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Edition nº 99 | du 23 avril 2015
Mensuel Franco-Portugais
GRATUIT
O jornal das Comunidades lusófonas da Bélgica
04
O Deputado Europeu Marinho e
Pinto organizou um debate na
APEB em Bruxelas onde foi falar
de Emigração e de Comunidades.
Edition
B E L G I Q U E
Be
José Manuel Gonçalves:
novo Presidente da APEB
06
08
09
Deputada. A Deputada comunista Carla
Cruz deu uma entrevista ao LusoJornal
onde faz um balanço (negativo) da ação do
Governo em matéria de Comunidades.
STCDE. Rosa Teixeira Ribeiro é a nova
Secretária Geral do Sindicato dos trabalhadores consulares e Manuela Guimarães não conseguiu ser eleita.
Empresas. O brasileiro Jorge Ribas
deixa a empresa Munditransfers que implantou de raiz na Bélgica mas diz que
vai continuar no país com novo projeto.
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03
“Adoro passear a pé por Bruxelas”
diz Carlos Moedas
Conversa com um dos dois Comissários mais novos da UE
DR
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13
02
Opinião
le 23 avril 2015
Crónica de opinião
O regresso dos que emigraram?
Paulo Pisco
Deputado (PS) pelo círculo
eleitoral da Europa
[email protected]
Durante cerca de 3 anos e meio, o
Governo mandou os Portugueses
emigrar. Fê-lo com ligeireza e sem estados de alma, sem qualquer sentido
da história nem dos problemas que
estão associados à emigração. Não
falamos de mera mobilidade, mas
sim de Portugueses que são obrigados a partir deixando tudo para trás,
sem saber aquilo que o futuro lhes reserva.
Falamos de ruturas familiares e de
milhares de famílias com filhos em
idade escolar que vão perder um ou
dois anos para se integrarem no seu
novo país de residência e, provavelmente, comprometer o seu futuro
profissional. Falamos de jovens com
uma formação superior que vão trabalhar nas obras ou fazer limpezas.
Falamos de profissionais e investigadores muito qualificados, mal pagos
e sem oportunidades ou possibilidade
de progredir em empresas ou na investigação.
Falamos acima de tudo de um país
que não tem sabido dar repostas adequadas para criar uma economia dinâmica, competitiva e criativa capaz
de proporcionar empregos com boas
condições aos seus cidadãos e de
corrigir os desequilíbrios regionais do
país. Efetivamente, nada se faz para
repovoar os territórios que estão em
perda populacional, o que seria muito
útil para combater a emigração e a
desertificação.
É ofensiva, por isso, a euforia pró-migratória do Governo, que teve o seu
momento de delírio quando o Eurodeputado Paulo Rangel até defendeu
a criação de uma agência para facilitar a emigração. Precisamente porque a emigração tem aspetos
dramáticos que este Governo nunca
compreendeu, esta euforia acabou
por ser refreada pela indignação generalizada e pelo coro de críticas ao
Governo. O que não impediu uma
reincidência da Ministra das Finanças, que em finais de fevereiro apelou
sem o menor pudor à partida dos jovens desempregados com formação.
No fundo, faz parte da convicção do
Governo que a emigração é uma
oportunidade, o que é a maior evidência da descrença dos próprios
membros do Governo no país e no
povo que governam. Se quem governa não acredita no país, como se
pode pretender que acreditem os cidadãos que diariamente sofrem com
os salários baixos, desigualdades,
falta de reconhecimento e de possibilidades de evolução profissional?
Surge então um grande debate sobre
algumas medidas para promover o regresso dos que tiveram de emigrar, de
que tem tido um particular destaque
o Programa VEM, não pela sua eficácia, generosidade, abrangência ou
condições (que se desconhecem),
mas por ser ridículo que se proponha
apenas apoiar 30 ou 40 projetos,
quando só durante a vigência deste
Governo emigraram mais de
350.000 Portugueses.
Acima de tudo, importa explicar o
contexto em que surgem estas propostas, que fazem parte do Plano Estratégico para as Migrações, que tem
5 eixos e 102 medidas. Seguindo
uma tradição portuguesa de boas
práticas em termos de integração de
imigrantes, são-lhe dedicadas 4 eixos
e 91 medidas, onde se nota um amadurecimento das propostas, con-
corde-se ou não com elas.
O mesmo já não acontece com as
medidas dirigidas aos Portugueses
residentes no estrangeiro, em que
apenas 3 têm alguma novidade,
sendo que as restantes 8 não têm rigorosamente nada a ver com os objetivos anunciados, uma vez que são
um mero decalque daquilo que são as
orientações da Secretaria de Estado
das Comunidades. Reforço de serviços consulares, apoio ao movimento
associativo, participação cívica e política, atração do investimento dos
emigrantes, só para dar alguns exemplo do embuste que são estas medidas para atrair os que saíram do país.
Aliás, estas medidas foram anunciadas sem qualquer informação adicional sobre as condições para a sua
implementação. Não se sabe que
critérios serão definidos, quantas
pessoas se pretende abranger e que
verbas que lhes serão destinadas.
Ficou tudo no ar.
É, portanto, uma manobra de propaganda que se destina a fazer crer
que o país está muito bem e que os
que tiveram de emigrar já podem
voltar, precisamente agora que começam a aquecer os motores para a
campanha eleitoral que culminará
com eleições legislativas em setembro ou outubro. É, acima de tudo,
uma instrumentalização descarada
das expectativas dos Portugueses,
tanto dos que estão no país, como
dos que foram empurrados para a
emigração.
Crónica de opinião
António Manuel Pereira
da Costa Pinto
Lic. Ciências Sociais Sociologia
Que patriotismo?
[email protected]
Um inquérito recente - “Se houvesse
uma guerra que envolvesse o seu
país, estaria disposto a lutar por ele?”
- recebeu como resposta afirmativa:
- na Europa Ocidental 25% dos inquiridos;
- em Portugal a prontidão para lutar
em defesa da Pátria seria de 28%.
Vejamos, no entanto, as respostas de
outras latitudes: Médio Oriente e
Norte de África 77%; Ásia 71%;
África 56%; Europa de Leste 54%;
América 48% e Oceânia 40%.
A partir destes dados, a leitura que se
pode fazer é que quanto melhor for o
nível de vida, quanto mais direitos se
possuem e mais garantias são fornecidas aos cidadãos, menor será o empenho destes na luta pela
manutenção dos mesmos. Constatase, porém, que fora do espaço europeu, o conceito de Estado-Nação
continua bem vivo, constituindo um
fator importante para a sua afirmação
enquanto tal.
Não deixa de ser ainda mais simbólico que na bacia do Mediterrâneo se
encontrem os extremos no empenho
de lutar pela sua pátria: no Médio
Oriente e Norte de África encontramos o índice mais elevado e, em contrapartida, o mais baixo nível de
patriotismo situa-se na Europa Ocidental, com Portugal incluído.
Que extrapolações se podem fazer a
partir deste quadro relativamente à
Lusa Pátria?
Será que os três quartos dos Portugueses que não estão disponíveis a
lutar pela Pátria não sentem que vale
a pena ser Português? A que se deve
este desinteresse e acomodação? Que
tem falhado na construção do nosso
patriotismo? Não será que estamos
muito empanturrados de coisas materiais e que nos faltam ideais de vida
e de conquista que são fatores importantes no preenchimento da vida de
um cidadão? Não estaremos a viver
um momento em que se usufrui de
tudo e quase não se luta por nada?
Com o terminar do “serviço militar
obrigatório”, que poderia e deveria ser
um complemento à formação dos jovens, não se deixaram os mais novos
sem referência à disciplina e sem espírito de companheirismo ou de camaradagem? A quem foi conveniente
tal decisão? Não estaremos a pagar já
muito caro esta lacuna na formação
da nossa juventude?
Perguntas para as quais se buscam
respostas. Algumas poderão ser percetíveis, mas outras carecem de uma
análise profunda para se encontrarem, de uma forma escorreita, as so-
luções adequadas a esta situação.
Nada me move pelo espírito belicista
nem tão pouco militarista, mas os
dados sobre Portugal - só 28% estariam capazes de lutar pela defesa da
Pátria - deve questionar todos, dos
educadores aos políticos, passando
pelos “fazedores de opinião”, a comunicação social, as igrejas, as instituições culturais, etc. É clarividente
que no debate que se travou nas
redes sociais posterior à publicação
deste inquérito, se tenham mostrado
“mais aguerridos” na defesa da Pátria, os militares, ex-militares ou os
que tenham passado pelas fileiras.
Isto mostra à evidência que estas
pessoas, fruto da formação obtida e
princípios inculcados, valorizam o espírito patriótico e o “amor à Pátria”
que os viu nascer.
Daí que se deve salientar a proposta
do Presidente da Comissão Europeia
Jean Claude Juncker para a criação
de um Exército Europeu. O inquérito
atrás citado mostra à evidência que
se as pessoas não mostram apego ao
seu país, muito menos terão apego
por uma entidade um pouco abstrata como é a Europa. Ora, após a
extinção da União da Europa Ocidental (UEO) putativo braço armado
da Europa (cujo último Secretário
geral foi o Embaixador Português
José Cutileiro) e que após 50 anos
de existência desapareceu sem deixar rastro, pode induzir-se que à Europa falta de facto uma componente
com capacidade de dissuasão que
possa responder e fazer face a certas
e determinadas situações e possa
ainda estimular e contribuir para a
criação de um verdadeiro espírito
Europeu.
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Destaque
le 23 avril 2015
03
“Bruxelas é uma cidade cosmopolita e eu gosto de cidades cosmopolitas”
Carlos Moedas é um dos dois Comissários mais novos da UE
Por Carlos Pereira
Com apenas 44 anos de idade, Carlos Moedas é um dos dois Comissários europeus mais jovens da
equipa do Luxemburguês JeanClaude Juncker. É por isso que
surge em último lugar na lista dos
Comissários. “Em primeiro lugar
está o Presidente, depois os VicePresidentes e de seguida estão
todos os Comissários desde o mais
velho ao mais novo. Como o Comissário mais novo é um dos Vice Presidentes, Carlos Moedas é o que
aparece em último na lista e nas fotografias” explicam-nos na Comissão. “Mas não é por ser menos
importante” acrescentam. Carlos
Moedas, antigo Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro,
o “homem da Troika”, mudou-se
para Bruxelas para se ocupar, durante 5 anos do maior programaquadro de sempre de investigação
e inovação da União Europeia, o
Horizonte 2020, dotado de um orçamento de quase 80 mil milhões
de euros para os próximos sete
anos.
“A Inovação e a Investigação são a
chave para o crescimento que queremos na Europa: um crescimento
sustentável que promova a qualidade de vida dos europeus”, afirmou o Comissário português logo
que chegou a Bruxelas.
Lusa / Miguel A. Lopes
As responsabilidades
de Carlos Moedas
Assegurar que os programas de financiamento da investigação, nomeadamente
o programa Horizonte 2020, que contribuem para o pacote de medidas da Comissão a favor do emprego, do crescimento e do investimento; Promover a excelência da UE a nível internacional no domínio da investigação e da ciência e
reforçar as capacidades de investigação e de inovação em todos os EstadosMembros; Incentivar as empresas privadas a utilizar os resultados da investigação para enfrentar os desafios que se colocam à sociedade e criar mais emprego
de qualidade.
Carlos Moedas ainda tem a família
em Portugal. “Mudam-se para cá
em junho, no fim das aulas” disse
ao LusoJornal. Por isso, sempre
que pode vai passar o fim de semana a Portugal. “Mas nem sempre posso” lamenta. A mulher é
francesa, conheceu-a quando fez
um programa Erasmus em França.
“Os meus filhos também são Franceses” costuma dizer.
No dia em que recebeu o LusoJornal tinha coordenado uma reunião,
logo de manhã, com todos os Diretores Gerais da Comissão europeia.
“Queria falar com eles para lhes explicar quais são os meus objetivos”.
