Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Junho de 2014 Ano XVIII Número 221 www.brasilimperial.org.br
CHEGA!!!!!
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Palavra do Presidente
O Brasil está em estado de guerra que o
Governo insiste em não declarar.
Estamos em clima de Copa do Mundo e deveríamos aqui e
agora estar comentando a grande festa mundial do futebol
que está acontecendo em nosso país desce o dia 12 deste
mês e vai até o dia 13 de julho.
Sobre a Copa do Mundo de 2014, poderíamos falar da
alegria do povo torcendo e vibrando em cada jogo,
independente de ser jogo do Brasil ou não. É claro que
somos #PorUmBrasilMaisJusto, e um Brasil Mais Justo
passa pela satisfação que o Estado proporciona à Nação,
“Povo Alegre, Povo Feliz”.
Acontece que a felicidade do nosso povo é momentânea,
dura pouco, e logo voltamos para a realidade. A violência e
a insegurança se aceleram num crescente vertiginoso em
todas as cidades brasileiras, o que era só nas grandes
metrópoles ultrapassou fronteiras e atingiu cada cidade por
menor que seja. Jorge Pontes, delegado federal e exdiretor da Interpol no Brasil, fala sobre o flagelo do crime
institucionalizado que vive o País.
Segundo suas palavras que aqui expomos como uma
verdadeira realidade, a sociedade brasileira vem assistindo
nos últimos anos, talvez ainda sem entender bem suas reais
dimensões, o surgimento e o fortalecimento de mais uma
praga – quase – endêmica do nosso país; digo “quase”, pois
alguns países africanos também a experimentam. Trata-se
do que podemos denominar de “Crime Institucionalizado”.
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Tal fenômeno, que adquiriu contornos marcantes, que o
diferenciam conceitualmente do crime organizado
convencional, merece urgente atenção não apenas das
autoridades policiais, do ministério público e do judiciário,
mas, sobretudo, da imprensa e da sociedade como um todo,
pois seu fortalecimento e sedimentação tem a capacidade de
minar de forma devastadora as melhores possibilidades do
desenvolvimento nacional. Vale dizer, grosso modo, que o
“Crime Institucionalizado” estaria para o crime organizado
assim como a motocicleta está para o velocípede.
Ao contrário do crime organizado, agora neste contexto
rebaixado à delinquência juvenil, o “Crime
Institucionalizado” não lança mão de atividades
escancaradamente ilegais, como o tráfico de drogas, de
armas, a prostituição, o jogo ilegal etc.
Este novo e poderoso flagelo utiliza-se apenas da plataforma
oficial, dos governos das três esferas, do estamento público,
dos ministérios da república, da política partidária e das
regras eleitorais para prospectar e desviar fortunas do erário
público. Todo o seu faturamento tem origem nos contratos
de serviços e obras, nas concorrências públicas, nos repasses
para programas de governo, principalmente para ONGs e
OSCIPs. Trata-se, desta feita, de atividade infinitamente mais
lucrativa e segura do que qualquer negócio ilegal
convencional colocado em prática por organizações tipo
máfia.
Em suma, enquanto o crime organizado viceja aproveitandose da letargia e da omissão de alguns homens públicos, o
“Crime Institucionalizado” é fruto da própria ação
estruturada e pensada de um grupo de homens e mulheres
que comandam determinado setor, empresa ou unidade do
poder público.
Outra diferença marcante é que, enquanto o crime
organizado coopta, ou, quando muito, infiltra um agente
aqui e acolá, na polícia ou numa determinada repartição,
o “Crime Institucionalizado” indica e nomeia, com a
devida publicação em diários oficiais, dezenas de
autoridades que servem aos seus propósitos tanto na
empreitada criminosa propriamente dita, como na tomada
de medidas garantidoras da impunidade do grupo e da
salvaguarda do butim, nos três poderes da república.
Mais um nuance importante é que o “Crime
Institucionalizado”, com seus exércitos de nomeados em
cargos e funções estratégicas, com vista a garantir alguns
aspectos vitais da atividade, isto é, para institucionalizar a
própria moenda criminosa, estaria, desgraçadamente,
lançando mão da elaboração e promulgação de normas
administrativas, e até de leis, que facilitem sua
consecução. Eles têm a faca, o queijo e, é claro, a boca
faminta, ao seu inteiro dispor.
Na última década o “Crime Institucionalizado”
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vitaminou-se tremendamente, aproveitando-se dos seguidos
recordes de arrecadação tributária. Com o ingresso de dezenas
de milhões de pessoas na classe média e o consequente
aumento do consumo, os cofres públicos abarrotaram-se de
dinheiro. São exatamente essas divisas, oriundas do
alquebrado contribuinte brasileiro, que vêm alimentando o
“Crime Institucionalizado”.
Uma de suas consequências práticas mais nefastas é a
existência de centenas de concorrências públicas viciadas
pelas fraudes do “Crime Institucionalizado” – há quem diga,
inclusive, ser difícil encontrar, nos dias de hoje, uma única
licitação que não seja “arrumada”.
Contudo, ainda mais desoladora é a possibilidade da
existência de grandes e vultosos projetos sendo aprovados
com o único e exclusivo intento de desviar verbas públicas. É
de fato o pior dos mundos, onde a corrupção estaria no
nascedouro das iniciativas. Não seria mais o caso do estádio de
futebol superfaturado, mas o caso do estádio de futebol que
nem deveria ter sido construído, isto é, a corrupção de raiz.
Não é como dizem por aí, “o malfeito”, mas o que nem deveria
ter sido feito.
Esta situação tem saída, por mais difícil e desfavorável que
possa parecer. E a solução passa necessariamente pela total e
completa blindagem política de todos os órgãos que compõem
a persecução criminal, sem prejuízos de outras medidas de
proteção às instituições do estado brasileiro, mormente as
agências controladoras, nas três esferas políticas.
O quadro aponta para a necessidade da edificação de uma
estrutura policial, altamente preparada e fortalecida, que faça
frente a tais dragões, e com capacidade de investigar aqueles
que nomearam seus próprios chefes. Reiteramos,
estas são palavras de Jorge Pontes, delegado federal e exdiretor da Interpol do Brasil.
O assunto é inesgotável, muito poderíamos falar sobre a
violência e a insegurança por que passa o nosso povo, e da
insatisfação de homens, mulheres, famílias, profissionais que
querem fazer do Brasil um país melhor para viver, mais justo,
e que viram que para poder realizar esta transformação não
seria somente através da Educação e Conscientização Política,
mas sim da articulação política, inserindo-se no cenário
político não somente como um mero espectador, mas como
um ator. Das mãos destes novos atores nasceu o RDP que
uma vez instalado no congresso dará inicio à transformação
dos Poderes Públicos de dentro para fora. A Nação pede e o
RDP luta #PorUmBrasilMaisJusto. O RDP nasceu para mudar a
história do Brasil e isso só você pode fazer acontecer, venha
para o RDP você também. www.realdemocracia.org.br www.facebook.com/movimentoporumbrasilmaisjusto.
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POSTURA, SENHORES!
Dom João de Orleans e Bragança
Publicado no Jornal Estado de S.Paulo em 16 de maio
Passaram-se 50 anos do dia em que nos afundamos numa
ditadura. Será que aqueles que lutaram por um Brasil livre
apoiariam a podridão que vemos hoje ou se sentiriam traídos
por muitos que estão no governo? Faltam estadistas e falta
postura pública, para que os eleitos deixem de lado a luta
partidária e olhem pelo País, governem para todos e não deixem
o Estado se transformar em feudo e o governo, em cabide de
empregos. É o que estamos vendo.
Muitos se conformam e fecham os olhos, achando que os
grandes avanços sociais dos últimos 20 anos permitem isso, um
“rouba, mas faz” atualizado. Quem está na vida pública, porém,
deve fazê-lo por ideal. Quem é eleito tem a obrigação de servir
ao País, nunca se servir dele.
Vemos, na maioria daqueles que se dedicam à política, uma
postura absolutamente oposta àquilo de que o Brasil precisa.
Não há idealismo nem ética em muitos de nossos homens e
mulheres da vida pública, características que devem ter aqueles
que, pelo voto ou por nomeação, chegaram a uma posição em
que a total transparência e a dedicação ao País têm de ser a
condição básica. Isso parece um sonho hoje.
