UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
GESTÃO ESTRATÉGICA AUTOSUSTENTÁVEL – CASO GOL
LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A.
Por: Caroline Cruz de Andrade da Silva
Orientador
Prof. Sérgio Majerowicz
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
GESTÃO ESTRATÉGICA AUTOSUSTENTÁVEL – CASO GOL
LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Empresarial.
Por: Caroline C. de A. da Silva
3
AGRADECIMENTOS
....a empresa objeto deste estudo.
Aos meus pais, irmãos, amigos e
parentes.
4
DEDICATÓRIA
.....dedico, principalmente, aos meus
pais e irmãos.
5
RESUMO
O tema Sustentabilidade tem sido bastante discutido nos tempos
atuais; porém este tema surgiu há mais de 20 anos, com o nascimento do
movimento ambientalista. Nos anos 90, passou também a abranger aspectos
sociais, e só então a discussão convergiu para o conceito utilizado hoje. A
poluição da terra, da água e do ar chegou a níveis tão altos que, em algumas
regiões tem provocado deformidades e graves problemas de saúde para os
habitantes locais. Em virtude disso, a sociedade está mais consciente de sua
responsabilidade com o planeta e, tem se preocupado em manter relações com
empresas que também se preocupam com o futuro sustentável. Sendo assim,
a importância deste estudo consiste em mostrar como é preciso e possível que
empresas se adéquem a este sistema para se manter e se desenvolver no
mercado. Este projeto falará sobre o que a empresa de aviação Gol Linhas
Aéreas Inteligentes tem feito para se destacar no mercado em que atua,
através de idéias e atitudes sustentáveis e com responsabilidade social. Será
apresentado um relato sobre essas práticas na gestão estratégica da
companhia que vem se adaptando gradativamente a esta nova realidade.
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METODOLOGIA
Este trabalho buscará apoio básico em pesquisas na Internet, livros
publicados sobre o assunto, revistas relacionadas e em artigos indicados em
sites de Sustentabilidade. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa
com pesquisa bibliográfica.
Foi utilizado o estudo de caso da empresa Gol Linhas Aéreas
Inteligentes S.A., que atualmente desenvolve práticas que retratam o tema
estudado.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - O que é Gestão Estratégica?
11
CAPÍTULO II - Gestão Sustentável
15
CAPÍTULO III – Ações voltadas a Sustentabilidade – caso Gol Linhas Aéreas
Inteligentes S.A.
22
CONCLUSÃO
38
ANEXOS
40
BIBLIOGRAFIA
46
WEBGRAFIA
47
ÍNDICE
48
FOLHA DE AVALIAÇÃO
51
8
INTRODUÇÃO
Atualmente,
tem
se
falado
com
bastante
freqüência
em
sustentabilidade, responsabilidade social, planejamento, desenvolvimento
sustentável, entre outros termos desse tipo. Isso se deve ao fato do uso
irresponsável e indiscriminado de nossos recursos naturais, o que tem nos
levado a uma escassez desses recursos necessários à nossa sobrevivência
devido ao seu mau uso, ou uso desordenado. Por isso, este trabalho
acadêmico falará sobre Gestão Estratégica Autosustentável para que o
problema proposto – Como a empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes aplica
medidas desse tipo em suas atividades de modo a obter lucros e se
desenvolver ainda mais no mercado? – tenha resposta, e sirva de exemplo
para as demais, em todos os ramos.
O assunto em questão passou a ter maios relevância para a
sociedade graças aos níveis bastante altos de poluição que o nosso planeta
tem apresentado. Essa situação tem acarretado graves alterações climáticas
que tem causado grandes desastres em diversas partes do mundo.
Este tema foi abordado para salientar a grande importância da
adoção de medidas sustentáveis dentro das grandes e pequenas empresas
que visam implantar uma gestão estratégica. Pois, muito tem se escutado
sobre a adoção de hábitos sustentáveis por parte do indivíduo, ou seja, que
levem a sociedade à redução do consumo de energia, água e de outros
recursos em geral. Porém, a inserção das organizações empresariais nesse
meio ainda tem muito a desenvolver para que elas encontrem na
sustentabilidade um bom caminho rumo à gestão estratégica.
Em virtude destes acontecimentos, as pessoas estão cada vez mais
conscientes de sua responsabilidade e de seu papel para com o planeta. O que
os leva a adotar uma outra postura mais severa perante aqueles que ainda não
se deram conta da gravidade dessa situação, e que ainda não se preocupam e
não fazem parte dessa busca pelo desenvolvimento sustentável.
Sendo assim, a relevância deste estudo consiste em alertar as
empresas sobre sua importância para o desenvolvimento de uma gestão
9
estratégica e, por fim, para sua própria sobrevivência no mercado atual. O
trabalho falará, de forma geral, sobre o que pode ser e tem sido feito em busca
desse futuro sustentável. Serão apresentadas as ações realizadas por esta
empresa – Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. -, que já começou a se adaptar
a esta nova realidade.
O objetivo geral deste estudo é tornar clara a vantagem da adoção
de
medidas
sustentáveis
para
o
desenvolvimento
estratégico
das
organizações, além de criar uma consciência sustentável nas empresas que
ainda não se preocupam com essa questão.
Além disso, o estudo visa
fornecer uma idéia do cenário atual sobre o que vem sendo praticado no
mercado, e também relatar os benefícios adquiridos com as práticas
sustentáveis.
Tudo
isso,
visando
alertar
as
organizações
sobre
as
conseqüências da não-observância neste tema.
Para solucionar o problema apresentado neste estudo, será
apresentada uma hipótese que pode responder a questão principal; mostrando
as ações que levam a empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. a fazer
parte do grupo crescente de empresas que já praticam a sustentabilidade como
elemento de grande importância em sua gestão estratégica.
Esta hipótese mostra que, com o objetivo de reduzir custos
constantemente e se consolidar ainda mais no mercado em que atua, esta
organização encontrou na sustentabilidade uma boa forma de se atingir este
objetivo. Tal empresa possui diversos setores que necessitam de recursos do
meio ambiente, considerados renováveis ou não; e a obtenção de tecnologias
mais sustentáveis gerou um bom lucro, a médio ou longo prazo. Isto se deve
ao fato de que a empresa passa a se tornar mais independente dos preços
impostos pelo mercado, uma vez que as matérias-primas que começam a estar
em falta no mercado encarecem.
Ou seja, a forte tendência vem mostrando que as empresas que não
adequarem sua gestão aos programas de sustentabilidade desaparecerão, e
em um período não muito longo de tempo.
Este estudo será dividido em três capítulos que irão tratar,
respectivamente, de explanar sobre o que é gestão estratégica, como este tipo
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de gestão está diretamente ligado ao tema sustentabilidade, e finalmente
mostrar o caso Gol Linhas Aéreas Inteligentes e como parte de suas atividades
vem sendo desenvolvida baseada nessa premissa de gestão estratégica
autosustentável.
11
CAPÍTULO I
O QUE É GESTÃO ESTRATÉGICA?
Genuinamente, o termo ‘Gestão Estratégica’ significa acrescentar
novos elementos de reflexão e ação sistemáticas e continuadas, a fim de
avaliar a situação, elaborar projetos de mudanças estratégicas e acompanhar e
gerenciar os passos da implementação.
E, esse conceito já podia ser observado há muitos séculos atrás.
Pois Sun Tzu (V a. C.), militar chinês, em sua obra “A Arte da Guerra” já dizia:
“Quando você conhece seu inimigo e a si próprio, ganhará
todas as batalhas. Quando você se conhece, mas não
conhece o inimigo, vencerá algumas batalhas. Quando
você não conhece nem ao inimigo nem a si próprio,
perderá todas as batalhas.”
Porém, as empresas e organizações em geral passaram a adotar tal
postura a partir do século XX, adaptando muito das estratégias militares ao
mundo dos negócios. O pensamento estratégico nas empresas passou a ser
pautado pela afirmação de que, seus conflitos são muito maiores que os da
guerra; estes são permanentes e constantes. E assim, a idéia de estratégia foi
inserida no meio empresarial.
Logo, uma empresa que atua com uma gestão estratégica apura
todos os seus processos e sua real atuação, desenvolvendo ações corretivas
constantes, focando seus objetivos e metas, com o objetivo de manter sua
sobrevivência, crescimento e diferenciação competitiva.
No entanto, para se compreender melhor o que é uma gestão
estratégica, é preciso ter uma noção do significado do termo ‘Planejamento
Estratégico’; este é um compromisso com ações e, principalmente, resultados
de longo prazo. No Planejamento Estratégico são estabelecidas as prioridades
de atuação e o direcionamento do perfil de ação para toda a organização. Já a
Gestão Estratégica faz a ligação entre essas diretrizes globais e o trabalho de
cada uma dos setores do cotidiano da empresa.
