CONTROLE DIGITAL APLICADO A GERADOR DE INDUÇÃO, OPERAÇÃO ISOLADA PARA UTILIZAÇÃO NO MEIO RURAL Alexandre Viana Braga *, Ângelo José Junqueira Rezek *,Augusto Nelson Carvalho Viana *, Edson da Costa Bortoni *,Walter Denis Cruz Sanchez ** *Universidade Federal de Itajubá(UNIFEI), av BPS, 1303, Cx. Postal :50 CEP: 37.500-903 Itajubá, MG, Brasil **Universidade Tecnológica Federal do Paraná(UTFPR), av Sete de setembro, 3165, CEP: 80.230-901 Curitiba, PR, Brasil e-mail: [email protected], [email protected] Resumo - Neste artigo apresenta-se a implementação em laboratório de um sistema de controle empregando a placa dedicada de disparo digital de tiristores, MP410T da SEMIKRON, para ajuste de tensão e frequência para um gerador de indução operando isoladamente. Uma carga lastro será controlada pela atuação do controlador da placa para que o gerador “enxergue” sempre uma carga aproximadamente “constante”. A tensão gerada e a frequencia são mantidos em torno de seus valores típicos para cargas do meio rural. O sistema completo do protótipo foi montado em laboratório com potência de 1kW. Para verificar melhor o desempenho da placa, esta foi montada numa microusina hidrelétrica de 35kW equipada com um gerador de indução e uma Bomba Funcionando como Turbina(BFT). Foram realizados no protótipo testes de variação de carga para se obter as formas de onda da tensão na carga principal e na carga lastro. Na microusina foi verificado o desempenho da placa quando se realizou um teste de entrada e saída de carga. O sistema proposto mostrou-se robusto e simples no controle da tensão e freqüência. Palavras-Chave – Carga Lastro, Controle de Tensão e Freqüência de Gerador de Indução, Placa de Controle Digital. DIGITAL CONTROL APPLIED TO ISOLATED INDUCTION GENERATOR TO BE USED IN RURAL AREAS Abstract - This paper presents the laboratory implementation of a control system employing the digital dedicated board to trigger thyristors, MP410T SEMIKRON to adjust voltage and frequency for an induction generator in isolated operation. A ballast load will be controlled by the action of the controller board so that the generator "sees" a load always almost "constant." The generated voltage and frequency are kept around their typical values for loads in rural areas. The complete system prototype was assembled in the laboratory with a power 1kW. To verify better the performance of the board, this was mounted on a micro hydroelectric power station of 35kW equipped with an induction generator and a Pump as Turbine(PAT) (). It was performed tests on the prototype with load variation to obtain the voltage waveforms of main load and ballast load. In the micro hydroelectric was found the performance of the board when was held a test of input and output of load. The proposed system proved to be robust and simple to control the voltage and frequency. Keywords – Ballast Load, Digital Control Board, Induction Generator Voltage and Frequency Control. I. INTRODUÇÃO O gerador de indução utilizado neste trabalho é uma máquina assíncrona do tipo gaiola de esquilo, associado a um banco de capacitores, que incorpora componentes simples, de fácil operação, de manutenção simplificada e de menor custo, comparando-se com a máquina síncrona [12], [13]. Por este motivo sua aplicação em geração isolada, para utilização em microusinas hidrelétricas, até 100kW, vem sendo objeto de extensas pesquisas em anos recentes [2], [3], [12], [18]. Trabalhos direcionados ao controle analógico de tensão do gerador de indução foram realizados [4], [15]. Este trabalho constitui-se numa extensão do controle analógico para o controle digital. Para a consolidação desse objetivo, em primeiro lugar foi empregada a placa SEMIKRON MP410T [9], a qual é um módulo microprocessado de disparo de tiristores e reguladores digitais incorporados. E, em segundo lugar, no sistema foi incorporada uma carga lastro. Através da placa é controlada a carga lastro visando manter a tensão numa estreita faixa de variação em torno de seu valor nominal, 220V. O controle da freqüência acontece de forma natural, isto é, se a tensão está em torno de seu valor nominal, a frequência correspondente também estará próxima de seu valor nominal. O controle da carga lastro estreita a faixa de variação da tensão quando se tem variações significativas da