Inédia–P.Lima 6/2/06 10:45 AM Page 1 Edições PONTE LIMA Junho 2006 D Destaque Roteiro turístico de Ponte de Lima Ambiente Paisagem protegida das Lagoas Esta revista é distribuída a nivel nacional com o jornal Público de 12.06.06 e não pode ser vendida separadamente Rotas Ecovias à beira do Lima Paixões Os jardins de Ponte de Lima Evasões Quinta de Pentieiros Cultura Festival de Ópera de Ponte de Lima Francisco de Calheiros Festival de Jardins é projecto inspirador Daniel Campelo A beleza é imagem de marca de Ponte de Lima À descoberta Terra Rica da Humanidade da Destacável Festival Internacional de Jardins Inédia–P.Lima 6/2/06 11:36 AM Page 35 Inédia–P.Lima 6/2/06 12:08 PM Page 34 Vai ser notícia... 16 a 18 Setembro Feiras Novas celebram 180 anos 14 de Junho Vaca das Cordas Foto: Carlos Martins O dia 14 de Junho é dia de festa brava em Ponte de Lima. Cumprindo uma tradição secular, a Vaca das Cordas sai à rua na véspera do Dia de Corpo de Cristo, no final da tarde (18h) para um longo périplo pela vila que começa na Casa de Nossa Senhora da Aurora e seguida de uma praxe obrigatória: três voltas ao edifício da Igreja Matriz, finalizando com as correrias e atropelos no areal junto ao rio Lima. Perde-se na poeira dos tempos esta corrida que se faz no meio de muita algazarra, correrias, sustos e trambolhões e termina ao pôr do sol. Nos dias 16, 17 e 18 de Setembro decorrem em Ponte de Lima as tradicionais Feiras Novas que este ano celebram 180 anos de existência. Foram criadas em 1826 por D. Pedro IV que baseou a sua autorização no pedido de três dias de feira para comércio e maior veneração de Nossa Senhora das Dores, cuja imagem é venerada em altar próprio na Igreja Matriz. Popularizou-se a designação de Feiras Novas para as distinguir das antigas feiras quinzenais. Com feira de gado, corrida de garranos, Maio de 2007 Feira Nacional do Cavalo em Ponte de Lima Foto: Lethes Em Maio de 2007 vai decorrer a primeira edição da Feira Nacional do Cavalo de Ponte de Lima. Estará em destaque a raça garrana que tem como habitat principal a região do Minho, sendo uma das três raças de equinos autóctones de Portugal a par da Lusitana e da Sorraia. Esta nova Feira da Primavera inscreve-se nas tradições equestres da vila e do concelho, animadas por corridas de cavalos e múltiplas actividades promovidas pelo centro equestre e pela escola de equitação. 8 a 22 de Julho Festival de Ópera A 3ª edição do Festival de Ópera e de Música Clássica de Ponte de Lima vai decorrer entre 8 e 22 de Julho com um programa preenchido por concertos vocais e instrumentais e três representações da ópera Don Giovanni, de Mozart. Duas dezenas de artistas estrangeiros, de renome internacional, e o London Bridge Ensemble apresentar-se-ão ao lado de músicos portugueses nesta iniciativa da Associação Cultural do Norte de Portugal - Ópera Faber. A Vila mais antiga de Portugal proporciona cenários de notável riqueza patrimonial e paisagística aos espectáculos musicais que decorrerão em diversos espaços públicos e privados nomeadamente no Festival Internacional de Jardins, Teatro Diogo Bernardes, Villa Moraes e Paço de Calheiros. Antes, pode vêr uma pequena amostra do que vai ser este Festival, já no dia 29 de Junho, na Casa da Música no Porto, com Katarina Jovanovich, Niall Chorell e Johannes Schmidt do elenco da nova produção da Ópera Faber, Don Giovanni de Mozart, com Joana David ao piano. 18 cortejo e arraial, estas festas do concelho foram marcadas no documento régio para 19, 20 e 21 de Setembro; há 50 anos fixou-se a sua realização no terceiro fim de semana do mesmo mês, entre sábado e segunda-feira. Inédia–P.Lima 6/2/06 12:06 PM Page 33 s e S. Pedro de Arcos ia Internacional. Foto: João Robalo Quem deseje visitar a área das Lagoas encontra no Centro de Interpretação Ambiental abundante documentação e áudio-guias, com a descrição detalhada dos percursos e rotas. dotada de postos de observação, estende-se por 25 quilómetros, integrando a Ecovia para trânsito pedonal e velocípedes sem motor que liga a Área de Paisagem Protegida à Vila de Ponte de Lima. Para alojamento do tipo turismo de natureza existe a Casa do Cuco, com capacidade para acolher grupos de 10 pessoas. Além dos percursos pedestres, de BTT e das visitas guiadas, existem outras actividades como a observação da flora e da fauna - diurna e nocturna - e das estrelas, participação em limpezas florestais e plantação de árvores. Um telefone SOS funciona 24 horas por dia. e excelência de crianças e jovens que ali vão para contactar com as actividades rurais aprender a vindimar, a alimentar e limpar os animais, a tosquiar ovelhas, a controlar colmeias e a recolher cera, a construir ninhos, cercas e hortas. Existem na quinta vários exemplares das raças bovinas, póneis, muitas ovelhas, cabras, patos e aves de capoeira. DANIEL CAMPELO A BELEZA É IMAGEM DE MARCA DE PONTE DE LIMA «A minha preocupação com o ambiente corresponde a uma estratégia de desenvolvimento em que a beleza e a estética assumem um papel fundamental, são a imagem de marca do concelho», diz Daniel Campelo, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima. «Há que atrair o visitante com uma primeira impressão, de beleza, para o motivar a descobrir e conhecer os conteúdos, que são o património e a paisagem», diz o autarca, sublinhando que além de constituir uma estratégia de desenvolvimento para a vila e para o concelho de Ponte de Lima, o ambiente é uma necessidade absoluta para o país e para o mundo. Por isso, explica Daniel Campelo «queremos fazer da Área Protegida das Lagoas e da Quinta de Pentieiros escolas de ambiente numa perspectiva pedagógica que privilegia a aprendizagem das crianças mas que se destina também à sensibilização dos adultos. Escolas onde se fala da cultura dos nossos antepassados, da cultura da actualidade e da preservação de todos esses valores como uma riqueza, um valor económico». A Quinta de Pentieiros poderá, segundo o edil de Ponte de Lima, tornar-se um projecto auto-sustentável dentro de pouco tempo, mas isso não é o fundamental, assegura. «Este projecto é uma escola e o lucro de uma escola não se mede em termos monetários, mas sim pelos efeitos positivos que produz na sociedade a curto, médio e longo prazo». Sobre a Área protegida das Lagoas, Daniel Campelo considera que a sua recente declaração como zona húmida de importância internacional é mais um passo na sua afirmação e visibilidade. A Área protegida, em que se pretende manter a paisagem rural, agrícola e humana e onde existe uma «cooperação perfeita» com os proprietários das várias parcelas, «é um espaço pedagógico pensado para o ambiente e para o mundo rural, que ensina a conviver e a respeitar esse mundo como um factor de desenvolvimento e de qualidade de vida, na região e em todo o mundo». 