Depois fez uma Conferência sobre
Oceanos em Bruxelas, seguiu de
carro para Antuérpia onde proferiu
um discurso para uma plateia de
Reitores das Universidades europeias, reuniu com a sua equipa
para preparar uma viagem à Finlândia e à Polónia, e recebeu a equipa
do LusoJornal antes de seguir
nessa mesma noite para Dublim.
Dois dias depois, estava na Polónia
e dois dias antes estava na Jordânia! Pelo meio tinha almoçado com
o Rei de Espanha.
Às quartas-feiras, de manhã, participa nas reuniões dos Comissários:
“aquilo a que podíamos chamar de
Conselho de Ministros” diz ao LusoJornal. Senta-se ao lado de antigos Chefes de Governo, quatro Vice
Primeiros Ministros e 19 antigos
Ministros.
“Gosto muito de Bruxelas. É uma cidade cosmopolita e eu gosto de cidades cosmopolitas, onde se anda na
rua e se ouvem muitas línguas diferentes” explica Carlos Moedas. “É
uma cidade plana, dá para andar
muito e eu gosto de andar, até porque
é também uma cidade cheia de parques e de espaços verdes”.
Passeia sem guarda costas - “gosto
de andar sozinho” - e há quem o
cruze de sapatilhas, de jeans, nos
passeios da capital, por vezes no cinema. “Gosto de ir correr aos sábados para o Parque do Bicentenário”
confessa.
Diz que não tem tido muito tempo
para fazer novos amigos. Mas garante
que vai conhecendo muitos Portugueses. “As pessoas são simpáticas,
aproximam-se, vêm cumprimentarme, contam-me o que fazem por
cá, e assim vou conhecendo os
muitos Portugueses que estão aqui.
Há cá gente muito competente” diz
ao LusoJornal. Na sua equipa mais
próxima tem alguns Portugueses,
“mas também tem de ter elementos de outras nacionalidades, num
equilíbrio de homens e mulheres”
garantem-nos. Tem também a particularidade de ter ido buscar um
lusodescendente, Alfredo Sousa de
Jesus, filho de emigrantes portugueses na Bélgica.
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04
Política
le 23 avril 2015
“Quero levar as Comunidades para a campanha em Portugal”
Marinho e Pinto reuniu com Portugueses na APEB
Por Carlos Pereira
Depois de ter criado o Partido Democrático Republicano, o Eurodeputado
Marinho e Pinto - que integra a
Aliança Liberal e Democrática no Parlamento Europeu - iniciou um ciclo de
conferências, onde pretende ir ao encontro dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro.
A primeira dessas conferências teve
lugar no passado dia 14 de abril, na
sede da Associação dos Portugueses
Emigrados na Bélgica (APEB), em
Bruxelas, que contou com uma participação de muitos Portugueses (e não
só) e que terminou com um jantar.
Este foi um pretexto para uma conversa do Deputado Europeu com o LusoJornal.
O que foi dizer aos Portugueses na
reunião da APEB?
Fui conviver com eles e disse-lhes que
quem dirige Portugal devia antes de
iniciar essas funções, trabalhar no estrangeiro. Eu sou filho de Emigrantes,
tinha meio ano quando fui para o Brasil, e sei o que é viver no estrangeiro e
viver com Portugal no peito.
Foi apresentar-lhes o seu novo Partido?
Fui apresentar-lhes o Partido que
criei, o Partido Democrático Republicano, dizer-lhes que vamos concorrer
às eleições em outubro, fui pedir-lhes
que votassem, que se recenseassem,
porque o país está mal, mas também
está mal porque muitos não votam.
Fui explicar-lhes que a Europa precisa
de reformas profundas. É preciso que
os povos europeus descubram as pessoas com a grandeza de caráter e de
visão que a Europa teve outrora,
nomes como Robert Schuman, Adenauer, De Gaulle ou Miterrand, mas
hoje só tem nomes de pessoas que
olham mais para a sua carreira pessoal do que pela Europa.
Mas decidiu fazer o caminho inverso:
vai se investir na política nacional e
deixar a Europa...
Sim, não devo abster-me. Agora que
estou na reforma é que vou começar
a fazer política. Eu bem me apetecia
descansar com a minha família e com
os meus netos, mas acho que devo
dar este contributo ao país e dar uma
satisfação à minha consciência.
Nunca fiz política, segui a minha carreira, fui professor, jornalista e advogado, e agora quando vi o estado do
país decidi fazer mais este esforço
final para ajudar a mudar o país, para
ajudar, como disse na APEB, os nossos lusodescendentes.
Como explica que os Portugueses de
fora não se impliquem tanto na política?
A distância é um fator determinante,
não estamos em Portugal, não falamos em Português, não lemos os jornais portugueses como lá. Estão aqui
é para trabalhar, e isso é esgotante,
não deixa tanta disponibilidade. Não
é como em Portugal!
Leva essa imagem?
Sim. Eu digo que aqui ninguém se
queixa da produtividade dos Portugueses. As empresas estrangeiras com
lusojornal.com
Eurodeputado Marinho e Pinto na APEB de Bruxelas
Portugalnet
trabalhadores Portugueses têm muita
produtividade.
Há apenas 250 mil Portugueses recenseados no estrangeiro. Porquê?
Isso é um problema de Portugal das
suas autoridades que não têm promovido o recenseamento.
Porque é que o recenseamento dos
Portugueses no estrangeiro não é obrigatório?
Sou contra o obrigatório. O Estado não
tem muita confiança nos Portugueses
que estão no estrangeiro.
Como se mede essa falta de confiança?
Veja o que acontece com os professores da Suíça. Porque razão o Estado
trata tão mal os que vão ensinar a língua no estrangeiro? E porque é que
não promove ações de recenseamento
nos Consulados? Porque os Consulados estão mais para garantir os empregos do que propriamente para
servir as pessoas. A filosofia do serviço
público português não é de servir os
direitos dos cidadãos, mas de garantir
os direitos de quem lá trabalha. Os
hospitais foram feitos para os doentes,
os médicos lá dentro são os reis. Os
tribunais para as pessoas não fazerem
justiça pelas próprias mãos, os juízes
são os reis. As escolas foram feitas
para os alunos, mas os reis são os professores. Há funções determinantes
nessas instituições mas é preciso reconduzi-las ao seu sentido original:
servir os alunos, servir os doentes, servir os cidadãos e as empresas que precisam de respostas rápidas e justas
para os seus problemas.
Na prática como se resolve esta questão?
Se fosse Ministro dos Negócios Estrangeiros ia ver com alguns Embaixadores e promoveria uma política maior
para servir os Consulados. Não é admissível que as pessoas percam 1 ou
2 dias de trabalho para obter um documento consular. Eu quereria que os
Portugueses sentissem nos Consulados uma parcela de Portugal no estrangeiro, como se estivessem lá.
Recebi muitas queixas, nomeada-
mente sobre o comportamento de alguns funcionários consulares, devia
haver uma mudança grande nos próprios serviços consulares, estão ao serviço dos emigrantes e não de Lisboa
ou do Estado.
Iraque. O problema é que a Secretaria
de Estado está estruturada para representar o Estado, e não as Comunidades. Podia criar-se um outro
Ministério das Comunidades para tratar dos assuntos das Comunidades.
Contudo, a Lei é tal que nem todos os
recenseados podem votar para o Presidente da República...
Os dirigentes atuais sentem-se ameaçados, não confiam nos Emigrantes e
têm medo deles, o resto é propaganda. Porque é que não podem votar
todos para o Presidente da República?
Não somos todos Portugueses? Não
tem justificação a não ser uma profunda desconfiança. Para os nossos
dirigentes, para os nossos Deputados
da Assembleia, há os Portugueses de
primeira que vivem lá e os Portugueses de segunda que vivem no estrangeiro.
Faz parte do seu programa?
Sim, faz parte, será uma das preocupações. Temos Comunidades enormes
no estrangeiro, devíamos ter na estrutura organizativa do Governo, uma entidade para isso. Não é uma
Secretaria de Estado, isto são interesses da cidadania dos Portugueses.
Todos os emigrantes são casos de sucesso, porque ganham aqui dinheiro
que não ganhavam lá e levam o dinheiro para lá. Pessoas que viviam em
grande pobreza, levam daqui carro,
constroem lá casa, constituem o seu
património com dignidade e o Estado
não olha para eles como pessoas de
sucesso. Eu vejo muitas vezes a
forma depreciativa como olham para
os Emigrantes que estão ligados à
sua terra, às suas tradições, ao seu
folclore e muitas vezes são criticados.
Se for eleito este é um dos assuntos
que vai resolver?
Se eu tiver influência política nas próximas eleições legislativas, pode gravar aí que será uma das primeiras
medidas que farei. Não posso aceitar
que os Portugueses no estrangeiro
sejam menores civicamente do que os
Portugueses que estão em Portugal.
Vai apresentar candidatos em todos os
círculos eleitorais, inclusive na emigração?
Sim, claro que sim. Em Portugal, a
nossa base organizativa é concelhia.
Queremos recuperar a velha tradição
no municipalismo português. Aqui é
por núcleos. Estamos a avançar com
um núcleo na Bélgica, outro no Luxemburgo ou ainda em França. Os órgãos serão sempre representantes das
bases dos inscritos e não da Direção
Nacional.
Durão Barroso prometeu há anos, em
campanha eleitoral, a criação de um
Ministério das Comunidades. Qual a
sua opinião? Ministério ou Secretaria
de Estado?
O Durão Barroso é um carreirista da
política, um mentiroso, é um tal que
disse que viu as provas de existência
de armas de destruição massiva no
Acha que a nossa cultura aqui é ligada ao folclore e à tradição?
A cultura de cada pessoa é ligada à
sua terra, aquilo que mais deliciava
os meus pais no Brasil era o folclore,
a minha era outra. Mas eu no estrangeiro sou capaz de ouvir com satisfação música popular portuguesa que
lá não ouço. Porque estou fora, estou
afastado. É verdade que a situação
hoje mudou muito, a nova geração
não é a mesma como a dos meus
pais de 1951!
Já o ouvi criticar que os Políticos em
Portugal não estão lá por mérito mas
porque são dos Partidos. No seu partido não vai acontecer isso?
Não vai haver Jotinhas. Somos todos
adultos. Estarão na direção do Partido Democrático Republicano os
melhores, jovens ou velhos, procuramos sempre através do mérito individual. Queremos promover o mérito.
Não temos os melhores à frente do
país, não temos os melhores à frente
das empresas públicas, temos os
mais servis. A corrupção é o cancro
da cidadania. As melhores empresas
não são aquelas que produzem melhor e mais barato, são aquelas que
pagam as maiores comissões...
E não veio encontrar isso nesta casa?
É uma pergunta embaraçosa. Eu defendo no Parlamento Europeu o
mesmo que defendo para a Assembleia da República em Portugal, um
rigoroso sistema de incompatibilidades a começar pelo exercício da advocacia e da função de Deputado.
Quem é Deputado não pode ser advogado, e quem é advogado não pode
fazer leis.
Faz então um balanço positivo deste
encontro na APEB?
Sim. Eu sempre que ouço falar português, gosto. E gostei de lá estar,
senti-me como quando estive no Brasil.
Foi uma primeira visita a uma associação portuguesa em Bruxelas?
Já tinha estado em contacto, mas
não de uma maneira institucional.
Tenho outras visitas programadas em
outros países, onde houver Portugueses sinto-me em casa.
Mas vai levar as Comunidades para a
campanha em Portugal?
Sim, claro. Enriqueço-me muito com
o contacto das pessoas. Vou levar as
Comunidades para a campanha, e
procurarei intensificar as ligações
com as Comunidades pela Europa e
pelo mundo. Não temos financiamento, nem apoios, vamos negociar
um empréstimo ao banco para financiar a nossa campanha, vai ser uma
campanha muito humilde. Mas queremos mudar Portugal, colocar o Estado ao serviço dos Portugueses e
não vice-versa.
Fica cá em Bruxelas até quando?
