Redesign de layout do setor de produção de uma fábrica-escola de cabides de alumínio
Redesign de layout do setor de produção de uma
fábrica-escola de cabides de alumínio
Layout redesign of a production sector from an aluminum hanger’s schoolmanufactory
Silveira, Jaana Pinheiro da; Graduação em Desenho Industrial; UFMA
[email protected]
Azevedo, Patrícia Silva de; Doutorado em Recursos Florestais; UFMA
[email protected]
Resumo
O presente trabalho apresenta o redesign do layout do setor de produção de uma fábricaescola de cabides em alumínio, tendo como ferramenta a gestão do design na produção. Esta
proposta foi desenvolvida a partir da metodologia de projeto de Munari (2008) associada às
técnicas propostas por outros autores de design de interiores e design gráfico ambiental a fim
de coletar e analisar os dados. Com isso, a proposta de layout buscou suprir as necessidades
detectadas, inclusive com o desenvolvimento de um sistema de sinalização básico e de
mobiliário adequado ao ambiente.
Palavras-chave: gestão da produção, layout, setor de produção
Abstract
This paper presents the layout redesign of a production sector from an aluminum hanger’s
school-manufactory as a tool of management design on production sector. Has been
developed from Munari (2008)’s design methodology associated to interior design and
environmental graphic design authors techniques in order to collect and analysis the data. As
a result, this layout proposition sought provides the needs detected, including the
development of a basic signage system and furniture appropriated to the environment.
Key words: production management, layout, production sector
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Introdução
O Maranhão, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – Ipea (2010),
foi considerado em 2008 o segundo estado com maior taxa de pobreza extrema da federação.
E a indústria participa com 39% do seu crescimento econômico, representada pela extração e
transformação primária de recursos naturais, como por exemplo, a bauxita em alumínio, e
ainda a construção civil, eletricidade, gás e água (MESQUITA, 2008, p. 36).
Dentro do seu processo de transformação a indústria de alumínio percebe o quanto é
fundamental o envolvimento da comunidade do entorno para um desenvolvimento econômico
e social local. Dessa forma, diversos programas sociais são realizados junto a comunidade,
dentre eles o projeto empresa escola “Empresários para o futuro” que possui como objetivo
proporcionar uma experiência prática em negócios através da organização e da operação de
uma empresa, atendendo jovens do ensino médio.
O setor que mais reflete a eficiência da empresa é a produção. Melo, Villar e Filho
(2006) ainda afirmam que o setor de manufatura deve ser analisado, planejado e controlado
para se tornar cada vez mais eficaz. Essa eficiência, entretanto, depende de ferramentas de
gestão, assim como, profissionais que apresentem uma visão global do processo produtivo.
A gestão do design, segundo Mozota (2011) tem como objetivo integrar o designer no
meio corporativo a fim de ajudar a empresa atingir seus objetivos e a desenvolver sua
estratégia. A implementação do design compreende aspectos operacionais, no
desenvolvimento de projetos, organizacionais, promovendo a organização espacial do
ambiente com o intuito de integrar seus elementos (pessoas, serviços, informações,
equipamentos, etc.) e também a organização administrativa, e estratégicos, no
desenvolvimento do objetivo e da missão da empresa.
Pensar de forma estratégica e fazer uso de métodos em design não apenas no processo
produtivo, mas também na melhoria das relações entre empresa e comunidade, que por meio
de programas sociais, garante maiores oportunidades de desenvolvimento econômico e social,
o design também promove aos envolvidos maior capacitação e confiabilidade na execução de
uma tarefa, desde a implantação com elementos visuais como a sinalização, até maiores
intervenções ergonômicas (IIDA, 2005).
Organização do setor de produção
Segundo Slack (2002), o desempenho da produção de uma indústria está diretamente
relacionado aos stakeholders da operação, ou seja, as pessoas ou grupos de pessoas
envolvidas na operação produtiva é que podem influenciar as atividades ligadas a este
processo. E ainda determina cinco fatores que o influenciam: qualidade, rapidez,
confiabilidade, flexibilidade e custo.
