FUNDAMENTOS TEÓRICOS E
METODOLÓGICOS DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Priscila Chupil
IESDE BRASIL S/A
Curitiba
2015
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por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
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SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
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P489f
Chupil, Priscila
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação infantil / Priscila Chupil. - 1. ed. Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2015. 110 p. : il. ; 21 cm.
ISBN 978-85-387-4891-5
1. Educação de crianças. 2. Psicologia infantil. 3. Educadores. I. Título.
CDD: 372.2
15-22902
CDU: 372.2
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20/05/2015 26/05/2015 Capa: IESDE BRASIL S/A.
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Apresentação
O Guia de Estudo da disciplina Fundamentos Teóricos e Metodológicos da
Educação Infantil tem como objetivo auxiliar o professor na sua práxis pedagógica, disponibilizando informações sobre a importância e as diferentes possibilidades de trabalho na Educação Infantil.
Valorizar essa etapa de ensino, que é considerada como a base do desenvolvimento humano, é essencial. Por isso, este guia tem por objetivo colaborar com
os profissionais da Educação Infantil dando subsídios teóricos para a reflexão de
uma prática inovadora e significativa, contribuindo com a construção de uma
escola de qualidade.
Dentro desse contexto, a consciência política dos educadores deve convergir
para o trabalho que se faz dentro da escola, no coletivo, intencional e transformador da realidade. É na prática da reflexão que a escola de qualidade constrói/
reconstrói/socializa com competência e cumpre sua função social.
Os docentes são profissionais da educação essenciais para os processos de
mudança da sociedade, pois contribuem com seus saberes, seus valores e suas
experiências desde a base da Educação Infantil, para melhorar a qualidade da
educação.
Esperamos que o material suscite reflexões, auxiliando os docentes a criar
novas práticas modernas e contextualizadas que abriguem a diversidade de forma democrática e garantam a todos o acesso a uma educação de qualidade.
Sobre a autora
Priscila Chupil
Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto Brasileiro de
Pós-Graduação e Extensão (IBPEX) e em Organização do Trabalho Pedagógico
pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduada em Pedagogia pela UFPR.
Sumário
Aula 01 A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA 9
PARTE 01 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
11
PARTE 02 | PANORAMA SOBRE AS CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E DE CRIANÇA
16
PARTE 03 | PRESSUPOSTOS DA APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
19
Aula 02 A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
23
PARTE 01 | OS ESPAÇOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
25
PARTE 02 | O TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
28
PARTE 03 | FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
31
Aula 03 A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
35
PARTE 01 | O TEMPO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
37
PARTE 02 | EDUCAÇÃO INFANTIL – ATO EDUCATIVO INTENCIONAL
40
PARTE 03 | CUIDAR E EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
43
Aula 04 GARANTIAS PARA EFETIVAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
47
PARTE 01 | A EDUCAÇÃO INFANTIL EMBASADA PELA LEI
49
PARTE 02 | DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
53
PARTE 03 | LDB/1996: EDUCAÇÃO INFANTIL COMO PARTE DA EDUCAÇÃO BÁSICA 57
Aula 05 REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 61
PARTE 01 | INTRODUÇÃO AO RCNEI
63
PARTE 02 | RCNEI: EIXOS NORTEADORES
66
PARTE 03 | CONHECIMENTO E CONTEÚDOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 69
Sumário
Aula 06 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO E A ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES 73
PARTE 01 | A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
75
PARTE 02 | PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
78
PARTE 03 | PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 84
Aula 07 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
87
PARTE 01 | ASPECTOS LEGAIS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL 89
PARTE 02 | IMAGENS DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL – EDUCADOR OU PROFESSOR
93
PARTE 03 | AÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
96
Aula 08 FORMAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO DE EDUCAÇÃO INFANTIL:
FAMÍLIA – ESCOLA – SOCIEDADE
99
PARTE 01 | TRÍADE: FAMÍLIA – ESCOLA – SOCIEDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
101
PARTE 02 | RELAÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL COM A COMUNIDADE
104
PARTE 03 | RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NA FORMAÇÃO DO ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 107
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Aula 01
A EDUCAÇÃO INFANTIL
NO TEMPO E NA
HISTÓRIA
Objetivo:
Conhecer a trajetória, o desdobramento
histórico e os pressupostos da Educação
Infantil.