Eu deixarei Bruxelas se for eleito Deputado à Assembleia da República,
trocarei o Parlamento Europeu pela
Assembleia da República em Portugal. Com prejuízos pessoais, porque
aqui as remunerações são muito
maiores, mas trocarei claro. Prometi
isso aos Portugueses.
Política
le 23 avril 2015
05
PSD / Bruxelas participou na reunião
Marco António Costa
reuniu com as estruturas do PSD na Europa
Por Carlos Pereira
Muitas questões serão transmitidas
aos órgãos respetivos. A reforma do
sistema político em Portugal, é um
tema que carece também do apoio
do Partido Socialista e sabemos que
o PS tem tido uma grande desconfiança ao voto dos emigrantes. O PS
não se sente confortável entre os
emigrantes, esta é a sensação que eu
tenho. Na própria campanha eleitoral
há matérias que foram aqui levantadas e que por razões de reserva vou
guardá-las para o Programa eleitoral.
Quanto à RTPi, irei solicitar uma audiência ao Conselho Geral Independente, que é a entidade que agora
supervisiona o serviço público de televisão, para de viva voz transmitir
este descontentamento.
O Vice-Presidente do Partido Social
Democrata (PSD) e Coordenador Permanente da Comissão Política Nacional, Marco António Costa, participou
numa reunião que teve lugar em
Paris, na sede do partido francês
UMP, que juntou as estruturas do PSD
na Europa, incluindo a da Bélgica.
Para além de Marco António Costa,
participaram na reunião o Secretário
Geral do PSD, Matos Rosa, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e os três Deputados do PSD
eleitos pelos círculos eleitorais da
emigração: Carlos Gonçalves, Carlos
Páscoa e Maria João Ávila.
No final da reunião, Marco António
Costa fez um balanço positivo da jornada.
Que balanço faz desta reunião?
As pessoas oriundas de diversos países europeus têm ângulos distintos
sobre as questões, mas há um ponto
comum que é um sentimento de orgulho pelo facto de Portugal ter conseguido passar uma das fases mais
conturbadas da sua época contemporânea e de ter conseguido, após a
bancarrota de 2011, vencer a fase do
programa de resgate, ter normalizado
a situação económica do país e estar
a normalizar também socialmente
LusoJornal / Carlos Pereira
essa situação.
E que questões lhe colocaram?
Colocaram-nos questões concretas
que têm a ver com o problema do recenseamento, com o voto eletrónico,
com o problema de a RTP Internacional não transmitir a imagem do país
que somos mas sim de um país que
fomos há vários anos atrás, abordando
temas que não servem as Comunidades. Também trouxeram uma análise
positiva sobre as Permanências consulares. É de facto uma inovação que
este Governo introduziu recorrendo a
meios tecnológicos e este é um processo que está em avaliação contínua. Apesar de haver uma avaliação
positiva, reclama-se hoje mais serviços oferecidos eletronicamente através dos sites do Ministério dos
Negócios Estrangeiros à nossa Comunidade. Trouxeram também questões
que se prendiam com matérias muito
próprias do ensino do português com
pequenas matérias de natureza burocrática dos recibos pela Propina
paga, são informações do quotidiano
da vida do cidadão que encontram
obstáculos em matérias muito pequenas mas que se transformam em
pequenos obstáculos com grandes
perturbações para a vida dos cidadãos.
E agora, qual é o próximo passo?
Sentiu que o Partido está bem organizado na Europa?
Sim, precisamos sempre de melhorar, mas não há organização que seja
perfeita nem há processo de modernização que esteja perfeito. Foi importante estar aqui também o
Secretário Geral, Matos Rosa, a
acompanhar estes trabalhos.
O PSD / Bruxelas esteve representado por Alfredo Sousa de Jesus e na
sessão final, já aberta aos jornalistas,
participou a Deputada da UMP e exMinistra, Valérie Pecresse.
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06
Política
le 23 avril 2015
Balanço é “extremamente negativo”
em
síntese
Deputada Carla Cruz faz balanço da ação do
Governo em matéria de Comunidades
Por Carlos Pereira
Passos destaca
fundos para os
emigrantes
investirem em
Portugal
LusoJornal / Luis Gonçalves
O Primeiro Ministro, Pedro Passos
Coelho, destacou como “novidade”
do programa de fundos comunitários
2014-2020 a disponibilidade de uma
parte do financiamento para os Emigrantes investirem em Portugal e
eventualmente regressarem, sem referir valores.
No encerramento de uma conferência sobre o programa de fundos comunitários Portugal 2020, em Oeiras,
Passos Coelho afirmou que “Portugal
sempre foi um país de diáspora” e,
sobre os “últimos anos”, considerou:
“Nós tivemos uma intensificação
desse movimento emigratório, que se
desviou menos do que muitos pensam daquilo que é a nossa tendência
ancestral, e moderna”.
“Mas, na verdade, aconteceu, e é
muito importante que nós tenhamos
hoje condições - sobretudo quando
estamos a olhar para os próximos
sete anos - de pensar que uma parte
do financiamento de que vamos dispor possa também estar disponível
para aqueles que, por qualquer
razão, precisaram de sair do país, e
que veem hoje, com a experiência
que adquiriram, com o percurso que
fizeram, uma oportunidade para investir em Portugal, ou num percurso
em Portugal, ou para regressar a Portugal”, acrescentou. “Hoje nós temos
também algumas condições para
que eles possam candidatar-se, pelo
menos na área do empreendedorismo, ao Portugal 2020”, salientou.
Passos Coelho apontou esta “elegibilidade para Portugueses não residentes” como “uma novidade, entre
outras”, do novo programa de fundos
comunitários, num discurso em que
criticou a aplicação destas verbas no
passado e considerou que é preferível “não gastar a gastar mal” o dinheiro proveniente da União Europeia.
“Não estou com isto a dizer que é
preferível devolver. É preferível gastar
bem e, se for preciso não gastar para
evitar gastar mal, eu prefiro não gastar a gastar mal. Se isto acrescentar
uma diferença sobre o passado eu ficaria satisfeito”, afirmou.
lusojornal.com
tir nos organismos próprios essas alterações, de momento devemos trabalhar para aumentar a participação dos
Portugueses.
A Deputada Comunista Carla Cruz,
embora tenha sido eleita por Braga,
acompanha os assuntos relacionados
com a Emigração e com as Comunidades portuguesas na Assembleia da
República.
Numa entrevista ao LusoJornal, tece
comentários sobre a ação governativa
em matéria de Comunidades.
E isso não passa pelo recenseamento
obrigatório?
Em Portugal é automático, aqui desconhecia que não era automático. Vou
levar esse registo e falarei aos meus
Camaradas. Isso não faria com que as
pessoas fossem votar, mas que as pessoas percebam a importância da sua
participação. Para isso há uma responsabilidade governativa que tem de
garantir que haja condições para a
participação.
Como veio ter a si esta pasta?
Com a reorganização de tarefas no
Grupo parlamentar e como eu já estava a acompanhar a política internacional fiquei a acompanhar as
Comunidades portugueses desde setembro. Estando eu na Comissão dos
Negócios Estrangeiros, já acompanhava um pouco estas questões. A Assembleia da República não trata só de
fiscalizar a ação governativa para a
área das Comunidades, da língua e da
rede do ensino do português, como
também apresentar propostas concretas que permitam resolver os problemas dos Portugueses espalhados pelo
mundo.
Que balanço faz da atual Legislatura?
No que toca a política do Governo do
PSD/CDS-PP é extremamente negativo. Por um lado os problemas que
foram colocados com a redução das
redes dos Consulados, a não afetação
dos recursos humanos, mas também
uma redução da rede do ensino do
Português no estrangeiro. Num contexto em que nestes últimos anos saíram mais de 300.000 Portugueses,
muitos dos quais com famílias, deviase apostar na valorização do ensino do
Português e dos professores, e pelo
contrário assistimos a uma destruição
dessa rede de ensino. Outra questão
avaliada negativa foi a não intervenção
nas redes de contratação ilegal de
Portugueses. Quase semanalmente
recebemos relatos de Portugueses
que são aliciados para irem trabalhar
para o estrangeiro não só na Europa,
e depois ficam desprotegidos em situação de fragilidade.
É difícil resolver esse problema...
Não é uma área fácil de facto, exige a
intervenção de vários Ministérios, mas
é importante criar estruturas de apoio
à emigração e de combate a essas
redes clandestinas e o Governo tem de
criar estruturas nas suas Embaixadas
e Consulados que deem resposta às
dificuldades com que se deparam as
Comunidades. As políticas que foram
seguidas nestes últimos 4 anos que se
refletem na quantidade de Portugueses no desemprego sem subsídio que
saem de Portugal... porque este Governo incitou os Portugueses a saírem
de Portugal...
Se fosse o PCP, fechava as fronteiras?
Não. O Partido Comunista tem uma
política alternativa, na criação do emprego por via da aposta nacional e da
sua valorização, e o que é fundamental é pormos os setores estratégicos
nacionais no controlo público isso
temos a certeza que iria criar condições diferentes para que os Portugue-
Sobre a questão do ensino, valorizar e
certificar esse ensino não é um passo
positivo?
O Governo tem dado um grande passo
nesse sentido. Mas temos sido confrontados e já confrontámos várias
vezes o Secretário de Estado, sobre a
certificação. A questão da certificação
pode ser apenas um aspeto de reconhecimento da sua competência linguística, mas depois é importante as
condições em que o ensino do Português está a ser ministrado.
LusoJornal / Mário Cantarinha
ses permanecessem em Portugal.
O PCP votou contra a nova Lei do
Conselho das Comunidades, mesmo
se esta Lei é bem próxima da proposta
do PCP. Porquê?
Pois votamos contra a Lei. Tínhamos
uma Proposta de Lei alternativa, e votamos contra esta porque consideramos que ela não resolve as questões
fundamentais. A questão do financiamento do CCP não lhe dá meios para
alcançar os objetivos a que estão confiados. Por outro lado, só podem votar
os Portugueses recenseados para a
Assembleia da República e não todos
os Portugueses emigrantes, e isso vai
reduzir o nível de participação.
O que destacaria de mais positivo na
ação do Governo nesta área? As Permanências consulares?
As Permanências consulares não resolvem o problema dos fechos dos
Consulados. As Permanências foram
um mecanismo que o Governo encontrou para minimizar mas não minimiza. Ainda há tempos estive com um
responsável de um Consulado e ele
próprio dizia que não resolve.
E porque não resolve?
Não resolve porque o que seria importante é que a rede pudesse estar perto
dos Portugueses, não estamos a defender um posto em cada cidade, mas
sim de proximidade. O que sentimos
é que os Portugueses têm cada vez
mais dificuldades. Outro aspeto negativo da atuação deste Governo tem a
ver com a criação de call centers que
estão a tratar de questões de natureza
muito delicada e ninguém sabe quem
está a tratar disso.
O PCP nunca aderiu ao voto eletrónico, porquê?
Não pensamos que seja a forma mais
adequada. A participação deve ser
presencial, deve-se criar as condições
para que possam votar.
Mas é difícil pôr mesas de voto fora
dos postos consulares...
Nada é impossível, se os Portugueses
perceberem que o seu voto conta, e
nós temos o maior respeito por todos
os que votam. Nós não temos Deputados pela Emigração e temos uma
ação muito ativa nesse acompanhamento... Se a pessoa perceber que
está a votar para o futuro do país, as
pessoas fazem talvez o sacrifício de
votar nem que tenham de votar longe.
Temos de combater a abstenção. As
pessoas votam cada vez menos porque sentem que quem nos tem governado são Partidos ou pessoas que não
cumprem as suas promessas ou que
estão envolvidos em casos e por conseguinte sentem que não estão bem
representadas.
Mas não acredito que as pessoas
façam 400 km para ir votar...