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Este tipo de gestão é formado por alguns itens, como: um conjunto
de valores essenciais ao trabalho da organização, definidos de forma clara e
compartilhado a todos; visão de futuro; objetivos a serem alcançados; entre
outros. E, é somente com a gestão estratégica que os resultados podem se
tornar sustentáveis.
Em suma, a gestão estratégica coloca em prática o plano
estratégico. Entretanto, além de implementar o plano, a gestão deve
acompanhar a evolução de seus resultados. A cada mudança no ambiente, um
novo diagnóstico pode ser necessário e, consequentemente, novas decisões
devem ser tomadas. E, dependendo do tipo de empresa, do ambiente externo
e de outras situações, estas mudanças podem ser constantes e rápidas. Sendo
assim, é bastante visível a importância do processo de tomada de decisão –
este é uma dos principais pilares para o êxito de uma gestão estratégica.
Sendo que, para se obter êxito na gestão é preciso que a
organização tenha profundo conhecimento a respeito de si própria, do mercado
em que está atuando, bem como dos seus concorrentes, do ambiente de modo
geral e da dinâmica que envolve todos esses elementos. Tendo isso em vista,
a organização poderá determinar qual será a estratégia competitiva mais
adequada para seu sucesso.
E, de acordo com Michael Porter (1991), estratégia competitiva:
“é a busca de uma posição competitiva favorável em uma
indústria,
a
arena
fundamental
onde
ocorre
a
concorrência. A estratégia competitiva visa estabelecer
uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que
determinam a concorrência.”
Mas o plano estratégico deve ser modificado sempre que
necessário. Nunca se deve considerar que, após este confeccionado, os
trabalhos estão encerrados. Pois este tipo de erro pode causar o insucesso do
projeto. E, de nada adianta um plano estratégico bem elaborado, completo e
detalhado, se não houver o entendimento da necessidade de acompanhar as
constantes mutações do mundo atual – este plano, certamente, estará
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condenado ao fracasso. Só se tem uma gestão estratégica eficiente se houver
um planejamento estratégico adequado.
E, dentro deste planejamento estratégico, um outro elemento de
grande importância é o enfoque. Optando por esse tipo de ação, o plano
estratégico pode se mostrar mais eficaz em casos de um segmento de
mercado que esteja sendo negligenciado pelas empresas de escopo amplo.
A satisfação do consumidor é sempre o objetivo de todo gestor, mas,
por vezes, é esquecido um elemento crítico do posicionamento baseado nas
necessidades.
As
diferenças
nas
necessidades
só
resultam
em
posicionamentos corretos quando o melhor conjunto de atividades para a
satisfação também variar. Se assim não fosse, todas as empresas
conseguiriam satisfazer essas mesmas necessidades e não haveria nada único
e original no mercado.
Qualquer que seja o tipo de enfoque, esse requer um conjunto
integrado de atividades. E, tendo definido esse enfoque, já é possível criar uma
estratégia. Essa estratégia é a montagem de uma posição única e valiosa que
engloba um conjunto diferente de atividades. Se houvesse apenas um enfoque
ideal,
não
haveria
necessidade
de
estratégia.
A
essência
desse
posicionamento estratégico consiste em escolher atividades diferentes das das
empresas rivais. Se o mesmo conjunto de atividades fosse o melhor para
produzir todo o tipo de variedades, de satisfazer todas as necessidades e de
ter acesso a todos os consumidores; então as empresas poderiam facilmente
substituir-se entre si e os resultados seriam sempre eficazes.
Todo esse trabalho em conjunto deve levar a organização por um só
caminho: o da vantagem competitiva. A vantagem competitiva nasce do
sistema integrado dessas atividades. A adaptação entre as atividades reduz
substancialmente os custos e aumenta a diferenciação; e consequentemente, o
lucro.
Considerando, entretanto, que o ambiente de atuação das
organizações e o próprio meio em que as indústrias estão inseridas são
dinâmicos, devemos ressaltar que nenhum modelo ou estratégia de
competição pode ser rígido ou inalterado. Se as circunstâncias mudam, as
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posturas devem mudar ou estarão fadadas ao fracasso. Isso aplica-se também
ao posicionamento estratégico das organizações. As mudanças que podem
ocorrer em uma determinada indústria ou mercado podem demandar uma
substituição ou variação na estratégia genérica da empresa.
A tendência mostra que, a gestão já vem sendo, e será ainda mais,
incerta e desafiadora. As mudanças e transformações são inúmeras. É preciso
que a organização esteja sempre preparada, pronta para se manter; e se
possível, de forma sustentável.
15
CAPÍTULO II
GESTÃO SUSTENTÁVEL
Durante muitos séculos, o homem acreditou que pudesse viver e
perpetuar sua espécie, sem a necessidade de se preocupar com o meio
ambiente: a vida se renovaria e os recursos naturais seriam sempre infindáveis
para todos. Antigamente, isso era mesmo possível; evoluir retirando da
natureza tudo aquilo que se achasse necessário, sem maiores preocupações.
Porém, o tempo passou, e a vida em nosso planeta mudou bastante.
Crescentes mudanças climáticas, com conseqüências trágicas ocasionadas
pela ação da natureza e o alto índice de poluição da água, terra e ar fizeram
com que a população começasse a repensar sobre a forma com que a
sociedade tem utilizado os recursos do planeta. A degradação ambiental
ganhou grande visibilidade, fazendo com que parte da população concluísse
que algo deveria mudar e de forma rápida para que as futuras gerações
pudessem viver, e viver bem. Sendo assim, essa parte da população iniciou,
discretamente, uma pressão sobre as empresas em geral, com relação às suas
práticas de produção e prestação de serviços.
Além disso, as empresas que utilizam recursos da natureza e,
consequentemente, poluem o meio ambiente, também observaram que, para
que os recursos naturais continuassem disponíveis seria necessário preserválos.
A partir daí, criou-se uma necessidade nas empresas de adaptarem
seus procedimentos ou mudarem sua forma de agir de forma drástica e rápida;
primeiro sob pena de verem suas vendas caírem e, por consequencia, seus
lucros, devido a esta nova forma de pensar de seus consumidores, que optam
por produtos e serviços oferecidos por empresas sustentáveis; e segundo sob
pena de verem suas fontes de matéria-prima esgotadas.
2.1 Histórico
16
Após o incidente da explosão do reator da usina de Chernobyl, na
Ucrânia, em 1987, o termo ‘Sustentabilidade’ ficou conhecido, através da
publicação do relatório Nosso Futuro Comum, ou “Relatório Brundtland”. Este
documento deixava claro deveria haver um equilíbrio entre o crescimento
econômico e a proteção ao meio ambiente. E, assim nasceu o termo
‘Desenvolvimento Sustentável’, que anos mais tarde passou a fazer parte dos
documentos oficiais da ONU.
Influenciada por este relatório, a ONU convocou uma nova
conferência. E, em 1992 ocorreu a Eco 92, no estado do Rio de Janeiro. Neste
evento, foi aprovado um documento chamado “Agenda 21”, que continha um
plano de ação que enumerava os objetivos a serem atingidos pelas sociedades
para sustentar a vida no planeta. E todos os Chefes de Estado presentes no
evento assinaram o documento e se comprometeram em adotar este novo
padrão de desenvolvimento.
E, outros encontros ocorreram nos anos seguintes, objetivando
revisar o Agenda 21 e propor novas ações. Assim, com o auxílio de
organizações e institutos ligados a área, empresas iniciaram um processo de
mudança
interna,
criando
e
adotando
práticas
sustentáveis
que
demonstrassem sua preocupação e respeito pelo planeta e com a sociedade
nele inserida.
Desta
forma
surgiram
os
termos
“Gestão
Sustentável”
ou
“Sustentabilidade Empresarial” que, para os especialistas, descrevem a
capacidade das empresas em se manterem vivas neste cenário atual.
2.2 A adesão à idéia de Sustentabilidade no ramo empresarial
Essa preocupação com o tema fez com que muitos empresários e,
principalmente, acionistas e investidores procurassem investir em empresas
que estivessem desenvolvendo algo para tornarem-se mais sustentáveis. Eles
acreditam que estas empresas, no futuro, terão um bom retorno da sociedade
com um considerável aumento no número de vendas, e estarão mais
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preparadas para as mudanças externas, seja ela no âmbito social ou
ambiental.
