
competências a
utilizar
* escolher o ângulo
de tratamento
* antecipar as fontes
de informação
* esboçar um plano
de pesquisa
* anotar as palavraschave
* organizar a lista
dos documentos
* reconhecer as
diferenças e as
particularidades
de cada tipo de
documentos
* utilizar os
recursos da
biblioteca:
catálogo,
ficheiros, fichas
catalográficas,
indexes,
repertórios
* utilizar a
organização dos
conhecimentos da
biblioteca
(sistema de
classificação
decimal
universal)
* extrair a
informação de um
bamco de dados
* pesquisar os
documentos nas
prateleiras
* tomar notas
* consultar
documentos
* utilizar pontos de
acesso à informação
dos documentos para
recuperar rapidamente
os documentos
pertinentes
* utilizar a estrutura
intelectual do
documento
* ler rapidamente os
documentos
* encontrar as
palavras-chave da
qustão de pesquisa
* classificar os
documentos
seleccionados
* tomar notas
* recolher as
informações das
diversas fontes
* extrair a
informação
pertinente dos
documentos
* ler
rapidamente os
documentos
* ler
atentamente os
documentos
* estabelecer
ligações com as
palavras-chave
da questão de
pesquisa
* associar a
informação com
as palavraschave
* citar as fontes:
referências e
citações
* rever o plano
de pesquisa
* tomar notas:
resumir,
transcrever,
parafrasear
* seleccionar a
informação
pertinente
* reagrupar os
elementos da
informação por
palavras-chave
* reagrupar os
elementos da
informação em
ideias principais
e secundárias
* distinguir os
factos das
opiniões
* responder à
questão de
pesquisa
* validar o plano
de pesquisa
* reconhecer as
informações que
relevam de:
introdução,
desenvolvimento,
conclusão
* estabelecer um
plano de
comunicação
* organizar a
comunicação de
maneira lógica
* apresentar uma
comunicação com
as fontes e as
referências
* formular um
ponto de vista
pessoal.
* ter em conta as
regras de
apresentação
* fornecer uma lista
bibliográfica
* comunicar de uma
maneira original:
redigir o texto,
realizar um
documento vídeo,
realizar uma
apresentação
gráfica, realizar uma
apresentação
informática
Bibliografia
Alberta Education, Language Service
Enseignement et recherche; Guide pour le développement des habilités de
recherche,[Monographie], Alberta, Alberta Education, Language Service, 1990,
87 p.
Lignes directrices pour l'élaboration d'un modèle de programme intégré pour
les bibliothèques scolaires. Ce modèle vise à impliquer les élèves dans
l'utilisation planifiée et intentionnelle des ressources de la bibliothèque
61
ANDREWS, Gail et FRATER, Janice [pour le] Regional Services,
National Library of New Zealand and the Department of Education
School / Community Libraries in New Zealand, [Monographie], Wellington
(Nouvelle Zélande), National Library of New Zealand et the Department of
Education, 1987, 87 p. Ce document a été élaboré à partir d'enquêtes sur les
liens entre les bibliothèques d'écoles et municipales. Il a pour objectif de
proposer un modèle pour le développement de bibliothèques mixtes scolaires /
municipales en Nouvelle Zélande
Association du personnel des services documentaires scolaires (APSDS)
L'Index, [Périodique], Montréal (Québec), Association du personnel des
services documentaires scolaires (APSDS),
URL: http://rtsq.grics.qc.ca/apsds/S2APSDS.html
Association pour l'avancement des sciences et des techniques de la
documentation (ASTED)
Documentation et Bibliothèques; La bibliothèque de l'école, numéro
thématique, [Périodique], Vol. 40, no 4, Octobre-Décembre, Montréal
(Québec), Association pour l'avancement des sciences et des techniques de la
documentation (ASTED), 1994, 75 p.