17 Inédia–P.Lima 6/2/06 12:06 PM Page 32 A Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedr foi este ano declarada Zona Húmida de Importância Internac Visitar este espaço de vegetação luxuriante onde o sol chega escoado pela folhagem e se é surpreendido por uma águia ou uma garça, um colorido guarda-rios ou um esquilo a espreitar do alto de uma árvore, fazendo aflorar ao pensamento a imagem do paraíso terrestre, é uma lição que nunca mais se esquece sobre o ciclo da vida, a flora e a fauna, a importância da agricultura tradicional. Desperta interesse, emoção e o respeito pela natureza. ente com um manual de actividades apresentado pela rã Pinchas – a rã ibérica que é o símbolo da Paisagem Protegida – cadernos para anotações e jogos didácticos. No edifico do Centro de Interpretação Ambiental funcionam, além dos serviços de apoio e recepção, a Sala Polivalente para a realização de eventos, nomeadamente exposições, o Auditório, equipado com meios audiovisuais e capacidade para 108 pessoas e a Mediateca, onde está a ser reunida informação relacionada com o meio ambiente e os recursos naturais da área. ARede de Percursos e Rotas, devidamente sinalizada e sta Área de Paisagem Protegida, declarada este ano Zona Húmida de Importância Intenacional, tem cerca de 350 ha e situa-se no vale do Rio Estorãos. Integra a parcela dos 3% de zonas húmidas que existem no planeta, tendo uma fauna pouco comum - tem inventariadas mais de 500 espécies, 80 das quais raras ou em vias de extinção - e a flora inclui espécies que exigem protecção. Os visitantes encontram no Centro de Interpretação Ambiental documentação e áudio-guias com a descrição detalhada dos percursos e rotas a seguir. Para os mais novos foi criado um conjunto documental muito atra- Fotos: Carlos Martins E Quinta de Pentieiros Quinta pedagógica de e Trata-se de uma quinta pedagógica por excelência que permite observar o dia a dia da vida rural e ter contacto com as vivências de uma exploração agrícola minhota. ituada a 1,5 quilómetros da Área de Paisagem Protegida e integrada na zona das Lagoas, este espaço atrai numerosos visitantes, oferecendo alojamento, restauração, actividades de recreio e lazer e demonstrações e experimentação de técnicas e culturas agro-pecuárias e florestais. A Casa da Quinta, um edifício de considerável valor arquitectónico, funciona como espaço polivalente, complemento dos equipamentos de alojamento e de restauração, servindo de apoio a eventos cul- S 16 turais e de lazer. Associado ao edifício funciona o Parque do Pinchas - o atelier do mundo rural e oficinas de artesanato. Na quinta está também instalado um Parque de Campismo Rural, cuja crescente procura encorajou o Município a valorizá-lo, dando início à construção de um complexo de piscinas. Para alojamento existe o Albergue, com capacidade para 40 camas, que tem vindo a afirmar-se como equipamento privilegiado para as visitas de estudo e colónias de férias. Na Azenha, faz-se a divulgação e promoção de produtos locais e regionais e alguns produzidos na quinta. A Quinta de Pentieiros é muito procurada para desporto de aventura - slide, paintball, arvorismo, BTT -, jogos de dinâmica de grupo e jogos tradicionais, tiro com arco, passeios e volteio a cavalo, tendo um êxito crescente junto dos grupos Inédia–P.Lima 6/2/06 11:33 AM Page 31 cas raras no mundo, a Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos mação para o ambiente, de grande envergadura a nível nacional e internacional. de Bertiandos e S. Pedro de Arcos restre existe... 15 Inédia–P.Lima 6/2/06 11:32 AM Um dos mais belos cantos do território nacional, habitat de características raras no e de S. Pedro de Arcos é um projecto de educação e formação para Foto: Carlos Martins Ambiente Page 30 Lagoas de Ber O paraíso terre 14 Inédia–P.Lima 6/2/06 11:31 AM Page 29 As ecovias são um convite aos amantes de caminhadas para ir à descoberta da surpreendente natureza do Vale do Lima. Rotas Ecovias Fotos: Carlos Martins O luxo da natureza Uma rede de percursos e rotas destinados a passeios pedestres e com velocípedes sem motor estão marcados e devidamente sinalizados na área envolvente da Vila de Ponte de Lima e em todo o concelho, oferecendo experiências enriquecedoras e inesquecíveis a quem se queira aventurar por esses antigos, agora renovados, trilhos rurais. s diversos itinerários que serpenteiam por meio das serras ou à beira do rio perfazem mais de 70 quilómetros merecendo referência especial as ecovias, largas, de piso fácil, bem cuidadas, que partem de Ponte de Lima. A ecovia que liga Ponte de Lima a Bertiandos começa junto à ponte medieval, na margem direita do rio e segue entre as águas fluviais e um extenso maciço de hortênsias até ao Festival Internacional de Jardins para continuar paralelo ao rio e oferecer nesta parte do percurso algumas das paisagens mais deslumbrantes da Vila e do Lima. Depois embrenha-se por entre as vinhas, pomares e hortas do interior para terminar na Área da Paisagem Protegida, entre O a vegetação luxuriante do Vale de Estorãos. Não menos interessantes são as ecovias que ligam Ponte de Lima a Vitorino das Donas, que tem início junto à Capela de Nossa Senhora da Guia, na margem esquerda do Lima e a que vai da Feira do Gado, na margem direita, até Gandra. Esta ecovia, com um extenso troço paralelo ao rio, conduz o caminhante, sob túneis de árvores frondosas até praias fluviais onde apetece ficar. Mas vale a pena continuar o caminho para fruir outras paisagens onde ecoam riachos impetuosos ou cai o mais completo silêncio só cortado pela voz dos pássaros. Os percursos pedonais são uma oportunidade, a não perder, de conhecer a riqueza paisagística e única do Vale do Lima, uma das mais belas regiões de Portugal. 13 Inédia–P.Lima 6/2/06 11:31 AM Page 28 Fotos: Carlos Martins São mais de 50 ha de espaços verdes para a qualidade de vida dos munícipes de Ponte de Lima e de prazer para os turistas que a visitam. ... São construídos mecanismos sofisticados de elevação e condução da água e criam-se cascatas e repuxos. A escultura assume grande importância e a mitologia grega predomina na composição dos jardins renascentistas que em Portugal começaram a ser decorados com azulejos. Jardim Barroco - Surgido nos séculos XVII / XVIII, tem como planta fundamental o buxo que toma formas ornamentais cada vez mais complexas atingindo o esplendor com os jardins à francesa. Constroem-se os chamados espelhos de água onde o reflexo é usado para dar um efeito de prolongamento das paisagens. Estufa - Horto Botânico - Os jardins botânicos surgem na Europa a partir do séc. XVI, em resposta à necessidade de aclimatar, classificar e estudar as plantas vindas de outros continentes. Este horto que reúne uma colecção de plantas de fácil identificação pelo visitante, divide-se nos sectores de plantas herbáceas, aquáticas e das chamadas «plantas do interior». Campos do Arnado - Na margem direita do rio, são espaços relvados, com plantas e árvores autóctones, que servem como parques de merendas e zonas de lazer. Integram bar de apoio e têm acesso fácil ao rio na época balnear. Avenida dos Plátanos – É uma zona pedestre, de rara beleza, ladeada por plátanos centenários que se estende ao longo de algumas centenas de metros na margem esquerda. Jardim dos Terceiros - Os jardins conventuais eram locais de contemplação e de cultivo de plantas medicinais e aromáticas. Este espaço recuperado recentemente, organiza-se em três cantões de cultivo destinados Ponte de Lima. Terra Rica da Humanidade O espaço natural, a paisagem antropomorfizada, o ambiente preservado e transformado pela acção dos homens e mulheres desta região moldaram e deram sentido ao génio artístico do património limiano. Mais do que um Património conservado, preservado ou mantido numa redoma de recusa à modernidade, o Património 12 desta Terra Rica é um património que quer ser um legado valioso para as novas gerações. “Este é o património rico de humanidade que queremos partilhar com o mundo global, acreditando que nessa