Maria Doralina, Melina Marques, José Luiz, Renata Grupo Frente, RJ. O Concretismo compreendeu a contradição conceitual entre o termo abstração e representação não-representativa que constitui a arte abstrata desde suas origens em 1910. na introdução ao problema, no primeiro número da revista Art Concret, Van Doesburg e seus companheiros consideram avaliando a trajetória inicial do Abstracionismo, que “...Na busca da pureza, os artista foram obrigados a abstrair as formas naturais que escondiam os elementos plásticos, a destruir as formas-natureza e a substituí-las pelas formas-artes...” (VAN DOESBURG, Theo. “Arte concreta” In: Amaral, Aracy, coord. Projeto Construtivo Brasileiro na arte, p42.) Theo Van Doesburg, Helion, Carlsund, Tutundjan e Wantz, fundam em 1930, na França, o Concretismo, lançando uma revista e organizando uma exposição paralela a exposição Cercle et Carré – exposição que pretendia agrupar as principais tendências da arte abstrata desde sua implantação. Em 1927 Geraldo de Barros e Mary Vieira resolvem se encontrar com Max Bill (autor da Unidade Tripartida) e enquanto Mary permaneceu na Suíça, Geraldo regressa ao Brasil influenciando significativamente para os rumos dos concretistas no país. Em 1950, Max Bill apresenta uma exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo e em 1951, recebe o Prêmio Internacional de Escultura com a Unidade Tripartida, na I Bienal de São Paulo – essas exposições são um dos grandes fatores de estímulo ao concretismo brasileiro. A Bienal de 1951 foi a primeira oportunidade para uma reunião de obras dos futuros integrantes do movimento concreto e alguns artistas afins. Foto de membros do grupo Ruptura (da esq. p/ dir.): Lothar Charoux, Anatol Wladyslaw, Kazmer Féjer e Waldemar Cordeiro, observando o quadro de Di Cavalcanti, “O Beijo”. 1952 • 1952 - Grupo Ruptura marca o início oficial do movimento concreto em São Paulo • Criado por Anatol Wladyslaw (1913), Lothar Charoux (1912-1987), Féjer (19231989), Geraldo de Barros, Leopoldo Haar (1910-1954), Luiz Sacilotto (1924-2003) e liderado pelo artista e crítico Waldemar Cordeiro (1925-1973) • Proposta do grupo: "renovação dos valores essenciais das artes visuais", por meio das pesquisas geométricas, pela proximidade entre trabalho artístico e produção industrial, e pelo corte com certa tradição abstracionista anterior. • Os desdobramentos da arte concreta na poesia se evidenciam em São Paulo pelo lançamento da revista Noigandres, em 1952, editada pelos irmãos Haroldo de Campos (1929-2003) e Augusto de Campos (1931) e por Décio Pignatari (1927). Pintor desenhista, nascido em Viena, Áustria, em 1912, muda-se para o Brasil fixando-se em São Paulo e a partir de 1940, estuda com Waldemar Cordeiro no Liceu de Artes e Ofícios. Em 1947 – realiza sua primeira exposição individual na Galeria Itapetininga. Em 1952 juntamente com Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros entre outros funda o grupo Ruptura e de todos os seus eventos durante a década. Nos anos de 1956-57 participa da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM-SP e no Ministério de Educação e Cultura no Rio de Janeiro. Em 1957 realiza uma exposição individual na Petite Galerie, no Rio. A partir de 1963 integra o grupo Novas Tendências em São Paulo. Recebe o Prêmio de Desenho na coletiva Panorama de Arte Atual Brasileira no MAM. Em 1972 e em 1974 apresenta retrospectivas no MAM do Rio e SP. Realiza individuais em Milão e Brasília. Seu trabalho consta da Bienal Brasil Sec XX. Participa da exposição Tendências Construtivas no Acervo do MAC –USP. Participou da Bienais Internacionais de SP;I-II-III-IVV-VI-VII-VIII-IX-XII. Evidencia a linha como elemento estruturante de seu trabalho”, diz Maria Alice Milliet. Na fase concretista evidencia-se a disciplina e a economia de meios com que se exercitou na prospecção do espaço bidimensional. Há um repertório de soluções gráficas (justaposições, sobreposições, progressões, giros e outros recursos) que aproxima essa prática continuada aos exercícios propostos pela Bauhaus”, veio para São Paulo precedido por sua mãe, Stefânia – figurinista de uma companhia teatral da Áustria que viajou pelo Brasil. O artista recebeu uma carta da mãe e acabou aceitando a sugestão de fixar residência no país em 1928, aos 16 anos. Por 60 anos morou na rua Brigadeiro Gavião Peixoto, no Alto da Lapa, ao lado de sua mulher, Ondina. Em algumas de suas obras, o plano de fundo é sobreposto por linhas, estas de cores acentuadas, fazem um contraste com o outro plano, e dão impressão de estabilidade, até serem desviadas, quebrando o equilíbrio da obra. Outras vezes estas linhas se assemelham a cordas de um instrumento musical, e parecem vibrar ao contrastarem com a cor de fundo, geralmente negra ou neutra. Lothar Charoux foi convertendo sua obra aos poucos, experimentou vários estilos, e quando alcançou uma maturidade em sua abstração, não a abandonou mais. Lothar Charoux foi convertendo sua obra aos poucos, experimentou vários estilos, e quando alcançou uma maturidade em sua abstração, não a abandonou mais. Desenho no 2 / Equilíbrio Restabelecido, 1967 Guache s/ papel s/ aglomerado de madeira, 68,0 x 68,0 cm Aquisição MAC-USP Abstrato Geométrico , 1952 óleo sobre tela, c.i.d. 