Considerando essa necessidade iminente, Almeida (2002, p. 35)
descreve o que as empresas precisam ter em foco ao aderirem a projetos de
Sustentabilidade:
“A empresa que quer ser sustentável inclui entre seus
objetivos o cuidado com o meio ambiente, com o bemestar do stakeholder e com a constante melhoria da sua
própria reputação. Seus procedimentos levam em conta
os custos futuros e não apenas os custos presentes, o
que estimula a busca constante de ganhos de eficiência e
o investimento em inovação tecnológica e de gestão.”
Com base nesta crescente importância que o tema tem adquirido,
muitos estudos têm sido feitos sobre esta natureza. Eles comprovam que a
adoção de práticas sustentáveis traz inúmeros benefícios para as empresas em
diversos sentidos; como a valorização da imagem institucional e da marca,
fidelização do cliente, capacidade de adaptação, longevidade, entre outros.
Entretanto, nem todas as empresas entendem que é extremamente
necessário repensar o seu modelo de negócios para sobreviver neste cenário
econômico atual, onde as exigências socioambientais estão se tornando uma
realidade. É preciso um remodelamento em sua gestão, e o pensamento deve
estar focado no presente e, principalmente, no futuro da organização.
Atualmente, muitas empresas ainda pensam no lucro como sendo
uma finalidade; porém, a verdadeira missão da empresa deve estar sempre
pautada em três dimensões: econômica, social, e ambiental. Assim a empresa
pode continuar visando o lucro, mas considerando o impacto de suas
atividades na sociedade e no meio ambiente, procurando amenizá-los e
desempenhando, ao mesmo tempo, ações na área social.
18
Muitas
organizações
ainda
acreditam
que,
investir
em
sustentabilidade trará prejuízos financeiros, e associa esta idéia a um aumento
nos custos operacionais e no preço de seus produtos ou serviços, o que
deixaria em risco sua colocação no mercado consumidor.
Para tentar sanar este equívoco, Almeida (2002, p. 34) diz:
“Para ser sustentável, uma empresa ou empreendimento
tem que buscar, em todas as suas ações e decisões, em
todos os seus processos e produtos, incessante e
permanentemente, a ecoeficiência. Vale dizer, tem que
produzir mais e melhor com menos: mais produtos de
melhor qualidade, com menos poluição e menos uso dos
recursos
naturais.
E
tem
que
ser
socialmente
responsável: toda empresa está inserida num ambiente
social, no qual influi e do qual recebe influência. Ignorar
essa realidade é condenar-se a ser expulsa do jogo, mais
cedo ou mais tarde.”
Atualmente, encarar a sustentabilidade como uma necessidade real
e premente para todos os portes de empresas é a condição mais básica para
qualquer empreendimento ter sucesso. As necessidades dos consumidores
refletem também a sua visão de mundo e a importância que dão as questões
sociais e ambientais deste. E para as empresas, essa visão deve ser
intrinsecamente embutida em seu planejamento e prevista em qualquer estudo
mercadológico.
A sustentabilidade é um conceito de extrema importância, e precisa
ser difundido no mercado empresarial. Essas empresas precisam compreender
que, o custo com danos ambientais pode ser muito maior do que os
investimentos em práticas sustentáveis, assim como a administração dos
conflitos sociais também. Além dos prejuízos ambientais e financeiros, ignorar
as dimensões ambientais e sociais prejudica sua imagem perante a sociedade
em geral, reduzindo, assim, as vendas, o lucro e a credibilidade.
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Os preços impostos pelo mercado costumam encarecer e muito o
preço das matérias-primas, quando estas estão em falta no mercado.
Entretanto,
quando as
empresas
realizam
investimentos em
práticas
sustentáveis, principalmente nos setores que necessitam de recursos do meio
ambiente, considerados não-renováveis, estas trocam as tecnologias que
degradam a natureza por outras mais sustentáveis, e claramente percebem um
bom lucro; pois se torna mais independente das taxas impostas pelo mercado.
Estas empresas que se propõem a aderir a este processo também
precisam de crédito. E, geralmente vão buscar em bancos que também
estejam ligados a sustentabilidade. Estes bancos, antes de liberarem os
créditos para as empresas, realizam uma análise de todo o projeto: verificam
as condições econômico-financeiras, o risco ambiental, os impactos ao meio
ambiente e à sociedade, para só depois informar sobre a liberação ou não do
empréstimo; criando uma barreira àqueles que não se preocupam com o tema
sustentabilidade.
Por vários motivos, as empresas que praticam o desenvolvimento
sustentável têm a tendência de crescer evolutivamente. A sustentabilidade visa
tanto o crescimento da empresa ou organização, quanto os princípios éticos
sobre as questões ambientais. É bastante comum que ocorra interferência
política nesse assunto. Entretanto, os órgãos políticos devem e costumam ter
um grande cuidado ao criar uma lei sustentável, pois o prejuízo das empresas
poderia atrapalhar toda uma economia.
O governo deve funcionar como uma das principais fontes de
mudança e regularização neste sentido. Tendo o controle sobre políticas
fiscais, tributárias e sobre os principais órgãos de defesa do meio ambiente, o
governo tem em mãos o poder necessário para mudar este quadro e
desenvolver e buscar a sustentabilidade, sem perder a qualidade de vida
dentro do ambiente econômico. Em todo o mundo, os governos têm tido estes
tipos de atitudes, incentivando as empresas que adotam estas práticas - mas
estas ainda se mostram muito modestas.
20
Contudo, o uso consciente dos recursos naturais é muito vantajoso
para a grande maioria das empresas. Se forem sustentáveis, ganham uma boa
imagem com seus consumidores, e, mais que isso, ganharão maior
independência do mercado externo para adquirir matéria-prima, energia e etc.
E, com isso, estarão sempre de encontro ao seu maior objetivo: se manter no
mercado, e obter lucro. Ou seja, fica cada vez mais claro que, as empresas que
não estiverem de acordo com programas ligados à sustentabilidade não
sobreviverão por muito tempo no mercado.
Os empresários e responsáveis pelas organizações precisam
entender que, a longo prazo, a procura por inovações para atender a padrões
ambientais e a busca de materiais alternativos podem determinar redução de
custos (Wilkinson et al., 2001).
Devemos entender que sustentabilidade é a sustentação da vida no
planeta, no seu sentido mais amplo; e o caminho a se seguir deve ser, sim, o
do desenvolvimento sustentável. Neste contexto, o papel que as empresas
exercem é fundamental. Espera-se que estas sejam éticas e transparentes e
que estes atributos possam ser comprovados por todos. Desta forma, as
empresas precisam se especializar, buscando contínuas melhorias em sua
gestão; sendo um caminho a Responsabilidade Social.
2.3 O emprego da Responsabilidade Social
Nos últimos anos, notou-se uma grande evolução na conceituação e
prática da Responsabilidade Social empresarial. Este novo parâmetro para se
administrar tem ganhado corpo e consistência, além de contribuir para que as
empresas se tornem mais éticas, buscando a excelência com o passar do
tempo.
21
Muitas
organizações
têm
conseguido
integrar aos
aspectos
econômicos, os aspectos sociais e ambientais; essa realidade tem contribuído
para identificar sob quais condições os lucros foram obtidos – mostrando
respeito aos envolvidos nessa estratégia. E a movimentação dentro de uma
organização por meio da Responsabilidade Social faz com que esta saia de
sua zona de conforto.
As empresas, como organismos vivos e complexos que são, estão
em constante movimento. Elas se movimentam para a conquista de seus
objetivos e metas, para a conformidade legal, para a adequação a um novo
mercado, para serem únicas; porém tais movimentos geram desequilíbrios. E
este desequilíbrio pode comprometer a trajetória da empresa rumo ao negócio
sustentável.
E, os impactos desse desequilíbrio são sentidos pela empresa.
Sendo assim, torna-se, mais uma vez, prudente e responsável, a adoção de
um modelo de gestão estratégica e de ferramentas de gestão capazes de
identificar e corrigir eventuais desequilíbrios e impulsionar a empresa rumo à
longevidade.
Porém, ainda é percebido um interesse relativamente baixo sobre
Responsabilidade Social empresarial em nosso país. Para estar alinhada com
este tema, a educação corporativa deve ser um dos primeiros passos da
empresa. Pois uma das medidas principais é a conscientização dos
funcionários sobre a importância de simples ações. Fica cada vez mais claro
que, o desenvolvimento de ações no ambiente de trabalho é uma fator de
extrema importância para que a organização consiga se tornar e para que seja
considerada socialmente responsável.
Sendo assim, a empresa que deseja se tornar realmente sustentável
deve transformar as teorias sobre Responsabilidade Social em medidas
concretas; esse será um diferencial frente à concorrência. Criar soluções
efetivas nesse sentido proporciona destaque no cenário corporativo, além de
desenvolver a economia desta de forma mais sustentável.
