Carlos Rigotti A Casa Verde resgata a história da Baqueria de Los Pinhales (1765) à Vacaria (2008) Vacaria Açores Carlos Rigotti VACARIA AÇORIANA 243 Anos da Colonização Açoriana nos Campos de Cima da Serra Francisco Appio - Deputado Estadual Dezembro 2007 Discurso proferido pelo Deputado Appio em 13/12/2007 2008 – ANO AÇORIANO DE VACARIA Chegamos ao final de ''2007 – ANO GARIBALDINO - Lei 12.715”. A lei de nossa iniciativa amparou atividades culturais da Assembléia Legislativa na promoção, divulgação e resgate da história de extraordinários italianos, filhos e descendentes de Garibaldi, sua mulher Anita, filho Menotti e seus seguidores. Escrevemos sobre Valdomiro Bocchese, Synval Guazzelli e outros filhos de imigrantes, que deram importante contribuição ao Estado. Em 2008 registraremos os 243 Anos dos Açorianos nos Campos de Cima da Serra, que serão comemorados com várias iniciativas do Projeto Esperança, com ênfase à cultura açoriana. Previstas ações, como: 1) Concurso para descendentes de açorianos (janeiro a maio). Prêmio: viagem aos Açores. 2) Museu da cultura açoriana no Porão Cultural da Casa Verde. 3) Projeção de filme com imagens e depoimentos regionais. 4) Festival de Música para autores e intérpretes do Ensino Fundamental e Médio. 5) Fórum de debates sobre a imigração açoriana na região e no Estado. 6) Edição de livro em fascículos, resgatando a Vacaria Açoriana de 2008. 7) Em Janeiro, a história do Pioneiro José Campos de Bandemburgo, o Pai Adão de Vacaria e do Patriarca ANTONIO BORGES VIEIRA e sua mulher TERESA RODRIGUES DE JESUS. 1 8) Em fevereiro destaque para os descendentes dos Borges Vieira, em cargos públicos: José Camargo, Médico/Cirurgião - Paulo Tigre, Presidente da FIERGS - Fernando Lemos, Presidente do Banrisul - Onix Lorenzoni, Osmar Terra, Deputado Federal e Secretário Estadual da Saúde - Paulo Borges, Deputado Estadual – Renato Marques, Embaixador – Elin Saturnino Dutra, Embaixador no Cairo ex-deputados Caetano Peruchin, Ecléa Fernandes, Jarbas Lima, Porcínio Pinto, Eloar Guazzelli, Getúlio Marcantonio, Adão Brum Vianna, Avelino Paim, ex-governador Synval Guazzelli, ex-prefeito Protásio Guazzelli, ex- Senador Firmino Paim Filho, ex-deputado Federal Manoel Duarte, cujo 50º de sua morte lembramos em novembro passado. Colabore com informações através de e-mail ou carta. 9) No dia 06/12 o Tribunal de Justiça do Estado promoveu Simpósio Cultural Açoriano, com a presença do governador da Ilha dos Açores, Dr. Carlos Manoel Martins do Vale. No mesmo Plenário, o historiador Luiz Antonio Alves (São Francisco de Paula), promoveu o lançamento do “Memorial da Colonização Açoriana”, com 27 volumes. O evento contou ainda com pesquisadores e historiadores que retrataram a cultura açoriana. No dia seguinte foi inaugurada a CASA DOS AÇORES, consulado cultural, em Gravataí. Veja as fotos do evento na página central. 10) No dia 18/12 foi agraciado com a Medalha do Mérito Farroupilha o médico cirurgião José Camargo, um dos profissionais mais respeitados da saúde pública brasileira. Camargo é descendente dos pioneiros da colonização açoriana nos Campos de Cima da Serra. Dezembro 2007 Francisco Appio – Deputado Estadual FONTE VIRTUAL - Como suporte às pesquisas dos participantes do concurso literário, produzimos a versão digital dos livros “Rainha do Planalto”, 1959, do Professor José Fernandes de Oliveira, “Vacaria dos Pinhais”, 1996, de Fidélis Dalcin Barbosa, “Genealogia da Família Borges Duarte”, 1981, por Theodoro Carneiro Duarte, o livro “No Planalto” de Manuel Duarte editado em 1930, sobre Vacaria e o relatório de Sátiro Dornelles Oliveira Filho, 1994. Na próxima edição desta pesquisa/reportagem serão divulgados Regulamento/Premiação/Julgamento do concurso que será realizado de janeiro a abril, resultados em maio/2008. 2 MANUEL DUARTE escreveu “NO PLANALTO” em 1930, pela Editora da Livraria Globo de Porto Alegre. Pesquisa nas livrarias da capital localizou o único exemplar, muito bem conservado, apesar das páginas amarelas. Mergulhar na leitura da Vacaria de 77 anos atrás, aguça a curiosidade, e desperta a vontade de devorar suas 126 páginas, a começar pelo prefácio do erudito historiador Dr. Affonso de E. Taunay. Este mostra-se extasiado pelas descrições que Manoel Duarte faz de sua terra e sua gente. Verdadeira relíquia literária, de valor inestimável às páginas 41 a 50, Manoel Duarte publica vocábulos gerados na inventiva graciosa ou bárbara, do meio. A disputa pela Fazenda do Pinheiro Grosso, a fundação da Fazenda do Socorro e a conquista do Planalto, são temas de grande valor histórico. FIDÉLIS DALCIN BARBOSA nasceu em Montenegro em 14/12/1915. Foi professor de Literatura e Língua Portuguesa em Pelotas, Caxias do Sul, Canela e especialmente em Lagoa Vermelha. Estagiou por cinco anos em Portugal, para estudos e pesquisas aprofundando seu conhecimento sobre a influência portuguesa no sul do país. Foi jornalista, correspondente de vários jornais, mas especialmente escritor. Seu conhecimento da realidade regional o levou as incursões literárias sobre a História do Rio Grande do Sul, com a primeira edição em 1985. Estudou os indígenas, colonos, imigrantes, não descuidou da literatura, do folclore e dos costumes que marcam a alma gaúcha. Aos seus alunos no Ginásio Duque de Caxias, despertou o interesse pela leitura e pela escrita. Entre outras obras, publicou Semblantes dos Pioneiros, Prisioneiro da Montanha, Prisioneiros do Abismo, Prisioneiros dos Bugres, Anjos Prisioneiros, Campo dos Bugres, Fanáticos de Jacobina, que remontam histórias e lendas dos Aparados e mais 50 outras publicações temáticas, além de Vacaria dos Pinhais em 1978. Até os últimos dias de sua vida em Lagoa Vermelha, leu e escreveu com verdadeira paixão pela língua de Camões, para expressar sentimentos. JOSÉ FERNANDES DE OLIVEIRA exerceu o magistério por quase quarenta anos em Vacaria, foi Diretor de Escola Pública, integrado à comunidade, participou desde a construção da Catedral, até as memoráveis comemorações do Centenário de Vacaria em 1950. Escreveu sobre tudo e sobre todos, menos sobre ele mesmo, sua modéstia não permitiu. O professor é lembrado em sua terra, identificando um dos estabelecimentos de ensino mais tradicionais e respeitados, a Escola Estadual José Fernandes de Oliveira – Zezinho. Um dos fascículos de nossa série de reportagens em 2008 resgatará a vida e a obra do autor de Rainha do Planalto–1959 da Editora São Miguel, reconhecida como a mais completa pesquisa sobre os Borges Vieira, pioneiros da colonização açoriana de 50 municípios da Região Nordeste. 3 VACARIA DA COXILHA GRANDE Limitados por um lado pelo rio Pelotas, pelo outro pelo rio das Antas, que correm por entre escarpas e penhascos, os Campos de Cima da Serra formam um planalto que tem outros dois grandes obstáculos limítrofes, ao sul os Aparados da Serra e ao norte o Mato Castelhano, inexpugnável nos primórdios, fortaleza dos indígenas no enfrentamento dos bandeirantes, tropeiros e invasores. Como divisora das águas, a Coxilha Grande inicia nos Ausentes, percorrendo de leste a oeste com os nomes de Xaxim, Santa Cruz, Capão Ralo, Dois Capões, Pinheiro Grosso, Moirão, Baú, Morro Agudo, Lomba Chata, Vila Velha, Morro da Espera, Tijuco Preto, Capão da Herança, Saltinho, Leão (altitude de 1.080 metros), Extrema, Santa Rita, Capão Bonito. A Coxilha Grande separa a bacia oriental da ocidental, pois deste lado os rios deságuam no Pelotas, que alimentará o rio Uruguai. De outro servirá o rio das Antas, que dará na bacia do Taquari, desaguando no Guaíba. (Coxilha: Campina com pequenas e contínuas elevações, arredondadas, típica da planície gaúcha – Aurélio Buarque de Holanda) VACARIA ESPANHOLA A Baqueria de Los Pinhales, assim denominada pelos Jesuítas Espanhóis (fundada em 1697), entrou em novo ciclo histórico com o Tratado de Madri (1750), que devolveu o domínio territorial aos portugueses. Os Jesuítas povoaram a região com grandes rebanhos de gado, que serviam aos índios guananás, coroados ou caigangues, estes nômades, liderados pelos espanhóis, estiveram localizados na serra das Antas. Enquanto isso, os guananás ocupavam as abas do rio Pelotas e foram os primeiros conquistados pelos padres jesuítas, a quem serviram especialmente nas lidas pastoris. Os guananás deram-se bem no manejo do gado da Vacaria dos Pinhais, desempenhando as funções atribuídas pelos jesuítas, que regularmente visitavam a região. 