FACULDADES INTEGRADAS MARIA THEREZA
CURSO: PSICOLOGIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
Estagiária: Karla Waléria Magalhães Stavale Peres
Período: Quinto
Turma: 512 B
Supervisor: Sávio Valviesse
Niterói
Novembro/2004
Turno: Noite
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Relatório de Estágio Básico em Psicologia
Clínica apresentado pela estagiária: Karla Waléria
Magalhães Stavale Peres, do curso de psicologia das
Faculdades Integradas Maria Thereza. O trabalho
será apresentado para o supervisor Sávio Valviesse
com a finalidade de obtenção de créditos para a
disciplina de Estágio Básico em Psicologia Clínica do
segundo semestre da turma 512B do ano de 2004.
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SUMÁRIO
Introdução .............................................................................................................................. 04
Descrição das Atividades ....................................................................................................... 06
Considerações Finais ............................................................................................................ 15
Referências Bibliográficas...................................................................................................... 16
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INTRODUÇÃO
A disciplina Estágio Básico em Psicologia Clínica é composta de 70 horas, divididas
em duas etapas: Supervisão, realizada às quartas-feiras no horário de 18:20h às 20:10h
com a orientação do supervisor Sávio Valviesse e plantão de atendimento realizado no
Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) das Famaths, situ a Rua Cel. Tamarindo, 37, São
Domingos, Niterói, RJ. Este plantão é realizado por cada aluno uma vez por semana no
período de duas horas onde os estagiários se revezam de segunda-feira à sexta-feira entre
os horários de 8:00h às 22:00 h e aos sábados de 8:00h às 14:00 h
Durante o plantão, o estagiário ao chegar ao SPA assina uma folha de ponto que
consta de seu horário de entrada e saída. Após assinar a folha de ponto este, aguarda em
uma ante-sala a chegada de pacientes para o primeiro atendimento.
O paciente ao chegar, é recebido na recepção por um atendente que o encaminha
para o estagiário que se encontra no plantão.
Este atendimento é realizado de forma
particular em uma sala exclusiva, onde se realizará uma entrevista dirigida em um tempo
previsto que pode variar de 30 a 50 minutos, em que o estagiário preenche um formulário
com os dados pessoais do paciente, tais como nome, endereço, telefone, medicamentos
utilizados por este, dentre outras informações, e ouve o relato da queixa do paciente para em
um momento posterior resumi-lo no mesmo prontuário.
Na supervisão, estes relatos são lidos, estudados, corrigidos e encaminhados para
os níveis de estágio mais avançados: Estágio em Psicologia Clínica I e Estágio em
Psicologia Clinica II, sendo estes realizados durante o 6ºo e 7o º períodos respectivamente. A
disciplina, estágio básico em psicologia é a base para o aluno iniciar o estágio em clínica I.
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Para obtenção de créditos nesta disciplina, o aluno, além de possuir uma freqüência
de 75% entre a supervisão e o plantão, deve realizar um relatório expondo as atividades
realizadas durante todo o semestre cursado.
O Estágio Básico em Psicologia Clínica, fornece ao aluno o primeiro contato com o
paciente, podendo ouvir suas queixas e começar a trabalhar com uma primeira escuta, para
perceber e posteriormente relatar no prontuário as demandas do paciente.
Esta primeira entrevista também é muito importante para o paciente, posto que este
receberá um atendimento particular, com uma entrevista dirigida tendo assim um primeiro
acolhimento para suas queixas.
Em suma, o estágio básico em psicologia tem por objetivo não só dar base para a
prática clínica e aprimorar os conhecimentos dos futuros profissionais da área de psicologia,
mas também levar uma primeira escuta, um primeiro acolhimento ao paciente que chega ao
SPA (Serviço de Psicologia Aplicada) da Faculdade Maria Thereza, para uma entrevista
inicial.
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DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
O Estágio Básico em Psicologia Clínica é composto por supervisão, realizada às
quartas-feiras no horário de 18:20 h Às 20:10 h com a orientação do professor Sávio
Valviesse e plantão de atendimento para a triagem. Este plantão é realizado por cada aluno
uma vez por semana no período de duas horas, onde os estagiários se revezam. Meu
plantão foi realizado às sextas-feiras no horário das 17h às 19h, durante todo o segundo
semestre do ano de 2004
No primeiro dia de supervisão nos foi apresentado o Serviço de Psicologia Aplicada
(SPA) da Faculdade Maria Thereza, os formulários que posteriormente utilizaríamos durante
as entrevistas com os pacientes, além da explicação por parte do supervisor de qual seria
nosso papel diante dos pacientes e como deveríamos proceder diante de cada situação por
ele exposta. Ficou claro que já no primeiro contato com o paciente deveríamos esclarecer
que realizaríamos uma entrevista inicial e que posteriormente outro terapeuta entraria em
contato com ele para o início do tratamento.
