UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM GESTÃO ESTRATÉGICA AUTOSUSTENTÁVEL – CASO GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A. Por: Caroline Cruz de Andrade da Silva Orientador Prof. Sérgio Majerowicz Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM GESTÃO ESTRATÉGICA AUTOSUSTENTÁVEL – CASO GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A. Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Caroline C. de A. da Silva 3 AGRADECIMENTOS ....a empresa objeto deste estudo. Aos meus pais, irmãos, amigos e parentes. 4 DEDICATÓRIA .....dedico, principalmente, aos meus pais e irmãos. 5 RESUMO O tema Sustentabilidade tem sido bastante discutido nos tempos atuais; porém este tema surgiu há mais de 20 anos, com o nascimento do movimento ambientalista. Nos anos 90, passou também a abranger aspectos sociais, e só então a discussão convergiu para o conceito utilizado hoje. A poluição da terra, da água e do ar chegou a níveis tão altos que, em algumas regiões tem provocado deformidades e graves problemas de saúde para os habitantes locais. Em virtude disso, a sociedade está mais consciente de sua responsabilidade com o planeta e, tem se preocupado em manter relações com empresas que também se preocupam com o futuro sustentável. Sendo assim, a importância deste estudo consiste em mostrar como é preciso e possível que empresas se adéquem a este sistema para se manter e se desenvolver no mercado. Este projeto falará sobre o que a empresa de aviação Gol Linhas Aéreas Inteligentes tem feito para se destacar no mercado em que atua, através de idéias e atitudes sustentáveis e com responsabilidade social. Será apresentado um relato sobre essas práticas na gestão estratégica da companhia que vem se adaptando gradativamente a esta nova realidade. 6 METODOLOGIA Este trabalho buscará apoio básico em pesquisas na Internet, livros publicados sobre o assunto, revistas relacionadas e em artigos indicados em sites de Sustentabilidade. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa com pesquisa bibliográfica. Foi utilizado o estudo de caso da empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A., que atualmente desenvolve práticas que retratam o tema estudado. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - O que é Gestão Estratégica? 11 CAPÍTULO II - Gestão Sustentável 15 CAPÍTULO III – Ações voltadas a Sustentabilidade – caso Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. 22 CONCLUSÃO 38 ANEXOS 40 BIBLIOGRAFIA 46 WEBGRAFIA 47 ÍNDICE 48 FOLHA DE AVALIAÇÃO 51 8 INTRODUÇÃO Atualmente, tem se falado com bastante freqüência em sustentabilidade, responsabilidade social, planejamento, desenvolvimento sustentável, entre outros termos desse tipo. Isso se deve ao fato do uso irresponsável e indiscriminado de nossos recursos naturais, o que tem nos levado a uma escassez desses recursos necessários à nossa sobrevivência devido ao seu mau uso, ou uso desordenado. Por isso, este trabalho acadêmico falará sobre Gestão Estratégica Autosustentável para que o problema proposto – Como a empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes aplica medidas desse tipo em suas atividades de modo a obter lucros e se desenvolver ainda mais no mercado? – tenha resposta, e sirva de exemplo para as demais, em todos os ramos. O assunto em questão passou a ter maios relevância para a sociedade graças aos níveis bastante altos de poluição que o nosso planeta tem apresentado. Essa situação tem acarretado graves alterações climáticas que tem causado grandes desastres em diversas partes do mundo. Este tema foi abordado para salientar a grande importância da adoção de medidas sustentáveis dentro das grandes e pequenas empresas que visam implantar uma gestão estratégica. Pois, muito tem se escutado sobre a adoção de hábitos sustentáveis por parte do indivíduo, ou seja, que levem a sociedade à redução do consumo de energia, água e de outros recursos em geral. Porém, a inserção das organizações empresariais nesse meio ainda tem muito a desenvolver para que elas encontrem na sustentabilidade um bom caminho rumo à gestão estratégica. Em virtude destes acontecimentos, as pessoas estão cada vez mais conscientes de sua responsabilidade e de seu papel para com o planeta. O que os leva a adotar uma outra postura mais severa perante aqueles que ainda não se deram conta da gravidade dessa situação, e que ainda não se preocupam e não fazem parte dessa busca pelo desenvolvimento sustentável. Sendo assim, a relevância deste estudo consiste em alertar as empresas sobre sua importância para o desenvolvimento de uma gestão 9 estratégica e, por fim, para sua própria sobrevivência no mercado atual. O trabalho falará, de forma geral, sobre o que pode ser e tem sido feito em busca desse futuro sustentável. Serão apresentadas as ações realizadas por esta empresa – Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. -, que já começou a se adaptar a esta nova realidade. O objetivo geral deste estudo é tornar clara a vantagem da adoção de medidas sustentáveis para o desenvolvimento estratégico das organizações, além de criar uma consciência sustentável nas empresas que ainda não se preocupam com essa questão. Além disso, o estudo visa fornecer uma idéia do cenário atual sobre o que vem sendo praticado no mercado, e também relatar os benefícios adquiridos com as práticas sustentáveis. Tudo isso, visando alertar as organizações sobre as conseqüências da não-observância neste tema. Para solucionar o problema apresentado neste estudo, será apresentada uma hipótese que pode responder a questão principal; mostrando as ações que levam a empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. a fazer parte do grupo crescente de empresas que já praticam a sustentabilidade como elemento de grande importância em sua gestão estratégica. Esta hipótese mostra que, com o objetivo de reduzir custos constantemente e se consolidar ainda mais no mercado em que atua, esta organização encontrou na sustentabilidade uma boa forma de se atingir este objetivo. Tal empresa possui diversos setores que necessitam de recursos do meio ambiente, considerados renováveis ou não; e a obtenção de tecnologias mais sustentáveis gerou um bom lucro, a médio ou longo prazo. Isto se deve ao fato de que a empresa passa a se tornar mais independente dos preços impostos pelo mercado, uma vez que as matérias-primas que começam a estar em falta no mercado encarecem. Ou seja, a forte tendência vem mostrando que as empresas que não adequarem sua gestão aos programas de sustentabilidade desaparecerão, e em um período não muito longo de tempo. Este estudo será dividido em três capítulos que irão tratar, respectivamente, de explanar sobre o que é gestão estratégica, como este tipo 10 de gestão está diretamente ligado ao tema sustentabilidade, e finalmente mostrar o caso Gol Linhas Aéreas Inteligentes e como parte de suas atividades vem sendo desenvolvida baseada nessa premissa de gestão estratégica autosustentável. 11 CAPÍTULO I O QUE É GESTÃO ESTRATÉGICA? Genuinamente, o termo ‘Gestão Estratégica’ significa acrescentar novos elementos de reflexão e ação sistemáticas e continuadas, a fim de avaliar a situação, elaborar projetos de mudanças estratégicas e acompanhar e gerenciar os passos da implementação. E, esse conceito já podia ser observado há muitos séculos atrás. Pois Sun Tzu (V a. C.), militar chinês, em sua obra “A Arte da Guerra” já dizia: “Quando você conhece seu inimigo e a si próprio, ganhará todas as batalhas. Quando você se conhece, mas não conhece o inimigo, vencerá algumas batalhas. Quando você não conhece nem ao inimigo nem a si próprio, perderá todas as batalhas.” Porém, as empresas e organizações em geral passaram a adotar tal postura a partir do século XX, adaptando muito das estratégias militares ao mundo dos negócios. O pensamento estratégico nas empresas passou a ser pautado pela afirmação de que, seus conflitos são muito maiores que os da guerra; estes são permanentes e constantes. E assim, a idéia de estratégia foi inserida no meio empresarial. Logo, uma empresa que atua com uma gestão estratégica apura todos os seus processos e sua real atuação, desenvolvendo ações corretivas constantes, focando seus objetivos e metas, com o objetivo de manter sua sobrevivência, crescimento e diferenciação competitiva. No entanto, para se compreender melhor o que é uma gestão estratégica, é preciso ter uma noção do significado do termo ‘Planejamento Estratégico’; este é um compromisso com ações e, principalmente, resultados de longo prazo. No Planejamento Estratégico são estabelecidas as prioridades de atuação e o direcionamento do perfil de ação para toda a organização. Já a Gestão Estratégica faz a ligação entre essas diretrizes globais e o trabalho de cada uma dos setores do cotidiano da empresa. 