4 O Padre Cristóvão de Mendonza é reconhecido pelos historiadores como o introdutor do gado nos Campos de Cima da Serra. Tem registro que mesmo antes do Tratado de Madri, portugueses da Colônia do Sacramento faziam investidas por couro, sebo e graxa. Por outro lado, os bandeirantes percorreram a região, como Francisco de Sousa e Faria que em 1729, pelo caminho de Curitiba-Laguna, conseguiu aventurar-se pela serra chegando até o Morro dos Conventos e depois até Vacaria. Seguindo por entre penhascos da serra, o Cel. Cristóvão Pereira de Abreu, em 1738, percorreu o planalto até o Mato Castelhano. Fez relatos brilhantes aos açorianos de Laguna sobre os belos campos e paisagens, despertando o interesse pelas terras e pelo gado. Não foi pacífica a substituição do domínio espanhol pelo português, obrigando a Monarquia a distribuição das terras em sesmarias, bem como a incentivar a migração para ocupar o território. Pelo Tratado, os espanhóis deixaram a região com todos os seus móveis, pertences e feitos, levando consigo os índios para se aldearem em outras terras da Espanha. Nem todos os indígenas assim procederam. Em 1754, sob comando de Sepé Tiarajú, atacaram Rio Grande e Rio Pardo. Sepé foi preso, mas conseguiu fugir das forças comandadas por Pinto Bandeira. Tombou ferido de morte, no confronto de 1756, às margens do rio Vacacaí, fulminado por tiro de pistola, disparado pelo governador de Montevidéo, José Joaquim Viana. No arroio Caiboaté, morreram 1200 índios . Rafael Pinto Bandeira notabilizou-se no enfrentamento com os indígenas resistentes ao Tratado de Madri e no combate aos castelhanos invasores, como em 1776, onde após grande vitória ocupando o Forte de Santa Tecla, monumental fortaleza há cinco quilômetros de Bagé, foi imortalizado pela fama que correu a América Portuguesa e Lisboa. Rafael Pinto Bandeira recebeu em Lisboa o título de General do Exército Português e o comando do Rio Grande do Sul, como governador. Morreu com apenas 54 anos. VACARIA DAS SESMARIAS As primeiras quatro sesmarias foram concedidas em 1752 no Distrito da Serra, tendo prioridade nestes Atos Governamentais o Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, legendária figura, um nobre fidalgo português que, ainda solteiro, chegou ao Rio de Janeiro em 1700. Aos 42 anos arrematou, em leilão promovido pelo Rei, o monopólio de couros do sul do Brasil, pagando impostos. 5 Transformou a Colônia do Sacramento no maior empório mundial da época, comércio e contrabando de couro, ao exportar 500 mil peças/ano, sendo um dos primeiros tropeiros a transportar tropas para o mercado das minas de ouro no centro do Brasil. Foi o primeiro grande estancieiro do Rio Grande. Cristóvão associou-se ao lagunense Francisco de Sousa Faria para abrir caminho pela serra, desde o Morro dos Conventos em Araranguá, até Sorocaba, cruzando pelos campos de Vacaria e Lages em 1727. Foi por este caminho que conduziu em 1729 a primeira leva de centenas de cavalos e mulas. Na segunda viagem, que durou 14 meses, com 130 tropeiros, levou 3000 animais à Feira de Sorocaba. Cristóvão Pereira de Abreu recebeu a incumbência, em 1736, com 160 homens de, em cinco meses, dominar o sul do continente, edificando fortificações para repelir ataques dos castelhanos, preparando a fundação oficial do Rio Grande do Sul, o que se deu em 19/02/1737. O ciclo dos tropeiros facilitou a ocupação portuguesa, pois além da sesmaria concedida a Cristóvão Pereira de Abreu, outra foi destinada ao lagunense Francisco de Sousa e Faria, Sargento Mor, e ao Capitão Pedro da Silva Chaves. A fazenda Sousa, em Caxias do Sul, era sede de uma das sesmarias concedidas a Francisco de Sousa e Faria, segundo deduziu o escritor Mário Gardelin, pelas escrituras de vendas (Raízes de Vacaria - 1996). Concedida a sesmaria, era condição essencial que o donatário nela se domiciliasse, não podendo fazê-lo de imediato, devia ao menos tomar posse para assegurar o seu direito. Nem todos assim agiram, alguns sesmeiros abriram mão e as terras foram arrematadas em leilão, na ausência dos donatários, originando o nome de Ausentes, antigo distrito de Bom Jesus, atual município de São José dos Ausentes. Assim, o paulista José Campos de Bandemburgo foi um dos primeiros a reclamar a posse da Fazenda Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em 1770. Em áreas que ele conhecia desde 1753, segundo alguns registros, estabeleceu-se com pecuária, mas sem atividade regular. É lembrado como Pai Adão de Vacaria, o primeiro proprietário rural, como veremos neste Capítulo. 6 PASSO DE SANTA VITÓRIA Os tropeiros procedentes das Missões a caminho de Sorocaba, principiaram suas jornadas, cruzando o rio Pelotas entre Bom Jesus e Lages, pelo Passo de Santa Vitória, assim denominado na Revolução Farroupilha. Em 26/05/1780 foi instalado o Registro, para a cobrança de impostos. Cinco anos depois, para fugir do pagamento, tropeiros abriram caminho pela barra do Marombas, no Passo do Pontão, entre Barracão e Campos Novos, na BR 470, oficializado em 1818 pelo bandeirante Atanagildo Pinto Martins. Em 04/03/1848 o Registro de Santa Vitória foi transferido para o Barracão. No local Passo de Santa Vitória, onde Anita Garibaldi ficou grávida do filho Menotti, que nasceu nove meses depois em Mostardas, o Governo Federal pretende construir a Usina Hidrelétrica de Paiquere. Neste local, nas comemorações do aniversário de nascimento de Anita, o prefeito Geraldo Grazziotin de Bom Jesus, o deputado Francisco Appio, a historiadora Elma Sant'Ana e uma grande caravana afixaram uma placa comemorativa junto às taipas do antigo Registro. LAGUNA, o primeiro porto de desembarque para a maioria dos açorianos que cruzaram o Atlântico, foi o ponto de planejamento e partida dos pioneiros que se estabeleceram na antiga Vacaria. COLONIZAÇÃO AÇORIANA Descoberto pelos portugueses, o Arquipélago dos Açores foi colonizado a partir de 1439, por colonizadores de Portugal, Holanda, Espanha, França, além de árabes e judeus. No seu livro “História do Rio Grande do Sul”, 4ª edição – 1995, o escritor lagoense Fidélis Dalcin Barbosa resgata que em 1620 as ilhas estavam superpovoadas e a população vivia em penúria. Antes da vinda dos casais imigrantes, açorianos avulsos chegavam ao território riograndense, como em 1748 em Laguna, 1749 em Rio Grande, 1752 no Porto de Viamão, depois denominado Porto dos Casais. O número de 4 mil casais da Ilha dos Açores aparece em documentos oficiais. Em 1780 havia no Estado 10.503 açorianos, constituindo 55% da população. Destinados a ocupar as terras, cuja conquista se dera pelo Tratado de Madri, os portugueses introduziram um revolucionário sistema de pequenas propriedades, na Grande Porto Alegre, ao invés de sesmarias. No Planalto, mais tarde denominado Campos de Cima da Serra, entretanto, a concessão de sesmarias fora feita ainda em 1738. 7 No Arquivo Público, consta que entre 1780/1800 foram feitas concessões a mais de cem proprietários rurais. Fidélis escreve que os açorianos formavam a elite do povo português, o elemento mais excelente da península, pertencente à nobreza portuguesa. Dotado de natural vivacidade, trabalhador, liberal, hospitaleiro, generoso, alegre, expansivo, caritativo, vigoroso, sóbrio, mas inimigo da vida militar. As mulheres eram em geral belas, esbeltas, virtuosas, inteligentes, de olhos castanhos, de extrema vivacidade e meiguice. Muitas eram de tez alvíssima e de olhos azuis, denunciando a influência flamenga dos povoadores dos Açores. Distinguiam-se pela profunda religiosidade, pela devoção ao Divino Espírito Santo, em cuja honra faziam novenas. Lages, Viamão e Laguna eram os pontos mais próximos da Vacaria, que já existia como ponto de referência, pela ocupação espanhola, mas estava isolada por falta de estradas e qualquer outro meio de comunicação. O fato dificultou a fixação de numerosas famílias, agravado pela substituição dos espanhóis pelos portugueses, não assimilada pelos habitantes indígenas. Ferozes e vingativos, escreveu o professor José Fernandes de Oliveira (Rainha do Planalto-1991), os índios ficaram revoltados com as mudanças do homem branco. Resistiram, impuseram revezes, até serem dominados e colocados em áreas a eles reservadas, em Cacique Doble, Charrua, entre outros. No ano de 1760, as terras da Capitania do Rio Grande de São Pedro eram divididas em quatro “províncias”, conforme observa a carta geográfica do Alferes Antonio Inácio Rodrigues de Córdova, engenheiro auxiliar no Tratado de Santo Ildefonso (1777). As quatro eram: Nossa Senhora da Oliveira da Vacaria (Campos de Cima da Serra e Planalto), Viamão (Núcleo central, sede do governo e capital do Continente do Rio Grande), Rio Grande de São Pedro (fronteira no extremo meridional) e Rio Pardo. Em 1803, o Príncipe Regente de Portugal oficializou a divisão administrativa e judiciária em quatro municípios. Vacaria ficou pertencendo a Santo Antonio da Patrulha, um dos primeiros municípios. 