Quando o deputado André Vargas, ex-vice presidente da Câmara
dos Deputados, tenta explicar como e por que usou um jato
emprestado de um doleiro que está preso e ainda fala, sem
vergonha, que estava fazendo contato no Ministério da Saúde
para o laboratório do doleiro – e gravações da
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Polícia Federal comprovam as suspeitas -, ele recebe aplausos
de seu partido, o PT, em plenário, depois do discurso. Quando
ele começa a incomodar, querem que renuncie. Não por causa
dos indícios de tráfico de influência e corrupção. Queriam a
renúncia para não atrapalhar o partido. Chegamos, assim, a
mais um exemplo da decadência abismal na política, com a
arrogância e a prepotência desses inimigos do Brasil.
Vargas e tantos outros não sabem que um homem público não
pode usar jatos emprestados, nem receber favores de
empreiteiras (alguém acredita que empreiteiras dão dinheiro a
campanhas políticas por patriotismo?), nem presentes, nem
facilidade de nenhum tipo. O servidor público tem de ser
honesto e parecer honesto. Um homem público tem de limpar,
primeiro, os podres dentro de seu partido, assim terá moral e
respeito para tentar melhorar o País.
O ex-presidente Lula não poderia ter ido à casa de Paulo Maluf
aliar-se a ele por minutos na televisão, uma vez que Maluf é
procurado pela polícia em todo o mundo por peculato e evasão
de divisas. Uma mancha na biografia de Lula, triste para nós,
brasileiros. “Às favas com os escrúpulos” parece ser a palavrachave na política.
Se os partidos soubessem que uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) deve ser sempre feita quando há indícios de
fraude com o patrimônio público, não tentariam instalar outra
CPI como pressão para que a oposição desista. O PT deveria ser
o primeiro a querer uma CPI da Petrobrás e o PSDB, o primeiro a
querer a CPI do Metrô. Ambos foram eleitos para isso. Essa seria
a política correta. Mas os brasileiros assistem de boca aberta a
governo e oposição brigando pela abertura de CPIs não para
descobrir fraudes, e, sim, para derrubar o adversário. Se fosse
por patriotismo e postura pública, os primeiros a querer limpar
a casa deveriam ser os que têm um mandato para… limpar a
casa. Não são patriotas, enganam quem os elegeu.
O blocão liderado por Eduardo Cunha (PMDB) convocou,
recentemente, dez ministros para deporem na Câmara. Que
ninguém pense que foi pelo bem do Brasil ou pela moralidade
nos ministérios. Não o fez antes porque não tinha nada para
pedir em troca. Eles querem mais! Temos partidos “donos” de
ministérios: o do Trabalho é do PDT, o dos Transportes é do
PR, o de Minas e Energia é de José Sarney há décadas – e o
gerente é Fernando Sarney, que tem processos e gravações
com o pai de enojar os honestos. Ambos estão envolvidos
com a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário. O
Maranhão parece uma escola de especialistas em políticas de
energia pública. A cúpula do governo parece autista.
A maioria dos partidos políticos perdeu sua função. Deveriam
existir para juntar ideias, programas de governo e políticas
sociais com brasileiros idealistas. Mas se prostituíram.
Vendem-se. Alguns são mesmo de “aluguel”.
Muitos brasileiros estão anestesiados com a normalidade de
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ler nos jornais fatos como o de que Paulo Roberto Costa, exdiretor da Petrobrás, que está preso, foi “indicação” de José
Janene (PP). Quase todos os cargos nas estatais e autarquias
são “indicações”. Não há democracia nem moralidade quando
políticos que entram na política atrás de poder e dinheiro
podem “indicar” pessoas para 20 mil cargos da administração
pública (os chamados DAS). Esses cargos têm de ser
preenchidos por técnicos concursados e político nenhum pode
ter poder nessas nomeações. Essa é uma das causas da
corrupção generalizada com “patrocinadores” e “padrinhos”
nos diversos partidos da base de apoio. Por que existem 39
ministérios? É pura e simples moeda de troca com o que há de
pior em caráter na vida pública. Vale tudo, e o que vemos é
somente a ponta do iceberg. Se isso não mudar, o Brasil não
vai mudar.
Temos uma corja incrustada na política e na administração,
dos pequenos aos altos cargos públicos no governo. Acreditei
que o PT iria mudar isso. De malfeitos em malfeitos e de
faxina em faxina, tudo continua igual.
As velhas e corruptas oligarquias continuam presentes e o
mais decepcionante é que o PT, que lutou e levantou a
bandeira da mudança, hoje é parceiro delas. Chamam
quadrilha de “aloprados”, roubo de “malfeito”, mensalão de
“recursos não contabilizados”.
Para eles, Sarney, Collor e Maluf têm reputação ilibada e
idoneidade moral. Desrespeitam a Constituição, fragilizam a
democracia e as instituições e desacreditam mais ainda a eles
mesmos, a classe política.
O CONTUNDENTE ARTIGO DE DOM JOÃOSINHO
Bandeira de Mello
A conclusão a que leva o texto não é que o problema seja
exclusivamente moral, destes ou daqueles políticos. A raiz está
na forma de governo adotada pelo golpe republicano de 1889
que, de inicio, instituiu uma ditadura militar e, a seguir,
entregou o poder às oligarquias . Assim como antes da
Revolução de 30 se ajustavam os grandes latifundiários de
Minas e São Paulo na “política do café com leite” priorizando
seus interesses particulares, agora se aglomeram, na periferia
do PT,partido da Presidenta, o PMDB e uma série de
agremiações sem tradição política, formadas em grande parte
por pessoas que sempre apoiaram os governos, quaisquer
que fossem, inclusive na época da ditadura .
Este apoio, obviamente, não é por idealismo, mas para
atender interesses subalternos.
Assim como, na ficção, o Agente 007 tinha “licença para
matar”, na realidade os agentes da corrupção têm “licença
para roubar” . Loteia-se a maquina estatal e se finge que não
vê que
o que fazem
entre
escândalo e outro.
Partido
prega
o um
parlamentarismo
O que ainda atrapalha um pouco a bandalheira, é que a
ampliaPolicia
suas
ações
regionais
pelo administrativa
Brasil
Federal
conseguiu
certa autonomia
e
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seus funcionários, contrariados na revindicações
salariais e de plano de carreira, não “morrem de
amores” pelo Executivo . Quando pilhado um corrupto,
aqueles que lhe deram condições de roubar alegam
“não saber de nada”, e o abandonam à própria sorte .
Daí as sucessivas “faxinas éticas”, tão inócuas como
“enxugar gelo”.
O mal maior não é a formação moral de nossos
políticos, mas o sistema republicano presidencialista,
que exige composições fisiológicas sob pena de
ingovernabilidade. Hoje, depois do “Mensalão” e
outros escândalos, está evidenciado que Collor não foi
expulso do Palácio do Planalto por causa do esquema
de falcatruas gerenciado por PC Farias, mas porque
não tinha maioria parlamentar em razão de não ter
loteado o governo . Muito mais grave foi o ocorrido
quando era presidente Lula, e, a não ser como
hipótese imrovável, logo descartada, ninguém cogitou
de “impeachement” ou sequer de denúncia contra o
Presidente no STF . Não se foi além de José Dirceu , e
continuamos praticamente todas as semanas em ler,
nos jornais, novas manchetes de corrupção. São obras
superfaturadas da Copa, negociatas envolvendo a
PETROBRÁS, etc .
Não se faça injustiça de atribuir a roubalheira a,
exclusivamente, este ou aquele partido, esta ou aquela
coligação . Não se pode “satanizarr” o PT, certos
ministros ou ex-ministros da base aliada, etc., pois
apenas fizeram o que a república sempre fez, e o
fizeram igualmente governos estaduais de oposição.
Ou será que alguém desconhece quanto custa uma
eleição ? Ou acha que as empresas que custeiam
campanhas não apresentam a fatura depois, sendo o
pagamento em obras sem licitação ou com licitação
direcionada, geralmente com uma “gordura” de
sobrepreço? O TCU detecta e combate na medida do
possível, mas apenas a ponta do iceberg .
Não se discute que para governar é preciso compor, mas
esta composição não pode se dar priorizando
interesses subalternos . O Parlamentarismo, em sua forma
clássica, com o Chefe de Estado tendo poder de dissolver o
Parlamento se este não chegar em um consenso para
escolha do Primeiro-Ministro , é uma barreira ao “toma-láda-cá “.
