Situação da força de trabalho da saúde: avaliação, ferramentas, dados, análise JAI/WB/WHO Workshop sobre Políticas de Desenvolvimento da Força de Trabalho da Saúde Sandton, 17-22 Outubro 2005 World Health Organization, Geneva Norbert Dreesch for Mario R. Dal Poz Department of Human Resources for Health Evidence and Information for Policy Christina Fekete, UFMG/Brasil. Porquê colher dados sobre os Recursos Humanos da Saúde? Força de trabalho da saúde Publico/Privado/ONG: Conhecimento Médicos Enfermeiros Aplicam Instalações Enfermeiras parteiras Equipamento Técnicos Medicação Familiares/ membros da comunidade Epidemiologia Influenciam Necessidades de saúde Equidade Direito à saúde Como medir a miscegenação mais apropriada dos diferentes tipos de profissões e da aplicação das suas competências? Percebendo de forma correcta as dinâmicas do mercado de trabalho num ambiente em constante mudança Como medir o impacto dos recursos humanos da saúde. . . . . ´ S a ú d e d a P o p u l a ç ã o Uma estrutura para a monitorização dos RHS para ajudar a melhorar o desempenho dos sistemas de saúde Inputs •Recursos financeiros •Recursos Humanos •Stock de capital •Consumíveis •Informação, conhecimento Funções •Financiamento •Stewardship •Prestação de Serviços •Geração de recursos Objectivos •Nível médio de saúde •Inequidade em saúde •Capacidade de resposta •Justiça na contribuição financeira Objectivo intermediário •Cobertura efectiva Usar os dados para influenciar as políticas de recursos humanos Processo de tomada de decisão em política Planeamento Gestão categorias de enfermeiras precisamos? Quando precisamos? enfermeiras parteiras estão onde são necessárias? • Quantas e quais as • As enfermeiras e Avaliação • A contribuição dos serviços de enfermagem está documentada? Advocacy •Como melhorar a imagem social dos enfermeiros? Conjunto de métodos e materiais para monotorização e avaliação de RHS: quantitativos e qualitativos Evidência Para começar, é importante definir recursos humanos da saúde: • “ O conjunto de todos os indivíduos implicados na promoção, protecção ou melhoria da saúde das populações” • Aspectos da profissão, treino, indústria • Aumentar a comparabilidade: standartização das classifações – – Classificação Internacional Standartizada das Profissões Classificação Internacional Standartizada da Educação – Classificação Industrial Internacional Standartizada de todas as Actividades Económicas, etc. Selecção dos indicadores para monitorizar e avaliar o desenvolvimento dos RHS de um país Nível Distribuição / Equidade Eficiência / Productividade Prestação de services de saúde ¾ Distribuição geográfica ¾ Número de horas de ¾ Stock de RHS trabalho do prestador dos RHS ¾ Miscegenação de por contacto com doente ¾ Distribuição do género competências nos RHS ¾ Migrações ¾ Actividades da força de ¾ Diferenças de rendimento consoante o trabalho género ¾ Sector público/ privado ¾ Rendimentos profissionais Criação de recursos ¾ Renovação dos RHS ¾ Educação e treino ¾ Distribuição geográfica das entradas nas instituições de treino ¾ Distribuição das entradas por género ¾ Custos por aluno do treino Quais as classificações standartizadas que existem de modo a que possamos avaliar e comparar? Classificação Internacional Standartizada das Profissões (ISCO) Rev. 1988 2: Professionais 22: Ciências da vida e profissionais de saúde 222 : Profissionais de saúde excepto emfermeiros 2221 : Médicos 2222 : Dentistas 2224 : Farmacêuticos 223 : Profissionais de enfermagem e enfermagem obstétrica 2230 : Profissionais de enfermagem e enfermagem obstétrica Classificação Internacional Standartizada das Actividades Económicas (ISIC) Rev. 3.1. N Saúde e trabalho social 85 Saúde e trabalho social 851 : Actividades de saúde humana 8511 : Actividades hospitalares 8512 : Actividades de prática médica e médica dentária 8519 : Outras asctividades de saúde humana Abordagem analítica • Existe uma série de abordagens analíticas, dependendo dos objectivos do estudo e da disponibilidade dos dados • Devemos usar várias fontes e métodos para melhorar os resultados • Triangulação de informação complementar e controlo da qualidade dos dados Rácio da base de dados da OMS • Métodos quantitativos • Métodos qualitativos 1,2 Comparação dos rácios médicos por enfermeiros e enfermeiras parteiras, em 12 países, de acordo com a fonte de dados 1,0 0,8 y = 0.59x + 0.19 2 R = 0.73 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Rácios dos conjuntos de dados LIS 1,2 Quais as fontes de dados que existem e quais as suas forças e fraquesas? Fontes Comparabilidade Desagregação potencial Periodicidade Registos Pouca comparabilidade administrativos internacional Variável Contínuos Inquéritos de amostras de instituições Pouca comparabilidade internacional Normalmente fracos para estimativas subnacionais Variável Inquéritos à força de trabalho e outros inquéritos internos Normalmente comparáveis ao longo do tempo e no país, podem existir diferenças de país para país Normalmente fracos para estimativas de sub-grupos e subnacionais Variável: desde mensais a de 10 em 10 anos Census demográficos Bons para sub-grupos Normalmente comparáveis ao longo do tempo e no país, da população e podem existir diferenças de pequenas áreas país para país Normalmente de 5 em 5 ou de 10 em 10 anos Estudos especiais Pouca comparabilidade Variável Variável Revisão das ferramentas : avaliação dos RHS • Ferramentas de avaliação aprofundada dos RHS – Inquérito de avaliação dos RHS: regulação dos profissionais de saúde, instituições de treino, equipamentos de saúde e prestadores – Inquérito Mundial da Saúde • Ferramentas rápidas de avaliação dos RHS – Guia de Avaliação rápida de RH – "3 by 5" Capacity Building Guide da OMS Revisão das ferramentas: ferramentas de planeamento de RHS – Modelo de projecção de RHS – Indicadores em carga de trabalho de necessidade de pessoal (Workload indicators of staffing needs - WISN) – Ferramentas de planeamento e custo RHS/ VIH-SIDA – Modelo de requisitos de RHS – Ferramentas de avaliação da capacidade de RH de SMR – Muitas outras ferramentas fornecidas pelas ONGs Barreiras à aquisição de dados e fornecimento de evidência • Poucos sistemas de monitorização e estudos baseados na evidência de RHS – Falta de utilização sistemática dos dados disponíveis • Variedade dos dados e das fontes: – Registos administrativos, censos, LFS, etc. – Vantagens e limitações de cada uma das fontes – fragmentação, qualidade, fiabilidade e temporalidade dos problemas dos dados • Surgem, frequentemente, problemas de comparabilidade – Conteúdo and qualidade entre países, fontes e ao longo do tempo – Classificação de acordo com os padrões internacionais (profissão, indústria, educação) • Poder potencial social e político dos dados O que pode ser feito a nível nacional? • • • • • • • Identificação das falhas de informação Identificação das potenciais fontes de informação Compilação e análise dos dados das fontes existentes Uso da informação disponível antes de colher mais informação Combinação / Triangulação Construção de uma rede de utilizadores e “produtores” Apresentação da informação de forma simples e apropriada O que deve ser feito a nível nacional e global? • Concordar sobre um conjunto mínimo de dados sobre • • • • aspectos de enfermagem e enfermagem obstétrica Padronização das definições e classificações Refinamento das ferramentas de avaliação dos RHS Padronização das metodologias Desenvolvimento da colaboração entre parceiros em projectos de investigação Alguns examplos: ilustração de aspectos políticos • • • • • • Diferenças na educação e treino Densidades da força de trabalho de saúde Desigualdade Migração Condições de trabalho Ligações entre RHS e resultados de saúde populacional Diferenças na educação e treino 100% 80% 60% 40% 20% United States United Kingdom 0% Russian Federation • Nível educacional dos enfermeiros e enfermeiros obstetras por país Denmark • trabalhadores da saúde com formação superior Fontes de dados potenciais : censos, inquéritos à força de trabalho e outros inquéritos internos, inquéritos instituições/ prestadores, registos administrativos Aspecto de comparabilidade classificações das profissões e da educação % com ensino universitário • Indicador : proporção de Nursing and midwifery pro fessio nals Nursing and midwifery asso ciate pro fessio nals Source: LIS labour f orce surveys Densidade da força de trabalho • Forças: número mais alargado • de tópicos do que o censo – informação detalhada sobre o mercado da saúde (mobilidade, turnover, segundo emprego, etc.) Limitações: comparabilidade de idades, por vezes amostras de pequenas dimensões (pouca capacidade de desagregação); problemas em desenhar estruturas de amostras representativas em alguns países, taxas de resposta (mais itens) Share of health occupations in the labour force, selected countries 5,9% USA 7,0% UK 6,6% Switzerland 2,4% Spain 3,0% Slo venia 3,6% Slo vakia 5,3% Russian Fed 3,2% P o land 8,2% No rway 6,9% Netherlands 2,8% Hungary 4,4% Germany 3,9% France 4,8% Finland 3,1% Denmark 3,4% Czech Rep 5,5% Canada 4,7% A ustria 0% 2% 4% 6% 8% 10% Densidade e cobertura: que significa? 