A eficiência operacional relacionada à produção manufatureira pode ser alcançada
através da otimização do layout segundo Monden (1984) apud Luzzi (2004), por permitir a
eliminação de perdas decorrentes da movimentação e transporte de materiais e produtos, além
de estimular o trabalho em equipe e facilitar o feedback de qualidade.
O agrupamento das operações produtivas caracteriza a estrutura de produção, de
maneira que em um ambiente manufatureiro determina o layout fabril. (YANG et. Al., 2000;
CANEN e WILLIAMSON, 1998; DHONDT e BENDERS, 1998 apud LUZZI 2004)
E ainda, de acordo com Lee (1998) apud Luzzi (2004) a essência de uma produção
eficiente pode estar no layout desde que sua projetação aborde tanto sua localização global
quanto suas estações de trabalho. Pois apenas desta maneira se alcança a integração de
pessoas, serviços, produtos, informações e tecnologia através do ambiente.
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Sinalização
Segundo Calori (2007) (tradução nossa), a sinalização faz parte de um Sistema de
Comunicação Gráfica caracterizado pela sistemática, coesão informacional e unidade visual
inseridos em determinado ambiente.
Calori (2007) (tradução nossa) ainda classifica o sistema de sinalização de acordo com
o tipo de conteúdo informacional transmitido:
(i) Identificação;
(v) Operacional;
(ii) Direcional;
(vi) Honorífica; e
(iii) Alerta ou Segurança;
(vii) Interpretativa.
(iv) Regulamentadora e de
Proibição;
Segundo Cavalcanti (2004a) a transmissão de conhecimento por meio da linguagem
visual, no sistema de sinalização de alerta ou segurança, ocorre através de mensagens verbais
(caracteres alfanuméricos) e/ou mensagens pictóricas (ilustrações) e possibilita a comunicação
de procedimentos no ambiente industrial, mas deve seguir critérios que garantam a segurança
do usuário e uma maior produtividade do sistema.
Padovani (2003) apud Cavalcanti (2004a) classifica as mensagens visuais de alerta e
segurança quanto ao tipo de informação que visam transmitir:
(i) Regulação;
(iv) Proibição;
(ii) Indicação de condição segura;
(v) Advertência de risco; e
(iii) Ação mandatária;
(vi) Identificação de perigo.
Ou seja, a sinalização de segurança visa advertir o usuário sobre situações de risco e
ações proibidas em determinado ambiente, indicar condições seguras e instruir sobre o uso de
equipamentos de proteção, através de configurações gráficas representadas por sequências
pictóricas de procedimento, pictogramas e/ou textos apresentadas na forma de placas, cartazes
de segurança ou mapas de risco (CAVALCANTI, 2004b).
O sistema de sinalização também funciona como uma ferramenta de inclusão ao
ambiente ao qual está inserido, por possibilitar seu uso, inclusive por pessoas que não
possuem pleno conhecimento de seu funcionamento (COSTA, 2006).
Posto de trabalho e acessibilidade
A fim de alcançar a integração de pessoas, serviços, produtos, informações e
tecnologia através do ambiente, é necessário considerar diversos fatores, entre eles podemos
destacar a ergonomia e a segurança do trabalho, além das leis e normas regulamentadoras
relacionadas (LEE 1998, apud LUZZI, 2004).
Para tanto, o ambiente assim como as máquinas, ferramentas, entre outros objetos
utilizados pelo homem na realização do trabalho devem estar adequados às suas necessidades
e limitações prioritariamente, segundo os princípios da ergonomia.
Iida (2005) afirma que os postos de trabalho devem reduzir as exigências
biomecânicas e cognitivas, os objetos manipulados devem ser dispostos dentro da área de
alcance dos movimentos corporais, as informações devem ser posicionadas de modo que
facilite a percepção pelo trabalhador, entre outros, para que este possa realizar o trabalho com
conforto, eficiência e segurança.