partilha está um experiência única”, afirmou-nos o professor Álvaro Campelo Pereira, Director do Centro de a plantas medicinais, odoríferas e plantas utilizadas essencialmente na culinária. Caminho do Topo - Os peregrinos vindos de Barcelos a caminho de Santiago de Compostela, entram em Ponte de Lima pelo Caminho do Topo, aquela que é considerada a mais bela entrada numa localidade em todo o percurso sinalizado do Caminho Português de Santiago a partir do Porto. Pode considerar-se um prolongamento da Avenida dos Plátanos e estende-se a partir da Capela e Ponte de Nossa Senhora da Guia e vai até junto do açude. Jardim Dr. Adelino Sampaio – Nele enquadram-se os Paços do Concelho, o Pelourinho merecendo a atenção do visitante o relógio de sol, o monumento ao poeta António Feijó e a Fonte da Vila. Não é de esquecer que quem beber desta água não mais abandonará Ponte de Lima… reza a tradição. Estudos de Antrpologia Aplicada, da Universidade Fernado Pessoa. É tendo consciência deste valor e da qualidade do património limiano que se encetou um projecto de investigação no âmbito do Programa ONE–Medida 2.2. do Eixo Prioritário II AIBT Minho/Lima. Este projecto, com a designação “Ponte de Lima. Terra Rica da Humanidade”, desenvolvido por uma vasta equipa de técnicos coordenada por Alvaro Campelo, tem por objectivo fazer uma investigação sobre o património arquitectónico, urbano, artístico, histórico-social e paisagístico de Ponte de Lima. Outro objectivo é realizar um programa de pesquisa e de documentação para inserir este património na Lista Indicativa do Património da Comissão Nacional da UNESCO, futuramente candidato a Património da Humanidade. Inédia–P.Lima 6/2/06 11:30 AM Page 27 O roteiro dos jardins mostra a marca profunda da Vila de Ponte de Lima: a beleza e a harmonia com que se tem recuperado na modernidade, a Vila mais antiga de Portugal. idade grado o Frio Beleza e harmonia mento Conhecer a Vila mais florida de Portugal através do itinerário dos seus jardins proporciona além de um passeio aprazível e enriquecimento cultural, surpresa e profunda admiração pela sua beleza e harmonia. ambiente é, a par do património e da ruralidade, uma marca profunda do carácter de Ponte de Lima. A cargo do Município existem mais de 50 ha de espaços verdes, dos quais referimos a seguir alguns dos mais significativos. Parque Temático do Arnado – Na margem direita do rio, insere-se no Projecto O Global de Valorização das Margens do Rio Lima. É integrado por 4 jardins temáticos que permitem fazer uma viagem pela história da arte dos jardins com raízes profundas na cultura rural (presentes através de ramadas com vinha, sistemas de rega a partir do tanque, regueiras em granito, a nora, a eira e o espigueiro): Jardim Romano - Recria um espaço inspirado na Casa dos Repuxos de Conímbriga, com o jardim-peristilo que levava a natureza para o interior da habitação romana; as plantas utilizadas no seu arranjo são, predominantemente, as utilizadas nos antigos jardins romanos. O pavimento em mosaico de calçada à portuguesa reflecte a influência da cultura romana nas nossas tradições culturais. Jardim Labirinto – O labirinto, símbolo do caminho da sabedoria, na antiguidade, está construído em socalcos evocando o palácio de Knossos, na Ilha de Creta, e permite ter uma vista sobre o parque. Como mirante tem uma estrutura metálica, ornamentada com jasmins, que transmite ao visitante sensação de bem-estar propício ao descanso e à contemplação. Jardim Renascença – O renascimento marca uma fase importante na arte dos jardins com o despontar da verdadeira arquitectura da paisagem. Os jardins passam a ter uma estrutura geométrica rigorosa e a água é presença fundamental. ... 11 Fotos: Carlos Martins Roteiro dos Jardins da Vila Inédia–P.Lima 6/2/06 12:01 PM Page 26 Guia do visitante 2º Festival Internacional de Jardins Directório K 12 B D C G F J 2 L 2 A E 11 H I 13 1 8 9 10 6 7 5 4 3 3 3 Do Minho, é sabido que se come bem e Ponte de Lima tem tradições. Comece-se pelas sopas em que o ceptro e a coroa vão para o caldo verde, siga-se para o bacalhau que aparece sob diversas receitas, sendo a maioria de forno e dê-se especial atenção à lampreia, ao sável e ao polvo. Na ementa das carnes, a Vila limiana faz gala no arroz de sarrabulho, divinal, mas não há razão para arrependimento se se escolherem os rojões, o cabrito assado em forno de cozer pão, acompanhado pelo arroz no forno, o bife de vitela ou o lombo de vaca. Acompanhado pelo inigualável Vinho XVI Verde da Adega Cooperativa de Ponte de Lima. No que se refere aos doces, o leite creme queimado é o ex-libris da Vila que oferece o arroz doce e a aletria de berço minhoto e também sobremesas, adoptadas por Portugal inteiro, como o pudim de laranja ou o bolo de bolacha e que aqui não são de desprezar. Recomendam-se O Açude para o polvo à lagareiro, A Carvalheira para o bacalhau com broa, o Encanada para o arroz de sarrabulho e A Tulha para os medalhões de vaca. Para petiscos rume-se à Taverna da Vaca das Cordas ou ao Os Telhadinhos. Alojamento ténis, piscina e salas de jogos. Mas em Ponte de Lima existem também os hotéis Império do Minho e do Golfe, além de residenciais. E para os amantes da natureza sugerem-se os alojamentos na Área da Paisagem Protegida das Lagoas e Quinta de Pentieiros, em que se inclui o Parque de Campismo Ponte de Lima é berço e capital do Turismo de Habitação detendo a maior concentração de casas antigas do país, reunidas na marca Solares de Portugal. (www.solaresdeportugal.pt). Muitas são casas com valor patrimonial – maioritariamente nas mãos dos descendentes dos seus proprietários históricos, recheadas de mobiliário de época e relíquias de família. Às casas solarengas juntam-se, ainda, as Quintas e Herdades e as Casas Rústicas, também cheias de personalidade. Todas rodeadas de jardins, algumas têm corte de (963 520 002). Reservas do Turismo em Espaço Rural, que engloba também os Solares de Portugal (258 931 750). Foto: Carlos Martins Gastronomia A - Sistemas Lacustres B - Sonho Meu, Sonho Meu C - Conversa # D - A Floresta Arborescente E - Jardim do Arco-Íris F - A Música da Horta G - O Jardim da Individualidade H - Jardim Português Integrado I - Os Jardins do Quente e do Frio J - Jardim do Conhecimento K - Jardim Industrial L - A Revolta das Enxadas 1 - Entrada do Festival 2 - Fontes 3 - Jardim Barcos do Rio 4 - Jardim dos Putos 5 - Piscina 6 - Balneários e Apoios 7 - Bar 8 - WC 9 - Restaurante 10 - Clube Náutico 11 - Labirinto do Conhecimento 12 - Labirinto de Ariadne 13 - Labirinto da Sabedoria A Noite O dia só termina bem, para muitos, quando entra pela noite dentro. Depois de um encontro com o património arquitectónico da Vila mais antiga de Portugal, um passeio à paradisíaca Área Protegida das Lagoas, uma visita ao Festival Internacional de Jardins e a ida a um concerto, sabe bem gozar a beatitude da noite à meia luz, a ouvir música e a beberricar um líquido que refresque a boca e deixe pairar o espírito. Para terminar bem o dia sugerem-se: Cervejaria Rampinha, S.A. Bar, Girabola, Lethes e a Taberna, no Centro Histórico; na periferia o Boteca Bar, no Arnado, e o Clube Natura. Inédia–P.Lima Fotos: Carlos Martins L. 6/2/06 11:27 AM Page 25 Sónia Guedes e Hélder Cardoso fizeram A Revolta das Enxadas. O abandono das aldeias e a desertificação são o motivo para este apelo ás consciências... A Revolta das Enxadas O abandono das