PARSUK Newsletter EDITORIAL Maio 2009 Número 2 Portuguese Association of Researchers and Students in the United Kingdom EDITORIAL Esta é a segunda edição da newsletter da PARSUK. Para esta edição preparámos uma entrevista exclusiva com Sofia Escobar, cantora portuguesa que recentemente venceu o prémio para Melhor Actriz de Teatro Musical nos Whatsonstage.com Theatregoers’ Choice Awards (página 2). Poderá ainda ficar a conhecer mais alguns membros desta comunidade (ver Percursos, página 5), bem como diversas notícias de particular interesse para os estudantes e investigadores portugueses no Reino Unido (páginas 7-10). Após quase um ano à frente da direcção da PARSUK, é com enorme orgulho que vejo que a associação está cada vez mais sólida e em constante crescimento (ver PARSUK – Um Ano Depois, na página 4). Estamos ainda a dar os primeiros passos, mas acredito que a dá-los na direcção certa. Pequenos passos, como o convite para participação no Forum PAPS, comprovam o reconhecimento da nossa associação (notícia na pág. 7). Ao longo deste ano temos também vindo a trabalhar na preparação da página da internet da PARSUK (online brevemente em www.parsuk.pt) que, entre outras coisas, irá promover o contacto e a interacção entre os membros desta associação. Mas não queremos apenas olhar para o presente e ver aquilo que hoje somos. É particularmente importante nesta fase ter visão sobre o futuro desta associação. Num futuro próximo, já no final de Junho, teremos novas eleições para os orgãos dirigentes da PARSUK e é neste momento nosso grande desafio assegurar uma sucessão sólida na direcção da PARSUK. Acreditamos que esta associação é de todos nós e que cabe a cada um construir o futuro da PARSUK. Nesta edição Editorial 1 Entrevista com Sofia Escobar 2 PARSUK - Um ano depois 4 Percursos 5 PARSUK no Forum PAPS 7 Por cá aconteceu 8 Notas breves 10 Gostaria pois de aproveitar este espaço para convidar todos os membros interessados em dar continuidade ao nosso trabalho a apresentar listas e programas eleitorais para estas eleições. Caso estejam interessados mas não consigam reunir uma lista com nove candidatos, entrem em contacto connosco de forma a podermos estabelecer uma ponte entre os potenciais interessados. Como nota final gostaria de deixar uma mensagem de parabéns a toda a equipa de Londres que está a organizar o LUSO2009. O LUSO2009 já é um sucesso e conta com a vossa participação no dia 27 de Junho! E assim me despeço com os cumprimentos a todos e um até breve, melhores Raquel Oliveira Presidente da PARSUK PARSUK – Portuguese Association of Researchers and Students in the United Kingdom EMAIL: [email protected] 1 ENTREVISTA por João Rosa Sofia Escobar A PARSUK entrevistou aquela que foi considerada a melhor actriz de teatro musical em 2009, a portuguesa Sofia Escobar. Sofia contou-nos como a sua vida mudou recentemente após o seu sucesso nos musicais O Fantasma da Ópera, onde interpretou Christine e em West Side Story, onde interpreta Maria e que se encontra em tournée internacional. Apesar de ter um percurso profissional bastante diferente da grande maioria dos membros da PARSUK, a Sofia veio para o Reino Unido em busca de melhores oportunidades para a sua carreira. Como tomou a decisão de vir para Londres? Veio “à aventura” ou tinha planos bem definidos? Não vim propriamente “à aventura” porque vim estudar, tinha feito provas e foi-me atribuído um lugar no curso de canto na ‘Guildhall School of Music and Drama’, por isso o meu plano era investir na minha formação como cantora e actriz. O rumo que a minha carreira tomou a partir daí foi uma grande surpresa! Como foi a adaptação a um país e a uma cultura bastante diferentes da cultura portuguesa? Sentiu algumas dificuldades por ser uma actriz estrangeira? Felizmente eu tenho muita facilidade em adaptar-me a locais e culturas diferentes, adoro viajar, e fascina-me conhecer pessoas e ambientes culturais diferentes, acho que é muito enriquecedor. Quanto às dificuldades que senti, estas deveram-se não ao facto de ser uma actriz estrangeira mas sim a questões pessoais, as nossas bem portuguesas saudades! Senti e sinto saudades de