A Ferrugem do
Eucalyptus na Duratex
José Eduardo Petrilli Mendes
Proteção Florestal
15a Reunião do PROTEF
Campinas – 22/04/2010
A Duratex é uma Empresa do Grupo
ITAÚSA, fundada em 1954.
A DIVISÃO MADEIRA NO BRASIL
-São Paulo
- Agudos
- Botucatu
- Itapetininga
- Lençóis Pta.
RR
AP
AM
MA
PA
-Minas Gerais
- Uberaba
-Rio Grande do Sul
- Taquari
AC
TO
RO
BA
MT
DF
Legenda:
GO
MG
MS
ES
PR
Fábricas
Florestas
SC
RS
RJ
SP
RN
PB
PE
AL
SE
PI
Área Florestal
(202.317 ha)
05 Fábricas
CE
PROPRIEDADES E ÁREAS (ha)
Eucalipto
Pinus:
128.889
20.545
202.317
Conservação e
Outros Usos
52.883
CONSUMO DE MADEIRA (mil m³cc/ano)
TOTAL: 6.460
1.720
1.600
1.390
1.090
660
(*) Plena capacidade
CERTIFICAÇÕES
ISO 14.001
FSC – Forest Stewardship Council A.C.
HISTÓRICO DA FERRUGEM NA DURATEX
ANO
REGIÃO
COMENTÁRIO
1994
Itapetininga
Infestação variável entre 3,1 e 11,95% em área estimada em 100
ha.
1994
Lençóis
Paulista
Eliminação de uma quadra clonal altamente suscetível à ferrugem.
1995
Agudos
Ocorrência no jardim clonal (considerado normal).
1996
Botucatu
Influência do adensamento do plantio (teste de espaçamento).
1997
Botucatu
Índices de infestação variáveis chegando até a 25% das plantas.
1998
Itapetininga
Pequena quantidade de plantas atacadas.
1999*
Lençóis
Paulista
Ataque severo Replantio de 2,0 ha.
2002*
Todas
Levantamentos operacionais em plantios comerciais.
2004
Todas
Levantamentos operacionais em plantios comerciais.
2005...
Todas
Levantamentos operacionais em plantios comerciais.
* Nos anos de 1999 e 2002 foram observadas ocorrências com altos índices de severidade.
FATOS RELEVANTES EM RELAÇÃO À FERRUGEM
ANO
REGIÃO
COMENTÁRIO
1994
Itapetininga
Primeira menção sobre a necessidade de acompanhamento de
especialista.
1998/99
Todas
Recomendada a clonagem de materiais resistentes à ferrugem.
2000
Agudos
Testes de inoculação em condição controlada na Empresa.
2001
Todas
2001
Todas
Recomendado o controle quarentenário de ferrugem para clones
de outras Empresas. Solicitado também o controle preventivo na
origem do material.
Avaliação de todos os testes clonais até 18 meses (Janeiro, Maio e
Setembro).
2002
Agudos
Suspensos os testes de inoculação controlada na Empresa.
2002
Lençóis Pta.
Primeiras discussões e simulações referentes ao combate químico.
2002
Todas
Informações dos testes clonais quanto à ferrugem.
2002
Lençóis Pta.
Simulação de perdas causadas por ferrugem (valores estimados
entre 18 e 22%).
2002
Todas
Indicada a necessidade de avaliação de ferrugem em testes de
progênies.
2002
Todas
Suspensão da permuta de clones com Empresas de outras regiões
geográficas.
FATOS RELEVANTES EM RELAÇÃO À FERRUGEM
ANO
REGIÃO
COMENTÁRIO
2003
Todas
Testes clonais – mínimo de 5 avaliações (preconizado para todos).
2003
Itapetininga
Teste (verificação do efeito de dose e localização de fósforo na
implantação).
2004...
Todas
Informações dos testes clonais quanto à ferrugem.
2004...
Todas
Testes clonais realizados na UFV (Prof. Francisco Alves Ferreira).
2004
Lençóis Pta.
Realização de teste de combate químico à ferrugem em campo.
2004
Botucatu
Locação precoce de parcelas de inventário visando estimar perdas
por ferrugem. Dados em análise atualmente.
2005
Todas
Testes clonais realizados na UFV (Prof. Francisco Alves Ferreira).
2005...
Todas
Zoneamento de ferrugem e perdas de produção causadas pela
doença na Duratex (UNESP – Botucatu. Prof. Edson Luiz
Furtado).
COMO AVALIAR FREQUÊNCIA E SEVERIDADE?
Frequência e índice de severidade da ferrugem por idade da floresta
Idade
(meses)
0a6
Média de pl.
atacadas (%)
21,00
Índice de severidade
1,03
Índice de severidade
atual
0,22
6 a 12
29,70
1,44
0,43
> 12
23,47
1,56
0,37
Definição de metodologia padrão:
- Capacitação de equipes
- Escala de Notas
- Tamanho das parcelas
- Forma das parcelas
- Intensidade amostral
- Locação das parcelas (mapa).
ZONEAMENTO E MAPEAMENTO DE RISCO
Levantamentos para o zoneamento de riscos da ferrugem na Duratex
Região
Média de plantas atacadas (%)
Índice de severidade
Agudos
18
0,30
Botucatu
34
0,55
Lençóis Pta.