12 Este tipo de gestão é formado por alguns itens, como: um conjunto de valores essenciais ao trabalho da organização, definidos de forma clara e compartilhado a todos; visão de futuro; objetivos a serem alcançados; entre outros. E, é somente com a gestão estratégica que os resultados podem se tornar sustentáveis. Em suma, a gestão estratégica coloca em prática o plano estratégico. Entretanto, além de implementar o plano, a gestão deve acompanhar a evolução de seus resultados. A cada mudança no ambiente, um novo diagnóstico pode ser necessário e, consequentemente, novas decisões devem ser tomadas. E, dependendo do tipo de empresa, do ambiente externo e de outras situações, estas mudanças podem ser constantes e rápidas. Sendo assim, é bastante visível a importância do processo de tomada de decisão – este é uma dos principais pilares para o êxito de uma gestão estratégica. Sendo que, para se obter êxito na gestão é preciso que a organização tenha profundo conhecimento a respeito de si própria, do mercado em que está atuando, bem como dos seus concorrentes, do ambiente de modo geral e da dinâmica que envolve todos esses elementos. Tendo isso em vista, a organização poderá determinar qual será a estratégia competitiva mais adequada para seu sucesso. E, de acordo com Michael Porter (1991), estratégia competitiva: “é a busca de uma posição competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência. A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência.” Mas o plano estratégico deve ser modificado sempre que necessário. Nunca se deve considerar que, após este confeccionado, os trabalhos estão encerrados. Pois este tipo de erro pode causar o insucesso do projeto. E, de nada adianta um plano estratégico bem elaborado, completo e detalhado, se não houver o entendimento da necessidade de acompanhar as constantes mutações do mundo atual – este plano, certamente, estará 13 condenado ao fracasso. Só se tem uma gestão estratégica eficiente se houver um planejamento estratégico adequado. E, dentro deste planejamento estratégico, um outro elemento de grande importância é o enfoque. Optando por esse tipo de ação, o plano estratégico pode se mostrar mais eficaz em casos de um segmento de mercado que esteja sendo negligenciado pelas empresas de escopo amplo. A satisfação do consumidor é sempre o objetivo de todo gestor, mas, por vezes, é esquecido um elemento crítico do posicionamento baseado nas necessidades. As diferenças nas necessidades só resultam em posicionamentos corretos quando o melhor conjunto de atividades para a satisfação também variar. Se assim não fosse, todas as empresas conseguiriam satisfazer essas mesmas necessidades e não haveria nada único e original no mercado. Qualquer que seja o tipo de enfoque, esse requer um conjunto integrado de atividades. E, tendo definido esse enfoque, já é possível criar uma estratégia. Essa estratégia é a montagem de uma posição única e valiosa que engloba um conjunto diferente de atividades. Se houvesse apenas um enfoque ideal, não haveria necessidade de estratégia. A essência desse posicionamento estratégico consiste em escolher atividades diferentes das das empresas rivais. Se o mesmo conjunto de atividades fosse o melhor para produzir todo o tipo de variedades, de satisfazer todas as necessidades e de ter acesso a todos os consumidores; então as empresas poderiam facilmente substituir-se entre si e os resultados seriam sempre eficazes. Todo esse trabalho em conjunto deve levar a organização por um só caminho: o da vantagem competitiva. A vantagem competitiva nasce do sistema integrado dessas atividades. A adaptação entre as atividades reduz substancialmente os custos e aumenta a diferenciação; e consequentemente, o lucro. Considerando, entretanto, que o ambiente de atuação das organizações e o próprio meio em que as indústrias estão inseridas são dinâmicos, devemos ressaltar que nenhum modelo ou estratégia de competição pode ser rígido ou inalterado. Se as circunstâncias mudam, as 14 posturas devem mudar ou estarão fadadas ao fracasso. Isso aplica-se também ao posicionamento estratégico das organizações. As mudanças que podem ocorrer em uma determinada indústria ou mercado podem demandar uma substituição ou variação na estratégia genérica da empresa. A tendência mostra que, a gestão já vem sendo, e será ainda mais, incerta e desafiadora. As mudanças e transformações são inúmeras. É preciso que a organização esteja sempre preparada, pronta para se manter; e se possível, de forma sustentável. 15 CAPÍTULO II GESTÃO SUSTENTÁVEL Durante muitos séculos, o homem acreditou que pudesse viver e perpetuar sua espécie, sem a necessidade de se preocupar com o meio ambiente: a vida se renovaria e os recursos naturais seriam sempre infindáveis para todos. Antigamente, isso era mesmo possível; evoluir retirando da natureza tudo aquilo que se achasse necessário, sem maiores preocupações. Porém, o tempo passou, e a vida em nosso planeta mudou bastante. Crescentes mudanças climáticas, com conseqüências trágicas ocasionadas pela ação da natureza e o alto índice de poluição da água, terra e ar fizeram com que a população começasse a repensar sobre a forma com que a sociedade tem utilizado os recursos do planeta. A degradação ambiental ganhou grande visibilidade, fazendo com que parte da população concluísse que algo deveria mudar e de forma rápida para que as futuras gerações pudessem viver, e viver bem. Sendo assim, essa parte da população iniciou, discretamente, uma pressão sobre as empresas em geral, com relação às suas práticas de produção e prestação de serviços. Além disso, as empresas que utilizam recursos da natureza e, consequentemente, poluem o meio ambiente, também observaram que, para que os recursos naturais continuassem disponíveis seria necessário preserválos. A partir daí, criou-se uma necessidade nas empresas de adaptarem seus procedimentos ou mudarem sua forma de agir de forma drástica e rápida; primeiro sob pena de verem suas vendas caírem e, por consequencia, seus lucros, devido a esta nova forma de pensar de seus consumidores, que optam por produtos e serviços oferecidos por empresas sustentáveis; e segundo sob pena de verem suas fontes de matéria-prima esgotadas. 2.1 Histórico 16 Após o incidente da explosão do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1987, o termo ‘Sustentabilidade’ ficou conhecido, através da publicação do relatório Nosso Futuro Comum, ou “Relatório Brundtland”. Este documento deixava claro deveria haver um equilíbrio entre o crescimento econômico e a proteção ao meio ambiente. E, assim nasceu o termo ‘Desenvolvimento Sustentável’, que anos mais tarde passou a fazer parte dos documentos oficiais da ONU. Influenciada por este relatório, a ONU convocou uma nova conferência. E, em 1992 ocorreu a Eco 92, no estado do Rio de Janeiro. Neste evento, foi aprovado um documento chamado “Agenda 21”, que continha um plano de ação que enumerava os objetivos a serem atingidos pelas sociedades para sustentar a vida no planeta. E todos os Chefes de Estado presentes no evento assinaram o documento e se comprometeram em adotar este novo padrão de desenvolvimento. E, outros encontros ocorreram nos anos seguintes, objetivando revisar o Agenda 21 e propor novas ações. Assim, com o auxílio de organizações e institutos ligados a área, empresas iniciaram um processo de mudança interna, criando e adotando práticas sustentáveis que demonstrassem sua preocupação e respeito pelo planeta e com a sociedade nele inserida. Desta forma surgiram os termos “Gestão Sustentável” ou “Sustentabilidade Empresarial” que, para os especialistas, descrevem a capacidade das empresas em se manterem vivas neste cenário atual. 