carga principal. As publicações mais recentes sobre geração isolada empregando gerador de indução, associado a grupos de capacitores, utilizam o arranjo compensador estático de reativos, SVC (Static Var Compensation), que é constituido de capacitores associados a reatores controlados por tiristores para controle de tensão [5], [6], [7], [8], [16]. Uma contribuição e novidade do presente trabalho é que permite viabilizar a aplicação dos geradores de indução no meio rural com a regulação de tensão. TABELA I Dados do gerador de indução Fabricante WEG Potencia Frequencia Tensão Corrente Velocidade Fator de potencia Rendimento Fig. 1. Casa de máquinas Fig. 2. Bomba funcionando como Turbina (BFT) e gerador de indução O sistema proposto é, portanto, mais simples e unifica o controle da tensão e freqüência, diferenciando-se, neste aspecto, das aplicações mais usuais existentes na literatura, que sempre incluem dois controles distintos de tensão e freqüência. Uma análise comparativa com aquelas respostas obtidas a partir do sistema de controle analógico implementado em laboratório poderá ser então realizada. Um sistema de controle analógico [15], incluindo o circuito de disparo, foi instalado na microusina hidrelétrica da Fazenda Boa Esperança, localizada Serra da Mantiqueira, município de Delfim Moreira, situado a 30km de Itajubá. A casa de máquinas é mostrada na Figura 1. Nessa Fazenda está instalado o Laboratório Avançado de Microcentrais Hidrelétricas (convênio UNIFEI/ Ministério das Minas e Energia, programa Luz para Todos). kW Hz V A RPM % % 45 60 220/380/440 146/84.5/73.0 1780 87 93,1 indução “enxerga” sempre uma carga praticamente “constante” mantendo-se a tensão e a frequência variando numa faixa estreita e tolerada por cargas do meio rural. A carga lastro é constituída de resistências de aquecimento imersas em água, para ser utilizada numa pequena piscina térmica da fazenda. Toda simplificação na operação e manutenção de geradores elétricos para microusinas é sempre muito útil, principalmente em casos de aplicação ao meio rural. Os dados do gerador de indução na microusina são mostrados na tabela I. A turbina acoplada ao gerador de indução neste trabalho é uma Bomba Funcionando como Turbina(BFT), mostrada na Figura 2. O interessante de fato é que se dispõe de um laboratório real de aplicação no meio rural, isto é a microusina hidrelétrica da Fazenda Boa Esperança, é um aproveitamento que possibilita o desenvolvimento de pesquisa aplicada aos diferentes componentes de uma microusina. Neste trabalho não se utiliza o regulador de velocidade que atua no controle de vazão de água. Entretanto, é utilizado o regulador de carga, que é mais simples para pequenos aproveitamentos de usinas hidrelétricas. II. MATERIAL E MÉTODOS Com o controle digital fornecido pela placa fica tudo bem mais compacto do ponto de vista de instalação, facilidade de manuseio, e de fácil parametrização. Estas facilidades foram observadas durante a montagem do protótipo no laboratório. Considerando que um aumento da carga para o gerador implica num decréscimo da tensão gerada e da freqüência, ao passo que para uma diminuição de carga, ocorre o contrário. Este aspecto é indesejável; para que a tensão e freqüência sejam mantidas numa faixa aceitável para cargas no meio rural, é necessária a inclusão de um sistema de regulação de tensão do gerador de indução; como opção pode-se utilizar um sistema de controle de carga. Esta opção, mostrada na Figura 3, implica em utilizar uma carga lastro controlada, conectada em paralelo com a carga principal do gerador. A idéia do controlador de carga é funcionar sem controle de vazão, com a válvula totalmente aberta, existindo uma carga principal do gerador de indução e uma carga ligada em paralelo, denominada de carga lastro, controlada pelo regulador de tensão CA trifásico, com tiristores em antiparalelo por fase, controlando-se o ângulo de disparo do controlador CA trifásico, desde 0° (carga lastro máxima ) até180° (carga lastro mínima), ver Figura 4. Assim, para entrada de carga principal (aumento de carga), há queda de tensão gerada e o regulador de tensão diminui a carga lastro automaticamente, e vice versa, de modo que o gerador de Na malha de controle de carga lastro, ajusta-se um valor de referência de tensão, tendo-se como