8 MIGRAÇÃO EM 1765 Em torno de “Fortes” e “Capelas” formaram-se pequenos núcleos. A capela de Nossa Senhora da Oliveira, cuja imagem fora descoberta em 08/09/1750, foi oficialmente criada em 20/03/1761, a criação da Freguesia em 20/09/1768. Destruídas as reduções Espanholas, exterminados os indígenas, expulsos os Jesuítas, o gado de suas imensas estâncias e de Vacaria foi se criando alçado e sem dono ao longo da campanha. Com a descoberta desta fabulosa riqueza, pelos bandeirantes e Tropeiros Birivas, surgiram os caçadores de gado. Cavalos e mulas eram levados para São Paulo e Minas Gerais, para o serviço e transporte da extração de minérios. O gado era vendido para aproveitar couro, graxa e sebo. Foi nestas condições que chegaram os Pioneiros, entre os quais o patriarca de Vacaria, ANTONIO BORGES VIEIRA, nascido em Lisboa e sua mulher TERESA RODRIGUES DE JESUS, nascida em Laguna, onde também nasceu o primogênito Antonio Borges Vieira, em 1764. No ano de 1765 o casal deixou Laguna, na companhia de Manoel Rodrigues de Jesus, sua mulher Clara Jorge da Silva, Francisco e José Rodrigues de Jesus, para a grande empreitada. Manoel, Francisco e José Rodrigues de Jesus eram irmãos da Teresa Rodrigues de Jesus. Clara Jorge da Silva, a filha única de José de Campos Bandemburgo, o Pai Adão de Vacaria, cujo histórico abordaremos na Segunda Parte desta reportagem. O BERÇO DE LAGUNA No livro “ANITA – A GUERREIRA DA REPÚBLICA”, o ex-prefeito e escritor Adílcio Cadorin escreveu que a partir de Laguna organizaram-se diversas expedições visando à ocupação meridional do território, em nome da Coroa Portuguesa. Último povoado do Sul teve importância estratégica para ocupar o território do Rio Grande do Sul, ameaçado que estava pela colonização espanhola. Para tomar posse e colonizar a região, depois conhecida como Colônia de S. Pedro e parte da Colônia do Sacramento, centenas de lagunenses, na maioria das vezes acompanhados de suas esposas e familiares, participaram destas expedições, o que fez com que, em diversos momentos da sua história, Laguna ficasse com uma população reduzida a crianças, idosos e poucas mulheres. 9 Famílias tradicionais, cujos membros e sucessores foram posteriormente os responsáveis pela construção da história e epopéia rio-grandense como os Peixoto, Amaral, Silva, Almeida, Pinto, Antunes, Magalhães, Pereira, Silveira, Andrade, Abreu, Salvador, Souza, Cabra, Melo, Dias, Azevedo, Bento, Ribeiro, e muitas outras, partiram do antigo povoado de Santo Antônio dos Anjos da Laguna para o inicio da construção da epopéia sulista. A ocupação sulista a partir de Laguna tinha o claro propósito de plantar novos centros populacionais nos imensos espaços vazios e cumprir o desejo de Lisboa de garantir a posse da ainda inabitada área. Este vasto território era rico em gado e cavalares, cujas matrizes haviam sido trazidas e ali soltas para criarem-se alçadas pela casa de Castela e pelos jesuítas das reduções missionárias que estabeleceram-se na região banhada pelo Rio Uruguai. Foi no início de 1700 que os primeiros lagunenses estabeleceram-se em Viamão, onde formaram as primeiras estâncias sem arramados, dali fazendo incursões até às proximidades de Maldonado, no Uruguai de hoje, para recolherem o abundante gado xucro existente nas pradarias que encontraram. Ao peso de muitas vidas, enfrentaram com sucesso os primitivos proprietários da terra, os índios charruas e os minuanos, que anos antes já haviam repelido tentativas de ocupação que foram realizadas pelo Governador do Paraguai, na época sede dos domínios de Castela, que compreendia a vasta área entre Buenos Aires e o Peru. A epopéia lagunense, ainda não conhecida e devidamente difundida pela maioria dos livros e currículos escolares, é reconhecida por expoentes pesquisadores e nativistas riograndenses, unânimes em reconhecer que o tipo gaúcho foi fecundado com o sêmen da coragem lagunense e gestado no ventre do espírito libertário dos índios charruas, carijós e minuanos. A expressão contida na bandeira do atual Município de Laguna traz uma inscrição latina que traduz toda a gloriosa epopéia de seu pioneiro povo, afirmativa de que para o sul levou o Brasil: “Ad Meridiem Brasiliam Duxi”. 10 ANITA AÇORIANA No início do século passado não existiam os cartórios de registro civil nos moldes de hoje. Tal função era feita exclusivamente pela Igreja Católica, que lavrava em registros próprios os atos da vida civil, em forma de fatos religiosos, de cada uma de suas respectivas paróquias. Diversas foram as pesquisas feitas para desvendar as origens dos pais de Ana Maria de Jesus Ribeiro, depois conhecida como Anita Garibaldi, todas, porém sem muito sucesso, tendo em vista a distância de tempo ocorrida entre o início e o final destes cinco séculos de nossa história, associado ainda pela precariedade e quase inexistência dos registros públicos da estrutura organizacional das capitanias hereditárias e do vice-reinado brasileiro. Embora alguns historiadores e pesquisadores tenham tentado, não foi possível até o presente momento encontrar as origens familiares mais distantes de Bento Ribeiro da Silva, o pai de Anita. Sobre ele descobriu-se apenas que era brasileiro, natural de S. José dos Pinhais, no Paraná, e que era filho de Manoel Colaço e de Ângela Maria. Melhor sorte foi obtida quando foram pesquisadas as origens da mãe de Anita, D. Maria Antonia de Jesus Antunes, restando comprovado ser filha de Salvador Antunes e de Quitéria Maria de Souza. Os Antunes haviam migrado de S. Paulo, onde nasceu Salvador, tendo fixado residência em S. José dos Pinhais em data desconhecida. Quitéria Maria de Souza era filha de Antônio José de Souza, originário da Ilha de São Miguel, nos Açores. Adilcio Cadorin relata ainda em suas pesquisas que, segundo o historiador Amádio Vetoretti, em 1803 as plantações de Salvador Antunes, localizadas nas margens do Rio Tubarão, teriam sido atacadas por índios. Em 1807, o mesmo Salvador Antunes teria recebido uma sesmaria de terras, por doação, naquelas cercanias. Seu registro de óbito consta que faleceu em 05/10/1830, em Laguna. 11 Por dedução lógica, tais fatos levam o autor a acreditar que Bento Ribeiro da Silva conheceu Maria Antônia de Jesus Antunes nas cercanias onde encontra-se a cidade de Tubarão, levando-a para esposar em Lages. A origem da cidade de Tubarão está ligada à construção de uma estrada que ligava a Vila de Lages à Vila de Laguna. Talvez porque a tivesse encontrado no caminho da Laguna/Lages durante suas tropeadas, ou talvez porque a conheceu em Lages, após para lá ter migrado, a verdade é que Bento Ribeiro da Silva, em 13/06/1815, na "Freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages", casou-se com Maria Antônia de Jesus Antunes, natural da então Vila da Laguna, que após o casamento ficou sendo conhecida pela alcunha de "Maria Bento". PATRIARCA Antonio Borges Vieira, com Teresa Rodrigues de Jesus, formam o marco inicial entre os pioneiros, com a união dos ramos portugueses e brasileiros tiveram 82 descendentes diretos casando-se entre 1911 e 1930. Aqui chegando em 1765, fixou residência no centro do planalto, onde formou sítio de duas léguas de fundo, por uma de frente, a qual chamou de Fazenda Sant'Ana, mais tarde Fazenda dos Órfãos. O desafortunado casal viveu pouco tempo, mas o suficiente para ter mais nove filhos. Antonio faleceu em 10/12/1776 e Teresa logo depois em 08/04/1777. O casal deixou dez filhos menores sob os cuidados de Manoel Rodrigues de Jesus e Clara Jorge da Silva, na Fazenda do Socorro. O mais velho, Antonio Borges Vieira, foi o único que não nasceu em Vacaria e tinha 12 anos quando seu pai morreu. Maria Borges Vieira foi a primeira a nascer em Vacaria, tão logo seus pais lá chegaram. Depois dela, João Borges Vieira, Paula Borges Vieira, Teresa Borges Vieira, José Borges Vieira, Antonia Maria Vieira, Rosa Borges Vieira, Francisco Borges Vieira e a caçula Ana Borges Vieira de 5 meses na morte do pai. Estes casaram e multiplicaram-se. Em 1779 houve grande conflito com os coroados, que infligiram continuado tormento às famílias açorianas, pelos ataques que praticavam contra propriedades e pessoas. Atentados, seqüestros, incêndios, matança geral, obrigaram o deslocamento de muitas famílias para Lages, outras para a região das missões em busca de sossego. Muitas não regressaram, nem mesmo depois da ação rápida e fulminante do Coronel Joaquim José Pereira, nomeado pela Corte para proteger os portugueses, deslocando os índios para pontos remotos. 12 Permaneceram seis casais considerados pioneiros e troncos vetustos das famílias. ANTONIO BORGES VIEIRA E TERESA RODRIGUES DE JESUS JOSÉ DE CAMPOS BANDEMBURGO E MARIA DO REGO MELO MANOEL RODRIGUES DE JESUS E CLARA JORGE DA SILVA MANOEL DE SOUSA DUARTE E MARIA RODRIGUES DE JESUS ANTONIO MANOEL VELHO E IGNÁCIA DE JESUS VELHO IGNÁCIO FERNANDES DOS REIS E PÁSCOA GONÇALVES DE JESUS Os casais eram ligados entre si por laços de família, como Manoel de Sousa Duarte, cunhado de Manoel Rodrigues de Jesus. Manoel, por sua vez era genro de José Campos de Bandemburgo, irmão de Teresa Rodrigues de Jesus e cunhado do patriarca Antonio Borges Vieira. José Campos de Bandemburgo, o Pai Adão, era o pai de Clara Jorge da Silva, casada com Manoel Rodrigues de Jesus, cunhado do Patriarca Antonio Borges Vieira. Antonio Manoel Velho e Ignácio Fernandes dos Reis eram casados com irmãs de Teresa Rodrigues de Jesus. Estes seis casais não abandonaram seus domínios, nem mesmo durante os conflitos com os indígenas. No livro “Rainha do Planalto”, 1959, o professor e pesquisador José Fernandes de Oliveira resgata a formação do tronco BORGES VIEIRA – RODRIGUES DE JESUS, considerado marco inicial de numerosas famílias, ligados aos Pinto Ribeiro, Teles de Sousa, Correia de Almeida, Leme de Sousa, Domingues Vieira, Cordeiro e Rego. A descendência gerou laços familiares com as famílias Teixeira, Pinto, Duarte, Almeida, Soares, Morais, Siqueira, Rodrigues, Amaral, Batista, Lisboa, Figueiredo, Ferreira, Carneiro, Pereira, Fernandes, Bueno, Xavier, Góis, Pimentel, Nunes, Paixão e outras tantas, segundo o saudoso professor, autor da única fonte de pesquisa sobre os pioneiros de Vacaria. O professor Fidélis Dalcin Barbosa escreveu “Vacaria dos Pinhais”, 1998, acrescentando relatos e informações. Antes o Dr. Manoel Duarte, no livro “Planalto”, relatou sobre fatos e pessoas. Os filhos, quatro homens e seis mulheres, de Antonio Borges Vieira e Teresa Rodrigues de Jesus tiveram grande descendência. 