REGINA AMÉLIA DARRIBA RODRIGUEZ DE MANUEL RIVAS A JOSÉ LUIZ CUERDA: REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA E A IDENTIDADE CULTURAL GALEGA NA LITERATURA E NO CINEMA. CURITIBA 2010 REGINA AMÉLIA DARRIBA RODRIGUEZ DE MANUEL RIVAS A JOSÉ LUIZ CUERDA: REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA E A IDENTIDADE CULTURAL GALEGA NA LITERATURA E NO CINEMA. Dissertação apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Mestre ao Curso de Mestrado em Teoria Literária do Centro Universitário Campos de Andrade – UNIANDRADE. Orientadora: Profa. Dra. Anna Stegh Camati CURITIBA 2010 TERMO DE APROVAÇÃO REGINA AMÉLIA DARRIBA RODRIGUEZ DE MANUEL RIVAS A JOSÉ LUIZ CUERDA: REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA E A IDENTIDADE CULTURAL GALEGA NA LITERATURA E NO CINEMA. Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de Mestre pelo Curso de Mestrado em Teoria Literária do Centro Universitário Campos de Andrade – UNIANDRADE, pela seguinte banca examinadora: Orientadora Dra. Anna Stegh Camati Dra. Liana de Camargo Leão (UFPR) Dra. Cristiane Busato Smith (UNIANDRADE) Curitiba, 26 de fevereiro de 2010. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, aos meus avós, eles me ensinaram a ser quem eu sou, que me deram a oportunidade de crescer dentro de diferentes culturas, aprendendo a respeitar as diferenças, e a construir a minha própria identidade. E também ao meu sobrinho, Rafael, que quando o escuto tocar “A Virxe de Guadalupe” na gaita de foles, percebo que o que aprendi com as gerações anteriores será conservado como um grande tesouro nas gerações futuras. AGRADECIMENTOS A minha querida Orientadora Profa. Dra. Anna Stegh Camati pelo incentivo, paciência, simpatia e presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento desta Dissertação, pelo ombro amigo na hora das grandes perdas pessoais. As professoras da banca de qualificação, Profa. Dra. Cristiane Busato Smith e Profa. Dra. Liana de Camargo Leão, agradeço pelas valiosas sugestões e pelos caminhos indicados para o crescimento do meu trabalho. Aos amigos que sempre me incentivaram e apoiaram, e não me permitiram esmorecer durante este processo: Ana Cristina Carcereri Simas, Cleide Margareth Horban, Emilia Darriba Rodriguez Eurich, Kátia Taras, a família Leão, Lucia Sgobaro Zanete, Mariza Riva de Almeida e Sandra Lopes Monteiro. Aos meus tios e primos pela paciência em tolerar a minha ausência. E, finalmente, a DEUS pela oportunidade e pelo privilégio que me foi dado de ter a capacidade de estudar a minha própria história e crescer como profissional. SUMÁRIO RESUMO .......................................................................................................................... vi RESUMEN........................................................................................................................ vii INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1 1 A LITERATURA E O CINEMA COMO FONTES HISTÓRICAS .................................... 6 1.1 O CONCEITO DE “MEMÓRIA FÍLMICA” DE MARC FERRO...................................... 6 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL DA GALICIA ................................. 10 1.3 AS REFERÊNCIAS POLÍTICAS DOS REPUBLICANOS NO ROTEIRO DE RAFAEL AZCONA ...................................................................................................... 13 1.3.1 A Guerra da África e o medo: A América como horizonte de salvação .................... 15 1.3.2 Os fuzilados de Jaca: Os heróis da República ......................................................... 16 1.3.3 Don Manuel Azaña .................................................................................................. 18 1.3.4 Intertextualidade com a poesía: A presença de Antonio Machado ........................... 19 1.3.5 O voto feminino como discutido no filme .................................................................. 23 1.3.6 A República Espanhola ............................................................................................ 26 1.3.7 A Guarda Civil Espanhola ........................................................................................ 28 1.3.8 O começo da Guerra Civil Espanhola ...................................................................... 