2.2 A adesão à idéia de Sustentabilidade no ramo empresarial Essa preocupação com o tema fez com que muitos empresários e, principalmente, acionistas e investidores procurassem investir em empresas que estivessem desenvolvendo algo para tornarem-se mais sustentáveis. Eles acreditam que estas empresas, no futuro, terão um bom retorno da sociedade com um considerável aumento no número de vendas, e estarão mais 17 preparadas para as mudanças externas, seja ela no âmbito social ou ambiental. Considerando essa necessidade iminente, Almeida (2002, p. 35) descreve o que as empresas precisam ter em foco ao aderirem a projetos de Sustentabilidade: “A empresa que quer ser sustentável inclui entre seus objetivos o cuidado com o meio ambiente, com o bemestar do stakeholder e com a constante melhoria da sua própria reputação. Seus procedimentos levam em conta os custos futuros e não apenas os custos presentes, o que estimula a busca constante de ganhos de eficiência e o investimento em inovação tecnológica e de gestão.” Com base nesta crescente importância que o tema tem adquirido, muitos estudos têm sido feitos sobre esta natureza. Eles comprovam que a adoção de práticas sustentáveis traz inúmeros benefícios para as empresas em diversos sentidos; como a valorização da imagem institucional e da marca, fidelização do cliente, capacidade de adaptação, longevidade, entre outros. Entretanto, nem todas as empresas entendem que é extremamente necessário repensar o seu modelo de negócios para sobreviver neste cenário econômico atual, onde as exigências socioambientais estão se tornando uma realidade. É preciso um remodelamento em sua gestão, e o pensamento deve estar focado no presente e, principalmente, no futuro da organização. Atualmente, muitas empresas ainda pensam no lucro como sendo uma finalidade; porém, a verdadeira missão da empresa deve estar sempre pautada em três dimensões: econômica, social, e ambiental. Assim a empresa pode continuar visando o lucro, mas considerando o impacto de suas atividades na sociedade e no meio ambiente, procurando amenizá-los e desempenhando, ao mesmo tempo, ações na área social. 18 Muitas organizações ainda acreditam que, investir em sustentabilidade trará prejuízos financeiros, e associa esta idéia a um aumento nos custos operacionais e no preço de seus produtos ou serviços, o que deixaria em risco sua colocação no mercado consumidor. Para tentar sanar este equívoco, Almeida (2002, p. 34) diz: “Para ser sustentável, uma empresa ou empreendimento tem que buscar, em todas as suas ações e decisões, em todos os seus processos e produtos, incessante e permanentemente, a ecoeficiência. Vale dizer, tem que produzir mais e melhor com menos: mais produtos de melhor qualidade, com menos poluição e menos uso dos recursos naturais. E tem que ser socialmente responsável: toda empresa está inserida num ambiente social, no qual influi e do qual recebe influência. Ignorar essa realidade é condenar-se a ser expulsa do jogo, mais cedo ou mais tarde.” Atualmente, encarar a sustentabilidade como uma necessidade real e premente para todos os portes de empresas é a condição mais básica para qualquer empreendimento ter sucesso. As necessidades dos consumidores refletem também a sua visão de mundo e a importância que dão as questões sociais e ambientais deste. E para as empresas, essa visão deve ser intrinsecamente embutida em seu planejamento e prevista em qualquer estudo mercadológico. A sustentabilidade é um conceito de extrema importância, e precisa ser difundido no mercado empresarial. Essas empresas precisam compreender que, o custo com danos ambientais pode ser muito maior do que os investimentos em práticas sustentáveis, assim como a administração dos conflitos sociais também. Além dos prejuízos ambientais e financeiros, ignorar as dimensões ambientais e sociais prejudica sua imagem perante a sociedade em geral, reduzindo, assim, as vendas, o lucro e a credibilidade. 19 Os preços impostos pelo mercado costumam encarecer e muito o preço das matérias-primas, quando estas estão em falta no mercado. Entretanto, quando as empresas realizam investimentos em práticas sustentáveis, principalmente nos setores que necessitam de recursos do meio ambiente, considerados não-renováveis, estas trocam as tecnologias que degradam a natureza por outras mais sustentáveis, e claramente percebem um bom lucro; pois se torna mais independente das taxas impostas pelo mercado. Estas empresas que se propõem a aderir a este processo também precisam de crédito. E, geralmente vão buscar em bancos que também estejam ligados a sustentabilidade. Estes bancos, antes de liberarem os créditos para as empresas, realizam uma análise de todo o projeto: verificam as condições econômico-financeiras, o risco ambiental, os impactos ao meio ambiente e à sociedade, para só depois informar sobre a liberação ou não do empréstimo; criando uma barreira àqueles que não se preocupam com o tema sustentabilidade. Por vários motivos, as empresas que praticam o desenvolvimento sustentável têm a tendência de crescer evolutivamente. A sustentabilidade visa tanto o crescimento da empresa ou organização, quanto os princípios éticos sobre as questões ambientais. É bastante comum que ocorra interferência política nesse assunto. Entretanto, os órgãos políticos devem e costumam ter um grande cuidado ao criar uma lei sustentável, pois o prejuízo das empresas poderia atrapalhar toda uma economia. O governo deve funcionar como uma das principais fontes de mudança e regularização neste sentido. Tendo o controle sobre políticas fiscais, tributárias e sobre os principais órgãos de defesa do meio ambiente, o governo tem em mãos o poder necessário para mudar este quadro e desenvolver e buscar a sustentabilidade, sem perder a qualidade de vida dentro do ambiente econômico. Em todo o mundo, os governos têm tido estes tipos de atitudes, incentivando as empresas que adotam estas práticas - mas estas ainda se mostram muito modestas. 20 Contudo, o uso consciente dos recursos naturais é muito vantajoso para a grande maioria das empresas. Se forem sustentáveis, ganham uma boa imagem com seus consumidores, e, mais que isso, ganharão maior independência do mercado externo para adquirir matéria-prima, energia e etc. E, com isso, estarão sempre de encontro ao seu maior objetivo: se manter no mercado, e obter lucro. Ou seja, fica cada vez mais claro que, as empresas que não estiverem de acordo com programas ligados à sustentabilidade não sobreviverão por muito tempo no mercado. Os empresários e responsáveis pelas organizações precisam entender que, a longo prazo, a procura por inovações para atender a padrões ambientais e a busca de materiais alternativos podem determinar redução de custos (Wilkinson et al., 2001). Devemos entender que sustentabilidade é a sustentação da vida no planeta, no seu sentido mais amplo; e o caminho a se seguir deve ser, sim, o do desenvolvimento sustentável. Neste contexto, o papel que as empresas exercem é fundamental. Espera-se que estas sejam éticas e transparentes e que estes atributos possam ser comprovados por todos. Desta forma, as empresas precisam se especializar, buscando contínuas melhorias em sua gestão; sendo um caminho a Responsabilidade Social. 2.3 O emprego da Responsabilidade Social Nos últimos anos, notou-se uma grande evolução na conceituação e prática da Responsabilidade Social empresarial. Este novo parâmetro para se administrar tem ganhado corpo e consistência, além de contribuir para que as empresas se tornem mais éticas, buscando a excelência com o passar do tempo. 21 Muitas organizações têm conseguido integrar aos aspectos econômicos, os aspectos sociais e ambientais; essa realidade tem contribuído para identificar sob quais condições os lucros foram obtidos – mostrando respeito aos envolvidos nessa estratégia. E a movimentação dentro de uma organização por meio da Responsabilidade Social faz com que esta saia de sua zona de conforto. As empresas, como organismos vivos e complexos que são, estão em constante movimento. Elas se movimentam para a conquista de seus objetivos e metas, para a conformidade legal, para a adequação a um novo mercado, para serem únicas; porém tais movimentos geram desequilíbrios. E este desequilíbrio pode comprometer a trajetória da empresa rumo ao negócio sustentável. E, os impactos desse desequilíbrio são sentidos pela empresa. Sendo assim, torna-se, mais uma vez, prudente e responsável, a adoção de um modelo de gestão estratégica e de ferramentas de gestão capazes de identificar e corrigir eventuais desequilíbrios e impulsionar a empresa rumo à longevidade. Porém, ainda é percebido um interesse relativamente baixo sobre Responsabilidade Social empresarial em nosso país. Para estar alinhada com este tema, a educação corporativa deve ser um dos primeiros passos da empresa. Pois uma das medidas principais é a conscientização dos funcionários sobre a importância de simples ações. Fica cada vez mais claro que, o desenvolvimento de ações no ambiente de trabalho é uma fator de extrema importância para que a organização consiga se tornar e para que seja considerada socialmente responsável. Sendo assim, a empresa que deseja se tornar realmente sustentável deve transformar as teorias sobre Responsabilidade Social em medidas concretas; esse será um diferencial frente à concorrência. Criar soluções efetivas nesse sentido proporciona destaque no cenário corporativo, além de desenvolver a economia desta de forma mais sustentável. 