ESCOLA ESTADUAL DR. MARTINHO MARQUES
PROJETO DE ENSINO: VARIAÇÃO LINGUISTICA
TAQUARUSSU – MS
OUTUBRO/2012
ESCOLA ESTADUAL DR. MARTINHO MARQUES
PROJETO DE ENSINO: VARIAÇÃO LINGUISTICA
Projeto de ensino elaborado pela professora Sirlei Prado
a ser trabalhado nas turmas do 9º ano do perído matutino
e noturno do ano de 2012, tendo como coordenadora de
área a professora Fabiana Ap. Macorini Ocon Gomes e
coordenadora pedagógica Ivanete Ferreira de Souza
Oliveira.
TAQUARUSSU – MS
OUTUBRO/2012
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola Estadual Dr. Martinho Marques
Avenida Getúlio Vargas, nº 25
Taquarussu - MS
CEP: 79765-000
Tel: (67) 3444-1287
Nome do Projeto: Variações linguísticas
Professora Regente: Sirlei Rodrigues Cardoso do Prado Vitorino
Graduação: Letras – Língua Portuguesa/Língua Inglesa e Respectivas Literaturas com
Especialização em Mídias na Educação.
Bloco de Conteúdo: Língua Portuguesa
Conteúdo: Variações linguisticas
2. INTRODUÇÃO:
As variações linguisticas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo
(variação histórica) e no espaço (variação regional). A língua não é usada de modo homogêneo
por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para
região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos
afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar
diferentes variedades de uma só forma da língua. Assim, além do português padrão, há outras
variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados no linguajar
dos alunos nas salas de aulas, ficando deste modo claro o fenômeno de mescla linguistica, qual
o Brasil é objeto. Portanto este projeto de variação linguística visa levar os alunos a
perceberem o uso da língua materna e as modalidades na sua forma oral e escrita apresentando
um ensino dinâmico da variação diatópica, onde o foco seja a compreensão da interferência da
fala na escrita.
3. OBJETIVO GERAL
Promover a reflexão do uso da língua materna e as modalidades na sua forma oral e
escrita apresentando um ensino dinâmico da variação diatópica, onde o foco seja a
compreensão da interferência da fala na escrita.
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Evitar a valorização excessiva da norma culta, percebendo a influencia da oralidade na
escrita no falar rural.
 Enfocar o respeito ás diversas variedades lingüísticas, trabalhando com situações de
uso da língua.
 Demonstrar que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se
apresenta de maneira uniforme em todo o território brasileiro;
 Demonstrar que a variação lingüística manifesta-se em todos os níveis de
funcionamento da linguagem.
 Compreender que a variação da língua se dá em função do emissor e em função
do receptor.
 Compreender que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e
profissão, são responsáveis pela variação da língua;
 Compreender que não há hierarquia entre os usos variados da língua, assim como
não há uso lingüisticamente melhor que outro.
 Compreender que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade
cultural existente em qualquer grupo.
5. AÇÕES
 Apresentação de slides sobre definição e tipos de variações linguisticas
 Encenação de textos de diferentes dialetos;
 Transcrição de textos para linguagem formal partindo do vídeo “Tapete Vermelho”;
 Análise e reflexão de diversos textos;
 Análise e reflexão de paródia em vídeo;
 Concurso de encenação de causos (sotaques)
6. PERÍODO DE EXECUÇÃO
 Outubro de 2012
7. TEMPO ESTIMADO
 10 aulas de 50 min.
8. METODOLOGIA
 Aula 1 - Apresentação de slides sobre definição e tipos de variações lingüísticas
Os alunos serão encaminhados à STE onde inicialmente será feita uma conversa
informal sobre o que sabem sobre variações lingüísticas. Após serem instigados ao tema
proposto, será passado um slide de apresentação sobre a definição e tipos de variações
lingüísticas.
 Aula 2, 3, 4 e 5- Encenação de textos de diferentes dialetos
Os alunos serão orientados a formarem duplas, em seguida, serão distribuídas cópias
dos textos sobre “Tipos de Assaltantes” no qual o assunto é um suposto assalto cujo
dialeto é de acordo com cada estado brasileiro. Tendo recebido os textos, os alunos
deverão encenar interpretando cada personagem à sua maneira particular de acordo com
as variações linguisticas, logo após deverão apresentar para a sala.