aldeias, estruturas típicas de povoamento rural durante muitos séculos, e a desertificação, estão na base da criação deste jardim. Pretende-se com esta proposta consciencializar, obrigar à formação de opiniões e à discussão, apelar à participação de todos no combate a esses flagelos e questionar a substituição dos utensílios tradicionais de trabalho pelas novas tecnologias. A valorização dos utensílios que os nossos avós usaram no cultivo da terra, o seu papel no mundo actual é dada através da implantação de enxadas. Concepção da ideia: Sónia Guedes / Designer Paisagista - Hélder Cardoso / Designer Paisagista. XV 6/2/06 K. 11:27 AM Page 24 O Jardim Industrial, concebido por Manuel de Carvalho e Sousa mostra como a partir de materiais reciclados se pode fazer um espaço de recreio. Foto: Armenio Belo Foto: Armenio Belo Foto: Carlos Martins Foto: Carlos Martins Inédia–P.Lima Jardim Industrial A reciclagem é a ideia chave desta proposta onde se pretende mostrar a viabilidade da recuperação, para uso quotidiano, de materiais que muitos pensam já XIV não ser necessários, e se demonstra como a partir de materiais reciclados se pode fazer um espaço de recreio. A era industrial, iniciada no século XVIII, e memórias do seu passado recente, estão subjacentes ao tema deste jardim onde se utilizam vários tipos de pavimento nomeadamente saibro, cubos de granito e traves de carvalho, numa alusão aos caminhos de ferro. O espaço apresenta estruturas tubulares de ferro galvanizado que servem de base a uma pérgola de glicínias, e dois muros, um de blocos de vidro outro de tijolo, colocados de modo a simular uma ruína. Dois projectores de iluminação simbolizam a energia, fonte motriz de todo o processo industrial. Concepção da ideia: Manuel de Carvalho e Sousa / Arquitecto Paisagista. Inédia–P.Lima 11:26 AM Page 23 A Esc. Sup. Agrária de Ponte de Lima e Manuel de Carvalho e Sousa criaram o Jardim do Conhecimento, representando o conhecimento humano. Fotos: Carlos Martins J. 6/2/06 Jardim do Conhecimento Representar o conhecimento através da forma, da cor da vegetação e da simbologia das plantas é a proposta deste jardim que tem o formato de um cérebro sobrelevado em relação ao percurso feito pelo visitante, numa analogia à superioridade do conhecimento. Toda a vegetação é cinzenta, aludindo à massa cinzenta a que está associado o conhecimento. No canteiro central estão plantados tufos de uma planta que, pelas suas folhas, simbolizam os filamentos dos neurónios. Entre os arbustos e árvores que constituem a vegetação envolvente destaca-se a oliveira que se inclina sempre para a luz e é símbolo dos grandes mitos da nossa cultura: na Bíblia e no Corão é a árvore mais referida e venerada. As oliveiras são em número de 4 como alusão ao conhecimento dos 4 cantos do mundo e dos 4 elementos que constituíam o cosmos da antiguidade. Concepção da ideia: Escola Superior Agrária de Ponte de Lima - Manuel de Carvalho e Sousa / Arquitecto Paisagista e Raúl Coelho / Desenhador. XIII Inédia–P.Lima I. 6/2/06 11:25 AM Page 22 Estimular os sentidos e a imaginação atráves de microclimas é a proposta dos Jardins do Quente e do Frio, uma ideia da EDRV Arquitectura Paisagista & Urbanismo Constituem-no uma estufa fria e uma estufa quente instaladas num pavilhão, onde são criados microclimas que activam, no visitante, os receptores térmicos distribuídos por toda a superfície do corpo estimulando-lhe os sentidos e a imaginação. No interior das estufas existe um obstáculo, uma cortina flexível, que gera mistério e surpresa e se torna elemento de interactividade ao fazer parar os mais temerosos e levar os mais ousados a atravessá-la de imediato. Um maciço de plantas e um banco para descansar num pavimento onde se pode comparar a flexibilidade da areia e a rigidez dos seixos rolados, convidam à contemplação e divagação do espírito. Pretende-se que as sensações experimentadas no pavilhão se prolonguem na sua envolvente através dos diferentes cambiantes, texturas e alturas da vegetação e dos ambientes secos e húmidos. Concepção da ideia: EDRV Arquitectura Paisagista & Urbanismo - Joana Soares / Arquitecta Paisagista - Katia Morgado / Arquitecta Paisagista e Mário Freitas / Arquitecto. XII Fotos: Carlos Martins Os Jardins do Quente e do Frio Inédia–P.Lima 6/2/06 11:24 AM Page 21 Ricou Velho quis mostrar, de forma alegórica, a nossa identidade H. Eduardo nacional. Para isso concebeu o Jardim Português Integrado... Jardim Português Integrado Fotos: Carlos Martins A proposta é mostrar a nossa identidade nacional através de elementos sócio-culturais e ecológicos e os sustentáculos basilares da economia da nação. De forma alegórica, ensina de onde vem o vinho e o azeite que tanto apreciamos, o copo de onde bebemos, o prato onde comemos, o sapato com que caminhamos, a roupa com que nos vestimos. A presença dos elementos infantis destina-se a chamar a atenção das crianças, envolvê-las no jardim, levá-las a compreender a importância que tem cada uma delas na nossa sociedade e no mundo. Concepção da ideia: Eduardo Ricou Velho / Arquitecto Paisagista. XI Inédia–P.Lima 6/2/06 11:23 AM Page 20 Fotos: Carlos Martins Jardim da Individualidade marca a presença da Áustria no Festival. G. OA ideia é da Hann Mitterecker Architects. O Jardim da Individualidade O desenho de um jardim numa parcela rigorosamente limitada como símbolo da vontade humana de contro- X lar a natureza, da imposição de limitações e da individualidade é o tema deste trabalho austríaco, que confronta os visitantes com um exército de figuras anãs todas iguais, pintadas de vermelho berrante e viradas na mesma direcção. Cada figura representa cada um de nós na busca da singularidade, e a ordem rígi- da em que estão colocadas, num espaço limitado por gravilha, simboliza o fracasso dessa pretensão. Também na área de circulação do jardim estão demarcadas fronteiras e regras que o visitante deverá respeitar e ao mesmo tempo é induzido a desobedecer, levando-o a questionar a sua atitude perante as limitações que lhe são impostas. Concepção da ideia: Hann Mitterecker Architects. Inédia–P.Lima F. 6/2/06 11:23 AM Page 19 A Música da Horta concebido por Camille Ferron e Elisabeth Coutant, oferece um jogo musical onde cada um pode criar a sua própria música. Fotos: Carlos Martins A Música da Horta O jardim explora as sonoridades da matéria vegetal e construída, alternando natureza e artifício. Oferece um jogo musical onde cada um pode criar a sua própria música. Uma passarela funciona como vibrafone e conduz o visitante para o interior do espaço, ao longo de uma fileira de mastros com bandeiras a bater ao vento. Pode-se bater com os pés no vibrafone ou percorrê-lo com uma vara fazendo-o vibrar do agudo ao grave, do grave ao agudo. No centro, os mastros fundem-se com os bambus: o artificial imita a natureza. A vegetação periférica confere ao interior do jardim, protecção, intimidade, calma. A planta dominante é o bambu gigante, de folhagem densa, que cresce em tempo recorde. O espaço compõe-se de onze canteiros onde, ao andar, os pés batem na superfície lisa e rígida de tábuas de madeira ou afundam-se no macio do feno. Concepção da ideia: Camille Ferron / Arquitecta com formação complementar em Engenharia Acústica e Elisabeth Coutant / Arquitecta e Cenógrafa. Planta que pode ser observada neste espaço: bambu carex. IX Inédia–P.Lima 6/2/06 Page 18 Francisco Caldeira Cabral e