realimentação a tensão do transdutor de tensão (tensão da máquina retificada por intermédio de ponte trifásica a diodos alimentando resistências no lado de corrente contínua). A queda de tensão na resistência de 5,6kΩ do lado de corrente contínua (ver Figura 8) corresponde ao sinal transduzido da tensão da máquina. O sistema de controle atua no chaveamento da carga lastro, em consequencia há um aumento ou diminuição da tensão aplicada a essa carga, implicando um ajuste da tensão gerada na carga principal. Fig. 6. Tensão de saída por fase aplicada à carga lastro, para ângulo de disparo de 90º. Fig. 3. Ilustração do sistema de controle de carga. Fig. 4. Controle do ângulo de disparo. Fig. 7. Quadro de controle e proteção Fig. 5. Circuito equivalente por fase da carga lastro controlada Assim, para o ângulo de disparo de 180°, o valor eficaz da tensão aplicada às resistências da carga lastro é zero, sendo que esta tensão vai sendo gradativamente aumentada pela diminuição do ângulo de disparo dos tiristores, sendo máxima para um ângulo de disparo dos tiristores de 0°. A potência dissipada no banco de resistências da carga lastro para aquecimento de água é proporcional ao quadrado do valor eficaz da tensão aplicada nessa carga, conseguindo-se, desta forma um controle de potência do lastro. O gerador “enxerga”, portanto, sempre uma carga de alimentação aproximadamente “constante”, o que implica na manutenção da tensão gerada da máquina em uma faixa estreita de variação em torno do valor nominal, com freqüência variando numa faixa permissível. Assim, o aumento da carga principal da instalação, implica numa diminuição da carga lastro e vice versa, ou seja, uma diminuição da carga principal implica num aumento daquela carga. Isto é conseguido, aumentando-se ou diminuindo-se automaticamente a potência da carga lastro pelo emprego do controlador CA trifásico, o qual é constituído por tiristores em antiparalelo por fase, alimentando o banco de resistências de aquecimento. O controle da tensão aplicada às resistências de aquecimento do lastro, é obtido variando-se o ângulo de disparo dos tiristores ligados em antiparalelo por fase, alimentando as resistências da carga lastro, ver Figura 6. A Figura 5 ilustra o circuito equivalente de potência por fase para explanar o princípio de funcionamento do controlador da carga. A Figura 6 apresenta a forma de onda da tensão de saída por fase aplicada à carga lastro, para um ângulo de disparo de 90°. A figura 7 ilustra o quadro de controle e proteção, onde pode ser vista na parte superior direita a placa de controle MP410T, e na parte inferior as duas baterias do sistema de fechamento emergencial da comporta. Os números indicados na Figura 8 correspondem às pinagens da placa MP410T. . Fig. 8. Diagrama esquemático implementado. III. IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO DE SUB E SOBRETENSÃO E DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO DA COMPORTA Foi instalado um sistema de proteção de sub e sobretensão para proteger ao gerador de indução [10]. Para esta finalidade foram instalados os relés da marca WARD. Para detectar esta anomalia e providenciar o fechamento da comporta emergencial localizada na entrada da tubulação, foi implementado um sistema autônomo para tal. Uma sobretensão pode ocorrer, por exemplo, quando se perde o circuito de controle de carga lastro, por alguma falha neste circuito de controle, a qual pode ocorrer, pois como se sabe todo circuito eletrônico está sujeito à ocorrência de falhas. Assim a máquina perde carga, dispara e a tensão em seus terminais aumenta substancialmente, provocando sobretensão no barramento e há necessidade de desconectar a máquina do barramento de saída para que não haja queima das cargas ligadas a este. Também neste caso há necessidade de se comandar o fechamento da água, devido à sobrevelocidade do grupo motor-gerador, para que não haja danos mecânicos ao conjunto. Este sistema de fechamento automático da comporta (vide figura 9) foi feito por intermédio de acionamento com motor CC de 24V (tensão fornecida por baterias), que será acionado automaticamente para fechamento da comporta, evitando-se sobrevelocidades ao grupo motor-gerador e inibindo efeitos mecânicos danosos ao conjunto. A implementação deste sistema de fechamento emergencial da comporta