O supervisor em comum acordo com cada estagiário, já no primeiro dia de supervisão
realizou um quadro com os horários dos plantões, que seria realizado uma vez por semana
durante duas horas, por cada aluno a partir daquela data. O supervisor expôs ainda a
responsabilidade de cada plantonista em cumprir seu horário
Nesta mesma data, realizamos também o preenchimento de um formulário com dados
pessoais para uso interno do SPA e nos foi colocado, pelo supervisor, a data de entrega do
relatório final, que ocorreria em novembro do ano corrente.
Durante todas as supervisões, líamos relatos de casos descritos por diferentes
estagiários e realizávamos debates, estudos e correções dos respectivos relatos.
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Durante o período de estágio básico em clínica pude atender diversos pacientes com
as mais variadas queixas, o que me possibilitou o aprimoramento de meus conhecimentos
para uma futura prática clínica.
Todos os casos eram semanalmente levados à supervisão, relatados, corrigidos e
discutidos em grupo. Com a leitura dos diversos relatórios realizados por diferentes pessoas
do grupo de supervisão, pude conhecer diferentes queixas de pacientes, tendo a
possibilidade de discutir com o grupo supervisionado, as questões pertinentes aos casos,
podendo aprimorar ainda mais meus conhecimentos.
O Estágio Básico em Psicologia Clínica dá oportunidade ao estagiário de ter um
primeiro contato com o paciente e assim começar a trabalhar com a escuta, sendo
importante também para o paciente, que recebe um primeiro acolhimento às suas queixas.
Logo nos primeiros plantões, realizados por mim às 6as. feiras, atendi diferentes
casos.
Meu primeiro atendimento foi realizado com uma jovem de 32 anos cuja queixa girava
em torno de problemas familiares.
A paciente procurou atendimento por ter constantes
brigas com o companheiro e acreditar que ele necessita de terapia por ser muito agressivo
além de encontrar-se com problemas de impotência sexual. Segundo ela apesar dele afirmar
que este problema já foi solucionado, passam dias sem contato sexual. A paciente solicitou
que o companheiro procurasse atendimento no SPA, posto que tem boas referências de
quando sua sobrinha adolescente fez terapia e ele propôs um acordo de que só procuraria o
SPA se ela também realizasse terapia. O casal chegou ao SPA junto e foi atendido cada qual
por um estagiário. Chegou com o objetivo de realizar terapia de casal, o que no momento
não existia na instituição, mas logo demonstrou interesse no atendimento de cada um em
separado. Durante todo o tempo a paciente me pareceu bem tranquila e falava
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pausadamente com se quisesse explicar todo o problema pelo qual está passando no
momento.
Em um segundo momento, atendi uma criança de 9 anos que
me surpreendeu
bastante. A criança me pareceu bem dinâmica e inteligente além de bem à vontade durante
toda a entrevista, contou sobre as brigas dos pais e o processo de separação que estão
sofrendo, falou sobre a irmã mais velha que morreu após o nascimento e o sofrimento que
isso causa até hoje nos seus pais, sobre a morte do tio, que para ela era um segundo pai e
sobre a morte de alguns animais que presenciou. E pude notar em sua fala a frequência em
que fala sobre mortes e durante um momento da entrevista utilizou uma frase que me
surpreendeu bastante pela sua idade: -“Fico mais triste quando morre um animal do que
quando morre um ser humano, por que o animal não tem rancor” . Falou sobre seus animais
de estimação e sua paixão por cães e gatos.
Esta entrevista me surpreendeu em diversos momentos por que pude vivenciar
momentos de transferência e resistência da criança e acredito ter conseguido lidar com eles
da melhor forma possível.
Uma das formas de resistência que pude sentir foi quando em um dado momento da
entrevista perguntei qual era a profissão de seu pai e ela disse que não se lembrava.
