GentedeFURNAS FURNAS Dar forma a madeiras: arte passada de pai para FOTO J ULIANA REIS filho Adélio José Pereira Postiço C ostuma dizer que seu nome é Adélio José e que o Pereira é que é postiço. De tanto ouvir brincadeiras, Adélio José Pereira Postiço já faz até trocadilho com o sobrenome. Marceneiro lotado no Departamento de Serviços Gerais (DSG.G), este homem discreto e de fala mansa trabalha como contratado há cerca de dez anos em FURNAS. Considerado um dos melhores na arte de fazer móveis e emoldurar quadros, Adélio conta que herdou o talento de moldar madeiras do seu pai. “Ele está com 80 anos e ainda trabalha em sua fábrica, que comecei a freqüentar aos 12 anos”. Adélio “es- 24 treou” no ofício ainda jovem, aos 16 anos, “quando fiz o meu primeiro trabalho: uma escada na casa dos meus pais”. De lá para cá, não parou mais. “Sou um apaixonado pela profissão”, confessa orgulhoso. Seu talento é reconhecido por diversas pessoas, que o requisitam para executar trabalhos fora da Empresa. “Já fui chamado para fazer a cantina de uma pousada, revestimento, todo tipo de móveis, cabideiros... O cabideiro de • set./out. 2002 • Linha Direta nº 291 um dos diretores, fui eu quem fez”, revela. Adélio é responsável pelos mais importantes trabalhos da Empresa. “Geralmente atendo à Presidência e à Diretoria”. Sempre com muito serviço, “trabalho aqui em FURNAS nos fins de semana, feriados, quando precisam de mim, estou disponível”, revela que tem um compromisso que fez questão de assumir: “minha filha mais velha está noiva e exige que eu faça os móveis para quando ela casar”. Indagado sobre com que tipo de madeira mais gosta de trabalhar, Adélio diz que prefere “o mogno e a cerejeira porque dão bom acabamento”. Reconhece que “o Brasil tem farta matéria-prima”, e que “não existe tarefa difícil, apenas demorada”. O habilidoso marceneiro fala que também costuma fazer molduras. “Ainda hoje é possível encontrar espalhados pela Empresa alguns dos 48 quadros que emoldurei para a I Semana da Qualidade, ocorrida em dezembro de 94”. Mas ressalta que para fazer uma moldura, “é necessário produzir, antes, a ferramenta para cada tipo de trabalho”. E Adélio também faz isso.