SOMMAIRE: Bibliothèques bien vivantes mais encore fragiles (J.-P. Roy) / La
bibliothèque de l'école, l'avenir au présent (Y. Léveillé) / La vraie nature des
bibliothèques scolaires (P. Bernhard) / Le Rapport Bouchard: 5 ans après: Un impact
certain, inégal et encore fragile (G. Bouchard) / L'énoncé d'une politique: La force du
développement des collections (L. Paquin) / La formation des élèves et la bibliothèque
au secondaire (J.-Y. Théberge) / La bibliothèque de l'école doit-elle s'adapter? :
L'importance des technologies dans la documentation (Y. Joubert) / Un legs
inépuisable: La formation à la recherche de l'information (L. Marquis) / Animer la
lecture en milieu scolaire, la belle affaire! (R. Boisvert et D. Fortin) / Introduction des
nouvelles technologies dans une bibliothèque d'école secondaire (H. Levasseur) /
La concertation régionale (L, Arseneault, R. Couture, G. Héon, J.-Y. Théberge,
R. Bastien) / La concertation municipale scolaire: une architecture à inventer
(Y. Léveillé) / Des bibliothèques branchées sur la planète (J. Dion)
Association québécoise des utilisateurs de l'ordinateur au primaire-secondaire
(AQUOPS)
Le Bus; Revue officielle de l'Association québécoise des utilisateurs de
l'ordinateur au primaire- secondaire, [Périodique], Vol. 7, no 4, Février,
Montréal (Québec), Association québécoise des utilisateurs de l'ordinateur au
primaire-secondaire (AQUOPS), 1990, 117 p.
Manifeste du groupe Repartir voulant susciter la discussion concernant la
place des nouvelles technologies de l'information dans le système scolaire
québécois
Australian Library and information Association, School Libraries Section (WA
Group)
Information technology in schools: Implications for Teacher Librarians (Second
Report of the Online Information Services for Schools Sub-Commitee),
[Brochure], s.l., Australian Library and information Association, School
Libraries Section (WA Group), 1990, 5 p.
SOMMAIRE: Le rôle de l'enseignant-bibliothécaire: une convergence
vers l'information / Un survol des applications des technologies de
l'information / Les services d'information en-ligne / Babillards et courrier
62
électroniques / Les disques optiques / L'hypertexte et l'hypermédia /
L'automatisation des bibliothèques / Nouvelles ou futures technologies /
La planification de l'implantation des TI pour les bibliothèques scolaires
BEAULAC, Jacqueline et BERNHARD, Paulette et GAUDET, Réal
La bibliothèque scolaire mission et objectifs; Document de réflexion,
[Brochure], Saint-Grégoire (Québec), Association du personnel des services
documentaires scolaires (APSDS), 1991, 22 p.
Document de réflexion afin d'élaborer les bases d'un processus de définition
des tâches et des compétences du personnel responsable de la bibliothèque
scolaire
BERNHARD, Paulette
Le développement des habilités d'information: passeport pour la société postindustrielle, [Extrait], Revue canadienne des sciences de l'information, Vol. 13,
no 3, Décembre, s.l., Revue canadienne des sciences de l'information, 1988, 6
p.
BERNHARD, Paulette (traductrice) [et] Association for Teacher-Librarianship in
Canada (ATLC)
Charte des droits de l'élève à l'ère de l'information, [Brochure], Woodstock
(Ontario), Association for Teacher-Librarianship in Canada (ATLC), 1996, 1 p.
BERNHARD, Paulette et DELOBEL, Patrick et Corporation des bibliothécaires
professionnels du Québec (CBPQ)
Bibliothécaires et enseignants; Un partenariat prometteur, secondaire,
[Ensemble multi-support], Montréal (Québec), Corporation des bibliothécaires
professionnels du Québec (CBPQ), 1996,
L'objectif de ce document est de présenter aux différents acteurs des ordres
préscolaire, primaire et secondaire d'enseignement un certain nombre
d'exemples de ce qu'il est possible de réaliser lorsque la bibliothèque, le centre
de ressources documentaires ou le centre d'information de l'école est intégré à
l'enseignement et aux apprentissages
BERNHARD, Paulette et GUERTIN, Hélène
Chercher pour trouver!; Site dédié aux éducateurs et éducatrices des écoles
secondaires, [Internet],
URL: http://tornade.ere.umontreal.ca/~bernh/secondai/index.html
British Columbia, Ministry of Education, Learning Ressources Branch
Developing Independent Learners; The role of the school Library Resources
Centre, + [Monographie], Victoria (Colombie-Britanique), British Columbia,
Ministry of Education, 1991, 101 p.
Destiné à tous les intervenants du milieu scolaire. Décrit le rôle que doivent
jouer les centres de de documentation scolaires en rapport avec les
programmes d'études afin de développer l'autonomie des élèves dans leur
recherche d'information
British Columbia, Ministry of Education, Learning Ressources Branch
Litterature Connections; The Teacher and Teacher Librarian Partnership,
[Monographie], Victoria (Colombie-Britanique), British Columbia, Ministry of
Education, Learning Ressources Branch, 1991, 186 p.