E o Parlamentarismo Monárquico mais eficaz ainda, pois o
Chefe de Estado será o Rei, que, por não ser eleito,
independe de barganhas. Assim, a questão, embora muito
bem abordada por Dom Joãozinho (como costuma ser
carinhosamente tratado ) não se esgota em “postura” . Vai
além, deixando claro que “invertebrada” não é a chamada
classe política, mas a forma de governo implantada no
Brasil a partir da traição de Deodoro e Floriano, em aliança
espúria com os excêntricos positivistas, com os exsenhores de escravos, e com alguns agitadores
profissionais, do tipo de Angelo Agostini e Lopes Trovão .
B.M.
________________________________
NR : o autor é advogado e jornalista, antigo militante da
causa monárquica, Comendador de Ordens de mérito ou
dinásticas do Brasil (OMJM/STM) Itália(ROSSML/ Real Casa
de Savoia), Etiópia(IOL/ Imperial Casa de Selassié) e Ruanda
( ROGC/ Real Casa de Ndahindurwa) , sendo titular de
nobreza por esta última
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RETRATOS DO BRASIL
Luís Severiano Soares Rodrigues
Economista, pós-graduado em história, sócio correspondente
do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Conselheiro
Consultivo do Instituto Cultural Dona Isabel I, A Redentora, e
membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do
Rio de Janeiro (IPHARJ).
A realidade brasileira, exposta a cada dia no noticiário, pode
ser comparada com uma série de retratos, digamos da
realidade republicana, que formam a ideia de como o Brasil se
vê e é visto. Se nos fixarmos nos últimos meses nos
depararemos com um álbum chocante desses retratos, a
começar pelo mega escândalo que se descortinou na
Petrobrás, e que deixou os brasileiros chocados com a
sucessão de erros, a meu ver intencionais, que levaram àquela
empresa (a maior do Brasil) à um prejuízo altíssimo que por
mais que se tente explicar, não conseguirão convencer
ninguém de que não houve má fé na sua realização, e os
desdobramentos que esta situação descortinou com a
existência de uma quadrilha instalada dentro da empresa,
chefiada por um ex-diretor (Paulo Roberto Costa) tem se
mostrado categoricamente verossímil. Esse escândalo serve
muito bem para colocar-se em questão a política de
aparelhamento do Estado pelos petistas, a não ser que eles
confirmem que é isto mesmo que eles queriam, botar os seus
homens e aliados nos lugares chaves para facilitar a montagem
de esquemas lucrativos para todos, com exceção do povo
brasileiro é claro. Essa convicção se fortalece quando vemos os
desdobramentos da situação acima com o envolvimento do exdiretor da Petrobrás com um doleiro paranaense (Alberto
Youssef), este por sua vez tem relações íntimas com o
então vice-presidente da Câmara dos Deputados (deputado
petista André Vargas); este deputado ficou nacionalmente
conhecido por pretender sacanear o, nacionalmente
respeitado, presidente do Supremo Tribunal Federal
ministro Joaquim Barbosa, numa cerimônia na Câmara.
Além desse deputado outros deputados foram envolvidos
em relacionamento com o dito doleiro, passando pelo
então ministro Padilha, da saúde ou seria da má saúde
nacional, com graves indícios de favorecimento a quadrilha
Vargas-Youssef naquele ministério. Se pararmos para
refletir chegaremos a conclusão que esse escândalo
envolvendo o parlamento brasileiro, é uma recorrência,
pois veio ocupar o lugar do escândalo do bicheiro Carlinhos
Cachoeira, que envolvia um Senador (Demóstenes Torres) e
vários deputados, entre eles Stepan Necerssian , ou seja,
para cada escândalo que esfria, o parlamento tem outro
quente para colocar no seu lugar. Isso serve para
explicitarmos a atualidade do conselheiro Rui Barbosa
quando este dizia que na Monarquia o parlamento era uma
escola de estadistas, na republica se transformou em uma
praça de negócios, e como a realidade nos mostra,
negócios inconfessáveis. As CPI`s da Petrobrás que foram
instaladas, por insistência da oposição, já estão
devidamente controladas pelos governistas, e a afirmação
mais realistas, até agora, sobre elas é que elas têm tudo
para dar em nada. Ou seja, a pizzaria parlamentar federal
continua funcionando a todo o vapor.
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Outro retrato do Brasil que se fixou na retina foram as
deprimentes cenas de saques na periferia de Recife, quando da
greve da polícia militar local, quando alguns insuflaram o
assalto à lojas dos mais variados tipos de comércio. Assim fica
difícil acreditar no discurso do ex-governador Eduardo Campos,
de que seu governo alcançou resultados expressivos e que isto
o habilita a se candidatar à presidência da república, pois, após
um governo exitoso isso acontecer, comprova que de êxito não
teve nada, pois o povo está propenso a roubar à mínima
situação de insegurança por parte das polícias. Além disso, o
dito ex-governador não se manifestou convincentemente sobre
o assunto.
Dentro desse quadro de insegurança pública que vive o país, e
em que os noticiários televisivos tem se especializado,
notadamente em emissoras sensacionalista, que investem
nesse setor em busca da audiência do povo temeroso. Temos
que hoje o nosso povo, seja em que região for, está a mercê do
crime, seja em função da corrupção policial ou da corrupção
política, onde os bandidos mandam nos presídios e de lá
comandam o crime nas favela ou nas coberturas das zonas sul,
um exemplo dessa situação precária do sistema prisional, que
não se explica, vem a ser a Cadeia Pública de Porto Alegre, que
entram e saem governos estaduais ela só aumenta a
deterioração, sem que as autoridades se responsabilizem pelo
absurdo que se patenteia numa flagrante incompetência, da
qual eles não se envergonham, e esse é um caso que pode ser
comparado com igual resultado em muitas outras cidades do
Brasil, com destaque para o já tristemente célebre presídio de
Pedrinhas no Maranhão, este feudo do clã do coronel Sarney.
Mas para fixarmos o retrato um caso verificado em Sergipe é
exemplar, onde um taxista que foi alvo de um assalto, realizado
por um jovem dos seus vinte anos em uma pick-up branca,
registrou queixa e a polícia conseguiu localizar o dito veículo,
onde se encontrou um jovem e haviam armas no veículo, apurouse que as armas eram da secretaria de segurança pública e que o
jovem era enteado do secretário estadual de segurança pública,
na mesma hora este foi posto em liberdade e responderá ao
inquérito de apuração em liberdade. Nada se alterou naquela
unidade da federação.
Enquanto no sistema parlamentarista monárquico, isso já seria
suficiente para a queda do governo estadual, seguido de eleições
para formação de novo governo.
Outro retrato que insiste é a precariedade da educação pública
nos diversos níveis de governo, mas que comporta contrastes
inexplicáveis, tais como palhoças que alguns governos municipais
chamam de escolas, ou casebres caindo aos pedaços com
goteiras e sem carteiras suficientes para os alunos igualmente
chamadas de escolas, mas isso convive com outra realidade,
notadamente nas periferias metropolitanas de grandes cidades,
em que escolas tem seus equipamentos roubados, ou ainda
depredados pelos próprios alunos. Aquelas que se salvam
convivem com um grande nível de professores desmotivados e
por isso sem compromisso, sobrando aos professores
compromissados fazer milagres. Dai os resultados medíocres que
a educação pública apresenta. Então fica um questionamento,
sobre a legitimidade de reinvindicações salariais dos professores,
pois, pelos resultados que apresentam não podem exigir
melhores salários. Ao mesmo tempo, em que devemos chamar a
atenção para o fato de que o sucesso da educação passa pela
questão dos alunos terem fome de conhecimento, é isso que
determina se uma sociedade terá um lugar de sucesso no mundo.
Mas com a realidade das manifestações culturais que a mocidade
tem exibido, não podemos esperar muito do futuro que nos
espera, pois o baixíssimo nível das manifestações musicais como
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o funk , que engloba também apologia ao crime e a
pornografia, ao mesmo tempo em que as produções de
entretenimento social consagradas como as novelas vêm
insistindo em tentar tornar aceitáveis, aos olhos da
sociedade, comportamentos desviantes da moral
consagrada, que resguarda os valores perenes que regem a
formação das famílias, e com isso perniciosamente
contribuindo para o desgaste dos valores, que, sem os quais
as sociedades se desintegram, devemos temer pelo futuro
que nos espera. Devemos chamar a atenção também que um
sintoma grave da desintegração social a que a realidade
republicana chegou, é que boa parte da juventude, seja
pobre ou rica, tem como bandeira de reinvindicação é poder
fumar sua maconha em paz, numa época em que
curiosamente se condena o ato de fumar. Nessa realidade,
qualquer esforço para que a educação possa ter uma eficácia
que alavanque o desenvolvimento econômico e social precisa
passar por uma conscientização de que se estuda para se ter
o conhecimento e que só o conhecimento trás
desenvolvimento, e que o processo de se alcançar o
conhecimento e difícil e árduo. E querer ser um país
desenvolvido sem esforço e dedicação, é fazer parte do
universo daqueles que querem um assento permanente no
Conselho de Segurança da ONU, sem credenciais para tal.