A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
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01
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na Idade Média, as crianças eram consideradas adultos em
miniatura, sem distinção ou respeito à fase. Os adultos as tratavam de igual para igual e a aprendizagem acontecia por meio
dessas interações. Aos sete anos, elas eram colocadas em escolas para aprender costumes, valores humanos e trabalhos, o
que desfavorecia o vínculo afetivo com a família.
Com a ascensão do cristianismo, o modo de lidar com as
crianças mudou, mas em passos lentos. Somente após a Segunda
Guerra Mundial, o atendimento pré-escolar começou efetivamente, pois as mães começaram a trabalhar na indústria. A
partir desse momento, começou a surgir a preocupação com
relação a métodos de ensino e desenvolvimento da linguagem.
Grandes pensadores como Montessori, Pestalozzi e Froebel começaram a dar sua contribuição para delinear o atendimento
voltado para a criança.
No Brasil, as primeiras escolas de educação infantil foram
baseadas na filosofia de Frederico Guilherme Froebel, que fundou a primeira Kindergarten (instituição pré-escolar educativa)
em 1840 na Alemanha. Para ele, os jardins de infância deveriam
propiciar o desenvolvimento físico, social, emocional, intelectual e moral, constituindo assim uma educação integral.
A educação é o processo pelo qual o indivíduo
desenvolve a condição humana, com todos seus
poderes funcionando em harmonia e de forma
integral em relação à natureza e à sociedade.
Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a
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01
A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
humanidade, como um todo, elevando-se do plano animal, continuaria a desenvolver-se até sua
condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal. Por meio da educação, a
criança vai-se reconhecer como membro vivo do
todo. (BASTOS, 2001, p. 317)
Com base nas ideias de Froebel, em 1875, o educador
Joaquim José de Menezes Vieira e sua esposa, Carlota, fundaram o Colégio Menezes Vieira, que funcionava no Centro do
Rio de Janeiro. Nele eram oferecidos os ensinos primário, secundário e profissional, podendo ser no regime de internato,
semi-internato e externato. Essa escola foi o primeiro jardim
de infância do Brasil.
Nessa época, as primeiras iniciativas para formação de uma
ideia sobre a importância da escolaridade infantil rondavam a
sociedade e pensadores da época.
Ainda no final do século XIX, período da abolição da escravatura no país, quando se acentuou
a migração para grandes cidades e o início da
República, houve iniciativas isoladas de proteção
à infância, no sentido de combater os altos índices de mortalidade infantil. [...] As tendências
que acompanharam a implantação de creches e
jardins de infância, no final do século XIX e durante as primeiras décadas do século XX no Brasil,
foram: a jurídico-policial, que defendia a infância
moralmente abandonada, a médico-higienista e a
religiosa, ambas tinham a intenção de combater
o alto índice de mortalidade infantil tanto no interior da família como nas instituições de atendimento à infância. (KUHLMANN Jr., 1998, p. 88)
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A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
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01
O surgimento da Educação Infantil no Brasil está ligado diretamente ao processo de industrialização nacional. As mães,
que iniciavam seu ingresso no mercado de trabalho, precisavam
de algum lugar para deixar seus filhos. Por isso, historicamente
pensa-se nesse surgimento relacionado a objetivos sociais, políticos e educativos da época.
•
Objetivo social: associado à questão da mulher como
participante da vida social, econômica, cultural e
política;
•
Objetivo educativo: organizado para promover a
construção de novos conhecimentos e habilidades da
criança;
•
Objetivo político: associado à formação da cidadania
infantil, em que, por meio deste, a criança tem o direito de falar e ouvir, de colaborar e respeitar e ser
respeitada pelos outros (DIDONET, 2001).
A partir dos anos 80, com a abertura política, as camadas
populares passaram a exigir ampliação do acesso à escola, incluindo a oferta da Educação Infantil, que até então apresentava ainda ideia de atendimento assistencialista.
Já nos anos 90, a concepção de criança toma outra forma.
Agora ela é vista como um ser sócio-histórico. Sua aprendizagem ocorre pelas interações. Essa perspectiva sociointeracionista tem como principal teórico Vygotsky, que enfatiza a criança como sujeito social. A partir daí inicia-se um movimento que
mobiliza a comunidade educacional em busca da identidade
pedagógica para a Educação Infantil.
A reestruturação da LDB 9.394/96, no artigo 21 coloca a
Educação Infantil como primeiro nível da Educação Básica, e
formaliza a municipalização dessa etapa de ensino.