Imaginei que uma criança que sabe todo seu endereço, telefone, nome, idade, data de
nascimento de seus pais e inclusive de sua irmã que faleceu antes mesmo dela nascer,
deveria saber a profissão de seu pai, mas afirmei que não teria problema nenhum e se ela se
lembrasse e quisesse me dizer eu ficaria feliz em saber. Neste momento ela disse que não
desejava mais falar e se podíamos fazer outra coisa. Propus desenhar e quando ela assentiu
me levantei e ao buscar uma folha em minha bolsa que estava atrás da criança ela me disse:
“- Meu pai é cabeleireiro.”
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Posteriormente ao desenhar um coração, o desenhou somente a parte de cima como
uma gaivota voando e posteriormente retomou o desenho deixando seu coração com um
“buraco” e ao fechá-lo, fez com muita irritação e rabiscado com a caneta falando algumas
palavras não muito propícias para sua idade, como se não desejasse fechar aquele coração.
Logo depois desenhou um coração pequeno com um carinho muito grande,e uma voz bem
meiga, escrito: “para tia Karla” e disse: -“Esse é para você.” Assim pude identificar tanto
momentos de transferência através de sua fala (ao me comparar com a Sandy, de quem ela
é fã) e de seus atos (ao desenhar) quanto momentos
de resistência, que acredito ter
conseguido inclusive superar tanto no momento que ela falou sobre a profissão do pai,
quando passou alguns exercícios para mim de matemática e para completar frases e
combinamos que eu responderia as questões de matemática e ela completaria as frases.
Acredito ter aprendido muito com a entrevista que realizei com essa criança por poder
ver tão claramente o que ela gostaria de falar mesmo sem usar a palavra.
Em um momento posterior atendi ainda uma jovem senhora de 52 anos que faz uso
de gadernal 500 mg e que desejava viver sem o medicamento. A paciente no início da
entrevista falava somente sobre os medicamentos que usava, parecendo querer esconder o
real motivo de sua aflição de si mesmo. Quando realmente começou a falar sobre suas
aflições, seus olhos marejavam-se de lágrimas constantemente e possuía um olhar distante
como se lembrasse de cada momento do que narrava.
Relatou que foi tratada pelos
médicos como se tivesse epilepsia, mas que na realidade não é este o real problema que
possui, não sabendo dizer a real causa de suas crises, mas que essas só cessaram com o
uso de gadernal. Esta entrevista foi enriquecedora por que acredito ter conseguido vencer
algumas barreiras de resistência da paciente que durante mais da metade da entrevista se
negava a falar sobre sua real demanda, só trazendo como queixa principal o uso do
medicamento. Posteriormente, ela conseguiu falar sobre o momento inicial das crises, que se
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deram quando ela engravidou de sua primeira filha e seu namorado não quis assumi-las. Na
época seu pai e seu irmão cortaram relação com ela, e esta somente pôde contar com o
apoio de sua mãe. Relatou também que casou-se com o pai de sua segunda filha
e
separou-se dele por que este era alcoólatra e agredia a ela e suas filhas diariamente. Seu
irmão mais velho também as agredia fisicamente e até hoje não lhe dirige a palavra por que
ela teve sua primeira filha fora de um casamento. Sua primeira filha é casada com um
argentino e vive na Argentina, mas, segundo ela, esta mesmo vivendo longe é mais presente
que sua filha mais nova que vive em sua casa, pois segundo a paciente, a filha mais nova
também não lhe dirige a palavra, só sabendo recriminá-la. Pude notar a importância de uma
terapia, posto que somente na primeira entrevista a própria paciente disse estar “mais leve”
e pareceu sair do SPA mais tranquila.
Posteriormente, atendi um rapaz de 20 anos com queixa de ejaculação precoce.
Acredito que este caso tenha sido também bastante enriquecedor para mim, posto que o
jovem rapaz entrou na sala bem nervoso e envergonhado, com uma fala bem confusa,
precisando que eu interviesse por algumas vezes repetindo suas frases.
O paciente
queixava-se de estar sofrendo constantes problemas por conta da ejaculação precoce, já
tendo procurado um urologista, o que não resultou em solução para seu problema. O
paciente relatou que possui um relacionamento há sete meses e que sua queixa tem início
há três meses quando começou a manter relações sexuais com sua atual namorada. Relatou
que sua primeira relação sexual com a moça foi escondida e bem rápida na casa da moça
quando os pais desta estavam em casa e por isso ficou nervoso e não obteve orgasmo. A
partir desse dia todas as relações sexuais ocorrem com tranquilidade, mas agora ele não
consegue controlar sua ejaculação. Segundo ele, o casal possui um diálogo bem franco e
por isso ele decidiu que não teriam mais relações sexuais até resolver o problema da
ejaculação precoce.
