MANEJO DE PEQUENOS REBANHOS DE GADO LEITEIRO: ESTUDO DE CASO E
PROPOSTAS PARA MELHORIA
SMALL DAIRY CATTLE HANDLING: CASE STUDY AND IMPROVEMENT PROPOSALS
Henrique Meiroz de Souza Almeida1, David Attuy Vey da Silva2, Felipe Alves Corrêa3,
Gabriela Capriogli de Oliveira4, Júlia Branco Borges5, Mariana Queiroz Pinho dos Santos6
1; 2; 3; 4; 5; 6
Alunos de graduação do curso de Medicina Veterinária - Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal – UNESP
Palavras-chaves: manejo, gado leiteiro, pequenos rebanhos
Introdução
A adoção de práticas de manejo do gado leiteiro por pequenos produtores de leite tem como
conseqüência direta a melhoria da saúde animal e humana e é essencial para a garantia da
qualidade do leite. O manejo de pequenos rebanhos de gado leiteiro, ainda que alavancados
pelos esforços depreendidos por agências governamentais e por instituições de ensino e
pesquisa na área de saúde animal, não tem sido adotado em todas as propriedades que
possuem pequenos rebanhos e mantém a produção de leite como atividade econômica
secundária (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2002). Realizou-se este estudo com o
objetivo de aumentar a produção e a qualidade do leite por meio do incremento das práticas
de manejo do gado leiteiro, em um pequeno rebanho de uma propriedade rural.
Material e Métodos
O presente estudo foi realizado no segundo semestre do ano de 2010, em uma propriedade
rural, localizada no interior do Estado de São Paulo, que atendeu aos critérios préestabelecidos de possuir um pequeno rebanho - 19 animais mestiços – e ter a produção de
leite como atividade econômica secundária. Verificou-se a adequação das práticas
operacionais, das condições sanitárias e das instalações físicas por meio de visitas a
propriedade, observação e entrevistas com proprietários e funcionários. Dentre os itens
avaliados foram selecionados para a proposição de melhorias os que representavam risco a
saúde animal e a saúde humana e os que interferiam diretamente no volume e qualidade do
leite (OLIVEIRA et al., 1999).
Resultados e Discussão
A apresentação dos itens não obedece a uma hierarquia. As principais falhas detectadas
são expostas seguidas de propostas de intervenção para a melhoria.
HIGIENIZAÇÃO: Foram observadas falhas nas técnicas de execução e na periodicidade dos
procedimentos de limpeza e desinfecção ambiental, assim como na descontaminação dos
tetos e das mãos dos funcionários responsáveis pela ordenha. Foram elaborados
procedimentos operacionais padrões para higienização e instituídos os equipamentos de
proteção individual requeridos para a execução de cada atividade.
SANIDADE ANIMAL: Foi verificado que o esquema de Imunização não é completo. Não são
realizados testes para o controle de tuberculose e brucelose. Também não é feita a
prevenção de mastites com linha de ordenha esquematizada. Foi criado um calendário para
a imunização e para o controle de doenças. Foi ainda estabelecida rotina para a execução
do “California Mastitis Test - CMT”, caneca de fundo escuro e Contagem de Células
Somáticas – CCS - cujos resultados serão utilizados como parâmetros para a montagem de
uma linha de ordenha. Introduzido, ainda, o controle de endoparasitas e ectoparasitas por
meio da administração periódica de medicamentos antiparasitários.
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ALIMENTAÇÃO: o balanceamento da ração realizado não respeita as proporções ideais,
assim como não há controle do volume de alimentos ofertado aos animais. Foi proposto um
complemento na alimentação utilizando ração pronta, balanceada e selecionada conforme a
exigência do animal (crescimento, mantença, gestação e lactação), e oferecida em
quantidade estipulada em planilha indicativa dos valores de ingestão de ração,
proporcionando melhor conversão alimentar, aumento de produção de leite e diminuição do
desperdício (EMBRAPA ,2002).
REPRODUÇÃO: Não é realizado o controle de monta e gestações. Foram fornecidas
informações técnicas para o manejo reprodutivo e introduzido o controle zootécnico do
rebanho tornando possível a seleção de animais com o objetivo de aumentar a eficiência da
linha de ordenha, ressaltando que o controle de monta faz com que a gestação ocorra no
tempo previsto, otimizando ao máximo o poder produtivo do animal (EMBRAPA, 2002).
Conclusões
O leite produzido nas condições observadas apresenta grande probabilidade de
contaminação biológica com risco de transmissão de doenças de diferentes graus de
gravidade ao ser humano que produz e consome este leite. As falhas detectadas no manejo
da alimentação e reprodução dos animais interferem diretamente no volume, composição e
na qualidade deste leite, ocasionando perdas econômicas e prejuízo indireto para o
proprietário. As propostas de melhoria foram elaboradas com o intuito de intervir de modo
positivo nesse cenário. Embora os resultados obtidos não sejam representativos, existe uma
grande probabilidade de encontrarem-se condições similares em um número exprssivo de
propriedades produtoras de leite que atendam aos critérios de seleção do estudo, indicando
a necessidade de reprodução desse estudo com uma maior casuística.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Agricultura. Instrução Normativa n. 51, de 18 de setembro de 2002.
Regulamento Técnico de Produção, Identidade, Qualidade, Coleta e Transporte de Leite.
Brasília; 2002. 48p (Instrução Normativa n. 51, 2002).
EMBRAPA, Gado de Leite. SISTEMA DE PRODUÇÃO, 1 Disponível em:
http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/informacoes/sistema/mata/introducao.html Acesso em
outubro de 2010.
EMBRAPA, Gado de Leite. SISTEMA DE PRODUÇÃO, 4 – Produção de Leite no Sudeste
do
Brasil,
versão
eletrônica.
Disponível
em:
http://sistemasdeproduçao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteSudeste/index.html
Acesso em outubro de 2010.
OLIVEIRA, C.A.F.; FONSECA, L.F.L.; GERMANO, P.M.L. Aspectos relacionados à
produção, que influenciam a qualidade do leite: Higiene Alimentar, v.13, n. 62, p. 10-13,
1999.
Autor a ser contratado: Henrique Meiroz de Souza Almeida, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de
Jaboticabal – UNESP- e-mail:
Agradecimentos: Maria Imaculada Fonseca – docente do curso de Medicina Veterinária - Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal – UNESP - e equipe de médicos veterinários do PROGRAMA CATI
LEITE.
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