Depende. Também há a responsabilidade e o militante comunista sente a
responsabilidade de votar e a importância que é o reforço do Partido pois,
quantos mais Deputados tivermos,
maior é a nossa capacidade de intervenção. A comunicação social tem
um papel importante de informação e
de esclarecimento para que os Portugueses não se abstenham.
Mas porque é que acha que o voto
eletrónico não é uma boa solução?
Essa é uma discussão coletiva, o Partido Comunista Português nunca se
opôs à discussão, certamente teremos
que debater sobre essa questão, de
momento a nossa posição é esta, precisamos de ouvir as bases e de discu-
Não há um único ponto positivo no
Governo? A Certificação é sempre positivo, não acha?
Poderia ser uma boa intenção, mas
depois quando se traduz isso para a
realidade, não há uma grande tradução. Em termos práticos o que poderá
ser uma mais valia, tem a ver com as
condições em que o ensino é ministrado. Há uma rede cada vez mais diminuída de professores e há turmas
em que os níveis de ensino são díspares e isso em termos de capacidade
de aprendizagem é muito complexo.
O professor não pode acompanhar da
mesma maneira os alunos. E depois
há a questão da desvalorização social
dos próprios professores do ensino
que sistematicamente têm sido desvalorizados e que não sabem o que
lhes vai acontecer. As comissões de
serviço terminam agora em agosto e
isso cria instabilidade. Eles não
sabem se continuam ou se ficam.
Existe na Constituição Portuguesa um
princípio que é: ao Estado compete a
promoção e divulgação do ensino da
língua portuguesa no estrangeiro através de uma rede de ensino do português e não podemos desmantelar
essas estruturas para depois não termos resposta. O que podemos é correr
o risco de perder um elemento central
da nossa identidade que é a língua e
o estudo da cultura portuguesa.
Na próxima eleição, os Candidatos do
PCP por este círculo eleitoral vão continuar a ser emigrantes?
Sempre defendemos nas listas nacionais e na emigração que sejam os Camaradas que vivem nos conselhos ou
nesses países que sejam os seus legítimos representantes. Eu sou eleita
pelo distrito de Braga, sou de Braga,
regresso ao meu distrito sempre à
sexta-feira porque é isso que sempre
nos dá um conhecimento da realidade
para levarmos ao Parlamento.
Política
le 23 avril 2015
07
Delegação foi entregar uma carta ao Luxemburgo, em mão própria
Candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar interpela o
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas
A visita do Secretário de Estado das
Comunidades José Cesário ao Luxemburgo, por ocasião das comemorações do 35º aniversário da
associação CASA, na sexta-feira dia
10 de abril, constituiu uma oportunidade que a candidatura cidadã
Livre/Tempo de Avançar se deslocasse de Bruxelas e aproveitar para
entregar em mãos, ao representante
do Governo português, uma carta.
Essa carta contém “uma série de
questões prementes que afetam
todos os Portugueses espalhados
pelo mundo, portugueses esses cujo
número não para de crescer” dizem
os subscritores.
O LusoJornal teve acesso ao documento e transcreve-o na íntegra:
“Exmo. Senhor José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas,
Numa altura de enorme aumento da
emigração, com centenas de milhar
de novos emigrantes por ano, os
subscritores e subscritoras da candidatura LIVRE/Tempo de Avançar
residentes no estrangeiro gostariam
de chamar a atenção de V. Exa. para
uma série de problemas que afetam
todas as pessoas portuguesas emigradas.
Assim:
1. Questionamos a ausência de medidas destinadas a promover o envolvimento da diáspora na vida
cívica e política do país, nomeadamente através da participação eleitoral. Tal como acontece com os
cidadãos e cidadãs residentes em
território nacional, é fundamental
automatizar o recenseamento para a
população emigrante, vinculando-o
à inscrição consular e à alteração do
local de residência. É também essencial alargar e simplificar as modalidades de voto em mobilidade,
nomeadamente avaliando a possibilidade de introdução do voto eletrónico e facilitando o uso do voto por
correspondência;
2. Insistimos na necessidade de
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas
Lusa / Manuel de Almeida
dotar a nossa rede diplomática e
consular com os meios necessários
para que os Portugueses e Portuguesas emigrados recebam do Estado o
apoio que merecem. Não é aceitável
que o Governo e a suas políticas de
austeridade continuem a empurrar
tantas pessoas para fora do país, ao
mesmo tempo que se diminuem os
recursos e serviços destinados ao
acompanhamento e valorização da
diáspora. O crescimento da população emigrante implica um esforço
redobrado da parte do Governo para
não perder os contributos de todos
estes Portugueses e Portuguesas.
Por isso, os Consulados deveriam
estar a promover uma campanha
abrangente de recenseamento dos
cidadãos, em vez de permanecerem
passivos ou, ainda pior, dificultarem
o recenseamento através de atrasos
no atendimento e de manifestas insuficiências nos serviços prestados,
com a passagem à reforma de inúmeros funcionários que não são
substituídos;
3. Alertamos para a visão minima-
lista do papel dos poderes públicos
na promoção da língua portuguesa
que, no recente Plano Estratégico
para as Migrações, é remetida para
“iniciativas e projetos do movimento
associativo”. O Estado não pode
continuar a demitir-se das suas responsabilidades nesta matéria, devendo pôr fim ao desinvestimento
crónico de que o Instituto Camões
tem sido objeto e atribuir mais recursos humanos e materiais ao Ensino do Português no Estrangeiro,
devolvendo-o à competência do Mi-
PUB
nistério da Educação e abolindo a
imposição de uma Propina - que é
ilegal, visto o ensino ser gratuito,
nos termos da Constituição;
4. Lamentamos que a reformulação
do CCP e o recém-adotado Plano Estratégico das Migrações não tenham
sido realizados em colaboração com
a Comunidade emigrante. Receamos ainda que o novo CCP venha a
ser um órgão esvaziado e fraco, que
dê uma ilusão de abertura às Comunidades emigrantes sem, no entanto, permitir a sua participação
plena e efetiva nos processos de decisão política. É muito pouco encorajador que o número de eleitores
para os membros deste órgão tenha
sido drasticamente reduzido com as
novas regras: se antes podiam votar
todos os Portugueses e Portuguesas
inscritos num Consulado, agora só
pode votar quem esteja recenseado
para votar num Consulado português
no estrangeiro - reduzindo em centenas de milhar o número de potenciais eleitores. O anúncio do ato
eleitoral do CCP para antes do verão
também não nos deixa confiantes
em relação à transparência e legitimidade do processo.
Numa altura em que a população
emigrante não para de crescer, em
vez de maior abertura e inclusão, o
Governo parece estar ativamente a
afastar e a marginalizar da vida cívica e política os Portugueses e Portuguesas residentes no estrangeiro,
em flagrante contradição com a Resolução 2043 da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, de
6 de março de 2015, relativa à participação democrática dos Emigrantes na vida política no país de
origem.
Portugal é hoje o 12º país do mundo
com o maior número de emigrantes
por total de população - cerca de 2
milhões, de acordo com estimativas
recentes das Nações Unidas. A
Diáspora portuguesa não pode continuar a ser considerada um ramo
subalterno da nossa política externa.
Assim, consideramos fundamental
que o Governo de V. Exa. encare a
participação cívica inclusiva dos e
das Emigrantes, e a sua representação política, como fazendo parte do
seu mandato, bem como do processo de aprofundamento da democracia em Portugal e de promoção
da língua portuguesa no mundo.
Os e as Emigrantes portuguesas
(tanto recentes como de longa data)
são parte integrante da vida do país
e têm de ser tratados como cidadãos
e cidadãs de pleno direito. As suas
remessas dão um importante contributo para o desenvolvimento e merecem, no mínimo, que o Estado
reconheça e respeite a importância
da Comunidade emigrante para o futuro de Portugal. Porque a emigração portuguesa merece uma política
coerente e inclusiva, gostaríamos de
convidar V. Exa. para uma reunião
com representantes da Diáspora
portuguesa, a agendar conforme a
disponibilidade de todas as partes,
para discutir estas questões”.
lusojornal.com
08
Sindicato
le 23 avril 2015
Nova Secretária Geral do STCDE
Rosa Teixeira Ribeiro venceu as eleições
para o Sindicato dos Trabalhadores Consulares
Por Carlos Pereira
que nos une é mais importante do que
o que nos divide, se calhar temos formas de apresentarmos coisas de maneira diferente, mas penso que a nossa
vontade é exatamente a mesma. Eu
acho extremamente positivo que no
universo dos 1.100 sócios que temos,
encontramos 74 pessoas candidatas,
dispostas a trabalhar para o Sindicato.
Nós inscrevemo-nos numa continuidade: herdamos o passado e queremos
modernizar.
A lista B, liderada por Rosa Maria Teixeira Ribeiro, venceu as eleições para
os corpos gerentes do Sindicato dos
Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE), que decorreram durante a Assembleia Geral
do Sindicato, que teve lugar em Paris.
Rosa Teixeira Ribeiro, funcionária do
Consulado Geral de Portugal em Paris,
obteve 416 votos, enquanto que a candidata da lista A, Manuela Guimarães,
funcionária da REPER em Bruxelas,
obteve apenas 213 votos.
Rosa Maria Teixeira Ribeiro, que já foi,
pelo passado, Secretária Geral do
STCDE, respondeu às perguntas do
LusoJornal.
Quais os eixos dessa modernização?
Vamos tentar criar um indicador do
custo de vida próprio aos trabalhadores
consulares porque estou farta que se
fale do indicador de custo de vida da
ONU que se aplica aos diplomatas
com escalas salariais que não têm
nada a ver com as nossas. Queremos
que os nossos colegas possam consultar os seus processos, queremos ter
mais visibilidade externa, temos de nos
aproximar mais e trabalharmos mais
com as associações e com as entidades, temos que aparecer publicamente
porque o que caracteriza a nossa lista
é porque somos conhecedores dos problemas dos Consulados e das missões
diplomáticas e alguns de nós tiveram
a possibilidade de testar algumas coisas nos seus postos.
Que argumentos considera que foram
importantes para ganhar?
Talvez a determinação, a energia, a
proposta de coisas diferentes, talvez a
necessidade de efetuarmos uma transição porque há velhas receitas que
hoje já não funcionam e que eu soube
dar essa abertura às pessoas.
Depois desta divisão, como vai agora
unir o Sindicato?
Não houve divisão. O facto de haver
duas listas quer dizer que havia mais
pessoas com vontade de trabalhar. O
LusoJornal / Carlos Pereira
Que tipo de ações imediatas vão fazer?
A questão das 44 horas que são indignas, o estatuto do Camões que continua a ser atirado para o ar. Há uma
questão fiscal que me parece muito
importante, porque nós trabalhamos
no estrangeiro e pagamos impostos
como se estivéssemos em Portugal,
não levam em conta a nossa especificidade prestação no estrangeiro. Há a
questão da revisão de carreira, temos
de rever tabelas salariais, temos de
rever todas essas flutuações de divisas
que fazem com as pessoas perdem de
um dia para o outro uma percentagem
demasiado importante do seu salário.
São muitas frentes abertas. Vamos ter
uma fase de transição, temos de nos
fazer conhecer porque a equipa é nova.
Vai mudar-se para Lisboa?
Vou ter que me mudar para Lisboa,
temos que estar lá para nos fazermos
ouvir e é onde está a sede. Os sócios
têm de saber que podem contactar-nos
a qualquer momento e eu faço questão
para voltar ao contacto, para termos
ainda mais sensibilidade e ouvir individualmente os sócios. Vamos organizar uma ronda de reuniões. Eu gostaria
que nos comportássemos como dirigentes sindicais e não como delegados
sindicais do único posto que nós conhecemos e onde trabalhamos.
Manuela Guimarães não conseguiu convencer os seus
colegas funcionários consulares
Por Carlos Pereira
Manuela Guimarães, funcionária da
REPER em Bruxelas, não conseguiu
ser eleita Secretária Geral do STCDE.
O LusoJornal entrevistou-a à saída da
Assembleia Geral, quando ainda não
tinham sido proclamados os resultados
finais, mas quando já se confirmava a
eleição de Rosa Maria Teixeira Ribeiro.