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Relata que seu trabalho é muito stressante, posto que anteriormente trabalhou em
uma biblioteca e como garçom em um restaurante e atualmente trabalha em um navio como
ajudante de caldeira. Relata que trabalha durante 8 horas diárias com uma roupa pesada e
que além do grande peso que carrega diariamente, trabalha com um barulho muito grande
das turbinas dos navios, inclusive tendo que utilizar protetores de ouvido para amenizar o
barulho.
Acredito que este caso foi bastante enriquecedor para mim. Consegui fazer
com que o paciente que entrou na sala bem envergonhado e calado relatasse sua queixa
principal, inclusive falando sobre dados de sua vida sexual, o que para um rapaz de 20 anos
me parece bastante constrangedor e difícil.
Os atendimentos citados me trouxeram uma gama de conhecimentos, posto que pude
vivenciar situações bem diferenciadas.
Nas supervisões seguintes, relatei os casos por mim atendidos e discutimos tais casos
com o supervisor e o grupo; foi também discutido os casos de outros integrantes do grupo de
supervisão.
Cada pessoa do grupo falou de seu primeiro contato com o paciente e pude notar que
a experiência de todos foi muito enriquecedora.
Discutimos durante as supervisões alguns casos, como por exemplo o caso de uma
jovem de 29 anos com queixa de perceber-se com crises psicóticas, o que como discutimos,
na realidade poderia não ser o que ela denominava de crise psicótica, já que o indivíduo
psicótico não tem noção de suas crises.
Discutimos também, casos de crianças com
diferentes demandas e pude notar que muitas vezes a demanda que os pais trazem para a
terapia não é verdadeiramente da criança, mas muitas vezes dos próprios pais.
Outros casos foram discutidos como: o de um paciente de 25 anos que encontra-se
angustiado por não conseguir lidar com sua homosexualidade; o de uma jovem de 26 anos
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que terminou com o namorado por que seu pai não aceita o namoro; vimos o caso de duas
crianças (meninas) gêmeas com 6 anos que não se relacionam com outras crianças por que
uma só deseja a atenção da outra. Uma das crianças tentava iniciar relacionamentos com
outras crianças mas a outra não deixava, desejando a atenção da irmã exclusivamente para
si própria. Neste caso vimos na orientação que o ideal é iniciar o tratamento com uma das
crianças. A que exige demanda é a que não deixa a outra iniciar o relacionamento de
amizade com outras crianças, exigindo a atenção da irmã só para si.
Vimos à questão de uma criança de 11 anos, onde a mãe relata que o marido uma vez
teve um desmaio na praia por conta de uma hipoglicemia e a criança desde então está
insegura com medo de seu pai morrer e com isso liga a todo momento para o celular do pai.
Outro caso bastante discutido com o grupo de supervisão foi o caso de uma jovem de
27 anos cujo namorado não aceita que ela tenha perdido a virgindade com outro e o de uma
jovem de 21 anos de Campo Grande (RJ) que não consegue adaptar-se à cidade de Niterói
e está bem angustiada pelo fato de estar longe da família.
Durante todo o semestre realizamos um paralelo entre os relatórios discutidos e as
atividades do psicólogo.
Em algumas supervisões, discutimos também a idéia de que o psicólogo deve tratar
inicialmente da queixa trazida pelo paciente, que muitas vezes diferencia-se do seu
verdadeiro problema, sendo assim, o psicólogo deve tratar primeiramente da queixa que o
paciente traz para análise e não de seu verdadeiro problema que virá à tona no decorrer das
sessões.
Durante as supervisões, pudemos questionar e discutir também algumas questões
sobre o código de ética do profissional da área de psicologia, como no caso do estagiário ou
mesmo do profissional realizar entrevistas ou terapia por telefone, o que vem de encontro
ao código de ética profissional.
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Durante as reuniões o supervisor passou informações sobre como realizar a
introdução do relatório final e marcou para o dia 22 de setembro do ano corrente a correção
da
referida introdução que seria realizada por cada indivíduo do grupo de estudos. A
introdução foi entregue na data estipulada por todos do grupo e ocorreu a discussão,
correção e supervisão das mesmas.