tudo e de todos! Como surgiu a oportunidade de interpretar Christine na peça “O Fantasma da Ópera”? Na altura vi um anúncio no jornal que dizia que a Cameron Mackintosh estava à procura da Christine, decidi tentar, mas nunca pensei que fosse de facto conseguir o papel! Veio depois o convite para ser Maria na peça “West Side Story”, que lhe valeu o prémio de ‘Melhor Actriz de Teatro Musical’. Foi um sonho tornado realidade? Ter chegado até aqui e ter a oportunidade de estar a trabalhar com pessoas incríveis com as quais tenho aprendido imenso e estar em palco todos os dias a representar personagens que adoro foi sem dúvida um sonho muito antigo tornado realidade. O reconhecimento do meu trabalho através das nomeações e o prémio que me foi atribuído foi algo que estava muito além das minhas expectativas, especialmente numa fase tão inicial da minha carreira – estou muito feliz e cheia de força para continuar a trabalhar e a aprender! Já representou personagens femininas muito diferentes. Revê-se nalgum dos papéis que interpretou até agora? Até agora houve sempre algumas características comuns entre as minhas personagens e eu, por exemplo: todas elas são românticas, pessoas que acreditam no amor acima de tudo. No caso da Christine partilho com ela o amor pela música e no caso da Maria, a importância que ela dá à igualdade e ao valor da família e amigos. “O reconhecimento do meu trabalho através das nomeações e o prémio que me foi atribuído foi algo que estava muito além das minhas expectativas, especialmente numa fase táo inicial da minha carreira” 2 ENTREVISTA Pensa que não teria conseguido alcançar este sucesso em Portugal? Eu só vim para Londres há cerca de 3 anos, antes disso já há muito tinha decidido que o meu futuro estava no mundo da arte e representação. Cheguei a participar em alguns trabalhos em Portugal e, quem sabe, talvez se tivesse ficado tivesse, eventualmente, atingido o sucesso. Mas a verdade é que conheço muitos grandes talentos que são pouco aproveitados em Portugal, isso entristece-me e espero um dia chegar a um ponto na minha carreira em que possa ajudar esses talentos sem que eles se vejam pressionados a sair do nosso país para seguirem os seus sonhos. “Conheço bastantes portugueses a trabalhar cá, músicos, cantores e actores, vêm como eu em busca de formação e mais oportunidades. Portugal está cheio de talentos em diversas áreas” A maior parte dos membros da PARSUK está ligada à Ciência e Tecnologia. Há muitos portugueses a trabalhar em áreas artísticas no Reino Unido? Conheço bastantes portugueses a trabalhar cá, músicos, cantores e actores, vêm como eu em busca de formação e mais oportunidades. Portugal está cheio de talentos em diversas áreas. por João Rosa Quais são os seus próximos projectos? Para quando o regresso aos palcos londrinos? Neste momento estou com o ‘West Side Story’ até ao final de Julho, entretanto já surgiram algumas propostas mas é ainda cedo para dizer o que virá a seguir. Estou muito entusiasmada por começar a fazer audições para televisão e cinema, é uma área que me fascina muitíssimo e estou muito interessada em aprender mais sobre esse meio que logicamente é bastante diferente dos palcos e do teatro ao vivo. E agora a pergunta com que todos nós na PARSUK somos confrontados eventualmente - pensa voltar a Portugal algum dia? Adorava ter a oportunidade de trabalhar no nosso país, sem dúvida que é algo que tenho mesmo muita vontade de fazer: trabalhar com a minha língua materna e para o nosso público! Recebo diariamente mensagens de apoio e carinho vindas de portugueses que me têm dado tanta força nos dias mais difíceis, para todos o meu sincero obrigada, espero poder pisar os nossos palcos de novo um dia, esse seria mais um sonho tornado realidade. 