22
CAPÍTULO III
AÇÕES VOLTADAS A SUSTENTABILIDADE – CASO
GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A.
A empresa começou suas operações com o nome Gol Transportes
Aéreos S.A., e iniciou seus vôos em 15 de janeiro de 2001 como a 1ª
companhia aérea regular brasileira, do século 21. Desde o início ofereceu ao
mercado uma alternativa de transporte seguro, a preços acessíveis e mais
atrativos, em comparação às ofertas convencionais de transporte aéreo.
Com o objetivo de reduzir custos, a companhia priorizou a utilização
de uma frota nova e padronizada de aeronaves da empresa americana Boeing,
e disponibilizou classe única de serviço, o que simplificou a experiência de
viagem aérea do brasileiro. A empresa também investiu em tecnologia e
inovação: acabou com os tradicionais bilhetes de papel e estabeleceu a
internet como seu principal canal de vendas.
No
ano
de
2004,
a
companhia
abriu
capital,
lançando
simultaneamente suas ações na bolsa de São Paulo (Bovespa) e de Nova York
(NYSE). Dessa forma, potencializava seu crescimento, com a captação de
recursos adicionais para a expansão de sua frota. Em função dessa nova
realidade, criou-se a Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A., para controlar a Gol
Transportes Aéreos S.A. Em 28 de março de 2007, essa empresa controladora
adquiriu 100% das ações da VRG Linhas Aéreas S.A., operadora da marca
Varig e detentora de ativos importantes, como Smiles, o maior programa de
milhagens da América Latina.
Atualmente, as duas subsidiárias operacionais estão reunidas em
uma única empresa aérea, que mantém as marcas Gol e Varig. A companhia
oferece mais de 900 vôos diários para 55 destinos que conectam as mais
importantes cidades do Brasil e os principais mercados internacionais da
América Latina.
No total, a companhia possui 5 marcas importantes e reconhecidas
na indústria brasileira de aviação, e que se converteram em ativos intangíveis
23
fundamentais para o posicionamento desta: Gol, Varig, Gollog, Smiles e Voe
Fácil.
Além da Gol, Varig e Smiles, a empresa administra a Gollog, um
serviço de cargas aéreas da companhia para todos os destinos operados pela
Gol, e o Voe Fácil, um cartão que permite a compra do bilhete aéreo e o seu
parcelamento em até 36 vezes. Este cartão pode ser utilizado na compra de
passagens para todos os destinos que a empresa opera.
Consciente de que a emissão de gases causadores do efeito estufa
(GEE) é o principal impacto do setor de aviação, a companhia tem
desenvolvido continuamente pesquisas que irão resultar em tecnologia mais
limpa, que minimize os impactos ao meio ambiente, e que garantirão a
disponibilidade de combustíveis no longo prazo. Neste trabalho serão
apresentados exemplos desse contínuo aprimoramento da tecnologia que
utilizado nas operações da Gol, como a renovação da frota e a instalação de
sensores para viabilizar o GPS Landing System (que será melhor abordado
mais tarde), um equipamento do ramo, que permitem a redução do consumo
de combustíveis e, como conseqüência, emitem menos gases causadores do
efeito estufa (GEE).
A Gol foi criada em 2001 com a missão de popularizar o transporte
aéreo no Brasil e na América do Sul. Hoje, tem como incumbência continuar a
aproximar pessoas com segurança e inteligência, e como visão ser a melhor
companhia aérea para se viajar, trabalhar e investir. Sua estratégia é voltada
para o crescimento rentável resultante de uma estrutura de baixo custo e alta
qualidade no atendimento, o que permite oferecer tarifas reduzidas e,
consequentemente, uma opção de transporte acessível a todos, compondo um
ciclo de desenvolvimento autosustentável.
3.1
Gestão e Estrutura Organizacional
O controle acionário da Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. pertence
as sociedades Vald Participações S.A., Thurgau Participações S.A., Limmat
Participações S.A. e Aller Participações S.A., que são controladoras da
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Aeroparticipações S.A., sua controladora imediata. Além disso, a empresa é
controlada pelo Fundo de Investimentos em Participações Volluto (antigo
Fundo de Investimentos em Participações Asas), que detinha, no final de 2009,
63,4% de seu capital total.
Em 2009, a Gol promoveu uma reestruturação organizacional
visando simplificar sua gestão e reduzir o número de Diretorias VicePresidências, responsáveis pela gestão direta dos negócios, que passam de
cinco para quatro: Técnica; de Finanças, Estratégia, Planejamento e
Tecnologia da Informação; de Clientes, Colaboradores e Gestão; e de
Mercado.
Além destas, existe ainda o Conselho de Administração da empresa.
Este conselho tem participação ativa na definição de estratégias da Companhia
e na escolha dos diretores executivos e monitoramento de seu desempenho,
tendo participado do processo de decisão da nova estrutura organizacional da
Gol, definida em 2009. É composto por nove membros, sendo quatro
independentes.
Um fato interessante neste conselho é que, de acordo com o
Estatuto Social da companhia, os acionistas são responsáveis por estabelecer
em Assembléia a remuneração global a ser paga aos membros do conselho.
Uma vez estabelecido o valor total de remuneração, os membros deste tornamse responsáveis por estabelecer níveis individuais de remuneração em
cumprimento ao Estatuto.
E, a gestão da companhia ainda conta com os chamados Comitês
de gestão.
Para garantir uma gestão eficiente, a empresa implantou a criação
de quatro comitês de gestão e um subcomitê, instituídos pelo Conselho de
Administração, que apóiam suas áreas de negócio e são compostos por
integrantes de diversas áreas da companhia.
Dentre estes, destacam-se o Comitê de Estratégia (composto por
sete integrantes) e o Comitê de Pessoas e Governança Corporativa (este,
composto por cinco integrantes). Este último é responsável por diversas ações,
como: revisão e recomendação ao Conselho de Administração das formas de
25
remuneração a serem pagas aos colaboradores, incluindo salário, bônus e etc;
e análise dos planos de carreira e de sucessão para a Administração; entre
outros.
Adicionalmente, ainda existe a gestão de riscos, que é parte dos
processos de planejamento estratégico e operacional da companhia, e que visa
à proteção e sustentabilidade dos negócios, bem como dos recursos materiais
e financeiros utilizados em sua operação.
Esta parte da gestão divide os riscos em dois tipos: econômicofinanceiros e operacionais.
Os principais riscos econômico-financeiros inerentes às operações
da empresa estão atrelados aos gastos com combustíveis, intensificados em
momentos de volatilidade e oscilações nas taxas de juros e no câmbio. Já os
riscos operacionais remetem ao patrimônio da companhia que é protegido por
seguros contratados com limites adequados à cobertura dos riscos inerentes
ao seu negócio. As aeronaves, obviamente, também são seguradas.
A Gol conta também com uma Diretoria de Segurança, ligada
diretamente ao Conselho de Administração, de forma a assegurar as melhores
práticas em segurança operacional.
Contudo, os últimos registros mostram que a empresa transportou,
em 2009, 28,4 milhões de clientes. E sua taxa de ocupação média consolidada
foi de 65,2% - ambos os números são maiores em relação ao ano anterior. E,
neste mesmo período, seus custos e despesas registraram queda de 13,6%
em relação ao ano anterior, somando R$ 5,6 bilhões. Esse resultado é
decorrente, principalmente, da queda de 31,1%
nas
despesas
com
combustíveis, reflexo das diversas iniciativas sustentáveis adotadas buscando
a melhoria da eficiência operacional.
Desde 2001, a companhia transportou 130 milhões de passageiros,
permitindo que um número maior de pessoas trocasse o ônibus pelo transporte
aéreo, ganhando tempo, conforto e segurança no deslocamento.
No que diz respeito à plataforma tecnológica da Gol, esta está em
constante evolução para dar agilidade aos clientes, reduzir custos e criar novos
diferenciais para a oferta de produtos da companhia. Atualmente, essa
26
plataforma proporciona aos clientes uma facilidade até então inédita no
mercado de aviação brasileiro, o check-in pelo celular, que é disponível nos
aeroportos de São Paulo, Brasília, Rio de janeiro e Confins (Minas Gerais).
E, iniciado com a aquisição da Varig, o processo de revitalização do
Smiles, o maior programa de milhagem da América latina, com mais de 6,8
milhões de participantes e 160 parceiros, consolidou, em 2009, importantes
novas parcerias com grandes companhias, como a Air France/KLM, a delta Air
Lines, e a norte-americana American Airlines, que possui o maior número de
freqüências dos estados unidos ao Brasil.