Por fim o último retrato, e este vexatório, foi vermos no jogo
inicial da Copa do Mundo, a torcida brasileira mandando a
Chefe do Estado, tomar naquele lugar, o que é uma vergonha
para aqueles que mandaram, pois foi uma falta de educação
para com os estrangeiros que viam aquele evento (a
expressão certamente foi traduzida em 160 idiomas), bem
como para a chefe do Estado que não merece o respeito de
todos os cidadãos do seu país. Ao mesmo tempo em que
cidadãos em passeata na avenida paulista, levavam cartazes
exigindo a prisão do ex-presidente Lula. Daí conclui-se o que
os monarquistas não se cansam de repetir – Que a república
não tem salvação.
Estes são apenas uns dos poucos retratos que formam o
retrato maior do país, um velho álbum de retratos que
teimamos em colecionar. São apenas mais alguns retratos em
branco e preto, a maltratar os corações brasileiros.
Anuncie aqui e colabore com a Gazeta Imperial
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LULICES E DILMICES
Gastão Reis
Empresário e economista
Lula deu uma longa entrevista à revista Carta Capital, de
4.6.2014, que merece comentários críticos para colocar as
coisas em seus devidos lugares. Entra também na ordem do dia
deste artigo a criação dos Conselhos Populares por decreto da
“companheira” Dilma. Lulices e dilmices, como verá o leitor.
A entrevista do ex-presidente, em linhas gerais, bate na tecla
de que o Brasil começou em 2003 com a chegada dele e do PT
ao poder. Seu desconhecimento da história do país, passada e
recente, se revela em vários trechos de sua falação.
Comecemos por duas pérolas impressas na capa da revista. A
primeira afirma que “Sim, o governo não soube se comunicar”.
Diante de uma mídia, interpõe a revista, “De pensamento
único contra Dilma, Lula e o PT”, diz ele. Na verdade, a mídia
tem justamente brigado contra aquela história do controle
social da mídia, ideia queridinha do PT, essa sim, filhote da
serpente do pensamento único. A luta é, de fato, contra o
pensamento torto do PT, que vem de longa data. Bom lembrar
que o PT foi contra o Plano Real e a Lei Responsabilidade Fiscal
até se dar conta que eram iniciativas em prol do bem comum.
E aí nadou de braçada nas benesses daí oriundas num processo
de apropriação indébita do que havia sido feito pelo PSDB e
por FHC.
A segunda pérola, lulice da boa, é a seguinte: “O PT erra
quando usa as mesmas práticas dos demais partidos. Não
podemos permitir que meia dúzia de pessoas o deformem”.
Certamente se esqueceu do exemplo dado por ele mesmo
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no famoso aperto de mão a Paulo Maluf para eleger o
desastrado Fernando Haddad prefeito da cidade de São
Paulo. Ou sua famosa defesa de José Sarney que, afinal,
não é um cidadão como qualquer outro. Ambos,
obviamente, exemplos nefastos do que há de pior na
política nacional. Quer dizer, quando se trata dos interesses
do PT, ele é o primeiro a usar as mesmas práticas dos
demais partidos. Como vemos, trata-se de um fervoroso
praticante da máxima “Faça o que eu mando, mas não faça
o que eu faço”. Lula tem dificuldade de entender a lógica
simples do “se A é maior que B e B é maior que C, logo A é
maior que C”. Ele não resiste à pirueta final de afirmar que
C, ele mesmo, é maior do que A, seja lá quem for,
normalmente FHC. Não obstante, acerta na mosca quando
combate o excesso de partidos (defesa da cláusula de
barreira) e quando soube tirar proveito, sem jamais
reconhecer, da herança bendita de FHC, coisa que a Dilma
não soube fazer e explica seu insucesso.
No vácuo de seus conhecimentos da história pátria,
provavelmente devido à preguiça de ler (ficava com
sono...), Lula afirmou: “Na Guerra dos Guararapes, quando
pretos e índios quiseram participar, a elite disse “não, não
vai entrar (ou vão, como diria a elite), porque depois de
terminar essa guerra vão querer se voltar contra nós.”
Alguém precisa explicar ao Lula que Henrique Dias foi o
comandante negro do regimento negro, que demonstrou
excepcional bravura em campo de batalha a ponto de ter
sido recebido depois pelo rei Dom João IV, que, a pedido
dele, perpetuou seu regimento de soldados negros. E que
Filipe Camarão comandou uma tropa formada por índios.
Nas duas batalhas dos Guararapes, portugueses, negros e
índios conseguiram derrotar os invasores em situação da
vasta inferioridade numérica em que havia de três a cinco
holandeses para cada combatente de nossas forças.
Por fim, o decreto da Dilma de criação dos Conselhos
Populares, os famosos sovietes de Lênin, sob o disfarce de
Política Nacional de Participação Social e respectivo Sistema.
Além de contribuírem ainda mais para piorar a burocracia
infernal do Patropi, já sabemos que estão fadados ao
insucesso. A prova cabal foi o que ocorreu na extinta União
Soviética e o que acontece na Venezuela de hoje, país
paralisado pela inépcia governamental. Parece que a Dilma
está mais perdida que cachorro em mudança. Mais uma
dilmice...
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ANIVERSÁRIOS
JUNHO
Alexsandro Penzo Bezerra
Amilton Clemente Paula (a)
André Luís Nunes Monteiro
Angela Maria Mamedh de Souza
Antonio Carlos Garcia
Antônio Henrique Cunha Bueno
Asafe Faria
Bruno José Selvatice Abrahão
Cássio Cotrim
Cleber Barros de Lima Muniz
Danyel Vogue
Davi Marcel de Souza Pereira Fontes
Davidson Halevy O. Marinho Bentes
Douglas de Loredo Borges
Eduardo Ximenes
Fabrizio Vasconcelos
Francisco Amaro Lemos Junior
Francisco Joaquim de Sousa Neto
Gutemberg Santana de Castro
Hudson Araujo
Humberto Cezar Maia Costa
Jabes Tavares de Aguiar
Jadeir Luciano Prudente
Joao Carlos Lobo Batista
João Francisco dos Santos
João Paulo Oliveira de Souza Santos
João Santana
John Lennon José Da Silva
Jorge Augusto Costa Meneghelli
Josafá Afonso de Carvalho
José Jorge Correia Conceição
Lucas Diniz Leite
Lucio Valera
Luis Fernando Mendes Garcia
4
2
20
20
23
17
22
30
26
19
25
22
3
22
4
17
25
14
3
11
30
5
28
15
5
17
23
1
18
16
23
15
1
2
Criciúma - SC
Itaperuna - RJ
Curitiba - PR
Ribeirão Claro - PR
Sorocaba - SP
São Paulo - SP
Niterói - RJ
Paraíba do Sul - RJ
Guanambi - BA
Río de Janeiro - RJ
Indaiatuba - SP
São Paulo - SP
Brazlândia - DF
Belo Horizonte - MG
São Paulo - SP
Santos - SP
Moreilândia - PE
Taguatinga - DF
Rio de Janeiro - RJ
Palmas - TO
Salvador - BA
BRASILIA - DF
Itaperuna - RJ
Belem - PA
Aracajú
Maceió - AL
São Lourenço da Mata - PE
Caruaru - PE
Colatina - ES
Ribeirão Pires - SP
Recife - PE
São Luis - MA
Pindamonhangaba - SP
Juiz de Fora - MG
Marcio Cruz Bastos
Nilton de Souza Moraes
PauLo R Maciel Luz
Paulo Roberto Botinelly Costa
Rafael Morato Portilho
Relryk Abreu Silva
Ricardo José de Souza
Robson Antonio Brancalhoni
Roger Chiconeli Alves
Sandro Carvalho de Novaes Fernandes
Tiago Almeida de Oliveira
Valdirene do Carmo Ambiel
Valter Carvalho Jatoba
Welton Alves dos Santos
10
2
11
2
12
12
6
21
6
15
20
28
16
23
Ribeirão Preto - SP
Maricá - RJ
Baependi - MG
Iguaba Grande - RJ
Sorocaba - SP
Tremembé - SP
Goiania - GO
Santa Barbara D'Oeste - SP
Osasco - SP
João Pessoa - PB
Luziânia - GO
São Paulo - SP
Rio de Janeiro - RJ
Goiania - GO
JULHO
Adenauer Oliveira
Adenilson Silva
Adriane Kuchkarian
Alessandro José Padin Ferreira
Alexandre Maurano
Alvaro Queiroz
Andre Luiz Santa Rosa Soares
Carlos Eduardo Ruiz Martins
Celso Pereira
Daniel Assis de Alcântara
Davi Freitas
Delmo Junior Cortez Lage
Diego Zoccola Amori
Domingos Antonio Monteiro
Dorival Bueno Jr.