também foi já realizado, sendo uma das contribuições do trabalho. Subtensão também pode ocorrer no sistema. Devido às chuvas a água do canal de adução transporta folhas e pequenos galhos que entopem as grades de retenção. Assim, o fluxo de água diminuiu muito, e a rotação do gerador consequentemente também, havendo desta forma uma diminuição da tensão gerada pela máquina, caracterizando-se, portanto numa subtensão. As cargas conectadas ao gerador são muito sensíveis a esta anomalia, pois existe na fazenda uma fábrica de gelo que utiliza motores de indução trifásicos, que podem se queimar na existência de grandes períodos de subtensões. Por este motivo o relé de subtensão [11] é fundamental, para comandar o fechamento emergencial da comporta. Uma boa contribuição foi obtida pela instalação destas proteções citadas, principalmente para o fechamento emergencial da comporta com o motor CC de 24V. Os resultados do desempenho deste sistema de proteção desenvolvido serão divulgados para a aplicação em outros aproveitamentos rurais de maneira a mitigar os possíveis danos materiais e prejuízos financeiros aos proprietários, pois se observa via de regra, a não existência deste sistema na maioria das microusinas. Um sistema de carregamento de baterias foi também implementado, uma vez que estas baterias só trabalham na ocasião do fechamento da comporta, e com a finalidade de mantê-las sempre carregadas necessitou-se de um circuito de carregamento, mas uma descrição mais detalhada do mesmo não é objetivo deste trabalho. A Figura 10 mostra o painel frontal do quadro de controle e proteção, onde podem ser visualizados na parte superior os relés temporizados de sobretensão e subtensão utilizados, calibrados respectivamente em 1,1pu e 0,85pu, com temporização de 5 segundos para cada um deles. TABELA II Resultados de grandezas elétricas obtidas na situação 1 SITUAÇÃO 1 Velocidade 1780 RPM CARGA PRINCIPAL kW Hz V A kVar FP 9.7 59 221 25.5 0.060 1.00 POTENCIA FORNECIDA PELO GERADOR 20 59 202 82,5 21 0.69 CARGA LASTRO (10.3) 80 TABELA III Resultados de grandezas elétricas obtidas na situação 2 Fig. 9. Comporta montada na entrada da tubulação. SITUAÇÃO 2 Velocidade 1693 RPM CARGA PRINCIPAL kW Hz V A kVar FP 15.8 56.1 221 41 0.264 1.00 POTENCIA FORNECIDA PELO GERADOR 22 CARGA LASTRO (7.2) 202 91 21 0.69 Fig. 10. Painel frontal do quadro de controle e proteção. IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS Fig. 11. Registro da tensão para saída e entrada de carga. Resultados na fazenda Boa Esperança. As tabelas II e III apresentam os valores de grandezas obtidas para uma determinada condição de abertura da válvula próxima da abertura máxima. Na tabela II a carga da fazenda foi de 9,7kW, passando esta carga para 15,8kW na situação apresentada na tabela III. Pode-se perceber que houve, portanto, diminuição da potencia da carga lastro devido ao aumento da potencia da carga principal da fazenda. Entretanto, como foi projetado o controle de tensão, esta se manteve constante em 221V e a frequência alterou-se ligeiramente de 59 Hz para 56,1Hz, mas esta variação de frequência é permissível para a grande maioria de cargas existentes no meio rural. Ressalta-se que a tensão da máquina, resultou também em um valor constante ligeiramente menor igual a 202V, devido a existência de um autotransformador relação 220/240V para possibilitar um neutro para atender as cargas da fazenda, uma vez que estas podem ser alimentadas em 127V ou 220V. A máquina alimenta o primário do autotransformador em 202V, e o secundário é encarregado de alimentar a fazenda em 220V. Fig. 12. Tensão (curva superior) e corrente na carga lastro. A Figura 11 ilustra o resultado obtido no projeto da Fazenda Boa Esperança, caso real para registro da tensão, quando da saída e entrada de carga principal, no caso uma câmara frigorífica da fábrica de gelo da fazenda, potência 3kW. Pode-se perceber a regulação de tensão obtida. A Figura 12 ilustra a tensão fase-fase na carga lastro de 10,3kW (curva superior) e a corrente na fase desta respectiva carga. Fig. 13. Tensão fase-fase e corrente de fase(maior amplitude) do gerador de indução. Fig. 15. Tensão fase-fase(curva superior) de 75V e corrente de fase na carga lastro. Fig. 14. Tensão fase-fase (maior amplitude) e corrente de fase da carga principal. Fig. 