Elsa Matos Severino criaram o Jardim do Arco-Íris, o preferido do público no Festival de 2005. Ai está de novo na edição de 2006... Fotos: Carlos Martins E. 11:22 AM Jardim do Arco-Íris - A Explosão da Primavera Foi o jardim mais votado no Festival de 2005 e o Júri e a Direcção do Festival decidiram mantê-lo na edição de 2006 evidenciando, deste modo, as prefe- VIII rências do público. Apresenta as cores do arco-íris espraiadas em leque, numa composição de gomos coloridos que sintetiza a mosaicocultura, género de ornamentação com raízes ancestrais na história dos jardins. A área apresenta suave inclinação para ser melhor visualizada. A floração funciona como um relógio biológico que anuncia o princípio do ciclo vegetativo e faz ressurgir as energias adormecidas durante o Inverno. É um jardim refrescante que induz ao rejuvenescimento, ao sentir dos sons e aromas primaveris impelindo a passear, a descobrir, a viver a natureza. Concepção da ideia: Francisco Caldeira Cabral / Paisagista e Elsa Matos Severino / Arquitecta Paisagista. Plantas que podem ser observadas neste espaço: begónias, petúnias, tagetes. Inédia–P.Lima 6/2/06 11:21 AM Page 17 Fotos: Carlos Martins Marina Carvalho concebeu A Floresta Arborescente que pretende D. levar o visitante a confrontar-se com a proximidade e a distância. A Floresta Arborescente Pretende-se aqui mostrar o espaço jardim como um todo dinâmico. Recorre-se a aglomerados de vergas de ferro quadrangulares, circulares, angulares, barras de várias larguras, espessuras e comprimentos, soldadas de forma a emanar energia, movimento, crescimento, dinamismo. Em todos os corpos está presente a forma cónica que ora se expande verticalmente ora se comprime no sentido descendente. O objectivo desta rítmica visual é fazer o visitante confrontar-se com a proximidade e a distância, com as múltiplas perspectivas dos elementos no tempo e no espaço. A gradação de tamanhos dos corpos remete à ideia da floresta, ao ritmo do seu crescimento, evolução, movimento. Concepção da ideia: Marina Carvalho / Escultora. VII Inédia–P.Lima 6/2/06 11:21 AM Page 16 # sublinha o uso do jardim como local de convívio C. Conversa e comunicação. Uma ideia de Katia Morgado, Paula Bottas e Salete Felício. Sublinhar o uso do jardim como local de convívio, conhecimento, meio de comunicação social e artística é a proposta deste espaço cuja essência assenta em cadeiras escultóricas que simbolizam o reatar da conversa e das relações sociais numa época em que as tecnologias tomam conta do nosso quotidiano. A tradição cultural e social de conversar no espaço público e depois, com o aparecimento do jardim recreativo, a conversa como acto social de divertimento e de fruição do espaço é o conceito deste jardim que se apresenta em tons secos de palha, com referências à paisagem alentejana para vincar um espaço de tempo: o tempo de ficar sentado à sombra da oliveira à conversa. Concepção da ideia: Katia Morgado, Paula Bottas / Arquitectas Paisagistas e Salete Felício / Escultora Planta preponderante neste espaço: oliveira. VI Fotos: Carlos Martins Conversa # Inédia–P.Lima 6/2/06 11:20 AM Page 15 Peixoto criou Sonho Meu, Sonho Meu, B. Miguel uma proposta ao visitante para que “embarque” para o mundo da fantasia... Sonho Meu, Sonho Meu Fotos: Carlos Martins Um jardim onde se pode correr descalço por um caminho verdejante e macio ladeado por um solo de cascalho vermelho com baloiços azuis suspensos de oliveiras e onde um «barco de papel» aguarda os sonhadores para os conduzir numa viagem imaginada por um rio de flores coloridas… Alusões ao rio Lima e às brincadeiras das crianças nas suas margens e uma proposta ao visitante para que «embarque» para o mundo da fantasia, viaje no tempo e se deixe transportar até à sua meninice, ao tempo das histórias de fadas, das correrias, dos risos por tudo e por nada… Concepção da ideia: Miguel Peixoto / designer. Plantas preponderantes neste espaço: lamprantus vinca gazânia. V Inédia–P.Lima 6/2/06 11:56 AM Page 14 Fotos: Carlos Martins Lacustres é uma ideia da Associação Nacional de Produtores A. Sistemas de Plantas e Flores Naturais, que procura recriar um ecossistema ribeirinho. Sistemas Lacustres A proximidade do rio Lima sugeriu a ideia de recriar aqui um ecossistema ribeirinho. Apelo à necessidade de recuperação e manutenção das vidas vegetal e animal nas IV margens dos lagos e ribeiros, o projecto é também um convite à inclusão destes elementos na concepção de jardins, aproveitando os recursos naturais já existentes ou recorrendo a algum artificialismo. A construção destes sistemas requer grande variedade de plantas, criteriosamente seleccionadas em função do ambiente, que permitem explorar numerosas possibilidades estéticas. Este jardim, tipificado, propõe a construção de uma charca com uma pequena queda de água dotado de um sistema de circulação para oxigenação da água. Nas margens há espécies aquáticas, anfíbias e, nos níveis superiores, exemplares de arbustos e árvores. Concepção da ideia: Associação Nacional de Produtores de Plantas e Flores Naturais. Inédia–P.Lima 6/2/06 11:18 AM Page 13 ns. ractividade a Ponte de Lima. os Jardins onal de Jardins e Cidades Floridas, medalhas de prata e de bronze no Concurso das Vilas e Cidades Mais Floridas da Europa, tem agora o seu Festival Internacional de Jardins que está instalado junto ao rio, no Jardim dos Labirintos. O nome deste jardim, segundo Caldeira Cabral, o seu criador, prende-se com a ideia do «labirinto das ideias, o fio condutor do festival que apresenta uma diversidade de propostas que vão transformando e influenciando as pessoas que o visitam porque tem uma acção pedagógica: ensina que um jardim não é um conjunto de relva e plantas usadas de formas múltiplas, pode ser esteticamente muito importante, é uma arte sem limites”. Sublinhando que esta iniciativa oferece ao público o efeito de surpresa já que permite ver jardins diferentes, todos os anos, concebidos por vários artistas, Caldeira Cabral deixa um apelo: que haja uma grande participação no festival de 2007 cujos projectos deverão ser entregues até 30 de Outubro deste ano sob o tema “O Lixo na Arte dos Jardins”. Rede Europeia de Festivais de Jardins O Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima integra com o Festival de Chaumont, em França e o Festival de Kamptal, na Áustria, a Rede Europeia de Festivais de Jardins. O projecto, que tem o apoio do programa comunitário Leader, tem por objectivo a promoção e divulgação conjuntas dos certames assim como a troca de experiências, visitas de estudo e parcerias. As regiões envolvidas no projecto possuem características semelhantes que pretendem defender e promover com o recurso a «um único itinerário verde». São objectivos da parceria fomentar o embelezamento dos espaços públicos das localidades, ajudando a criar condições para a fixação das populações bem como a manutenção de jardins históricos e a criação de novos espaços verdes que tornem mais atractivos os espaços urbanos. FRANCISCO DE CALHEIROS Um Projecto Inspirador “O Festival Internacional de Jardins é uma proposta absolutamente inovadora a nível nacional que corresponde a uma tendência do turismo internacional. É uma iniciativa que põe a tónica no ambiente e na arte, contribuindo para a criação de zonas de excelência, com qualidade de vida, em que vale a pena investir” diz Francisco de Calheiros, Director do Festival. Em