QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Bárbara Gregório Gouveia – UFPB, E-mail: [email protected], Adriele Vieira de Lima Pinto – UFPB, E-mail: [email protected] Com o passar dos anos, diversos grupos sociais adotaram no passado, e adotam ainda hoje posturas diferenciadas diante do processo de envelhecimento (Normanha Filho, 2005). E, apesar do envelhecimento já fazer parte das discussões referentes às políticas públicas (sociais), principalmente no que tange a promoção da saúde pública mundial, suas representações, sentidos e significados parecem estar ainda relacionados a fortes estereótipos, bem como a danos físicos, às fragilidades psicológicas e a improdutividade (Koch Filho, et. al., 2010; Araújo & Carvalho, 2004; Néri, 2002) Em meio a essa realidade, observa-se empiricamente e através de estudos científicos um crescente aumento da população mundial que vem envelhecendo, com perspectivas de superar o contingente da população jovem (Santos, 2008). O quadro brasileiro do envelhecimento configura-se, também, com o aumento da expectativa de vida, contudo não houve uma preparação adequada de programas de saúde para idosos no geral e de instituições especializadas no cuidado dos mesmos, mostrando o despreparo para lidar com a situação do alongamento da esperança de vida. É importante enfatizar que estes possuem suas particularidades, e a partir do momento que se veem necessitados de fazerem alguma mudança no seu dia-a-dia, sentem-se desmotivados e sem disposição para essas mudanças. Outros fatores também podem contribuir para uma maior ansiedade ou até situações de estresse, como a aposentadoria, a morte de entes queridos, mudanças de papéis sociais, entre outros. (Luft, 2007) Portanto o presente projeto então focou-se em entrevistar 25 idosos moradores de uma instituição de longa permanência O objetivo é verificar quais a qualidade de vida de tais idosos, utilizando uma entrevista semi-estruturada, assim como a escala Easycare como intuito caracterizar o bem estar da população idosa, para que seja possível compreender o papel dos psicólogos e demais profissionais de saúde para a formação de ações destinadas aos idosos, como a preocupação em proporcionar uma maior capacidade funcional e independência física e mental no meio social e familiar. MÉTODO A amostra não probabilística será composta por 25 idosos asilados, compreendidos entre homens e mulheres. Participarão aqueles que concordaram voluntariamente em colaborar com o trabalho. Primeiramente, os participantes da presente pesquisa foram apresentados ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Neste, consta os objetivos da pesquisa e as informações sobre os pesquisadores. Para referida pesquisa será utilizada a Easycare, que segundo Sousa, Galante e Figueiredo (2003), foi desenvolvida através do projecto EPIC (European Protype for Integrated Care), Será utilizada a Escala Geriátrica de Depressão que possui 4 itens e se trata de um instrumento válido para rastrear depressão em idosos em nível primário de saúde. A Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depression Scale-GDS), elaborada por Yesavage. Foi usada o Teste de Diminuição cognitiva que possui 6 itens onde é considerada a normalidade ou diminuição cognitiva ligeira e diminuição moderava à grave. Esse teste foi desenvolvido em 1983 pela análise regressiva da Escala de Concentração e Memória (Marques, 2012). Também foi usada uma entrevista semi-estruturada elaborada para a pesquisa. Essa entrevista possui 10 itens-base que captam informações a cerca do cotidiano dos participantes, da vontade de conhecer coisas novas e da sua disposição à mudança. Além do mais foi utilizado o questionário sociodemográfico com perguntas acerca da idade, estado civil, moradia, assim como perguntas relativas a higiene, alimentação e vestuário. Os dados serão analisados por meio de exames psicométricos. Esse procedimento será realizado através do software de análise de dados estatísticos (SPSS - versão 18), realizando métodos descritivos para obter distribuição de frequências e porcentagens. O levantamento desses dados será utilizado para confrontar ou não a literatura. A pesquisa ainda se encontra em andamento, tendo como objetivo levar o resultado final a ser apresentado no momento do congresso. RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto ainda encontra-se em andamento, os questionários e entrevistas já foram aplicados em grande parte da amostra, e espera-se finalizar a análise de dados para que os resultados possam ser apresentados durante o congresso. Sabe-se que o envelhecimento é um procedimento natural de transformação que está diretamente relacionada ao tempo, esse procedimento começa ao nascimento e continua no decorrer da vida. Existem diversas formas de envelhecer, porém algumas geram variações que produzem uma demasia de trabalho ou responsabilidade para o sujeito, assim como pode haver influência de variáveis diversas. Espera-se que a partir dos resultados da pesquisa possamos perceber que a institucionalização pode ser relevante a determinar os níveis de qualidade de vida dos idosos. Além de encontrar correlações significativas entre a variável institucionalização e diferentes variáveis sociodemográficas, bem como, encontrar diferenças de gênero a partir dessa variável. Diante disso, o simples fato do idoso se encontrar institucionalizado pode influenciar no desenvolvimento gradual dos processos de envelhecimento. CONCLUSÃO Para Leão & Flusser (2008), a questão do asilamento, que configura a internação dos idosos em instituições de longa permanência, tem comprovado, ao longo do tempo, a ação da sociedade que descarta os indivíduos no momento em que deixam de ser saudáveis e produtivos. Pensadas como cenários de cuidados, as Instituições de Longa Permanência (ILP), cuja demanda aumenta à medida que a população envelhece, ainda constituem um desafio, principalmente, se contrastadas com a proposta da promoção da saúde, que se funda no empoderamento, expresso, entre outros aspectos, pelo direito à individualidade, muitas vezes interditado neste contexto. Portanto o trabalho propôs-se a investigar através das metodologias apresentadas como a entrevista semi-estruturada e os questionários, a qualidade de vida de tais idosos institucionalizados. REFERÊNCIAS Koch Filho, H. R. et. al. (2010) Envelhecimento e Ancianismo. Revista Porta de Divulgação Leão, Eliseth Ribeiro, & Flusser, Victor. (2008). Música para idosos institucionalizados: percepção dos músicos atuantes. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 42(1), 73-80. Luft, Caroline Di Bernardi, Sanches, Sabrina de Oliveira, Mazo, Giovana Zarpellon, & Andrade, Alexandro. (2007). Versão brasileira da Escala de Estresse Percebido: tradução e validação para idosos. Revista de Saúde Pública, 41(4), 606-615. Marques, D. E., Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração e Reabilitação, 2012. Neri, A. L. (2004). Contribuições da psicologia ao estudo e à intervenção no campo da velhice. Revista brasileira de ciências do envelhecimento humano. Passo fundo. Pp. 69-80. Normanha Filho, M. A. (2005) A sociedade em transformação: velhice, um evento complexo. Uma análise com foco na gerontologia social. In: II Simpósio de excelência em gestão e tecnologia, SEGeT’. Anais. Resende: AEDB, p. 502516. Santos, A. F. A. (2008) Qualidade de vida e solidão na terceira idade. Monografia em Psicologia, Universidade Fernando Pessoa, Portugal. Sousa, L. & Figueiredo, D. (2003). (In)dependência na população idosa – um estudo exploratório na população portuguesa. Psychologica, 33, 109-122.