22 CAPÍTULO III AÇÕES VOLTADAS A SUSTENTABILIDADE – CASO GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A. A empresa começou suas operações com o nome Gol Transportes Aéreos S.A., e iniciou seus vôos em 15 de janeiro de 2001 como a 1ª companhia aérea regular brasileira, do século 21. Desde o início ofereceu ao mercado uma alternativa de transporte seguro, a preços acessíveis e mais atrativos, em comparação às ofertas convencionais de transporte aéreo. Com o objetivo de reduzir custos, a companhia priorizou a utilização de uma frota nova e padronizada de aeronaves da empresa americana Boeing, e disponibilizou classe única de serviço, o que simplificou a experiência de viagem aérea do brasileiro. A empresa também investiu em tecnologia e inovação: acabou com os tradicionais bilhetes de papel e estabeleceu a internet como seu principal canal de vendas. No ano de 2004, a companhia abriu capital, lançando simultaneamente suas ações na bolsa de São Paulo (Bovespa) e de Nova York (NYSE). Dessa forma, potencializava seu crescimento, com a captação de recursos adicionais para a expansão de sua frota. Em função dessa nova realidade, criou-se a Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A., para controlar a Gol Transportes Aéreos S.A. Em 28 de março de 2007, essa empresa controladora adquiriu 100% das ações da VRG Linhas Aéreas S.A., operadora da marca Varig e detentora de ativos importantes, como Smiles, o maior programa de milhagens da América Latina. Atualmente, as duas subsidiárias operacionais estão reunidas em uma única empresa aérea, que mantém as marcas Gol e Varig. A companhia oferece mais de 900 vôos diários para 55 destinos que conectam as mais importantes cidades do Brasil e os principais mercados internacionais da América Latina. No total, a companhia possui 5 marcas importantes e reconhecidas na indústria brasileira de aviação, e que se converteram em ativos intangíveis 23 fundamentais para o posicionamento desta: Gol, Varig, Gollog, Smiles e Voe Fácil. Além da Gol, Varig e Smiles, a empresa administra a Gollog, um serviço de cargas aéreas da companhia para todos os destinos operados pela Gol, e o Voe Fácil, um cartão que permite a compra do bilhete aéreo e o seu parcelamento em até 36 vezes. Este cartão pode ser utilizado na compra de passagens para todos os destinos que a empresa opera. Consciente de que a emissão de gases causadores do efeito estufa (GEE) é o principal impacto do setor de aviação, a companhia tem desenvolvido continuamente pesquisas que irão resultar em tecnologia mais limpa, que minimize os impactos ao meio ambiente, e que garantirão a disponibilidade de combustíveis no longo prazo. Neste trabalho serão apresentados exemplos desse contínuo aprimoramento da tecnologia que utilizado nas operações da Gol, como a renovação da frota e a instalação de sensores para viabilizar o GPS Landing System (que será melhor abordado mais tarde), um equipamento do ramo, que permitem a redução do consumo de combustíveis e, como conseqüência, emitem menos gases causadores do efeito estufa (GEE). A Gol foi criada em 2001 com a missão de popularizar o transporte aéreo no Brasil e na América do Sul. Hoje, tem como incumbência continuar a aproximar pessoas com segurança e inteligência, e como visão ser a melhor companhia aérea para se viajar, trabalhar e investir. Sua estratégia é voltada para o crescimento rentável resultante de uma estrutura de baixo custo e alta qualidade no atendimento, o que permite oferecer tarifas reduzidas e, consequentemente, uma opção de transporte acessível a todos, compondo um ciclo de desenvolvimento autosustentável. 3.1 Gestão e Estrutura Organizacional O controle acionário da Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. pertence as sociedades Vald Participações S.A., Thurgau Participações S.A., Limmat Participações S.A. e Aller Participações S.A., que são controladoras da 24 Aeroparticipações S.A., sua controladora imediata. Além disso, a empresa é controlada pelo Fundo de Investimentos em Participações Volluto (antigo Fundo de Investimentos em Participações Asas), que detinha, no final de 2009, 63,4% de seu capital total. Em 2009, a Gol promoveu uma reestruturação organizacional visando simplificar sua gestão e reduzir o número de Diretorias VicePresidências, responsáveis pela gestão direta dos negócios, que passam de cinco para quatro: Técnica; de Finanças, Estratégia, Planejamento e Tecnologia da Informação; de Clientes, Colaboradores e Gestão; e de Mercado. Além destas, existe ainda o Conselho de Administração da empresa. Este conselho tem participação ativa na definição de estratégias da Companhia e na escolha dos diretores executivos e monitoramento de seu desempenho, tendo participado do processo de decisão da nova estrutura organizacional da Gol, definida em 2009. É composto por nove membros, sendo quatro independentes. Um fato interessante neste conselho é que, de acordo com o Estatuto Social da companhia, os acionistas são responsáveis por estabelecer em Assembléia a remuneração global a ser paga aos membros do conselho. Uma vez estabelecido o valor total de remuneração, os membros deste tornamse responsáveis por estabelecer níveis individuais de remuneração em cumprimento ao Estatuto. E, a gestão da companhia ainda conta com os chamados Comitês de gestão. Para garantir uma gestão eficiente, a empresa implantou a criação de quatro comitês de gestão e um subcomitê, instituídos pelo Conselho de Administração, que apóiam suas áreas de negócio e são compostos por integrantes de diversas áreas da companhia. Dentre estes, destacam-se o Comitê de Estratégia (composto por sete integrantes) e o Comitê de Pessoas e Governança Corporativa (este, composto por cinco integrantes). Este último é responsável por diversas ações, como: revisão e recomendação ao Conselho de Administração das formas de 25 remuneração a serem pagas aos colaboradores, incluindo salário, bônus e etc; e análise dos planos de carreira e de sucessão para a Administração; entre outros. Adicionalmente, ainda existe a gestão de riscos, que é parte dos processos de planejamento estratégico e operacional da companhia, e que visa à proteção e sustentabilidade dos negócios, bem como dos recursos materiais e financeiros utilizados em sua operação. Esta parte da gestão divide os riscos em dois tipos: econômicofinanceiros e operacionais. Os principais riscos econômico-financeiros inerentes às operações da empresa estão atrelados aos gastos com combustíveis, intensificados em momentos de volatilidade e oscilações nas taxas de juros e no câmbio. Já os riscos operacionais remetem ao patrimônio da companhia que é protegido por seguros contratados com limites adequados à cobertura dos riscos inerentes ao seu negócio. As aeronaves, obviamente, também são seguradas. A Gol conta também com uma Diretoria de Segurança, ligada diretamente ao Conselho de Administração, de forma a assegurar as melhores práticas em segurança operacional. Contudo, os últimos registros mostram que a empresa transportou, em 2009, 28,4 milhões de clientes. E sua taxa de ocupação média consolidada foi de 65,2% - ambos os números são maiores em relação ao ano anterior. E, neste mesmo período, seus custos e despesas registraram queda de 13,6% em relação ao ano anterior, somando R$ 5,6 bilhões. Esse resultado é decorrente, principalmente, da queda de 31,1% nas despesas com combustíveis, reflexo das diversas iniciativas sustentáveis adotadas buscando a melhoria da eficiência operacional. Desde 2001, a companhia transportou 130 milhões de passageiros, permitindo que um número maior de pessoas trocasse o ônibus pelo transporte aéreo, ganhando tempo, conforto e segurança no deslocamento. No que diz respeito à plataforma tecnológica da Gol, esta está em constante evolução para dar agilidade aos clientes, reduzir custos e criar novos diferenciais para a oferta de produtos da companhia. Atualmente, essa 26 plataforma proporciona aos clientes uma