sua opinião, “o Festival veio colorir e enriquecer o imaginário de Ponte de Lima desde sempre ligado ao património, à tradição e à história”. A edição de lançamento, realizada no ano passado, atraiu 60 mil visitantes, deixando antever que o Festival venha a ser um pólo de atracção da Vila, tocando todo o vale do Lima como um modelo de desenvolvimento económico com qualidade. Segundo Francisco de Calheiros, esta iniciativa veio, por um lado, inspirar um conjunto de projectos privados e públicos, nomeadamente a recuperação e manutenção de jardins de imóveis históricos - com o apoio do programa Leader - permitindo que integrem circuitos de visita e se tornem uma extensão do Festival Internacional de Jardins; por outro lado, dinamiza a oferta turística da região na vertente do Turismo de Habitação de grande qualidade. “Ponte de Lima”, salienta o impulsionador do Turismo de Habitação em Portugal, “além de dois hotéis, tem a maior bolsa de oferta de turismo no espaço rural a nível nacional. Em todo o Vale do Lima, com óptimas acessibilidades, estão reunidas condições de excelência, tanto de alojamento como de alternativas de animação e entretenimento: golfe, corridas de cavalos, centro equestre, escola de equitação, com apresentações hípicas e canoagem; o Festival de Ópera, que se realiza desde 2004 e inclui representações durante o Festival de Jardins, veio complementar e enriquecer a oferta”. Tudo isto reforça a atractividade de Ponte de Lima, diz Francisco de Calheiros considerando que hoje as pessoas não viajam para um destino só pela beleza; querem regressar mais ricas do que quando partiram. “Acreditamos”, pontua, “que com o Festival Internacional de Jardins estamos a desenvolver um projecto que ultrapassa as nossas fronteiras locais e temos a expectativa de que este projecto inovador venha a ter réplicas em todo o país”. Fotos: Carlos Martins III Foto de capa: Carlos Martins Inédia–P.Lima 6/2/06 11:17 AM Page 12 Ponte de Lima organiza este ano o 2.º Festival Internacional de Jardins. Como sublinha Francisco de Calheiros, Director do Festival, é um evento que garante uma nova atractividade a Em Ponte de Lima, Capital Portuguesa dos Jar Festival Internacional Ponte de Lima, a Vila Mais Florida de Portugal recebe, pelo segundo ano consecutivo, o Festival Internacional de Jardins, uma iniciativa inédita em território nacional, resultado do repto lançado pelo Município de Ponte de Lima a todos os artistas e criadores, desde arquitectos, paisagistas e designers a escolas e simples curiosos para apresentarem os seus projectos. “ retende-se que o Festival Internacional de Jardins seja aberto a toda a gente, não o restringindo a determinadas áreas profissionais, por forma a descobrirem-se novo valores», declara o Presidente do Júri, o paisagista Francisco Caldeira Cabral, sublinhando que as exigências colocadas aos concorrentes «são um teste através do qual têm que mostrar que sabem construir um jardim». Um aspecto muito interessante, na opinião P II deste paisagista, foi o aparecimento de equipas inter-disciplinares já que «não se espera que um poeta saiba fazer um jardim mas já se pode esperar que seja capaz de o pensar e de influenciar aqueles que o fazem. É como escrever um texto para música». O certame é constituído por doze propostas de jardins efémeros, onze dos quais foram seleccionados por um júri entre as 19 propostas candidatas. O 12.º jardim é o trabalho que mereceu a preferência dos visitantes em 2005, uma vez que foi decidido que o jardim que colhesse mais votos do público estaria patente na edição do ano seguinte, o que motivou uma grande participação na votação. Caldeira Cabral, a quem se deve a ideia da realização do Festival de Jardins, inspirada pelo festival da vila francesa de Chaumont, afirma estar satisfeito com o número de concorrentes à edição de 2006 que, explica, «é verdadeiramente o primeiro festival. A edição de 2005 tratou-se de uma demonstração do que poderia vir a ser o festival de jardins. Foi o ano zero». Quando o paisagista projectou o novo jardim que iria acolher o certame foram projectadas ao mesmo tempo, no seu gabinete, os 12 canteiros de 150 a 200 m2 onde seriam plantados os jardins efémeros. «Era difícil iniciar a obra sem primeiro mostrar as potencialidades desse tipo de intervenção, diferente do normal, efémera, já que os jardins vão durar apenas 6 meses; depois serão levantados e transplantados para outros locais». Ponte de Lima três vezes vencedora, em três participações no Concurso Nacional de Vilas Pretende-se que o Festival Internacional de Jardins seja aberto a toda a gente, não o restringindo a determinadas áreas profissionais. Inédia–P.Lima 6/2/06 11:15 AM Page 11 JARDINS CULTOS 2.º Festival Internacional de Jardins Maio a Outubro 2006 Inédia–P.Lima 6/2/06 11:08 AM Page 10 Como tema de pintura, Ponte de Lima passaria por uma vila idealizada por um sonhador, paisagista exímio, tal a harmonia dos elementos. ... onde já se realizava uma feira quinzenal - que chegou até aos dias de hoje - como consta do foral. Afundação de Ponte de Lima acompanha a de Portugal sendo um dos 54 municípios existentes à data da morte do primeiro rei, em 1195. A urbe medieval deu origem a um núcleo urbano defendido pelas muralhas mandadas construir por D. Pedro I, com nove torres e seis portas. Data desta época a edificação da ponte medieval, a partir da ponte romana, concluída provavelmente em 1370 que veio a incrementar a ligação da Vila, por terra, a outras paragens tendo muitas vezes servido de passagem obrigatória dos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela. Até ao início do séc. XV a Vila limiana assume-se como um dos núcleos urbanos mais desenvolvidos da região com uma economia florescente e forte crescimento demográfico. Ombreou com Viana do Castelo na gesta dos Descobrimentos e mais tarde ... Paço do Marquês Prossegue-se pelas ruas estreitas até ao Paço do Marquês uma residência senhorial rodeada de um bonito jardim, cuja construção foi iniciada em 1469 e recebeu várias transformações no decorrer dos tempos. A que mais se aproxima do original será a fachada norte, de granito, que tem quatro janelas sendo três manuelinas. Rodeado por um airoso jardim, no espaço que a liga à nova estrutura arquitectónica de linhas contemporâneas onde fica o mirante, existe um relvado com cinco oliveiras e espelhos de água. Mais à frente encontra-se a Igreja da Lapa, integrada num jardim. Concluída em 1763, tem um belíssimo retábulo de estilo rococó. Ao descer até à Praça da República encontram-se as estátuas de António Feijó, poeta e diplomata nascido em Ponte de Lima e da rainha D. Teresa empunhando o foral que outorgou à vila. Daqui vai-se até à Biblioteca Municipal, instalada numa parte do antigo Hospital da Misericórdia. Sugere-se a subida pela escada de pedra, ao nível do coroamento da muralha, a fim de admirar o Foto: Carlos Martins Foto: João Robalo conquistou supremacia económica mercê dos lucros comerciais granjeados com o açúcar e com o ouro brasileiro. No séc. XVIII ocorreu um surto de modernização que viria a provocar a demolição de parte da estrutura defensiva que entretanto perdera a função. No séc. XIX Ponte de Lima teve nova fase de expansão urbana - que originaria a destruição do que restava da estrutura muralhada da qual ficaram duas torres e alguns troços da muralha - patenteada na Praça Camões e em todo o seu perímetro