UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de Letras e Artes
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural
Especialização em Estudos Literários
JOÃO BOSCO DA SILVA
([email protected])
AS TRÊS ECOLOGIAS, de FÉLIX GUATTARI
Pequena análise
Feira de Santana
2012
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As três ecologias é a temática do livro de Félix Guattari, onde mostra, por exemplo,
que os três registros ecológicos são:
1) O meio ambiente; 2) As relações sociais; e 3) Subjetividade Humana.
A rede de parentesco tende a se reduzir ao mínimo.
Somente a Ecosofia – articulação ético-política, poderá explicar esses três registros
ecológicos.
Existem as mutações e o crescimento demográfico.
É necessária uma revolução para responder a crise ecológica.
As questões nucleares são incentivadas.
O mercado mundial valoriza o individual e coloca em equivalência os bens materiais,
culturais, naturais etc., e coloca as relações sociais sob a direção das máquinas.
As relações leste/oeste – operário/burguesia, o antagonismo nos países capitalistas
tendem a se agravar.
A sociedade de consumo, na metade do Século XX desfez o que seria a
subjetividade operária linha dura.
Por outro lado, os países socialistas dão lugar ao serialismo de mídia (moda,
consumo etc.)
Virão mais zonas de fome, miséria e morte. No primeiro mundo teremos
desemprego entre os jovens e os idosos.
A oposição do terceiro mundo cresce em relação aos países desenvolvidos, e dentro
desses estão se instalando áreas de terceiro mundo.
Outro antagonismo latente é o homem e mulher, com a exploração do trabalho
feminino.
A juventude é manipulada pela produção de subjetividade coletiva da mídia. A
cultura do rock é intencional para a demarcação territorial e existencial . Daí surgem a
problemática ecológica.
A ideologia deixa de ser unívoca e a práxis humana passa a ter variados domínios.
A ECOSOFIA social deve desenvolver práticas de modificar a maneira de ser na
família, sociedade, trabalho etc., sem pretender voltar a formas anteriores.
Devem ser reconstruídas as possibilidades do ser-em-grupo. A ECOSOFIA mental
deve reinventar a relação do sujeito consigo mesmo.
Caso não seja possível articular os três registros fundamentais da Ecologia,
poderemos ter perigos do racismo, fanatismo religioso, cismas nacionalitários, exploração
das crianças, opressão das mulheres etc.
Na concepção da subjetividade, o sujeito não só pensa para ser, pois tem várias
outras maneiras de existir fora da consciência.
A opressão do fato psíquico é inseparável do agenciamento de enunciação. Uma
relação de incerteza se estabelece entre a apreensão do objeto e do sujeito.
A ordem do dia é o resgate de campos de virtualidade “futurista” e “construtiva”.
Refazer os paradigmas estéticos.
Os engodos da psicanálise não devem ser cultivados como jardins. É necessário o
engajamento nas instâncias da educação, saúde. Cultura, esportes, arte, mídia, moda
etc., evitando repetições, evoluindo na prática e nas bases teóricas.
As práticas sociais serão recompostas na ecologia social, na ecologia mental a na
ecologia ambiental, na égide estética da ECOSOFIA.
As relações da humanidade tendem a ser deteriorar cada vez mais, por conta da
aceitação das evoluções negativas (nocividade, e poluições objetivas) e do
desconhecimento e da passividade fatalista dos indivíduos e dos poderes em relação pás
questões em seu conjunto.
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O estruturalismo e o pós-modernoismo nos acostumou o ser humano a viver sem a
intervenção humana na política concreta. Morreum as ideologias e retorna os valores
universais.
Chernobyl e AIDS são exemplos do que os poderes tecnico-científicos nos
reservam. Devemos recompor objetivos e metas para lidar com o novo e não morrermos.
Guattari citou o exemplo do polvo, vivo numa água suja. E quando foi colocado numa
água limpa ele morreu (num programa de TV).
A natureza não pode ser separada da cultura. Não só as espécies desaparecem,
mas também as palavras, frases e a solidariedade humana.
A lógica das intensidades não s e aplica apenas ao ser humano, mas aos objetos
parciais, no sentido psicanalítico, aos rostos, paisagens etc.
A lógica dos conjuntos discursivos propõe limites a lógica das intensidade
(ecológica), levando apenas em conta o movimento e a intensidade dos processos
evolutivos.