Felipe Pires Ferreira
Francisco Antônio Soares de Sousa
Henrique Hamester Pause
Ivanês Lopes
13
4
24
1
4
17
19
30
20
23
28
31
19
4
30
28
7
24
31
Montréal Canada - TO
Bezerros - PE
São Paulo - SP
Praia Grande - SP
São Paulo - SP
Manaus - AM
Niterói - RJ
Bauru - SP
Lorena - SP
Itu - SP
Quixadá - CE
Rio de Laneiro - RJ
Caçapava - SP
Bom Jardim de Goiás - GO
Balneário Camburíu SC
Cajazeiras - PB
São José dos Campos - SP
Cruz Alta - RS
Natal - RN
15
Jean Tamazato
Jomar Assan Benck Kunnapp
José Ventura
Jounalist M.F. Machado
Júlio Cesar dos Santos Oliveira
Leonardo Luz
Leorne Menescal
Lucas Gabriel Ribeiro Wagne
Luciano Dias Rosa
Luiz dos Santos
Niels J. Petersen
11
29
24
17
12
30
9
7
22
22
26
São José dos Campos - SP
Juiz de Fora - MG
Campina Grande - PB
Niagara Falls-Canadá
Brasília - DF
Carapicuíba - SP
Quixadá - CE
Petrópolis - RJ
São Vicente - SP
São Paulo - SP
Petropolis - RJ
Pedro Paulo Ferreira
Raimundo Nonato
Renato Barbosa
Riolando Fransolino Júnior
Robson José Côgo
Ronaldo Alves Baralle
Sebastião de Souza Figueiredo
Sérgio Henrique Duarte
Sostenes Ferreira Castro
Terry Marcos Dourado
Txiliá Credidio
Wanderly Nunes de Lima
31
12
26
4
3
31
23
12
12
19
13
1
Anuncie aqui e colabore com a Gazeta Imperial
Lagoa Seca - PB
Taubaté
Saovador - BA
Curitiba - PR
Serra - ES
Foz do Iguaçu - PR
São Paulo - SP
Belo Horizonte - MG
São Jose de Ribamar - MA
Jataí - GO
Jaboatão dos Guararapes - PE
Recife - PE
16
A estupidez da provocação, um recado
General-de-exército Pedro Luiz de Araujo Braga
Fundador do Instituto Brasil Imperial
A quase impossibilidade de tirar o PT do poder seja por
eleições livres, mas viciadas pela prática de estelionatos
eleitorais e fraudes, seja por um golpe contra o país lançado
pelas forças paramilitares a serviço de um projeto de poder
comunista, o clima de uma guerra civil está cada vez mais se
afirmando como única saída para livrar nosso país de ser
transformado em uma Cuba Continental.
A qualquer momento os efeitos sobre a caserna da overdose
da covardia, da cumplicidade e da omissão que domina o
comportamento apátrida de uma minoria de comandantes,
militares – lacaios dos comunistas – poderá acabar, pela
reação coletiva dos contrários, provocando uma intervenção
militar muito mais grave do que a ocorrida em 1964, e
colocando todos os corruptos genocidas diante de um
Tribunal de Guerra para responderem diante da sociedade
por todos os milhões de cidadãos assassinados por
desgovernos traidores do país e mentores da Fraude da
Abertura Democrática.
Os desgovernos do PT demonstraram e continuam
demonstrando, diariamente, sua incapacidade de ter a auto
crítica necessária para perceber ou aceitar seus erros como
indicativos da péssima administração pública que têm
exercido durante os últimos 12 anos.
Com o assistencialismo comprador de votos, e com a
corrupção e o suborno de milhares de canalhas esclarecidos,
os donos do poder acham que tudo está dominado e que não
têm mais que dar satisfações a ninguém quando são criticados
por suas atitudes, a não ser as costumeiras e deslavadas
mentiras, leviandades, falsidades e hipocrisias que não enganam
a mais ninguém.
As ameaças e ações punitivas contra militares da ativa e da
reserva que estão se posicionando contra a destruição das FFAA e
contra a comunização do país e sua degeneração social e
econômica pelo projeto de poder do PT, gestado nas reuniões do
Foro de SP, estão perdendo o limite, no mínimo, do bom senso.
Depois de semear durante os três últimos anos um inaceitável
conflito de classes sociais, o desgoverno Dilma procura,
insistentemente, demonstrar que não tem mais nada a perder,
quando continua perseguindo sistematicamente as FFAA em
ações diretas contra os que se colocam como críticos dos atos de
um desgoverno que está jogando o país na ladeira de se
transformar em uma Cuba Continental.
Por outro lado a sociedade vem sendo tratada como idiota,
imbecil e palhaça do Circo da Corrupção que se instaurou no país
durante a Fraude da Abertura Democrática.
As posturas da presidenta e seus lacaios significam interpretar
que a calmaria da covardia e da omissão de alguns comandantes
pode ser o qualificativo de toda a caserna.
Até quando esses canalhas traidores do país acham que o
genocídio de milhares de pessoas inocentes como resultado do
bilionário roubo do dinheiro público, a transformação do poder
público em um Covil de Bandidos e de porcos comunistas, e o
país em um Paraíso de
17
Patifes, continuarão sendo aceitas por uma caserna, por
enquanto defensora da disciplina militar em relação aos atos de
desgovernos que estão destruindo o país?
Uma minoria de comandantes militares, lacaios de levante
comunista que está tomando conta do país, não será capaz de
segurar uma revolta latente que já se instaurou nos ambientes
dos quartéis, pois todos os militares e superiores imediatos
estão sendo testemunhas do assassinato de milhares de civis
todos os anos como consequência do roubo do dinheiro
público.
Todos esses também têm filhos e famílias que estão na fronteira
de se tornarem lacaios de uma Cuba Continental.
A qualquer momento as parcelas das FFAA não subservientes a
bandidos, as polícias civis e militares, e a Polícia Federal,
assumirão a consciência de que estão sendo feitas cúmplices do
assassinato de milhares de cidadãos todos os anos pela
obediência a um sistema de governo absolutamente corrompido
e criminoso em todas as suas instâncias.
O resultado será um conflito armado com as forças leais ao
desgoverno petista e seus cúmplices que, ao contrário do que
pensam, serão mortalmente derrotadas, pois as armas
necessárias para combater os inimigos de nossa pátria
aparecerão, e a revolta se fará presente em uma guerra civil de
absoluta responsabilidade do PT, que plantou durante décadas
as sementes de um conflito civil-militar armado no país.
Que o submundo do PT continue tentado destruir as FFAA e
chamando os comandantes militares de comandantes de
merda.
O preço a pagar por tanto atrevimento comunista se aproxima
de ser pago. De qualquer forma, pela insistência de muitos,
estamos ainda procurando acreditar que a traição militar ao país
se situe apenas no círculo de comandantes militares omissos,
covardes e cúmplices e não em um comportamento coletivo da
caserna.
–
Em 07 de março de 2014 – Este é um alerta à Nação brasileira,
assinado por homens cuja existência foi marcada por servir à
Pátria, tendo como guia o seu juramento de por ela, se preciso
for, dar a própria vida. São homens que representam o Exército
das gerações passadas e são os responsáveis pelos
fundamentos em que se alicerça o Exército do presente.
Assinam, abaixo, os Oficiais Generais por ordem de antiguidade
e demais militares e civis por ordem de adesão.