Cégep deSainte-Foy, Bibliothèque virtuelle
Le voilier du cybrerespace, [Internet],
URL: http://www.aide-doc.qc.ca/voilier/index.html
63
Centre départemental de documentation pédagogique de Maine & Loire
Méthodes et techniques pour travailler au C.D.I. et en classe; 2ème cycle,
[Monographie], Anger, Centre départemental de documentation pédagogique
de Maine & Loire (CDDP), 1992, 257 p.
Document visant à donner aux élèves du 2ème cycle les moyens d'apprendre
à apprendre et de maîtriser les sciences et les techniques de l'information et
de la documentation
Cercle de recherche et d'action pédagogiques
Les Cahiers pédagogiques, [Périodique], No. 332/333, Mars-Avril, Paris,
Cercle de recherche et d'action pédagogiques, 1995, 109 p.
SOMMAIRE: Faut-il faire des bilans. / La documentation, un outil pour toute
une équipe. / La fonction de documentaliste. / L'information, nouveaux outils,
nouvelles approches. / Un grand classique de la lecture. / L'affaire de tous. /
Pratiques pédagogiques
COTÉ, Richard L.
Psychologie de l'apprentissage et enseignement; Une approche modulaire
d'autoformation, [Monographie], Chicoutimi (Québec), Gaëtan Morin Éditeur,
1987, 287 p.
Notions de la psychologie de l'apprentissage suceptibles d'éclairer la
démarche de l'enseignement
DENIS, Laurent G.
L'école secondaire et les bibliothécaires professionnels, [Extrait], L'instruction
publique, Vol. 7, no 6, Février, s.l., L'instruction publique, 1963.
EISENBERG, Michael B. et TROMBLY, Carolyn K. et RUTH, Lindsay D.
Trends in Library and Information Science; 1989, [Périodique], Educational
Technology, Décembre, Syracuse (New York), Eric Clearinghouse on
Information Studies, 1989, 3 p.
Bibliographie sélective
EISENBERG, Micheal B. et BERKOWITZ, Robert E.
Information Problem-Solving; the Big Six Skills Approach to Library and
Information Skills Instruction, [Monographie], Information Management, Policy
and Services, Nortwood (Ney Jersey), Abley Publishing Corporation, 1990, 156
p.
Florida Department of Education, Division of Public Schools, Bureau of Program
Supports Services, School Library Media Service Section
Information Skills for Florida Schools K-12, [Monographie], Tallahasse
(Floride), State of Florida, Department of Education, 1984, 22 p.
Guide pour le développement des programmes d'information en fonction du
niveau scolaire des élèves dans les médiathèques des écoles
FONDIN, Hubert
Rechercher et traiter l'information, [Monographie], Profession enseignant, Paris,
Hachette, 1992, 233 p.
Ce document a pour objectif d'initier le lecteur aux concepts de base de la
communication, de lui donner des clefs pour trouver, stocker et utiliser les
ressources documentaires dont il a besoin pour se préparer au métier
d'enseignant
GIGUÈRE, Marlene [et] GALLER, Anne M. [et] LOCKE, Joanne
Modèle fondé sur les ressources imprimées et électroniques pour encourager
64
la culture de l'information au niveau universitaire, [Extrait], ARGUS, Vol. 24, no
1, Janvier-Avril, Montréal (Québec), ARGUS, Corporation des bibliothécaires
professionnels du Québec (CBPQ), 1995, 6 p.
Groupe de travail coopératif pour l'exploitation de la bibliothèque de l'école
secondaire,
Recueil de fiches d'intervention documentaire, à l'usage des spécialistes de la
documentation, selon quinze programmes d'études de l'enseignement
secondaire, Régions de Laval, des Laurentides et de Lanaudière, (Direction
régionale du Ministère de l'Éducation) Laval (Québec), 1997, 146 p.
HOUNSELL, Dai et MARTIN, Elaine
Developing Information Skills in Secondary Schools; A Dissemination Project,
[Extraits], Library and Information Reasearch Reports, no. 9, Boston, British
Library Board, 1983, 3 p.
JORDI, Catherine
BCD mode d'emploi, [Monographie], Nouvelle édition, Nice, C.R.D.P. de Nice
et Gallimard Jeunesse, 1994, 317 p.
Guide pratique qui permet de mener à son terme un projet de création de BCD
en apportant des réponses précises sur la conception des aménagements, les
sources de financement, l'acquisition d'un fonds de livres et la structuration
documentaire de la BCD
KEARNEY, Carol
Library and Information Skills Program a Wonderful Opportunity, [Périodique],
The Bookmark, Vol. 44, no 3, Printemps, s.l., The Bookmark, 1986, 5 p.