13 1) Antonio Borges Vieira, o primogênito nascido em Laguna, casou em Vacaria com Teresa Ribeiro de Lima e morreu em 12/12/1849, deixando em testamento 5 filhos legítimos Apolinária, Vasco, Elias, Leonilda e Bertolina e cinco filhos naturais reconhecidos, Paulo, Felicio, Manoel, Emiliana e Maria Gertrudes (página 26 de Rainha do Planalto); 2) Maria Borges Vieira nasceu em Vacaria em 1765, casou com Rafael Pinto de Figueiredo, natural de São Paulo (p. 29); 3) João Borges Vieira nasceu em Vacaria em 1766, casou com Francisca Xavier Ribeiro, cujos pais eram naturais de Curitiba e Minas Gerais. O casal teve 10 filhos, Manoel Borges Vieira, Rosa Borges Vieira, Bárbara Borges Vieira, Donaciana Borges Vieira, Rita Borges Vieira, Inácia Borges Vieira, Felisberta Borges Vieira, Ana Borges Vieira, João Borges Vieira e Antonio Borges Vieira (p. 32); 4) Paula Borges Vieira, nascida em Vacaria em 1767, casou com o lageano Manoel Joaquim do Rego e teve uma filha Josefa, nascida em 1796 (p. 106); 5) Teresa Borges Vieira, nascida em Vacaria em 1768, casou e residiu em Campos Novos (páginas 106/107); 6) José Borges Vieira nascido em Vacaria em 1769, casou e residiu em Soledade, onde deixou descendência (p. 107); 7) Antonia Maria Vieira, nascida em Vacaria em 1770, casou em 05/12/1789 com João Inácio do Amorim e residiu em Laguna (p. 107); 8) Rosa Borges Vieira nascida em Vacaria em 1771, casou e residiu em Curitibanos, onde deixou descendência (p. 107). 9) Francisco Borges Vieira nasceu em 1773, casou com a prima Inácia, que passou a chamar-se Inácia Rodrigues Vieira, filha de Manoel Rodrigues de Jesus e de Clara Jorge da Silva. Por escritura em 1847, Francisco Borges Vieira e Inácia R. Vieira, doou a área da cidade de Vacaria. Francisco morreu em 1853, deixou 9 filhos: Luís Borges Vieira, José Borges Vieira, Lúcio Borges Vieira, Herculana Borges Vieira, Gabriela Borges Vieira, Josefa Borges Vieira, Florisbela Borges Vieira, Filisbina Borges Vieira e Balbina B. Vieira (p. 107); 10) Ana Borges Viera, nascida em Vacaria em 1777, pouco antes da morte de sua mãe e pouco depois da morte do pai. Ana ficou órfã com apenas 5 meses de idade. Casou com José Vieira Cordeiro e após o nascimento do primogênito Rogério Vieira, fixou residência em São Joaquim, onde deixou descendência (p. 143). 14 A VACARIA DOS BORGES O tronco Borges Vieira – Rodrigues de Jesus, obteve a maior descendência em Vacaria com Antonio Borges Vieira, João Borges Vieira, Francisco Borges Vieira que deram 24 netos ao patriarca Antonio Borges Vieira, que nasceram e a grande maioria, aqui permaneceu. Maria Borges Vieira de Figueiredo foi das filhas, a única que permaneceu em Vacaria e deu-lhe uma neta, Eufrásia Pinto de Figueiredo, que por sua vez casou com seu sobrinho José Rodrigues de Jesus, neto do Pai Adão de Vacaria, José Campos de Bandemburgo, deixando grande descendência, gerando as famílias Rodrigues de Sousa, Teles de Sousa, Rodrigues Neri, Morais, Barbosa, Xavier, Fonseca, Almeida, Figueiró, entre outras. As outras cinco filhas casaram e foram residir em Lages, Campos Novos, Laguna, Curitibanos e São Joaquim. Paula Borges Vieira do Rego, a segunda filha casou em Lages, deu-lhe uma neta, Josefa Borges Vieira do Rego. Teresa Borges Vieira, a terceira filha, casou e foi residir em Campos Novos. Antonia Vieira Amorin, a quarta filha, casou e foi residir em Laguna. Rosa Borges Vieira, a quinta filha, casou e residiu em Curitibanos. Ana Borges Vieira Cordeiro, a sexta filha, casou com José Vieira Cordeiro e residiu em São Joaquim. José Borges Vieira foi o único filho do patriarca que deixou Vacaria, casou e residiu em Soledade, onde deixou descendência. Antonio Borges Vieira, o filho mais velho do Patriarca, casou com Teresa Ribeiro de Lima, teve forte descendência nas famílias em Cruz Alta pela filha Apolinária, casada com Antonio Pereira Borges. Pelo filho Vasco, casado com Mauricia Antonia de Siqueira. Pelo neto Vasco, casado com Teresa Pinto Rodrigues. Pelo filho Elias, Alferes, casado com Laura Maria Ribeiro, em segundas núpcias com Apolinária Carolina do Amaral. Pela filha Leonilda que casou com Antonio Teles de Sousa. Pela filha Bertolina, casada com Claudino de Oliveira Rosa. Por Manoel Borges Vieira, filho natural reconhecido que casou e residiu em São Borja. Pela Emiliana, filha natural reconhecida, casada com Pedro Ribeiro. Pela neta Maria Borges Vieira, casada com Joaquim José da Cunha, com onze filhos. 15 Estas publicações serão utilizadas na reportagem comemorativa aos 243 anos da chegada dos açorianos nos Campos de Cima da Serra e encontram-se na íntegra no site www.appio.com.br Na contracapa, fotografia atual da 1ª Estância de Vacaria, conhecida como Fazenda Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ou simplismente “Fazenda do Socorro” que pertenceu ao pioneiro José Campos de Bandenburgo. Deputado Appio, Governador Carlos Manoel Martins da Ilha dos Açores e Desembargador Vasco Della Giustina Deputado Appio, Governador e Cassiano Paim Deputado Appio e Luis Antônio Alves João Borges Vieira o segundo filho do patriarca, casado com Francisca Xavier Ribeiro, teve dez filhos, que geraram descendência entre as famílias Correia de Almeida, Teles de Sousa, Rodrigues Barbosa, Morais Borges, Broglio, Rigon, Paim, Lorenzi, Zamboni, Vieira de Sousa, Vieira de Camargo, Vieira Soares, Carneiro, Burger, Petersen, Lança, Oliveira, Moreira Leite, Lopes, Faccioli, Vepo, Gonçalves, Rodrigues de Siqueira, Fernandes Borges, Neri dos Santos, Ramos Camargo,Sousa Duarte, Borges dos Santos. Na mesma linha de descendência estão: Branco de Camargo, Vieira Dutra, Pereira de Camargo, Kramer, Pereira Boeno, Texeira Pinto, Teixeira Borges, Cabral, Pires, Ferrazzi, Paim Borges, Mota, Pacheco, Gonzaga, Lima, Fernandes da Fonseca, Azambuja, Moojen, Dip, Meireles, Fernandes de Oliveira, Chedid, Marcantonio, Murici, Totti, Michielin, Araponga Paim, Fernandes Martins, Fernandes de Morais, Giuriolo, Dias, Gualdi, Roxo, Cunha, Reali, Paim de Lima, Guazzelli, Paglioli, Kramer da Fonseca, Duarte Dornelles, Palombini, Estrazulas, Correia, Atti, Rizzo, Morais Varela. E ainda as famílias: Branco de Abreu, Barcelos, Pilati, Fernandes dos Santos, Monteiro, Guerreiro, Bolsoni, Faustino de Oliveira, Viterbo de Oliveira, Rodrigues Dàvila, Terra, Paim de Andrade, Andrade, Alves Borges, Tamagno, Machado, Rodrigues de Campos, Costa, Berta, Prado, Lacerda, França, Batalha, Borges dos Santos, Góis Vieira, Pato, Marques, Teixeira Lemos, Teodoro Duarte, Troglio, Schereschewsky, Guerra, Sutil, Brum Viana, Krause, Baggio, Tigre, Cunha Lima, Augusto Branco, Orsi, Lemos, Boeira, Gomes Paim, Menezes, Kneip Ramos, Grossi, Berthier, Valmórbida, Pimentel, Nunes, Acauan, Dolzan, Tigre, Aguirre, Laizer, Hoffmann, entre outras famílias. FRANCISCO BORGES VIEIRA, filho de Antonio Borges Vieira, casou com Inácia Vieira, neta de José Campos de Bandemburgo. O casal doou a área da cidade em 1847, seis anos antes de sua morte em 1853. Deixou 9 filhos e descendência nas famílias Teixeira Pinto, Guerreiro, Martins, Morais, Duarte Borges, Schuler, Pioli, Morais Lobo, Jacoby, Rigon, Amaral Oliveira, Borges Coelho, Fernandes Borges, Pereira, Michielin, Silveira, Torres, Pinto, Peixoto, Borges Pinto, Dutra, Ferreira, Baggio, Atti, Varela, Pachedo, Paim de Andrade, Caon, Kramer da Luz, Guazzelli, Claro de Lima, Faccioli, Alves Paim, Carneiro Borges, Carneiro Lobo, Bochese, Verdi, Azambuja, Soares Borges, Borges dos Santos, Dorneles de Oliveira, Lorenzoni,Moreira Paz, Ramos, Carvalho, Zonta, Holsbach, Borges Pereira, Batalha, Santos, Caon, Borges do Amaral, Gargioni, Zingalli, Neri dos Santos, Domingues Boeira, Pires, Zacchera, Peruchin, Lisboa, Coelho e outras. 16 SEGUNDA PARTE O PIONEIRO BANDEMBURGO Em Vacaria a família Campos figura entre os primeiros povoadores da sesmaria de Nsa. Sra. do Perpétuo Socorro. Entre 1911 e 1930, casaram em Vacaria 109 descendentes de José Campos Bademburgo e Escolástica Moreira, conforme a Mestra em História Social Maria Neli Ferreira Borges “Raízes de Vacaria”, 1996. Em 1753, aqui se estabeleceu o pai Adão de Vacaria - José de Campos Bandemburgo - cuja ascendência procede da Bélgica, da Espanha, de Portugal e de São Paulo, tendo como pais o Capitão Domingos Jorge da Silva e Margarida de Campos Bicudo. Avós paternos: Capitão Salvador Jorge Velho e Margarida Silva. Avós maternos: Manoel de Campos Bicudo e Luzia Leme de Barros. Bisavós paternos: Domingos Jorge Velho e Izabel Pais de Medeiros. Pascoal Leite Pais e Maria da Silva Brito. Bisavós maternos: Felipe de Campos Bandemburgo e Margarida Bicudo. Antônio Pedrozo de Barros e Maria Pires de Medeiros. Trisavós paternos: Simão Jorge e Francisca Alvares Martins; Salvador Pires de Medeiros e Inês Monteiro de Alvarenga. Pedro Dias Pais Leme e Maria Leite da Silva; Domingos Brito Peixoto e Sebastiana da Silva. Trisavós maternos: Felipe Van Der Borg e Antônia de Campo; Capitão Manoel Pires e Maria Bicudo; Valentim de Barros e Catarina de Góis e Siqueira; Salvador Pires de Medeiros e Inês Monteiro de Alvarenga. Tetravós paternos: Simão Jorge e Agostinha Rodrigues; Marcos Fernandes e Maria Afonso; Salvador Pires e Mecía Fernandes; Fernando Dias Pais e Lucrecia Leme; Pascoal Leite Furtado e Izabel Domingues de Prado. Tetravós maternos: Beatriz Pires. Antônio Bicudo Carneiro e Izabel Rodrigues. Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme. Jorge de Araújo Góis e Angêla Siqueira. Quintavós paternos: Garcia Rodrigues e Izabel Velho. Salvador Pires e Maria Rodrigues. Pedro Leme e Izabel Pais. Gonçalo Martins Leite e Maria da Silva. Fernando Dias Paes e Lucréia Leme. Gaspar de Araújo e Catarina Góis. Quintavós maternos: Sebastião Pedroso de Barros e Leonor de Siqueira. Antônio Fernandes e Antônia Rodrigues. 17 NASCEU EM SÃO PAULO José de Campos Bandemburgo, o pai Adão de Vacaria, nasceu em Itu, uma das principais vilas da então Capitania de São Paulo. Seu pai, o Capitão Domingos Jorge da Silva, foi condecorado nas batalhas por serviços prestados contra os franceses, em 1711. Bandemburgo casou-se em primeiras núpcias com Escolástica Moreira, natural do Arraial da Barra em Minas Gerais, havendo dessa união a filha única, Clara Jorge da Silva. Em segundas núpcias, no ano de 1749, em Itu, casou-se com Maria de Melo, filha de Pedro de Melo e Sousa e Maria de Siqueira, sem filhos. Em Vacaria, foi o descobridor dos maravilhosos campos onde fundou a “Fazenda Nossa Senhora do Perpétuo Socorro" com três léguas de comprimento, por uma e meia de largura. Foi donatário da mesma, em posse confirmada por despacho do Brigadeiro Governador José Marcelo em 1770. Entretanto, nela estava estabelecido desde 1753. Já viúvo pela segunda vez, faleceu em 1813, deixando todos os seus bens à herdeira universal Clara Jorge da Silva, casada com Manoel Rodrigues de Jesus, cunhado do patriarca Antonio Borges Vieira. Sua última esposa, que faleceu muito antes de 1813, deixou em testamento, ao marido e testamenteiro, a determinação de alforriar metade dos escravos daquele opulento solar planaltino. Talvez seja dona Maria do Rego Melo a mais forte abolicionista do século XVIII. Embora só tivesse uma filha, escreveu o professor José Fernandes de Oliveira no “Rainha do Planalto”, 1959, o paulista José Campos de Bandemburgo, pela grande descendência, foi reconhecido como Pioneiro e Pai Adão de Vacaria. A filha Clara tornou-se herdeira da Fazenda do Socorro. Casou com o lagunense Manoel Rodrigues de Jesus, com quem teve nove filhos, que constituem com os Borges Vieira e Rodrigues de Jesus o tronco de fundadores de Vacaria: Maria Rodrigues de Jesus, Gabriel Rodrigues de Campos, José Rodrigues de Jesus, Manoel Elias de Jesus, Amaro Rodrigues de Campos, Inácia Rodrigues de Jesus, Ana Joaquina Rodrigues de Jesus, Leonor Rodrigues de Jesus e Angela Rodrigues de Jesus, todos netos do Pioneiro José Campos de Bandemburgo e sobrinhos do patriarca Antonio Borges Vieira e Teresa Rodrigues de Jesus, irmã de seu pai Manoel Rodrigues de Jesus. 18 MARIA RODRIGUES DE JESUS nasceu em Vacaria, casou com Manoel de Sousa Duarte, natural da Ilha da Madeira, com quem teve cinco filhos: Teodoro Sousa Duarte, Manoel de Sousa Duarte, Inácia de Sousa Rodrigues, Alberto de Sousa Duarte e Manoela de Sousa Rodrigues. O filho mais velho, Teodoro de Sousa Duarte, casou com a prima Herculana Borges Vieira. O outro filho, Manoel de Sousa Duarte, casou em Passo Fundo com Prudencia Ana de Jesus, em primeiras núpcias, abrindo grande descendência naquele município com oito filhos. Em segundas núpcias, casou com Gertrudes Leme de Sousa Vieira, com quem teve mais oito filhos. Um de seus filhos, Ângelo, casou com Alexandrina Borges Pereira, com quem teve sete filhos, uma das quais Simplicia, casou com Manoel Borges dos Santos, com quem teve a filha Cesarina, esta casou com Sebastião Jacoby, pais de Adautina Jacoby, que casou com Jacinto Pioli Schuler, pais de Dilermando Schuler, advogado, ex-vereador. Outra filha de Maria Rodrigues de Jesus e Manoel Sousa Duarte, Inácia, casou com Urbano Antonio de Morais, com quem teve um filho, Manoel em 1825. A filha mais nova, Manoela casou em São Borja, onde deixou descendentes, entre eles o General Valdomiro Lima, seu neto. Outra filha, Ana Joaquina, casou com o lageano Francisco Borges Pereira, com quem teve quatro filhos. Um deles, Pedro Borges Pereira, casou com Felisberta Teles de Sousa, com quem teve sete filhos. Uma delas, Emerenciana casou com João Teodoro de Sousa Duarte . Outra, Paulina, casou com Estevão Borges dos Santos. Uma neta, Felisberta Borges de Almeida, casou com José Osório Guerreiro, filho de Francelino Guerreiro e Etelvina Pilar de Almeida. A filha Etelvina casou com Vitório Faccioli, unindo portugueses com italianos. Leonor Rodrigues de Jesus, filha de Manoel Rodrigues de Jesus e Clara Jorge da Silva, neta de José Campos Bandemburgo, teve quatro filhos de seu casamento com o paulista Delix Rodrigues de Campos. Sua trineta, Arlinda Borges de Lima, casou com Vitório Caon, com quem teve uma filha, Clorí de Lima Caon, que casou com Luiz Waltrick Filho. 19 Outra trineta, Neura Rodrigues de Campos, casou com Diogo Santos Paganella. Sua irmã Clélia Rodrigues de Campos, pentaneta do pioneiro José de Campos Bandemburgo, casou com Adelar Boeira, um dos baluartes do Esporte Clube Brasil. A outra irmã Sirley casou em 1953 com Sergio Reali. Os nove filhos de Manoel Rodrigues de Jesus e Clara Jorge Silva, netos do pioneiro Bandemburgo, tiveram grande descendência, unindo seus laços sanguíneos com inúmeras famílias. Estas informações foram extraídas do livro “Rainha do Planalto”, 1959, onde seu autor, o professor José Fernandes de Oliveira, fez extraordinária pesquisa em documentos e relatos pessoais, sempre alertando para a possibilidade de estarem incompletos. Da mesma forma que o autor de 48 anos atrás, renovamos o interesse por mais informações sobre os descendentes de Antonio Borges Vieira e Teresa Rodrigues de Jesus. Envie informações para: E-mail [email protected] Endereço : Praça Marechal Deodoro, 101 - 11º Andar Sala 1105 - Porto Alegre / RS - CEP: 90.010-300 Capa: Pintura a óleo de Carlos Rigotti (2006) retrata o primeiro ambiente com que se depararam os açorianos na chegada à Vacaria em 1765. Os belos campos e paisagens impressionavam pela magestade do Pinheiro, Pinha e Pinhão. No detalhe a Casa Verde, sede do Projeto Esperança do deputado Francisco Appio. Em 2005 e 2006 promoveu a Inclusão Digital nas Escolas Municipais, na Periferia e Sala Virtual. Em 2007 Troca-troca de Livros e projeção de filmes nos Bairros. Em 2008 será a sede do Projeto Vacaria dos Borges. Nota do Autor: Esta reportagem está incompleta e necessita de constante aperfeiçoamento. Colabore com os registros históricos de Vacaria e sua gente, por carta ou e-mail 20 DATAS HISTÓRICAS DE VACARIA 1454, ano do TRATADO DE TORDESILHAS. 1634, introdução dos primeiros rebanhos, pelos jesuítas espanhóis nos 7 Povos. 1692, marco de pedra indica a penetração dos jesuítas na região. Exposto no l Museu Municipal. 1697, fundação da Baqueria de Los Pinhales, pelos jesuítas espanhóis. l Introduzem da primeira vez 42 mil vacas, depois 20 mil, um ano depois mais 18 mil. 1718, aportam os portugueses em busca de couro e graxa. l 1727, aberto caminho pela serra da Rocinha, ligando Araranguá com os Campos l de Cima da Serra, Lages e Sorocaba, por Cristóvão Pereira de Abreu e Francisco de Souza Faria. 1731, Cristóvão abriu outra rota através do Vale do Rolante. Por este caminho l foram criadas as povoações de Santo Antonio da Patrulha, São Francisco de Paula, Vacaria, entre outras. 1737, em 19 de fevereiro o brigadeiro José da Silva Pais proclama a fundação do l Rio Grande do Sul. 1738, concedidas as Semanas a José Ferreira Chaves, João da Silva Sousa e l Manuel Alves, os quais não efetivaram a posse, surgindo o nome de AUSENTES. 1738, em 18 de fevereiro fundada a cidade de Rio Grande. l 1738, o coronel Cristóvão Pereira de Abreu passa pelos Campos de Cima da l Serra, Mato Português e abre o caminho das tropas para as Missões, pelo Planalto. Os jesuítas foram os precursores deste caminho, unindo o Planalto/Missões. 1740, chegaram os açorianos, vindos de Laguna. Este é marco da ocupação pelo l homem branco no Estado, com a posse de terras em Porto Alegre, por Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos. 1750, em 13 de janeiro assinado o TRATADO DE MADRID, pelo qual a Espanha l devolve as terras da região ao domínio português. Jesuítas deixam Vacaria, mas ensinam os indígenas a lidar com o gado. 1750, em 8 de setembro, durante a queima-de-campo, descoberta a imagem de l Nossa Senhora da Oliveira. 1752, concedidas as primeiras sesmarias ao Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, l ao Sargento Francisco de Sousa Faria e o Capitão Pedro da Silva Chaves. Por morte de Pereira de Abreu, João Batista Feijó arrematou em hasta pública. 