O coração das práxis ecológicas está na ruptura dos canalizadores existenciais que
estão ao alcance das mãos, mas por falta de agenciamento de enunciação que lhe dê
suporte, pode perder a consistência.
Os diversos traços existenciais devem ter denotação e significação, cujo único ponto
de convergência é o de sustentar produções singulares ou ressingularizar conjuntos
serializados. A arte e a religião sempre foram bons refúgios existenciais.
O Capitalismo Mundial Integrado do autor Félix Guattari é agrupado em quatro
regimes semióticos: Econômico; Jurídico. Técnico-científico e de Subjetivação(arquitetura,
urbanismo etc.).
A ecologia social e a mental deveriam encarar que os oprimidos entendessem o
papel do poder representativo, mas os sindicatos e os partidos quando chegam ao poder
fazem exatamente as mesmas coisas que combatiam. Na ecologia social não bastam as
práticas sindicais externas e políticas tradicionais, devendo encarar seus efeitos tanto no
domínio da ecologia mental quanto na sociedade, em busca de novas práticas
micropolíticas e microsociais.
A ecologia social não pretende mais resolver os contrários, como queriam os
dialéticos de Hegel e Marx. Prevalecerá a expressão criadora, para fazê-lo derivar longe
das perspectivas anteriores mais seguras.
O princípio comum às três ecologias consiste em que “os territórios existenciais não
são fechados em si mesmo. São abertos a partir de uma práxis que possam torná-lo
habitável, se transformando na essência da arte da “ECO”, liberando as possibilidades
entre os três níveis Ecosóficos (visões ecológicas)
O princípio Mental:
Depende da lógica pré-objetal ou “processo rimário”, segundo Freud, sem
discriminação ou preferências de distinção.
A ecologia mental, na sua pertinência, deveria ser julgada em função de: a)
capacidade de circunscrever as cadeias discursivas em ruptura de sentido; b) sua
possibilidade de operar conceitos autorizando uma auto-construção teórica e prática.
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O Freudismo responde bem á primeira questão, mas não á segunda. A
representação da autoreferência criativa pode mascarar a existência ordinária, fazendo-a
transitar por mito e relatos de referência, que o autor dá o nome de meta-modelização.
Os fantasmas da agressão, racismo, assassinato são processos que sofrem censura
e contenção, mas o melhor seria promover uma verdadeira ecologia do fantasma que
habitam o mais íntimo dos indivíduos, que tivesse como objetivo as transferências,
translações e reconversões de suas matérias de expressão.
É necessário fazer uma reconstrução das engrenagens sociais, para fazer face aos
destroços do Capitalismo Mundial Integrado – CMI, passando por reforma de cúpula, leis,
experiências, alternativas e produção de subjetividade, que vai adquirindo autonomia,
articulando com o resto da sociedade, evitando se curvar e deixar nas mãos dos políticos
a decisão de nossa vida, além dos sindicatos, que são ultrapassados pelas mudanças. A
Ecologia social é fundamental.
As sociedades capitalistas produzem três tipos de subjetividade: 1) Serial (classe
assalariada); 2) Massa dos não-garantidos; e 3) elitista (camada dirigente).
A mídia trabalha em função da elite, enquanto as classes sujeitadas sofrem do
abandono e perda de esperança de dar sentido à vida.
A ecologia social espontânea constitui os territórios existenciais, a fim de suprir os
antigos rituais religiosos do SOCIUS. O Estado pode ter papel importante nessa gestão. O
destino de humanidade depende de ações em defesa da natureza.
São necessárias novas práticas sociais, estética e de si em relação ao outro. É na
articulação da subjetividade em estado nascente, do “socius” em estado mutante do meio
ambiente que está a saída das crises de nossa época .
Portanto, as três ecologias deveriam compor teoricamente uma disciplina comum
ético-estética e distintas sob o ponto de vista da prática, sendo ressingularizadas.
A subjetividade está ao mesmo tempo no meio ambiente, grandes Agenciamentos
sociais e institucionais e nos fantasmas “que habitam as mais íntimas esferas do
indivíduo”. Uma reconquista passo a passo de uma autonomia criativa particular vai ter a
necessidade de reconquistar outras em outros campos e somente assim será retomada a
confiança da humanidade em si mesma.
REFERÊNCIA:
GUATTARI, Feliz. As três ecologias. São Paulo: Papirus, 2009.
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