3 PARSUK - UM ANO DEPOIS por João Rosa Após o primeiro aniversário da PARSUK, chegou a altura de fazer um balanço e dar a conhecer a comunidade diversificada que constitui esta associação. A PARSUK completou no passado dia 20 de Março o seu primeiro aniversário juntando, à data de edição desta newsletter, um conjunto de 123 estudantes e investigadores portugueses a viver e trabalhar no Reino Unido. Em 2005, segundo dados disponibilizados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, cerca de 30% das bolsas de doutoramento atribuídas por esta instituição e em execução no estrangeiro correspondiam a universidades britânicas, num total de 312 estudantes (em comparação com 17% nos EUA, 13% em Espanha e 11% em França). Os estudantes de doutoramento representam uma grande fracção da comunidade científica portuguesa a trabalhar no Reino Unido, mas esta inclui também estudantes de licenciatura, jovens investigadores em início de carreira e investigadores/trabalhadores ligados a diversas instituições e empresas britânicas. A PARSUK está ainda aquém de conseguir integrar toda esta vasta comunidade, mas o balanço após um ano de existência é claramente positivo. Os membros da PARSUK encontram-se a trabalhar em diversas cidades do Reino Unido, com maior concentração em Londres, Oxford e Cambridge, onde se encontram as maiores universidades deste país. Inglaterra é, sem margem para dúvida, a preferência dos membros desta associação, com uma pequena representação na Escócia, que infelizmente ainda não se estende à Irlanda do Norte e ao País de Gales. A PARSUK tem também três Membros Associados, dois dos quais se encontram em Portugal e um nos EUA, que demonstraram interesse em conhecer e participar nas actividades desta associação. Estamos ainda em processo de compilar as áreas de investigação dos vários membros da PARSUK, mas os dados que possuímos mostram que a grande maioria trabalha em áreas ligadas às Ciências Naturais (Biologia, Química, Bioquímica, etc) e à Medicina, com uma fracção significativa a trabalhar em Ciências Exactas (Física, Astrofísica, Matemática, etc). Uma parte dos membros está ligada às Ciências Sociais e Humanas (História, Literatura, Sociologia, Política, etc) e a Áreas Financeiras (Economia, Gestão, Marketing, Finanças, etc). O número de inscritos a trabalhar em Engenharia e Áreas Tecnológicas é ainda bastante reduzido, apesar de muitos dos membros ligados às áreas cientifico-naturais trabalharem em projectos com uma importante componente tecnológica. As áreas artísticas representam uma fracção muitíssimo pequena da associação, sendo uma das áreas cuja presença PARSUK gostaria de ver fortalecida. A nova forma de registo online através da webpage da PARSUK, a qual estará disponível brevemente, possibilitará um melhor conhecimento das actividades científicas dos seus membros. O crescimento da PARSUK depende fortemente da divulgação da associação e das suas actividades pelos seus membros, pelo que contamos com a participação de todos para fazer da PARSUK o órgão associativo e representativo por excelência da comunidade científica portuguesa no Reino Unido. 4 PERCURSOS Pedro Martins, Londres Vivo no Reino Unido desde 2000, quando comecei o meu doutoramento em Economia na Universidade de Warwick. O doutoramento foi uma experiência muito estimulante, dado o ambiente dinâmico e muito aberto a novas ideias no departamento onde estive a trabalhar e na universidade em geral. Escrevi a minha tese sobre economia do trabalho, tomando a situação de Portugal como um case study, e focando a minha análise em questões relacionadas com salários, educação e investimento estrangeiro. Seguiu-se uma lectureship na Universidade de St Andrews (2003-04), onde tive oportunidade de aprender bastante a vários niveis, nomeadamente em termos de boas práticas ao nível da docência. Em 2004 mudei-me para Queen Mary, Universidade de Londres, onde actualmente sou “Reader in Applied Economics”. A universidade proporciona-me óptimas condições em termos de investigação, o que se tem reflectido em termos de várias publicações, projectos, networks internacionais e consultadorias (OCDE, Comissão Europeia, INE, Watson Wyatt, etc). Tenho também alargado a minha área de investigação, passando a considerar outros países além de Portugal (em particular o Brasil e o Reino Unido) e outros temas. Aqui incluem-se questões relacionadas com o comércio internacional e os seus efeitos no mercado de trabalho, um tema importante numa altura em que a globalização pode retroceder. Em todo o