1753, ano em que chega a Vacaria um de seus fundadores, José de Campos l Bandemburgo, nascido em Itu/SP. 1754, beneficiados com sesmarias José Ferreira Chaves, João da Silva Souza e l Manoel Alves, não tomaram posse e não se instalando foram declarados AUSENTES. l l 21 1761, em 21 de março criada e em 21 de dezembro inaugurada a primeira Capela de Nossa Senhora da Oliveira. 1764, nasce em Laguna Antonio Borges Vieira, o primogênito de Antonio l Borges Vieira e Teresa Rodrigues de Jesus. l 1765, chegam a Vacaria Antonio Borges Vieira, sua mulher Teresa Rodrigues de Jesus, seu filho Antonio Borges Vieira, cunhados Francisco, José e Manoel Rodrigues de Jesus, este com sua esposa Clara Jorge da Silva, filha de Bandemburgo. l 1765, nasce a primeira vacariana, Maria Borges Vieira, filha de Antonio Borges Vieira. l 1766, nasceu o primeiro vacariano, João Borges Vieira, filho de Antonio Borges Vieira. l 1768, em 20 de dezembro criada a Paróquia de Nossa Senhora da Oliveira, com o primeiro pároco João da Costa Barros. l 1769, chega o primeiro sacerdote, João Ferreira Roris, para residir no centro da sesmaria de Manoel Rodrigues de Jesus. l 1770, José de Campos Bandemburgo consegue o direito de posse da Fazenda Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com 3 léguas de comprimento, por uma e meia de largura. Sua única filha Clara Jorge da Silva casou com o lagunense Manoel Rodrigues de Jesus, com o qual teve nove filhos, formando a primeira família vacariana: Maria Rodrigues de Jesus (casou-se com Manoel de Sousa Duarte), Gabriel Rodrigues de Campos, José Rodrigues de Jesus, Manoel Elias de Jesus, Amaro Rodrigues de Campos, Inácia Rodrigues de Jesus, Ana Joaquina Rodrigues de Jesus, Leonor Rodrigues de Jesus e Angela Rodrigues de Jesus. José de Campos Bandemburgo é reconhecido como o Pai Adão de Vacaria. l 1779, ataque dos coroados provoca a fuga de famílias inteiras para Lages, mas seis permanecem no povoado. l 1780, em 26 de maio instalado o Registro no Passo de Santa Vitória, no rio Pelotas em Bom Jesus. Mais tarde transferido para o Pontão no Barracão, pois para lá se deslocaram os tropeiros, para fugir da cobrança de impostos. l 1780, são divididas em quatro “províncias” as terras da Capitania do Rio Grande de São Pedro. 1 - Nossa Senhora da Oliveira da Vacaria (Cima da Serra e Planalto), 2 - Rio Pardo (fronteira ocidental), 3 - Viamão (núcleo central, sede do governo e capital do Continente do Rio Grande) e 4 - Rio Grande de São Pedro (extremo meridional). l 22 VACARIA NO SÉCULO XIV 1809, em 27 de abril são elevadas à categoria de Vila as povoações de Rio Grande de São Pedro, Santo Antonio da Patrulha, Rio Pardo e Porto Alegre. = 1822, criado o município de Cachoeira do Sul e, treze anos depois, Alegrete, Caçapava, Cruz Alta, Jaguarão, Pelotas, Piratini, São Borja, São José do Norte e Triunfo. = 1835, explode a Revolução Farroupilha e ao final dela, dez anos depois, são reconhecidos mais 14 municípios. No final do século em 1900 totalizaram 65. = 1837, em 18 de novembro criado o Corpo Policial, que mais tarde deu lugar à Brigada Militar. = 1840, oficializada a doação da área central da vila, pelos herdeiros de Manoel Rodrigues de Jesus e Clara Jorge da Silva, sua filha Inacia Rodrigues de Jesus e seu esposo Francisco Borges Vieira. 1842, José Luiz Teixeira, de Cachoeira do Sul, casa-se com Rosa Borges Vieira, = neta do português Antonio Borges Vieira. No ano seguinte, José Luiz Teixeira é nomeado Coronel da Guarda Nacional e chefe dos distritos de Vacaria e São Francisco de Paula, pertencentes a Santo Antonio da Patrulha. 1843, o casal ergue faustosa mansão no local onde situa-se a antiga “Casa de = Saúde Dr. Elias Saadi”, que transforma-se no centro social da vila, pela intensa atividade social do casal José Luiz Teixeira e Rosa Borges Vieira, com seus dez filhos. 1847, em 30 de agosto a primeira escola pública, com o professor Luiz = Augusto Branco, numa das salas da mansão de José Luiz Teixeira, onde mais tarde foi construída a Casa de Saúde Dr. Elias Saadi. 1850, 22 de outubro, emancipação e instalação da Vila de Vacaria, criada = pela Lei Provincial 185 de 22 de outubro daquele ato. O presidente da Câmara de Vereadores de Santo Antonio da Patrulha, Manoel Joaquim de Carvalho Neto, deu posse aos vereadores eleitos: Padre João Antonio de Carvalho, o mais votado eleito presidente, Tenente Coronel José Luiz Teixeira, Estevão Malaquias Paes de Figueiredo, José Joaquim Ferreira, Antonio Francisco Rodrigues, Miguel Joaquim de Camargo e Mâncio Ivo da Fonseca. Na mesma sessão foi nomeado procurador Rodrigo Antonio Moreira, encarregado da cobrança dos impostos, José Joaquim de França Vasconcelos Júnior como encarregado, Francisco Rodrigues Barbosa como fiscal e o cargo de primeiro porteiro e contínuo para Antonio Felix do Sacramento. 1856, a cólera faz mais de 5 mil mortos no Estado, de uma população de 280 = mil almas. = 23 1857, em 16 de janeiro um episódio político inédito com o “desvilamento” l da Vila de Vacaria, passando a sede do município para Lagoa Vermelha, elevada a categoria de freguesia. O conflito político transferiu-se para a Assembléia Estadual, em acirrados debates, especialmente com o autor do projeto deputado Moraes Junior, morador de Cruz Alta. O incidente inicia uma série de conflitos políticos entre as duas povoações, ainda hoje lembrados, alimentando uma rivalidade inexplicável. A solução “acomodando as partes” foi devolver Vacaria e Lagoa Vermelha à Comarca de Santo Antonio da Patrulha, em 26 de novembro de 1857. Com difícil acesso ao governo da sede a região, retomou o movimento emancipacionista. 1876, em 12 de abril pela Lei Provincial 1.108 foi criado o município com l 15.000 km2, com sede em Lagoa Vermelha. 1878, em 1º de abril pela lei Provincial 1.115 a sede do município foi l transferida para Vacaria, até a emancipação de Lagoa Vermelha, em 10 de maio de 1880. 1878, instalada a Comarca de Vacaria, sendo juiz o Tenente Coronel Manuel l Batista Pereira Bueno. 1882, formado no Estado o Partido Republicano, por brilhantes advogados l formados na Faculdade de Direito de São Paulo, entre eles Julio de Castilhos, Assis Brasil, Ramiro Barcelos, Venâncio Aires, Barros Cassal, Ernesto Alves, José Pinheiro Machado, Salvador Pinheiro Machado, Lauro Prates e Homero Batista. 1884, em 19 de setembro fundado o Clube Abolicionista, com Israel Antonio l da Paixão, Manoel Batista Pereira Bueno, João Antonio Jacques e Amândio Borges de Albuquerque, que em muito contribuiu para a libertação dos escravos. 1886, chegam os primeiros imigrantes italianos ao município, l estabelecendo-se no distrito de Antônio Prado. O desenvolvimento que esta leve de italianos despertou levou à emancipação em 1899. Os italianos ainda fundaram Ipê, Segredo, São Paulino, Campestre, São Manoel, São Bernardo e em menor número se estabeleceram em Muitos Capões, Vila Ituim, Refugiado e Vila Esteira. 1888, em 1 de julho explode o surto da Varíola e dizima metade da l população. Famílias perdem todos os filhos pela doença. Atingiu especialmente os escravos e os mais pobres. Morreram no estado 3971 pessoas. 1888, abolida a Escravatura. Em Vacaria, segundo o historiador Percio l Moraes Branco, era muito grande a população negra. Mas os escravos foram libertos antes de 1888, bem antes em 1884, com 152 cartas de liberdade expedidas. 24 1889, em 15 de novembro o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a República. No Estado, o presidente da Província Gaspar Silveira Martins é preso e deportado. Defendia monarquia e parlamentarismo. l 1892, em 31 de março em Bagé, Silveira Martins fundou o Partido Federalista, defendendo o Parlamentarismo. l 1892, em 15 de outubro extinta a Guarda Cívica e criada a Brigada Militar. l 1893, estourou a Revolução Federalista, que termina dois anos depois com mais de dez mil vítimas. Enquanto a Revolução Farroupilha fora motivada por razões econômicas, a de 1893 ocorreu por desavenças políticas. Foi a mais sangrenta página da degola de nossa história, com muitas vítimas na região, entre chimangos (pica-paus) e maragatos. Gaspar Silveira Martins retorna ao Rio Grande do exílio na França e bate-se contra Júlio de Castilhos. É preso e exilado no Uruguai, onde morreu em 1901. Na região, ao ser deflagrado o movimento federalista, o coronel Avelino Paim de Souza destacou-se na vitória das forças legalistas. Fundou o Partido Republicano Municipal e dirigiu Vacaria por oito anos, até 1917, quando eleito passou para a Assembléia Estadual, como deputado pela região. l 1899, em 6 de janeiro fundada Nova Roma do Sul, distrito de Antônio Prado. Nova Roma do Sul, com a chegada dos imigrantes, foi dividida em oito linhas e construídas doze capelas. Numa delas, em Nova Treviso, estabeleceu-se o patriarca da família Appio, Antonio Appio, pai de José, avô de Luiz, bisavô de Francisco Appio, trisavô de Eduardo e Daniela, pentavô de Pedro Appio Varaschin e Valentina Appio. Por Nova Roma passa a rodovia Júlio de Castilhos, ligação obrigatória de Vacaria com a capital, passagem de caminhões, ônibus e carretas. Emancipou-se em 30/11/1987. l VACARIA NO SÉCULO XX 1900, em 14 de janeiro lançada a Pedra Fundamental para a Catedral de Vacaria, formada a comissão, sob comando do Coronel Libório Rodrigues, que presidiu