16. Tensão fase-fase(curva superior) e corrente de fase no banco de capacitores Medições para estudos posteriores foram realizadas na Fazenda Boa Esperança no dia 29/junho/2012. As Figuras 13, 14, 15 e 16 mostram as formas de onda de tensão e corrente do gerador, carga principal, carga lastro e banco de capacitores, respectivamente. As configurações são as seguintes: ponta de prova atenuadora do canal 1 = 100X, Figura 13( canal 1 2V, canal 2 500mV, 5ms, sonda Hall 10mV/A), Figura 14( canal 1 2V, canal 2 500mV, 5ms, sonda Hall 100mV/A), Figura 15( canal 1 2V, canal2 500mV, 5ms, sonda Hall 100mV/A) e Figura 16( canal 1 2V, canal 2 200mV, 5ms, sonda Hall 100mV/A). alterando-se o ângulo de disparo dos tiristores do controlador tiristorizado trifásico da carga lastro. A freqüência se manteve aproximadamente constante em torno de 60Hz, variando numa faixa de aproximadamente +/- 3Hz. Assim, com a ausência de carga principal, e carga lastro máxima, a tensão se manteve constante e a frequência aumentou de 3Hz, apenas. Esta variação de freqüência é perfeitamente possível de ser aceita para cargas do meio rural, pois o mais importante é que a malha de tensão possibilitou a manutenção da tensão num valor sempre inalterado e constante, o que é desejável para o suprimento de cargas do meio rural. A variação da freqüência numa pequena faixa de +/- 3Hz é perfeitamente aceitável para cargas do meio rural. Este projeto, após resultados satisfatórios obtidos no laboratório da UNIFEI, está sendo implementado com sucesso na fazenda Boa Esperança, localizada no município de Delfim Moreira, serra da Mantiqueira, aproximadamente 35km de Itajubá, aproveitamento de 35kW, como mostram os resultados iniciais mostrados nas Figuras 11 e 12, e também em um dia de funcionamento normal na Fazenda Boa Esperança como mostram as Figuras 13, 14, 15 e 16. O sistema proposto apresenta como vantagem a possibilidade de se dispensar o controle de fluxo de água, para manutenção da tensão. A válvula da tubulação pode funcionar toda aberta e este controle proposto é de menor custo, comparativamente ao sistema de controle de abertura de válvula da tubulação. V. CONCLUSÕES A digitalização realizada do sistema de controle apresentou resultados bastante satisfatórios, com estabilidade na resposta a distúrbios de tensão, os quais ocorrem quando se insere ou retira carga principal. A placa utilizada MP410T SEMIKRON possui incorporada a fonte de alimentação dos circuitos eletrônicos e os reguladores digitais, com ganho proporcional e constante de tempo integral programáveis. Desta maneira consegue- se uma compactação dos módulos do projeto, fato este também bastante positivo. Os resultados obtidos foram muito satisfatórios, pois a malha de controle de tensão utilizada, possibilitou a manutenção da tensão de saída da máquina no valor referenciado de 220V, fase-fase, para variações da carga principal, com a compensação através da variação da carga lastro, feita por intermédio do sistema de controle, AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a FAPEMIG, pelo financiamento do projeto de pesquisa (processo TEC-APQ-00201-09) “Controle digital aplicado a gerador de indução isolado para atendimento de pequenas comunidades rurais”, o que possibilitou o desenvolvimento deste trabalho. Agradecem também à empresa Magneti Marelli pelo patrocínio, através da doação das baterias utilizadas no sistema de fechamento emergencial da comporta. REFERÊNCIAS [1] Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica (PII), Governo de Minas, PrefeituraMunicipal de Itajubá, SEBRAE, Universidade Federal de Itajubá(UNIFEI), 2008. [2] M. G. Simões, F. A. Farret, Alternative Energy Systems, Design and Analysis with Induction Gernerators, CRC Press, Taylor & Francis Group, 2a Edição, Flórida, 1995. [3] F. A. Farret, M. G. Simões, Integration of Alternative Source of Energy, IEEE Press John Wiley Interscience, Hoboken, New Jersey, 2006. [4] A. V. Braga, Modelagem, ajuste e implementação de um sistema de controle de tensão para o gerador de indução, Dissertação MSc pela Universidade Federal de Itajubá, http://200.131.186.194/phl/pdf/0031621.pdf, 2002. [5] A. V. Braga, A. J. J. Rezek, C. A. D. Coellho, E. C. Bortoni, V. F. Silva, J. A. Cortez, C. A. M. 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