Ao que deve esta derrota?
O voto é soberano, mas neste caso há
um grave problema que é o voto por
procuração. Em circunstâncias em que
tudo vai bem, funciona muito bem,
mas em circunstâncias onde haja posições diferentes já à partida, os meios
não são os mesmos. A face externa do
Sindicato era de facto a do Alexandre
Vieira.
Pensa então que o Alexandre Vieira,
por estar a trabalhar no Sindicato e ser
candidato, influenciou o voto?
Influenciou e o processo é complicado.
Começaram a chegar procurações
quando ainda não haviam listas formadas. A Comissão eleitoral teve de resolver de boa fé, estabelecendo regras
e modelos de procuração em que houvesse a certeza que a decisão da pessoa tinha sido tomada já depois da
entrega das listas e nesse sentido
houve um acordo de boa fé e as pessoas confirmaram a sua decisão,
quanto a isso não tenho nada dizer. O
futuro dirá.
lusojornal.com
Sinto-a desiludida...
Continuo a bater na mesma tecla, o
sindicalismo faz-se com solidariedade
e na defesa de todos, somos um Sindicato que tem problemas muito díspares, desde segurança social, o IRS,
culturas de trabalho em diferentes locais do mundo e a perspetiva do dirigente nacional não pode ser a
perspetiva de um delegado sindical e
um dirigente local que passa à Direção
Nacional não pode comportar-se na Direção Nacional, como se fosse um dirigente local. O Jorge Veludo foi
sempre garante dessa perspetiva de
equilíbrio de direitos de todos os trabalhadores e da sua dignidade e sempre lutou para que nós nos
defendêssemos com dignidade institucionalmente. As vezes surpreendome com os nossos colegas. Não
podemos definir um quadro que seja
dependente do bom diplomata. Estamos numa sociedade democrática, a
lei aplica-se a toda agente, não é uma
situação de favores, nem de relações
pessoais.
Pensa que isso está posto em causa
nesta nova Direção?
Eu temo sinceramente, porque se não
tivesse sentido isso, não tinha havido
a necessidade de apresentar duas listas. Neste momento apanhamos de
todos os lados, somos muito controlados pelo quadro legal da Administração pública, temos aquele artigo no
nosso estatuto que é o respeito pelas
leis locais, não conseguimos fazer pas-
sindical dos Consulados e Embaixadas. Estão a tentar estabelecer contactos para ver se conseguem que seja
reconhecida essa Comissão paritária
para os trabalhadores das Embaixadas
que logicamente vão dar-nos melhores
condições.
os problemas dos colegas da Suíça se
resolvem. Não quero contestar. Defendemos sempre estar atentos à variação
cambial e à inflação. No que diz respeito à variação cambial, defendemos
que os colegas deviam ter sempre a
garantia de receber o mesmo salário na
moeda local.
O STCDE não devia estar nesse combate?
Eu tenho participado nas reuniões.
Hoje eles apoiam-nos a 100%. Queriam fazer um género de protocolo connosco, que seria algo inovador. Foi aqui
votada um alteração estatutária que
permitirá para não haver dupla filiação,
a sindicalização faz-se no STCDE e depois o STCDE reverteria uma pequena
parte da quota para o outro sindicato
que nos daria o mesmo apoio das condições deles. Houve muitos membros
da lista vencedora que votaram contra
ou abstiveram-se. Tenho que ver como
as coisas se processarão. Gostava de
continuar ligada a esse movimento
belga. Acho que é um reforço à nossa
ação sindical e eu não vou em discursos de sindicalismos fora de moda,
temos que adaptar-nos como podemos
ser mais eficazes, mas na solidariedade.
Vai continuar a ser Delegada sindical a
nível local?
Tenho que pensar, mas sindicalizada,
em Portugal ou na Bélgica, seguramente que sim. Na Bélgica está a surgir pela primeira vez um movimento
muito interessante que é uma inter
A lista A, apresentada por Manuela
Guimarães, integrava também Maria
Celeste Nantes das Neves, da Embaixada de Portugal em Bruxelas (Mesa
da Assembleia Geral), José Campos,
reformado Embaixada de Portugal em
Bruxelas (Direção Nacional)
LusoJornal / Carlos Pereira
sar uma imagem para a comunicação
social pois equiparam-nos muitas
vezes como se os trabalhadores consulares tivessem os mesmos privilégios
que os diplomatas. E é completamente
mentira. Agora na Suíça fala-se dos Diplomatas que reclamam que estão a
perder dinheiro com o abono de representação, mas eles continuam a ter o
salário deles, a ter a renda de casa
paga, continuam a ter os subsídios que
têm.
Rosa Teixeira Ribeiro quer criar um índice de custo, certo?
Isso, logo se verá. Ficarei muito feliz se
Empresas
le 23 avril 2015
09
Empresário implantou a empresa de raiz na Bélgica
Jorge Ribas deixa a empresa de pagamentos e câmbio
Munditransfers
Por Paulo Carvalho
O gestor brasileiro das lojas portuguesas Munditransfers, Jorge Ribas, colaborador da empresa desde 2005,
deixa a empresa após quatro anos na
Bélgica, mas antes, diz que “agradeço
a todos que me ajudaram e colaboraram no meu projeto para instalar e solidificar as unidades na Bélgica”.
Com mais de 40 anos de mercado de
trabalho, a experiência profissional de
Jorge Ribas está mais do que comprovada e parte agora para “novos desafios” que não deseja ainda revelar.
Uma coisa diz ter a certeza: “continuarei no país que adotei como minha
residência principal, depois de ter vivido e trabalhado em Portugal muitos
anos”.
Quando Jorge Ribas chegou a Bruxelas, começou tudo do zero. Estudou o
mercado e o seu comportamento, deu
os primeiros passos e fez todas as formalidades necessárias com as autarquias locais e o banco Belga. Com
base em aulas particulares de francês,
lançou as lojas, desde a decoração, a
segurança e o pessoal indicado para
as formar nos mesmos moldes das
unidades portuguesas. Investiu também muitas energias na área do marketing, trabalhando e promovendo a
imagem e o nome da Munditransfers
no mercado belga.
Para ajudá-lo, contou com a presença
do filho Raphael Soares, pessoa da
sua total confiança: “Agradeço de coração à pessoa que confiou no meu
filho e em mim a responsabilidade de
implantar a Munditransfers na Bélgica”, afirma Jorge Ribas ao LusoJor-
nal. “No início não foi fácil. Depois
das lojas montadas, havia um outro
trabalho que era de ter de fazer com
que as pessoas entrassem nas lojas e
acreditassem no nosso trabalho. Foi
preciso conquistar e criar a confiança
dos clientes. E isso nós conseguimos
sob a minha direção”, orgulha-se.
Jorge Ribas, Carioca, trabalha desde
os 14 anos na área de câmbios e
envio de dinheiro, e chegou a ter a sua
própria empresa no Rio de Janeiro.
Depois mudou-se para Portugal onde
foi responsável por lojas em todo o
país, tendo ainda trabalhado em Espanha e por fim na Bélgica.
Na Bélgica, Jorge Ribas também patrocinou alguns eventos brasileiros,
impulsionando a cultura brasileira
local e estreitando os laços com a Comunidade, como aulas de capoeira e
leituras de livros infantis. Mas o seu
dom para ajudar o próximo já é antigo.
Quando ainda trabalhava no Brasil,
ganhou a Medalha Tiradentes, a maior
comenda do Rio de Janeiro pelos serviços prestados à cidade e, sobretudo,
às crianças carentes.
Já na capital da Europa, patrocinou
eventos portugueses, tais como “O
melhor de Portugal”, no Parque do
Cinquentenário. Outras atividades
desportivas tiveram também o apoio
da Mundistranfers, por exemplo a
equipa de futebol do Porto de Bruxelas, hexacampeão da primeira divisão
do Campeonato amador da Federação Trabalhista de Futebol na Bélgica. No campo empresarial, a
Munditransfers, na pessoa do até
agora seu gerente, faz parte da Associação dos Empresários Portugueses
da Bélgica, à qual pretende continuar associado como empresário individual. “Na vida tudo é um ciclo.
Tudo tem o seu tempo e a sua época.
Este agora acabou e estou prestes a
começar um outro. Certamente nos
veremos em breve”, conclui.
PUB
10
Comunidade
le 23 avril 2015
Albano Ribeiro deslocou-se à Bélgica
em
síntese
Bruxelas: Marcha
cidadã positiva
com participação
portuguesa
Com a
austerid a d e
lentamente a
chegar à
Bélgica,
por via
da aceitação, por parte do atual Governo, em aplicar as regras do Tratado
Orçamental, a sociedade belga mobiliza-se para combater o discurso “Não
há alternativa”.
Em 29 de março, o movimento de cidadãos “Hart boven Hard/Toute Autre
Chose” organizou uma manifestação
de 20.000 pessoas em Bruxelas para
protestar contra a austeridade e demonstrar que “existem muitas outras
formas - igualitárias, ecológicas e justas - de organizar a economia e a sociedade”.
Os membros do partido Livre, subscritores do Movimento “Tempo de
Avançar”, residentes na Bélgica, juntaram-se à manifestação “para dizer
aos Belgas que conhecemos bem o
caminho da austeridade e os resultados desastrosos a que nos conduz”.
Homem levava
droga para
Bruxelas
O Ministério Público acusou um
homem de tráfico de droga depois de,
a 15 de fevereiro, ter sido apanhado
no aeroporto Francisco Sá Carneiro,
no Porto, com cocaína na bagagem.
Segundo a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, “o arguido, passageiro de
um voo proveniente de São Paulo,
Brasil, e com destino a Bruxelas, Bélgica, transportava na sua bagagem de
mão 2.198,544 gramas de cocaína,
com um grau de pureza de 81,2%,
bastante para proporcionar 8.926
doses diárias”. Aguarda agora o desenrolar do processo em prisão preventiva, medida de coação mais
grave.
Turista belga
continua
desaparecido
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar as causas do desaparecimento
de um turista belga em Peniche. No
final de março, a PJ investigou o caso
ocorrido a 22 de fevereiro.
A 22 de fevereiro, um turista belga, de
27 anos e a passar férias, desapareceu na cidade, tendo sido visto pela
última vez no Alto da Vela, junto à fortaleza. Na ocasião, foram realizadas
buscas em terra e por mar.
lusojornal.com
Sindicato da Construção denuncia “exploração”
de trabalhadores portugueses no estrangeiro
O Presidente do Sindicato da Construção de Portugal deslocou-se ao
estrangeiro para denunciar a “exploração” de trabalhadores portugueses e defender “direitos iguais”
aos dos profissionais locais. Em
declarações à Lusa, Albano Ribeiro
disse que encontrou “muitos problemas em termos de salários, instalações sociais e habitação”,
assegurando que muitos trabalhadores portugueses do setor vivem
no estrangeiro numa situação de
“escravatura contemporânea”.
Por isso fez um “périplo” iniciado
em março com uma viagem ao Luxemburgo, Bélgica e Holanda, seguindo-se agora a Suíça, França e
Alemanha, em que o Sindicato
constatou que as autoridades locais de inspeção do trabalho não
estão “devidamente empenhadas
em acabar com a escravatura contemporânea de trabalhadores portugueses”.
De acordo com a estrutura sindical,
em causa estão as “centenas de
pobres portugueses em vários países”, como Bélgica, Luxemburgo,
França, Suíça e Alemanha, que
estão a surgir na sequência da
“emigração feita com olhos fechados”, através de angariadores de
mão-de-obra que não cumprem
com as condições prometidas.
“Os parceiros sociais têm que intervir para acabar com esta escravatura contemporânea”, sustenta o
Presidente do Sindicato, que já solicitou audiências ao Ministro do
Trabalho, ao Inspetor-geral do Trabalho, aos Eurodeputados portugueses do Parlamento Europeu, ao
Secretário de Estado das Comunidade Portuguesas e ao Presidente
da Comissão Europeia no sentido
de os alertar para o problema.