Oficiais Generais
1 – Gen Ex Pedro Luiz de Araujo Braga
2 – Gen Ex Angelo Baratta Filho
3- Gen Ex Luiz Guilherme de Freitas Coutinho
4 – Gen Ex José Carlos Leite Filho
5 – Gen Ex Domingos Miguel Antônio Gazzineo
6 – Gen Ex José Luis Lopes da Silva
7 – Gen Ex Luiz De Góis Nogueira Filho
8 – Gen Ex Valdésio Guilherme de Figueiredo
9 – Gen Ex Gilberto Barbosa de Figueiredo
10 – Gen Ex Luiz Edmundo Maia de Carvalho
11 – Gen Ex Antônio Araújo de Medeiros
12 – Ten Brig Ar (Refm) Ivan Frota
13 – Gen Ex Domingos Carlos Campos Curado
14 – Gen Ex Ivan de Mendonça Bastos
15 – Gen Ex Rui Alves Catão
16 – Desembargador do Tribunal de Justiça/RJ Bernardo
Moreira Garcez Neto
17 – Gen Ex Cláudio Barbosa de Figueiredo
18- Gen Ex Carlos Alberto Pinto Silva
19 – Gen Ex Luiz Cesário da Silveira Filho
20 – Gen Ex Maynard Marques de Santa Rosa
18
1- Gen Div Francisco Batista Torres de Melo
2 – Gen Div Amaury Sá Freire de Lima
3 – Gen Div Leone da Silveira Lee
4 – Gen Div Cássio Rodrigues da Cunha
5 – Gen Div Aloísio Rodrigues dos Santos
6 – Gen Div Robero Viana Maciel dos Santos
7 – Gen Div Marcio Rosendo de Melo
8 – Gen Div Luiz Carlos Minussi
9 – Gen Div Gilberto Rodrigues Pimentel
10 – Gen Div Ulisses Lisboa Perazzo Lannes
11 – Gen Div Luiz Wilson Marques Daudt
12 – Maj Brig Ar Edilberto Telles Shirotheau Corrêa
13 – Maj- Brig do Ar Cezar Ney Britto de Mello
14 – Maj Brig Ar Irineu Rodrigues Neto
15 – Maj Brig Ademir Siqueira Viana
16 – Ge n Div Clóvis Puper Bandeira
17 – Gen Div Roberto Schifer Bernadi
18- Gen Div Remy de Almeida Escalante
19 – Gen Div Sérgio Ruschell Berganaschi
20 – Gen Div Sérgio Pedro Coelho Lima
1- Gen Bda Rui Leal Campello – Detentor do Bastão da FEB
2 – Brig Ar Leci Oliveira Peres
3 – Gen Bda Dickens Ferraz
4 – Gen Bda Paulo Ricardo Naumann
5 – Gen Bda Gilberto Serra
6 – Gen Bda Aricildes de Moraes Motta
7 – Gen Bda Durval A. M. P. de Andrade Nery
8 – Gen Bda Carlos Augusto Fernandes dos Santos
9 – Gen Bda Miguel Monori Filho
10 – Gen Bda Iberê Mariano da Silva
11 – Gen Bda Eduardo Cunha da Cunha
12 – Gen Bda Tirteu Frota
13 – Gen Bda César Augusto Nicodemus de Souza
14 – Gen Bda Geraldo Luiz Nery da Silva
15 – Gen Bda Marco Antonio Felício da Silva
16 – Gen Bda Newton Mousinho de Albuquerque
17 – Gen Bda Paulo César Lima de Siqueira
18 – Gen Bda Marco Antonio Tilscher Saraiva
19 – Gen Bda Manoel Theóphilo Gaspar de Oliveira
20 – Gen Bda Hamilton Bonat
21 – Gen Bda Elieser Girão Monteiro
22 – Gen Bda Pedro Fernando Malta
23 – Gen Bda Mauro Patrício Barroso
24 – Gen Bda Marcos Miranda Guimarães
25 – Gen Bda Zamir Meis Veloso
26 – Gen Bda Valmir Fonseca Azevedo
27 – Gen Bda Marco Antônio Sávio Costa
28 – Brig.Ar Sérgio Luiz Millon
29 – Gen Bda Carlos Eduardo Jansen
30 – Gen Bda Mario Monteiro Muzzi
31 – Gen Bda Paulo Roberto Correa Assis
32- Gen Bda Iram Carvalho
33 – Brig Ar Danilo Paiva Alvares
34- Gen Bda Jos´e Alberto Leal
35 – Gen Bda José Luiz Gameiro Sarahyba
36 – Gen Brig Ar – Guido de Resende Souza
37 – Gen Bda Sady Guilherme Schmidt
38 – Contra- Alm Med Luiz Roberto Matias Dias
Oficiais Superiores
1- Cel Jarbas Gonçalves Passarinho
2 – Cel Carlos de Souza Scheliga
3 – Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra
4 – Cel Ronaldo Pêcego de Morais Coutinho
5 – Capitão-de-Mar-e-Guerra Joannis Cristino Roidis
6 – Cel Celso Seixas Marques Ferreira
7 – Cel Pedro Moezia de Lima
19
8 – Cel Cláudio Miguez
9 – Cel Yvo Salvany
10 – Cel Ernesto Caruso
11 – Cel Juvêncio Saldanha Lemos
12 – Cel Paulo Ricardo Paiva
13 – Cel Raul Borges
14 – Cel Rubens Del Nero
15 – Cel Ronaldo Pimenta Carvalho
16 – Cel Jarbas Guimarães Pontes
17 – Cel Miguel Netto Armando
18 – Cel Florimar Ferreira Coutinho
19 – Cel Av Julio Cesar de Oliveira Medeiros
20 – Cel.Av.Luís Mauro Ferreira Gomes
21 – Cel Carlos Rodolfo Bopp
22 – Cel Nilton Correa Lampert
23 – Cel Horacio de Godoy
24 – Cel Manuel Joaquim de Araujo Goes
25 – Cel Luiz Veríssimo de Castro
26 – Cel Sergio Marinho de Carvalho
27 – Cel Antenor dos Santos Oliveira
28 – Cel Josã de Mattos Medeiros
29 – Cel Mario Monteiro Campos
30 – Cel Armando Binari Wyatt
31 – Cel Antonio Osvaldo Silvano
32 – Cel Alédio P. Fernandes
33 – Cel Francisco Zacarias
34 – Cel Paulo Baciuk
35 – Cel Julio da Cunha Fournier
36 – Cel Arnaldo N. Fleury Curado
37 – Cel Walter de Campos
38 – Cel Silvério Mendes
39 – Cel Luiz Carvalho Silva
40 – Cel Reynaldo De Biasi Silva Rocha
41 – Cel Wadir Abbês
42 – Cel Flavio Bisch Fabres
43 – Cel Flavio Acauan Souto
44 – Cel Luiz Carlos Fortes Bustamante Sá
45 – Cel Plotino Ladeira da Matta
46 – Cel Jacob Cesar Ribas Filho
47 – Cel Murilo Silva de Souza
48 – Cel Gilson Fernandes
49 – Cel José Leopoldino e Silva
50 – Cel Pedro Carlos Pires de Camargo
51 – Cel Antonio Medina Filho
52 – Cel José Eymard Bonfim Borges
53– Cel Dirceu Wolmann Junior
54 – Cel Sérgio Lobo Rodrigues
55 – Cel Jones Amaral
56 – Cel Moacyr Mansur de Carvalho
57 – Cel Waine Canto
58 – Cel Moacyr Guimarães de Oliveira
59 – Cel Paulo Carvalho Espindola
60 – Cel Nelson Henrique Bonança de Almeida
61 – Cel Roberto Fonseca
62 – Cel Jose Antonio Barbosa
63 – Cel Jomar Mendonça
64 – Cel Carlos Sergio Maia Mondaini
65 – Cel Nilo Cardoso Daltro
66 – Cel Vicente Deo
67 – Cel Av Milton Mauro Mallet Aleixo
68 – Cel José Roberto Marques Frazão
69 – Cel Brigido Montarroyos Leite
70 – Cel Flavio Andre Teixeira
71 – Cel Jorge Luiz Kormann
72 – Cel Aluísio Madruga de Moura e Souza
73 – Cel Aer Edno Marcolino
20
74 – Cel Paulo Cesar Romero Castelo Branco
75 – Cel Carlos Leger Sherman Palmer
76 – Cel Gilberto Guedes Pereira
77 – Cel Carlos da Rocha Torres
78 – Cel Paulo Soares dos Santos
79 – Cel Mário Luiz de Oliveira
80 – Cel Wilson Musco
81 – Cel Luiz Fontoura de Oliveira Reis
82 – Cel Rubens Reinaldo Santana
83 – Cel Arthur Paulino Tapajoz de Souza
84 – Cel Josimar Gonçalves Bezerra
85 – Cel Affonso Correa de Araújo
86 – Cel Era Derli Stopato da Fonseca
87 – Cel Elmio David Dansa de Franco
88 – Cel Antonio Carlos Pinheiro
89 – Cel Av Silvio Brasil Gadelha
90 – Cel Av Sílvio Barreto Viana
91 – Cel Jorge Caetano Souza do Nascimento
92 – Cel Sérgio Augusto Machado Cambraia
93 – Cel Manoel Soriano Neto
94 – Cel Nelson Roque Vaz Musa
95 – Cel Rubens Vaz da Cunha
96 – Cel Mário Muzzi
97 – Cel Luiz Caramuru Xavier
98 – Cel Av Valdir Eliseu Soldatelli
99 – CMG (FN) Guilherme Gonzaga
100 – CMG Cesar Augusto Santos Azevedo
101 – Cel José Alberto Neves Tavares da Silva
102 – Cel Pedro Figueira Santos
103 – Cel Respício Antonio do Espírito Santos
104 – Cel Av Silvio da Gama Barreto Viana
