CONTEXTOS FAMILIARES E SUCESSO EDUCATIVO Sílvia Maria Rodrigues da Cruz Parreiral Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra [email protected] Consideremos que as atitudes e escolhas que os pais fazem em relação à escola, isto é, aquilo a que Dubet e Martuccelli (1996: 99) apelidam de faceta escondida da vida dos alunos, podem determinar com maior ou menor ênfase a experiência escolar das crianças. Consideremos também que, as experiências escolares (de sucesso ou de insucesso) dos alunos, resultam da forma como os pais permitem (ou não) uma interacção/comunicação (bem sucedida ou não) com a escola. Segundo vários autores, cada família é diferente da outra em função das variações e dos tipos que as têm vindo a caracterizar. Assim, os processos educativos desenvolvidos em cada família – e que variam segundo a existência ou a ausência de factores favoráveis – facilitam ou não as aprendizagens com sucesso. Propomo-nos, aqui avivar a relevância da relação entre a família e a escola, a qual deve ligar o trabalho desenvolvido nesses dois contextos, promovendo um ambiente positivo e facilitador do sucesso educativo a todos os alunos. No entanto, muitas vezes, esse encontro é perturbado, dado tratarem-se de duas realidades, ainda demasiadamente distintas, caracterizadas por linguagens, vivências, códigos e modos de acção descontínuos, o que põe em risco a aprendizagem com sucesso de muitos dos alunos das nossas escolas. Introdução O papel activo da família no processo de escolarização foi, nos primeiros trabalhos de Sociologia da Educação, negligenciado sendo reduzidos à variável “classe de origem” e à estreita focalização sobre as correspondências ou contradições entre os modos de socialização familiar e as exigências da escola (Henriot-van Zanten e Migeot-Alvarado, 1995; Terrail, 1997). Hoje em dia, pelo contrário, já são numerosos os trabalhos que analisam os diversos efeitos das práticas educativas familiares sobre as carreiras escolares dos alunos. Estas práticas, por sua vez, mostram-se mais preditivas dos destinos escolares que a origem social, mesmo que exista uma forte correlação entre estes dois tipos de variáveis (Montandon, 1996). Paralelamente, também observamos que, num modo de reprodução social onde predomina o capital escolar, todas as famílias, principalmente as mais favorecidas, se encontram obrigadas a definir as estratégias educativas e a organizarem-se em consequência disso. Sendo que, o sucesso ou insucesso escolar das crianças derivam da força de determinados marcadores simbólicos dos pais em atribuírem valor ao desempenho dos filhos (Perrenoud, 1987; Godard, 1992; Singly, 1993; Henriot-van Zanten e Migeot-Alvarado, 1995). Nesta linha, diferentes autores têm sugerido que os pais são poderosos socializadores da auto-percepção que as crianças têm do seu desempenho escolar (Eccles, 1993; Jacobs e Eccles, 1992; McGrath e Repetti, 2000). A informação que as crianças recebem das pessoas que são importantes para si (pais, professores, colegas), sobre as suas capacidades académicaspodem 1159 influenciar as percepções que têm quanto ao seu desempenho escolar (Jacobs e Eccles, 1992; Wagner e Phillips, 1992; McGrath e Repetti, 2000). O modelo de Eccles, Jacobs e Harold (1990) sugere-nos que as percepções que os pais têm sobre a competência dos filhos, influenciam as expectativas e reacções que possam ter quanto ao objectivo de desempenho académico dos mesmos. Em consonância com este modelo, McGrath e Repetti (2000) referem que uma forma de os pais comunicarem as suas percepções quanto à competência dos seus filhos o nível de satisfação que mostram relativamente ao seu desempenho escolar. Ou seja, os pais ajudam as crianças a interpretar a informação relativamente a si, podendo, assim, usá-la na construção das suas auto-percepções, facilitando, então, processos de motivação e auto-estima no desenvolvimento escolar. Socialização familiar e sucesso escolar As estruturas familiares conheceram, depois