De acordo com Albano Ribeiro, é
gritante a disparidade entre o salário dos trabalhadores recrutados
por angariadores e os contratados
por empresas idóneas: os primeiros
ganham entre três a cinco
euros/hora, quando os segundos
auferem de 11 a 17 euros/hora,
“mais outras regalias sociais”.
No caso específico da Alemanha,
por exemplo, um trabalhador da
construção português ganha três
euros/hora e um trabalhador alemão, na mesma obra, ganha 19
euros/hora. No caso específico da
Bélgica, o Sindicato diz que o problema reside na ligação criada
entre angariadores portugueses e
belgas ligados ao setor da construção. Já na Holanda “a situação é
muito menos lesiva em termos sociais e laborais, dado haver um
maior controlo das autoridades”.
Lusa / Estela Silva
Crónica de opinião
As Comunidades portuguesas
no centro do debate parlamentar
Na passada semana, o Grupo Parlamentar do PSD entendeu que a sua
declaração política seria dedicada à
área das Comunidades Portuguesas.
As declarações políticas são sempre
um momento de enorme relevância e
coube-me a honra de fazer esta importante intervenção.
Aproveitei a oportunidade para falar de
Portugal, mas de um Portugal repartido pelo Mundo que se revê na sua
Diáspora e que a considera como uma
mais-valia para a sua afirmação internacional e como importante alavanca
para o seu desenvolvimento económico e social. É desta forma que vejo
o meu país. É desta forma que nós, no
PSD, entendemos Portugal.
Salientei que a área das Comunidades
foi, durante bastante tempo, um tema
marginal no debate político português
mas que mais recentemente o tema
da emigração tem estado na ordem do
dia, não para se falar do enorme potencial deste setor, mas sim para se
apontarem números que depois são
utilizados como meros instrumentos
para a discussão política. Infelizmente, nunca se discute o essencial,
ou seja, as pessoas, os seus problemas, as suas expectativas e a sua ligação a Portugal.
Continuei realçando que somos um
país historicamente de emigração que
teve, no século XX, vários ciclos migra-
tórios com consequências para a sociedade portuguesa e para o país e
que estiveram, sempre, associados a
momentos em que o país falhou. Ora,
em 2011 Portugal encontrou-se numa
situação económica de tal forma grave
que podemos afirmar que, nesse momento, o país falhou.
Referi que se os números da emigração passaram, para alguns, a ser apenas relevantes a partir dessa altura
convém lembrar que desde o início do
século os valores relativos às saídas de
Portugueses para o estrangeiro foram
sempre significativos, atingindo em
2007 valores próximos dos atuais e,
segundo o Observatório da Emigração,
saíram de Portugal, entre 2007 e
2012, uma média de 80.000 Portugueses por ano.
Mas quis deixar claro que mais importante que discutir os números, importa
hoje criar condições no país para que
este possa fixar as suas gentes e seja
suficientemente atrativo para propiciar
o regresso de quem se viu forçado a
sair. Na verdade, Portugal conseguiu
nos últimos anos inverter essa tendência que o levou a uma situação crítica
de quase bancarrota. Portugal é hoje
capaz de atrair investimento externo e
visto nos países que acolheram as
grandes Comunidades portuguesas
como um país cumpridor e, frequentemente, referido como um exemplo
Carlos Gonçalves
Deputado (PSD) pelo
círculo eleitoral da
Europa
[email protected]
de recuperação económica. Hoje é um
país diferente e não sou só eu a
afirmá-lo, disse no Plenário da Assembleia da República.
E neste sentido recordei que ainda recentemente o Presidente François
Hollande, se referiu a Portugal como
“estando já num caminho de crescimento com resultados económicos
que são significativos”.
Continuei dizendo que seria bom que
aqueles que agora despertaram para a
questão da emigração apresentassem
verdadeiras propostas políticas dirigidas aos Portugueses residentes no estrangeiro ao invés de se refugiarem na
crítica, na opinião, no comentário e,
por vezes, com uma adjetivação que
apenas demonstra a falta de ideias
concretas.
Lembrei que, como costumo dizer,
mal daquele que tem de emigrar pois
a partir do momento em que atravessa
as fronteiras de Vilar Formoso ou de
Vila Verde da Raia deixa, infelizmente,
de contar para alguns setores políticos
em Portugal.
Na minha intervenção falei ainda de
um setor que tem dado um contributo
notável para a recuperação económica
do país, um setor que tem sido essencial para a internacionalização das
nossas empresas, um setor que tem
sido determinante nos resultados do
turismo e do imobiliário e que tem
sido fundamental para o sucesso das
nossas exportações.
No entanto, também me estava a referir a um setor que ainda luta pela
igualdade de direitos políticos e que
ainda procura que o seu contributo
para o desenvolvimento de Portugal
seja devidamente reconhecido.
Tive também a oportunidade de destacar as várias iniciativas que o Governo tem vindo a implementar para
aproximar Portugal das suas Comunidades e referi, pela sua importância, o
programa das Permanências consulares, que permite que os nossos serviços administrativos cheguem hoje às
Comunidades mais afastadas. Um
programa ambicioso é, certo, no qual
alguns não acreditavam (como aconteceu com o PS) mas que estende
atualmente a rede de atendimento
consular a 179 novos locais: 179 cidades, 179 núcleos de Comunidades.
Esta é, talvez, a maior das medidas alguma vez tomada por um Governo em
favor da nossa Diáspora e da sua ligação a Portugal.
Esta declaração política que, de forma
sucinta aqui transcrevi, foi para mim,
um momento importante em que falei
de um país que vai muito para além
do seu território. Falei de um país, do
meu e do vosso país que é aquele Portugal que deve contar com todos os
Portugueses.
Comunidade
le 23 avril 2015
11
Ana Farinha mora em Mechelen
Jovem portuguesa da Bélgica finalista do
concurso FAZ-Ideias de Origem Portuguesa
Uma rádio falada em português para
crianças residentes em qualquer
parte do mundo, um projeto de leitura
acessível ou uma empresa que promove o consumo de produtos ligados
à colmeia são alguns dos 10 projetos
finalistas da quarta edição do concurso FAZ-Ideias de Origem Portuguesa, promovido pela Fundação
Calouste Gulbenkian. Um dos projetos finalistas foi coapresentado por
Ana Farinha, uma portuguesa residente em Mechelen, na Bélgica, e
trata-se do projeto BeeRural.
Os 10 finalistas foram escolhidos
pelo júri do Prémio entre 54 novas
ideias submetidas ao concurso Ideias
de Origem Portuguesa (FAZ-IOP), envolvendo 200 participantes de 29
países. Deste universo foram selecionadas 10 equipas finalistas, que estarão entre os dias 8 e 10 de junho
na Fundação Gulbenkian a participar
num bootcamp sob a orientação do
Instituto de Empreendedorismo Social, à semelhança do que aconteceu
nos anos anteriores.
Os finalistas habilitam-se a um prémio no valor de 50 mil euros para financiamento dos projetos, dos quais
25 mil euros serão atribuídos ao vencedor, 15 mil euros ao segundo lugar
e 10 mil euros ao terceiro. Lançado
em 2010 pela Fundação Gulbenkian,
o FAZ-IOP surgiu como movimento
destinado a apoiar projetos de empreendedorismo social nas áreas do
ambiente e sustentabilidade, diálogo
intercultural, envelhecimento e inclusão social.
Quanto ao projeto BeeRural, pretende
desenvolver a sua atividade centrada
na comercialização de produtos da
colmeia, como o mel, pólen, cera e
própolis. “Com o objetivo de se tornar
uma empresa de referência no setor,
a BeeRural tem como objetivos: fomentar relações de proximidade com
os produtores, prestar serviço de consultoria e formação e criar um apiário
pedagógico com uma agenda de
eventos, como workshops, visitas
guiadas e ações de sensibilização”.
O projeto foi apresentado por Raquel
Sofia Alves e Paula Lourenço, ambas
da sertã, em Portugal, Marta Domingos de Vila de Rei e Ana Filipa Urbano do Porto, mas também por
Emanuel Moreira do Reino Unido e
Ana Farinha da Bélgica. “A BeeRural
pretende aproximar a comunidade
em geral, nomeadamente produtores
e crianças do ensino pré-escolar e 1º
ciclo, de modo a alertar para a importância das abelhas no equilíbrio ecológico do planeta, enquanto
responsável por grande parte da polinização de culturas”.
Gabinete de Apoio ao Emigrante
inaugurado em Castelo de Paiva
A Câmara Municipal de Castelo de
Paiva vai proceder esta quinta
feira, dia 23, pelas 15h00, à inauguração do Gabinete de Apoio ao
Emigrante, numa cerimónia que
contará com a presença de José
Cesário, atual Secretário de Estado
das Comunidades Portuguesas.
O Gabinete de Apoio ao Emigrante
(GAE) apresenta-se como uma estrutura de apoio ao emigrante, que
foi criada através da celebração de
um acordo de cooperação entre a
Câmara Municipal de Castelo de
Paiva e a Direção dos Assuntos
Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP), com o objetivo
de apoiar o cidadão emigrante no
regresso e reinserção no país, contribuindo para a resolução dos problemas apresentados, assim como
ajudar todos aqueles munícipes
que tenham emigrado e estejam
em vias de regresso ou ainda residentes no estrangeiro. Este novo
Gabinete em Castelo de Paiva vai
prestar um serviço gratuito aos
emigrantes, bem como aos seus familiares.
Na perspetiva do edil paivense
Gonçalo Rocha, este Gabinete de
Apoio ao Emigrante é mais uma
medida de integração no quadro
das políticas de proximidade que
importa implementar, sendo um
serviço que estará disponível diariamente na Câmara Municipal
desde abril, estando certo que, “irá
facilitar na resolução de inúmeras
questões que até agora só poderiam ser tratadas fora do concelho,
que além da burocratização importavam encargos acrescidos para os
nossos emigrantes”.
Daniel Bastos apresentou “Terra” em Bruxelas
No passado dia 20 de março, o escritor Daniel Bastos, da Fafe, apresentou o seu novo livro de poesia “Terra”
na Embaixada de Portugal em Bruxelas. A obra com chancela da Editora
Converso, uma edição bilingue em
Português e Francês, com tradução
do docente Paulo Teixeira, e que
conta com ilustrações do artista plástico Orlando Pompeu e prefácio do fotógrafo e pintor Gérald Bloncourt,
Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras
de França, foi apresentada pelo poeta
Fernando Camilo Ferreira.
No decurso da sessão de apresentação, promovida pela Editora e Livraria
Orfeu, o poeta Fernando Camilo Ferreira, e o promotor das atividades organizadas pela Orfeu em Bruxelas,
Joaquim Pinto da Silva, destacaram
a presença de muitos compatriotas
na iniciativa, sintomática da ligação
profunda do percurso literário do escritor minhoto às comunidades lusófonas. Segundo os mesmos, a estreia
de Daniel Bastos na poesia constitui
uma agradável surpresa literária que
invoca um sentimento telúrico de
amor à terra e às raízes.
Por seu lado, o escritor português,
que agradeceu a receção e amabilidade da comunidade emigrante, revelou que a sua incursão na poesia
proveio da necessidade intrínseca de
encontrar uma nova forma de expres-
sar a sua visão da vida em comunidade e dos valores culturais da nossa
sociedade.
Refira-se que esta sessão cultural na
Embaixada de Portugal em Bruxelas
incluiu uma prova de vinhos de diferentes regiões do país, promovida
pela empresa BVBA Guimarães,
uma empresa sediada na Bélgica
que se dedica à distribuição de produtos nacionais, e que estão previstas ao longo dos próximos meses
novas apresentações oficiais do livro
no espaço francófono europeu,
assim como em diversas cidades
portuguesas.
em
síntese
Sindicato dos
Professores
denuncia
discriminações
O Sindicato dos Professores nas
Comunidades Lusíadas (SPCL)
emitiu na semana passada um comunicado denunciando discriminações no Ensino Português no
Estrangeiro, tanto no que diz respeito aos alunos, como aos professores.