facilidade até então inédita no mercado de aviação brasileiro, o check-in pelo celular, que é disponível nos aeroportos de São Paulo, Brasília, Rio de janeiro e Confins (Minas Gerais). E, iniciado com a aquisição da Varig, o processo de revitalização do Smiles, o maior programa de milhagem da América latina, com mais de 6,8 milhões de participantes e 160 parceiros, consolidou, em 2009, importantes novas parcerias com grandes companhias, como a Air France/KLM, a delta Air Lines, e a norte-americana American Airlines, que possui o maior número de freqüências dos estados unidos ao Brasil. Em 2009, diversas novas parcerias passaram a gerar benefícios para os clientes, como 50% de desconto nos aluguéis de carros com a unidas realizados pelo site da empresa, oferta de seguros para viagens e descontos de até 70% em mais de 16000 hotéis em todo o país. 3.2 – Um relato de iniciação à sustentabilidade Objetivando reforçar seu compromisso com o crescimento aliado ao desenvolvimento sustentável, a Gol lançou, em 2009, o seu 1º Relatório de Sustentabilidade. E esse documento será uma das bases fundamentais desta pesquisa. Com uma visão mais integrada de seus negócios, que engloba os aspectos operacionais, financeiros, ambientais e sociais, a publicação de um relatório representou mais um passo no processo de incorporação da sustentabilidade à sua estratégia de negócios e um avanço na sua prestação de contas. Este relatório se iniciou mostrando dados importantes como, o fato da companhia ter sido a 1ª da América Latina a participar do SAFUG (Sustainable Aviation Fuel Users Group), grupo de pesquisa de biocombustíveis para aviação. O programa reúne empresas aéreas e provedores de tecnologia com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de novas fontes sustentáveis de combustível para aviação, alcançando seu uso comercial. Ao aderir ao grupo, a empresa adota como premissa que qualquer 27 biocombustível sustentável deve apresentar um desempenho igual ou superior aos combustíveis a base de querosene, mas com taxas mais reduzidas de emissão de gás carbônico. Para cumprir com seus objetivos de maneira duradoura e responsável, a companhia mantém uma estratégia que visa à sustentabilidade de todos os aspectos que envolvem seus negócios: crescimento rentável, por meio de uma estrutura de baixo custo e alta qualidade no atendimento ao cliente, eficiência e inovação, com a utilização de modernas tecnologias que possibilitam redução de custos e de impactos ambientais da operação; e relacionamentos consistentes, por meio da proximidade com todos os públicos que interagem com seus negócios. 3.3 – Operação eficiente e segura A gestão estratégica operacional da Gol é focada em investimentos consistentes em sua estrutura e processos, de modo a manter o ciclo virtuoso que garante à companhia e aos seus públicos segurança, eficiência e redução de impactos ambientais no transporte de passageiros. A troca dos aviões é parte fundamental da estratégia de crescimento com rentabilidade, redução dos custos operacionais e dos impactos ambientais e do fortalecimento do relacionamento com os clientes, que têm acesso a tarifas mais baixas e voam com mais conforto e segurança. Todas essas aeronaves contam com um sistema de recirculação automática e renovação do ar a cada 2 minutos. Os filtros do tipo HEPA (High Efficiency Particulate Air) retém partículas microscópicas, como pequenas bactérias, fungos e vírus, eliminando mais de 99% dos micro-organismos, o que torna mínima a chance de se transmitir qualquer doença infectocontagiosa à bordo destas. Os modelos de aeronaves utilizados pela companhia, atualmente, são os modelos 737-700NG e 737-800NG de última geração, fabricados pela empresa estadunidense Boeing. Sendo que, o modelos 737-800 SFP (Short Field Performance) foi desenvolvido exclusivamente para a Gol. Este último 28 segue as especificações da própria companhia, conferindo mais segurança nos pousos e decolagens em pistas curtas ou com neve, e reduzindo o consumo de combustíveis e as emissões de gases causadores do efeito estufa. Além disso, esse modelo emite menos ruído do que os outros modelos de aeronaves, atendendo aos requisitos das agências regulatórias norte-americanas e européias. No ano de 2009, foram desenvolvidas diversas iniciativas para reduzir o consumo de combustíveis, o que acaba por diminuir tanto as emissões de GEE, como os custos operacionais, melhorando o resultado da companhia. E, neste mesmo ano, se iniciou a implementação do ACARS – um sistema de comunicação de aeronaves com cobertura global, inédito no Brasil, que envia os principais dados de vôo em tempo global para as bases da Gol via satélite por mensagens de texto e voz – o que permite que as rotas (trechos onde a que a companhia opera) e o tempo de voo sejam atualizados automaticamente. Assim, as equipes que trabalham em solo, nas bases (aeroportos) e a tripulação (pilotos e comissários de bordo) organizam seus procedimentos com mais eficiência, possibilitando ganhos em escala de até 1 minuto por vôo. A finalização da instalação em todas as aeronaves está prevista para o final de 2012 e, em um total de aproximadamente 900 vôos diários, essa economia de tempo se converte em redução de custos e diminuição de emissões equivalentes à operação de uma aeronave adicional por dia. A partir de janeiro de 2010, suas aeronaves passaram a receber sensores para viabilizar o GPS Landing System, inovador sistema para pousos e decolagens, e o Vertical Situation Display, sofisticada ferramenta de aferição do posicionamento da aeronave em relação ao solo. O GPS Landing System confere mais precisão e segurança aos procedimentos de pousos e decolagens, o que permite reduzir em até 5% o consumo do combustível e a emissão de GEE nessas fases do vôo. E, complementarmente, o Vertical Situation Display também garante um planejamento de descida mais eficiente, permitindo aos pilotos identificar, a 29 partir da cabine de comando, informações de relevo e obstáculos em solo com precisão. O sistema agrega ainda mais segurança, como ferramenta adicional para monitoramento da posição da aeronave em movimento em relação à superfície terrestre, e proporciona redução do desgasta de componentes acionados durante o pouso, refletindo em menores despesas de manutenção. Além disso, em 2009, a Gol desenvolveu sistemas internos que tornam as escalas, trocas de equipe e de suprimentos das aeronaves mais eficientes, passou a desligar um dos motores das aeronaves após o pouso e a retardar o acionamento da APU – uma unidade de força auxiliar (Auxiliary Power Unit). Com a adoção dessa última medida, inédita entre as companhias aéreas brasileiras, a Gol calcula que irá obter redução de 28,57% no consumo de combustível da aeronave em solo, o que deve proporcionar uma economia de aproximadamente R$ 18,3 milhões por ano. Todas as aeronaves adquiridas da Boeing pela Companhia, dos modelos 737-800NG e 737-700, são equipadas com winglets – um componente aerodinâmico posicionado na extremidade livre da asa de uma aeronave, que tem por função diminuir o arrasto induzido, relacionado ao vórtice de ponta de asa – tecnologia que proporciona melhor performance durante a decolagem, permite vôos mais longos sem escalas e economiza até 4% no consumo de combustível. Também em 2009, a empresa adotou a pintura eletrostática das aeronaves em seu novo Centro de Manutenção. A técnica consiste na utilização de tinta imantada que, ao ser atraída à estrutura da aeronave, gera uma economia de 50% na quantidade de tinta utilizada, redução de 45% no tempo de aplicação, além de diminuir o peso das aeronaves em 300 kg. E, grande parte dessas atividades são realizadas no Centro de Manutenção de aeronaves da companhia, em Belo Horizonte. Trata-se do primeiro hangar próprio da empresa, inaugurado em 2006. A escolha do local baseou-se no fato de o Aeroporto Internacional Tancredo Neves ser uma dos melhores e mais bem estruturados do país. Este empreendimento já gerou, à companhia, uma redução de custos de mais de US$ 2 milhões ao ano. Sendo uma dos hangares mais modernos do Brasil, o Centro de Manutenção, 30 certificado pela Secretaria do Meio Ambiente desse estado, conta com procedimentos referentes às atividades de manutenção e gestão ambiental baseados na ISSO 14001 – norma internacionalmente aceita que define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental -, além de aplicar tecnologia de ponta em sua operação para reduzir impactos ambientais de suas atividades e promover melhor controle dos custos empregados. A partir de 2009, os processos de gestão ambiental do centro de Manutenção passaram a ser verificados por meio de auditorias internas. Além disso, os colaboradores podem sugerir melhorias a serem aplicadas à gestão do meio ambiente. Já em Março de 2010, foi concluída a expansão deste centro, que ampliou sua capacidade anual de aeronaves em manutenção para o dobro, aumentou sua área construída, e triplicou a capacidade do sistema de tratamento de efluentes industriais, garantindo à Gol a estrutura necessária para seu plano de crescimento. 