105 – Cel Djair Braga Maranhoto
106 – Cel Airton Alcântara Gomes
107 – Cel Arcanjo Miguel Vanzan
108 – CMG Francisco Heráclio Maia do Carmo
109 – Cel Ary Vieira Costa
110 – Cel Ricardo Perera de Miranda
111 – CMG Edmundo Amaral Baptista
112 – Cel Nicolau Loureiro Neto
113 – Cel AV Sérgio Ivan Pereira
114 – CMG Geraldo da Fonseca
115 – Cel Nelsimar Moura Vandelli
116 – Cel Cesar Augusto de Jesus Magalhães
117 – Cel Rogério Oliveira da Cunha
118 – Cel José Augusto de Castro Neto
119 – Cel Benedito Luiz Longhi
120 – CMG Rogério Ferreira Esteves
121 – Cel Albérico da Conceição Andrade
122 – Cel Orlando Galvão Canário
123 – Cel AV José Alfredo de Tolosa Andrade
124 – Cel Pedro Arnóbio de Medeiros
125 – Cel Sérgio dos Santos Lima
126 – Cel Cezar Nunes de Araújo
127 – Cel Ivan Fontelles
128 – Cel Paulo Soares de Souza
129 – Cel Renato Brilhante Ustra
130 – Cel Ariel Rocha de Cunto
131 – Cel Rui Pinheiro Silva
132 – Cel Milton Moraes Sarmento
133 – Cel Paulo Sérgio da Silva Maia
134 – Cel Ney de Oliveira Waszak
21
A Resistência
Monarquista
Brasileira – Parte II
Luís Severiano Soares Rodrigues
Economista, pós-graduado em história, sócio correspondente
do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Conselheiro
Consultivo do Instituto Cultural Dona Isabel I, A Redentora, e
membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do
Rio de Janeiro (IPHARJ).
Muitas outras coisas poderiam ser faladas em relação aos
equívocos desse trabalho de Mary del Priore, mas o que já foi
falado é suficiente para contestá-lo. E a história da república é
o suficiente, para termos a certeza que a república é um
fracasso que se arrasta por 125 anos.
Mas devemos resgatar a dignidade dos monarquistas que
resistiram como puderam a esse estado de coisas, mesmo
tendo sidos enquadrados numa categoria que nasceu com a
república, os inimigos da república e eram punidos até por dar
um pio. E podemos afirmar que a república nunca foi
unanimemente aceita, como obras como a citada tentam fazer
crer.
Com a república os próprios republicanos sentem o amargo do
seu remédio. Em 06 de julho de 1893, antes mesmo da
deflagração da Revolta da Armada no Rio de Janeiro, o Alte.
Wandenkolk, vindo de Buenos Aires a bordo do Júpiter, tenta
auxiliar os revoltosos federalistas, lançando um manifesto aos
21
cidadãos de Rio Grande, onde ele enfatiza “é tempo de agir
em socorro dos irmãos. É tempo de se bater este soldado
sem escrúpulos, que fez da traição profissão de fé; que
procura por todos os meios, desde a intriga e a calúnia até as
armas, reduzir à escravidão sob o regime republicano uma
nação que foi sempre mais livre e republicana mesmo sobre
o regime monárquico”, os grifos são nossos, (Thompson
págs. 30 e 31).
Ao se revoltar a esquadra em setembro, Wandenkolk, será
um dos primeiros presos pelo regime do Mal Floriano. Essas
palavras são emblemáticas vindas de um republicano que
conspirou sorrateiramente, confirmando inclusive que a
quartelada de Deodoro só se concretizou com a dissimulação
do Mal. Floriano que se fingiu leal ao Visconde de Ouro Preto
e o traiu sem pestanejar. Isso, podemos confirmar, com o
jovem Pedro Nava no seu Balão Cativo (2° volume de suas
Memórias), “Perguntei, depois, se era nosso parente aquele
da peanha, o do busto colorido feito santo de altar, peito
constelado de ouro e veneras. Não era. Deus me livre! Esse
tribufu é coisa do seu tio Júlio e do Major Líbano. É o tal. É o
Floriano, o que ajudou o Deodoro a escaramuçar o nosso
Imperador. Olhou com nojo o busto do Bonzo e tive medo,
um instante, que ela o fosse demolir a golpes de muletas.”
(Pg. 119).
Em 1895, Joaquim Nabuco, no seu “O Dever dos
Monarquistas”, nos lembra “Tenho por certo que a função
benéfica da Monarquia no Brasil foi esta: (...) Independência,
unidade política, sistema parlamentar, sentimento da
liberdade, altivez do caráter brasileiro, inviolabilidade da
imprensa, força das oposições, direito das minorias; tirocínio,
aptidão, moralidade administrativa; vocação política
desinteressada; crédito, reputação, prestígio exterior;
brandura e suavidade de costumes públicos; igualdade civil
das raças, extinção pacífica da escravidão; glória militar,
renúncia do direito de conquista, arbitramento internacional;
cultura literária e científica a mais forte da América Latina;
(...)” (págs. 14/15), mais a frente falando dos percalços da
guerra civil,” Temos seis anos de república; tínhamos uma
tradição de humanidade a mais bela da América: de abolição
sem guerra civil, de guerra exterior sem conquista, de
revoluções sem vinganças, e hoje? Onde está Lorena? Onde
estão os filhos de Trajano de Carvalho? Onde está o marechal
Batovi? Onde está o barão de Serro Azul, com os seus
companheiros de vagão? Onde está Saldanha da Gama?”
(págs. 28/29) refere-se ele, aqui, aos muitos fuzilados sem
julgamento, ou seja, assassinados pelo novo regime, que
segundo Mary del Priore, era melhor do que remediar.
Mesmo tendo destruído todas as tentativas iniciais de
organização dos monarquistas, usando até do assassinato,
passando pelo empastelamento de todos os jornais
monarquistas, os mesmos não se resignaram como se
poderia supor, tanto é que passado a sanha assassina da
consolidação da república com as carnificinas das revoltas da
Armada e Federalista e o genocídio de Canudos, algumas
vozes não temiam em afirmar em 1902, como o Dr. Raphael
Corrêa da Silva, na Revista da Faculdade de Direito de São
Paulo: “o poder político atual gaba-se de estar fundado sobre
o levante de 15 de novembro. Esse sim: foi um atentado
ruidoso de lesa-majestade. Porque, se houve no século
passado quem pôde encarnar todos os conceitos ou todas as
qualidades de ordem moral e de ordem política, cujo
complexo se traduz pela palavra MAJESTADE, foi o Senhor D.
Pedro II, de imorredoura memória.” ”Que autoridade tem
hoje o poder judiciário da república para falar em crimes de
lesa-majestade?!” (pag.49).
Outra prova da permanência da visão positiva da monarquia
22
perdurando século XX adentro retiramos da biografia do
célebre poeta Emílio de Menezes:
“A palestra momentaneamente interrompida continuou”.
Versava sobre o sistema de governo. Emílio achava que, em
tese, a república era o governo ideal; mas que, aplicada ao
Brasil, dava resultados desastrosos.
Os outros concordavam, citando os erros dos vários governos
republicanos e contrapondo-lhes a retidão, a compostura, a
honradez dos estadistas do Império (...).
Argumento vai, argumento vem, e fala Emílio da instrução
pública.
_ Era outra coisa na monarquia; na monarquia se estudavam
Humanidades; não se forjavam bacharéis elétricos como
atualmente (...) estudava-se tudo muito mais! E não só no
curso preparatório; no superior também. (...) (pag. 175)
A divisão nas famílias foi uma constante, como nos diz o
embaixador Pio Corrêa “Em política, meu pai fora, desde a
primeira mocidade, ao tempo em que a república não estava
ainda consolidada, um republicano convicto _ opinião em
que divergia de minha mãe, também nascida ainda sob o
Império, e que viveu e morreu fervente monarquista.”
(pag.214).
Para completar esse quadro da persistência dos
monarquistas frente à situação republicana, retiramos essa
pérola da Biografia de Otávio Mangabeira (alma e voz da
república), que exerceu vários cargos legislativos e executivos
tais como Ministro das Relações Exteriores e governador da
Bahia. Onde cita uma descrição que o mesmo faz sobre o seu
pai: “Era um homem de viva inteligência, que se revelava,
sobretudo, no comentário a propósito, e, por via de regra,
humorístico. Aliava a tal ou qual espírito boêmio _ a
compenetração do seu dever de pai e mãe de família. Não
frequentando a política, tinha, entretanto, muito acentuada,
a preocupação da causa pública, e, fiel à Monarquia na
pessoa de Pedro II, de quem conservava a efígie, como se
fosse a de um santo, na sala de visitas, farpeava, sempre que
podia, com um motejo, as atividades republicanas”.
Numa obra de 1930, em “A Política Geral do Brasil”, de José
Maria dos Santos, encontramos a síntese do grau de
maturidade que a evolução do pensamento político, realista,
alcançou, mas que a Revolução de 30 veio interromper, como
o que de fato foi o prolongamento do pensamento
autoritário inerente à concepção da república no Brasil e que
teve mais um capítulo negro a partir do Estado Novo em 37.
“A república de 15 de novembro, com os seus antecedentes
de propaganda de ideias, subitamente rematada por uma
rebelião militar vitoriosa, teve a estranha virtude de alterar
por completo o senso político dos brasileiros. A corrente
liberal, que fora a característica predominante da nossa
evolução histórica desde as reinvindicações municipais da
época colonial, e que, depois de atravessar atormentada e
revolta o primeiro reinado e a Regência, enchera com o seu
fluxo bem ordenado todo o período de Pedro II, estacou
violentada e surpresa no acidente de 1889. O governo
provisório, na sua feição de vontade pessoal predominante
no meio de conselheiros irresponsáveis e submissos, deu-nos
imediatamente uma nova e para nós desconhecida figura da
liberdade – a liberdade republicana da Bolívia de Melgarejo
ou do Equador de Garcia Moreno, liberdade simples e fácil,
que se objetiva apenas nas frases de uma proclamação ou
nos compassos de um hino, mas que só deixa de ser cômica
quando se faz sinistra...” Além disso, “(...) dado o caráter de
fulminante ocupação militar da grande surpresa de 15 de
novembro, nenhum protesto eficaz ou simples discussão foi
imediatamente possível”. (...)
“Os brasileiros precisam afinal se convencer de que a marca
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essencial do acontecimento de 15 de novembro, a alteração
jurídica que no futuro lhe deu sentido real e significação
prática, não foi a mudança da designação verbal de
monarquia para república, nem a troca de um Imperador
vitalício e hereditário por um presidente mais ou menos
eleito para certo período. Foi, sim, a substituição de um
regime de livre consulta, no qual o governo, dependente dos
votos do parlamento, não podia entrar em conflito
permanente com a opinião pública; por outro regime
intransigente e autoritário, todo baseado na vontade
exclusiva do chefe do Estado. É isso que no fundo e apesar de
todos os disfarces mais ou menos teóricos, o que
unicamente estabelece e consagra a constituição de 24 de
fevereiro, não passando as suas excelsas declarações de
direitos, de leves e fulgurantes roupagens, atiradas
imprudentemente e sem muito jeito sobre um grosseiro
arcabouço de ferro”.
“Considerada a nossa revolução republicana sob esse
aspecto, que é o seu aspecto verdadeiro e exato, nós nunca
nos afastamos tanto da república, como no momento em
que a proclamamos e constituímos. Este é o fato significativo
e essencial, que devemos fixar bem e ter como base de todas
as nossas cogitações, se realmente temos a vontade de
encontrar remédio aos males atuais da nossa pátria.”
Este significativo diagnóstico de um cientista político do final
dos anos 20, mesmo voltando suas críticas para a
Constituição de 1891, pode ser estendido para as seis
Constituições seguintes inclusive a atual, que somada as suas
antecessoras nos legaram essa democracia formal, que não
dá aos cidadãos direitos de fato, apenas direitos cacófatos,
ou seja, direitos de direito e não de fato. Infelizmente a
“Revolução” de 30, interrompeu essa séria discussão que
amadurecida nos levaria ao término da desgraça começada
em 15/11/1889.
Mas os pensadores políticos subsequentes continuaram a
expressar opiniões que reforçam a nossa crença da
Monarquia Constitucional Parlamentarista como a solução
para os atrasos do nosso país.
Em Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, livro de
1936, nos diz “O Estado entre nós, não precisa ser despótico
– o despotismo condiz mal com a doçura do nosso gênio –
mas necessita de pujança e compostura, de grandeza e
solicitude, ao mesmo tempo, se quiser adquirir alguma força
e também essa respeitabilidade que nossos pais ibéricos nos
ensinaram a considerar a virtude suprema entre todas. Ele
ainda pode conquistar por esse meio uma força
verdadeiramente assombrosa em todos os departamentos
da vida nacional. Mas é indispensável que as peças do seu
mecanismo funcionem com certa harmonia e garbo. O
Império Brasileiro realizou isso em grande parte. A auréola
que ainda hoje o cinge, apesar de tudo, para os nossos
contemporâneos, resulta quase exclusivamente do fato de
ter encarnado um pouco esse ideal.” O interessante dessas
palavras é que a república já se encaminhava para completar
50 anos, e esse grande pensador brasileiro nos revela que as
vésperas desse fato a lembrança imperial persistia
significativamente, e para termos a dimensão do que de fato
é a república brasileira, é que depois dessas palavras o que se
viu foi o despotismo se exacerbar com a instauração da
ditadura do Estado Novo, de triste lembrança, em 37. Ou
ainda Hindemburgo Pereira Diniz, no seu Monarquia
Presidencial, livro que analisa a republica presidencialista,
“Em 1889, antes da proclamação da república, nenhum
brasileiro, com menos de 58 anos fora testemunha de um
golpe militar. Como diria Afonso Arinos, ‘ O Brasil era um
oásis de ordem, equilíbrio e relativa civilização em
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comparação com o drama circundante da anarquia sulamericana’(...)”, acrescentaríamos que a partir daí se
integrou bem na anarquia circundante e com louvor.
Por essa altura os monarquistas já haviam se organizado no
movimento Patrionovista, simplificação do nome Ação
Imperial Patrionovista Brasileira, cujo principal ideólogo era o
professor Arlindo Veiga dos Santos, que foi também membro
fundador da Frente Negra Brasileira, estudioso laborioso
deixou obra respeitável, entorno de 40 trabalhos publicados,
e fiel súdito, até a sua morte, de D. Pedro III, de jure,
Imperador do Brasil, merece todas as nossas homenagens.
Mas a ação monarquista ficou um tanto quanto desprovida
de possibilidade de ação, à medida que as crises internas da
república degeneravam em conflitos resolvidos com rupturas
que acabavam em soluções totalitárias, tal como no seu
início.
O moderno movimento monarquista, renovado pelo
plebiscito de 1993, e atuante é a prova viva, de que a
república tem oposição e que enquanto vivermos a nossa
luta continuará.
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Dom Felipe VI, novo Rei da Espanha, é a prova de
que a monarquia possui a fórmula de superação
das crises, com um recomeço tranquilo, sem
rupturas. As manifestações que ora vemos em
poucas cidades espanholas, nada mais são do que
os revanchistas que ainda querem manter abertas
as chagas da guerra civil, e arvoram a bandeira da
República comunista que Franco sepultou em
1939. Nessa hora que a democracia construída a
partir de 1975, da qual o principal artífice foi o Rei
D. Juan Carlos, precisa ser reforçada, essa minoria
barulhenta deveria se envergonhar de querer trair
aquele que transformou a Espanha num país
digno, respeitado e importante, ao contrário da
República infame que levou a Espanha à anarquia
e à guerra civil da qual levantam a bandeira e da
qual deveriam se envergonhar. A democracia
espanhola, agora cada vez mais forte, só tem uma
respostas aos cultuadores do passado. Viva o Rei.
Luís Severiano Soares Rodrigues
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