“No Ensino Português no Estrangeiro prolifera cada vez mais todo o
tipo de medidas e situações que
contribuem para um único fim,
fazer do contexto do EPE um péssimo exemplo de todo o tipo de injustiças e discriminações” escreve
a Secretária Geral do Sindicato, Teresa Duarte Soares, enunciando
depois a taxa de frequência, a Propina aplicada em alguns países,
um “processo que transforma os
professores em vendedores de inscrições, obrigados a recolher o número suficiente de alunos e
comprovativos de pagamento para
manterem os seus lugares de trabalho, processo vergonhoso tanto
para professores como para alunos,
visto que se os docentes não
conseguirem, até 15 de abril, reunir
pagamentos em número suficiente,
ficarão sem horário ou com horário
incompleto” diz o SPCL alegando
que há até professores que se deslocam a casa dos alunos para recolher os comprovativos exigidos.
“Para os alunos, a situação não é
melhor, pois o pagamento é apenas
obrigatório para os que frequentam
o ensino paralelo, aquele com
piores condições, fora do horário
escolar normal, com grupos mistos
de 15 e 20 alunos de todos os níveis de escolaridade e com apenas
duas horas letivas por semana”.
O comunicado denuncia ainda que
“no respeitante a salários, os professores do EPE encontram-se num
limbo inexplicável” porque “enquanto os funcionários consulares
e das Embaixadas tiveram uma recuperação de vencimentos, com
retroativos a partir de setembro, os
professores continuam sem receber seja o que for, pois embora
também pertençam ao Ministério
dos Negócios Estrangeiros parece o
mesmo não estar disposto a reconhecer essa realidade”.
lusojornal.com
12
Cultura
le 23 avril 2015
Uma noite de Kizomba e Kuduro
em
síntese
Concerto de “Espelhos” no Petit
Théâtre Mercelis
O próximo concerto do grupo lusobelga “Espelhos” vai ter lugar no
próximo sábado, dia 24 de abril, às
20h30, organizado no quadro de “Arts
en Scène et en Saisons”. O concerto
vai ter lugar no Petit Théâtre Mercelis,
rue Mercelis 13, 1050 Bruxelas, com
possibilidade de “comer qualquer
coisa” e provar vinhos portugueses, a
partir das 18h30.
Esta é a 4ª edição de “Arts en Scène
et en Saisons” que este ano tem por
tema «La Terre en Harmonie», mas
também sobre Portugal.
“Espelhos” vai apresentar um
concerto com canções portuguesas,
mas também com algumas novidades. O músico convidado por “Espelhos” é Igor Ribeiro. Possibilidade
de estacionar no parque “Tulipe”, a
cinco minutos a pé do teatro.
Portugueses no
Festival de Música
de Câmara de
Bruxelas
A 4ª edição do Festival de Música de
Câmara “L’Europe en Musique” terá
lugar de 23 a 26 de abril no MIM
(Musée des Instruments de Musique),
Montagne de la Cour 2, 1000 Bruxelas, com seis concertos e 28 compositores, no qual participará o pianista
português Pedro Costa (sábado 25 de
abril, às 11h00) e obras do compositor
Francisco de Lacerda “Melodias para
soprano e piano” (no domingo 26 de
abril, às 11h00, com a soprano Morgane Heyse e a pianista Elodie Vignon). O evento tem o apoio da
Embaixada de Portugal em Bruxelas
e do Camões - Instituto da Cooperação
e da Língua e a entrada é gratuita.
Texto de Mia
Couto e Marilda
Castanha no
Passa Porta
O Festival Passa Porta que teve lugar
na Maison internationale des littératures de Bruxelas, foi dedicado especialmente às crianças, nos dias 28 no
Bronks (Théâtre des jeunes et des enfants) e 29 de março no Le Wolf (Maison de la littérature de jeunesse).
O festival integrou uma atividade em
torno da história portuguesa “O gato e
o escuro” dos moçambicanos Mia
Couto e Marilda Castanha. A história
foi lida em língua portuguesa e depois
foi traduzida.
“O gato Pintalgato partiu à procura de
novos horizontes, porque é no fundo
o que ele mais gosta, de explorar o
mundo”.
lusojornal.com
Concerto de Caló Pascoal em Bruxelas
Por Paulo Carvalho
Salvador Manuel Pascoal, mais conhecido por Caló Pascoal deu um mini
concerto num emblemático espaço
cultural de Bruxelas. A organização
esteve a cargo de Isabel Nascimento,
angolana, a residir na Bélgica.
O cantor é muito apreciado pela Comunidade angolana e não só, a julgar
pela diversidade do público presente
que esgotou o espaço para passar uma
noite de pura euforia ao som do Kizomba e do Kuduro.
Caló Pascoal começou a cantar aos 16
anos. O seu estilo musical era o Kuduro e o seu primeiro CD foi gravado
em 1994 num grupo do qual fazia
parte: Necafi Brothers. Em 2002 gravou o seu primeiro álbum a solo “Fé”,
voltando a gravar de novo em 2005
“Santa Mariazinha”. Em 2007 gravou
um projeto de vozes femininas “Eu &
Elas” que teve um grande sucesso em
Angola, em Portugal, mas também na
Inglaterra, entre outros países.
Caló é hoje proprietário de uma das
maiores produtoras musicais “Quebra
Galho Produções Calo Pascoal”.
Caló Pascoal com a organizadora do evento Isabel Nascimento
Portugalnet
Filho de músicos, ganhou desde
muito cedo o gosto pela arte. Toda a
família herdou esta veia artística. “A
música é uma herança familiar e algo
que trago desde o berço”, afirma.
“Sou filho do Kissas, um dos músicos
dos anos 70, que pode ser desconhecido para muitos, mas cujas músicas
já animaram muitos bailes. O meu pai
tem dois discos de vinil no mercado.
A minha mãe foi dançarina, membro
dos grupos Ilundo (espíritos) e Mwe-
nho Wa Ngana, em português significa “vida do senhor”, tendo igualmente cantado num grupo coral”.
O irmão Isidro pertencia à brigada artística da Fapla, hoje Forças Armadas
de Angola. Foi ele que mais o puxou
para a música. “O mano Isidro foi
quem passou a educar-nos depois da
morte do nosso irmão mais velho. Foi
com ele que aprendi muitas coisas e
foi por isso que escrevi a letra ‘Obrigado Mano’. A música é dedicada a
ele por tudo o que fez por mim e pelo
meu irmão Neloy, em sinal de respeito e gratidão. O meu irmão fazia
uma espécie de ‘top dos mais queridos’ lá em casa. Escolhia cinco cantores da altura e mandava-nos
interpretar quem vencesse. Foi com
estes concursos que aprendi a interpretar e a partir dos quais comecei a
cantar também em pequenos eventos realizados no meu bairro... depois
nunca mais parei” conta ao LusoJornal.
No espetáculo que deu em Bruxelas, Caló Pascoal veio apresentar o
seu último trabalho “Caló Pascoal
e Amigos”.
Concerto de Pedro Soares
Brussels International Guitar Festival
O guitarrista português Pedro Soares
vai participar, com a colaboração da
Embaixada de Portugal em Bruxelas
e o Camões - Instituto da Cooperação
e da Língua, na 4ª edição do Brussels
International Guitar Festival & Competition. O Festival terá lugar de 24 a
28 de abril, no Espace Magh, 17 rue
du Poinçon, em Bruxelas.
Pedro da Silva Soares, que tocará na
sexta-feira, dia 24, é diplomado “com
grande distinção” do Conservatoire
Royal de Bruxelas, onde recebeu o 2°
prémio do concurso Dexia Classics.
Nasceu em Bruxelas em 1989 e aos
12 anos de idade começa por descobrir a guitarra elétrica e de rock para
passar, depois, para a viola clássica.
Pedro Soares tem participado em vários concertos enquanto solista em
em formação de câmara, desde o
Conservatoire Royal de Bruxelas, ao
Musée des Instruments de Musique
de Bruxelas, à Université Libre de
Bruxelas, passando pelo Musée de la
Médecine, pelo Parlement Bruxellois
e pelo Château du Karreveld, entre
muitos outros espaços.
Compositor belga toca no Porto e em Lisboa
Wim Mertens com dois concertos em Portugal
O compositor e musicólogo belga
Wim Mertens regressa a Portugal
para atuar na Casa da Música, no
Porto, a 1 de junho, e no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, no
dia seguinte, anunciou a promotora
dos concertos.
A música de Wim Mertens alimenta
os mais fervorosos e por vezes até
imprevisíveis cultos: Raymond Benson, um dos escritores responsáveis
pelas continuadas sagas de James
Bond, inclui uma referência à música do compositor belga na aventura
do agente secreto britânico que
levou o título de High Time To Kill,
em 1999. O que faz pleno sentido,
afinal de contas, mistério é o que
não falta nas composições deste prolífico artista que já lançou mais de
60 títulos desde que se estreou em
disco em 1980.
Desta vez, Wim Mertens leva um duo
a Portugal: juntamente com o clarinetista e saxofonista Dirk Descheemaeker, o compositor entrega-se a
alguns momentos decisivos da sua
obra - como o emblemático “Struggle For Pleasure” - ou trabalhos mais
recentes como “Charactersketch”, o
seu novíssimo álbum, com data já de
2015.
Este formato de duo oferece a Wim
Mertens a possibilidade de olhar
para a sua obra de um novo e diferente ângulo permitindo-lhe explorar
não apenas o piano clássico, mas
também o piano elétrico, numa espécie de regresso a algumas das texturas que marcaram o seu trabalho
nos anos 80.
Wim Mertens já compôs para cinema, teatro e até para passagens
de moda da prestigiada casa Dior.
E tem uma carreira recheada de
prémios e distinções, tendo inclusivamente sido nomeado para Embaixador Cultural da Flandres. Em
Portugal, apresentará um novo espetáculo que tem merecido os
mais veementes aplausos nas melhores salas da Europa.
Associações
le 23 avril 2015
13
Sucede a Pedro Rupio na presidência da instituição
José Manuel Gonçalves:
novo Presidente da APEB
em
síntese
Por Clara Teixeira
A Associação dos Portugueses Emigrados da Bélgica (APEB) tem um
novo Presidente desde o mês de
março passado: José Manuel Gonçalves. O ex-Presidente Pedro Rupio
cessou as funções do seu mandato no
mês de fevereiro após ter feito um
“balanço positivo”, que já referimos
recentemente na edição do mês passado do LusoJornal. O jovem, que
também é Conselheiro das Comunidades e autarca local havia declarado
que “era uma responsabilidade muito
grande e que exigia muito empenhamento, preferindo deixar o seu lugar
a outros membros da coletividade de
exercerem funções na Direção”.
Quanto à nova equipa, tem agora o
desafio de manter a dinâmica da exDireção. “Não posso nem quero analisar o trabalho feito anteriormente,
porque também ignoro os objetivos
que se fixaram no início, porém constato que trabalharam bem e eu prefiro, antes de tudo, analisar o meu
trabalho e os nossos objetivos”, começou por referir o novo Presidente.
Não obstante, sublinhou a colaboração “pontual” de Pedro Rupio,
“muito importante, pois disponibilizase sempre quando é preciso”.
A APEB coordena diversas secções,
entre outras: desportiva, gastronomia,
coral, biblioteca, aulas, multimédia,
folclore ou ainda teatro.
José Gonçalves pretende numa pri-
Manneken Pis vai
vestir traje
Português
Por Carlos Pereira
Elementos da Direção da APEB
DR
meira fase incentivar o desporto (feminino e juvenil). “Estamos a pensar
também no futsal” diz ao LusoJornal.
Outro objetivo apontado foi desenvolver o projeto lançado por Pedro
Rupio: as aulas de neerlandês, que
começaram em setembro e rapidamente as inscrições aumentaram.