Développer les aptitudes des élèves à la recherche et à l'utilisation de
l'information
LALIBERTÉ - LEFEBVRE, Claire
Le travail intellectuel en bibliothèque et le développement des structures
mentales des étudiants du collégial, [Périodique], Argus, Vol. 25, no 1, JanvierAvril, Montréal (Québec), Corporation des bibliothécaires professionnels du
Québec (CBPQ), 1996, 11 p.
LEGENDRE, Renald
Dictionnaire actuel de l'éducation, [Monographie], 2ème éd., Montréal, Guérin
éditeur Ltée., 1993, 1500 p.
LÉVEILLÉ, Yves et Québec (Province), Ministère de l'Éducation
Les ressources documentaires; Aspects pédagogiques et aspects
organisationnels, [Monographie], Québec, Québec (Province), Ministère de
l'Éducation, 1987, 51 p.
La révision des programmes d'études au primaire et au secondaire entraîne
des changements significatifs dans l'organisation des services pédagogiques.
Le but de ce document est de faciliter l'exercice de l'activité de gestion et
d'animation pédagogique propre à l'existence et à l'organisation des centres de
ressources documentaires. Document à l'intention des administrateurs,
gestionnaires, professionnels et enseignants.
MARGELY, Yves et GAZAILLE, Louise
Initiation à la recherche; Documents de l'élève, [Monographie], Aylmer
(Québec), Commission scolaire d'Aylmer, 1992,
65
MARGELY, Yves et GAZAILLE, Louise
Initiation à la recherche; Guide du professeur, [Monographie], Aylmer
(Québec), Commission scolaire d'Aylmer, 1992,
MARQUIS, Luce
Apprendre à s'informer; Projet d'animation, [Monographie], Clé en main, 2ème
éd. rev. et aug., Montréal (Québec), Les éditions ASTED inc., 1996, 195 p.
Projets d'animation qui s'intègrent au contenu des programmes d'études du
primaire et du secondaire. Ils permettront aux élèves de maîtriser les sources
d'information et de devenir plus autonomes dans leur quête d'information
Ministère de l'Éducation nationale
Pour une pédagogie documentaire, [Monographie], Expériences de recherche
documentaire au collège, Paris, Ministère de l'Éducation nationale, 1994, 219
p.
Les expériences décrites dans la publication s'efforcent de proposer des
solutions à la problématique des apprentissages documentaires, de leur
réinvestissement et de l'intégration des ressources documentaires dans les
pratiques pédagogiques
MOULIN-BOIROT, Françoise et MORLET, Marie-Edith et Direction des lycées et
Collèges
Savoir faire avec le CDI; Guide pratique destiné aux enseignants,
[Monographie], Argos, Paris, CRDP de l'Académie de Créteil, 1992, 252 p.
Guide pour connaître le CDI, son fonctionnement, sa logique documentaire
pour mieux exploiter ses ressources, les intégrer à l'enseignement et travailler
en équipe
Ontario, Ministère de l'Éducation
Intégration et coopération; Le centre de ressources intégré à l'apprentissage,
[Brochure], Toronto (Ontario), Ministry of Government Services, 1982, 48 p.
Ce guide de ressources a pour but d'aider les enseignants à intégrer le centre
de ressources dans le processus pédagogique énoncé dans "La préparation
aux diplômes d'études secondaires" et dans plusieurs programmes-cadres
PAULEAU, Anne-Marie
Et si on travaillait avec notre documentaliste?, [Monographie], Tours (France),
Centre départemental de documentation pédagogique (CDDP), 1993, 110 p.
Interrelation entre les intervenants du milieu scolaire et le responsable du CDI
Québec (Province), Bibliothèque nationale du Québec
Bibliothèque nationale du Québec; Prêt entre bibliothèques, [Internet],
URL: http://www.biblinat.gouv.qc.ca/texte/t0012.htm
Québec (Province), Conseil de la science et de la technologie
Miser sur le savoir; Rapport de conjoncture 1994, Les nouvelles technologies
de l'information, [Monographie], Volet 2, Sainte-Foy (Québec), Québec
(Province), Conseil de la science et de la technologie, 1994, 120 p.
Québec (Province), Ministère de l'Éducation
Il fait beau à la bibliothèque, [Vidéocassette], Québec, Québec (Province),
Ministère de l'Éducation, 1991.