caso, procuro manter as ligações a Portugal, sendo actualmente investigador no Instituto Superior Técnico (Centro de Estudos de Gestão) e estando a colaborar com economistas do Banco de Portugal e da Universidade Nova de Lisboa. Finalmente, escrevo com a regularidade possível no meu blog, onde http://economiadaspessoas.blogspot.pt, analiso os desenvolvimentos (?!) na economia de Portugal. Mariana Pote, Oxford Parti de Portugal com 16 anos para estudar em Gales num colégio fantástico (Atlantic College) que faz parte do movimento dos United World Colleges. Aqui fiz amizades com pessoas de inúmeros países com diferentes formas de pensar e ver o mundo. Por consequência, a curiosidade de saber mais sobre as diferentes culturas e formas de viver que conheci levou-me a estudar Antropologia, e fiz o bacharelato em UCL (BSc Antropology). Sempre interessada em arte e no mundo dos objectos do dia-a-dia, enveredei pelo estudo do que é conhecido nos meios antropológicos como a ‘cultura material’ (que inclui o estudo de objectos desde telemóveis, a moda, arquitectura, natureza, arte contemporânea, etc.). Este interesse trouxe-me para a Universidade de Oxford onde estou de momento a completar um mestrado em Cultura Material e Museus Etnográficos (MSc Material Anthropology and Museum Ethnography). Tenho interesse em varias áreas profissionais, mas gostava em particular de enveredar pelo caminho de museus, jornalismo, comunicação e administração da cultura. Tenho experiência de trabalho em museus, sou estagiária numa empresa que estuda hábitos de consumo e já escrevi alguns artigos sobre arte e objectos para revistas online. Tenho também um recente interesse em desenvolver as minha competências na área do design. Penso que o estudo da interacção entre a vida social e o mundo material pode e deve ser aplicado de um modo prático, para melhor enquadrar os objectos criados que nos rodeiam com referência as necessidades das pessoas. Se as minhas habilidades/experiências forem de alguma utilidade para projectos a serem desenvolvidos, ou se tiver algum interesse em saber mais sobre o estudo da cultura material, por favor não hesite em contactar-me. [email protected] 5 PERCURSOS Joana Câmara, Horsham O meu nome é Joana Câmara, tenho 31 anos e sou investigadora de pós-doutoramento na empresa farmacêutica Novartis, em Inglaterra. Não poderia começar com “Desde pequena que queria ser...” porque nunca consegui escolher uma só profissão. No entanto, desde os livros sobre vulcões ou estrelas ao kit de experiências e magia, tudo apontava numa direcção: Ciência. O meu percurso iniciou-se assim na Faculdade de Ciências (Universidade de Lisboa) com a licenciatura em Biologia Microbiana e Genética. Foi no estágio que se revelou o meu grande interesse por investigação. Ingressei então no Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina (PGDB) para um ano curricular em que descobri a minha paixão: Neurociências. Sempre pensei ficar em Portugal mas, após esse ano, o meu destino seria a Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, que adorei. Decorrido um ano, rumei à Universidade de Cambridge, Inglaterra, onde obtive o doutoramento em Neurociências e onde subsequentemente fui Research Associate. Sinto-me privilegiada por ter podido “viver ciência” nestes pólos científicos dos Estados Unidos e Inglaterra. Ainda em Cambridge fui uma das organizadoras do Encontro de Estudantes e Investigadores Portugueses no Reino Unido – LUSO2007. Enquanto até aqui todas as minhas decisões tinham fluído naturalmente, nesta altura deparei-me com a inadiável questão – o que quero ser quando for grande? Decidi então conhecer um outro mundo – a indústria farmacêutica. Entrei no programa pósdoutoral da Novartis que, em paralelo com a minha investigação, me tem exposto ao enredo de uma grande farmacêutica: patentes, alvos terapêuticos, marketing. Encontro-me, assim, há cerca de sete anos no estrangeiro e a próxima questão já me assalta: Portugal? Apesar das oportunidades que vão surgindo cá fora, desejo muito voltar a Portugal e contribuir com o meu percurso. Levarei comigo, com saudade, um pouco de cada sítio e de cada pessoa que conheci ao longo desta viagem. Contamos com a vossa participação na secção “Percursos”. Enviem-nos já os vossos textos! 