os trabalhos até 1931, data do seu falecimento. Primeiro foi Frei Pacífico e logo depois o Padre Efrén, que alterou o projeto original para acompanhar o estilo gótico. Sempre com a direção do Coronel Libório Rodrigues e com o apoio do Coronel Teodoro Camargo dos Santos, de Firmino Paim Filho e Manoel Duarte, que ingressam na carreira política, deixam a cidade e são substituídos pelo professor José Fernandes de Oliveira e Abtino de Lima Pereira. l 25 1900, marca a chegada de italianos, como José Gasparetto, Samuel Guazzelli, Orestes Broglio, Francisco Guerra, Dante Mondadori, Atilio Giuriolo, João Palombini, Constante Gualdi, Eugenio Adami, Germano Dotti, Camilo Marcantonio, Luiz Marcantonio, Atilio Marcantonio, Pedro Grazziotin, José Bolsoni, José Bedin, Antonio Citton, Antonio Scotti, Boschi, Demétrio Gualdi, Mario Zambelli, Carlos Zachera, Fernando Anelo. = 1901, em 11 de fevereiro inaugurado o serviço de correios com telegrafista. = 1903, em 3 de maio chegam as irmãs de São José, Ana Teresa, Luiza, Teodora, Francisca e Albina, lideradas pela Madre Joana Vitória, que fundaram no dia seguinte o Colégio São José. = 1903, ano da chegada dos Padres Capuchinhos. = 1903, em 24 de outubro morre Julio de Castilhos com 43 anos, vítima de anestesia mal aplicada. = 1907, o ano da chegada do Dr. Attilio Giuriolo, médico residente em Veranópolis, que pouco antes chegou ao Brasil procedente de Azzignano, perto de Vicenza, para dar apoio aos compatriotas imigrantes. Junto à Praça Central, construiu bela residência e de imediato se colocou na vanguarda pela Escola São Carlos, dos Irmãos Lassalistas. = 1907, ano da Ponte do Korff. A ponte metálica, importada da Alemanha, deveria ser instalada no Passo do Zeferino, entre Antônio Prado e Flores da Cunha, mas por influência do Cel. Avelino Paim, foi para a travessia do Rio das Antas, entre São Manoel e Criúva, na Estrada Rio Branco. = 1912, Borges de Medeiros, à frente do governo do Estado, destaca uma unidade da Brigada Militar para proteger Vacaria e a fronteira com Santa Catarina durante a Guerra do Contestado (1912-1915). = 1912, em 1º de outubro nasce na Capela da Luz a maior expressão literária de Vacaria, por muitos desconhecido, o escritor Gevaldino Ferreira, crítico literário dos jornais Diário de Notícias e A hora, em Porto Alegre, onde presidiu a Academia Riograndense de Letras. = 1914, as obras da Catedral com pedra moura, assentada uma por uma, já sobe a quatro metros de altura. Cinco anos depois está fechada ao redor e coberta, permitindo o primeiro culto. = 1917, apresenta o cinema mudo, numa casa da Marechal Floriano com Júlio de Castilhos. Era o Cinema Rio Branco, propriedade de Jango Santos. Precursor do Cine Lira na Rua do Vinagre, em 1927 mudou o nome para Cine Guarani. = 1918, a Gripe Espanhola mata 1.816 gaúchos (população de dois milhões de habitantes). = 26 1919, em 30 de agosto as imagens sacras que eram guardadas na Igreja Velha, construída em 1870 da Casa Inca, foram transferidas para o templo em construção. l 1919, em 5 setembro firmado convênio da Comunidade com a Congregação dos Irmãos Maristas, que em janeiro de 1920 iniciam com três professores na antiga Igreja de Madeira, até a construção do Colégio São Francisco de Assis. O empreendimento enfrentou dificuldades, pois a Europa envolvida na Primeira Guerra Mundial provocou a baixa do preço do gado. Para complicar, a Revolução de 1923 separou as lideranças e causou adiamento da obra. A construção esteve a cargo do Frei Pacífico, com direção do Coronel Libório Rodrigues, que faleceu em 1931, substituído pelo Coronel Avelino Paim Filho. 1919, com apenas 24 anos chega a Vacaria e aqui se estabelece como advogado e l jornalista, o poeta e escritor Cassiano Ricardo, mais tarde integrante da Academia Brasileira de Letras. Morreu em 15 de setembro de 1974 e repetidas vezes escreveu que “maragateou” em Vacaria. 1920, na noite de 19 de março violento incêndio destruiu as casas da Rua do l Vinagre, calçada com nó-de-pinho. 1920, marca a chegada de novo leva de italianos, que até 1940 juntam-se com as l famílias Roveda, Bortolon, Rech, Soldatelli, Zanella, Frozzi, Leonardelli, Paganella, Fadanello, Gavioli, Giordano, Siliprandi, Sgarbi, Spinelli, Bortolini, Campetti, Lutti, Bergamaschi, Rigon, Gasperin, Capra, Deon, Lovatto, Atti, Cestaro e Cibelli. 1920, coloca moradores de Campestre e São Bernardo na empreitada de abrir l passagem para São Marcos, abrindo caminho do que em 1941 seria a BR 116, asfaltada três anos depois. Até então a passagem era por São Manoel - Criúva, com a Ponte do Korff. 1922, no dia 11 de abril instalado o Grupo Escolar, cujas aulas iniciaram em 10 de l maio, mas foi em 1950 que o Decreto 1.619 de 02 de dezembro designou a antiga Escola em Escola Estadual Padre Efrén. 1923, explode outra vez o ódio entre chimangos e maragatos, que já fizera l milhares de mortos na revolução de 1893. Nas eleições do Estado, Borges de Medeiros é reeleito, em meio à fraude, onde por falta de fiscalização votava-se várias vezes. As urnas de Antônio Prado, reduto pica-pau (relato do fiscal Cassiano Ricardo, jornalista e poeta que residia em Vacaria), onde Borges nunca perdera, a vitória foi de Assis Brasil, surpreendentemente. 1923, em 24 de janeiro, véspera da posse de Borges de Medeiros, iniciam-se as l insurreições no Estado, começando por Passo Fundo. Destacaram-se os comandantes republicanos Firmino Paim Filho, Flores da Cunha à frente de oficiais e praças da Brigada Militar. Foram nove meses, com 21 combates de dia inteiro de lutas, sacrificando mais de mil vidas. O Estado fica sabendo de Batista Luzardo, Honório Lemes, Filipe Portinho, Zeca Neto e Menna Barreto. l 27 1923, em 21 de julho, na Fazenda dos Gregórios (Pinhal da Serra), verificou-se o grande combate entre as forças do General Firmino Paim Filho e o Coronel Demétrio Ramos. Perto dali, em Capão Bonito, no dia seguinte o General Filipe Portinho enfrentou a Brigada do Nordeste do General Paim Filho, e quase morreu, ao ser morto o cavalo que montava. l 1923, em 21 de setembro na Encruzilhada, próximo da Extrema, o General Portinho derrotou o General Francisco de Paula Feijó e feriu seu filho, feito prisioneiro. O líder maragato, no dia seguinte entregou o prisioneiro a seu pai no Hotel Gaspareto em Vacaria. l 1923, em 14 de dezembro o fim dos conflitos com assinatura do Tratado do Castelo de Pedras Altas, de Assis Brasil. No dia seguinte o Tratado foi assinado por Borges de Medeiros em Porto Alegre. 1927, nas eleições do Estado, sucedendo a Borges de Medeiros é eleito Getulio l Vargas, empossando em janeiro de 1928 juntamente com o vice João Neves da Fontoura e os secretários Osvaldo Aranha (Interior e Exterior) e Firmino Paim Filho (Fazenda). Getúlio foi candidato único, apoiado por chimangos e maragatos. Logo fundou o Banco do Estado. 1930, nova Revolução, com os gaúchos iniciando a insurreição, tendo a frente l Osvaldo Aranha, Lindolfo Collor, Batista Luzardo, Flores da Cunha, João Neves da Fontoura e Siqueira Campos, que morreu em acidente aviatório, quando foi à Buenos Aires convidar Luiz Carlos Prestes para o movimento. Os gaúchos iam desistir da Revolução, quando foi assassinado João pessoa, no Recife, provocando uma onda de revolta. Os quartéis federais foram tomados, comandantes presos e 24 horas o Rio Grande estava em pé de guerra, com 30 mil homens em armas. Por Vacaria passaram milhares de homens, unindo-se às forças revolucionárias que levaram Getúlio Vargas ao Rio, na condição de presidente, ao depor Washington Luiz, deixou no Estado seu cargo com Osvaldo Aranha. 1930, em 26 de novembro nasce Eny Ferreira Camargo, grande artista, soprano, l nascida em Vacaria. Ao mudar-se para Porto Alegre fez brilhante carreira, participando de cursos no exterior. Divulgou a música brasileira no exterior e, ao retornar a Porto Alegre, integrou a OSPA. 1930, o General Firmino Paim Filho, Senador da República, garantiu lealdade ao l presidente Washington Luiz. Sentiu-se traído por Getúlio Vargas, seu compadre que lhe garantiu que não haveria revolução. Disposto a levantar sua gente contra a volta, retornou a Vacaria, mas ao chegar em Florianópolis, soube que os vacarianos estavam mobilizados com Getúlio. Ficou em Florianópolis comandando a defesa da capital catarinense. l 28 1930, no dia 23 de outubro as tropas revolucionárias entraram triunfalmente no Rio de Janeiro e amarraram seus cavalos no Obelisco da Avenida Rio Branco. l 1932, nova Revolução pois o Partido Republicano e os Libertadores estavam comprometidos com os paulistas na Revolução Constitucionalista contra Getúlio Vargas. Batista Luzardo iniciou a revolta por Vacaria, mas foi contido pelas forças de Flores da Cunha, na Extrema onde rendeu-se. l 1932, em 4 de novembro, fundados os Hospitais Dom Frei Vital de Oliveira e Nossa Senhora da Oliveira, pelo Padre Pacífico e por José Fernandes de Oliveira. l 1932, em 26 de junho foi fundada a Associação Rural de Vacaria. l 1934, em 24 de novembro chega a Vacaria o Batalhão Militar, procedente de Cachoeira do Sul. O grupo de sapadores deu início ao levantamento topográfico para abertura da BR 116, denominada Rodovia Getulio