 Aula 5, 6, 7 e 8- Reescrita de textos para linguagem formal partindo do filme
“Tapete Vermelho”
Na STE os alunos assistirão ao filme “Tapete Vermelho” e serão instigados a
observarem o modo particular de cada personagem se expressar. Após assistirem ao
filme, será entregue pelo professor cópias de falas ditas pelos atores do filme, e,
divididos em grupos, deverão analisar as falas e reescrevê-las apontando as
irregularidades ortográficas e empregando as correções gramaticais indicadas pela
norma culta.
 Aula 9 - Análise e reflexão textos quanto a faixa etária
Na STE os alunos assistirão à uma apresentação de slide sobre as diversas formas de se
dizer a mesma coisa. Em seguida será apresentada a paródia em vídeo da música We are
the world cuja temática é os perigos do cigarro. Os alunos serão instigados a
observarem as características das variações linguisticas presentes na paródia
comparando-a com a versão original.
 Aula 10 – Concurso de encenação de causo – sotaques
Será entregue aos alunos cópia do texto “CAUSO MINEIRO” que deverão
individualmente encenar para o restante da turma. A encenação deverá ter como focar o
sotaque mineiro assim como a caracterização do personagem. Serão classificadas as três
melhores encenações, tendo como pontuação as notas oito, nove e dez, e os ganhadores
ficarão livres da avaliação mensal. Os demais alunos receberão dois pontos por
participação e farão a avaliação.
9. RECURSOS
 Cópias de textos escritos;
 Data Show , computadores e Internet;
10. AVALIAÇÃO: Ocorrerá de forma coletiva, em todos os momentos de trabalho e
pesquisa, conta-se à com a participação nas discussões e individualmente nas atividades
realizadas, bem como na compreensão dos conceitos abordados.
11. DIVULGAÇÃO / SOCIALIZAÇÃO DO PROJETO REALIZADO
O projeto será registrado durante todo em todas as etapas que após encerramento será
socializado no blog da escola e no facebook da escola.
12. REFERÊNCIAS
Simm, Juliana Fogaça Sanches. Ensino da língua portuguesa: pedagogia/ Juliana
Fogaça Sanches Simm. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
SED. Formação Continuada – 18-09-2012.
Gestar II – Textos Complementares de Variações Linguisticas.
13.
ANEXOS
Textos: Tipos de Assaltantes
Assaltante Paraibano:
Ei bichin...
Isso é um assalto!
Arriba os braços e não se bula
Num se cague e não faça mungança...
Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a pexera no teu bucho e boto teu fato
prá fora...
Assaltante Baiano:
Ô meu rei...( pausa )
Isso é um assalto...( longa pausa )
Levanta os braços, mas não se avexe não...( outra pausa )
Se não quiser nem precisa levantar pra não ficar cansado...
Vai passando a grana bem devagarinho... ( pausa pra pausa )
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado,
Não esquenta meu irmãozinho...( pausa )
Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
Assaltante Mineiro:
Ô sô, prestensão...
Isso é um assarto uai!
Levanta os braço e fica quetim
Quessê trem na minha mão tá cheidibala...
Mió passa logo os trocado que não tô bão hoji
Vai andando uai!
Assaltante de São Paulo:
Ôrra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços,
meu... Passa a grana logo, meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso
pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do CORINTHIANS,
meu... Pô se manda, meu...
Assaltante Carioca:
Seguiiiinte bicho....
Tu se ferrô. Isso é um assalto!
Passa a grana e levanta os braços rapá...
Não fica de bobeira, vai andando e se olhar pra trás vira presunto.
Assaltante Gaúcho:
O gurí, ficas atento...
Báh, isso é um assalto!
Levanta os braços e te aquieta tchê!
Não tentes nada, e cuidado que este facão corta uma barbaridade.
Passa os pila prá cá!
E te manda a lá cria, se não o quarenta e quatro fala...
Assaltante de Brasília:
Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer para pedir seu voto de
confiança. Prometo se eleito for te representar com responsabilidade e que por exigência do FMI
ao final de todo mês aumentaremos as seguintes tarifas para dar uma ajuda aos pobres políticos
do nosso país:
Energia, água, passagens aéreas e de ônibus, gás, Imposto de renda, licenciamento de veículos,
seguro obrigatório,
gasolina, álcool, IPTU, ICMS, PIS, COFINS.