e na série de residências neoclássicas, neogóticas, neomanuelinas e românticas que testemunham o muito dinheiro vindo do Brasil. A nobreza, possuidora de notáveis solares, como o Marquês de Ponte de Lima, contribuíram para o desenvolvimento do concelho, encontrando-se em Ponte de Lima uma das maiores concentrações de casas senhoriais do país. 10 Foto: Carlos Martins Largo da Picota. Contornando a Biblioteca, encontra-se a Igreja Matriz mandada reconstruir por D. João I em 1425. O templo sofreu transformações e ampliações ao longo dos tempos, visíveis pela sobreposição de estilos: romanico, gótico e neoclássico. No interior destaca-se a capela de Nossa Senhora da Conceição, a talha dos altares de Nossa Senhora das Dores e de Nossa Senhora de Fátima e a pia baptismal manuelina. Em frente está a Igreja da Misericórdia com a belíssima varanda de colunas. Datada dos sécs. XVII e XVIII é de nave única, com portal maneirista. A capela-mor tem altares de talha neoclássica. Merecem atenção, no interior, duas esculturas quinhentistas, alusivas à actividade esmolar das misericórdias, e elementos do altar-mor onde está representado o milagre da multiplicação dos pães. Segue-se o conjunto de edifícios quinhentistas do Bairro das Pereiras que culmina com a Capela da Nossa Senhora da Misericórdia das Pereiras de onde se desfruta uma magnífica vista do rio e da Vila. O templo data de 1525 mas as características barrocas resultam da reforma de 1818. Foi doado à Câmara Municipal, em estado de profunda degradação, em 1979, datando as últimas obras de 1998 quando se construiu um novo coro e instalações de apoio a actividades culturais. Mantém-se inacabada a torre sineira. O interior merece uma visita para olhar as pinturas policromas no granito e o espólio da igreja. Descendo, a caminho da rua Cardeal Saraiva, eixo da Vila perpendicular ao rio, encontram-se os Paços do Concelho. O edifício original data do 2.º quartel do séc. XVI mas sofreu sucessivas reconstruções. Nos finais do séc. XIX e durante o Estado Novo introduziram-se profundas alterações no interior, datando de 1997 a sua traça actual. Prosseguindo para poente encontra-se o Palacete Villa Moraes datado de 1892, com uma bonita fachada e uma elegante escada de pedra. Está rodeado de um parque arborizado com lagos e pequenas construções de inspiração romântica: gruta, estufa, mirante e cativeiro de aves O edifício e o jardim acabam de ser alvo de um projecto de recuperação. Descendo, vai-se ter ao Teatro Diogo Bernardes mandado construir em 1893. Segue as linhas arquitectónicas do teatro à italiana característico do séc. XIX. Continuando a caminho do rio, vai dar-se ao Museu dos Terceiros, contíguo ao conjunto arquitectónico formado pelas Igrejas de Santo António dos Frades e da Ordem Terceira de S. Francisco. A primeira é o que resta do grande Convento de Santo António, quatrocentista, demolido em 1895 na sequência da extinção das ordens religiosas. A igreja é uma construção sóbria, com vestígios góticos, de uma só nave, com duas capelas de estilo manuelino e capelas brasonadas com túmulos de famílias senhoriais. A Igreja da Ordem Terceira, do séc. XVIII é de grande beleza arquitectónica e possui um recheio artístico valioso nomeadamente de arte sacra e arqueológico. O conjunto encontra-se em fase final de recuperação e irá albergar o renovado Museu dos Terceiros, cuja abertura está prevista para Dezembro de 2006. Inédia–P.Lima 6/2/06 11:07 AM Page 9 merosos roteiros e percursos. Dois itinerários da História». Outra alternativa é seguir o roteiro dos jardins. 300 m. de comprimento. Apoia-se em 17 arcos ogivais dois dos quais foram soterrados pelos arranjos urbanísticos da Praça de Camões. O séc. I é a data provável da construção da ponte romana, assente em 7 arcos dispostos irregularmente e de diferente vão, sendo 5 visíveis. A ponte medieval integrou as obras de fortificação da Vila feitas a mando de D. Pedro I, datando o calcetamento e a colocação dos merlões do tempo de D. Manuel I. Esta obra foi, durante muitos anos, uma das mais importantes do género em Portugal. Tinha então maior vulto dado os pilares não terem sido sujeitos a assoreamento. O pai do rei João III da Polónia, que passou em 1611 em Ponte de Lima, escreveu nas suas memórias: «Ponte de Lima, a cinco Guarda, dos finais do séc. XIII e é reconstruída no séc. XVIII segundo cânones barrocos. Em frente fica o Museu Rural, integrado nos jardins da Quinta do Arnado, onde podem admirar-se peças do quotidiano agrícola do concelho, merecendo visita atenta a sala do linho, a cozinha rural e a adega com lagar e celeiro. Prosseguindo o itinerário, na margem esquerda, que segue para o interior do centro histórico, a partir do Lago de Camões, passa-se junto à Torre de S. Paulo também designada da Expectação ou do Postigo. Erigida no séc. XIV, estava integrada na estrutura muralhada de defesa da Vila. Na face virada para o rio tem um painel de azulejos alusivo à LENDA DA CABRAÇÃO, (Cabras são, Senhor!) epi- A História da mais antiga Vila de Portugal milhas de Valença, tem uma ponte de pedra, bastante larga e comprida e de tão grande formosura que, no meu parecer, não se encontrará outra na cristandade de igual beleza e magnificência». No extremo da ponte medieval, na margem direita, ergue-se a Igreja de Santo António da Torre Velha, que resultou da reformulação, no inicio do séc. XIX, de uma antiga ermida consagrada a Nossa Senhora da Esperança. No exterior apresenta um frontão curvo e revestimento de azulejos. A torre, que se evidencia pela altura e as gárgulas de cada ângulo, foi construída no séc. XIX. A alguns metros encontra-se a Capela do Anjo da sódio do imaginário de D. Afonso Henriques. Segue-se a Torre da Cadeia Velha ou da Porta Nova resultante das obras de beneficiação do séc. XVI para instalação da cadeia da comarca. Esta casa forte, acastelada, tinha três pavimentos e uma enxovia e janelas gradeadas sobrepostas. Nos finais do séc. XIX foi aberta a porta no piso inferior. As duas torres estão ligadas por um troço de muralha bem conservado. Virada para a Torre da Cadeia está a Capela da Senhora da Penha de França, barroca do séc. XVII. É um pequeno templo, sóbrio, com o retábulo em talha dourada barroco. ... fizeram passar a via romana que ligava Braga a Astorga tornando o local ponto de encontro de interesses estratégico-militares, sociais e económicos. Os séculos sucederam-se, caiu o império romano, instalaram-se os suevos, depois os visigodos que provocaram a dispersão das populações e o seu refúgio nas montanhas, sucederam-se as invasões muçulmanas. Chegada a época da reconquista, iniciada por Afonso III rei de Leão, sua filha, D. Teresa haveria de ficar à frente dos destinos do Condado Portucalense, sonhar com a sua autonomia e lutar por um reino. Deve-se a D. Teresa a outorga do foral e criação da Terra de Ponte - como era então designada a Vila - em 1125, com o intento de incrementar o desenvolvimento de uma povoação junto da única ponte existente sobre o rio Lima, de importância estratégica e económica, ... Ponte de Lima tem um passado histórico com raízes nos tempos pré-históricos. Era densamente povoada no séc. I a.C., como todo o noroeste da península, sendo dessa época os castros, povoações localizadas no cimo dos montes, cercadas por fossos e muralhas não muito longe de um curso de água, de que há vestígios em muitas freguesias do concelho. Os