Ce document destiné au personnel spécialiste de la documentation, à la
direction et au personnel enseignant de l'école secondaire. Il a pour objectif de
66
faire connaître les fonctions et les tâches accomplies par la personne
responsable de la bibliothèque de l'école
Québec (Province), Ministère de l'Éducation
Une bibliothèque à leur mesure, [Vidéocassette], Québec, Québec (Province),
Ministère de l'Éducation, 1990.
Ce document présente un modèle d'organisation, de gestion et
d'administration de la bibliothèque dans l'école primaire
Québec (Province), Ministère de l'Éducation, Direction générale de l'évaluation et
des ressources didactiques, Direction des ressources didactiques
Les bibliothèques scolaires québécoises, Plus que jamais; Rapport du comité
d'étude sur les bibliothèques scolaires, [Monographie], Québec (Québec),
Québec (Province), Ministère de l'Éducation, 1989, 216 p.
Québec (Province), Ministère de l'Éducation, Direction générale des moyens
d'enseignement, Direction de la technologie éducative, Service de l'évaluation et
des études
À l'assaut de l'information; Guide à l'intention de l'enseignant du secondaire,
[Brochure], Québec, Québec (Province), Ministère de l'Éducation, 1984, 43 p.
Guide pour enseigner aux élèves comment chercher, trouver et traiter des
informations pour répondre à leurs questions et à leurs intérêts
Québec (Province), Ministère de l'Éducation, Direction générale des ressources
didactiques et de la formation à distance
La bibliothèque de l'école; Un service pédagogique, un centre d'information, un
centre de lecture, [Dépliant], Québec, Québec (Province), Ministère de
l'Éducation, s.d.,
Québec (Province), Ministère de l'Éducation, Direction générale du
développement pédagogique, Direction de la formation générale
L'apprentissage, l'enseignement et les nouveaux programmes d'études,
[Monographie], Québec, Québec (Province), Ministère de l'Éducation, 1984, 53
p.
Outil de réflexion dans la préparation et la réalisation d'activités d'animation, de
supervision ou d'enseignement, s'adressant aux divers intervenants
responsables de l'animation et de la supervision pédagogique dans les écoles
Québec (Province), Ministère de l'Éducation, Groupe de travail sur les profils de
formation au primaire et au secondaire
Préparer les jeunes au 21ème siècle; Rapport du groupe de travail sur les
profils de formation au primaire et au secondaire, [Brochure], Québec, Québec
(Province), Ministère de l'Éducation, 1994, 45 p.
Proposition d'éléments de réflexion devant servir de base à une consultation
de la population sur des profils de formation du primaire et du secondaire
SEAVER, Alice R.
Library Media Skills; Strategies for Instructing Primary Students,
[Monographie], Teaching Library Media Research and Information Skills
Series, Littleton (Colorado), Libraries Unlimited Inc., 1984, 146 p.
Service documentaires multimédia (SDM)
Services documentaires multimédia; Page d'accueil, [Internet],
URL: http://www.sdm.qc.ca/
ST-ONGE, Michel et Association québécoise de pédagogie collégiale (AQPC)
Pédagogie collégiale; Tiré à part 1990, Moi j'enseigne mais eux, apprennent-
67
ils?, [Périodique], Montréal (Québec), Association québécoise de pédagogie
collégiale (AQPC), 1990, 45 p.
SOMMAIRE:
Moi j'enseigne, mais eux apprennent-ils? (M. St-Onge) / Les matières scolaires
peuvent-elles intéresser les élèves (M. St-Onge) / La tâche des élèves se limite-t-elle à
l'enregistrement d'information? (M. St-Onge) / Suffit-il d'écouter pour apprendre et de
parler pour enseigner? (M. St- Onge) / Toute personne sachant écrire est-elle habile à
prendre des notes? (M. St-Onge) / Les élèves disposent-ils toujours des informations
nécessaires à la compréhension? (M. St-Onge) / Les élèves ont-ils vraiment besoin
des professeurs (M. St-Onge) / Suffit-il de permettre aux élèves de s'exprimer pour
qu'ils le fassent? (M. St-Onge) / Suffirait-il d'entendre parler de natation pour se jeter à
la mer sans se noyer? (M. St-Onge) / Les élèves apprendront-ils vraiment? (M. St-
Onge)
STRIPLING, Barbara K. et PITTS, Judy M.