6 A PARSUK esteve presente no X Forum PAPS por Raquel Oliveira O X Forum PAPS foi dedicado ao tema “Novos desafios para o Futuro” O X Forum da Portuguese American Post-Graduate Society (PAPS) teve lugar em Los Angeles no passado dia 18 de Abril. Este encontro reuniu cerca de 100 estudantes portugueses vindos dos mais diferentes cantos dos Estados Unidos. O encontro teve abertura com chave de ouro, com uma entusiasmante apresentação pelo Professor António Damásio que nos levou um pouco da história da neurobiologia, finalizando com a divulgação do seu mais recente trabalho sobre a biologia do cérebro na percepção de emoções como a admiração e a compaixão. “Não podemos entender onde estamos se não soubermos de onde vimos” António Damásio Seguiu-se uma sessão dedicada os “Novos desafios do futuro”. A mesa redonda, moderada por Vitor Gonçalves, correspondente internacional em Washington para a RTP, contou com a presença de Rui Grilo, Coordenador do Plano Tecnológico – Portugal a Inovar, Torben Rankine da Country Manager na Leadership Business Consultinge, Paulo Tabuada, Professor na UCLA e Francisco Veloso da Carnegie Mellon University. As suas intervenções trouxeram diferentes perspectivas sobre o presente/futuro em diversas áreas, desde a academia à indústria, passando pelas políticas adaptadas a uma nova fase de conhecimento, tecnologia e inovação. “Academic career in a nutshell: work, work, work, network, network, network” Paulo Tabuada Seguiu-se um almoço onde não faltaram as delícias gastronómicas bem portuguesas, incluindo deliciosos bolinhos de bacalhau e saborosos pastéis de nata. A sessão da tarde foi aberta pelo Professor José Pinto dos Santos, Professor of Practice in Global Management INSEAD (Fontainebleau), que nos falou sobre os desafios da globalização onde salientou a diferença entre a globalização e a uniformização, realçando a importância das competências individuais numa economia globalizada. A organização deste fórum foi liderada pelo actual Presidente da PAPS, João Cruz (na foto), que contou com a colaboração da sua equipa: Rossana Henriques, Sérgio Duarte, Tiago Freire, Pedro Castelo Branco, Luis Pedro Coelho, Sérgio Figueiredo, Pedro Gardete, Anabela Maia, Inês de Matos, Andreia Rosa e Margarida Soares. Joana Vasconcelos, artista plástica, presenteou-nos com uma apresentação fabulosa da sua obra juntamente com detalhes da sua concepção e significado. Foi um momento particularmente delicioso onde se tornou evidente o quanto a Arte, a Economia e a Ciência têm em comum. “A globalização é um processo de interdependência das nações, uma união de diferenças” José Pinto dos Santos A participação da PARSUK esteve reservada para o último painel, moderado por Bárbara de Oliveira Pinto, correspondente internacional em Los Angeles para a RTP. Este painel contou com a presença de Tiago Carvalho, criador do www.papaformigas.com (motor de busca de cientistas portugueses), Rossana Henriques, Vice-President da PAPS, Angela Simões da Comissão executiva da PALCUS (Portuguese-American Leadership Council of the United States) e Raquel Oliveira, Presidente da PARSUK. Cada orador apresentou a história e objectivos das organizações que representam. Seguiu-se um espaço de discussão dedicado ao tema “Networking e a importância de redes sociais”. O Forum PAPS terminou com um cocktail seguido de jantar no Fowler Museum. António Murta, vicepresidente da Wipro Retail, foi o orador convidado para a sessão de encerramento. Falou-nos do estado da Economia em Portugal, salientando as vantagens e desvantagens no estabelecimento de empresas em Portugal, bem como as estratégias para expansão internacional das mesmas. “Não podemos “ter medo de ser” (José Gil), temos de ultrapassar as barreiras que construímos nas nossas mentes e tentar alcançar o máximo possível” António Murta A presença da PARSUK neste Forum foi um passo inicial para uma estreita colaboração entre a PARSUK e a PAPS. Ficou claro que ambas as associações têm objectivos comuns e que conjuntamente poderão estabelecer uma rede forte de estudantes portugueses no estrangeiro. Fotografia de grupo dos participantes do X Forum PAPS 7 POR CÁ ACONTECEU… LONDRES “À mesa com Caetano Reis e Sousa” junta 50 associados da PARSUK Realizou-se no passado dia 31 de Janeiro pelas 13h no restaurante O FADO (em Knightsbridge, Londres) o primeiro almoço de um ciclo de encontros intitulados "À mesa com...". O almoço teve a participação de cerca de 50 associados da PARSUK e o orador convidado foi o Dr. Caetano Reis e Sousa, investigador em imunologia do Cancer Research UK, em Londres, que de maneira informal e bem-humorada nos contou os enredos da sua carreira. Nascido em Lisboa, a sua ligação às ilhas britânicas começou durante o ensino secundário quando foi estudar um ano para o World United College de Gales. Foi esta a experiencia que depois motivou o seu ingresso no Imperial College de Londres. O interesse pela Imunologia surgiu em Oxford quando, insatisfeito com a atenção obtida no primeiro laboratório onde começou o doutoramento, decidiu mudar para o laboratório do imunologista Jonathan Austyn, sob a orientação do qual obteve o DPhil em 1992 com tese sobre a fagocitose por células dendríticas. Embora sem perspectivas imediatas de regressar a Portugal, Caetano Reis e Sousa mantém contacto com a ciência que se faz no nosso País. Na sua palestra, defendeu que os portugueses, mesmo que na diáspora, podem ter um papel activo na construção da comunidade científica nacional, e citou como exemplos as suas colaborações com grupos em Portugal ou a presença em encontros, conferências ou exames de doutoramento no nosso País. Dias antes do nosso encontro, Caetano Reis e Sousa recebeu o prestigiado prémio Liliane Bettencourt Life Sciences de 250 mil euros da Fundação Bettencourt Schüller, que tem como objectivo incentivar cientistas excepcionais em Ciências da Vida com idade inferior a 45 anos a prosseguir o seu trabalho. De seguida rumou aos Estados Unidos da America onde passou cinco anos e meio como post-doc fellow no laboratório de Ron Germain no NIH onde estudou vários aspectos da apresentação de antigénios e activação de células T. Em 1998, regressou a Londres para formar um grupo de investigação no Imperial Cancer Research Fund (actualmente chamado Cancer Research UK). O seu grupo estuda a regulação inata da imunidade adaptativa pelas células apresentadoras de antigénio e os mecanismos que promovem a activação das células dendríticas. 8 POR CÁ ACONTECEU… OXFORD OXFORD Storytelling Science Decorreu no Linacre College, em Oxford, no passado mês de Março, o primeiro de uma série de seminários sobre ciência, organizados por Catarina Amorim, Visiting Academic in Science Journalism na Universidade de Oxford. A ‘Science Communication Seminar Series – Storytelling Science,’ com um seminário por mês e dois cientistas convidados por seminário, terá a duração de cinco meses. O objectivo é dar aos cientistas um palco a partir do qual possam explicar no que consiste o seu trabalho, de forma simples e acessível, pensada em concreto para uma audiência sem formação em ciência, e usando para tal as ferramentas do jornalismo científico. O primeiro seminário contou com a apresentação "Measuring stars and empires: an earthly glance at the history of astronomy,” de Pedro Raposo, aluno de doutoramento e Magellan Scholar em História da Ciência na Universidade de Oxford e “LEGO building in biology: a short story of X-rays, DNA and proteins,“ de Paula Salgado, investigadora na Division of Molecular Biosciences do Imperial College London. O segundo seminário teve lugar no dia 29 de Abril e consistiu na apresentação ‘Strings and branes: a romance of many dimensions,’ da autoria de João G. Rosa, aluno de doutoramento em Física de Partículas na Universidade de Oxford, e ‘How do chromosomes get divorced? Just get rid of the ring!’, da autoria de Raquel Oliveira, investigadora em Bioquímica na mesma universidade. Storytelling Science no Facebook. [email protected] Enviem-nos as vossas notícias com eventos organizados por estudantes e investigadores portugueses no Reino Unido LONDRES Peça de teatro sobre Aristides de Sousa