seus habitantes dedicavam-se ao pastoreio e ao cultivo de cereais, exploravam e trabalhavam os metais, faziam admiráveis trabalhos de ourivesaria, utilizavam uma cerâmica decorada frequentemente com riscos e relevos, agasalhavam-se com tecidos de lã e de linho. Em Ponte de Lima os conquistadores romanos construíram uma ponte tão duradoira como as povoações que haviam de nascer nas suas margens e por ela 9 Inédia–P.Lima 6/2/06 11:07 AM Page 8 Para descobrir Ponte de Lima, a Terra Rica da Humanidade, existem numerosos são consagrados ao centro histórico - «Passeio pelo Lima» e «Passeio pelo Mirante da História». Fotos: Carlos Martins Ponte de Lima tem por moldura a serra e maciços de árvores frondosas. Uma faixa de areia branca separa-a do rio que se oferece à Vila num dos seus trechos mais formosos: amplo, vagaroso, murmurejando em redor dos ilhéus, com águas transparentes que deixam ver um leito de areia com algas, seixos e rochedos, imaculado. palacetes e singelos casais da aldeia. Uma paisagem que motiva a percorrer itinerários de que se fala mais à frente. Entretanto sugere-se um passeio pelo centro histórico de Ponte de Lima para conhecer o passado da Vila mais antiga de Portugal, descobrir a sua riqueza arquitectónica, os seus belos jardins e recantos, paisagens que ficam para sempre gravadas na memória. formosura do Lima fez nascer muita literatura romântica, muita poesia e algumas lendas. António Feijó dedicou-lhe centenas de versos, Diogo Bernardes cantou-o e muito o chorou, saudoso, em terras de Marrocos, quando foi cativo na não se fica pela paisagem. Está presente em toda a malha urbanística da vila onde não existem dissonâncias arquitectónicas e surpreende a preservação das ruas e praças e do património histórico: construções românicas e góticas, igrejas e capelas dos séculos XVII e XVIII, palacetes, solares, casas nobilitadas. Despertam a atenção do visitante as portas e janelas de madeira dos edifícios, pela diversidade de traça e a vetustez e o toque de tradição e requinte conferido pelas cortinas de linho e renda. A beleza paisagística e arquitectónica é sublimada por um número incontável de jardins, implantados nos espaços públicos e particulares, envolvendo monumentos, edifícios municipais, jornada de Alcácer-Quibir. Os romanos que o atravessaram no ano de 137 a.C., no seu caminho de conquista da Lusitânia para a Galiza, ficaram deslumbrados com a sua calma e beleza, temendo ter chegado ao rio Lethes que, segundo a mitologia, ficava a Ocidente, para lá do mundo conhecido, e que apagava todas as memórias a quem nele mergulhasse. A vila abraça o rio com a sua ponte medieval, notável construção para a época pela envergadura e beleza. Como tema de pintura, Ponte de Lima passaria por uma vila idealizada por um sonhador, paisagista exímio, tal a harmonia dos elementos. Uma harmonia que casas apalaçadas e mais modestas. Uma visão da Vila e do vale do Lima, anfiteatro virado para o mar onde a Vila se incrusta como uma jóia, no caminho que o rio percorre entre terras de Espanha e Viana do Castelo, é indispensável. Para isso sobe-se ao miradouro de S.to Ovídio, que fica próximo da urbe ou ao de Santa Maria Madalena com o seu parque ajardinado e uma capela do séc. XVII, um pouco mais longe, onde se oferece ao visitante uma síntese majestosa de toda a região do Vale do Lima até ao oceano. Nas margens do rio, coleante, desdobra-se a característica paisagem limiana: prados, milheiros, vinhas, florestas, igrejas, capelinhas brancas, rico - «Passeio pelo Lima» e «Passeio pelo Mirante da História» - dos quais destacamos alguns aspectos. Outra alternativa é seguir o roteiro dos jardins, não menos aliciante, ao qual nos referimos adiante (págs. 11 e 12). O Largo de Camões é a «sala de visitas» da Vila, frente ao rio, com grande concentração de cafés e comércio tradicional. A actual fisionomia foi delineada a partir dos anos 20 do século passado. No centro ergue-se o Chafariz, de 1603. De risco renascentista, possui elementos decorativos manuelinos. Em frente estende-se a Ponte sobre o Lima, formada por dois troços distintos, romano e medieval, com 4 m. de largura e cerca de A 8 Passeio pela Vila Existem numerosos roteiros e percursos para conhecer a Vila de Ponte de Lima e o seu concelho, assim como o Vale do Lima, sobre os quais há abundante informação escrita e áudio-guias na Delegação de Turismo. Dois itinerários são consagrados ao centro histó- Inédia–P.Lima 6/2/06 11:05 AM Page 7 A Vila evolui harmoniosamente por uma suave encosta até ao rio onde se estende ao longo da margem num recorte de edificações históricas de porte distinto. ila de Portugal da Terra Rica... 7 Foto: Carlos Martins m e pela natureza. É a Terra Rica da Humanidade, ónio mundial, que a Vila prepara e que esta edição convida a descobrir. Inédia–P.Lima 6/2/06 11:03 AM Destaque Page 6 Ponte de Lima é uma obra de arte esculpida pelo homem e pela nat denominação do ambicioso projecto de candidatura a património mundia Ponte de Lima, a mais antiga Vila de À descoberta d 6 Inédia–P.Lima 6/2/06 10:58 AM Page 5 e de Lima está hoje, ao melhor nível da Europa. Ponte de Lima green O golfe já conquistou um espaço de eleição em Ponte de Lima. No Verde Minho, o green não podia faltar. Ponte de Lima moderna A modernidade em Ponte de Lima é sinónimo de beleza, requinte... qualidade. A piscina e a esplanada-bar junto ao Festival Internacional de Jardins ilustram o equilíbrio das novas soluções. Ponte de Lima ecológica Não é uma foto subaquática! É o fundo do Rio Lima visto da ponte medieval. Absolutamente único. 5 Fotos: Carlos Martins soladora e pessimista dos grandes media. ... Absolutamente a não perder. Inédia–P.Lima 6/2/06 10:57 AM Olhares Page 4 Tranquilamente, ao longo das límpidas águas do seu rio, Ponte de Lim Uma grande surpresa, para quem só “conhece” o país pela montra desoladora e pe Ponte de Lima histórica O Paço do Marquês e o perfil da renovação do espaço envolvente – com o Jardim das Oliveiras – é o paradigma da modernização que a Vila conhece. Ponte de Lima Ponte de Lima A Vila mais antiga de Portugal é também a capital do cavalo no norte do país. Mais uma paixão com que Ponte de Lima nos seduz... A relação dos jovens da Vila com o rio é permanente. Diariamente, o Lima recebe nas suas águas, dezenas de jovens praticantes de desportos naúticos. equestre 4 desportiva Inédia–P.Lima 6/2/06 2:06 PM Page 3 Destacável 2º Festival Internacional de Jardins 4 Olhares 6 Destaque: À descoberta da Terra Rica... 11 Roteiro dos jardins da Vila 13 Rotas Ecovias, o luxo da natureza 14 Ambiente Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos O paraíso terrestre existe... Quinta de Pentieiros Quinta pedagógica de excelência 18 Vai ser notícia Edições Inédia. Propriedade, direcção, redacção, design e publicidade: Inédia, Rua Prof. Reinaldo dos Santos 13 - 9º D - 1500-501 Lisboa Tel.: 217 718 030 • Fax: 217 783 295 • e-mail: [email protected] • www.inedia.net • Foto de capa: Carlos Martins • Páginação electrónica: Full Design • Impressão: Heska • Distribuição nacional de 70.000 exemplares com o jornal Público 3 Inédia–P.Lima 6/2/06 10:55 AM Page 2 www.cm-pontedelima.pt Património.História.Cultura.Natureza. Visite Ponte de Lima com Áudio-guias. Disponíveis na Delegação de Turismo, Paço do Marquês. Inédia–P.Lima 6/2/06 Projecto “Ponte de Lima. Terra Rica da Humanidade” financiado por: 11:37 AM Page 36