Mas meu povo não se esqueça: somos uma nação feliz!
O Brasil é penta e em fevereiro tem carnaval!!!
Atividades do filme “Tapete Vermelho”
Falas ditas pelas personagens:
1 - Eu persiso do neco pra i percurá rã no brejo
2 - Quem acha rã no brejo qui dificulidade
3 - Cuméra nu meu tempo de mininu
4 - Ta tudo deferente na roça
5 - Mais tardi eu passu lá pra módi benzê eli
6 - Seu neversár ta cheganu fio
7
Nois tudo vamu na cidade vê firme da Mazzaropi
8 - Adondé que sê vai vê firme de Mazaroppi.
9 - Sê é avariado, eu é qui num botu o meu pé nesse mundão de meu Deus, tenhu mais é qui
faze.
10 - i nóis vamu aviajá cumé, i quem cuida das criação.
11 - Mais intonci seis vão memo de viagi?
12 - Pegá um tantu di cumida e juga um pokin ali todu dia, quié dadonde qui tem mais cumida
qui us pexe fica tudu juntadu ali.
13 - Quandu senti a fisgada – puxá com ligereza
14 - To custumadu com essa vida de labuta todo dia.
15 - Num farté i é oio gordo em riba de quem tem valori. Que késsa vaca tem?
16 - E diabão de ganhá o mundu.
17 - Não me enchus picuá.
18 - Hó coroné, di zói na casa viu coroné.
19 - Óia só, um burru puxanu u otu, sei muito bem a presepada qui issu vai dá.
20 - Faiz tempu quieu num ti vejo oce.
21 - Vamu lá pu ladu do vali pra modi o mininu dá um divortei i nóis percisa di uma posada hoji,
22 – sê lembra daqueli violero qui ficava aqui? O povu si revortô cum ele, a viola deli toca
suzinha.
23 - O Renato começo a si mangá di todu mundo.
24 - Com toda essa leiteria eli chora di fomi, muié, reza preli cê reza Zurmira.
25 - A sinhora fica carma, faiz tudu quiném sê faiz toda noite, mais tem qui avisá seu Marculinu
pra modi num assustá cu eu nem.
26 Tamu ino todu mundu atrais du firmi du mazaropi, zurmira ta mei revortada mais vais nem.
27 – presenti di dona rosa, não persisava dona rosa. Oia qui formosura, se divinho minha
preferênça
28 - Safada, maledita, cabô a farra maledita. Agora oce vai parece pra quem feiz essa catiça.
29 - A diversão di pobri é i nu armazém i inche a sacola, o restu é firula, coisa di quinzim.
30 – nóis vamu é drumi pur dibaxu da ponti issu sim.
31 – porque qui noís paremu aqui. Ta com jeitu de chuva persisamu um luga secu pra ficá nem
fi.
32 – amigo Mazaropi, nois so vinhemu assisti um firme seu pra dipois vorta pra casa viu, não me
apronta uma farseta hem.
33 – mãe, já qui tamu, qui fiquemu.
34 - So jeca sim sinhô com muito gosto, tem minha terrinha, prantu meu inhami, trabaio pra
mim e num so impregado.
35 - Mãe já qui tamu, qui fikemu. Hê! inda ta cum rabu viradu, qui dificulidade essa muié.
36 - não mi venha cum discausu, oce ta cum as hora contada cum eu.
37 - tamu indo pus ladu da cidadi mais pra frenti aí nem.
38 - Trabaiava numa fazenda aqui perto, fazendão, meu, hoji trabaio com biscate, façu um
servicinho aqui otro ali.
39 - se agenti discuidá passa fomi, pois num arruma selviço.
40 – vamu vê que qui tem de bóia, despois nóis percura o cimema.
41 - Pó perpará pra isvazia o borco. Mais esse é o preço di deiz cestu de inhame, se viu só
zurma.
42 - ocê que si vira com o seu isganamento.
43 – bandi bocó gasta tudu im ropa.
44 – nois podi ajuda ocê.
45 - Tardi, se sabi donde qui ficu cinema?
46 - cinema tem mais nois num sabe se vai passa da fiume da mazaropi. Nois nunca viu nem.
47 - dondé qui fica o cinema? a cinema fica lá nu praça.