Vargas. Em quatro anos faz a ligação de Vacaria com o Passo do Socorro. Depois construiu a rodovia Vacaria/Lagoa Vermelha/Passo Fundo e retornou para a construção da ferrovia em 1950. l 1934, em 30 de janeiro, com a chegada de cinco Irmãos Maristas, entre estes o Primeiro Diretor Irmão Artur Francisco, o prédio construído pela comunidade é entregue à Congregação, inaugurado naquela data. l 1934, 8 de setembro, criada pelo Papa Pio XI a Prelazia de Nsa. Sra. da Oliveira. l 1934 marca o início da BR 116, com serviços de terraplenagem a Lages e da BR 285 a Lagoa Vermelha, pelo 3º Batalhão de Engenharia. Quinze anos depois foi substituído pelo 3º Batalhão Rodoviário. l 1935, em 4 de maio inaugurado o Hospital Nossa Senhora da Oliveira, mantido pelas Irmãs de São José. São médicos fundadores os doutores Tauphick Saadi, Francisco Guerra Homero Ribeiro e Antonio Dias. l 1935, em 20 de abril, na cripta da Catedral Metropolitana, o bispo Dom João Becker, com a presença do governador Flores da Cunha, entregou a Bula Papal ao professor José Fernandes de Oliveira, presidente da Comissão de Instalação da Prelazia, com o Dr. Tauphic Saadi, Romualdo Luis da Silva, Elisiário Camargo Branco, Frei Pacífico e Padre Efrén. l 1936, em 21 de novembro Flores da Cunha assinou Decreto 6332, elevando a Vila de Vacaria para Cidade. l 1936, 4 de novembro, sagração da Catedral Nossa Senhora da Oliveira, pelo bispo Dom José Baréa com a sagração e posse do primeiro Prelado de Vacaria, Frei Candido Maria Bampi. l 1936 , fundado o primeiro Clube da cidade, Clube do Comércio. l 1936, inaugurado o prédio da Escola Estadual Padre Efrén. l 1937 iniciou o Cinema União no Clube União Operária de Mútuo Socorro. l 29 1938, conclusão da Catedral de Vacaria, erguida ao longo de 26 anos. É colocado o piso, inaugurada com sua beleza indescritível, colunas cilíndricas, encimadas por artísticos capitéis, que servem de base a ogivas, da suntuosa abóboda, decoradas com medalhas que simbolizam as ladainhas de Nossa Senhora. 1939, em 19 de abril Vespasiano Julio Veppo instalou a primeira rodoviária do país. Depois fundou a de Porto Alegre. 1941, início das atividades da Casa de Saúde Dr. Elias Saadi. 1944 começou o Cine Real e, no mesmo ano, foi contratada a construção do novo prédio para o Cine Guarani, inaugurado em 21 de julho de 1945, moderno e com poltronas confortáveis, que funcionou até 1986. 1946, início dos serviços de abastecimento de água com a Hidráulica. 1946, em 24 de outubro inaugurado o Serviço telefônico entre Vacaria e Porto Alegre. A discagem direta foi inaugurada em 1975, pelo governador Guazzelli. E a telefonia celular em 1994. 1950, marca um novo surto de desenvolvimento com a chegada do 3º Batalhão Rodoviário do Exército, para asfaltamento da BR 116. 1950, o início das obras da ferrovia Troncosul. 1952, ano do novo Cinema Central, mais tarde Cine Querência, adquirido por Francelino Bortolon. 1953, em 25 de maio inaugurada a Casa de Saúde Nossa Senhora Auxiliadora, pelo Dr. Clementino Barros Wanderley. 1953, fundado o Jockey Club, com sede própria na cidade e Vila Hípica para carreiras em cancha reta. 1954, com a construção do aeroporto a Companhia Aerovias inicia operações de transporte aéreo Porto Alegre/Vacaria/São Paulo, três vezes por semana. Mais tarde passou a operar com o nome de Real. 1954, em 25 de outubro fundado o Asilo Santa Isabel, pelos capuchinhos da Ordem Terceira Franciscana. Em 1960 é criado o Lar Divina Providência para menores, e em 1978 a creche, junto ao Lar. 1955, em 23 de julho fundado o CTG Porteira do Rio Grande. 1956, em 15 de novembro a fundação do Grêmio Esportivo Glória. 1957, em 18 de janeiro o Papa Pio XII publica a Bula Pontifícia, criando a Diocese de Nossa Senhora da Oliveira, com sede em Vacaria. É nomeado o 1º Bispo de Vacaria, Dom Augusto Petró. 1957, em 16 de Agosto, Dom Augusto Petró foi recepcionado pelo Prefeito Nicanor Kramer da Luz e esposa Alpha Mariano da Rocha Luz e pela comunidade. As comemorações foram organizadas pelo Frei Lauro de Cacique Doble, Cura da Sé de Vacaria. No dia seguinte, foi saudado pelo vice-prefeito Synval Guazzelli. 1959, fundação do Clube Guarani. n n n n n n n n n n n n n n n n n n 30 1960, o ano da Escola Estadual José Fernandes de Oliveira – Zezinho, fundada em 2 de maio no Padre Éfren, depois no Ione Campos, formando em 1963, a primeira turma de ginasianos. Em 1964 nova mudança, desta vez para o Colégio São Francisco, com Curso Científico em 1965, e o endereço definitivo foi na Ramiro Barcelos em 1971. O nome da Escola é de 1972, por Decreto Estadual, homenageando José Fernandes de Oliveira que esteve presente em todos os grandes acontecimentos sociais e culturais. Um de seus alunos foi Breno Caldas, fundador do Correio do Povo, quando este residiu em Vacaria. 1964, em 17 de julho assumiu o bispo dom Henrique Gelain. 1964, a fundação do Clube União da Glória. 1964, 14 de março inauguração do Cine Querência na rua Dr. Flores. 1966, marca a inauguração da nova Ponte do Passo do Socorro, construída após a enchente e nevasca de julho de 1965. Tem 509 metros de comprimento, 143 metros de altura, vigas de 4 metros, inaugurada por Castelo Branco. 1967 Perachi Barcelos levou Nicanor Kramer da Luz para Secretário da Fazenda. 1967, em 5 de março os Padres Capuchinhos instalam-se na Igreja de Fátima. 1967, no dia 28 de abril fundada a Rádio Fátima. 1969, em 24 de março inaugurada a Troncosul pelo presidente Costa e Silva. Entre o Rio Pelotas e o Rio da Prata, 134km de extensão, 57 túneis e 46 pontes. 1969, início do Ensino Superior como Extensão da Universidade de Caxias do Sul, no Colégio São José, depois no antigo Hospital do Batalhão, por iniciativa do prefeito Darci Rech. A Mantenedora Associação Pró Ensino Superior dos Municípios de Cima da Serra foi criada em 31 de outubro e o Campus da UCS transferiu-se definitivamente em 2000 para a moderna área do Lomba Chata. 1971, o governador Euclides Triches nomeia Victor Faccioni para a Casa Civil. 1972 inicia o ciclo da Maçã com os pioneiros Angelin Pegoraro, Honorino de Rossi, Armindo Della Giustina, Aldrovando Guazzeli, Dante e Salvador Baldin. O agrônomo Genor Mussato e o Secretário Enore Mezari, na administração de Marcos Palombini, foi o grande idealizador da nova cultura. 1975, eleito pela Assembléia Legislativa é empossado como governador Sinval Guazzelli, que convidou Getulio Marcantonio para a Secretaria da Agricultura. 1983, ano do retorno de Carlos Rigotti, uma das maiores expressões plásticas de Vacaria, homenageado nas comemorações do 157º aniversário do município. 1988, inaugurada a Casa do Povo, projeto arquitetônico de Oscar Niemayer, em setembro com show de Chitãozinho e Chororó, na parte externa do prédio. A Casa, único projeto de Niemayer no Estado, está interditada, não resistiu e mostrou rachaduras por infiltrações logo após sua construção. (1988-2007 são mais 19 anos que precisam ser revisados. Farão parte de outro capítulo da “ Vacaria do Século 21” próxima publicação). n n n n n n n n n n n n n n n n 31 Colaboraram Cassiano Paim, Valéria Moreira, Jeferson de Lima, João Antônio Záquera, Felipe Borges Bonella, Lucas Ferreira, Anelise Donazzolo, Daniela Rigon, Leonardo Prado, Rubens Paganella Prado, Francisco Dias, Elma Sant’Ana, Jéferson de Lima, Carlos Roberto Vargas de Lima, José de Oliveira e Silva e Luiz Antônio Dutra. Bibliografia e Obras consultadas. NO PLANALTO - 1930 - Manoel Duarte RELATÓRIO DO MUNICÍPIO - 1944 - Sátiro Dornelles de Oliveira Filho RAINHA DO PLANALTO – 1959 - José Fernandes de Oliveira VACARIA DOS PINHAIS – 1978 – Fidélis Dalcin Barbosa A DIOCESE DE VACARIA - 1984 – Fidélis Dalcin Barbosa HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL - 1985 – Fidélis Dalcin Barbosa LAGOA VERMELHA e municípios vizinhos – 1993 – Pércio de Moraes Branco RAIZES DE VACARIA - 1996 – Diversos autores Obras publicadas e distribuídas gratuitamente pelo deputado Francisco Appio 1996 Simpósio Sobre Roubo de Cargas – 1996 Casa Verde – 2002 O Massacre dos Caminhoneiros – 2002 1998 Centenário das Irmãs de São José – 1998 Garibaldi Heróis de Dois Mundos – 1998 2003 40 Anos de São Marcos – 2003 Sos Caminhoneiro – História do Transporte MENOTTI – Juntamente com Elma Sant’Ana 2003 2000 Relatório da CPI do Crime Organizado – 2000 Moises Mondadori Pioneiro Em Discos – 2000 Lagoa Vermelha – 2000 Tropeirismo Biriva – Juntamente com Paixão Cortes - 2000 Pinheiro Pinha e Pinhão – 2000 2001 Sos Caminhoneiro, Cartilha de Prevenção - 2001 Pan–Americano de 1956 – 2001 Queima de Campo – 2001 14° Aniversário de Ipê – 2001 Vacaria – 151° Aniversário – 2001 III Fórum Estadual da Agroturismo – 2001 2002 Ronda Crioula - Paixão Côrtes – 2002 Flores da Cunha – 2002 Lalau Ferreira – 2002 32 2004 Synval Guazzelli – 2004 Desafio da Inclusão Digital – 2004 2005 Projeto Esperança – 2005 Caixa Preta dos Pedágios – 2005 2006 E Agora Lula, E Agora Yeda – 2006 Garibaldi Pai e Filho - 2006 Sem Medo da Inclusão Digital – 2006 Desafio da Inclusão Digital – 2006 Inclusão Digital Na Periferia – 2006 2007 Queima de Campo – 2007 Garibaldi Pai e Filho – 2007 Homenagem a Carlos Rigotti – 2007 Sede da Fazenda do Socorro - 2008