3.4 Gestão com consciência ambiental Neste mesmo ano de 2009, foram criados, também, os Escritórios de Projetos Sustentáveis (EPS), idealizados para introduzir a sustentabilidade na gestão da Gol. Os EPSs funcionam como um modelo de gestão em que uma equipe formada por funcionários de departamentos e competências diferentes é responsável pela execução de projetos que agreguem conceitos e valores sustentáveis nos processos da companhia, criando políticas e iniciativas que possuam critérios de sustentabilidade e permitindo, assim, a consolidação do tema na filosofia da empresa. O primeiro EPS, inaugurado em Agosto de 2009, foi o Escritório de Projetos Sustentáveis Meio Ambiente, com o intuito de avaliar os impactos ambientais da companhia e propor soluções para sua mitigação e buscar garantir uma atuação ambientalmente responsável que vá além da adequação legal. Sendo assim, o EPS Meio Ambiente já aborda temas relacionados à 31 ecoeficiência e a uma gestão ambiental inovadora que alie a redução de custos de operação às novas oportunidades de lucro. Além das iniciativas para otimizar os custos operacionais e o consumo de combustíveis, com a conseqüente redução das emissões de GEEs, a Gol está comprometida com iniciativas globais que visam mensurar e controlar os níveis de emissões, bem como buscar alternativas para mitigar possíveis efeitos do aquecimento global, estando as principais destacadas a seguir: • Relatório DEHST (Deutsches Emissionshandelsregister) A Gol foi a primeira companhia aérea da América Latina a apresentar o plano de controle de emissões para gerar o inventário da DEHST, autoridade alemã responsável pela implementação de ações de monitoramento de emissões e de projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo do Protocolo de Kyoto – protocolo de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênica do aquecimento global. Com base nesse levantamento, a empresa pode contabilizar suas emissões e desenvolver novos planos de ação para reduzi-las, além de conseguir manter-se habilitada para oferecer vôos para países da Comunidade Européia, destino que demanda de todas as companhias aéreas esse controle. • SAFUG (Sustainable Aviation Fuel Users Group) Essa foi a primeira companhia aérea brasileira selecionada a compor o SAFUG, grupo internacional de pesquisa de biocombustíveis para a aviação, a Gol participa de testes de viabilidade do uso desses combustíveis que, quando aprovados, proporcionarão significativa redução na emissão de gases do efeito estufa nas operações do setor aéreo. • Consultoria GE Neste, a empresa possui um contrato de parceria com a GE Aviation, divisão Fuel and Carbon Services. Este acordo prevê a criação de estudos e sistemas para a redução de consumo de combustíveis fósseis e GEEs. 32 Com essas e outras ações, além de garantir a perpetuação de seus negócios e a sustentabilidade ambiental, a Gol se posiciona estrategicamente no setor aéreo, antecipando-se ao cumprimento de metas que nos próximos anos serão mandatórias em mercados como a Europa e, futuramente, no Brasil. Já na Gestão de resíduos, este gerenciamento é feito da seguinte forma: durante o processo de manutenção das aeronaves, qualquer tipo de resíduo químico e oleoso gerado é enviado para tratamento em empresas especializadas e tem destinação ambientalmente correta, de acordo com a legislação ambiental e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Este gerenciamento de resíduos é baseado no princípio dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), visando prevenir a poluição com a redução da quantidade gerada (minimização na fonte geradora), reutilização ou reuso e reciclagem, sempre que possível e viável economicamente. O objetivo é enviar para incineração e aterro sanitário somente os resíduos que não podem ser aproveitados e, sendo assim, necessitam de tratamento ou inativação, e disposição final. Em 2007. Praticamente 100% destes resíduos gerados eram incinerados, enquanto que, no ano seguinte, em 2008, com o projeto para redução de desperdícios implantado, 20% do total dos resíduos que seriam incinerados foram reaproveitados. Em 2009, esse total subiu para 26% dos resíduos reaproveitados, reciclados e/ou aproveitados como matéria-prima em processos industriais. Além do ganho ambiental com a redução do impacto, a priorização de alternativas de destinação de resíduos ambientalmente corretas, com as melhores tecnologias disponíveis e viáveis, a empresa obteve também redução de custos. E, em 2009, a companhia recebeu a licença ambiental para envio de resíduos para o coprocessamento, que permite a reutilização das cinzas geradas para a produção de cimento. Além de promover a destinação correta dos resíduos, a Gol busca utilizar racionalmente os recursos naturais. Assim, o Centro de manutenção possui uma Estação de Tratamento de Efluentes Químicos (ETE), que recebe a água proveniente da lavagem de aeronaves, peças, pisos e pias de mão da 33 manutenção e do posto médico que, após o tratamento, é reutilizada em atividades como limpeza de pisos, equipamentos e materiais não-metálicos. E, a partir de 2010, essa água tratada na ETE passou a ser aproveitada em bacias de descargas sanitárias das áreas ampliadas do centro. Essa iniciativa, além de reduzir custos, representa um ganho ambiental, pois além de reduzir a quantidade de água potável antes utilizada nesse processo, aproveita a água que seria descartada. Continuando com o objetivo de ganho ambiental, também está instalado no hangar de pintura das aeronaves, em Confins, um sistema de insuflamento e exaustão de ar para retirada das emissões atmosféricas geradas nas pinturas das aeronaves. O ar contaminado passa por quatro etapas de filtragem para retirada de material particulado e compostos orgânicos voláteis e, então, encaminhado para as chaminés. E, o ar lançado no meio ambiente é monitorado por meio de análises de laboratório, certificado na ISSO 17025 (Sistema de Qualidade para Laboratórios), e os resultados são enviados ao órgão ambiental responsável. Todos os resultados desde o início de operação do Centro de Manutenção estão abaixo dos limites estabelecidos na legislação. Após a reforma deste hangar, em 2008, quando os filtros foram instalados, as emissões atmosféricas de material particulado e de compostos orgânicos voláteis foram reduzidos em 60%, minimizando o impacto no meio ambiente e na saúde dos colaboradores do local. Ainda neste hangar, no Centro de Manutenção, são usadas cabines de pintura e lixamento de peças também com sistema de filtros pra retenção de poluentes atmosféricos. Nestas cabines existe um sistema alto vácuo que retém esse material particulado e o pó de lixamento, evitando seu impacto na saúde do colaborador e no meio ambiente. E, ainda existe um projeto chamado ‘Passando a Limpo’ e a Coleta Seletiva de Lixo. Com este primeiro, implantado há mais de cinco anos, a companhia aplica o método inteligente de lavagem a seco das aeronaves em suas bases de manutenção de linha, o que economiza em 90% o uso de água nesse processo. Já o descarte seletivo de resíduos permitiu, só em 2009, a reciclagem de mais de 32% do total gerado no centro de Manutenção, entre 34 papel, papelão, plástico, peças de aeronaves, óleo querosene e tintas. Adicionalmente, para evitar a incineração das embalagens de produtos químicos, essa empresa passou a adotar as opções retornáveis. Outra iniciativa da Gol é a conclusão, até o final deste ano de 2011, do processo de digitalização de arquivos com a instalação de um software e um hardware EFB (Eletronic Flight Bag), que reúne em um sistema todos os manuais das aeronaves e procedimentos operacionais emitidos pelo Departamento de Aviação Civil (ANAC). Esse sistema permite o acesso rápido e simultâneo a um mesmo documento, além de reduzir o peso transportado nas aeronaves em cerca de 28 kgm o que representa 34.860 kg diariamente ou 8.482.600 kg anualmente a menos de carga morta transportada, que equivalem ao peso de 113.101 passageiros. 