Brainstorms and Blueprints, Teaching Library Research as a Thinking Process,
[Monographie], Englewood (Colorado), Libraries Unlimited Inc., 1988, 181 p.
Stratégies créatives et procédures pour les enseignants du secondaire et les
spécialistes des bibliothèques
Université Laval, Bibliothèque
Vitrine de la Bibliothèque de l'Université Laval, [Internet],
URL: http://www.bibl.ulaval.ca/vitrine/
VAN VLIET, Lucille W.
Media Skills for Middle schools, [Monographie], Teaching Library Media
Researsh and information Skills Series, Littleton (Colorado), Libraries
Unlimited Inc., 1984, 263 p.
L'auteure de ce document propose une approche intégrée pour le
développement, chez l'élève, de compétences pour la recherche et le
traitement de l'information
Wisconsin Educational Media Association
Information Literacy; A Position Paper on Information Problem-Solving,
[Extraits], Wisconsin, Wisconsin Educational Media Association, 1993, 4 p.
Présentation du processus de recherche d'informations
ZLOTNICK, Barbara Bradley
Ready for Reference; Media Skills for Intermediate Students, [Monographie],
Teaching Library Media Research and Information
Skills Series, Littleton (Colorado), Libraries Unlimited Inc., 1984, 274 p.
68
Outras referências pertinentes
Association du personnel des services documentaires scolaires (APSDS)
APSDS: Page d'accueil, [Internet],
URL: http://rtsq.grics.qc.ca/apsds/S2APSDS.html
Association du personnel des services documentaires scolaires (APSDS)
L'Index, [Périodique], Montréal (Québec), Association du personnel des
services documentaires scolaires (APSDS),
URL: http://rtsq.grics.qc.ca/apsds/S2APSDS.html
Association professionnelle des techniciennes et des techniciens en
documentation du Québec (APTDQ)
Info-Documentation, [Périodique], Sainte-Foy (Québec, Association
professionnelle des techniciennes et des techniciens en documentation du
Québec (APTDQ),
Association québécoise de pédagogie collégiale (AQPC)
URL: http://www.aqpc.qc.ca
Association for Teacher-Librarianship in Canada (ATLC)
URL: http://www.sbe.saskatoon.sk.ca/~atlc/index.html
69
Bernhard, Paulette
Site personnel de Paulette Bernhard,
URL: http://tornade.ere.umontreal.ca/~bernh/
Le site de Big Six
Le site de Big Six,
URL: http://edweb.sdsu.edu/edfirst/bigsix/bigsix.html
Canada, Développement des ressources humaines Canada, Bureau des
technologies d'apprentissage
Bureau des technologies d'apprentissage; Page d'accueil, [Internet],
URL: http://olt-bta.hrdc-drhc.gc.ca/francais/index.html
Cégep Levis-Lauzon
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70
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The Role of the Library Media Specialist in Developing Information Technology
Middle School Programs; That Reflect Student Needs, [Périodique], School
Learning Resources, Summer, s.l., School Learning Resources, 1986, 4
p.
71
Autores
Este documento foi concebido e realizado por um grupo de trabalho
formado por especialistas canadianos de documentação das regiões de
Laval, Laurentides, de Lanaudière e de Montérégie assim como de
encarregados de dossiê da Direcção Regional de Laval, de Laurentides e
de Lanaudière e da Direcção de Recursos Didácticos do Ministério da
Educação do Canadá.
Pesquisa e concepção
Louise Paquin, C. S. de Sainte-Thérèse
Micheline Lauzon, C. S. de Chomedey de Laval
Vivianne Paiement, C. S. de Saint-Jean-sur-Richelieu
Richard Bastien, Direction régionale de Laval, des
Laurentides et de Lanaudière, Ministère de l'Éducation.
Yves Léveillé, Direction des ressources didactiques, Ministère
de l'Éducation.
Redacção
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Yves Léveillé
Coordenação dos trabalhos
Richard Bastien et Yves Léveillé
Recolha de dados
Johanne Grandchamp, C. S. de Chomedey de Laval
Edição html
Isabelle Laplante, consultante pour la C.S. de Sainte-Thérèse
La Direction des ressources didactiques du ministère de
l'Éducation a soutenu financièrement la réalisation de ce
projet.
La commission scolaire de Chomedey de Laval a agi à titre
gestionaire financier du projet.
La commission scolaire de Sainte-Thérèse a soutenu
financièrement le transfert du document sur Internet.
73
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A PESQUISA DE INFORMAÇÃO EB 2,3 e Secundário