Em 2009, diversas novas parcerias passaram a gerar benefícios
para os clientes, como 50% de desconto nos aluguéis de carros com a unidas
realizados pelo site da empresa, oferta de seguros para viagens e descontos
de até 70% em mais de 16000 hotéis em todo o país.
3.2
– Um relato de iniciação à sustentabilidade
Objetivando reforçar seu compromisso com o crescimento aliado ao
desenvolvimento sustentável, a Gol lançou, em 2009, o seu 1º Relatório de
Sustentabilidade. E esse documento será uma das bases fundamentais desta
pesquisa.
Com uma visão mais integrada de seus negócios, que engloba os
aspectos operacionais, financeiros, ambientais e sociais, a publicação de um
relatório representou mais um passo no processo de incorporação da
sustentabilidade à sua estratégia de negócios e um avanço na sua prestação
de contas.
Este relatório se iniciou mostrando dados importantes como, o fato
da companhia ter sido a 1ª da América Latina a participar do SAFUG
(Sustainable
Aviation
Fuel
Users
Group),
grupo
de
pesquisa
de
biocombustíveis para aviação. O programa reúne empresas aéreas e
provedores de tecnologia com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de
novas fontes sustentáveis de combustível para aviação, alcançando seu uso
comercial. Ao aderir ao grupo, a empresa adota como premissa que qualquer
27
biocombustível sustentável deve apresentar um desempenho igual ou superior
aos combustíveis a base de querosene, mas com taxas mais reduzidas de
emissão de gás carbônico.
Para cumprir com seus objetivos de maneira duradoura e
responsável, a companhia mantém uma estratégia que visa à sustentabilidade
de todos os aspectos que envolvem seus negócios: crescimento rentável, por
meio de uma estrutura de baixo custo e alta qualidade no atendimento ao
cliente, eficiência e inovação, com a utilização de modernas tecnologias que
possibilitam redução de custos e de impactos ambientais da operação; e
relacionamentos consistentes, por meio da proximidade com todos os públicos
que interagem com seus negócios.
3.3
– Operação eficiente e segura
A gestão estratégica operacional da Gol é focada em investimentos
consistentes em sua estrutura e processos, de modo a manter o ciclo virtuoso
que garante à companhia e aos seus públicos segurança, eficiência e redução
de impactos ambientais no transporte de passageiros.
A troca dos aviões é parte fundamental da estratégia de crescimento
com rentabilidade, redução dos custos operacionais e dos impactos ambientais
e do fortalecimento do relacionamento com os clientes, que têm acesso a
tarifas mais baixas e voam com mais conforto e segurança.
Todas essas aeronaves contam com um sistema de recirculação
automática e renovação do ar a cada 2 minutos. Os filtros do tipo HEPA (High
Efficiency Particulate Air) retém partículas microscópicas, como pequenas
bactérias, fungos e vírus, eliminando mais de 99% dos micro-organismos, o
que torna mínima a chance de se transmitir qualquer doença infectocontagiosa
à bordo destas.
Os modelos de aeronaves utilizados pela companhia, atualmente,
são os modelos 737-700NG e 737-800NG de última geração, fabricados pela
empresa estadunidense Boeing. Sendo que, o modelos 737-800 SFP (Short
Field Performance) foi desenvolvido exclusivamente para a Gol. Este último
28
segue as especificações da própria companhia, conferindo mais segurança nos
pousos e decolagens em pistas curtas ou com neve, e reduzindo o consumo de
combustíveis e as emissões de gases causadores do efeito estufa. Além disso,
esse modelo emite menos ruído do que os outros modelos de aeronaves,
atendendo aos requisitos das agências regulatórias norte-americanas e
européias.
No ano de 2009, foram desenvolvidas diversas iniciativas para
reduzir o consumo de combustíveis, o que acaba por diminuir tanto as
emissões de GEE, como os custos operacionais, melhorando o resultado da
companhia.
E, neste mesmo ano, se iniciou a implementação do ACARS – um
sistema de comunicação de aeronaves com cobertura global, inédito no Brasil,
que envia os principais dados de vôo em tempo global para as bases da Gol
via satélite por mensagens de texto e voz – o que permite que as rotas (trechos
onde a que a companhia opera) e o tempo de voo sejam atualizados
automaticamente. Assim, as equipes que trabalham em solo, nas bases
(aeroportos) e a tripulação (pilotos e comissários de bordo) organizam seus
procedimentos com mais eficiência, possibilitando ganhos em escala de até 1
minuto por vôo. A finalização da instalação em todas as aeronaves está
prevista para o final de 2012 e, em um total de aproximadamente 900 vôos
diários, essa economia de tempo se converte em redução de custos e
diminuição de emissões equivalentes à operação de uma aeronave adicional
por dia.
A partir de janeiro de 2010, suas aeronaves passaram a receber
sensores para viabilizar o GPS Landing System, inovador sistema para pousos
e decolagens, e o Vertical Situation Display, sofisticada ferramenta de aferição
do posicionamento da aeronave em relação ao solo.
O GPS Landing System confere mais precisão e segurança aos
procedimentos de pousos e decolagens, o que permite reduzir em até 5% o
consumo do combustível e a emissão de GEE nessas fases do vôo. E,
complementarmente, o Vertical Situation Display também garante um
planejamento de descida mais eficiente, permitindo aos pilotos identificar, a
29
partir da cabine de comando, informações de relevo e obstáculos em solo com
precisão. O sistema agrega ainda mais segurança, como ferramenta adicional
para monitoramento da posição da aeronave em movimento em relação à
superfície terrestre, e proporciona redução do desgasta de componentes
acionados durante o pouso, refletindo em menores despesas de manutenção.
Além disso, em 2009, a Gol desenvolveu sistemas internos que
tornam as escalas, trocas de equipe e de suprimentos das aeronaves mais
eficientes, passou a desligar um dos motores das aeronaves após o pouso e a
retardar o acionamento da APU – uma unidade de força auxiliar (Auxiliary
Power Unit). Com a adoção dessa última medida, inédita entre as companhias
aéreas brasileiras, a Gol calcula que irá obter redução de 28,57% no consumo
de combustível da aeronave em solo, o que deve proporcionar uma economia
de aproximadamente R$ 18,3 milhões por ano.
Todas as aeronaves adquiridas da Boeing pela Companhia, dos
modelos 737-800NG e 737-700, são equipadas com winglets – um componente
aerodinâmico posicionado na extremidade livre da asa de uma aeronave, que
tem por função diminuir o arrasto induzido, relacionado ao vórtice de ponta de
asa – tecnologia que proporciona melhor performance durante a decolagem,
permite vôos mais longos sem escalas e economiza até 4% no consumo de
combustível.
Também em 2009, a empresa adotou a pintura eletrostática das
aeronaves em seu novo Centro de Manutenção. A técnica consiste na
utilização de tinta imantada que, ao ser atraída à estrutura da aeronave, gera
uma economia de 50% na quantidade de tinta utilizada, redução de 45% no
tempo de aplicação, além de diminuir o peso das aeronaves em 300 kg.
E, grande parte dessas atividades são realizadas no Centro de
Manutenção de aeronaves da companhia, em Belo Horizonte. Trata-se do
primeiro hangar próprio da empresa, inaugurado em 2006. A escolha do local
baseou-se no fato de o Aeroporto Internacional Tancredo Neves ser uma dos
melhores e mais bem estruturados do país. Este empreendimento já gerou, à
companhia, uma redução de custos de mais de US$ 2 milhões ao ano. Sendo
uma dos hangares mais modernos do Brasil, o Centro de Manutenção,
30
certificado pela Secretaria do Meio Ambiente desse estado, conta com
procedimentos referentes às atividades de manutenção e gestão ambiental
baseados na ISSO 14001 – norma internacionalmente aceita que define os
requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental -, além
de aplicar tecnologia de ponta em sua operação para reduzir impactos
ambientais de suas atividades e promover melhor controle dos custos
empregados.
A partir de 2009, os processos de gestão ambiental do centro de
Manutenção passaram a ser verificados por meio de auditorias internas. Além
disso, os colaboradores podem sugerir melhorias a serem aplicadas à gestão
do meio ambiente. Já em Março de 2010, foi concluída a expansão deste
centro, que ampliou sua capacidade anual de aeronaves em manutenção para
o dobro, aumentou sua área construída, e triplicou a capacidade do sistema de
tratamento de efluentes industriais, garantindo à Gol a estrutura necessária
para seu plano de crescimento.