Dessa forma, ainda determina que a projetação de máquina, equipamentos,
ferramentas e/ou materiais deve promover sua adaptação às características do trabalho e às
capacidades do trabalhador com o objetivo de promover o equilíbrio biomecânico para
garantir a satisfação e segurança do trabalhador e a produtividade do sistema.
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Ainda é importante considerar a acessibilidade de um ambiente ou espaço, já que
possibilita seu uso e percepção em sua totalidade por todas as pessoas, ou seja, ao permitir seu
alcance, acionamento e utilização, tanto no âmbito físico como de comunicação, inclusive por
pessoas com mobilidade reduzida (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E
TÉCNICAS, 2004).
A NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamento urbano
normatiza aspectos relativos à projetação de ambientes e produtos a fim de torná-lo acessível
(ABNT, 2004).
Em um setor de produção devem ser consideradas as limitações impostas pelas
atividades realizadas no ambiente, já que, como cita a ABNT (2004), a acessibilidade de um
espaço é caracterizada pelo seu uso com autonomia e com segurança. E, no caso de algumas
tarefas, pode não haver possibilidade de adaptação a determinados portadores de deficiência
física.
Tem-se como referência para o dimensionamento de ambientes, postos de trabalhos,
mobiliário, objetos, entre outros: estudos antropométricos e normas técnicas. Entre eles
podemos citar Iida (2005) com enfoque ergonômico, Gurgel (2005a, 2007b) com enfoque em
design de interiores e a NBR 9050 (ABNT, 2004), com enfoque na acessibilidade.
Objetivos
Objetivo geral
Redesign do layout do setor de produção de uma fábrica-escola de cabides de
alumínio.
Objetivos específicos
 Promover a eficiência do fluxo de produção;
 Projetar a sinalização de segurança e informativa do setor de produção; e
 Tornar o setor de produção acessível para deficientes físicos com mobilidade
reduzida.
Material e métodos
O objeto de estudo deste trabalho é o setor de produção de uma empresa-escola de
cabides de alumínio situada no Distrito Industrial de São Luís, Maranhão. Este trabalho se
caracteriza como uma pesquisa descritiva sob a forma de um estudo de caso, que segundo
Moraes & Mont’Alvão (2000), objetiva conhecer e interpretar a realidade sem a interferência
para a modificação, com a descoberta e observação de fenômenos através de sua descrição,
classificação e interpretação.
A metodologia de projeto segundo Munari (2008) propõe a definição do problema a
partir do levantamento dos dados e identificação de uma solução que cabe ao designer
conciliá-las em um projeto global.
Como o próprio autor cita, este método pode se adequar às áreas de trabalho de acordo
com as técnicas utilizadas para se alcançar a solução para o problema/objeto de estudo.
A coleta de dados foi realizada por meio de observações assistemáticas e aplicação de
questionários segundo Moraes & Mont’Alvão (2000).
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Com a determinação dos componentes do projeto global, constatou-se a existência de
3 (três) subprojetos: layout do setor de produção, mobiliário e sinalização de segurança e
informativa. Para cada um desses projetos é necessária a aplicação de diferentes técnicas.
Para o subprojeto layout do setor de produção foi definido um programa de
necessidades, adaptado de Mancuso (2008) que se assemelha a um briefing com o perfil do
cliente, ou seja, contém as informações relevantes para projetação do espaço.
As especificações do programa de necessidades foram hierarquizadas de acordo com a
prioridade de atendimento. Para tanto, foram atribuídos valores de 1 a 5, onde 1 significa o
mínimo de prioridade e 5 o máximo de prioridade, resultando no quadro abaixo:
5
Fluxo de produção
5
Espaço para realização da tarefa
4
Adequação do mobiliário ao usuário
3
Sinalização de segurança
3
Sinalização informativa
1
Circulação
Tabela 1 – hierarquização do programa de necessidades
Já para o subprojeto do mobiliário, buscou-se trabalhar apenas no atendimento das
especificações de Ergonomia segundo Iida (2005) e da norma de acessibilidade segundo a
NBR 9050 (ABNT, 2004).