17
0,41
Itapetininga*
53
1,08
Geral -Dx
31
0,59
Detalhamentos para o mapeamento de riscos:
- Gradientes de altitude
- Vegetação vizinha
- Sombreamento matinal.
MANEJO APLICADO DA DOENÇA
- Zoneamento / Mapeamento de Risco
- Resistência clonal
- Interação com o Glifosato
- Interação com adubação
- Viabilidade de medidas corretivas
- Momento:
- da avaliação
- da ação
- restrições.
ZONEAMENTO E MAPEAMENTO DE RISCOS
Regiões de maior risco de ocorrência de epidemias
10 Itapetininga
20 Botucatu
30 Lençóis Paulista
40 Agudos
*Mapeamento, feito localmente em função
de características de relevo e exposição.
RESISTÊNCIA CLONAL “CARRO CHEFE”
Infestação de clones de eucaliptos por Puccinia pisidii em testes clonais e
inoculados em condição controlada na DURATEX Florestal até o ano de 2002
Classes de notas*
0
0 a 1,0
1,1 a 2,0
2,1 a 3,0
Total
Clones por classe de nota
285
93
25
6
409
Porcentagem
69,7
22,7
6,1
1,5
100
Infestação de clones de eucaliptos por Puccinia pisidii em testes clonais e
inoculados em condição controlada na DURATEX Florestal até o ano de 2004
Classes de notas*
0
0 a 1,0
1,1 a 2,0
2,1 a 3,0
Total
Clones por classe de nota
401
157
26
24
608
Porcentagem
66,0
25,8
4,3
3,9
100
Inoculações em condições controladas:
- Média histórica desde 2004 entre 65 e 70%
de materiais resistentes à ferrugem.
INTERAÇÕES COM O GLIFOSATO E COM ADUBO
- Interação Ferrugem x Glifosato:
- região de Itatinga
- E. grandis seminal (7 meses de idade)
- doses variáveis de 0,5 a 4,0% de glifosato sólido
- Sem influência sobre a frequência e severidade da doença
entre todas as áreas capinadas, inclusive capina mecânica (enxada).
- Menores frequência e severidade na testemunha sem
capina.
- Interação ferrugem X adubação de base:
- região de São Miguel Arcanjo
- fórmula Utilizada: 0-37-7 + B 0,4%, Zn 0,2% e Cu 0,1%
- doses 0; 82,5; 165,0; 247,5 e 330,0 (Kg/ha)
- não influenciaram a freqüência e a severidade de ferrugem
- as notas médias de ferrugem por tratamento próximas de
2. (severidade alta).
VIABILIDADE DE MEDIDAS CORRETIVAS
- SIMULAÇÕES ECONÔMICAS DO USO DO CONTROLE
QUÍMICO
DEMONSTRAM
A
SUA
VIABILIDADE
ECONÔMICA.
- RENDIMENTOS E CUSTOS DAS PRINCIPAIS FORMAS DE
APLICAÇÃO PARA GRANDES ÁREAS:
- TRATORIZADA, COM ATOMIZADOR 0,5 horas/há
- TRATORIZADA, COM BARRA DE 9,0 metros 0,6 horas /
ha.
- AÉREA MÉDIA DE R$ 20,00 / ha .
- Valor de mercado da madeira de Eucalyptus para o seu
abastecimento Ex: R$ 40,00 / m3.
- Perda de madeira estimada em função do ataque de
ferrugem (variável em função da frequência e da
severidade das ocorrências). Calculada localmente.
VIABILIDADE DE MEDIDAS CORRETIVAS
- As perdas causadas por ferrugem foram estudas por diversos
autores e são mencionadas como variáveis entre 10 e 45% do volume
de madeira de um povoamento.
- Na Duratex os estudos sobre o impacto da ferrugem sobre a
produção do Eucalyptus estão em andamento.
-Para as simulações realizadas na empresa adotamos os valores de
perdas volumétricas de 19% para a “classe de severidade 2” e 32%
para a “classe 3”.
- Baseados em informações de viabilidade técnica de controle de dos
fungicidas, obtidas na literatura especializada, nos valores
atualizados dos insumos, no preço da tecnologia de aplicação
adequada e disponível e no valor de mercado da madeira, fazemos o
cálculo do Nível de Dano Econômico (NDE).
- No caso da Duratex, o último cálculo de viabilidade de controle da
ferrugem chegou a um valor de R$ 69,00 / ha.
FATOS, RESTRIÇÕES E CONCLUSÃO
SE, ...
- Os fungicidas são eficazes para o combate à doença.
- A tecnologia de aplicação disponível é adequada.
- Os prejuízos foram comprovados e são altos.
- Há extensas áreas de florestas de Eucalyptus com
necessidade de combate em todas as Regiões do Brasil.
- A restrição ao trabalho tecnicamente correto de
proteção das florestas contra a ferrugem é LEGAL. Por
falta de fungicidas registrados para uso em plantios de
Eucalyptus.
- O Setor Florestal está carente de parceiros nas
indústrias químicas que tenham interesse em registrar
seus produtos (fungicidas) para aplicação na área
florestal.
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO
JOSÉ EDUARDO PETRILLI MENDES
PROTEÇÃO FLORETAL
DURATEX
(14) 3262-8179 / 9629-1740
[email protected]
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Dr. Engº Agro. José Eduardo Petrilli Mendes, Duratex