da Segunda Guerra Mundial, profundas alterações que, por sua vez resultaram em transformações globais – industrialização, urbanização, a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho – e mudanças nos comportamentos dos casais – baixa natalidade e predomínio das famílias com uma ou duas crianças, aumento do número de divórcios e de famílias monoparentais ou recompostas, desenvolvimento da coabitação juvenil (Kellerhals e Roussel, 1987; Gimeno, 2003). Entre estes fenómenos e a evolução das práticas de socialização das crianças, não há relação directa de causa e efeito, mas, as interacções complexas que têm caracterizado cada vez mais a realidade social terminam numa centração sobre a criança em que, por sua vez, os pais procuram assegurar o sucesso escolar, profissional e o seu desenvolvimento (Bourguignon, 1987; Singly, 1996). Por outro lado, a crise, de facto muito relativa, da família e a extensão do domínio da escola, não diminuíram as funções educativas dos pais. As quais se encontram, pelo contrário, ampliadas e complexificadas pela necessidade de dominar e coordenar as influências exteriores que tanto têm entrado em concorrência (Déchaux, 1995; Tedesco, 2000). A transmissão de valores Se a margem de autonomia e inovação dos jovens em que se baseiam as liberdades pessoais, se alargou consideravelmente, a influencia da família permanece importante na formação da identidade e da construção de lealdades (religiosa, política ou de nacionalidade) (Percheron, 1985 citado por Duru-Bellat e Zanten, 1999; Kellerhals e Montandon, 1991). Todavia, estes valores tornaram-se, actualmente, objecto de uma inculcação menos sistemática. 1160 Ou seja, por um lado, as famílias vêem mais vantajoso o seu papel de “revelar” as qualidades dos seus filhos do que o de “modelar” a sua personalidade. Por outro lado, os pais percebem hoje a socialização como um processo bidireccional, baseado na negociação com os seus filhos: estes são dotados, desde tenra idade, de um estatuto de verdadeiros parceiros nas interacções. Além disso, as pesquisas, que adoptam cada vez mais este ponto de vista, colocam em evidência a capacidade dos “socializados” em resistir à inculcação pela retirada afectiva ou, nos casos mais problemáticos, pelo desvio e pela violência. Observamos, assim, actualmente, a uma transição social da família “moral” para a família “relacional”. E as diferenças entre as famílias tendem menos à existência de modelos de referência concorrentes do que à diversidade de meios disponíveis para dirigir as relações com as crianças (Kellerhals e Montandon, 1991; Duru-Bellat e Zanten, 1999; Tedesco, 2000) Saber e saber-fazer transimitido na família O desenvolvimento da escolarização conduziu a uma importante transferência de aprendizagens da família para a escola, não somente no domínio da formação profissional mas também no das práticas quotidianas. No entanto, a família tem ainda a seu cargo a transmissão de numerosos elementos necessários à produção de indivíduos socialmente competentes. Os estudos etnográficos de universos familiares burgueses ou populares ilustram bem o papel essencial dos pais, e sobretudo das mães, na transmissão de uma cultura de classe: as refeições, as deslocações no espaço, as conversa com os adultos, sendo, portanto, a ocasião de um trabalho quotidiano de inculcação do controlo dos gestos e da palavra, que estão no fundamento do “domínio de si”, logo de uma aprendizagem mais informal das formas de sociabilidade dos traços culturais por parte das crianças (Le Wita, 1988 e Hoggart, 1991, citados por Duru-Bellat e Zanten, 1999). Além disto, a família assegura hoje em dia um importante papel no desenvolvimento intelectual das crianças e na preparação para a escola. O quadro familiar em que evolui a criança surge muito importante, em que os seus estilos educativos levados a cabo na família estão associados às suas capacidades intelectuais e às aquisições escolares das crianças, sendo mais favorável ou não. De facto, a entrada na escola marca muitas vezes o início de uma trajectória de desenvolvimento e estabelece o tom para o futuro sucesso na escola (Silva, 2003; Entwisle & Alexander, 1989; Jimerson, Egeland & Teo, 1999; Hill, 2001). Práticas educativas parentais, envolvimento parental na educação e expectativas parentais foram entendidas como apoiando ou melhorando o desempenho escolar entre crianças e jovens (Dornbush, Ritter, Leiderman, Roberts & Fraleigh, 1987; Griffith, 1996; Grolnick, Benjet, Kurowski & Apostoleris, 1997). O 1161 envolvimento parental na escola dos filhos é associado ao sucesso escolar das crianças, tendo sido demonstrado um alargamento dos efeitos positivos do envolvimento parental a várias idades, níveis de escolaridade e população (Epstein, 1983; Fehrmann, Keith & Reimers, 1987; Reynolds, 1989; Stevenson & Baker, 1987; Grolnick, Benjet, Kurowski & Apostoleris, 1997). Contudo, sabe-se menos sobre os factores que determinam o quão envolvidos os pais se tornam. Compreender tais factores permitiria desenvolver intervenções para aumentar o envolvimento parental em todas as famílias. Os pais na escola A partir dos anos 60 a participação dos pais na escola é cada vez mais considerada, e por três razões. Por um lado, numerosos trabalhos sobre este assunto não estabelecem a existência de correlação entre os encontros professores-pais e a participação parental nas actividades organizadas pela escola, e os resultados escolares, principalmente entre as crianças de meios populares ou oriundos de minorias étnicas (Clark, 1983; Claes e Comean, 1996). Por outro lado, o acesso à escolaridade por parte de populações desfavorecidas e imigradas pouco familiarizadas com a instituição escolar vai conduzir ao desenvolvimento de programas que visam socializar os pais na escola através de acções de familiarização, informação e formação (Craft et al., 1980; Macbeth, 1989; Durning e Portois, 1994). Finalmente, a difusão de modelos participativos na orientação de políticas públicas traduz-se na esfera escolar por orientações que visamassociar a vantagem dos pais à gestão dos estabelecimentos (Macbeth, 1984; Lorcerie, 1994). De referir que o aspecto mais focado nos trabalhos sobre factores preditores do envolvimento parental foram factores socio-demográficos. Por exemplo, pais com baixo rendimento, com baixa escolaridade (Hoover-Dempsey, Bassler & Brissie, 1987; Lareau, 1987), e pais solteiros (Epstein, 1990) envolvem-se menos do que os que possuem mais alta escolaridade, altos rendimentos ou são casados. A maioria dos estudos nesta área usaram medidas estreitas e unidimensionais do envolvimento parental que não têm em conta os diversos modos em que os pais podem estar envolvidos (Auerbach, 1989). Envolvimento parental: Definições e Dimensões O envolvimento parental na escolaridade das crianças e adolescentes foi medido de diversa forma, incluindo o interesse mostrado relativamente aos eventos promovidos na escola (Stevenson & Baker, 1987), à leitura em casa (Morrow, 1989) e à ajuda nos trabalhos de casa (Walberg, 1984). Tem aumentado o consenso de que o envolvimento parental não pode ser concebido como um fenómeno unitário (Cone, Delawyer & Wolfe, 1985; Epstein, 1990a) e de 1162 que é necessário uma perspectiva alargada e multidimensional que inclua aspectos emocionais e pessoais adicionalmente ao gosto pelas actividades escolares. Assim, Grolnick e Slowiaczek (1994) definiram envolvimento parental como a dedicação de recursos pelos pais às crianças num determinado domínio. Estes autores descreveram três tipos de envolvimento na escolaridade das crianças e adolescentes: comportamento, cognitivo-intelectual e pessoal. O comportamento dos pais referente à participação em actividades na escola (reuniões com professores, festas e outros eventos) e em casa (ajudando com os trabalhos de casa, perguntando sobre a escola). O envolvimento cognitivo-intelectual inclui a exposição da criança em actividades intelectualmente estimulantes tais como ir à biblioteca e conversar sobre acontecimentos do dia a dia. A terceira categoria, envolvimento pessoal, consiste em saber sobre e manter-se a par sobre o que acontece com a criança na escola. Num estudo com crianças da sexta e oitava classes, Grolnick e Slowiaczek (1994) verificaram que as três dimensões eram relativamente independentes e estavam associadas com recursos motivacionais das crianças (Grolnick, Ryan & Deci, 1991) e com o desempenho na escola. Especificamente, as mães que tinham um maior envolvimento comportamental e cognitivo tinham crianças que se sentiam mais competentes na escola e com maior controlo quanto aos resultados escolares do que aquelas que estavam menos envolvidas. Por sua vez, estes recursos motivacionais predizem o grau de escolaridade. Num outro estudo, Grolnick et al (1997), examinam factores que predizem os tipos de envolvimento dos pais na escola, usando uma perspectiva ecológica transdisciplinar em que a acção é enquadrada no seu meio contextual e institucional (Bronfenbrenner, 1986; Wertsch, 1991). Na base desta abordagem, aqueles autores, postularam um modelo hierárquico especificando três níveis de factores: individual, contextual e institucional. No primeiro nível, o individual, centraram a atenção nas características dos pais e das crianças que possam influenciar o envolvimento. Num nível mais elevado da análise, estes indivíduos podem ser vistos actuando num contexto. Aqui, as circunstâncias familiares são vistas como proporcionando o contexto em que o envolvimento parental ocorre. Finalmente, num nível ainda mais alto, outras instituições que interagem com a familiar são tidas em consideração. Deste modo, a escola pode estabelecer os parâmetros para o envolvimento parental. Consideramos, neste nível, as práticas de envolvimento dos pais levadas a cabo pelos professores. Para percebermos um pouco mais desta abordagem de envolvimento dos pais na escola, achamos pertinente conhecer melhor cada um daqueles níveis de factores. 1163 Nível individual Assim, considerando o nível individual verifica-se que o envolvimento dos pais na escola pode ser influenciado pelas qualidades da díade pais-criança e, dentro dela, pelas características de cada membro. Nesta categoria os pensamentos e crenças ou atitudes dos pais a cerca de si mesmos são uma série de tais características (Goodnow, 1984). Por um lado, os pais diferem quanto à sua ideia sobre o seu papel na aprendizagem das crianças (Strom & Slaughter, 1978). De acordo com a forma como os pais acreditam, mais ou menos, fortemente de que têm um papel importante no processo de ensino-aprendizagem, eles podem estar mais dispostos a envolverem-se nas actividades levadas a cabo na escola. Além disso, a eficácia pessoal parece ter também um impacto no comportamento (Bandura, 1986). Ou seja, os pais que acreditam que podem “fazer a diferença” parecem envolver-se mais (Hoover-Dempsey, Bassler & Brissie, 1992). Por outro lado, as características das próprias crianças também podem ser determinantes no processo de envolvimento dos pais na escola. Alguns teóricos salientaram a ideia de que as crianças criam os seus contextos (Bell, 1968) e que os pais usam os comportamentos dos filhos como reguladores das suas acções, e os filhos prendem os esforços dos pais a si mesmos (Maccoby, Snow & Jacklin, 1984). Por exemplo, segundo Grolnick, Weiss, McKenzie, and Wrightman (1996) os pais que consideram os seus adolescentes como sendo filhos mais difíceis tendem a envolver-se menos com eles e com tudo o que esteja relacionado a eles, principalmente a escola. Nível contextual Aqui consideramos que o comportamento dos pais não pode ser considerado fora do contexto em que eles e a família vivem (Belsky, 1984; Bronfenbrenner, 1986). Numa perspectiva ecológica, o contexto social dos pais será o contributo chave para a forma como os recursos são adjudicados à criança. Embora não se tenha ainda estudado os efeitos dos factores socio-contextuais no envolvimento na escolaridade per si, há evidência de que as dificuldades económicas podem estar na base de dificuldades familiares em geral (Elder & Caspi, 1988); McLloyd, 1990) condicionando, assim, toda a sua actividade, inclusivamente com a escolaridade dos filhos. Além disso, vários autores sugerem que para além das medidas demográficas per si, por vezes, o inadequado uso pelos pais dos recursos familiares poderá romper com o envolvimento (Conger, Ge, Elder, Lorenz & Simons, 1994; Grolnick, Benjet, Kurowski & Apostoleris, 1997). Apenas considerámos aqui alguns aspectos mas podemos, ainda, referir ainda que há evidência de que altos níveis de stress influencia negativamente as características parentais tais 1164 como vivacidade e correspondência para com os filhos e actividades com os mesmos (Belsky, 1984; Roberts, 1989). Os pais tornam-se menos disponíveis psicologicamente para permitirem actividades de envolvimento e partilha das suas funções com outros agentes educativos. Nível institucional Em terceiro lugar, considerando os efeitos institucionais achamos que a força das ligações entre famílias e escola pode ser em função das características da instituição escolar e seus representantes. Os professores são os contactos primários dos pais dentro da escola e assim, as práticas na sala de aula são potenciais influências no envolvimento parental. Contudo, há grandes variações de atitudes e práticas dos professores quanto ao envolvimento dos pais na escola. Há os professores que acreditam que o envolvimento dos pais é uma eficaz estratégia para aumentar a educação das crianças (Epstein & Becker, 1982; Johnson & Pugach, 1990). Ou seja, há professores que acreditam que os pais estão interessados e desejosos de ajudar e que se trata de tempo efectivo envolver os pais na educação dos seus filhos. No entanto, há outros que sentem que isso será uma forma de conflito entre pais e crianças e que os pais não desejam ou não estão disponíveis para se comprometerem (Epstein & Becker, 1982). Um aspecto relevante prende-se com o facto de as práticas dos professores poderem afectar o comportamento dos pais. Quando os professores tornam o envolvimento parental como fazendo parte das suas práticas regulares de ensino, os pais estão mais envolvidos e sentem mais positiva a sua capacidade de ajudar (Ames, 1993; Epstein, 1991). Por sua vez, os alunos, cujos professores usam mais práticas de envolvimento dos pais, mostram-se mais positivos em relação à escola e alcançam melhores resultados (Epstein, 1991). No entanto, temos de considerar que, embora alguns argumentos resultem da importante influência dos pais, das crianças, do contexto e da sala de aula no envolvimento parental, dá-se, também, o caso de que algumas dessas influências podem não ser igualmente importantes em todas as famílias. Por exemplo, o stress pode ser particularmente destrutivo para solteiros contrariamente às famílias de dois pais (Forgatch, Patterson & Skinner, 1988). Conclusão Para concluir podemos referir que muito há ainda a fazer para melhorar a relação de contínua cooperação/colaboração da escola com a família enquanto agente educativo primeiro e primário mas que só por si não abre a porta aos meios/contextos que requerem uma socialização mais complexa e abrangente de diferentes contextos alargados. O sentimento de ameaça da perda de valor, peso, influência contínua é relativo porque, de facto, a família não desaparecerá 1165 nunca. Pode mudar, pode ver transformados os seus modos de acção na sociedade, mas não deixa de estar presente nas nossas vidas. Porque somos nós que a constituímos e é ela que nos dá vida. Bibliografia: Auerbach, E. (1989). Toward a social—contextual approach to family literacy. Harvard Educational Review, 59, 165-181. Ames, C. (1993). Parent involvement: The relationship between school-to-home communication and parents' perceptions and beliefs ((Rep. No. 15). 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