Juliana Flister / Agencia i7 Juliana Flister / Agencia i7 na do Cafezal. Com 20 anos dedicados à confecção de lingerie, a costureira andou desanimada com o negócio, que, até então, caminhava na informalidade. “Depois de ficar cinco anos ociosa, a equipe do BH Negócios me procurou e me incentivou a formalizar o meu empreendimento. Não achava que tinha perfil de empresária, mas, depois que assisti ao vídeo do Sebrae, mudei minha visão e fiquei animada novamente.” A loja, ainda sem nome, foi montada em sua casa e ganhou cara nova após a formalização. As araras receberam produtos diferenciados, a máquina de cartão substituiu o caderno de anotações com “as vendas fiadas” e o CNPJ lhe possibilitou comprar tecidos de qualidade superior e com preços mais baixos. Dado o pontapé inicial, Elzenir Reis, que trabalha sozinha, agora já pensa em ampliar o negócio e contratar um funcionário. Outra meta é fazer um curso voltado para o controle financeiro e a organização das contas. Esta demanda, de acordo com o agente Angelino, é comum à grande parte dos empreendedo- Maurício vende 100 espetinhos de churrasco em um dos pontos mais movimentados da comunidade do Cafezal 64 PASSO A PASSO ABRIL / MAIO 2013 res do Aglomerado da Serra. “Eles não têm muito controle do que entra e do que sai e acabam não sabendo a dimensão certa dos lucros. Por isso, mais que formalizar, buscamos consultorias e indicamos capacitações para suprir essas carências.” RESULTADOS | A formalização do negócio também ampliou os horizontes de Josiane Alves Pereira e Maurício Souza Silva. Há três anos, o casal decidiu se dedicar a um estabelecimento próprio. Mesmo sem experiência no ramo, eles apostaram na produção e venda de espetinhos e se tornaram uma referência na comunidade do Cafezal, no Aglomerado da Serra. No começo, os churrasquinhos do Maurício Espetinhos eram vendidos na porta de casa. Hoje, o casal os comercializa em um dos pontos mais movimentados da vila e ainda trabalha com teleentrega e venda do espetinho pré-pronto para restaurantes e eventos particulares. “Depois que formalizamos o nosso CNPJ, pudemos partir para outras áreas e comprar carne de melhor qualidade, com preços menores. Também construímos nossa rede de fornecedores fixos, o que torna o negócio mais fácil e ágil”, comenta Josiane Pereira. Por dia, o Espetinho do Maurício vende cerca de 100 churrasquinhos, a R$ 2,50 cada, mas o número chega a 250 dependendo do período do ano. Para atender aos pedidos feitos pelo telefone, o casal acaba de adquirir uma moto, financiada com empréstimo do Programa Nacional do Microcrédito (Crescer), apresentado pelos agentes do BH Negócios. Com o CNPJ em mãos, o casal também tratou de comprar uma máquina para vendas com cartão, o que impulsionou o comércio de espetos pré-prontos para outros estabelecimentos. Em 2012, Josiane e Maurício romperam os limites do Aglomerado da Serra. Por meio de um convite, eles conseguiram espaço para montar uma barraca durante o Savassi Festival, tradicional evento de jazz realizado no bairro nobre da capital mineira. Para Josiane Pereira, poder atender outro tipo de público, além de ser uma forma de divulgação, é um estímulo ao aperfeiçoamento contínuo. “Depois que participamos deste evento, fomos contratados para festas particulares e começamos a pesquisar novos produtos e cardápios. Isso está me motivando a buscar um curso de gastronomia e a querer crescer cada vez mais.” Para abrir sua loja, Kátia Moreira se capacitou em cursos com foco no empreendedorismo INCENTIVO | O programa BH Negócios, além de versificação de seus produtos. O objetivo é expanincentivar o empreendedor a buscar a formalidade do negócio, se tornou um ponto de referência para os empresários que querem aperfeiçoar e expandir o empreendimento, como é o caso de Kátia Barros Moreira. Depois de ser funcionária em diversas lojas, ela percebeu que tinha potencial para assumir o papel de proprietária. “No meu último trabalho, os patrões tinham muita confiança em mim, e eu acabei desempenhando funções da dona do estabelecimento. Foi nessa época que pensei: se tenho condições de fazer isso e ganhar como funcionária, é melhor ter o meu negócio.” Em abril de 2012, Kátia Moreira abriu a loja de presentes Habytós, na Vila Nossa Senhora de Fátima. “Foquei esse ramo por ser algo que a região ainda não oferecia.” Por conta própria, ela pesquisou quais os requisitos necessários para se formalizar, se registrou e se capacitou em cursos com foco no empreendedorismo. “Só pelo Sebrae Minas foram 15 cursos online”, recorda. Ela também se matriculou em um de coaching para começar a prestar consultoria a outras pessoas do Aglomerado da Serra. No futuro, pretende contratar um funcionário. Para atrair a clientela, a empresária prioriza a di- BH NEGÓCIOS EM NÚMEROS* dir o negócio, que, atualmente, tem faturamento de R$ 1.500, em média, com a venda de brinquedos, porta-retratos, acessórios, roupas, adornos para a casa, dentre outras peças úteis para dar de presente. Contudo, mesmo estando preparada, sempre surgem algumas dúvidas, que Kátia Moreira esclarece com a equipe do BH Negócios. “É muito bom contar com essa orientação, porque não me sinto sozinha e permaneço motivada, mesmo nos meses em que o movimento é mais fraco.” MOBILIZAÇÃO MOVIMENTA COMUNIDADE Como parte das atividades do BH Negócios, o Sebrae Minas vai promover, nos dias 24 e 25 de julho, em Belo Horizonte, uma série de palestras, oficinas e consultorias gratuitas aos empreendedores e interessados em abrir o próprio negócio. O Sebrae em Ação será realizado na Praça do Cardoso, onde haverá um espaço com cinco salas e um auditório. Serão abordados desde temas gerais, como formalização e atendimento ao cliente, até tópicos específicos para os segmentos mais expressivos na região do Aglomerado da Serra, como beleza e alimentos. *Referentes a 2012 1.136 958 904 783 406 647 423 EMPREENDEDORES EMPREENDEDORES VISITADOS CADASTRADOS VISITAS DEVOLUTIVAS VISITAS-RETORNO EMPREENDEDORES EMPREENDEDORES CAPACITADOS FORMALIZADOS ATENDIMENTOS INDIVIDUAIS www.sebraemg.com.br 65