3.4
Gestão com consciência ambiental
Neste mesmo ano de 2009, foram criados, também, os Escritórios
de Projetos Sustentáveis (EPS), idealizados para introduzir a sustentabilidade
na gestão da Gol. Os EPSs funcionam como um modelo de gestão em que
uma equipe formada por funcionários de departamentos e competências
diferentes é responsável pela execução de projetos que agreguem conceitos e
valores sustentáveis nos processos da companhia, criando políticas e
iniciativas que possuam critérios de sustentabilidade e permitindo, assim, a
consolidação do tema na filosofia da empresa.
O primeiro EPS, inaugurado em Agosto de 2009, foi o Escritório de
Projetos Sustentáveis Meio Ambiente, com o intuito de avaliar os impactos
ambientais da companhia e propor soluções para sua mitigação e buscar
garantir uma atuação ambientalmente responsável que vá além da adequação
legal. Sendo assim, o EPS Meio Ambiente já aborda temas relacionados à
31
ecoeficiência e a uma gestão ambiental inovadora que alie a redução de custos
de operação às novas oportunidades de lucro.
Além das iniciativas para otimizar os custos operacionais e o
consumo de combustíveis, com a conseqüente redução das emissões de
GEEs, a Gol está comprometida com iniciativas globais que visam mensurar e
controlar os níveis de emissões, bem como buscar alternativas para mitigar
possíveis efeitos do aquecimento global, estando as principais destacadas a
seguir:
•
Relatório DEHST (Deutsches Emissionshandelsregister)
A Gol foi a primeira companhia aérea da América Latina a
apresentar o plano de controle de emissões para gerar o inventário da DEHST,
autoridade alemã responsável pela implementação de ações de monitoramento
de emissões e de projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo do
Protocolo de Kyoto – protocolo de um tratado internacional com compromissos
mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito
estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas,
como causa antropogênica do aquecimento global. Com base nesse
levantamento, a empresa pode contabilizar suas emissões e desenvolver
novos planos de ação para reduzi-las, além de conseguir manter-se habilitada
para oferecer vôos para países da Comunidade Européia, destino que
demanda de todas as companhias aéreas esse controle.
•
SAFUG (Sustainable Aviation Fuel Users Group)
Essa foi a primeira companhia aérea brasileira selecionada a compor
o SAFUG, grupo internacional de pesquisa de biocombustíveis para a aviação,
a Gol participa de testes de viabilidade do uso desses combustíveis que,
quando aprovados, proporcionarão significativa redução na emissão de gases
do efeito estufa nas operações do setor aéreo.
•
Consultoria GE
Neste, a empresa possui um contrato de parceria com a GE
Aviation, divisão Fuel and Carbon Services. Este acordo prevê a criação de
estudos e sistemas para a redução de consumo de combustíveis fósseis e
GEEs.
32
Com essas e outras ações, além de garantir a perpetuação de seus
negócios e a sustentabilidade ambiental, a Gol se posiciona estrategicamente
no setor aéreo, antecipando-se ao cumprimento de metas que nos próximos
anos serão mandatórias em mercados como a Europa e, futuramente, no
Brasil.
Já na Gestão de resíduos, este gerenciamento é feito da seguinte
forma: durante o processo de manutenção das aeronaves, qualquer tipo de
resíduo químico e oleoso gerado é enviado para tratamento em empresas
especializadas e tem destinação ambientalmente correta, de acordo com a
legislação ambiental e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). Este gerenciamento de resíduos é baseado no princípio dos 3Rs
(Reduzir, Reutilizar e Reciclar), visando prevenir a poluição com a redução da
quantidade gerada (minimização na fonte geradora), reutilização ou reuso e
reciclagem, sempre que possível e viável economicamente. O objetivo é enviar
para incineração e aterro sanitário somente os resíduos que não podem ser
aproveitados e, sendo assim, necessitam de tratamento ou inativação, e
disposição final.
Em 2007. Praticamente 100% destes resíduos gerados eram
incinerados, enquanto que, no ano seguinte, em 2008, com o projeto para
redução de desperdícios implantado, 20% do total dos resíduos que seriam
incinerados foram reaproveitados. Em 2009, esse total subiu para 26% dos
resíduos reaproveitados, reciclados e/ou aproveitados como matéria-prima em
processos industriais. Além do ganho ambiental com a redução do impacto, a
priorização de alternativas de destinação de resíduos ambientalmente corretas,
com as melhores tecnologias disponíveis e viáveis, a empresa obteve também
redução de custos. E, em 2009, a companhia recebeu a licença ambiental para
envio de resíduos para o coprocessamento, que permite a reutilização das
cinzas geradas para a produção de cimento.
Além de promover a destinação correta dos resíduos, a Gol busca
utilizar racionalmente os recursos naturais. Assim, o Centro de manutenção
possui uma Estação de Tratamento de Efluentes Químicos (ETE), que recebe a
água proveniente da lavagem de aeronaves, peças, pisos e pias de mão da
33
manutenção e do posto médico que, após o tratamento, é reutilizada em
atividades como limpeza de pisos, equipamentos e materiais não-metálicos. E,
a partir de 2010, essa água tratada na ETE passou a ser aproveitada em
bacias de descargas sanitárias das áreas ampliadas do centro. Essa iniciativa,
além de reduzir custos, representa um ganho ambiental, pois além de reduzir a
quantidade de água potável antes utilizada nesse processo, aproveita a água
que seria descartada.
Continuando com o objetivo de ganho ambiental, também está
instalado no hangar de pintura das aeronaves, em Confins, um sistema de
insuflamento e exaustão de ar para retirada das emissões atmosféricas
geradas nas pinturas das aeronaves. O ar contaminado passa por quatro
etapas de filtragem para retirada de material particulado e compostos orgânicos
voláteis e, então, encaminhado para as chaminés. E, o ar lançado no meio
ambiente é monitorado por meio de análises de laboratório, certificado na ISSO
17025 (Sistema de Qualidade para Laboratórios), e os resultados são enviados
ao órgão ambiental responsável. Todos os resultados desde o início de
operação do Centro de Manutenção estão abaixo dos limites estabelecidos na
legislação. Após a reforma deste hangar, em 2008, quando os filtros foram
instalados, as emissões atmosféricas de material particulado e de compostos
orgânicos voláteis foram reduzidos em 60%, minimizando o impacto no meio
ambiente e na saúde dos colaboradores do local.
Ainda neste hangar, no Centro de Manutenção, são usadas cabines
de pintura e lixamento de peças também com sistema de filtros pra retenção de
poluentes atmosféricos. Nestas cabines existe um sistema alto vácuo que
retém esse material particulado e o pó de lixamento, evitando seu impacto na
saúde do colaborador e no meio ambiente.
E, ainda existe um projeto chamado ‘Passando a Limpo’ e a Coleta
Seletiva de Lixo. Com este primeiro, implantado há mais de cinco anos, a
companhia aplica o método inteligente de lavagem a seco das aeronaves em
suas bases de manutenção de linha, o que economiza em 90% o uso de água
nesse processo. Já o descarte seletivo de resíduos permitiu, só em 2009, a
reciclagem de mais de 32% do total gerado no centro de Manutenção, entre
34
papel, papelão, plástico, peças de aeronaves, óleo querosene e tintas.
Adicionalmente, para evitar a incineração das embalagens de produtos
químicos, essa empresa passou a adotar as opções retornáveis.
Outra iniciativa da Gol é a conclusão, até o final deste ano de 2011,
do processo de digitalização de arquivos com a instalação de um software e
um hardware EFB (Eletronic Flight Bag), que reúne em um sistema todos os
manuais das aeronaves
e
procedimentos
operacionais
emitidos
pelo
Departamento de Aviação Civil (ANAC). Esse sistema permite o acesso rápido
e simultâneo a um mesmo documento, além de reduzir o peso transportado
nas aeronaves em cerca de 28 kgm o que representa 34.860 kg diariamente ou
8.482.600 kg anualmente a menos de carga morta transportada, que equivalem
ao peso de 113.101 passageiros.
3.5
Responsabilidade Social: uma das principais premissas
A Gol procura reiterar seu compromisso com a construção de uma
cultura de respeito às diferenças, promovendo a diversidade e garantindo
oportunidades a todos, independente de credo, raça, condição social ou física.
Por isso, a gestão de pessoas da companhia desenvolve projetos de inclusão e
igualdade das oportunidades de trabalho a todos.
Dentre esses projetos, dois ganharam mais destaque. O ‘Projeto
PCD (Pessoas com Deficiência) foi criado há cinco anos, e atua na seleção e
contratação de pessoas com deficiência e na educação e conscientização dos
demais colaboradores, por meio de cursos e palestras, para lidarem
adequadamente com os novos parceiros de trabalho. Só em 2009, foram 268
contratações. E, além deste, existe também o ‘Projeto Aprendiz’, implantado
em 2005, busca contribuir para a formação da cidadania, o convívio social e a
capacitação profissional de jovens entre 14 e 24 anos. Em 2009, 394 jovens
participaram deste projeto.