3.5 Responsabilidade Social: uma das principais premissas A Gol procura reiterar seu compromisso com a construção de uma cultura de respeito às diferenças, promovendo a diversidade e garantindo oportunidades a todos, independente de credo, raça, condição social ou física. Por isso, a gestão de pessoas da companhia desenvolve projetos de inclusão e igualdade das oportunidades de trabalho a todos. Dentre esses projetos, dois ganharam mais destaque. O ‘Projeto PCD (Pessoas com Deficiência) foi criado há cinco anos, e atua na seleção e contratação de pessoas com deficiência e na educação e conscientização dos demais colaboradores, por meio de cursos e palestras, para lidarem adequadamente com os novos parceiros de trabalho. Só em 2009, foram 268 contratações. E, além deste, existe também o ‘Projeto Aprendiz’, implantado em 2005, busca contribuir para a formação da cidadania, o convívio social e a capacitação profissional de jovens entre 14 e 24 anos. Em 2009, 394 jovens participaram deste projeto. Além destes projetos de contratação, a empresa conta com uma Política de Aproveitamento Interno, que estabelece procedimentos e diretrizes de valorização dos colaboradores, fomentando a retenção de talentos, a 35 motivação, a melhoria no clima de trabalho e a formação de potenciais sucessores. No ano de 2009, 2.889 vagas foram preenchidas internamente. Sobre remuneração e benefícios, a companhia estabelece a faixa salarial alinhada às práticas do mercado, de acordo com pesquisas salariais realizadas. E, adicionalmente, a empresa pratica a política de remuneração variável baseada no alcance das metas estabelecidas no planejamento estratégico. Neste caso, a remuneração é distribuída por meio do Programa de Participação nos Resultados. Além disso, o política de benefícios oferecida a todos os colaboradores pela Gol inclui vale-alimentação/ refeição, seguro saúde, seguro de vida, auxílio funeral, vale-transporte ou 14 linhas de fretados e Benefício Viagem, por meio do qual são concedidas passagens aéreas gratuitas ou com tarifas promocionais, de acordo com as cinco categorias do programa (vide tabela, em anexo). Outro método utilizado com o objetivo de agregar responsabilidade social aos conceitos da empresa é o desenvolvimento de programas de seleção, contratação, retenção de talentos e treinamentos para os colaboradores nos módulos técnico e corporativo, a fim de assegurar a manutenção do padrão de seu quadro de funcionários e, consequentemente, de seus serviços. Entretanto, a empresa se dispõe ainda mais: esta também desenvolve diversos projetos para estimular a prática do voluntariado entre os colaboradores e engajá-los em questões sociais e ambientais, dentre os quais, destacam-se alguns: a campanha ‘Amigos do Mundo’, a ‘Copa Social’, e o projeto ‘Colaborador Cidadão’. Na campanha Amigos do Mundo”, a qual teve seu foco na conscientização e sensibilização dos colaboradores da companhia sobre o desenvolvimento sustentável, foram promovidas diversas palestras, sessões de cinema e um treinamento e-learning sobre o tema – voltado aos colaboradores das bases que não pudera, se deslocar até a sede – no qual foi realizado um quis com questões sobre os diferentes assuntos apresentados. Já a ‘Copa Social’ trata-se de uma competição realizada entre as áreas administrativas da empresa e bases com foco no desenvolvimento socioambiental. Em 2009 – 36 alinhada ao objetivo da campanha ‘Amigos do Mundo’ de conscientizar os colaboradores da gol acerca do conceito de sustentabilidade – a competição deixou de arrecadar produtos diversos para doação a instituições sociais, como tradicionalmente fazia, e passou a premiar as melhores propostas de alteração de práticas e processos na operação dos negócios com vistas à sustentabilidade. Além destes, existe ainda o projeto ‘Colaborador Cidadão’ promove um encontro semestral entre os voluntários de todas as bases da companhia no Brasil para troca de experiências, informações e ferramentas de sucesso na implementação de ações de voluntariado. No ano de 2009, foi criado um blog do colaborador cidadão para estimular a participação dos colaboradores no projeto e aumentar a interação entre eles. A empresa ainda desenvolve diversos programas de comunicação utilizando-se de canais específicos para as necessidades de cada tipo de função existente na companhia, independente da rotina ou local de trabalho do colaborador. Dentre esses canais, destacam-se o ‘Pombo Correio’ – um jornal mural -, o Portal Corporativo (intranet) e o evento encontro das Águias, realizado anualmente com a presença da alta administração da empresa para apresentar os principais acontecimentos e discutir as perspectivas e metas para o ano que está por vir. E, para se adequar ainda mais a este cenário, a empresa criou, em 2009, um escritório de projeto sustentável de suprimentos. Este setor tem como objetivo desenvolver e implantar uma nova política de compras, que considere aspectos socioambientais no desempenho de seus fornecedores, e iniciativas de estímulo para engajamento desse público em relação às questões socioambientais. Adicionalmente, a Gol inclui em seus processos de compra cotações de pequenas empresas também, com o intuito de diversificar sua base de fornecedores. E, assim, firmou parceria com uma ONG chamada Integrare. Esta é uma organização que busca promover a participação representativa e empreendedora da diversidade social brasileira nas cadeias produtivas e de suprimentos. Com essa atitude, a companhia aumenta a competitividade entre seus fornecedores e ainda promove oportunidades de negócio que geram 37 inclusão social, além de desenvolvimento econômico e melhor distribuição de renda na sociedade onde atua. Todo esse empenho na gestão de seus fornecedores e processos de compra já mostrou um dado bastante interessante: nos últimos anos, a empresa vem reduzindo o tempo total do processo de reparo de um determinado componente, conhecido como Turn Around Time (TAT), que é medido neste quando da remoção da aeronave até o efetivo retorno ao estoque. Além de todas essas ações já citadas, a companhia ainda desenvolve e apóia diversos projetos de inclusão e desenvolvimento social. Dentre estes, destacam-se: ‘Projeto Felicidade’, ‘Sustentável 2009’, e ‘Ashoka’. O ‘Projeto Felicidade’, que atua com foco em restabelecer a autoestima de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer, conta com a participação da Gol no oferecimento de passagens aéreas para que o projeto possa ampliar sua atuação e trazer crianças e familiares de cerca de 15 cidades brasileiras. Já no projeto ‘Sustentável 2009’, terceira edição do congresso nacional, cuja proposta foi inovar, educar e agir na busca de soluções para superar os problemas sociais e ambientais, tendo a sustentabilidade como centro, a empresa foi uma das patrocinadoras. E, na ‘Ashoka’, organização internacional que fomenta o empreendedorismo social, o apoio da Gol consistiu na doação de 340 passagens aéreas em 2009, o que fortaleceu a multiplicação de conhecimento e projetos e fortificou a comunicação da rede de empreendedores. Ainda em 2009, a empresa recebeu o Diploma da Defesa Civil de São Paulo, em agradecimento ao transporte de 15 toneladas de donativos ao Nordeste Brasileiro; o que ratificou ainda mais sua intenção de fazer e se mostrar uma empresa de gestão estratégica voltada para a Responsabilidade Social e para a Sustentabilidade. 