60,5 x 49 cm Coleção Adolpho Leirner Reprodução fotográfica Romulo Fialdini Nasceu em Roma em 1925. Transfere-se para S.P. em 1946 quando conhece Luis Sacilotto, Geraldo Barros e Lothar Charoux 1949 integra mostra do Figurativo ao Abstracionismo – exposição inaugural do MAM – SP , organizada por Leon Degand Participa da I Bienal Internacional de S.P. em 1951. Organiza a 1ª Exposição Nacional de arte concreta em S.P. e R.J. Participa da Exposição Internacional de Tóquio 1959 – recebe Prêmio Leiner de Arte Contemporânea Participa da Retrospectiva de Arte Concreta do MAM-RJ e da Mostra Koncrete Kunst realizada em Zurique Movimento, 1951 Tempera s/ tela - 90,1 x 95,3cm Aquisição MAC-USP Movimento Ruptura, 1952 Esmalte s/ compensado, 33,0 x 30,0 cm Coleção Família Cordeiro Por meio de linhas horizontais alternadas e cuidadosa gradação cromática – as complementares vermelhos-verdes, azuis-amarelos, além dos pretos e cinzas sobre fundo branco, que disputam entre si a atenção dos olhos - Cordeiro joga com a percepção do olhar, gerando uma dinâmica-tempo no espaço. Obra definidora de sua maturação como concreto, esta pintura de 1951 projeta uma imagem de elementos geométricos, em ritmos horizontais com contrapontos verticais que conferem o equilíbrio a composição através dos valores cromáticos selecionados. Rigorosamente programado, o trabalho provoca a percepção ética do observador pela intermitância do movimento das barras coloridas sobre o fundo branco. Paulistano, nasceu em 1923. Começou a pintar aos 40 anos. Estudou com o mestre japonês Takaoka. Sua 1ª exposição foi em 1947, no hall do Teatro Municipal juntamente com Athaíde de Barros. Fez parte do Grupo 15 que divide um ateliê no centro de S.P. Estilo dominante é expressionista. Ganha prêmios de aquisição nas I e II Bienais de S.P. 1956/57- Participa da Exposição Nacional de Arte Concreta que reúne artistas do R.J. e S.P. Artista de múltiplos talentos, também se dedica as artes gráficas e ao designer de móveis. Assina o cartaz do 4° centenário de S.P. e, com o Frei João Batista dos Santos cria, em 1954 a Unilabor, uma fábrica de móveis com regras coletivistas da qual se torna o designer. Vermelho e Verde em Formas Contrárias, 1952 Esmalte sintético s/ Kelmite, 39,5 x 56,0cm Doação do artista. Acervo MAC-USP Ruptura, 1952 Esmalte s/ kelmite, 54,8 x 48,0 cm Coleção família Barros, SP Composta por cores e formas complementares verde e vermelho, quadrado e círculo -, fazem o olhar do espectador percorrer infinitas vezes o quadro. De elementos simples surge assim uma dinâmica de relações, tanto entre as formas e cores quanto entre as formas, cores e o fundo. Geraldo de Barros acreditava na união entre a arte e o universo industrial, e assinou este trabalho com seu logotipo. • 1954 - Grupo Frente – tem como teóricos os críticos Mário Pedrosa (1900-1981) e Ferreira Gullar (1930), alunos do curso de Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. • Fundado por Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937), Décio Vieira (19221988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1929-2004) e Vincent Ibberson, e ao qual aderem em seguida Hélio Oiticica (1937-1980) e César Oiticica (1939), Elisa Martins da Silveira (1912-2001), Emil Baruch, Franz Weissmann (1911-2005), Abraham Palatnik (1928) e Rubem Ludolf (1932). • Proposta do grupo: prega a experimentação de todas as linguagens, ainda que no âmbito não-figurativo geométrico Pintor, nascido em Petrópolis, Rio de Janeiro, em 1922 Geométrico Pastel - 57 x 87 - ass. inf. direito 1985 Ex coleção Dulce Vieira Geométrico Pastel - 57 x 87 - ass. inf. direito 1985 Ex coleção Dulce Vieira Nascido em 1923 no RJ. Começou a pintar em 1946. Se interessou pela abstração a partir A imagem não pode ser exibida. Talv ez o 1947. computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talv ez ela esteja corrompida. Obra Formas foi exposta na I Bienal Reinicie o computador e abra o arquiv o e ele premiado como melhor artista nov amente. Se ainda assim aparecer o x jovem. v ermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la nov amente. Em 1954 fundou o Grupo Frente. A partir 1960 seu trabalho abandona as questões concretas. Ivan Serpa - 1965. Ref.: Exposição de Desenhos e Guaches de Ivan Serpa (1963-5). São Paulo: MACUSP, 25 nov. a 11 dez. 1965 Formas, 1951 Óleo s/ tela, 97,0 x 130,2 cm Doação MAM-SP. Acervo MAC-USP. Construção nº 87, 1955 Recortes de papel e guache s/ cartão, 45,5 x 35,0 cm. Doação MAM-SP. Acervo MAC-USP. Ref .: GONÇALVES, Lisbeth Rebollo (org.). Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1996. P. 49 Bicho flor, 1960-63. Alum ínio. Referência: Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1997. P. 128 Composição no 5. Série: Queb ra da Moldura, 1954. Óleo s/ tela e madeira, 107 x 91 cm. Referência: Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1997. P. 75 Franz W eissmann, 1976-77 R e f.: SALZSTEIN, Sônia. Franz Weissmann. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. P. 126 Espaço Circular em Cubo Virtual, 1957-78 Aço pintado. 300 x 250 x 223 cm. MAM-RJ. Referência: SALZSTEIN, Sônia. Franz Weissmann. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. P. 67 Torre, 1957 Ferro, 169,0 x 62,7 x 37,2 cm Aquisição MAC-USP