100 Immunizacao Measles) Coverage (%) 80 Atencao Qualificada al nacio 60 40 20 0 .5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 Densidad de trabalhadores de saude por 1,000 4.0 Desigualdades – qual o enquadramento temporal em que medimos? • Forças: cobertura nacional; não • são sujeitas a amostras de tamanho reduzido (maior capacidade para desagregar indicadores para vários subgrupos populacionais e administrativos) Limitações: processamentos de dados problemático (profissão); questionários de menor dimensão - informação limitada que impede a análise aprofundada; maior periocidade (normalmente a cada 10 anos) ) Evolução do stock de médicos em estados do México, 1990 e 2000 Distrito Federal Tamoulipas Jalisco Michoacan Puebla Queretaro Campeche Chiapas Nayarit 0 100 200 1990 300 2000 400 500 Desiguladades de RHS – usando os dados do censo Distribution of the health workforce by state, Mexico Distrito Federal (GDP = 38,055) Baja California N. (GDP per capita (pesos) = 20,160) Legend <300 300 - 599 600 - 899 900 - 1199 >1200 Oaxaca & Chiapas (GDP < 6,200) Source: IPUMS census microdata sample, 2000 Migração – que informação usamos para determinar as perdas por migrações? • Problemas de concepção: o que é um migrante? Work permits: October 2000-March 2001 14000 12000 10000 8000 6000 • Atenção a aspectos políticos e históricos 4000 2000 0 India USA Philippines South Africa Zimbabwe Source: Work permits UK: http:www.workpermits.gv.uk/board/volumes Condições de trabalho – medição de aspectos específicos como o género e o diferencial salarial • Aspectos de fiabilidade – rendimento auto-reportado nos inquéritos 1,2 Rácio de rendimento médio de mulheres para homens 1,0 0,8 • Aspectos de comparabilidade: 0,6 paridade do poder de compra, salários ilíquidos vs. líquido, 0,4 salários relativos, antiguidade na 0,2 profissão • Indicadores de condições de trabalho adversas ainda precisam de ser validados (por exemplo, impacto do VIH/ SIDA na força de trabalho da saúde) 0,0 Denmark Netherlands Russia United Kingdom United States Phy sicians Nursing and midw ifery professionals Health associate professionals (ex cept nursing) O sistema de saúde brasileiro e recursos humanos Heterogeneidade geográfica ¾175 milhões de habitantes ¾ 5 regiões geográficas ¾ 5 561 municípios – 77,9% com população abaixo de 25 mil habitantes onde residem 23,7% da população Distribuição populacional e de empregos em saúde segundo a Região. Brasil, 2003 7,7% população 6,0% empregos em saúde 28,0% população 24,0% empregos em saúde 6,9% população 7,1% empregos em saúde 42,7% população 48,0% empregos em saúde Norte Nordeste População - 174.632.960 Empregos - 2.180.598 Fonte: AMS/IBGE - 2003 14,7% população 14,9% empregos em saúde Sudeste Sul Centro-Oeste Cursos de Graduação de Medicina e de Enfermagem segundo a Região. Brasil, 1995 e 2003 178 180 160 Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste 140 120 100 71 80 60 60 40 20 51 46 4 14 17 4 21 10 24 10 47 23 22 20 18 5 7 0 1995 2003 Medicina Fonte: INEP/RORHES/IMS/UERJ 1995 2003 Enfermagem 1995 Medicina – 85 Enfermagem - 108 2003 Medicina – 125 Enfermagem - 334 Distribuição de Cursos de Graduação de Medicina e de Enfermagem segundo a Região. Brasil, 2003 17% Medicina 14% Enfermagem 8% Medicina 5%Enfermagem 48% Medicina 54% Enfermagem 8% Medicina 6% Enfermagem Norte Medicina – 125 Enfermagem - 334 19% Medicina 21% Enfermagem Nordeste Sudeste Sul Fonte: INEP/RORHES/IMS/UERJ Centro-Oeste Distribuição de Egressos do Curso de Medicina e de Médicos Ativos segundo a Região. Brasil, 2003 4% Egressos 4% Médicos Ativos 16% Egressos 15% Médicos Ativos 4% Egressos 6% Médicos Ativos 61% Egressos 61% Médicos Ativos Norte Nordeste Egressos - 9.113 Médicos Ativos - 320.291 Fonte: INEP/RORHES/IMS/UERJ Conselho Federal de Medicina 15% Egressos 14% Médicos Ativos Sudeste Sul Centro-Oeste Distribuição de Egressos do Curso de Enfermagem e de Enfermeiros Ativos segundo a Região. Brasil, 2003 17,1% Egressos 23,2% Enfermeiros Ativos 4% Egressos 5% Enfermeiros Ativos 56,2% Egressos 48,0% Enfermeiros Ativos 4,9% Egressos 7,5% Enfermeiros Ativos Norte Egressos - 11.252 Enfermeiros Ativos - 110.669 17,7% Egressos 16,2% Enfermeiros Ativos Nordeste Sudeste Sul Fonte: INEP/RORHES/IMS/UERJ Conselho Federal de Enfermagem Centro-Oeste OBRIGADA