38 CONCLUSÃO O tema abordado, Sustentabilidade, já sofreu grandes avanços, porém estes avanços ainda não são suficientes pra salvarmos o planeta dos anos de degradação já sofridos. O ideal é rompermos antigos modelos de desenvolvimento para darmos continuidade ao processo. É preciso compreender a imensa complexidade desse tema para se vencer mais este desafio. Está cada vez mais claro que, o mercado não mais aceita o descaso no tratamento dos recursos naturais. E os consumidores estão interessados em produtos limpos, obrigando as empresas a encarar com seriedade e responsabilidade a questão ambiental em sua estratégia interna. Os sinais que o clima e o mercado consumidor têm dado estão fazendo com que as organizações que ainda não iniciaram a gestão sustentável, iniciem esse processo. De acordo com este estudo apresentado, a incorporação da sustentabilidade as empresas tornou-se fator indispensável a sua sobrevivência. Mas este projeto só será possível com o envolvimento do governo e da sociedade; dessa forma a consequência mais provável é o sucesso esperado. O que se precisa é desenvolver uma economia cooperativa, onde o resíduo de um é a matéria-prima do outro, assim como se observa na natureza. A partir desta conscientização, as mudanças serão maiores, mais rápidas, e ainda mais visíveis. Além disso, também foi notado que, a empresa estudada, já engajada no tema proposto têm tido um maior reconhecimento do mercado e está garantindo prosperidade em seus negócios, com uma obtenção de lucro cada vez maior. Com este trabalho, percebeu-se que, seja por incentivos do governo ou por intenção de se adequar a nova realidade econômica e social, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. têm se mostrado bem estruturada. Ao gerar seu relatório anual de Sustentabilidade, a empresa relatou seus processos e a 39 gestão que faz com que estes diminuam seus impactos ambientais de maneira significativa, e sejam cada vez mais bem sucedidos. As ações para a redução no consumo de combustível, principal causador desse impacto no ambiente em uma empresa aérea, são bem eficazes, e tendem a se desenvolver ainda mais, segundo a idéia da organização. Além disso, a empresa mostrou também seu trabalho na criação de iniciativas voltadas para a emissão de gases, tratamento de efluentes e melhorias no processo de emissão e gestão de resíduos. E também foi possível mostrar a adesão da empresa a um grupo de pesquisa voltado ao desenvolvimento de biocombustíveis para aeronaves – que, se realizado, será um grande benefício para o meio ambiente. No âmbito social, a Gol também mostrou sua forte atuação. Suas ações que, visam obter maiores lucros, procuram se basear em atividades mais sustentáveis, integrando responsabilidade social, respeito ao meio ambiente e desenvolvimento econômico. A democratização do transporte aéreo foi, desde a criação da gol, a principal premissa e objetivo do desenvolvimento do negócio que, com baixos preços, serviços diferenciados e facilidades, trouxe novos clientes ao mercado da aviação. Apesar de tais avanços mostrados ainda não estarem sendo promovidos por um número mais significativo de empresas, pode-se concluir que, com relação às últimas décadas, a questão sócio-ambiental evoluiu bastante, principalmente no ramo empresarial. Isso, certamente, sinaliza para avanços ainda maiores daqui para frente. 40 ANEXOS Índice de anexos Anexo 1 >> Tabela da Sustentabilidade Anexo 2 >> Tabela do Benefício Viagem Anexo 3 >> Projetos Apoiados pela empresa no ano de 2009 Anexo 4 >> Prêmios e Reconhecimentos 41 ANEXO 1 ECONOMIA GERADA COM A SUSTENTABILIDADE Combustível Redução de até 5% do consumo de combustíveis e das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) durante os procedimentos de pousos e decolagens das aeronaves Redução de até 4% do consumo de combustíveis e das emissões de GEEs com a instalação dos winglets Resíduos químicos Redução de 50% da quantidade de tinta utilizada e de 60% das emissões de compostos orgânicos voláteis e material particulado durante o processo de pintura Redução de 60% de materiais particulados e com postos orgânicos voláteis com a instalação de filtro no hangar 42 ANEXO 2 Categorias Beneficiados Quantidade de passagens Tarifa isenta e assento marcado Benefício Viagem Colaborador e Uma por pessoa Núpcias cônjuge Benefício Viagem Colaboradores Uma por ano Férias (extensivo ao cônjuge e aos filhos) Tarifa Promocional e assento stand-by Benefício Viagem Colaboradores Sem limitação de passagens promocional Colaborador Tempo de serviço Passagens Benefício Viagem Irmãos, pai, mãe e 1 a 2 anos 20 Promocional amigos 3 a 4 anos 30 Beneficiários Acima de 5 anos 40 43 ANEXO 3 Eventos e Campeonatos Alma Surf Ecomotion Athina Onassis Horse Show Escolinha de Surf Billabong Pro Jr e WQS Escolinha de Vôlei de Praia Campeonato Brasileiro de Kitesurf Estação Gol – Verão 2009 – Frescobol Campeonato Brasileiro de Windsurf Hard Skimming Red Bull Canoa Havaiana Liga Mundial de Vôlei Masculino Feminino 2009 Mormaii CBDA – Confederação Brasileira de Rali Mitsubishi Desportos Aquáticos Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia Circuito Petrobrás de Regata Escola Naval Longboard Rolex Ilhabela Sailing Week Classic Circuito Petrobrás de Surf Feminino Seletiva Petrobrás de Surf Masculino Circuito Vênus Stock Car Corrida Nike Super Surf Desafio das Estrelas XXI Regata Internacional Recife – Noronha Atletas Adria Rocha Santos (atletismo Mayra Aguiar da Silva (judô) paraolímpico) Clodoaldo Franscisco da Silva (natação Ricardo paraolímpica) Flávia Renata Winicki Santos – Bimba (windsurf) Delaroli Cazziolato Tiago Henrique de Oliveira Camilo (natação) (judô) Leandro marques Guilheiro (judô) Ubirajara (ciclismo) Macedo Lahud – Bira 44 ANEXO 4 Prêmios e Reconhecimentos Prêmio Notabile 2009 O vice-presidente de Planejamento e TI, Wilson Maciel Ramos, foi premiado na categoria Personalidade Mais Inovadora pelo Instituto Sem Fronteiras, sociedade civil sem fins lucrativos criada com a missão de trabalhar a educação, a pesquisa e a extensão, nos campos da Tecnologia da Informação, Telecomunicações e Internet. 5th Anniversary of Listing 2009 Homenagem concedida à GOL pela NYSE (New York Stock Exchange) em comemoração ao 5º aniversário das negociações das ações da GOL Linhas Aéreas Inteligentes na NYSE. Homenagem American Airlines 2009 Homenagem recebida pela parceria e acordo de milhagem e code-shares firmado entre a GOL e a American Airlines. Empresas Que Mais Respeitam o Consumidor 2009 Concedido pela revista Consumidor Moderno, a GOL foi premiada na categoria Companhias Aéreas como a empresa que mais respeita o consumidor. Diploma de Reconhecimento – GOLLOG 2009 A GOLLOG recebeu o Diploma da Defesa Civil de São Paulo, em agradecimento ao transporte de 15 toneladas de donativos ao Nordeste brasileiro. 45 Prêmio ABRAREC 2009 Considerada uma das empresas que melhor aderiram ao Decreto Lei nº 6523, que regulamenta os SACs (Serviços de Atendimento ao Consumidor), a GOL recebeu o prêmio da ABRAREC (Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente). Prêmio Época Negócios 2009 A GOL foi premiada como a melhor entre As 100 Empresas de Maior Prestígio do Brasil na categoria Turismo e Transportes. IRGR - IR Global Rankings A GOL recebeu o Prêmio IRGR nas categorias Melhores Práticas de Governança Corporativa, Disclosure Financeiro e Relatório Anual Online. 46 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Fernando. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. LAROSA, Marco. AYRES, Fernando. Como produzir uma monografia. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Instituto A Vez do Mestre, 2008. ANSOFF, Igor e McDONNELL, Edward. Implantando a Administração Estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo.: Atlas, 2002. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2007. TZU, Sun. A Arte da Guerra. São Paulo: Martin Claret, 2001. WILKINSON, A.; HILL, M.; GOLLAN, P.The Sustainability Debate. International Journal of Operations & Production Management: London, 2001. Relatório de Sustentabilidade 2009: Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A., 2009. 47 WEBGRAFIA CAMPOS, Wagner. O que é a Gestão Estratégica. http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-que-e-a-gestaoestrategica/28653/, acesso em 15 de Março de 2009. DFREIRE. Responsabilidade na Gestão Sustentável. http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/responsabilidade-nagestao-sustentavel/15562/, acesso em 15 de Março de 2011. NUNES, Raquel. O que é Sustentabilidade. www.ecologiaurbana.com.br/.../oque-e-sustentabilidade/, acesso em 16 de Março de 2011. REVISTA IDEIA SUSTENTÁVEL. http://www.ideiasustentavel.com.br/, acesso em 30 de Janeiro de 2011. 48 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I O que é Gestão Estratégica? 11 CAPÌTULO II Gestão Sustentável 15 2.1 Histórico 15 2.2 A adesão a idéia de sustentabilidade no ramo empresarial 16 2.3 O emprego da Responsabilidade Social 20 CAPÌTULO III Ações voltadas a sustentabilidade - Caso Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. 22 3.1 Gestão e Estrutura organizacional 23 3.2 Um relato de iniciação à sustentabilidade 26 3.3 Operação Eficiente e Segura 27 3.4 Gestão com consciência ambiental 30 3.5 Responsabilidade Social: uma das principais premissas 34 CONCLUSÃO 38 ANEXOS 40 BIBLIOGRAFIA 46 WEBGRAFIA 47 ÍNDICE 48 49 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: