BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS Nº 185 Fevereiro 2010 chocante Ovos de todos os tipos e as sacadas no PDV arrasam entre os lançamentos da PÁSCOA ISM: tendências e oportunidades na vitrine global de candies Castanhas e granulados: avanços na garupa do chocolate Carta do editor Renato dos Anjos Ano XXIV - nº 185 - fevereiro de 2010 Diretores Beatriz de Mello Helman e Hélio Helman REDAÇÃO Diretor Hélio Helman [email protected] Fábio Fujii editor Editor Fábio fujii [email protected] Reportagem leandro H. silva [email protected] Diretor de Arte GREGÓRIO sTAYROS DIPAPIDIS [email protected] administração Diretora BEATRIZ Helman [email protected] Publicidade Antonio Canela barreto Jalil issa gerjis jr. Raul Urrutia Sérgio antonio da silva [email protected] International Sales multimedia, inc. (USA) Fone: +1-407-903-5000 - Fax: +1-407-363-9809 U.S. Toll Free: 1-800-985-8588 e-mail: [email protected] Assinatura RITA PARASIN Fotografia Renato dos anjos e shutterstock Foto da Capa shutterstock Design da Capa GREGÓRIO STAYROS DIPAPIDIS Bureau, CTP e Impressão IPSIS GRÁFICA E EDITORA EDITORA DEFINIÇÃO Doce Revista é uma publicação mensal da Editora Definição Ltda. (CNPJ 60.893.617/0001-05) dirigida ao setor doceiro e às suas redes de atacadistas, distribuidores, varejistas e supermercadistas. Redação, administração e publicidade: Rua Piauí, 1164 - casas 7 e 8 São Paulo - SP - 01241-000 Fone/Fax: (011) 3666-8301 e-mail: [email protected] site: www.docerevista.com.br Dispensada da emissão de documentação fiscal, conforme Regime Especial Processo DRT/1 nº 11554/90 de 10/09/90. Circulação março de 2010 Membro da Anatec Associação Nacional das editoras de publicações técnicas dirigidas e especializadas. O melhor dos mundos D isparado o melhor momento da indústria de chocolates, a Páscoa é ainda considerada o segundo melhor período de vendas de alimentos depois do Natal e, oportunamente, tema de capa desta edição. Para turbinar a lucratividade, os especialistas martelam que planejamento e alinhamento com fornecedores para alinhavar estratégias são fundamentais. Para esses experts, o melhor dos mundos seria aquele em que o lojista saberia definir corretamente o sortimento, com prioridade para as categorias, ou seja, o conjunto de produtos consumidos por ocasião da Páscoa – não apenas chocolates, mas pescados, vinhos etc. Nesse cenário, ele colocaria em prática ações no ponto de venda alinhadas com os fornecedores e disporia de um aparato logístico que possibilitasse uma reposição eficiente e, com isso, esse lojista já estaria um passo à frente dos concorrentes. Pelo seu caráter sazonal, os artigos de Páscoa deveriam ter todo um tratamento e estratégia especiais, pois, quando utilizados corretamente, eles magnetizam o consumidor. Uma das primeiras questões a serem resolvidas seria o espaço destinado a esses itens. Muitos lojistas passam pelo drama de não conseguir expô-los de forma a evitar conflitos com as mercadorias de consumo regular. Uma das maneiras que a maioria dos varejistas encontrou para ampliar o espaço foi pendurar os ovos de chocolate na “parreira”, solução inteligente, porém, com limitações, uma vez que prejudica a iluminação da loja. Os especialistas ensinam ainda que os ovos de chocolate devem estar expostos no fim do percurso de compras do cliente, por diminuir as chances de quebra e também evitar que os consumidores deixem de adquirir outros produtos. O bom planejamento evita que o varejista viva entre o dilema do encalhe ou da ruptura (falta de mercadorias). Assim seria primordial a definição do sortimento correto em conjunto com o fornecedor, uma vez que essas linhas contam com forte apoio de marketing e esse conhecimento é essencial para estimar o volume de vendas. O alinhamento das previsões de vendas e uma logística eficiente garantiriam ao consumidor encontrar o item desejado. O sortimento adequado, portanto, proporcionaria ao varejo maior giro e principalmente fidelização de clientes. Doce Revista fevereiro 2010 sumário 11 CAPA 11 PÁSCOA campanha de campeões Afastadas eventuais ameaças de crise econômica e com o consumo engatando a quinta marcha, a indústria de chocolate e os seus canais de distribuição preveem vendas nas alturas na principal data do setor. 09 INSUMOS NUTS receita para agregar valor Com a demanda crescente de chocolates, cremes e pastas, também avançam as aplicações de granulados de amendoim e castanhas. 09 28 FEIRA ISM 40 anos na vanguarda A maior vitrine mundial do setor de confeitos completa quatro décadas e segue sinalizando as tendências em produtos e os rumos da indústria. 38 TENDÊNCIAS RECALDENT escovação mastigável Insumos que comprovadamente trazem benefícios à saúde bucal inauguram uma nova geração de gomas de mascar funcionais. 28 38 44 NO PÓDIO BRASSUCO 25 anos matando a sede Pêndulo do mercado de refrescos, a indústria de Itu comemora um quarto de século reforçando apostas em linhas de alimentos. 44 SEÇÕES 06 MIX a Nutrimental anuncia ingresso em nova categoria de alimentos, entre outros destaques 40 CANAL DE VENDAS Padaria do ABC desponta na fabricação de doces 42 DESTAQUE O giro na maior data do setor chocolateiro nacional 46 AGENDA Feiras, cursos e congressos 48 GIRO lançamentos 50 FICHA COMPLETA o modelo da Fort Atacadista no Centro-Oeste Doce Revista fevereiro 2010 Acesse: www.docerevista.com.br mix Todos ganham Foco na classe C O ingresso em nova categoria no setor de guloseimas e a intensificação de investimentos em marketing na internet formam os dois pilares sobre os quais a Nutrimental pretende encorpar as suas vendas em até 11% no atual exercício. Rodrigo Motta, diretor de marketing da companhia paranaense, sustenta que os dois movimentos serão as principais ações da empresa para buscar o crescimento em 2010. A preparação da estrutura fabril, informa Motta, começou em 2007 e envolveu planejamento e treinamento de funcionários para a empresa desfrutar uma nova e não revelada categoria de produtos até abril, além de expandir com 14 itens o portfólio de refrescos, barras de cereais e farinhas voltado às classes C e D. Formatada originalmente para cobrir os filões de food service e merenda escolar, a Nutrimental decolou na cena nacional de confeitos nos anos 90, quando desbravou o segmento de barras de cereais. Mas desde a estréia em alimentos, quase três décadas antes, a companhia atua nos balcões institucionais, fornecendo matérias-primas para outras indústrias. “Exportamos principalmente farinhas para países africanos”, acentua Motta. Ele frisa, porém, que a aposta no futuro recai nas linhas para o varejo, com ênfase nos segmentos de barras de cereais e de frutas, farinhas e refrescos em pó, principalmente de itens adaptados a consumo regional, a exemplo de refrescos em pó nos sabores caju e graviola apreciados no Nordeste brasileiro. No total, a empresa opera atualmente 60 SKUs (Stock Keeping Unit), informa Motta. No ano passado, o faturamento da Nutrimental com os produtos para varejo registrou alta de 6%, mantendo-se em linha com o resultado de 2008, que já havia sido assegurado por essa ala de consumo. Motta mantém sob sigilo a categoria em que a Nutrimental pretende ingressar ainda neste semestre. Mas antecipa que os produtos deverão ter grande impacto na região nordeste, onde serão distribuídos pelos canais habituais da companhia para os demais segmentos em que atua. Quanto aos planos para a internet, Motta assinala que serão direcionados a marketing viral e complementam as atualizações recentemente efetuadas nos sites das marcas da companhia. “Acabamos de estrear com o stressblog. com.br. Em resumo, o site opera, através de personalidades e celebridades e muito bom humor, respostas da Nutri a cada mensagem postada, sempre frisando como viver melhor consumindo a nossa marca”, sublinha Motta. Dá um filme A Dori Alimentos, a Philips GoGear e a rede Cinemark costuraram parceria inédita para o lançamento do arrasaquarteirão High School Musical 4. Trata-se de uma promoção na qual os fãs da franquia de maior sucesso entre a galera infanto juvenil participam adquirindo um Combo Mega, que consiste em pacote de pipoca, Coca-Cola Zero e uma embalagem das balas de goma Gomets Frutas Sortidas. “Basta desembolsar mais R$ 1,00 para ganhar um lindo porta MP4”, explica Jean Paiva, gerente de marketing da Dori. A campanha, que teve início em fevereiro e atravessa o mês de março, abrangerá 50 salas da rede Cinemark em 14 estados brasileiros. Ele adianta que outras ações promocionais voltadas para o público jovem estão nos planos da Dori para este ano. O portfólio de produtos da marca permite que a empresa trace estratégias direcionadas a cada segmento do mercado. “Escolhemos a grife Gomets, que faz parte da ampla linha de balas de gomas, pois ela oferece alguns fatores interessantes para o consumo nas salas de cinema, como embalagem, sabor e preço”, justifica Paiva. O longa High School Musical e suas sequências formam uma das franquias globais mais lucrativas dos estúdios Disney, desde que o primeiro filme da série, feito especialmente para a TV, estreou no canal pago da empresa em janeiro de 2006. Os dois primeiros musicais já foram vistos por cerca de 300 milhões de espectadores em mais de 100 países, gerando o álbum com a trilha sonora, a turnê de concertos e uma extensa linha de brinquedos, roupas e acessórios. Ouvidor geral Membro da terceira geração da família que vem protagonizando a evolução da indústria de confeitos na região do Vale do Rio Taquari, centro-leste do Rio Grande do Sul e a 116 quilômetros de Porto Alegre, Alexandre José Heineck, diretor comercial da Docile, é o novo vice-presidente de Candies da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Doce Revista fevereiro 2010 Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados). Formado em administração de empresas, Heineck, de 42 anos, assume o posto que vinha sendo conduzido por João Barion Junior, da Dori Alimentos, e já sinalizou que pretende dar seqüência aos trabalhos iniciados pela atual diretoria. “Em primeiro lugar, vamos mais ouvir do que falar para, depois, implementarmos projetos que atendam tanto os pleitos dos associados como as demandas do setor, contribuindo para o seu desenvolvimento interno e externo”, adianta o dirigente. Acesse: www.docerevista.com.br mix Mania de crescer A GSA – Gama Sucos e Alimentos, detentora das marcas Refreskant, Sandella e Icebel, planeja investir R$ 30 milhões para alcançar a meta estabelecida de 40% de expansão nas vendas. Embora pareça ambiciosa, a cifra é resultante de cálculo aplicado sobre os últimos balanços da empresa, informa Sandro Marques Scodro, diretor geral da GSA. Criada em 2002, com apenas 60 funcionários, a companhia opera hoje com um efetivo de 315 colaboradores e não para de crescer, observa ele. “Em 2007, o faturamento alcançou R$ 41 milhões para, no ano seguinte, atin- gir R$ 58 milhões e, no ano passado, bater o recorde de R$ 73 milhões, uma trajetória que sustenta perfeitamente o objetivo para 2010, que é faturar R$ 102 milhões”, assinala o executivo. Já neste primeiro semestre, sinaliza Scodro, serão aplicados em torno de R$ 8 milhões na instalação de uma linha zero quilômetro, trazida do Japão, para ampliação da capacidade de produção de alimentos instantâneos. “Reservamos ainda outros R$ 8 milhões para campanhas de marketing e promoção de novidades nas linhas Sandella e Refreskant e, no segundo semestre, iremos destinar cerca de R$ 10 milhões para um super lançamento”, deixa no ar o empresário, completando que o aporte restante será destinado a projetos de logística, marketing e ações sazonais. A GSA realizou no final de fevereiro, em Caldas Novas (GO), seu 8.º Encontro Nacional de Vendas. O evento reuniu cerca de 500 profissionais vindos de diversas regiões, a maioria formada por distribuidores, vendedores e promotores de vendas que fazem a comercialização das linhas de produtos da GSA em Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Amazonas, Pernambuco, Bahia, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Distrito Federal, Maranhão, Pará e Piauí. Durante a convenção, foram apresentados os lançamentos nas linhas de refrescos em pó Refreskant, macarrão instantâneo e tempero em pó da marca Sandella e as novas campanhas de vendas, com destaque para as ações envolvendo a Copa do Mundo de Futebol, programada para junho na África do Sul. Assaí chega a Caruaru O Grupo Pão de Açúcar inaugurou em fevereiro em Caruaru (PE), a 140 quilômetros de Recife, a primeira unidade da rede Assaí naquele estado e a 42.ª no país. Conhecido polo do setor atacadista, a cidade de Caruaru reúne as principais operações de distribuição, principalmente as especializadas em candies e guloseimas, da região Nordeste. Com investimento de R$ 8 milhões, a loja opera no formato atacarejo (cash and carry), com 2.700 metros quadrados de área de vendas, 19 saídas de caixas e 98 vagas de estacionamento, descreve Maurício Cerrutti, diretor geral do Assaí Atacadista. A implantação da unidade, informa ele, demandou uma série de estudos que consideraram a economia local, fortemente centrada no setor de comércio e serviço alimentar. Com foco em transformadores – pequenos comerciantes que buscam compras em grandes volumes –, a nova loja Assaí também oferece diferenciais para o consumidor doméstico, que busca economia e qualidade das mercadorias nas compras em maior quantidade. “O Assaí Caruaru vai contribuir com a economia, com a geração de empregos – 370 postos de trabalho, diretos e indiretos – e deve aumentar a arrecadação municipal”, sublinha Cerrutti. A loja de Caruaru oferece 9.000 itens entre mercearia, alimentos, perecíveis, embalagens, bazar, higiene, bebidas e limpeza, de grandes marcas nacionais, regionais e importadas. O Assaí Caruaru foi a segunda unidade aberta nesse início de ano e faz parte do plano de investimentos anunciado pelo grupo Pão de Açúcar para o próximo triênio, que prevê um aporte de R$ 5 bilhões na implantação de 300 lojas, reformas e infraestrutura. Troca da guarda Os representantes das empresas associadas reunidas no Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) elegeram em fevereiro o novo quadro de diretores da entidade, liderado pelo empresário Fábio de Carvalho e formado por outros 25 membros que exercerão cargos de diretores, conselheiros fiscais e delegados junto à Federação do Comércio do Distrito Federal (FecomérAcesse: www.docerevista.com.br cio/DF). Com mandato de quatro anos, o presidente eleito contará com a assistência direta de outros três empresários do setor: João Ricardo de Faria (1.°vice-presidente), Janine Brito (2.° vice-presidente) e Lysippo Gomide (3.°vice), além do apoio dos diretores, conselheiros e fiscais. Líder da chapa única inscrita na eleição, Carvalho reiterou que os próximos quatro anos à frente da entidade serão focados no processo de consolidação e desenvolvimento do setor atacadista na região. O mandato dos novos representantes, com posse prevista para o dia 31 de março, tem início em abril e segue até março de 2014. Doce Revista fevereiro 2010 BISCOITOS Fermento nos embarques Oito empresas exportadoras filiadas à Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib) reforçaram este ano o quarteirão Brazilian Biscuit montado na 40ª edição da ISM – Feira Internacional de Doces e Biscoitos, a maior feira mundial do setor de confeitos, realizada no final de janeiro, em Colônia, na Alemanha (ver à pág. 32). Bauducco, Germani, Marilan, Mabel, Faville, Itamaraty, Santa Edwiges e Dunga contabilizaram um total de 385 contatos com visitantes de mais de 50 países, fechando in loco contratos da ordem de US$ 2 milhões, com previsão de atingir US$ 12 milhões nos próximos meses. José dos Santos dos Reis, presidente do Sindicato das Indústrias de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo (Simabesp) e vicepresidente da Anib, destaca o interesse de compradores profissionais de várias partes do mundo, como África, Europa, Oceania, Ásia, Canadá e Estados Unidos, além do fechamento de negócios com clientes novos e tradicionais da América Latina e Oriente Médio. “Consolidamos o nome do país e a qualidade e competitividade dos produtos a cada participação na ISM e, ao mesmo tempo, promovemos o necessário networking com grandes distribuidores, redes de atacado e varejo e tradings de todas as partes do mundo”, resume Reis. Com isso, a entidade pretende retomar os índices de exportação de 2008. No ano passado as exportações de biscoitos brasileiros foram da ordem de 54.369 toneladas, que representaram queda de 7,72% em relação às 58.918 toneladas embarcadas em 2008, repassa Reis. O faturamento, segue ele, também acusou declínio e baixou de US$ 114.061.665 em 2008 para US$ 100.434.984, registrando quase 12% a menos. Doce Revista fevereiro 2010 Em prosseguimento à meta de elevar as exportações, empresas da Anib e Simabesp também marcaram presença em fevereiro na Gulfood Dubai, a mais importante feira de alimentos do Oriente Médio, realizada nos Emirados Árabes Unidos. Bauducco, J. Macedo, Selmi e Marilan encorparam o grupo de exportadores que seguiu para o evento, com apoio da ApexBrasil (Agência de Promoção de Exportações e Desenvolvimento). Segundo levantamento preliminar, elas recepcionaram mais de 600 profissionais e os pedidos fechados ou negociados devem gerar contratos da ordem de US$ 500.000 até o final do semestre, podendo se converter em negócios que atingirão US$ 6 milhões nos próximos dez meses. Ele frisa que o mercado árabe é muito rigoroso: os compradores exigem etiquetas e nomenclatura das embalagens no seu idioma; os produtos devem ter a certificação Halal, ou seja, não podem conter gordura animal; o marketing tem que dar todo apoio aos registros de produtos e fornecer material de ponto de venda; e todas as necessidades dos compradores, indicadas pelos consulados, devem ser atendidas. “Sem falar no preço, que deve ser extremamente competitivo”, assinala Reis. Renovaram contratos com as indústrias brasileiras distribuidores dos Emirados Árabes, Arábia Saudita, Barhein, Omã, Kuwait, Líbano, Egito e Catar. Também foram abertos negócios com traders do Egito, Jordânia, Iêmen, Líbano, Irã, Nepal, Emirados Árabes, Iraque, Arábia Saudita, Angola, Quênia, Seychelles e Gana. Até o final do ano, a Anib tem programada participação em outros eventos internacionais como as feiras Fancy Food, de 27 a 29 de junho em Nova York (EUA); World Food Moscow, de 14 a 17 de setembro em Moscou (Rússia); Sial 2010, de 17 a 21 de outubro em Paris (França); e Fihav 2010, em Havana (Cuba), com data ainda indefinida. Central da crocância A Nestlé inaugurou oficialmente no começo do ano em Santiago, no Chile, seu novo Centro Global de Pesquisa e Desenvolvimento (CGPD), que passa a conduzir pesquisas mundiais da empresa nas áreas de biscoitos e produtos à base de cereais. Com foco na inovação e na renovação das linhas de forneados da companhia, o complexo chileno reúne especialistas de campos como nutrição, engenharia, desenvolvimento de produtos e controle de qualidade. As tecnologias geradas no CGPD contribuirão sobretudo para a redução nos níveis de açúcar e gordura dos biscoitos sem comprometer seu sabor ou textura. Também serão desenvolvidos produtos inovadores como biscoitos com ingredientes bioativos, para melhorar a saúde digestiva e biscoitos enriquecidos, que podem auxiliar no combate a deficiências de micronutrientes em diferentes regiões do mundo, adaptando, dessa forma, os biscoitos a paladares e necessidades locais. “A pesquisa produzida no novo centro propiciará o desenvolvimento de uma nova geração de biscoitos que se encaixa na estratégia de nutrição, saúde e bem-estar da Nestlé”, destacou Paul Bulcke, CEO da Nestlé, durante a inauguração. O CGPD, complementou o executivo, atuará em conjunto com outras redes de P&D da Nestlé distribuídas pelo mundo e participará de iniciativas governamentais e parcerias com universidades internacionais, como a Universidad Católica, de Santiago do Chile. Em permanente ascensão, a ala mundial de biscoitos da Nestlé faturou em 2008 CHF 1,4 bilhão (US$ 1,3 bilhão), sendo que 60% das vendas foram provenientes da América Latina, região onde a empresa atingiu vendas totais de CHF 15,5 bilhões (US$ 14,9 bilhões) em 2008. No Chile, a Nestlé está presente há 76 anos e possui sete fábricas em diferentes partes do país. Acesse: www.docerevista.com.br INSUMOS De grão em grão chocolates e guloseimas puxam aplicações de granulados de amendoim e castanhas E m ascensão gradual nos últimos anos, a produção e o consumo de guloseimas com recheio, cobertura ou de massa sólida de chocolate vem encorpando um outro filão: o de derivados de amendoins ou castanhas variadas (nuts), utilizados em formulações de barras, tabletes, bombons e nougats (tipo torrone). “A demanda tem crescido muito e podemos estimar esse mercado por baixo em cerca de 200 toneladas por mês”, dimensiona Arnaldo Micheloni Júnior, diretor comercial da Inam, empresa que há mais de 50 anos fornece derivados de amendoim e nuts para a indústria alimentícia e para o mercado institucional (restaurantes, cozinhas industriais, redes de fast food). Tomando como exemplo apenas as suas vendas para a industrialização de doces, o dirigente repassa que, no início de 2009, fornecia em torno de 20 toneladas mensais de granulados em geral (amendoins, castanhas e macadâmias) e fechou o ano com 32 toneladas por mês. “Nossa fatia já representa algo em torno de 20% da demanda total de nuts no país e não para de crescer”, frisa Micheloni. Por conta desse avanço, ele abre que a empresa fechou contratos de importação de avelãs do Chile e, se for preciso, pretende buscar insumos, cuja produção seja insuficiente no Brasil, direto da fonte. O país é autossuficiente em amendoim e itens como castanha do Pará e macadâmia, informa Micheloni. “Antes, a importação de algumas castanhas a cargo de tradings era suficiente para abastecer o mercado, pois o consumo era pequeno”, ele comenta. Essa realidade, no entanto, mudou e, hoje, por conta de maior demanda e queda em torno de 30-40% no preço final de produtos que contém esses insumos a sua utilização é crescente. Sem contar as vantagens com o barateamento de doces e guloseimas recheadas ou com massa à base de amendoins e nuts, Micheloni pondera que mudanças culturais nos hábitos de consumo da população e maior informação de cunho nutricional têm sido cruciais para a o aumento nos Acesse: www.docerevista.com.br volumes. “De um lado, tem-se a multiplicação de opções de itens contendo nuts e, de outro, a descoberta de que tais ingredientes fazem bem à saúde. É uma fórmula explosiva no bom sentido”, assinala ele. De fato, tanto a indústria de chocolates como a de doces de massa à base de amendoim e castanhas, além das crescentes operações de produtos naturais e orgânicos, vêm martelando os benefícios contidos nas matérias-primas básicas que compõem suas linhas de produtos. A descoberta de princípios ativos que fazem bem ao sistema cardiovascular e de antioxidantes, tanto no caso do cacau que entra na composição dos chocolates como no do amendoim e das castanhas, tem sido o fio condutor dessa onda. Micheloni também observa que tendências como a de saúde e bem-estar (health and wellness), que estão na ordem do dia em diversas frentes de atividades e consumo humano (cuidados com nutrição e saúde, esportes e condicionamento físico, controle de taxas de açúcar, colesterol, pressão arterial, estresse) em todo o globo, acabam impactando o consumo de alimentos em geral e o de guloseimas, em particular. “As pessoas hoje se preocupam mais com o que estão ingerindo, procuram ler as tabelas nutricionais e fazem perguntas sobre a procedência e validade dos produtos”, sublinha Amendoins demanda de granulados estimada em 200 toneladas/mês. Doce Revista fevereiro 2010 INSUMOS o diretor. Para ele, essa mudança de comportamento do consumidor ao lado de outras tendências, como a de produtos orgânicos e/ou especiais (diet/light, low sodium, para celíacos, isentos de lactose), também contribui para inflar a demanda de granulados de amendoins e castanhas usados em chocolates e doces. “Estamos apenas vivenciando uma ponta do iceberg, pois a diversidade de produtos à base de granulados e seu consumo só tende a aumentar”, analisa Micheloni. Micheloni meta de aumento de 25% das vendas para a linha de varejo FOTOS: Renato dos Anjos Inam aposta renovada em recheios e pastas 10 Doce Revista fevereiro Linha de varejo Uma das desbravadoras do fornecimento desses insumos para a indústria alimentícia, a Inam ingressou há cinco anos no varejo de recheios à base de amendoins e castanhas e agora renova seu portfólio com uma linha de cremes. O cardápio atual de itens à disposição da clientela, encorpada por atacados doceiros, inclui produtos como pastas para passar no pão, biscoito ou torrada (spreadables), além dos recheios de amendoim, caju, farinha integral de amendoim, amendoim torrado granulado e amendoim torrado em metades. Esse projeto, relata ele, amadureceu de forma despretensiosa ao longo de pouco mais de sete anos. “Fomos maturando a ideia até ela finalmente decolar”, rememora. A primeira tentativa, ainda tímida, foi a colocação de alguns itens do portfólio em uma embalagem a vácuo de um quilo – hoje a linha cobre tanto o varejo como a ala institucional, em apresentações condizentes com o consumo doméstico e individual até embalagens de quatro quilos. As versões originais eram encontradas em poucos PDVs especializados em guloseimas doces e salgadas derivadas de amendoim. “A intenção era avaliar a aceitação do produto”, explica o diretor comercial. 2010 A partir dessa sondagem, uma das primeiras providências foi adequar o tamanho das embalagens para 200 e 350 gramas. A direção da Inam também concluiu que a colocação pura e simples dos produtos nas prateleiras não traria os resultados esperados e decidiu positivar a linha, isto é, lançar mão de ações de marketing e merchandising no PDV para estimular o giro. Nessa empreitada para despertar a atenção do consumidor, a companhia elegeu como principais ferramentas os cursos de culinária e as demonstrações ao vivo. Percebeu-se que seria importante dispor de pessoal nos corredores das lojas orientando os consumidores sobre as aplicações dos produtos. “Os cursos de culinária complementam o interesse despertado pela ação das promotoras e estimulam a experimentação dos nossos recheios e granulados”, considera Micheloni. Projetos prontos A Inam começou a operar em outubro de 1967, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, tendo como alvo as indústrias alimentícias. No começo produzia apenas pasta integral de amendoim. Dois anos depois, ao se mudar para uma sede própria localizada na zona Norte de São Paulo, onde está baseada hoje, passou a produzir também farinha de amendoim semidesengordurada. No final dos anos 70, a companhia ingressou no ramo de nuts, com a fabricação dos amendoins granulados. Segundo Micheloni, foi a partir daí que a Inam começou a experimentar grande expansão. O diretor explica que o ingresso em novos nichos aconteceu conforme a empresa foi recebendo consultas de indústrias que desejavam desenvolver algum produto. A estreia no ramo de granulados, por exemplo, se deu quando uma grande fabricante de sorvetes contatou a Inam. “Sempre demos atenção especial à área de pesquisa e desenvolvimento”, frisa o industrial, lembrando que o laboratório da empresa foi criado em 1978. Naquela época, emenda ele, a regulamentação referente à toxina do amendoim praticamente inexistia, mas a Inam já adotava controle próprio de qualidade da matéria-prima. Até ali, a demanda na empresa sempre havia sido ditada pelo reduto institucional. A carteira inclui indústrias de chocolate, biscoitos e sorvetes. “Sempre tivemos o cuidado de não concentrar demais”, pondera o diretor comercial, acrescentando que nenhum cliente participa com mais de 10% dos negócios. Essa mesma filosofia, assegura ele, deve permear a atuação no segmento de varejo, para o qual a empresa está cheia de planos. O menu engordou recentemente com as pastas à base de avelã, insere Micheloni. Acesse: www.docerevista.com.br capa Ovo rima com novo Poucas vezes a indústria e o trade entraram na campanha da Páscoa com tudo a favor e tanta criatividade como este ano Leandro H.Silva N o ano passado, quando o Brasil temia ser atingido pela turbulência econômica global, a indústria de ovos de chocolate e colombas trafegava em voo de cruzeiro, inebriada com uma das Páscoas mais lucrativas de sua história. No balanço de 2009, o setor produziu 113 milhões de ovos (crescimento de 4,8%) e faturou R$ 828 milhões, contra R$ 767 milhões em 2008. Se deu esse pulo de coelho num cenário nebuloso, não há limite para a imaginação no ramo quanto à extensão do salto armado para a campanha deste ano, a tiracolo da economia brasileira esbanjando adrenalina. Acesse: www.docerevista.com.br As projeções de crescimento variam, mas quase sempre estão na casa dos dois dígitos. Além de aumentar a musculatura de distribuição, o cenário positivo embalou a renovação das linhas de produtos e a multiplicação de estratégias de comunicação e fortalecimento de marca. Esse frisson é especialmente alentador diante da pressão de custos que afeta a indústria de confectionery como um todo. No caso dos ovos de chocolate, apesar de repasses médios na ponta do varejo de 10% em relação ao ano passado, alguns fabricantes reclamam que as margens foram prejudicadas. Não é para menos. Em paralelo à alta de Indústria crescimento das vendas de Páscoa na casa de dois dígitos Doce Revista fevereiro 2010 11 capa Chocolate artesanal avanço em coberturas puxado por vendas em atacarejos insumos como cacau e gordura, o setor sente os efeitos da maior escalada internacional de preços do açúcar de que se tem notícia. O problema vem se arrastando há meses e é atribuído principalmente à quebra da safra (por motivos climáticos) da Índia, segundo maior produtor mundial, atrás apenas do Brasil. Com a escassez e conseqüente valorização internacional da commodity, os usineiros brasileiros, responsáveis por quase metade do mercado mundial, fortaleceram ainda mais suas exportações, contribuindo para salgar os custos do açúcar no mercado interno. No início de março uma saca era negociada no país a quase R$ 80, o maior valor da história. Um ano atrás, o preço também batia sucessivos recordes, em torno de R$ 50. Para piorar o enrosco, não se prevê recuo a curto prazo. Fora o dilema agridoce do acúcar, vale ressaltar que o otimismo com a Páscoa 2010 não se escora apenas no revigorado poder aquisitivo, em particular da classe C. Para começar, a Páscoa cai este ano em 4 de abril, momento sob medida para as vendas, pois a data não ficou tão próxima das festas de final de ano nem do período em que se inicia a cobrança de tributos como IPTU e IPVA. Isso sugere que os consumidores terão equacionado melhor suas despesas, dispondo de maior orçamento para ovos e afins. Num verão de altíssimas temperaturas, a Páscoa em abril também agrada os chocolateiros à medida que o ponto alto da operação vai se concentrar numa época de termômetros em queda, devendo frear os índices de perdas e avarias. Para arrematar o prognóstico no azul, o ano de 2010 está inserido num longo e estável ciclo de crescimento do mercado brasileiro de chocolates. Mais cacau Esse processo de evolução ajuda a entender algumas tendências exibidas na atual campanha de Páscoa. É o caso da proliferação dos ovos com altos teores de cacau. Com a crescente divulgação da ação antioxidante e outros positivos efeitos salutares para quem consome esse tipo de produto, o brasileiro, notório fã de confeitos mais adocicados, abre-se 12 Doce Revista fevereiro 2010 cada vez mais aos chocolates mais amargos. Do outro lado do balcão, os fabricantes desfrutam bem essa mudança de gosto. Em paralelo, também devem registrar engorda no caixa da Páscoa os itens orgânicos e aqueles com sabores exóticos, a exemplo de trufas e bombons com pimenta. Outra tendência inabalável nesta campanha: a diminuição das gramaturas. Ovos de até 300 gramas consolidaram-se no ranking dos produtos mais procurados, enquanto as versões acima de 500 gramas já representam menos de 10% do volume produzido. Se os tamanhos tendem a diminuir, a variedade de formatos e perfis de público não para de crescer. Itens quadrados e com silhuetas que imitam batons, corações e diamantes também marcam presença nas parreiras de ovos de chocolate dos supermercados, assim como os cada vez mais numerosos produtos isentos de açúcar ou de lactose. Num ano de Copa do Mundo, ações de licenciamento envolvendo personagens e brindes promocionais também merecem destaque. No entanto, a maior parte dessas iniciativas segue atrelada aos personagens de filmes, séries e animações infantis, ficando a impressão de que os produtos da Páscoa 2010 exploram apenas timidamente o megaevento que ocorre em junho na África do Sul. Em contraste a essa situação, ocasionada possivelmente pelos altos valores envolvendo o licenciamento oficial da Copa do Mundo da Fifa, as estratégias de terceirização produtiva seguem de vento em popa na cena de ovos de chocolate, com destaque para as marcas próprias do varejo, que devem vir com preços até 15% menores do que as grifes líderes. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, espera aumentar em 30% as vendas de suas marcas próprias de ovos de chocolate (Taeq, Pão de Açúcar e Qualitá), o dobro da expectativa projetada para os demais itens do mix de Páscoa. Outra tendência que se confirma na Páscoa 2010 diz respeito ao aumento da participação dos atacarejos nas vendas de ovos de chocolates, colombas e demais produtos típicos da data. As duas maiores redes de cash & carry do país, Assai e Atacadão, pertencentes, respectivamente, ao Pão de Açúcar e ao Carrefour, anunciaram aumentos nos estoques de ovos de chocolate em relação a 2009. Regionalmente, o Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) anunciou a expectativa de aumento de 15% das vendas de Páscoa este ano. Esse índice também pode ser alcançado pelo giro de barras e coberturas destinadas à produção artesanal de ovos de chocolate, nicho movimentado por quem enxerga na Páscoa uma boa oportunidade de complementar a renda doméstica . Uma amostra dessa pluralidade de mercados e públicos e das expectativas dos principais fabricantes pode ser conferida na cobertura a seguir. Acesse: www.docerevista.com.br capa Um ovo em forma de cofre As campanhas, lançamentos e diferenciais das principais marcas para estourar as vendas no melhor momento do ano A cesta de ovos, colombas e demais itens de Páscoa provavelmente nunca foi tão diversificada como na atual campanha. Produtos com alto teor de cacau, de sabores exóticos e com efeitos e formulações especiais, feitos à base de soja ou isentos de açúcar, são apenas uma amostra do que fabricantes preparam para este ano. O mostruário inclui ainda ovos quadrados ou com designs que imitam batons, corações e diamantes e 14 Doce Revista fevereiro 2010 ovos que “explodem” na boca, neste caso graças a um açúcar especial que produz estalos em contato com a saliva. No campo dos licenciamentos, além das tradicionais ações envolvendo personagens infantis de desenhos e seriados, a temática futebolística ganha espaço no vácuo da Copa do Mundo da África do Sul. Há opções para todos os paladares e bolsos. Uma amostra desse dinamismo pode ser conferida nos lançamentos a seguir. Acesse: www.docerevista.com.br capa ARCOR A Arcor preparou para a Páscoa 2010 muitas novidades desdobradas em 36 variantes de ovos de chocolate. Além das marcas consagradas, a empresa licencia algumas versões com personagens conhecidos. Gabriel Porciani, diretor de marketing de chocolates da Arcor, põe em foco produtos voltados para os públicos infantil e juvenil, como a linha Tortuguita e os ovos com licenças da Disney, Cartoon Network e Turma da Mônica. Segundo ele, a expectativa para os negócios de Páscoa em 2010 é de crescimento em torno de 10% nas vendas de ovos. No momento, a linha de chocolates voltada para a Páscoa representa em torno de 20% do faturamento anual da área de chocolates da Arcor. BAUDUCCO O plano na Bauducco, número um em panetones, é crescer 15% em relação a 2009. Para isso, a empresa apresenta dois lançamentos: a Colomba Edição Especial 580 gramas, com gotas de chocolate, creme e cobertura também de chocolate; e a Colomba Mousse 500 gramas, de massa de chocolate com recheio cremoso de mousse. “Os lançamentos vão impulsionar o crescimento de vendas da categoria. Devem surpreender mais do que no Natal, já que na Páscoa o apelo de chocolate é muito grande”, considera Rodrigo Mainieri, gerente de produto sazonais da empresa. As novidades são promessa de sucesso nas gôndolas e foram introduzidas na campanha de Páscoa depois dos bons resultados alcançados no Natal. A companhia propõe ainda uma coleção de latas de colomba em versões prateada e dourada, ideal para presentear. 16 Doce Revista fevereiro 2010 BEL CHOCOLATES No mercado de coberturas para uso culinário e produção artesanal de ovos de chocolate, a Bel Chocolates situa entre as novidades da campanha de Páscoa a barra Cobertop 500g. “Oferecido em menor porção, o produto atende as exigências de praticidade e custo reduzido de chocolaterias e culinaristas”, resume Stenio Dedemo, gerente de marketing da empresa. Esperando crescimento de 15% nas vendas de Páscoa, o dirigente sublinha que a Bel precisou elevar a eficiência de suas linhas produtivas para absorver parte dos aumentos das matérias-primas de chocolate. “Felizmente o mercado de chocolates vem em constante crescimento. Assim, o acesso de novas classes sociais à categoria de certa forma compensa as pressões de custos que temos sofrido no campo dos insumos, em especial o açúcar, que atravessa a mais forte alta da história”, analisa o gerente de marketing, acrescentando que o crescimento do consumo per capita de chocolates no Brasil é um dos maiores mundialmente. Entre as tendências de produtos e consumo, ele destaca itens premium com alto teor de cacau. “Já as classes com recursos limitados, o nosso foco, devem continuar optando por diversificação. Isso explica a alta penetração de nossos bombons sortidos nessa faixa de público”, conclui o gerente da Bel Chocolates. BRASIL CACAU Nova paixão dos brasileiros, a Brasil Cacau lança 19 produtos para a Páscoa 2010, todos inspirados nos sabores e diversidade dos ingredientes nacionais. Além dos ovos Ao Leite, Branco e Crocante, a empresa controlada do grupo CRM (controlador da Kopenhagen) traz o divertido Ovo Meio a Meio e uma linha de ovos com casas recheadas. Destaques para o Ovo Dinda, recheado com marshmallow; para o ovo Trufas, com recheio Acesse: www.docerevista.com.br capa de trufas da marca; e os exclusivos ovos Doces Caseiros Beijinho e Brigadeiro. A marca também enfeitas suas parreiras de Páscoa com o Ovo Diet e o Passarela 70% Cacau. Para as crianças, as opções são o Coelho de Chocolate ao Leite e o kit infantil Sitio do Picapau Amarelo, que consta de um ovo ao leite e um copo licenciado do Sitio. CACAU SHOW A empresa comandada pelo empresário Alexandre Tadeu da Costa prevê aumento na casa de dois dígitos no faturamento desta campanha de Páscoa. Para isso, foi projetada a produção de 1.700 toneladas de chocolate para transformação em ovos e figuras em comemoração à data, volume 42% maior que o de 2009. Desde o final de fevereiro, a Cacau Show promove a distribuição de sua linha de produtos para a Páscoa para as quase 800 lojas da grife em todo o país. Com faturamento anual na casa dos R$ 270 milhões (R$ 272 milhões em 2009), a empresa espera somente para a Páscoa 2010 um crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, estima Costa. “Essa é a data mais importante para o nosso negócio e, por isso, preparamos uma linha com 60 itens, dos quais 14 lançamentos, com excelentes opções de presentes”, sintetiza ele. Entre os destaques, Costa alinha o ovo Dreams, sucesso de vendas em 2009, à base de chocolate ao leite com casca recheada de trufa, e que ganha este ano dois novos sabores: 55% Cacau e Creme de Cereja. A empresa também reforça a linha Montebello, trazendo um ovo com a casca recheada de marshmallow. Uma das inovações mais esperadas é o Ovo Explosivo, exclusivo no gênerom e fabricado com chocolate ao leite e açúcar explosivo. Já o ovo Mais Leite possui 28% de cacau e mais que o dobro de leite dos outros chocolates da marca, que confere alta cremosidade. A Cacau Show 18 Doce Revista fevereiro 2010 também investiu R$ 6,5 milhões em campanha de marketing, que inclui filme para tevê, spots de rádio, anúncios em revistas, merchandising e internet. Também desenvolveu um hotsite para a data, apresentando o portfólio de Páscoa e ações interativas. FERRERO A Ferrero promove sua campanha de Páscoa sem incluir no menu ovos de chocolate tradicionais. Apoiada nas marcas Ferrero Rocher e Kinder, a empresa preparou dois lançamentos: Ovo Ferrero Collection e Kinder Ovo Friends (exclusivo para o Sul) e incorpora à campanha três produtos já conhecidos porém em versões exclusivas: o Kinder Ovo Série 2010 com Coelhinhos Equilibristas, o Kinder Ovo Maxi e o Kinder Ovo Magic. Estes três produtos agregam coleções novas e surpresas exclusivas para montar. Segundo Patrícia Nogaroli, da equipe de Páscoa da Ferrero, as principais lojas brasileiras contarão com ambientações diferenciadas por meio de teatralização de ilhas, iniciativa da qual a Acesse: www.docerevista.com.br capa empresa é pioneira ,sustenta a executiva, fazendo a caracterização com materiais especiais para transmitir a mensagem da Páscoa aos consumidores. A Ferrero, detalha ela, desenvolveu ilhas de diversos tamanhos (mega, grande, média ou pequena) que podem conter desde duas cabanas Kinder, uma toca com o Super Kinder, três cabanas de Ferrero Rocher e até expositores de surpresas. Além disto, o lançamento de Kinder Friends também contará com um expositor personalizado nos pontos de venda. vadas e estão ainda mais atrativos. Um sucesso da linha em 2009 foi o primeiro ovo quadrado do mercado, Talento Avelãs, que conquistou muitos adeptos e ganhou mais um sabor para esta Páscoa: Talento Castanha do Pará, conclui Barion. HARALD GAROTO A Chocolates Garoto renovou 80% de seu portfólio para a Páscoa 2010. A gama de produtos foi assim adequada para atender consumidores que buscam ovos de Páscoa atraentes, sem abrir mão das variações de sabor dos chocolates Garoto. A empresa concilia assim a campanha sazonal com o sucesso de marcas tradicionais como Talento, Baton, Serenata de Amor, além da própria grife Garoto. Como o clima de Páscoa começa muito antes de sua comemoração, abrindo um período de vendas aquecidas em que o consumidor já procura por ovos de tamanhos menores, a Garoto bancou apostas nos miniovos Serenata de Amor e miniovos Baton, em inovadora embalagem de um prático tubinho com três unidades do produto (30 gramas). “Um produto que deve ganhar grande evidência nessa Páscoa é o ovo Garoto Cacau da Amazônia”, destaca André Bariom, gerente de marketing da Garoto. Elaborado com cacau proveniente da Bacia Amazônica, de qualidade reconhecida internacionalmente, a empresa leva para todo o país um pouco da região norte. “Para os apreciadores de Serenata de Amor, a novidade é o ovo de 450 gramas no formato do bombom e com dupla camada — uma de chocolate ao leite e uma de creme de castanha de caju, recheado com quatro bombons Serenata de Amor”, detalha o executivo. Em embalagem sofisticada, completa ele, o Serenata de Amor Joia vem com um pingente em forma de coração com strass, que o torna uma opção especial para presentear. Os demais itens tiveram suas embalagens reno20 Doce Revista fevereiro 2010 Voltando suas linhas de coberturas e barras ao filão de padarias, confeitarias, chocolaterias e culinaristas, a Harald preparou para a Páscoa 2010 ações promocionais e distribuição de prêmios nos pontos de venda. Na ativa desde a segunda quinzena de março, a campanha de Páscoa deste ano conta com promotores no varejo para distribuição de brindes às consumidoras do mercado culinarista, apelidadas pela empresa de transformadoras, exatamente por transformar as barras e coberturas em trufas, coelhos, ovos e afins. Os presentes vão de coelhinhos de pelúcia a panelas para derretimento de chocolate, passando por DVDs que ensinam técnicas de derretimento, temperagem e moldagem. A entrega dos brindes está condicionada à compra de produtos Harald. Outro destaque na Páscoa da empresa é o lançamento da cobertura Top Blend. Combinando chocolate ao leite e chocolate meio amargo, o produto é oferecido em barras de um quilo e 2,3 quilos. As principais aplicações incluem coberturas, decorações, moldes e recheios de forneados, ovos e bombons. HERSHEY’S Sem ovos de chocolate convencionais, a Hershey’s propõe para a Páscoa 2010 opções de produtos de linha em diversos formatos e embalagens especiais. A marca desenvolAcesse: www.docerevista.com.br veu um portfólio com lançamentos em três frentes: barras maciças, chocolates com recheio (candy bars) e itens para presentes. “Desenvolvemos produtos inéditos em nosso mix, como o Hershey´s Air”, comenta Renata Vieira, gerente de marketing da empresa. No reduto das barras, chega ao mercado ao primeiro chocolate aerado da marca no mundoHershey’s Air. “É leve e suave, feito com bolhas de chocolate e possui ainda uma textura cremosa que derrete suavemente na boca”, descreve a executiva. No segmento de candy bars, a marca introduz o Hershey’s Paçoca, uma combinação da tradicional paçoquinha coberta com chocolate. No segmento de itens para presente, a empresa desenvolveu uma linha especial de excelentes opções que estão disponíveis no varejo a preços acessíveis. “Eles unem a qualidade do chocolate da marca com embalagens impactantes que qualquer pessoa adoraria receber de presente, a exemplo do Special Reserve, uma caixa de bombons finos e importados, feitos com puro chocolate ao leite e um toque crocante de amêndoas”, conclui Renata. Acesse: www.docerevista.com.br KOPENHAGEN Com a expectativa de elevar em 18% as vendas de Páscoa, a Kopenhagen prevê uma corrida às suas 260 lojas. Desde fevereiro, oito lançamentos entre ovos e itens sazonais, como coelhos e cenourinhas, enfeitam as prateleiras das unidades espalhadas por todo o país, informa Renata Vichi, vice-presidente do grupo CRM, controlador da Kopenhagen. Para a atual campanha, a grife de chocolates finos preparou uma promoção. “A cada R$ 100 em compras, o cliente recebe um cupom com um número para cadastrar no site da Kopenhagen (www.kopenhagen.com.br). Cem clientes serão sorteados e irão ganhar o fornecimento durante um ano de chocolates da marca e, de quebra, uma viagem à nova fábrica em Extrema (MG)”, detalha a executiva. Sucesso absoluto de vendas na temporada anterior, o ovo 4 Clássicos, que reúne as mais famosas delícias da marca (Língua de Gato, Lajotinha, Chumbi- Doce Revista fevereiro 2010 21 capa nho e Nhá Benta), ganha sobrevida. No inusitado formato de um ovo dentro do outro, o produto leva 350 gramas de chocolate. O confeito Nhá Benta sabor coco, lançado em junho de 2009, ganha o formato de ovo de chocolate. O doce que completa seu sexagenário em 2010, também pode ser conferido nas versões tradicional, maracujá e chocolate em duas versões de ovos (170 e 300 gramas), em miniaturas de 20 gramas e ainda em caixa para presentear com oito ovinhos recheados com marshmallow. LACTA Há 13 anos consecutivos número um nas vendas de Páscoa, a marca busca a 14.ª campanha na liderança. Para isso, oferece um portfólio com 47 itens, sendo 16 lançamentos divididos entre os públicos adulto e infantil, ou seja, banca quatro vezes mais novidades do que em 2009. “A companhia se baseia em três pilares para manter o sucesso nas vendas durante o período de Páscoa: inovação, execução com excelência no ponto de vendas e marcas fortes no mercado. O foco nessas mesmas bases será mantido este ano”, assinala Romeo Lacerda, diretor de snacks da Kraft Foods, detentora da marca Lacta. Para atender o mercado nacional, o volume de ovos se aproxima dos 23 milhões de unidades, repassa o executivo. “Em 2009, o market share da Lacta em valor foi de 34,6% (Nielsen), consolidando a marca como líder de Páscoa nos últimos 13 anos”, grifa ele. A linha de ovos Sonho de Valsa é campeã em volume de vendas, com 11,7% de participação em 2009 (Nielsen) no segmento adulto. Nessa 22 Doce Revista fevereiro 2010 mesma faixa, entre as dez principais marcas do país, cinco são da Lacta. O sucesso é tanto que considerando o mercado total de Páscoa, a cada dez ovos vendidos, um é da grife Sonho de Valsa. Dentre os destaques deste ano, Lacerda cita o Lacta Delice, o primeiro ovo com recheio na casca, formando uma tripla camada. O produto é apresentado em embalagem diferenciada e foi desenvolvido pensando em quem quer presentear de forma exclusiva. Além dele, a Lacta lança o ovo Bis Formato Bis Laka (chocolate branco em formato retangular), o inovador Sonho de Valsa com o design de bombom, o Sonho de Valsa 3 Sabores e o ovo Lacta Chicabon, inspirado no clássico picolé Chicabon. Na linha infantil, os destaques ficam por conta dos ovos A Era do Gelo 3, a linha de ovos do Ben-10, com três opções de surpresas para meninos, os ovos Hot Wheels e Spiderman, além dos novos brinquedos nos consagrados ovos Barbie e Hello Kitty. MARS Diferentemente dos últimos anos, a global brand M&M’s desta vez será vendida no Brasil em versão ovo de Páscoa. O projeto é fruto de parceria com a Top Cau, que terceiriza a produção seguindo a receita da Mars, dona da marca M&M’s. Em forma de chaveiro de pelúcia, o personagem Acesse: www.docerevista.com.br capa Vermelho vai como brinde. Outra novidade que a Mars incluiu na cesta de Páscoa 2010 é a edição limitada M&M’s Chocolate Branco. Os confeitos diferenciam-se das coloridas versões regulares ao apresentar tons pastel. No caso de Twix, a família que combina caramelo, biscoito e chocolate ganha dois novos integrantes com Twix Trilogia, caixa sortida que inclui as versões Twix Triple Chocolate, com caramelo sabor chocolate, e Twix Frutas Vermelhas, com biscoito de chocolate e caramelo sabor frutas vermelhas. Gerson Francisco, diretor de negócios de chocolate e food da Mars Brasil, explica que continuam como opção itens que foram sucesso em Páscoas anteriores. Caso de M&M’s Gigante, agora em novas cores (verde e azul), porém mantido na linha de gifts como itens para presente. Também voltam às prateleiras M&M’s Ovinhos de Chocolate e o personagem Vermelho de Páscoa. NESTLÉ Apoiada na perspectiva de sólido crescimento nas vendas de ovos de chocolate, a campanha de Páscoa da Nestlé apresenta diversas opções envolvendo tanto a ampliação da linha mais convencional quanto itens inéditos. Além de investir em suas marcas tradicionais como Classic e Alpino, a empresa lança os miniovos Suflair para a data, uma das marcas mais fortes da categoria. Novidades também podem ser conferidas na ala super premium com a linha Nestlé Gold e ampliação do leque de opções para os públicos infantil e teen. “Após o grande sucesso de 2009, a promoção Páscoa Chocolover chega a sua segunda edição. Os participantes concorrerão a seis viagens para conhecer a mais tradicional fábrica de chocolates da Nestlé, na Suíça, além de ganhar centenas de ovos de chocolate com três quilos”, anuncia Ricardo Bassani, gerente de marketing de chocolates da companhia. Entre os clássicos da marca, a exemplo da linha Classic que passou por atualizações, ele destaca o ovo Classic Chocolate Branco, bem como os miniovos Especialidades recheados, que chegam em nova embalagem com 236 gramas. “Atendendo a 24 Doce Revista fevereiro 2010 pedidos, a Nestlé lança os ovos Galak crocante e Crunch e, pensando nos consumidores que possuem restrições alimentares, a empresa manteve o Nestlé Classic Diet, sem adição de açúcar, e o ovo Sollys, à base de soja”, completa Bassani. NEUGEBAUER Com a musculatura de distribuição fortalecida por sua recente aquisição pela Vonpar Alimentos, que produz e distribui bebidas da Coca-Cola em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a gaúcha Neugebauer abriu nada menos do que 400 vagas temporárias para suprir o incremento de demanda projetado para a Páscoa 2010. Os colaboradores começam a trabalhar gradualmente, conforme a operação vai tomando corpo. “O grupo maior entra em ação apenas 14 dias antes da Páscoa”, conta André Metz, gerente comercial da Neugebauer. Entre as novidades do menu, o dirigente destaca os ovos Napolitano e Stikadinho, com casca de três camadas (meio amargo por fora, recheio de morango e chocolate branco no interior). O mostruário conta ainda com ovos Bib’s, outra marca tradicional do mostruário da empresa. Ainda na praia de chocolate meio amargo, o ovo Bonetto ganha as gôndolas em versão com bombons da mesma chancela. TOP CAU Planejando produzir sete milhões de ovos de chocolate este ano, ou 2% acima do desempenho 2009, a Top Cau anuncia novidades no campo dos licenciamentos de Páscoa. A estratégia da empresa conhecida por terceirizar Acesse: www.docerevista.com.br boa parte de sua produção de ovos de chocolate passa a contemplar as marcas Toy Story, Pica-Pau, M&M’s, Padrinhos Mágicos e Maisto International. “Há sete anos somos escolhidos para a Páscoa da Disney no Brasil. A conquista de novos licenciamentos mostra que alcançamos um patamar internacional de qualidade”, frisa Alais Fonseca, gerente de marketing da Top Cau, acrescentando que este ano foram mantidos licenciamentos de outras Páscoas, como Princesas, Mickey, High School Musical, Minnie, Ursinho Pooh, Pequena Sereia, Senninha e Fofolete. Com 15 opções de personagens e marcas, os ovos licenciados representam 60% da produção da empresa. Em termos de gramatura, a Top Cau aposta na produção de ovos com mais de 150 gramas. “As pessoas preferem os produtos maiores, exatamente para poder presentear e compartilhar com a família ou os amigos”, diz Alais. mática futebolística na Páscoa deste ano. Além de decorar os pontos de venda de verdeamarelo, a Village aproveitou para explorar o esporte bretão em embalagens estampadas com bolas de futebol e personagens infantis dos desenhos Looney Tunes (Turma do Perna Longa) e Scooby Doo. As iniciativas integram a campanha “Torcida Village”. “Este é um ano especial para os brasileiros. Tenho certeza que a aposta no verde-amarelo e na estilização de nossos pontos de venda e embalagens vai ser positiva para as vendas”, insere Reinaldo Bertagnon, executivo do grupo Village. Com forte estratégia de licenciamentos de personagens infantis da Warner Bros. Consumer Products, a Village desfila ainda atuação de destaque na terceirização produtiva de marcas próprias do varejo. Além de itens de Páscoa, o mix de mais de 70 itens inclui panetones, pão de mel, palitos de chocolate e bombons. VILLAGE Pegando carona na Copa do Mundo da África do Sul, a fabricante nascida há 41 anos em São Paulo foi uma das que decidiram explorar a te- Acesse: www.docerevista.com.br Doce Revista fevereiro 2010 25 feiras Passarela da inovação Feira completa 40 anos sinalizando as tendências mundiais de chocolates e candies Fabio Fujii * Bückers-Backhaus chocolate com cebola doce, grãos de pão integral e pralines com Água de Colônia Messori biscoito com aparência de hambúrguer Neuhaus enogastronomia em 16 variações de sabores (*) O editor Fábio Fujii visitou a ISM 2010 a convite da Koelnmesse. 28 Doce Revista fevereiro P or em foco as tendências, indicar os rumos da indústria e movimentar uma roda gigante de negócios compõem a missão que há 40 anos coloca em evidência a mostra alemã ISM – Feira Internacional de Doces e Biscoitos, a maior vitrine global do setor de chocolates e candies, promovida de 31 de janeiro a 3 de fevereiro último na cidade de Colônia. Em meio à queda de 4% nas vendas de alimentos na Alemanha, o mercado de confeitos conseguiu se manter estável em 2009. Sob esse pano de fundo, o país que é o segundo maior produtor e consumidor mundial de guloseimas sediou mais uma montagem da megafeira global com um total de 1.503 expositores vindos de 66 países, o Brasil incluso entre as dez maiores delegações presentes (ver à pág. 32). Eles 2010 ocuparam 110.000 metros quadrados divididos em cinco pavilhões no Centro de Exposições de Colônia (Koelnmesse). Em paralelo ao 40.° aniversário da ISM, outro trunfo a comemorar foi a realização da quarta edição da Pro-Sweets, feira simultânea de máquinas e equipamentos, insumos, embalagens e serviços para a indústria de confectionery. Estabelecendo novo recorde de participação, o evento que avança a cada ano reuniu 325 expositores (contra 280 em 2009) de aproximadamente 30 países – 60% de fora da Alemanha. Entre as grifes de máquinas, marcaram presença nomes como Haas, Carle & Montanari, Klöckner Hänsel, Hosokawa Bepex, AE Nielsen, Cavanna, Bosch, Sollich, Cremer, Caotech, Bühler e Krüger, entre outros. Acesse: www.docerevista.com.br Entre as referências da onda de novidades apresentada na ISM sobressaíram linhas como a da chocolateria alemã Bückers-Backhaus. Ela levou para a mostra excentricidades a exemplo de seus chocolates com cebola doce, com grãos de pão integral ou a linha de pralines com a genuína Água de Colônia 4711. Segundo a empresa, a 4711 Praline traz confeitos recheados com massa de trufa branca com extrato de bergamota, limão, laranja, neroli, lavanda, petitgrain e alecrim. Outro lançamento na onda de confeitos exóticos partiu da belga ChocolateStories. Com a intenção de juntar as qualidades benéficas ao sistema cardiovascular do chocolate e o bem-estar proporcionado por mensagens confeccionadas com letras do produto e uma figura em formato de coração (Heartletter), a empresa desenvolveu uma linha com 26 letras do alfabeto em chocolate fino moldado. “Elas podem ser combinadas com o Heartletter dentro da própria embalagem original, em uma criativa opção que conjuga expressão dos sentimentos e diversão com uma mensagem feita com o mais puro chocolate belga”, enfatiza Jeroen de Rooij, dirigente da chocolateria. A germânica Chr. Storz não deixou por menos e apresentou a linha Chocosophie, que marca pontos sobretudo pela apresentação: um estojo para presente com um mix de 24 barras enfileiradas de chocolate da marca, cujo maior trunfo é a possibilidade de regularmente agregar novas edições. As barras de chocolate, por sua vez, são disponibilizadas em envoltórios transparantes. Na ala de candies, a alemã DOK Hendelsgesellschaft, buscou renovar a oferta de chicles, gomas de mascar e guloseimas com linhas enquadradas na voga da diversão. A empresa lançou na ISM o Funny Gum, em três variações de sabores, que pega carona no conceito de creme dental. O confeito em formato de pasta é apresentado em tubos ou bisnagas com tampa, que podem ser espremidos diretamente na boca. Show de famosos Com 10 lançamentos disparados na ISM, a Henry Lambertz, vip em forneados e biscoitos da Alemanha, fez alarde com a presença de personalidades em seu megaestande. Aproveitou a deixa para promover séries com nomes famosos, caso da linha de mix de tortas doces e biscoitos de gengibre sob a grife Thurn und Taxis, homenagem à princesa e socialite alemã Gloria von Thurn und Taxis. Para realçar as novidades, promoveu o comparecimento da própria princesa Gloria e de estrelas como a atriz Jacqueline Bisset e a cantora Chaka Khan em eu espaço. A Copa do Mundo de futebol – prevista para Acesse: www.docerevista.com.br junho na África do Sul – também agitou a plataforma de lançamentos da ISM. Especializada em pirulitos, a Küfa-Werk introduziu seu Campions Lolly Pack, linha que consta de confeitos no formato de bola de futebol em envoltórios cujas cores representam as seleções mais conhecidas, a maioria da Europa. Ainda no capítulo dos chocolates belgas, a Neuhaus magnetizou sua aparição com a linha Sommelier Collection, “uma explosão de sabores do vinho para amantes do chocolate”, explicita o slogan do produto. A doçaria mergulhou fundo no conceito que mescla as descobertas da enogastronomia com formulações de chocolate à base de cacau de origem e banca uma série na qual 16 sabores emergem quando determinados produtos são combinados. A italiana Messori, que se diferencia pelo cardápio de doces inusitados, não desapontou os fãs e levou para a ISM sua nova linha Conosnack. Trata-se de um cone que imita o formato da tradicional casquinha de sorvete, porém pode e deve ser consumido em temperatura ambiente. “É uma inovação no segmento de sobremesas ou de guloseimas, disponível nos sabores cereja, avelãs e creme de cacau”, descreve Thomas Hunter, representante local da Messori. Outra novidade da empresa é o Chocoburger, que chama atenção pelo formato de um sanduíche tipo hamburger. Mas trata-se de uma guloseima que leva na composição biscoito e cereais, com cobertura e recheio de creme de chocolate, detalha Hunter. Dentro do filão de confeitos diet/light, a alemã Ragolds promoveu o relançamento de sua linha isenta de açúcar Velamints. Segundo Oliver Schindler, representante de vendas da companhia, a tacada acena com novos ingredientes na formulação das pastilhas que prolongam em até seis horas o efeito de melhora no hálito. feiras Nosso status sobe consolida o Brasil como fornecedor de candies de maior valor Comandini, da Danila Foods câmbio e açúcar ainda pesam Frey, da Berbau concorrência de feiras regionais Paparelli, da Sukest produtos no pedestal da ISM Boeira, da Wallerius teste para ampliar o menu Laura e Fabiana, da Itamaraty resposta do Oriente Médio Sara, da Marilan chineses em menor número Rodrigues e Kamimura, da Bauducco vitrine privilegiada Fazan Junior, da Aladim sucesso com lata de pirulitos Solange, da Embaré negócios em meio a movimento fraco Romualdo, da Riclan atenção a clientes internacionais Forti, da Toffano contatos promissores Pezzin, da Peccin diferenciação virou marca registrada E m sua edição 2010, a feira alemã ISM, mais uma vez se manteve em linha com os próprios recordes de audiência e participação. A começar pelo comparecimento do Brasil – de um total de 66 países, cravou a 10ª posição entre as maiores delegações estrangeiras – com 39 empresas. “Nossa indústria que, 32 Doce Revista fevereiro 2010 antes, só competia no cenário internacional pela oferta de itens básicos a preços extremamente baixos, mostra cada vez mais condições de disputar mercados exigentes em qualidade e de melhor rentabilidade, com a apresentação de confeitos de maior valor agregado”, sintetiza Getúlio Ursulino Netto, presidente da AssociaAcesse: www.docerevista.com.br ção Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). “Acompanhamos as seis últimas edições e notamos que o volume de público da ISM cai de ano para ano, mas em 2010 ela foi um pouco mais freqüentada”, observa Derci Comandini, diretor da Danila Foods, trading que opera com diversos fabricantes de confeitos do Brasil e seguiu para a feira com os portfólios da Nucita, Kuky, Alves Alimentos, Alça Foods e Noblan. Com clientela concentrada em mercados como o africano, a Danila sentiu este ano maiores dificuldades para negociar eventuais embarques por conta do câmbio ainda desfavorável e da alta do açúcar, devidamente repassada às tabelas, argumenta Comandini. “Para agravar a situação, a África do Sul, um dos nossos principais clientes, está hoje fabricando candies em volumes cada vez maiores”, informa o trader, acrescentando que, mesmo diante desse quadro, conseguiu abrir negociações com países do Leste europeu e Oriente Médio. Outras quatro empresas – Arco Íris, Brassuco, Casaredo e Dalla Costa – também estrearam na ISM através de representação das tradings Sentare e Maxxi, incorporadas ao Projeto Trade, da Abicab. “Sem essa iniciativa, não teríamos conseguido dar esse pontapé para ingresso no mercado internacional”, comenta Diego Heineck, da Sentare. Gustavo Zaffari Frey, diretor da Berbau atribui a eventual diminuição de frequência e movimentação na feira ao excesso de eventos no calendário do setor. “Na ISM, o movimento vem caindo, com a concorrência de feiras regionais no Leste europeu, Ásia e Oriente Médio”, avalia ele. Na Sukest, o gerente Mauro Paparelli considera que a empresa se saiu melhor do que em 2009, ano impactado pela crise global. A Sukest, acrescenta ele, conseguiu emplacar seus lançamentos no salão de inovações da ISM e isso trouxe resultados imediatos. “Conquistamos clientes em mercados como Japão, EUA, Alemanha e Grã-Bretanha”, grifa Paparelli. No comando da Wallerius, a Vonpar fez sua estreia no evento. “A receptividade foi excelente. A vinda com as linhas da Wallerius, serviu para não iniciarmos os trabalhos da estaca zero”, nota Juan Pablo Boeira, gerente de marketing da companhia A ala de biscoitos, coordenada pela Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), foi representada por oito empresas que, conforme levantamento da entidade, fecharam durante a ISM contratos em torno de US$ 2 milhões. “A previsão é alcançar US$ 12 milhões nas negociações pós-feira”, estima José dos Santos dos Reis, dirigente da Anib. Em sua segunda participação no evento, a Santa Edwiges vem retomando os Acesse: www.docerevista.com.br embarques que eram freqüentes até 2007, relata Gilberto Jorge Millen, veterano da ISM e diretor da Millen International, trading que também representa a Erlan, Doce Rio, Cory e Marin. Na Itamaraty, em torno da metade dos novos contatos feitos na ISM foi costurada há um ano em participações da companhia em feiras do Oriente Médio, como Gulfood e Sweets Middle East. Fornecedora regular para países africanos e asiáticos, a Marilan foi atingida este ano pela fuga dos primeiros para mercados da Índia e Turquia e pela ausência principalmente de compradores chineses. “Os países da África buscam preços baixos e tentam pressionar as negociações com cotações de fornecedores indianos e turcos. Já os asiáticos querem produtos de qualidade, mas desta vez vieram em menor número à ISM”, comenta Sara Elisabete Perineti Pardo, analista de comércio exterior da Marilan. Apesar desse descompasso, a companhia engatilhou contratos com a Síria, Palestina, Colômbia e Venezuela. Freqüentadora assídua de feiras internacionais, a Bauducco é a única empresa do setor que possui vitrine na ISM em área separada das demais representantes do Brasil. “Preferimos ficar mais próximos das indústrias de biscoitos e forneados da Europa e, dessa feiras forma, ter acesso a um público condizente com a imagem internacional da Bauducco”, frisam Célio Conrado Rodrigues e Hideyuki Kamimura, da ala de exportações da companhia. Em sua terceira aparição na ISM, a Aladim sentiu maior receptividade na edição deste ano em comparação à de 2009. “A visitação foi mais produtiva do que a da feira de 2009”, analisa Mario Fazan Junior, diretor comercial da empresa paulista. Para ele, esse público, antes mais focado em balas e doces commodities, agora busca itens de maior valor com preço competitivo. Veterana na ISM, a Embaré reforça o coro das empresas que se veem atingidas com a queda na movimentação de público. “É preciso avaliar se o investimento está sendo compensado pelo número de pessoas que comparecem à feira”, critica Solange Isidoro, gerente de exportações da indústria mineira. Apesar da sensação de que a participação poderia ter sido melhor, a executiva insere que a mostra foi produtiva e a Embaré, senão fechou contratos, ao menos alinhavou negociações para desfecho futuro. “A boa surpresa foi um pacote costurado com uma trading do Reino Unido, que assim vai engrossar o rol de 50 países para os quais embarcamos 40% da nossa produção de caramelos”, sublinha a gerente. Outras participantes frequentes da ISM, como a Riclan, já comparecem à feira sem a pretensão de descobrir um novo filão de mercado jamais alcançado pela empresa anteriormente. “Exportamos para mais de 50 países e vamos todos os anos para a Alemanha para ver e sermos vistos por nossos clientes regulares. É a oportunidade de concentrar em um único lugar, durante quatro dias, encontros que, de outra forma, seriam muito dispendiosos ou até inviáveis”, esclarece Antonio Romualdo da Silva, gerente de exportação da indústria de candies. Ainda assim, emenda ele, a Riclan conseguiu este ano ingressar no Reino Unido, que passa a ser o primeiro mercado da empresa na Europa Ocidental. Marco Antonio Forti, diretor da Toffano, embora sem a mesma janela da Riclan nas exportações fecha com Romualdo quanto às finalidades da ISM. Ele acrescenta que, apesar de deixar o evento sem nenhum pedido em carteira, teve encontros importantes com clientes, sendo que quatro ou cinco deles devem gerar contratos no futuro. “Sinceramente, a nossa participação foi melhor do que esperávamos”, sublinha Forti. Entre as empresas que realmente levaram produtos inovadores para a ISM, a Docile sobressaiu com a linha de chicles Explode Coração, confeito de quatro gramas, bicolor e listrado e em formato de coração com recheio líquido em cinco sabores duplos. “Havia horas que pessoas chegaram a se amontoar em frente à vitrine para ver o nosso produto”, comenta Alexandre Heineck, diretor da indústria gaúcha, acrescentando que cada uma das cores do chicle tem um sabor de fruta. “Quando elas se juntam, formam um terceiro sabor. É realmente uma novidade”, frisa ele, completando que, em termos de resultado, a ISM 2010 foi a melhor participação da Docile, com o dobro de negócios fechados no ano passado. Na Peccin, outra veterana na ISM, o diretor Dirceu Pezzin registra a abertura de cinco novos mercados na Ásia e Europa, confirmando a procura de produtos mais elaborados. A demanda maior hoje, frisa o executivo, é por itens diferenciados, os quais a Peccin foi pioneira no front das exportações. “Sempre buscamos ofertar confeitos com algo mais, seja no recheio, na casca ou apresentação, o que se tornou uma marca agora reconhecida nos mercados mais exigentes”, nota Pezzin. Depois de vender sua participação na indústria de chocolates Neugebauer, a Florestal Alimentos passou a concentrar o foco na ala de candies. E a ISM foi o primeiro evento no qual a direção do grupo, além de formalizar esse posicionamento à clientela internacional, enfatizou as marcas Florestal e Boavistense. Doce Revista fevereiro 2010 Acesse: www.docerevista.com.br tENDÊNCIAS Gomas de mascar cuidados bucais encorpam tendência para expandir o consumo Armados até os dentes Ingredientes que promovem profilaxia bucal abrem nova frente na disputa em gomas de mascar F im de janeiro. Últimos dias da longa negociação que envolveu a aquisição da Cadbury pela americana Kraft Foods. Enquanto vencia o prazo determinado pelo órgão britânico regulador de aquisições e fusões para que a oferta de compra fosse aceita ou não, a cúpula da filial brasileira da Cadbury dividia-se entre o negócio, que acabou resultando na maior empresa de confectionery do mundo - superando a Mars/Wrigley - em um dos mais ruidosos lançamentos do mercado de gomas de mascar funcionais dos últimos anos. Trata-se de uma versão da linha Trident (Total) que marca a Trident Total pré-lançamento em congresso de odontologia 38 Doce Revista fevereiro 2010 chegada de uma geração de confeitos funcionais ao mercado brasileiro. Ao apostar na improvável combinação entre goma de mascar e leite, o novo Trident promete dentes mais saudáveis graças a um tipo de proteína láctea presente com exclusividade em sua formulação. Disponível aos consumidores desde março nas versões menta, hortelã e abacaxi tropical, com distribuição em todos os canais de atuação da Cadbury, especialmente lojas de conveniência, Trident Total recebeu investimento de R$ 5 milhões para seu lançamento. O aporte, ressalte-se, não foi direcionado apenas a ações Acesse: www.docerevista.com.br de comunicação com consumidores. Confiante nos estudos científicos sugerindo a eficácia do produto na profilaxia bucal, a Cadbury também mirou a divulgação em profissionais de saúde. O pré-lançamento, por exemplo, se deu no 28.º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, realizado no final de janeiro. Na ocasião foram apresentadas pesquisas indicando que a proteína do leite presente na nova goma da Cadbury ajuda a neutralizar os ácidos que causam fermentação na boca. Isso seria positivo à medida que a fermentação é reconhecida por promover a perda de minerais no esmalte dentário, deixando os dentes mais suscetíveis a cáries. “Apesar de parecer uma estrutura compacta e inativa, os dentes são compostos por veias e artérias, além de fibras nervosas, e estão sujeitos a uma perda mineral constante, provocada pela presença de ácidos na boca. Quando essa perda de minerais não é compensada adequadamente, o dente fica sujeito a cáries”, esclareceu no evento de pré-lançamento o professor Eric C. Reynolds, da Escola de Odontologia de Melborne, na Austrália. A partir de pesquisas desenvolvidas na universidade australiana, o cientista isolou a proteína do leite que ajuda a repor os minerais que os dentes perdem diariamente. Essa proteína, ele alega, oferece um reservatório de cálcio e fosfato específico para os dentes. Assim, o prosaico hábito de mascar Trident Total seria capaz de promover a remineralização do esmalte dentário, tornando os dentes mais fortes e resistentes a cáries. A proteína em questão foi batizada comercialmente como Recaldent e é um ingrediente exclusivo de Trident Total. experimento húngaro Ao apostar nesse tipo de diferencial, a Cadbury quer conquistar sobretudo consumidores na casa dos 30 anos, exatamente a faixa etária que menos compra gomas de mascar no Brasil. Segundo especialistas, o consumo no país é concentrado nas crianças e nos jovens. Quando o consumidor brasileiro se torna adulto, ele muitas vezes para de mascar chicletes, o que não aconteceria em outros países. O aspecto funcional, portanto, é visto pelos executivos da Cadbury como um ás na manga para fidelizar essa faixa de público. Talvez por isso, as expectativas comerciais em torno da novidade sejam otimistas, especialmente quando se considera que boa parte do consumo de gomas de mascar é de experimentação, isto é, muitas vezes o consumidor só compra a goma para descobrir que gosto tem. Tal condição ajuda a entender a média de Acesse: www.docerevista.com.br 20 lançamentos anuais ostentada pela Cadbury, número, aliás, que não deve ser alterado com a sua aquisição pelo grupo Kraft Foods. Além dos estudos envolvendo a proteína láctea Recaldent presente no novo Trident Total, a Cadbury divulgou trabalhos acadêmicos favoráveis ao consumo de gomas mascar isentas de açúcar em geral. Um deles foi feito pela Universidade de Budapeste, na Hungria. Os pesquisadores acompanharam 583 pessoas durante dois anos e concluíram que mascar goma sem açúcar por 20 minutos, três vezes ao dia e após as refeições, diminui em 38,7% a ocorrência de cárie. A explicação: a goma estimula as glândulas salivares; a saliva, por sua vez, ajuda a diluir e lavar os resíduos de alimentos, neutralizando os ácidos da boca e promovendo a remineralização dos dentes. Reynolds, da Universidade de Melbourne pesquisas com Recaldent. canal de venda Muito além do pãozinho Com 11 lojas no ABC Paulista, rede Padaria Brasileira aposta em fábrica própria de doces e confeitos P ouca intimidade com as panelas; avalanche de compromissos cotidianos; indesatável nó do trânsito. Não importam os motivos, nas grandes cidades brasileiras cada vez menos gente faz refeições em casa. Nem todos se dão conta, mas o fenômeno da alimentação fora do lar é potencialmente benéfico ao mercado doceiro. Afinal, quando bem expostos, confeitos e guloseimas quase sempre pegam carona no tíquete de compras das refeições, transformando os estabelecimentos que as comercializam em balcões por excelência da indústria de confectionery. Por outro lado, o hábito de comer fora de casa alavanca a produção de doces no filão de confeitaria e panificação, que registra demandas crescentes de recheios, coberturas e outros ingredientes destinados ao 40 Doce Revista fevereiro 2010 setor de food service. Uma amostra da força desses nichos complementares pode ser observada na operação da rede Padaria Brasileira, que vem se destacando na cena da Grande São Paulo pela oferta de comida por quilo e refeições rápidas. Com sete unidades franqueadas carregando a bandeira Express e quatro lojas próprias, todas operando no ABC Paulista, a Padaria Brasileira atua desde 1953 e conta com 450 colaboradores, que atendem mensalmente mais de 200.000 clientes. Números assim alicerçam a empresa entre uma das cinco maiores redes de panificação do país, relevância mais do que confirmada nos balcões doceiros. Para ficar em apenas dois exemplos, a produção mensal chega a bater a marca de 300.000 sonhos e 9 toneladas de bolo. “É claro que encomendas e compras no balcão Acesse: www.docerevista.com.br são bastante representativas em nossa operação de confeitaria. Mas boa parte dos doces que produzimos é consumida como sobremesa pelos clientes que fazem suas refeições em nossa rede”, explica Antonio Henrique Afonso Júnior, sócio da Padaria Brasileira e representante da terceira geração de fundadores. Na parte de confeitaria, toda a produção é centralizada na fábrica anexa à loja matriz localizada em Santo André (SP). A unidade, por sinal, está passando por uma ampliação. A reforma deve acabar em abril, quando 160 metros quadrados serão acrescentados à área de atendimento. Assim, a matriz da Padaria Brasileira passará a totalizar 440 metros quadrados, com capacidade de 120 lugares para lanches e refeições. “A ampliação do espaço permitirá servir refeição do tipo self service no almoço, pizza no final da tarde e noite e sorvete de massa de fabricação própria para consumo no local”, conta Júnior, que prevê aumento de 20% no movimento diário da unidade matriz e incremento de 7% no faturamento bruto da rede.Dados os grandes volumes produzidos na fábrica de Santo André, o relacionamento da empresa com fornecedores de ingredientes e empresas do setor de food service é profícuo. A Puratos, por exemplo, responde pela massa pronta da linha de brownies. Mas, quando os volumes justificam, a Padaria Brasileira opta por verticalizar a produção. Com 20 checkouts em toda a rede, a empresa também está atenta ao giro por impulso de candies e confeitos. Na ponta do lápis, entre 35% e 40% do valor do tíquete de compra das refeições referem-se a produtos complementares, dentre eles os doces e guloseimas expostos principalmente nas bocas de caixa. “Mesmo quando não são representativos em termos de faturamento, os candies são importantes na composição do mix de produtos”, avalia Júnior, informando que, dos cerca de 1.400 produtos que compõem o menu da rede, por volta de 800 são de fabricação própria. A guinada rumo às refeições remonta a 1977, quando a empresa abandonou a venda de bebidas alcoólicas e passou a atuar com produtos de rotisserie, como saladas, carnes e massas. As sete unidades franqueadas com a bandeira Express também investem no filão de alimentação fora do lar. Recentemente reestilizadas, as lojas ganharam nova identidade visual e mais espaço para refeições. Afonso Junior 300.000 sonhos e nove toneladas de bolos vendidos por mês 42 Doce Revista fevereiro 2010 Acesse: www.docerevista.com.br Acesse: www.docerevista.com.br Doce Revista fevereiro 2010 43 no pódio Diversificação com foco Referência em refrescos em pó, Brassuco chega aos 25 anos com ampla linha de alimentos J á foi dito que a melhora de renda dos brasileiros pode paradoxalmente abalar as vendas de refrescos em pó. Segundo essa teoria, assim que o poder aquisitivo avança, imediatamente os consumidores de refrescos em pó migram para bebidas de maior valor agregado, como demonstra a excelente fase dos sucos prontos para beber. À sua maneira, a trajetória no azul da Brassuco, uma das maiores fabricantes de refrescos em pó do país, contradiz essa tese. À frente de referências nacionais da categoria, como as marcas Brassuk e Ship, a empresa de Itu (SP) alcança 25 anos investindo em produtos mais sofisticados e tirando do papel planos de aumento da capacidade produtiva. Em busca de representantes para aumentar a capilaridade da distribuição no Sul, Nordeste e Centro-Oeste, a empresa comemora ainda os resultados da estratégia de diversificação de sua operação, hoje voltada a ampla variedade de alimentos em pó, incluindo achocolatados, misturas para bolo e sobremesa, caldos, molhos e amaciante de carne. As linhas da Brassuco são, em geral, comercializadas em três frentes. Em primeiro lugar vem o varejo, atendido por atacadistas e distribuidores. Depois ganha relevo o canal institucional, cuja operação se dá basicamente a partir do fornecimento de frasqueiras para preparo de refrescos em pó em cozinhas industriais. Por fim, vêm as marcas próprias, com destaque para fornecimento de gelatinas e refrescos para a bandeira Dia%, do Carrefour. Nesses três canais, os refrescos concentram a maior parte Brassuco vocação para o food service e máquina Post Mix 44 Doce Revista fevereiro 2010 Acesse: www.docerevista.com.br do faturamento e capitaneiam os principais investimentos previstos para 2010, dentre eles a convenção que vai reunir a força nacional de vendas, estimada em 150 distribuidores e representantes, em julho próximo. Em outra ação, Lauro Müller, presidente da Brassuco, abre planos de dar prosseguimento à estratégia que privilegia refrescos de alto rendimento. Segundo ele, novos produtos da Brassuco chegam a render na proporção de uma parte de pó para 25 partes de refresco pronto para beber, contra a proporção padrão de uma parte de pó para dez partes de refresco das fórmulas tradicionais. Em outra frente, a empresa está otimista com sua recém-lançada linha de máquinas para escoamento de refrescos em cozinhas industriais e outros canais institucionais. Carregando a marca Post Mix, os equipamentos são fornecidos em regime de comodato e têm bloqueador de abastecimento, painel frontal iluminado, display digital de temperatura e bags com capacidade para quase 300 doses de 200 mililitros de suco. Ainda que nos últimos anos a operação no varejo tenha passado a representar 70% das vendas totais da Brassuco, não é difícil entender por que o mercado institucional continua recebendo tanta atenção. Foi instalando máquinas para preparo de refrescos em pó, as chamadas refresqueiras, em cozinhas industriais que o presidente da Brassuco debutou na indústria de bebidas, ao lado do irmão Guilherme. Os dois são egressos do setor de freezers, bebedouros e, não por acaso, refresqueiras. Negócios diversificados “Já naquela época achávamos que o mercado de alimentos era uma excelente forma de diversificar os negócios”, conta Lauro, acrescentando que, no início, os sócios procuraram uma fábrica de suco de frutas que concedesse exclusivida- Müller investimentos em linhas sofisticadas e mais representantes comerciais Acesse: www.docerevista.com.br de na distribuição para o interior de São Paulo. Nos dois primeiros anos a dupla praticamente só lucrava com as refresqueiras. Somente em 1987 vieram as linhas de fabricação própria de refrescos em pó. Os resultados rapidamente apareceram. Em 1991 a Brassuco já adquiria a área com prédio industrial pronto, onde hoje fica sua sede social. Durante 11 anos a empresa se dedicou exclusivamente ao mercado institucional, atendendo cozinhas industriais. A ampliação do foco viria em 1998, com a expansão da área comercial e o lançamento da marca Brassuk, criada para brigar no varejo de refrescos em pó. “Esse momento foi muito importante. Ali começamos a pensar seriamente em fabricar e distribuir uma nova gama de produtos alimentícios”, comenta Lauro. Entre os primeiros mercados explorados, o de acholotados em pó é hoje disputado com a marca Virtual. Outra categoria em ascensão é a de gelatinas, na qual a empresa atua com a marca Gelky. Ao lado de pós para preparo de flans e pudins, a Brassuco vem apostando em misturas para bolo e barras de cereal, este último filão atendido pela marca Pulse. No ramo de refrescos, a linha Ship se destaca por ser semiadoçada e oferecer rendimento de dois litros de refresco para 25 gramas de pó, ao passo que a nova Brassuk Light, isento de açúcar, é voltada a consumidores adeptos do mantra “saúde e bem-estar”. Na estratégia com marcas próprias, a empresa coloca sua fábrica de 200 funcionários à disposição para serviços de terceirização. “Nossa planta é dotada de misturadores e envasadoras em perfeitas condições sanitárias, garantindo que o produto de nossos clientes tenha a mesma qualidade dos nossos”, ressalta Lauro Müller, explicando que a Brassuco está apta a oferecer qualquer produto em pó em embalagens variando de 10 gramas a um quilo, em vários tipos de estrutura. Na área de líquidos, conclui o dirigente, a Brassuco conta com tanques de agitação e envasadoras que trabalham nos processos que não exigem pasteurização, permitindo o envase de um a três litros em bags de polietileno. Refrescos em pó produção em Itu desde 1987 Doce Revista fevereiro 2010 45 agenda a b r i l Hora do treino A Food Design, consultoria especializada em soluções integradas de gestão de qualidade para os setores de alimentos e bebidas, dá prosseguimento ao seu ciclo especial de treinamentos para 2010 e, dentro da programação para normas internacionais, promove nos dias 5 e 6 a apresentação da ISO 22000 – Entendimento da Norma. Nos dias 26 e 27, ministra a BRC Global Standard for Packaging and Packaging Materials – Conhecendo a Norma, e fecha o ciclo mensal nos dias 28 e 29 com o treinamento Rotulagem de Alimentos – Teoria e Prática. Local: Food Design – Av. Angélica, 2466, cj.162 - Higienópolis - São Paulo (SP). Informações: Tels. 11-3218 1919/ 3120 6965; e-mail: [email protected]; ou pelo site www.foodesign.com.br Pacote mineiro No rastro do sucesso alcançado na Embala Nordeste 2009, a promotora de feiras regionais Greenfield Business Promotion realiza de 6 a 9 em Belo Horizonte (MG) a Minas Plast 2010 – Feira Internacional da Indústria de Plástico em Minas Gerais. Além do apoio dos sindicatos e associações dos setores de plásticos, máquinas e embalagens, a Minas Plast contará com colaboração da Editora Definição, que publica Doce Revista e Plásticos em Revista, na organização da programação paralela. Sob o tema Embalagens Alimentícias – Os Diferenciais do Plástico, serão realizadas nos dias 7 e 8 palestras com renomados especialistas do setor. “Premiamos importantes iniciativas que geram talentos, reconhecendo as melhores práticas de gestão de incentivo a atitudes inovadoras. Por essas ações, o Programa Embala aproxima mercados e gera uma sólida construção de relacionamentos que colaboram, permanentemente, na certificação de nossas feiras e salões como eficientes ferramentas de promoção de negócios. A expansão da diversificada indústria mineira, usuária de embalagens, processos industriais e serviços fazem da Embala Minas uma feira de alto desempenho e geradora de negócios para seus expositores”, assinala Luiz Fernando Pereira, diretor comercial da Greenfield. Local: Expominas BH – Centro de Convenções e Feiras. Avenida Amazonas, 6.030 - Bairro Gameleira - Belo Horizonte (MG). Informações: Greenfield Business Promotion. Tel: 11-3567 1890; Fax: 11-5184 1515; ou pelo site http://www.greenfield-brm.com/embalaminas2010/ 46 Doce Revista fevereiro 2010 Festa no interior Em parceria com a Prefeitura Municipal de Marília, Associação das Indústrias de Alimentos de Marília (Adima) e Ciesp – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, a Safra Eventos promove de 13 a 15, no Distrito Industrial, a primeira edição da Feiraliment – Feira da Indústria Alimentícia de Marília e Região. Para Flávio Nasser, diretor da Safra, a realização de evento desse porte em Marília, considerada a Capital Nacional do Alimento, vem ao encontro das necessidades das indústrias locais. “É uma honra poder participar desse pontapé. É de conhecimento de todos que Marília e região têm essa grandiosidade econômica devido ao desenvolvimento do setor alimentício e, por isso, uniremos forças para que ele se desenvolva ainda mais”, frisa o executivo. Local: Farol Eventos - Av. Carlos Tosin, 1256 - Distrito Industrial – Marília (SP). Informações: Safra Eventos - Wlad Coutinho - Cel (18) 9764-9562; e-mail: [email protected]. br; Vinicius Ramos - Cell (18)9764.9604; E-mail: [email protected] . Reciclagem de conhecimentos Para difundir conhecimentos técnicos e científicos e contribuir para o aperfeiçoamento da indústria nacional, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-APTA) realiza, anualmente, treinamentos destinados à capacitação de profissionais que atuam nas áreas de alimentos e embalagens, além de complementar a formação de estudantes. Nos dias 15 e 16, o Cereal Chocotec – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Ital, unidade especializada no setor de confeitos, dá sequência ao calendário de 2010 com o Curso de Tecnologia de Fabricação de Confeitos Drageados Salgados. A programação prossegue no dia 20, com o Workshop Industrialização de Polpas e Sucos Orgânicos, a cargo do Fruthotec – Centro de Tecnologia de Frutas e Hortaliças do Ital. Local: Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) - Campinas/SP. Informações: Ital/ Setor de Eventos. Fones: (0**19) 3743-1758/ 3743-1759; Fax: (0**19) 3743-1761. Email: [email protected] /[email protected]. br/[email protected] Acesse: www.docerevista.com.br top do mês MAIS AÇÚCAR EM SUAS VENDAS ANUNCIE EM DOCE REVISTA (11) 3666-8301 [email protected] giro QUEM: KRAFT FOODS PRODUTO: CHOCOLATES GANCHO: LINHA DELICE Número um em chocolates no Brasil com a marca Lacta, a Kraft Foods reforça seu arsenal no segmento com a linha Delice de tabletes recheados, que combinam a cremosidade do chocolate tipo mousse com uma textura de massa mais aerada. “O aumento do poder aquisitivo permitiu que as pessoas passassem a desejar produtos inovadores e mais elaborados. Com esse lançamento, pretendemos reforçar a liderança da Lacta e ampliar ainda mais sua participação de mercado”, resume Luciana Pires, gerente de marketing de chocolates da companhia. Os tabletes de Lacta Delice, detalha ela, são formados por grandes gotas, com recheio cremoso e macio, nos sabores de chocolate, avelã ou caramelo. Apresentam embalagem em formato caixinha, com um sistema de abertura estilo envelope, em apresentações de 150 gramas (preço sugerido de R$ 4,99) e 60 gramas (preço sugerido de R$ 2,60). Para apoiar a novidade, serão realizadas ações de degustação, assim como um forte plano de mídia e ações na Internet, repassa Luciana. QUEM: DORI PRODUTO: FRUTSY GANCHO: PIRULITO MASTIGÁVEL Com presença nos mercados nacional e internacional de candies, a Dori Alimentos não para de inovar e introduz com exclusividade duas novidades na marca de balas Frutsy. São pirulitos mastigáveis, nos sabores framboesa e chocolate, destinados ao público infantil e que incorporam personagens divertidos e coloridos na ilustração das embalagens. As novidades oferecem preço atrativo e apresentação diferenciada, permitindo a comercialização em todos os canais (atacado, varejo e distribuidores). “Apostamos na boa aceitação desse produto no Brasil e em países da América do Sul, América Central e África”, argumenta Jean Carlos Paiva, 48 Doce Revista fevereiro 2010 gerente de marketing da Dori, acrescentando que, na cena atual, Frutsy é a única marca nacional que atua no segmento de pirulitos mastigáveis. Com o reposicionamento da bala Frutsy, a Dori identificou uma oportunidade para a segmentação da linha. “Os pirulitos mastigáveis vêm se juntar à versão stick, lançada em agosto, nos sabores morango, chocolate e manga, além da bala Yogurte 100, que já faz parte do portfólio da empresa”, completa Paiva. Disponível no trade da categoria desde o início do ano, os pirulitos Frutsy enfeitam as prateleiras com preço sugerido de R$ 0,25 a R$ 0,30 a unidade. paladares, os sabores disponíveis são abacaxi, limão, menta, morango e uva. A versão sortida forma com morango, uva, limão e abacaxi. Já no segmento “quente”, Supra Sumo conta com os sabores cappuccino e leite em versões com 150 gramas e sortida com 700 gramas. Todas as balas da marca, presente no mercado há mais de 40 anos, são embaladas individualmente. Ações de apoio ao relançamento estão programadas para todo o Brasil, seja através de campanhas de mídia impressa, materiais de ponto de venda e ações de degustação e distribuição de amostras (sampling). QUEM: YOKI PRODUTO: YOKITOS GANCHO: BÔNUS PACK QUEM: HYPERMARCAS PRODUTO: SUPRA SUMO GANCHO: NOVO VISUAL Os fãs de Supra Sumo, uma das mais tradicionais linhas de balas refrescantes do país, podem conferir desde fevereiro as grandes diferenças nos produtos hoje sob o guarda chuva da Hypermarcas. Todos os sabores apresentam novos layouts e contam com cores mais vibrantes, traços modernos e embalagens maiores, agora com 150 gramas (contra a anterior, com 61 gramas). Pensando nos atacados, canal por excelência do setor de balas, a Hypermarcas também disponibiliza Supra Sumo em versão sortida de 700 gramas que, garantem os novos detentores da marca, além de tudo vem com mais unidades na embalagem. Isso, alerta a fabricante, significa mais economia e rendimento para o consumidor. E mais: as balas de frutas agora incorporam base de mentol, que confere muito maior refrescância aos confeitos. Para agradar aos diferentes A Yoki Alimentos acaba de despejar no mercado o novo bônus pack da linha de salgadinhos Yokitos versão Batatas Onduladas. Para agradar os consumidores da marca, em especial fãs das batatas chips nos sabores Natural com Sal e Cebola e Salsa, a empresa coloca nas gôndolas dos supermercados de todo o país embalagens com 15% a mais do produto. “A nossa linha de batatas é ideal para ser consumida a qualquer hora do dia, com a família ou entre amigos. E, para agradar ainda mais ao consumidor, criamos essa promoção, que oferece mais produto pelo mesmo preço. Assim, temos certeza de fidelizar nossos clientes oferecendo ainda mais salgadinhos para seus momentos de lazer”, sintetiza Gabriel J. Cherubini, vice-presidente da Yoki. Disponível no trade desde fevereiro, o bônus pack de Yokitos pode ser conferido ao preço sugerido de R$ 1,41 a embalagem com 57,5 gramas. Acesse: www.docerevista.com.br giro QUEM: PROCTER & GAMBLE PRODUTO: PRINGLES GANCHO: PROMOÇÃO COM AUTO ADESIVO Para informar o consumidor sobre uma promoção da marca Pringles, a Procter & Gamble apostou numa solução auto adesiva presa ao produto, sem interferir no design das famosas latinhas de batatas chips. Conhecidas como flags, as etiquetas funcionam como ferramenta de divulgação para campanhas promocionais em pontos de venda. “A versatilidade dessa solução faz com que o produto ganhe área visual adicional nas gôndolas, se diferenciando dos concorrentes”, comenta Osvaldo Belintani, superintendente técnico da Novelprint, empresa que fornece a solução. Além disso, acrescenta o especialista, a flag pode ser multi páginas, permitindo a inserção de dados adicionais sobre o produto ou qualquer informação que o fabricante desejar. As etiquetas são confeccionadas em material plástico ou papel, em diversos formatos, tecnologias e efeitos de impressão, como hotstamping ou holografia. A Novelprint fornece a solução completa, que envolve as etiquetas e também o sistema de aplicação automático adequado à linha de produção. QUEM: TAMBAÚ ALIMENTOS PRODUTOS: DOCES EM MASSA GANCHO: NOVAS EMBALAGENS As embalagens conhecidas como poly dos doces de massa da Tambaú Alimentos estão com novo layout, assinado pela agência de design Packing. As mudanças foram aplicadas nas goiabadas da marca, nas variantes tradicional e cascão e nas misturadas com coco, castanha e na bananada, banaiaba e cajuada, nas versões de 300 e 600 gramas. Os doces em massa da Tambaú são processados diretamente da fruta, conservando as características naturais e vitaminas, sendo fonte de fibras e isentas de colesterol e gordura trans. Já a linha de condimentos da Tambaú ganha mais uma novidade: o leite de coco em garrafas de vidro 200 e 500 mililitros, com valor calórico reduzido. O uso do coco fresco garante a qualidade e a certeza de que a empresa utiliza a melhor matéria-prima. Para divulgar o lançamento, a agência MV2 desenvolveu campanha com o slogan “O sobrenome que faltava para o leite de Coco”, que inclui veiculação em jornais, revistas e panfletos. QUEM: LIOTÉCNICA PRODUTO: GELATINA QUALIMAX GANCHO: NOVOS SABORES Quando o assunto é conquistar a atenção e o paladar das crianças, nada melhor que transformar a hora das refeições num momento divertido, observando, é claro, a qualidade do cardápio. Isso explica o sucesso da linha Qualimax Kids, da Liotécnica. Agora a galerinha conta com mais opções para uma sobremesa ou lanche saudável e também divertido, pois os novos sabores tangerina, frutas vermelhas e tutti-frutti da marca passam a incorporar os personagens da Turma do Pernalonga (Looney Tunes). Saborosas e nutritivas, as gelatinas vêm em caixinhas decoradas com personagens dos desenhos animados da grife Looney Tunes e trazem joguinhos criativos, como Jogo da Memória, das Sombras e dos 7 Erros. Seguindo o padrão Qualimax Kids, cada um dos novos sabores é estampado por diferentes personagens. O Papa-Léguas, por exemplo, aparece na embalagem da gelatina de tangerina, enquanto o Coyote está no sabor de frutas vermelhas. Já o Patolino, o Taz, o Pernalonga, o Piu-Piu e o Coyote animam a caixinha de Tuttifrutti. Ao lado destas três novidades, outros seis deliciosos sabores integram a linha Qualimax Kids, também diferenciados com a presença de personagens da turma: Morango, com o Pernalonga; Cereja (Lola), Framboesa (Taz), Uva (Piu-Piu), Abacaxi (Patolino) e Limão (Frajola). ficha completa Campanha em Brasília Atuando no Distrito Federal, Fort Atacadist prevê Páscoa 15% mais gorda J oão Pereira é diretor de marketing do Fort Atacadista, uma das maiores operações de cash & carry do Distrito Federal e do Centro-Oeste. Desse posto de observação privilegiado, ele fala nesta entrevista sobre temas centrais para o mercado de atacado e distribuição, a começar pela manutenção das boas expectativas de crescimento envolvendo o modelo de atacarejos, do qual a empresa é adepta convicta. Pegando outro gancho do momento, Pereira reporta a seguir previsão de crescimento na casa de dois dígitos para a Páscoa 2010. Em termos mais institucionais, o diretor do Fort Atacadista reivindica aprofundamento das ações de divulgação e promoção de vendas por parte da indústria de confectionery. DR – Quais as expectativas para a Páscoa 2010? Pereira – No ano passado, com crise e tudo, crescemos 18%. Agora, com o clima de otimismo, é natural projetarmos crescimento superior. Mas, para ser comedido, diria que as vendas devem evoluir 15%. Trata-se do mesmo índice esperado pelos representantes de fabricantes de ovos e outros produtos de chocolate com quem tenho conversado. DR – Quando o Fort Atacadista iniciou a campanha deste ano? Pereira – Como a Páscoa este ano cai em 4 de abril, em fevereiro os pontos de venda já estavam abastecidos, apesar do forte calor, o que exigiu cuidado e atenção redobrados. DR – Qual estratégia destacaria para a atual temporada? Pereira – Estamos apostando numa grande ambientação das lojas, lançando mão de materiais de promoção de ponto de vendas das indústrias e da própria rede. Destaco também as tradicionais parreiras, que estão lotadas de ovos de chocolate, tradicionais e lançamentos. A cada ano cresce o número de novidades e essa dinâmica ajuda a promover um volume maior de venda. DR – Que ações o Fort Atacadista tem tomado para aumentar o giro de doces e confeitos? 50 Doce Revista Janeiro 2010 Pereira – Fazemos promoções em parceira com fornecedores. Sempre temos em nossos materiais de publicidade itens de bonbonnière. Para a Páscoa 2010 preparamos uma grande exposição de chocolate nas lojas. DR – Como avaliam as perspectivas do mercado de atacarejos para os próximos anos? Pereira – O ritmo de crescimento desse modelo ainda é muito grande. Nossa rede tem projeto para seis novas lojas em 2010, nos estados de Santa Catarina, Distrito Federal e Mato Grosso. DR – Qual a participação média das seções de mercearia doce no faturamento da empresa? Pereira – A participação vem crescendo ano a ano, numa demonstração de que o aumento de renda dos últimos anos favorece as vendas de balas, pirulitos, chocolates, gomas e confeitos em geral. Apesar desse bom momento, temos muito trabalho e parcerias para desenvolver com as indústrias. É preciso trabalhar melhor a escolha certa do mix, soluções de exposição e materiais de PDV. DR – A empresa exige cadastro ou cnpj de seus clientes? Pereira – Somente no atacado generalista. Nas lojas de cash and carry não. DR– Qual a participação aproximada dos consumidores finais no faturamento? Pereira – Vem crescendo, já girando em torno de 60%. DR – Nas gôndolas de bonbonnière, quais os itens mais vendidos? Pereira – Chocolates e balas estão entre os mais representativos. DR – Qual a expectativa de crescimento das vendas de candies este ano? Pereira – Com o aumento de renda da população, muitas categorias têm crescido. Isso inclui o setor de bonbonnière. Embora não vivamos uma expectativa de crescimento de dois dígitos, como recentemente, uma expansão entre 5% e 8%, que absolutamente não é pouco, me parece aceitável. Mas como falei há pouco, temos muito a fazer nas lojas de cash and carry para que o pequeno comerciante as reconheça como canal ideal para seu reabastecimento. Estamos com muitas frentes de trabalho para desenvolver esta iniciativa. DR – O chocolate é um dos itens da indústria doceira cujas vendas mais cresceram nos últimos anos. No Fort Atacadista o giro evolui de maneira acentuada? Pereira – Sem dúvidas o mercado de chocolates vive um ciclo de crescimento virtuoso. Por conta disso, nossas vendas aumentaram na última Páscoa algo em torno de 18%. Meses como agosto e dezembro também puxam fortemente as vendas de chocolate aqui no Distrito Federal. Acesse: www.docerevista.com.br