Além destes projetos de contratação, a empresa conta com uma
Política de Aproveitamento Interno, que estabelece procedimentos e diretrizes
de valorização dos colaboradores, fomentando a retenção de talentos, a
35
motivação, a melhoria no clima de trabalho e a formação de potenciais
sucessores. No ano de 2009, 2.889 vagas foram preenchidas internamente.
Sobre remuneração e benefícios, a companhia estabelece a faixa
salarial alinhada às práticas do mercado, de acordo com pesquisas salariais
realizadas. E, adicionalmente, a empresa pratica a política de remuneração
variável baseada no alcance das metas estabelecidas no planejamento
estratégico. Neste caso, a remuneração é distribuída por meio do Programa de
Participação nos Resultados. Além disso, o política de benefícios oferecida a
todos os colaboradores pela Gol inclui vale-alimentação/ refeição, seguro
saúde, seguro de vida, auxílio funeral, vale-transporte ou 14 linhas de fretados
e Benefício Viagem, por meio do qual são concedidas passagens aéreas
gratuitas ou com tarifas promocionais, de acordo com as cinco categorias do
programa (vide tabela, em anexo).
Outro método utilizado com o objetivo de agregar responsabilidade
social aos conceitos da empresa é o desenvolvimento de programas de
seleção,
contratação,
retenção
de
talentos
e
treinamentos
para
os
colaboradores nos módulos técnico e corporativo, a fim de assegurar a
manutenção do padrão de seu quadro de funcionários e, consequentemente,
de seus serviços.
Entretanto, a empresa se dispõe ainda mais: esta também
desenvolve diversos projetos para estimular a prática do voluntariado entre os
colaboradores e engajá-los em questões sociais e ambientais, dentre os quais,
destacam-se alguns: a campanha ‘Amigos do Mundo’, a ‘Copa Social’, e o
projeto ‘Colaborador Cidadão’.
Na campanha Amigos do Mundo”, a qual teve seu foco na
conscientização e sensibilização dos colaboradores da companhia sobre o
desenvolvimento sustentável, foram promovidas diversas palestras, sessões de
cinema e um treinamento e-learning sobre o tema – voltado aos colaboradores
das bases que não pudera, se deslocar até a sede – no qual foi realizado um
quis com questões sobre os diferentes assuntos apresentados. Já a ‘Copa
Social’ trata-se de uma competição realizada entre as áreas administrativas da
empresa e bases com foco no desenvolvimento socioambiental. Em 2009 –
36
alinhada ao objetivo da campanha ‘Amigos do Mundo’ de conscientizar os
colaboradores da gol acerca do conceito de sustentabilidade – a competição
deixou de arrecadar produtos diversos para doação a instituições sociais, como
tradicionalmente fazia, e passou a premiar as melhores propostas de alteração
de práticas e processos na operação dos negócios com vistas à
sustentabilidade. Além destes, existe ainda o projeto ‘Colaborador Cidadão’
promove um encontro semestral entre os voluntários de todas as bases da
companhia no Brasil para troca de experiências, informações e ferramentas de
sucesso na implementação de ações de voluntariado. No ano de 2009, foi
criado um blog do colaborador cidadão para estimular a participação dos
colaboradores no projeto e aumentar a interação entre eles.
A empresa ainda desenvolve diversos programas de comunicação
utilizando-se de canais específicos para as necessidades de cada tipo de
função existente na companhia, independente da rotina ou local de trabalho do
colaborador. Dentre esses canais, destacam-se o ‘Pombo Correio’ – um jornal
mural -, o Portal Corporativo (intranet) e o evento encontro das Águias,
realizado anualmente com a presença da alta administração da empresa para
apresentar os principais acontecimentos e discutir as perspectivas e metas
para o ano que está por vir.
E, para se adequar ainda mais a este cenário, a empresa criou, em
2009, um escritório de projeto sustentável de suprimentos. Este setor tem como
objetivo desenvolver e implantar uma nova política de compras, que considere
aspectos socioambientais no desempenho de seus fornecedores, e iniciativas
de estímulo para engajamento desse público em relação às questões
socioambientais.
Adicionalmente, a Gol inclui em seus processos de compra cotações
de pequenas empresas também, com o intuito de diversificar sua base de
fornecedores. E, assim, firmou parceria com uma ONG chamada Integrare.
Esta é uma organização que busca promover a participação representativa e
empreendedora da diversidade social brasileira nas cadeias produtivas e de
suprimentos. Com essa atitude, a companhia aumenta a competitividade entre
seus fornecedores e ainda promove oportunidades de negócio que geram
37
inclusão social, além de desenvolvimento econômico e melhor distribuição de
renda na sociedade onde atua.
Todo esse empenho na gestão de seus fornecedores e processos
de compra já mostrou um dado bastante interessante: nos últimos anos, a
empresa vem reduzindo o tempo total do processo de reparo de um
determinado componente, conhecido como Turn Around Time (TAT), que é
medido neste quando da remoção da aeronave até o efetivo retorno ao
estoque.
Além de todas essas ações já citadas, a companhia ainda
desenvolve e apóia diversos projetos de inclusão e desenvolvimento social.
Dentre estes, destacam-se: ‘Projeto Felicidade’, ‘Sustentável 2009’, e ‘Ashoka’.
O ‘Projeto Felicidade’, que atua com foco em restabelecer a
autoestima de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer, conta
com a participação da Gol no oferecimento de passagens aéreas para que o
projeto possa ampliar sua atuação e trazer crianças e familiares de cerca de 15
cidades brasileiras. Já no projeto ‘Sustentável 2009’, terceira edição do
congresso nacional, cuja proposta foi inovar, educar e agir na busca de
soluções para superar os problemas sociais e ambientais, tendo a
sustentabilidade como centro, a empresa foi uma das patrocinadoras. E, na
‘Ashoka’, organização internacional que fomenta o empreendedorismo social, o
apoio da Gol consistiu na doação de 340 passagens aéreas em 2009, o que
fortaleceu a multiplicação de conhecimento e projetos e fortificou a
comunicação da rede de empreendedores.
Ainda em 2009, a empresa recebeu o Diploma da Defesa Civil de
São Paulo, em agradecimento ao transporte de 15 toneladas de donativos ao
Nordeste Brasileiro; o que ratificou ainda mais sua intenção de fazer e se
mostrar uma empresa de gestão estratégica voltada para a Responsabilidade
Social e para a Sustentabilidade.
38
CONCLUSÃO
O tema abordado, Sustentabilidade, já sofreu grandes avanços,
porém estes avanços ainda não são suficientes pra salvarmos o planeta dos
anos de degradação já sofridos. O ideal é rompermos antigos modelos de
desenvolvimento
para
darmos
continuidade
ao
processo.
É
preciso
compreender a imensa complexidade desse tema para se vencer mais este
desafio.
Está cada vez mais claro que, o mercado não mais aceita o descaso
no tratamento dos recursos naturais. E os consumidores estão interessados em
produtos limpos, obrigando as empresas a encarar com seriedade e
responsabilidade a questão ambiental em sua estratégia interna. Os sinais que
o clima e o mercado consumidor têm dado estão fazendo com que as
organizações que ainda não iniciaram a gestão sustentável, iniciem esse
processo.
De acordo com este estudo apresentado, a incorporação da
sustentabilidade
as
empresas
tornou-se
fator
indispensável
a
sua
sobrevivência. Mas este projeto só será possível com o envolvimento do
governo e da sociedade; dessa forma a consequência mais provável é o
sucesso esperado. O que se precisa é desenvolver uma economia cooperativa,
onde o resíduo de um é a matéria-prima do outro, assim como se observa na
natureza. A partir desta conscientização, as mudanças serão maiores, mais
rápidas, e ainda mais visíveis.
Além disso, também foi notado que, a empresa estudada, já
engajada no tema proposto têm tido um maior reconhecimento do mercado e
está garantindo prosperidade em seus negócios, com uma obtenção de lucro
cada vez maior.
Com este trabalho, percebeu-se que, seja por incentivos do governo
ou por intenção de se adequar a nova realidade econômica e social, a Gol
Linhas Aéreas Inteligentes S.A. têm se mostrado bem estruturada. Ao gerar
seu relatório anual de Sustentabilidade, a empresa relatou seus processos e a
39
gestão que faz com que estes diminuam seus impactos ambientais de maneira
significativa, e sejam cada vez mais bem sucedidos.