48 - tem uma pessual que sabi donde que passu fiume da Mazzaropi.
49 - É genti qui gosta dessi coisa e di tocá viola, vai ta nesse noite lá nu fim desse rua.
50 - Intonci, gostô du cinema fi.
51 - bão, vamu intao no tár do bar do Ircu pra sabe dondé que fikesse tár de cinema nem nu
camim nois ranja um luga pra drumi
52 - gorinha meso cabei di tomá café companhado, aí eu escapuli com essa. Mais sosse num fizé
questão levu bolu pra cume mais tardi.
53 - E oce, que qui faiz com essa violinha mecretefe parecenu um nim de sabiá?
54 - Tava venu seis tocá seis são bão dimais viu.eu num tocu iguar oceis não viu.
55 - Oi, dadondi oce é? O pobrema dilá é qui não tem cinema pra módi vê firme do Mazzaropi
nem.
55 - Se qué tocá viola comueu. Se faiz quarqué coisa pra toca viola comueu.
56 - quase qui essi disgramadu pegueu uai,
57 - nois vai sai daqui agora meso, lá esse tar num apareci não uai.
58 - Me contaru rapariga que u homi di noiti tevi aqui e levo o violeru pras banda deli.
59 - carcule só a prosopopéia. Calcule só a bagunça.
60 – mais péra, leva vara proceis pescá. Oceis gosta, assim resfresca a cabeça.
61 - Tardi, será queu possu pruveita u fogu i a companhia de vosmecêis. Eu to levanu uma
incumenda prum sujeitu pra modi passá pru entrus dedu.
62 - o violero qué a cobra pra modi passá pur entri us dedu.?
63 - eu ficu agradicido com a atenção di seis tudu aí.
64 – tem qui sê omi pra módi passá a cobra pur entri us dedu.
65 - Senhori moçu, para com issu pra qui tanta ganança, oce já tocum pocu. Para cum issu.
66 - vamu passá bicha nus dedus.
67 – as bota du gabrier fico boa nu necu nem.
68 - Hora quinzim sosse que vorta pra trais nois vorta, mais vo fala uma coisa pra oce, se oce
quisé vorta pra trais nois vorta hem.
69 - si oce quisé vorta pra trais nós vorta, mais si oce quisé sigui dianti nóis vai também.
70 - ó quinzim , vamu agora percurá um lugá gostoso pra nóis cume i despois percurá um lugá
bem quentim pra modi nois drumi
71 - Queru frangu cum cuca cola, eu tomem vo kere frangu cum aqueli galetu qui roda
dendufornu. Fica carmo ô, péra qui us homi perguntá pra nois uai.
72 - si u homi num vinhé logo eu vô intra pra denda cuzinha e vô fazê meu pratu logo.
73 - Caducu, vai kerditá num casu dessi? I mãi, vamu ovi u homi.
74 - tamu ino no rumu da cidadi mais grandi aí pra frente pra modi vê u firme du Mazzaropi.
75 - e adondi que vai contece esse milagri, qui si fô longe eu adesistu, to numa cansera deferenti
num gostu quandu sintu essa cansera deferenti
76 - é mió pegá o Policarpu, eli vai istranhá com nós. Fica sussegadu qui nois vai cuidá bem deli.
77 – nóis vinhemu vê um firmi qui diz qui oceis passá toda noiti ai.
78 – mas nóis vinhemu meso pra modi vêr o firme du Mazzaropi qui oceis passá aí toda noite.
79 - U mininu ta sapecanu di febri. U seu quinzim, u mininu ta cum febrão rapais.
80 - Oia cumpanheru, nois vai passa aqui um firme, da nossação lá im Brasia.
Texto para o concurso - Variações regionais: os sotaques
CAUSO MINEIRO
Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha toman…
Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomando uma pincumel e cuzinhando um
kidicarne com mastumate pra fazer uma macarronada com galinhassada. Quascaí de
susto, quandoví um barui vinde dendoforno, parecenum tidiguerra. A receita mandopô
midipipoca denda galinha prassá. O forno isquentô, o mistorô e o fiofó da galinha
ispludiu!
Nossinhora! Fiquei branco quinein um lidileite. Foi um trem doidimais! Quascaí
dendapia! Fiquei sensabê doncovim, proncovô, oncotô. Oiprocevê quelocura!
Grazadeus ninguém simaxucô!
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