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01
A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
Em 1998, é criado o Referencial Curricular Nacional para
Educação Infantil (RCNEI) documento que tem o intuito de direcionar o trabalho pedagógico realizado com crianças que se encontram na fase da Educação Infantil. As orientações nele contidas trazem contribuições valiosas para o trabalho pedagógico
e explicita quem é o aluno da Educação Infantil. Dessa forma,
as instituições passam a contar com um documento norteador
que encaminhou o atendimento em nível nacional, a exemplo
dos demais níveis de ensino.
Extra
Assista ao vídeo A trajetória da Educação Infantil no Brasil,
que trata da implementação desse sistema de ensino em nosso país
e os desafios vivenciados. Disponível em: <www.youtube.com/
watch?v=StpeXn5lqio>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Atividade
Em que contexto histórico surgiu a necessidade de existirem as escolas de Educação Infantil?
Referências
BARRETO, Angela Maria Rabelo Ferreira. Situação atual da educação infantil
no Brasil. In: MEC/SEF. Subsídios para reconhecimento e funcionamento
de instituições de educação infantil v. 2. Brasília, 1998. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume_II.pdf>. Acesso em:
14 maio 2015.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Publicada no Diário Oficial da União de 23 dez.
1996. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>.
Acesso em: 14 maio 2015.
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A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
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Par te
01
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
v. 1. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 14 maio 2015.
DIDONET, Vital. Creche: a que veio, para onde vai. In: Educação Infantil: a
creche, um bom começo. Revista Em Aberto. Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais, Brasília, v. 18, n. 73, p. 11-28, 2001. Disponível em:
<www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1107/1007>.
Acesso em: 14 maio 2015.
FARIA, Sonimar C. de. História e política da educação infantil. In: FAZOLO,
Eliene. et al. Educação infantil em curso. Rio de Janeiro: Ravil, 1997. (Coleção
da Escola de Professores).
FROEBEL, F. W. A. A educação do homem. Tradução de: Maria Helena Câmara
Bastos. Passo Fundo: UFP, 2001.
KUHLMANN JR., Moisés. Infância e educação infantil: uma abordagem
histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação infantil: Fundamentos e Metodologias.
São Paulo: Cortez, 2002. (Coleção Docência em Formação).
Resolução da atividade
A partir do início da era industrial, após a Segunda Guerra
Mundial, com a abertura do mercado de trabalho para as mulheres. Dessa forma, surge a necessidade de existirem locais adequados para as crianças ficarem enquanto as mães trabalham.
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A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
PANORAMA SOBRE AS CONCEPÇÕES DE
INFÂNCIA E DE CRIANÇA
Ao tratarmos de concepção de infância, podemos nos basear inicialmente no RCNEI:
A concepção de criança é uma noção historicamente construída e consequentemente vem mudando ao longo dos tempos, não se apresentando
de forma homogênea nem mesmo no interior de
uma mesma sociedade e época. Assim é possível
que, por exemplo, em uma mesma cidade existam diferentes maneiras de se considerar as crianças pequenas dependendo da classe social a qual
pertencem, do grupo étnico do qual fazem parte.
(BRASIL, 1998, p. 21)
Assim, criança é um sujeito social, humano e histórico, que
faz parte da sociedade, com determinada cultura, em determinado momento histórico. Dessa forma, ao buscarmos meios
para compreender a concepção de infância, muitos autores são
referência nesse contexto, entre eles Vygostsky e Piaget.
Por meio da psicologia genética de Piaget, a criança desenvolve-se mediante a interação com ações cognitivas concretas.
Esse autor classifica o desenvolvimento intelectual/cognitivo
das crianças em etapas ou estágios. Para a idade de Educação
Infantil, cabem os dois estágios a seguir:
1. Sensório-motor (0 a 2 anos) — ocorre a exploração do
mundo pela criança por meio dos sentidos. Ela precisa
tocar, provar os objetos.
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2. Período pré-operatório (2 a 7 anos) — essa fase apresenta dois estágios diferenciados: estágio egocêntrico
(2 a 4 anos) e estágio intuitivo (5 a 7 anos). É a fase
pré-escolar.
Para Vygotsky, a interação ocorre pelo contato com o outro
e a criança passa a aprender e agir conforme essas interações.
De qualquer forma, a cada fase de desenvolvimento infantil, cabe uma preocupação e necessidades específicas a serem
desenvolvidas. Hoje, a grande preocupação ao tratar da concepção de criança é considerar suas fases do desenvolvimento
e adaptar ações adequadas a cada fase.