31 2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE O PROCESSO DA ADAPTAÇÃO FÍLMICA: DO CONTO À GRANDE TELA ........................................................................ 36 3 TRÊS CONTOS, UM FILME: LA LENGUA DE LAS MARIPOSAS ............................... 47 3.1 CONHECENDO JOSÉ LUIS CUERDA ....................................................................... 47 3.2 A APROPRIAÇÃO DOS CONTOS DE MANUEL RIVAS POR JOSÉ LUIS CUERDA ....................................................................................................... 58 4 A TRANSCRIAÇÃO FÍLMICA POR JOSÉ LUIS CUERDA: LA LENGUA DE LAS MARIPOSAS ...................................................................................................... 79 4.1 A GALICIA EM PRETO E BRANCO: INTERTEXTOS FOTOGRÁFICOS.................... 79 4.2 COMPOSIÇÃO DAS CENAS: REFLEXÕES SOBRE OS ASPECTOS HISTÓRICO-POLÍTICOS À LUZ DAS RELAÇÕES HUMANAS ........................................ 89 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 107 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 113 ANEXO ............................................................................................................................ 118 vi RESUMO Nesta dissertação objetivou-se investigar os processos criativos da adaptação fílmica La lengua de las mariposas pelo cineasta espanhol José Luiz Cuerda. Tratase da apropriação e fusão de três contos do escritor galego Manuel Rivas, La lengua de las mariposas, Un saxo en la niebla e Carmiña, e a imbricação dos mesmos com a memória e história da Galicia e da Espanha nos meses que antecederam a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Buscou-se, principalmente, refletir sobre a história e a identidade cultural galega que ambos, o contista e o cineasta, procuraram ressaltar em suas obras, revelando acontecimentos e detalhes omitidos pela história oficial. Desta maneira, ambos prestam uma grande homenagem a este povo e a esta região que ficaram conhecidos em termos globais com as peregrinações ao santuário de Santiago de Compostela, situado na capital da Galícia que também foi batizada com o nome do santo. O estudo se insere nas teorias de historiadores como Marc Ferro que consideram a literatura e o cinema como documentos privilegiados que complementam e, inúmeras vezes, subvertem, a história oficial divulgada pelo poder hegemônico. Para refletir sobre o processo da transcriação dos textos literários para a grande tela, optou-se por críticos como Robert Stam e Linda Hutcheon que priorizam a noção da intertextualidade como principal fundamento teórico na transposição da literatura para outras mídias. PALAVRAS-CHAVE: Manuel Rivas. José Luiz Cuerda. La lengua de las mariposas. Adaptação fílmica. Memória. História. vii RESUMEN En este estudio se ha objetivado investigar los procesos creativos de la adaptación fílmica de La lengua de las mariposas por el cineasta español José Luis Cuerda. Se trata de la apropiación y fusión de tres cuentos del escritor gallego Manuel Rivas, La lengua de las mariposas, Un saxo en la niebla y Carmiña, y la imbricación de éstos con la memoria e historia de la Galicia y de España en los meses que han antecedido a la Guerra Civil Española (1936-1939). Se ha buscado, principalmente, reflexionar sobre la historia y la identidad cultural gallega que ambos, tanto el cuentista como el cineasta, han buscado poner en relieve en sus obras, revelando acontecimientos y detalles omitidos por la historia oficial. De este modo, ambos rinden un gran homenaje a este pueblo y a ésta región que son conocidos por el mundo por cuenta de las peregrinaciones al santuario de Santiago de Compostela, ubicado en la capital de la Galicia que también ha sido bautizada con el nombre del santo. El estudio se inserta en las teorías de historiadores como Marc Ferro que consideran a la literatura y el cine como documentos privilegiados que complementan e, innúmeras veces, subvierten, a la historia oficial divulgada por el poder hegemónico. Para reflexionar sobre el proceso de transcreación de los textos literarios para la gran pantalla, hemos optado por críticos como Robert Stam e Linda Hutcheon que priorizan la noción de la intertextualidad como principal fundamento teórico en la transposición de la literatura para otras medias. PALABRAS-CLAVE: Manuel Rivas. José Luiz Cuerda. La lengua de las mariposas. Adaptación fílmica. Memoria. Historia. viii