1 PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA UNIDADE DIDÁTICA DESVELANDO AS LIGAÇÕES COVALENTES IDENTIFICAÇÃO Professor PDE: ARLINDO ROBERTO DE OLIVEIRA Área PDE: Química NR: Cornélio Procópio Professor Orientador: Prof.ª. Dr.ª. Rení Ventura da Silva Alfaya IES vinculada: Universidade Estadual de Londrina (UEL) Escola de Implementação: CEEBJA – Cornélio Procópio Público objeto da intervenção: Alunos do 3º ano do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos RESUMO A natureza da ligação química é revelada a partir da estrutura eletrônica dos átomos, mostrando como esta afeta as propriedades macroscópicas das substâncias. Os três tipos mais comuns de ligações químicas, consideradas fortes e que estão presentes na maioria das moléculas (ligação iônica, ligação covalente e ligação metálica), são discutidas em detalhe. O tipo de ligação química dependerá de como acontece o rearranjo dos elétrons na molécula formada. Podemos, então, de maneira afirmativa dizer que as ligações covalentes, ocorrem em geral, entre átomos não metais onde a diferença de eletronegatividade seja baixa, ou ainda de que a ligação covalente decorre do compartilhamento de pares de elétrons, com spins opostos ou anti-paralelos, formando moléculas. Palavras chaves: Ligações químicas. Ligação iônica. Ligação covalente. INTRODUÇÃO As dificuldades conceituais que os alunos apresentam sobre o tema “ligações químicas” são atribuídas a problemas mais básicos, como a compreensão da natureza de átomos e moléculas . Este artigo apresenta uma metodologia mostrando as faces das ligações covalentes, procurando mostrar as maneiras mais simples, levando com isso eliminar as dificuldades apresentadas no estudo das ligações covalentes. Muitas das confusões feitas pelos estudantes entre as ligações iônica e covalente são baseadas na concepção de que os compostos iônicos são formados por moléculas, ou seja, que a ligação iônica é formada apenas entre o par de átomos que doaram e receberam elétrons. (BARKER; MILLAR, 2000). Os demais íons seriam unidos por algum tipo de força. As interações intramoleculares são confundidas com as intermoleculares implicando em concepções onde as ligações covalentes são rompidas na mudança de estado de substâncias moleculares. (TAN; TREAGUST, 1999). Outra ideia comum entre os estudantes é que as ligações covalentes possuem um status de “ligação verdadeira” e os pares de elétrons são compartilhados igualmente entre os átomos. (FERNANDEZ; MARCONDES, 2006). A maioria das concepções dos estudantes com relação á geometria e a polaridade das moléculas tridimensional e da falta advém de dificuldades de visualização pré-requisitos para esse conhecimento. Eles confundem arranjo dos pares de elétrons e geometria molecular. Um dos maiores problemas com o tópico “ligação química” é a confusão que vários alunos fazem entre ligações covalentes e iônicas (NICOLL, 2001; TAN E TREAGUST, 1999; POSADA, 1999). Para alguns, os compostos iônicos existem como moléculas discretas assim como os compostos covalentes e, portanto, as ligações iônicas são entendidas como unidirecionais e sujeitas às mesmas regras de comportamento que as ligações covalentes (BARKER E MILLAR 2000). O retículo cristalino não é uma representação comum para a maioria dos estudantes e muitos acreditam que o cloreto de sódio existe como uma entidade discreta (TAN E TREAGUST, 1999) 3 Para muitos estudantes, as ligações covalentes são fracas, uma vez que compostos covalentes apresentam baixos pontos de ebulição em geral (BARKER E MILLAR, 2000). Além disso, têm a ideia de que “ligações covalentes são rompidas quando uma substância muda de estado” (TAN E TREAGUST, 1999). Muitos estudantes pensam que “todos os átomos covalentemente ligados formam macromoléculas” e se mostram confusos em relação à diferença entre forças intermoleculares e intramoleculares. .A palavra “ compartilhar” tem significado muito específico em química. Um par de elétrons compartilhado significa que o par de elétrons existe em algum lugar entre os átomos na molécula. Já na linguagem do dia-a-dia , compartilhar significa possuir ou usar conjuntamente. 1 CONCEITOS BÁSICOS A ligação covalente é a ligação que tem origem na forma de atração entre campos eletromagnéticos e diferencia-se da iônica, que tem origem na atração entre cargas estáticas que são os íons. Também ocorrem as ligações mais fracas que são as ligações intermoleculares que tem origem na formação de polos permanentes ou temporários entre orbitas de átomos de moléculas diferentes. Ligação covalente é a ligação que tem origem nas interações entre campos eletromagnéticos opostos, produzidos pelo movimento de spin em sentidos contrários (↑↓), gerando campos eletromagnéticos opostos. As ligações covalentes podem ser discutidas por várias teorias; a teoria de ligações de valência ( T.L.V), a teoria dos orbitais molecures (TOM), teoria do campos cristalino , (TCC). 1.1 DIFERENÇAS DE LIGAÇÕES IÔNICA E COVALENTE A ligação covalente se diferencia da ligação iônica por ser unidirecional, atua unicamente entre os centros de ligações. Estas ligações covalentes podem produzir ligações simples, formando um único par de elétrons entre os átomos, sendo chamada de ligação Sigma( σ ). Também pode formar ligação múltipla que ocorrem quando dois a três pares de elétrons estão sendo formados. Esta ligação múltipla chamada de ligação Pi (π)ocorre sempre na presença de um par sigma. As ligações uma sigma e outra Pi. O tríplice quando houver uma sigma e duas Pi.Estas ligações dependem dos orbitais que efetua mas ligações 5 Na ligação covalente os 2 átomos que atraem o mesmo par de elétrons. 7 2 PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS MOLECULARES Líquidos ou gasosos ■ Ponto de fusão e Ponto de ebulição baixos ■ Formam moléculas Compostos Covalentes ■ Formados só por ligações covalentes ■ Formam moléculas gigantes Ponto de fusão e Ponto de Ebulição altíssimo (mais altos que os compostos iônicos) Ex. grafite, diamante. Na geometria molecular, os pares de elétrons da ligação ou livres se repelem, ficam o mais longe possível. Os pares de elétrons livres ( não formam ligação, exercem repulsão maior que os eletros que formam ligação. 9 3 MATERIAL E MÉTODO Para tornar a aprendizagem de química sobre ligações covalente devemos utilizar de aulas práticas desenvolvendo passo-a passo a montagem de kits com material alternativo mostrando a formação de ligações covalentes e a formação de pares eletrônicos. Para essa montagem vamos usar os seguintes materiais. 1- Garrafas pet de 1 l ou 0,5 l 2- Tinta spray ( vermelha e preta) 3- Rebites 4- Ribitadeira 5- Estilete 6- Embalagem de filme ou mangueira 7- Gabarito de caixa de sapato 8- Ferro de solda Abordaremos o conteúdo de forma expositiva, utilizando o material abaixo. 11 13 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, J. P. et al. Ciências Naturais no dia-a-dia. São Paulo: Dimensão, 2000. AYMERICH, M. I. Un nuevo enfoque de la enseñanza de la Química: contextualizar ymodelizar. The Journal of the Argentine Chemical Society, v. 92, n.4/6, p. 115-136, 2004. BACHELARD, G. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. BARKER, V.; MILLAR, R. 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