E para o subprojeto do sistema de sinalização básico foi aplicada a fase do pré-design,
através da coleta e análise de dados segundo Calori (2007). Esta fase consiste no
planejamento do projeto, onde as informações colhidas são utilizadas no estabelecimento de
metas para as fases subseqüentes, que se assemelham as etapas projetuais segundo Munari
(2008).
Por fim, para análise das propostas foi criada uma ferramenta que determina o nível de
atendimento das especificações do programa de necessidades segundo aspectos relevantes
citados por Gurgel (2005), e que estão relacionados ao espaço, à função e aos objetivos do
mesmo, à segurança, à manutenção do espaço/mobiliário, à adequação às Leis e Normas
Técnicas Brasileiras, entre outros. A análise gerou uma tabela, onde: , significa não
atendimento das especificações; 0, significa atendimento parcial das especificações; e ,
significa atendimento total das especificações.
Resultados e discussão
A empresa-escola de cabides de alumínio tem seu funcionamento bem delimitado
quando se trata de gestão financeira, de recursos humanos e de marketing e vendas, por seguir
as diretrizes de um programa social para jovens. E como apenas a área de produção teve seu
planejamento processual atribuído aos membros do projeto e também, por não haver um
documento de registro, este setor foi o objeto de estudo.
Dessa forma, foi constatado que o espaço físico atribuído ao setor de produção não
comporta todos os alunos participantes do projeto e ainda não transmite aos alunosfuncionários a ambiência de empresa; o que torna o momento da produção um momento de
conversas paralelas e descontração.
Para tornar o ambiente de trabalho correspondente à estruturação da empresa, aos
funcionários e à linha de produção, se teve como solução o redesign do layout de produção
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através do rearranjo do mobiliário e equipamentos já existentes e da projetação de novos
móveis e ainda, o desenvolvimento de um sistema de sinalização informacional e de
advertência.
O redesign do layout do setor de produção buscou atender todas as necessidades
estabelecidas, se configurando segundo a figura abaixo:
Figura 1 – proposta de layout para o setor de produção.
Rearranjo do mobiliário e equipamentos
A reorganização do mobiliário possibilitou o estabelecimento de um corredor de
circulação interna com 1,18 m de largura, não atendendo o item 12.1.7 da NR 12 – Máquinas
e Equipamentos, que determina 1,20 m como largura mínima para vias principais de
circulação no interior de locais de trabalho. Porém atende o item 6.9.1 da NBR 9050, que
determina como largura mínima 0,90 m para corredores de uso comum com até 4,00 m
(ABNT, 2004).
Na delimitação da área de execução das tarefas, tomou-se como referência as
recomendações de dimensões citadas por Gurgel (2007a; 2007b) e as especificações da NBR
9050 (ABNT, 2004), principalmente no posto de trabalho destinado a trabalhadores com
mobilidade reduzida.
O rearranjo do mobiliário já existente consistiu, principalmente, na rotação da mesa
principal, a qual dá suporte a todo o maquinário do setor, e no rearranjo destes sob o móvel.
E também, na retirada de um banco não utilizado, pois prejudicaria a execução da tarefa de
acabamento das pontas do vergalhão. Em seu lugar foi disposto o estoque de cabides durante
as fases do processo, pois, com a rotação da mesa principal estaria localizado próximo ao
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Segurança
Manutenção do
ambiente
Adequação as
Normas Técnicas
Brasileiras
Fluxo de
produção
Realização da
tarefa
Adequação
antropométrica
do mobiliário
Adequação do
mobiliário a
NBR 9050
(ABNT, 2004)
Sinalização de
segurança
Sinalização
informativa
Circulação
Organização do
espaço
posto da Diretora de Produção, lembrando que uma de suas tarefas é aprovar a passagem dos
cabides da fase de conformação para a fase de acabamento.