Nas semanas posteriores seguimos com a leitura, correção e discussão dos relatos
realizados pelo grupo. Um dos relatos que mais se destacou foi o de um casal que procurou
o SPA. A esposa não consegue ficar sozinha e frequentemente tem crises onde por diversas
vezes deixou seu bebê de sete meses cair de seus braços. O marido aflito, com o caso da
esposa, procurou terapia para a companheira.
O supervisor nos expôs que a jovem
necessita de análise com uma devida urgência e que o marido, não precisa de tratamento,
mas será realizado por parte do SPA um acolhimento para ele por causa da demanda da
esposa.
Em outras supervisões discutimos a questão da ansiedade do estagiário, a idéia de
que a demanda deve vir do paciente e não do estagiário. Realizamos uma relação com o
profissional de psicologia. Assim foi proposta a idéia de que ao procurar uma análise o
paciente quer saber de suas próprias questões. O analista não está ali para saber das
questões do paciente, mas para estar ao seu lado e ajudá-lo a descobrir suas próprias
questões.
Um dos integrantes do grupo questionou o silêncio do paciente. O supervisor nos
colocou a idéia de que cabe ao estagiário convidá-lo à fala, mas se o paciente não desejar
prosseguir com sua fala, o estagiário não deverá coagí-lo a tal.
A cada supervisão pude notar o grande empenho de cada pessoa do grupo e que a
cada entrevista ocorrida, não somente eu, mas cada estagiário aprimorava a cada dia sua
escuta, seus relatos e sua vivência para o inicio da prática clínica.
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Durante todo o período com a leitura dos relatórios realizados na supervisão, pude
também notar que o SPA tem um grande número de atendimentos, e chegam ali pessoas de
diferentes partes, inclusive vindas de outras instituições de ensino, além de casos
encaminhados por órgãos judiciais o que mostra o bom trabalho de toda a equipe do serviço
de psicologia aplicado das Faculdades Maria Thereza.
Durante os plantões atendi diversos pacientes, cujo relatório foi realizado e
apresentado por mim, ao supervisor e ao grupo supervisionado O atendimento realizado por
mim, os estudos e as discussões realizadas com o supervisor e com o grupo me ajudaram a
construir uma grande base para o atendimento clínico.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Estágio Básico em Psicologia Clínica, realizado durante o segundo semestre do
ano de 2004, me ajudou a construir uma base sólida de conhecimentos que em períodos
anteriores eram apenas expectativas de minha parte.
A oportunidade de conhecer um pouco mais a rotina do processo de triagem me
ajudou a compreender o quão importante se faz o processo das entrevistas iniciais na clínica.
Pude participar de vários processos de triagem, o que me fez ver a singularidade de cada
caso e assim sendo, pude ter a visão de que devemos encaminhar de forma diversa a
discussão com cada indivíduo que ali se encontra.
As orientações dadas pelo supervisor Sávio Valviesse, que permitia a discussão,
correção e entendimento de todos os casos estudados, foram de suma importância para o
enriquecimento de meus conhecimentos, obtendo do supervisor todo o suporte necessário
para meu aprendizado prático e teórico.
Houve de minha parte grande empenho por conhecer, discutir e compreender os
casos relatados e acredito que os relatos discutidos em supervisão e a singularidade de cada
um me proporcionaram grandes oportunidades de aprendizado, o que descrevo como de
suma importância para meus futuros estágios.
Acredito que o ideal proposto pela disciplina tenha sido alcançado com a realização
dos objetivos propostos no início do semestre que eram o de trazer embasamento para o
início do atendimento clínico que se realizará no próximo semestre (Estágio em Psicologia
Clinica I) e aprimorar meus conhecimentos para uma futura prática profissional na área de
psicologia clínica.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRICAS
FREUD, Sigmund. Obras Completas de Sigmund Freud: Inibições, Sintomas e Ansiedade,
volume XX. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976.
______ Obras Completas de Sigmund Freud: Luto e Melancolia, Volume XIV. Rio de
Janeiro: Imago Editora, 1976.
______ Obras Completas de Sigmund Freud: O mal-estar na Civilização (1930[1929]),
Volume XXI. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976
MILLER, Jacques-Alain. Percurso de Lacan: Uma introdução; tradução, Ari Roitman. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.
NASIO, Juan-David. Como trabalha um psicanalista?; tradução, Lucy Magalhães. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1999.
______ Um psicanalista no divã.; tradução, André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editora, 2003.
VISCOTT, David Steven. A linguagem dos sentimentos. São Paulo: Summus, 1982.
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relatório de estágio básico em psicologia clínica