As crianças possuem uma natureza singular, que
as caracteriza como seres que sentem e pensam o
mundo de um jeito muito próprio. Nas interações
que estabelecem desde cedo com as pessoas que
lhe são próximas e com o meio que as circunda,
as crianças revelam seu esforço para compreender
o mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão
submetidas e seus anseios e desejos. No processo
de construção do conhecimento, as crianças se
utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e
hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem
o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em
que vivem. (BRASIL, 1998, p. 21-22)
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02
A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
Extra
Recomendamos palestra A criança em seu mundo, de Mário
Sergio Cortella. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=
-y1-o_kJ5Kk>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Atividade
Quais as principais características das crianças que se encontram no estágio sensório-motor, que ocorre dos 2 aos 4 anos?
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
v. 1. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 14 maio 2015.
SPENGLER, Fernanda. Fases do Desenvolvimento Infantil. Publicado em 11 jan.
2014. Disponível em: <http://psicoinfantil.net/fases-do-desenvolvimento/>.
Acesso em: 8 abr. 2015.
Resolução da atividade
Nessa idade, a criança explora o mundo por meio dos sentidos, ela precisa tocar, provar os objetos. Nesse estágio, as ações
geralmente não são intencionais, a aprendizagem ocorre “acidentalmente”, por reflexos. O contato com objetos de diferentes formas e tamanhos enriquece o desenvolvimento dessa fase.
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Par te
03
PRESSUPOSTOS DA APRENDIZAGEM E
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Inicialmente, faz-se necessário compreender que em cada
fase do desenvolvimento a criança apresenta necessidades e
capacidades específicas. Aprender é algo que faz parte do seu
dia a dia e deve estar voltado para práticas que tragam sentido
à realidade e à compreensão infantil.
Entre as diversas possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento, está o ato de brincar, que segundo o Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI – MEC/SEC,
1998), é umas das principais atividades para o desenvolvimento da identidade e da autonomia da criança. Brincando, ela
interage e se comunica, desenvolve a atenção, a imitação, a
imaginação e a memória.
Dentre as teorias que buscam a compreensão do desenvolvimento infantil, há três que oferecem grandes subsídios:
sócio-histórica (Vygotsky), cognitiva (Piaget) e psicanalítica
(Winnicott). Vamos compreender um pouco mais de cada uma.
Teoria cognitiva — os estudos de Piaget estão voltados ao
desenvolvimento cognitivo. Para ele, quando a criança brinca,
ela assimila o mundo da sua maneira, não havendo compromisso com a realidade. Ela vive um mundo seu, expressando sentimentos e fatos do cotidiano.
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03
A EDUCAÇÃO INFANTIL NO TEMPO E NA HISTÓRIA
Teoria sócio-histórica — Vygotsky, principal autor dessa
corrente, refere-se ao fato de que o pensamento, a memória,
a atenção, a linguagem etc., devem ser desenvolvidos nas relações sociais. A criança deve ser ativa em suas relações sociais, e
uma forma disso acontecer é por meio do ato de brincar.
Teoria psicanalítica — para a psicanálise, segundo
Winnicott, o brincar é entendido como forma de expressão,
de fala, onde a criança consegue manifestar seu inconsciente.
Freud, o pai da psicanálise, já dizia que a criança brinca com
aquilo que ela vivencia. Por isso, a interpretação do brincar da
criança é importante.
Extra
Sobre a aprendizagem e o desenvolvimento humano, leia a
reportagem A neurociência já pode predizer o comportamento. Mas deve fazê-lo?, de Javier Sampedro, publicado em 19
de janeiro de 2015. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/
brasil/2015/01/12/ciencia/1421053581_532953.html>. Acesso
em: 8 abr. 2015.
Atividade
Escreva um pequeno resumo sobre a concepção de cada
uma das teorias do desenvolvimento humano.
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03
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
v. 1. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 14 maio 2015.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
POLETTO, Raquel Conte. A ludicidade da criança e sua relação com o contexto
familiar. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 67-75, jan./abr. 2005.
Disponível em: <www.scielo.br/pdf/pe/v10n1/v10n1a08.pdf>. Acesso em: 14
maio 2015.
Resolução da atividade
Na teoria sócio-histórica, o desenvolvimento ocorre nas
relações sociais que o homem mantém. Para a teoria cognitiva,
quando a criança brinca, ela assimila o mundo da sua maneira,
não havendo compromisso com a realidade. Na teoria psicanalítica, a ludicidade da criança e sua relação com o contexto
familiar, o brincar, é entendido como forma de expressão, de
fala da criança, que consegue manifestar questões inconscientes que ainda não podem ser expressas em palavras.
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