E ainda, a fim de obter espaço para a colocação das bancadas de trabalho em
pé/sentado, a estante de ferramentas será substituída por um quadro afixado na parede, com a
mesma função. Como a referida estante também é utilizada para armazenamento erros de
produção, ou seja, dos cabides quebrados durante a conformação, sua retirada criou a
necessidade de alocação de um recipiente próprio para o armazenamento dessas peças. No
novo layout, está localizado próximo à máquina de conformação da base do cabide, já que
neste maquinário foi observado o maior descarte de cabides quebrados.
A análise do nível de atendimento das especificações gerou o quadro abaixo:

 0


 

0
0


0
0



 0

0
0
0

0
0
0
0
Tabela 2 – nível de atendimento das especificações
Sistema de sinalização
Os componentes do sistema de sinalização foram definidos a partir da análise dos
dados coletados por meio das observações assistemáticas.
A análise dos dados em relação às normas regulamentadoras e às tarefas realizadas no
ambiente, permitiu destacar as necessidades de sinalização: dentre a sinalização de segurança
segundo Padovani (2003) apud Cavalcanti (2004a), as placas de advertência de risco, no
subsetor de Anodização, a fim de advertir sobre o risco de queimaduras pelo manuseio com
soda caústica; e de regulação com o objetivo de informar os procedimentos que o usuário
deve seguir para manter a regulação do sistema, neste caso, o uso de EPIs; para as outras
necessidades de sinalização foi usada a classificação de Calori (2007), destacando-se a
sinalização de identificação, que como a denominação já indica, identifica um local no
ambiente, sendo aplicada a identificação dos subsetores.
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Figura 2 – placa de advertência
Figura 4 – placas de identificação
Figura 3 – placa de regulação
O material escolhido para a fabricação das placas de sinalização de segurança e
operacionais foi alumínio reciclado laminado, adesivado com acabamento fosco como indica
a NBR-0950 pelo tópico 5.5.2, referente à legibilidade da sinalização visual, assim como as
placas de identificação, como indica a figura 7.
Ainda fazendo referência ao tópico 5.5.2 foi utilizada cor contrastante entre 70% e
100% de escuro sobre claro. E como o nível e qualidade da iluminação estão entre médio e
alto, os textos, os caracteres e os pictogramas serão aplicados na cor verde escura sobre fundo
branco, quando alertar para o uso de EPIs (figura 3), já que, segundo a NR 26 (GM, 1978),
esta cor remete a segurança e ao uso de EPIs. A placa de advertência (figura 2) segue a NBR
13434-2 (ABNT, 2004), referente à sinalização de Segurança contra incêndio e pânico. De
modo que a mensagem de alerta segue a forma triangular determinada pela norma, porém de
maneira estilizada. Ainda foi associada a uma placa de regulamentação, indicando o uso das
luvas de borracha em decorrência do manuseio de soda cáustica.
Na redação do texto das placas operacionais, seguiu-se o item 5.5.3 da NBR-0950,
referente aos textos de orientação. E na representação das figuras deve atender as condições
determinadas pelo item 5.5.5 da mesma norma.
Ainda estabelece seu dimensionamento para a sinalização interna de ambientes, que
deve ser de 15 cm considerando a legibilidade a uma distância máxima de 30 m. E a
localização das placas de identificação, que devem estar a 1,40 m a 1,60 m do piso, no centro
da porta ou em parede adjacente de 15 a 45 cm do batente.
Segundo Menezes (2006), a localização das placas de orientação quanto ao uso de
equipamentos de proteção individual seria mais eficiente nos limites das áreas das estações de
trabalho, pois informa aos trabalhadores que a partir daquele ponto já deveriam estar usando
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seus EPIs. De maneira que serão posicionadas tanto no ambiente interno do setor quanto no
seu acesso.