As ações para a redução no consumo de combustível, principal
causador desse impacto no ambiente em uma empresa aérea, são bem
eficazes, e tendem a se desenvolver ainda mais, segundo a idéia da
organização. Além disso, a empresa mostrou também seu trabalho na criação
de iniciativas voltadas para a emissão de gases, tratamento de efluentes e
melhorias no processo de emissão e gestão de resíduos. E também foi
possível mostrar a adesão da empresa a um grupo de pesquisa voltado ao
desenvolvimento de biocombustíveis para aeronaves – que, se realizado, será
um grande benefício para o meio ambiente.
No âmbito social, a Gol também mostrou sua forte atuação. Suas
ações que, visam obter maiores lucros, procuram se basear em atividades mais
sustentáveis, integrando responsabilidade social, respeito ao meio ambiente e
desenvolvimento econômico.
A democratização do transporte aéreo foi, desde a criação da gol, a
principal premissa e objetivo do desenvolvimento do negócio que, com baixos
preços, serviços diferenciados e facilidades, trouxe novos clientes ao mercado
da aviação.
Apesar de tais avanços mostrados ainda não estarem sendo
promovidos por um número mais significativo de empresas, pode-se concluir
que, com relação às últimas décadas, a questão sócio-ambiental evoluiu
bastante, principalmente no ramo empresarial. Isso, certamente, sinaliza para
avanços ainda maiores daqui para frente.
40
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Tabela da Sustentabilidade
Anexo 2 >> Tabela do Benefício Viagem
Anexo 3 >> Projetos Apoiados pela empresa no ano de 2009
Anexo 4 >> Prêmios e Reconhecimentos
41
ANEXO 1
ECONOMIA GERADA COM A SUSTENTABILIDADE
Combustível
Redução de até 5% do consumo de
combustíveis e das emissões de
gases de efeito estufa (GEEs) durante
os
procedimentos
de
pousos
e
decolagens das aeronaves
Redução de até 4% do consumo de
combustíveis e das emissões de
GEEs com a instalação dos winglets
Resíduos químicos
Redução de 50% da quantidade de
tinta utilizada e de 60% das emissões
de compostos orgânicos voláteis e
material
particulado
durante
o
processo de pintura
Redução
de
60%
de
materiais
particulados e com postos orgânicos
voláteis com a instalação de filtro no
hangar
42
ANEXO 2
Categorias
Beneficiados
Quantidade de passagens
Tarifa isenta e assento marcado
Benefício Viagem Colaborador
e Uma por pessoa
Núpcias
cônjuge
Benefício Viagem Colaboradores
Uma por ano
Férias
(extensivo
ao
cônjuge
e
aos
filhos)
Tarifa Promocional e assento stand-by
Benefício Viagem Colaboradores
Sem limitação de passagens
promocional
Colaborador
Tempo de serviço Passagens
Benefício Viagem Irmãos, pai, mãe e 1 a 2 anos
20
Promocional
amigos
3 a 4 anos
30
Beneficiários
Acima de 5 anos
40
43
ANEXO 3
Eventos e Campeonatos
Alma Surf
Ecomotion
Athina Onassis Horse Show
Escolinha de Surf
Billabong Pro Jr e WQS
Escolinha de Vôlei de Praia
Campeonato Brasileiro de Kitesurf
Estação Gol – Verão 2009 – Frescobol
Campeonato Brasileiro de Windsurf
Hard Skimming Red Bull
Canoa Havaiana
Liga Mundial de Vôlei Masculino
Feminino 2009
Mormaii
CBDA – Confederação Brasileira de Rali Mitsubishi
Desportos Aquáticos
Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia
Circuito
Petrobrás
de
Regata Escola Naval
Longboard Rolex Ilhabela Sailing Week
Classic
Circuito Petrobrás de Surf Feminino
Seletiva Petrobrás de Surf Masculino
Circuito Vênus
Stock Car
Corrida Nike
Super Surf
Desafio das Estrelas
XXI Regata Internacional Recife –
Noronha
Atletas
Adria
Rocha
Santos
(atletismo Mayra Aguiar da Silva (judô)
paraolímpico)
Clodoaldo Franscisco da Silva (natação Ricardo
paraolímpica)
Flávia
Renata
Winicki
Santos
–
Bimba
(windsurf)
Delaroli
Cazziolato Tiago Henrique de Oliveira Camilo
(natação)
(judô)
Leandro marques Guilheiro (judô)
Ubirajara
(ciclismo)
Macedo
Lahud
–
Bira
44
ANEXO 4
Prêmios e Reconhecimentos
Prêmio Notabile 2009
O vice-presidente de Planejamento e TI, Wilson Maciel Ramos, foi premiado na
categoria Personalidade Mais Inovadora pelo Instituto Sem Fronteiras,
sociedade civil sem fins lucrativos criada com a missão de trabalhar a
educação, a pesquisa e a extensão, nos campos da Tecnologia da Informação,
Telecomunicações e Internet.
5th Anniversary of Listing 2009
Homenagem concedida à GOL pela NYSE (New York Stock Exchange) em
comemoração ao 5º aniversário das negociações das ações da GOL Linhas
Aéreas Inteligentes na NYSE.
Homenagem American Airlines 2009
Homenagem recebida pela parceria e acordo de milhagem e code-shares
firmado entre a GOL e a American Airlines.
Empresas Que Mais Respeitam o Consumidor 2009
Concedido pela revista Consumidor Moderno, a GOL foi premiada na categoria
Companhias Aéreas como a empresa que mais respeita o consumidor.
Diploma de Reconhecimento – GOLLOG 2009
A GOLLOG recebeu o Diploma da Defesa Civil de São Paulo, em
agradecimento ao transporte de 15 toneladas de donativos ao Nordeste
brasileiro.
45
Prêmio ABRAREC 2009
Considerada uma das empresas que melhor aderiram ao Decreto Lei nº 6523,
que regulamenta os SACs (Serviços de Atendimento ao Consumidor), a GOL
recebeu o prêmio da ABRAREC (Associação Brasileira das Relações Empresa
Cliente).
Prêmio Época Negócios 2009
A GOL foi premiada como a melhor entre As 100 Empresas de Maior Prestígio
do Brasil na categoria Turismo e Transportes.
IRGR - IR Global Rankings
A GOL recebeu o Prêmio IRGR nas categorias Melhores Práticas de
Governança Corporativa, Disclosure Financeiro e Relatório Anual Online.
46
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Fernando. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2002.
LAROSA, Marco. AYRES, Fernando. Como produzir uma monografia. 7ª Ed.
Rio de Janeiro: Instituto A Vez do Mestre, 2008.
ANSOFF, Igor e McDONNELL, Edward. Implantando a Administração
Estratégica. São Paulo: Atlas, 1993.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico. São Paulo.:
Atlas, 2002.
TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2007.
TZU, Sun. A Arte da Guerra. São Paulo: Martin Claret, 2001.
WILKINSON, A.; HILL, M.; GOLLAN, P.The Sustainability Debate. International
Journal of Operations & Production Management: London, 2001.
Relatório de Sustentabilidade 2009: Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A., 2009.
47
WEBGRAFIA
CAMPOS,
Wagner.
O
que
é
a
Gestão
Estratégica.
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-que-e-a-gestaoestrategica/28653/, acesso em 15 de Março de 2009.
DFREIRE.
Responsabilidade
na
Gestão
Sustentável.
http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/responsabilidade-nagestao-sustentavel/15562/, acesso em 15 de Março de 2011.
NUNES, Raquel. O que é Sustentabilidade. www.ecologiaurbana.com.br/.../oque-e-sustentabilidade/, acesso em 16 de Março de 2011.
REVISTA IDEIA SUSTENTÁVEL. http://www.ideiasustentavel.com.br/, acesso
em 30 de Janeiro de 2011.
48
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
02
AGRADECIMENTO
03
DEDICATÓRIA
04
RESUMO
05
METODOLOGIA
06
SUMÁRIO
07
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I
O que é Gestão Estratégica?
11
CAPÌTULO II
Gestão Sustentável
15
2.1 Histórico
15
2.2 A adesão a idéia de sustentabilidade no ramo empresarial
16
2.3 O emprego da Responsabilidade Social
20
CAPÌTULO III
Ações voltadas a sustentabilidade - Caso Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A.
22
3.1 Gestão e Estrutura organizacional
23
3.2 Um relato de iniciação à sustentabilidade
26
3.3 Operação Eficiente e Segura
27
3.4 Gestão com consciência ambiental
30
3.5 Responsabilidade Social: uma das principais premissas
34
CONCLUSÃO
38
ANEXOS
40
BIBLIOGRAFIA
46
WEBGRAFIA
47
ÍNDICE
48
49
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito:
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