Mendes Entre Janeiro e Fevereiro deste ano esteve em representação em Londres, na Greenwich Playhouse, uma peça sobre o famoso cônsul-geral português, Aristides de Sousa Mendes. Fonte: http://www.offwestend.com/index.php/plays/view/2509 Intitulada ‘Aristides – The Outcast Hero,’ a peça é da autoria de Alice de Sousa e relata a forma como, durante a década de 40, o cônsul português de Bordéus, desobedecendo às instruções dadas pelo seu governo, facultou cerca de 30.000 vistos a pessoas que procuravam escapar às forças nazis. A autora, que muito tem contribuído para a divulgação de grandes obras da literatura portuguesa em palcos ingleses, foi distinguida no mês de Março com um prémio do jornal londrino “As Notícias.” 9 NOTAS BREVES 3º Encontro de Estudantes e Investigadores Portugueses no Reino Unido É com prazer que anunciamos o LUSO2009, a realizar no dia 27 de Junho de 2009. Após duas edições bem sucedidas do LUSO, em Cambridge e em Oxford (LUSO2007 e LUSO2008, respectivamente), cabe agora a vez a Londres de receber a edição deste ano. O LUSO2009 pretende consolidar o diálogo e a interacção entre os estudantes e investigadores portugueses residentes no Reino Unido. Acreditamos que este encontro irá contribuir para o estabelecimento de uma rede de contactos que será de benefício mútuo para participantes e entidades que apoiam este projecto. Será também debatida a actual situação da investigação e ensino superior, tanto em Portugal como neste país bem como as perspectivas de carreira existentes, nomeadamente no meio académico e empresarial. Durante o LUSO2009 será possível ouvir oradores de reconhecido mérito ligados à investigação, ensino e empreendedorismo em diferentes áreas do conhecimento. É nosso desejo que este encontro seja gerador de forças para o futuro, juntando pessoas de diferentes áreas mas que partilham uma raiz comum e a mesma procura de sucesso, tanto a nível individual como colectivo. Esperamos poder contar com a vossa presença! A Organização do LUSO2009 Mais informações e inscrições em www.luso2009.pt.vu A PARSUK precisa de um logótipo! Assembleia Geral da PARSUK No dia 28 de Junho de 2009, o dia seguinte ao LUSO2009, realizar-se-á também em Londres a Assembleia Geral da PARSUK - Portuguese Association of Researchers and Students in the United Kingdom. A Assembleia Geral é um lugar privilegiado para o debate do futuro da nossa associação pelo que convidamos todos os membros a estarem presentes e a trazerem as vossas perspectivas e ideias para a PARSUK. Na ordem de trabalhos desta Assembleia Geral anual estará também incluída a eleição dos órgãos sociais da associação para o ano 2009-2010, pelo que encorajamos todos a participarem nas eleições através da elaboração de listas e programas eleitorais para a Direcção, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal da PARSUK. A convocatória oficial da AG e o regulamento eleitoral em vigor serão divulgados em breve, com o local e a hora da reunião. Frederico Regateiro (Presidente da Mesa da Assembleia Geral) A PARSUK está a organizar um concurso para criar o logótipo oficial da associação. Este concurso está aberto a todos os membros, que devem enviar um email para a PARSUK com as suas propostas até ao dia 21 de Junho de 2009. As propostas serão divulgadas através da mailing list da PARSUK e durante o LUSO2009 e a votação decorrerá durante este encontro e na Assembleia Geral da PARSUK, nos dias 27 e 28 de Junho de 2009. O logótipo deverá incluir as expressões “PARSUK” ou “PARSUK – Portuguese Association of Researchers and Students in the United Kingdom” e poderá ser acompanhado de um pequeno texto explicativo. Deixamo-vos como mote aquelas que pensamos ser as ideias-chave desta associação “união”, “comunidade” e “inovação”, mas cada um será livre de dar asas à sua imaginação. Convidamos todos os membros a fazerem uso dos seus dotes artísticos (ou a recorrerem a familiares/amigos, se acharem mais produtivo!) e participarem neste concurso. Ao vencedor será atribuido um prémio simbólico mas o mais importante será a oportunidade de ficar para a história desta associação! Contamos com a vossa participação! 10