Desenvolvimento de mobiliário
Como resultado do subprojeto de mobiliário, foi desenvolvido uma bancada em
decorrência da não existência de posto de trabalho adequado para execução das tarefas de
limpeza do vergalhão e acabamento dos cabides.
A altura de bancada adequada para o trabalho em pé, segundo Iida (2005) é de 1,10 m.
A área de alcance de trabalhos manuais foi definida com base na NBR 9050 (ABNT, 2004),
com a duplicação da distância que compreende o comprimento do antebraço, atendendo
também a recomendação de superfície de trabalho com, no mínimo, 0,50 m para pessoa em
cadeira de rodas.
No caso da bancada reservada para o uso de portadores de deficiências físicas relativas
à locomoção, a NBR 9050 (ABNT, 2004) também foi utilizada no norteamento da projetação
ao utilizar como referência a altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o
objeto. Dessa forma a altura do móvel deverá assumir 0,73 m.
É indicado o uso de assentos de apoio para o trabalho em pé/sentado, que deve atender
requisitos mínimos de conforto, como cita a NR 17 (SIT, 2007) no item 3.3.
Sua característica formal segue o padrão do mobiliário já existente no setor de
produção, de maneira que sua fixação ocorre por chumbamento na parede a fim de prevenir a
deformação que ocorreria com a utilização de apenas mão francesa como suporte.
Figura 5 – bancada de apoio
Ainda é sugerida a adequação de um dos armários localizados no estoque para
armazenamento dos cabides finalizados, através da disposição vertical de suportes internos,
como indica a figura abaixo:
Figura 6 – armário para estocagem de cabides finalizados
E a fim de reduzir a deambulação neste setor por prejudicar a realização de outras
tarefas e com o objetivo de dinamizar a etapa de acabamento dos cabides mantendo a
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organização do espaço de trabalho, foi desenvolvido um suporte de cabides fixados às
estações de trabalho, em dois modelos buscando a adequação a atividade exercida.
Como se pode observar na figura 7, o suporte permite a colocação de uma grande
quantidade de cabides de maneira que a Diretora de Produção possa avaliar sua qualidade
quando possível, sem se preocupar com o acúmulo dos mesmos sobre a bancada.
Figura 7 – suporte de cabides
E na figura 8, o suporte permite a colocação de um menor número de cabides e
funciona como apoio para a tarefa de acabamento dos mesmos através do uso da lima de
maneira que auxilia na organização do posto de trabalho ao evitar o acúmulo de cabides sob a
bancada.
Figura 8 – suporte para cabides durante o processo de produção
Considerações finais
Os elementos que compõe o ambiente devem contribuir para o bem estar e segurança
do funcionário além de contribuírem para a realização da tarefa.
De modo que, com a reorganização do setore de produção através do redesign do
layout baseado na atividade de produção, o dimensionamento apropriado dos postos de
trabalho adaptados ao funcionário e o sistema de sinalização de alerta e segurança foram
alcançados os objetivos deste projeto. Pois o rearranjo do mobiliário no ambiente de produção
associado às ferramentas de controle e organização inseridas no mesmo facilitam a realização
das tarefas assim como promovem sua realização segundo o planejamento da produção.
Não foi possível quantificar o alcance dos objetivos para o desempenho da produção
definidos por Slack (2002) em decorrência da não execução do projeto desenvolvido.
E ainda, este projeto assume caráter de inovação de rotina segundo Abernathy & Clark
(1988) apud Mozota (2011), pois promove a melhoria do desempenho do sistema de produção
existente.
Como foi atribuído valor 3 para o subprojeto de sinalização na hierarquização do
programa de necessidades não foram desenvolvidas todas as possibilidades de sinalização.
Ficando a sugestão de seu desenvolvimento de maneira mais aprofundada em trabalhos
posteriores.
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Referências
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