“Há muitos pedidos para essa língua,
muitos Portugueses que querem
aprender, também estamos a pensar
no francês, nomeadamente para a
nova emigração que pouco fala a língua”.
Colaborar assiduamente com outras
associações lusófonas, criando parcerias diversas também é uma meta a
atingir. “Temos que estar presentes e
mostrarmos a nossa ação, para nos
tornarmos mais visíveis. Não podemos ficar isolados”, acrescenta.
Uma vez por semana a Direção reúne-
41 anos do 25 de Abril
A celebração dos 41 anos do 25 de Abril, vai ter lugar nos dias 26 e 27 de abril
nas instalações da Associação dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB).
A sessão de abertura terá lugar no sábado, dia 25 de abril, às 20h00.
se na sede para trocar impressões e
traçar novas prioridades. Muito rapidamente José Gonçalves apercebeuse dos novos deveres e obrigações
que lhe incumbem doravante. “É necessário muito empenho e dedicação
pessoal”, reconhece.
Aos 59 anos, oriundo de Trás-os-Montes, trabalha como assistente de
“Maître d’Hôtel” na Comissão Europeia, “mas não sou funcionário, não
usufruo dessa regalia”, garante, a sorrir.
Associação dos Portugueses
Emigrados na Bélgica (APEB)
Rue de Belgrade, 120
1060 Bruxelles
http://apeb.be
A Federação das Associações Portuguesas
na Bélgica prepara a Festa do 10 de Junho
Por Clara Teixeira
A Federação das Associações Portuguesas na Bélgica (FAPB) reuniu-se
no passado dia 23 de março para preparar a festa do 10 de Junho que decorrerá no Carrefour des Attelages, no
Bois de la Cambre, em Bruxelas.
Recentemente eleito Presidente da
FAPB, José Carlos Rodrigues, também
Presidente do FC Porto de Bruxelas,
era já anterior membro da Federação
quando aceitou o novo desafio lançado em dezembro passado. “Uma
nova Direção e uma nova dinâmica
eram necessárias para relançar as atividades da FAPB que conhecia ultimamente uma falta de oxigénio” diz
ao LusoJornal.
“A ex-Direção, em mandato há muitos
anos, estava cansada e havia aqui
falta de sangue novo. Mas também
não garanto que no futuro seja melhor,
pois, sem meios financeiros pouco se
faz”, reconhece o novo Presidente.
Contudo aponta para um primeiro balanço positivo. “Estes primeiros meses
correram bem, estamos em contacto
regular com as 23 associações membros, e estamos a fazer tudo para que
haja melhor coordenação entre as
suas atividades”. Porém, parece
que não é fácil reunir todas as associações. “Todas querem fazer
algo, e é preciso que haja uma boa
organização e com qualidade”,
aponta ao LusoJornal.
José Carlos Rodrigues refere ainda a
importância de haver maior aproximação com as associações “mas nos dois
sentidos”, propondo aos seus membros que façam também sugestões à
própria Federação para um melhor resultado. “Todos temos de contribuir
uns para os outros”.
Qualquer associação portuguesa que
pratique uma atividade em prol da
cultura e tradição portuguesa é bemvinda. “A esmagadora maioria são associações já antigas, há poucas a
começar e não há nenhuma quota a
pagar para aderir à FAPB”, acrescenta
José Carlos Rodrigues.
Quanto à Festa do Dia de Portugal já
tem um espetáculo garantido com a
cantora popular Rosinha, que vem de
Portugal, para animar a tarde. Outros
artistas locais e grupos de folclore
marcarão obviamente presença “para
não fugir à tradição”. O evento tem
atraído anualmente milhares de compatriotas vindos à procura de um momento agradável e de convívio com os
amigos e familiares, “como uma espécie de encontro tradicional antes
das férias de verão”. Portugueses mas
também Belgas juntam-se no recinto
ao ar livre para petiscar e dançar.
“Seja bem-vindo” lança o organizador. Na próxima edição do LusoJornal esperamos poder mais detalhes
sobre a festa.
Treinos de captação para lusodescendentes
Por José Manuel Santos
A Scout, empresa pioneira que atua
na conceção e organização de eventos desportivos na área do futebol, visando a criação de oportunidades
para o seu público-alvo, irá realizar
em Lisboa treinos de captação de futebol exclusivamente para atletas portugueses ou lusodescendentes, que
atuem fora de Portugal, nascidos em
1997,1998, 1999, 2000, 2001,
2002, 2003, 2004, 2005 e 2006.
Muitos atletas lusodescendentes têm
o sonho de poder atuar nos clubes
grandes portugueses, mas, na maior
parte das vezes, não conseguem ter a
possibilidade de mostrar o seu valor
num único treino de modo a que possam mostrar o seu valor a um grande
número de observadores dos diversos
clubes profissionais.
Os treinos realizam-se em Lisboa nos
dias 25 e 26 de julho de 2015, no
Complexo desportivo Sacavenense, e
apenas os atletas lusodescendentes
ou portugueses que jogam exclusivamente no estrangeiro podem inscrever-se.
As inscrições são limitadas e serão
aceites por ordem de chegada.
Já estão inscritos mais de trinta atletas provenientes da Alemanha, Canadá, Espanha, França, Inglaterra,
Luxemburgo, Suécia, Suíça e Bélgica.
http://scout.com.pt
[email protected]
+351.964.440.150
No próximo dia 26 de abril, às
11h00, o Manneken Pis, a célebre
estatueta de Bruxelas que junta
milhares de turistas todos os dias,
vai, mais uma vez, vestir um traje
tradicional português, numa iniciativa da associação Emaús.
Esta não é a primeira vez que a estatueta com cerca de 50 cm de altura, situada no quarteirão Saint
Jacques, a dois passos da GrandPlace, veste roupa minhota. Calha
bem, porque a estátua (que já existia em 1388!) é “o símbolo da independência dos habitantes de
Bruxelas”. Nada melhor que associá-la também ao 25 de Abril e à
conquista da democracia em Portugal.
É uma tradição oferecer roupa ao
Manneken Pis “que honre uma
profissão”. A primeira vez que o
vestiram parece ter sido em 1698,
com um traje oferecido por Maximilien-Emmanuel de Bavière, na altura Governador Geral dos Países
Baixos espanhóis. Atualmente, tem
mais de 830 trajes diferentes,
desde o de Spirou ao de Nelson
Mandela. Um deles foi feito pelos
membros da associação Emaús.
A associação portuguesa costuma
levar o seu grupo folclórico, que
chama ainda mais curiosos ao
local, e com o apoio da Embaixada
de Portugal no Reino da Bélgica, do
banco Caixa Geral de Depósitos, da
empresa Portugalnet e do LusoJornal, vai oferecer Vinho do Porto,
numa feliz ideia que cria uma animação em Bruxelas, ao mesmo
tempo que promove um dos produtos portugueses mais vendidos no
mundo.
Todos os Portugueses estão convidados e os organizadores querem
mesmo é que todos “tragam mais
cinco”!
lusojornal.com
Desporto
14
le 23 avril 2015
Pilota portuguesa concorreu com a belga France Clèves
Elisabete Jacinto sobressaiu
no Rallye des Gazelles
em
síntese
Futebol:
Classificações
FTF Div.1
CLASSIFICAÇÃO
1° Porto
2º Cad Ixell.
3º Sonatrach
4° Bayramp. -1
5° La Louve
6º Portugal -1
53
37
34
29
29
28
7° Atlal M.
-1
8º Fcab
9º Tuni.SP
10º Vimeir. -1
11° Matko.
12º Afyonspor
27
26
23
13
12
0
Jogos em atraso
FTF Div.2
CLASSIFICAÇÃO
1º Bosanci -1
2º Jeuness M
3º SC Regua
4º Campom.
5º Los Nach. -1
6º Sezurens. -1
58
50
50
40
31
30
7º Penalva
8º Beira A.
9º Racing
10º Resist.
11º Turkish -1
12º Riesina
28
25
22
19
15
6
A Portuguesa Elisabete Jacinto,
acompanhada pela navegadora
Belga France Clèves, completou a
sua sétima participação na 25ª edição do Rallye Aïcha des Gazelles,
que começou em Nice, no sul da
França e terminou 1.300 km mais
longe, em Marrocos, numa competição 100% feminina. Com efeito,
esta prova tem a particularidade das
pilotas e das copilotas serem todas
mulheres.
Inscrita pelo quarto ano consecutivo, na equipa Volkswagen Vehicules Utilitaires, a piloto portuguesa
faz um balanço bastante positivo da
prova: “Esta prova é um grande desafio. Este ano, com a criação da categoria Expert, a sua dificuldade e
complexidade foram muito maiores.
Esta edição foi uma das melhores
que já fiz a todos os níveis. Tanto
em termos de condução, como de
navegação fizemos uma prova exímia e conseguimos ultrapassar
todos os obstáculos. Infelizmente, já
no fim da prova, tivemos uma dificuldade de navegação que nos retirou as hipóteses de alcançar um
bom resultado. Apesar deste infortúnio gostei imenso de fazer esta
prova, porque foi realmente desafiante”.
Elisabete Jacinto gostou de ter participado na prova com a copilota
belga France Clèves. “Eu e a France
trabalhámos muito bem e temos
consciência que fizemos um rali espetacular”, contou Elisabete Jacinto
no final da cerimónia de entrega de
prémios que decorreu em Essaouira.
Jogos em atraso
40 Caravanes portugaises à Tournai
FTF Div.3 Veteranos
Par Clara Teixeira
CLASSIFICAÇÃO
1º Olympic -1
2º Crossing -1
3º Matkope. -2
4° Renaiss.
5º Vila Real
6º Incontro
67
54
56
44
36
33
7º Germinal -2
8º New A. -1
9° U Maro. -1
10º Capita. -1
11º Suske. -1
12º New T.
30
28
28
26
19
18
Jogos em atraso
FTF Div.4 Veteranos
Le 38ème Tournoi EUROCC va se dérouler cette année du 21 au 25 mai
à Tournai. La ville sera de nouveau à
l’honneur puisqu’elle accueillera le
grand rassemblement camping-cariste européen EuroCC 2015. Organisé par le Motorhome Club Belge,
les amateurs du loisir viendront des
4 coins d’Europe pour s’y retrouver
pour la deuxième fois puisqu’en
2004 un premier rassemblement y
avait déjà eu lieu.
Cette année, une quarantaine de caravanes portugaises viendront spécialement du Portugal pour participer à
l’événement. L’an dernier au mois de
mai, le Portugal avait accueilli à son
tour ce rassemblement entre Lisboa
et Porto.
Tournai est la plus vieille citée de
Belgique. Foyer d’art important, Tournai se découvre à l’ombre de son im-
posante cathédrale aux cinq clochers
et de son beffroi tous deux classés au
patrimoine mondial de l’Unesco. Les
participants se baladeront à travers le
cœur historique, des visites aux musées, prendre un verre sur la grand
place et profiter des soirées conviviales sont au programme.
Du côté portugais, la Fédération Portugaise d’autocaravane fondée en
2011 prétend promouvoir et améliorer les infrastructures d’accueil, d’in-
tervenir auprès des pouvoirs publics
pour faciliter la pratique de l’autocaravane, de créer des nouveaux partenariats
et
d’organiser
des
événements qui permettent une
meilleure connaissance entre les
amateurs des camping car nationaux
et étrangers. Ce rassemblement est
donc important pour la Fédération
portugaise d’être présente afin de développer davantage ses objectifs en
dehors du Portugal.
CLASSIFICAÇÃO
1º Milanell. -1
2° Charlem.
3º Ao Astur. -1
4º La Louve -1
5º Igdirs
6º Annasr -1
7° Anatolie
58
55
54
49
44
42
34
8º Hellas -2
9º Belenen. -2
10º Royal E.-1
11º L. Extra.-2
12º Eendra. -2
13º Simon’s
14º Postie. -1
31
30
29
26
25
13
9
Jogos em atraso
ABSSA Div.1
CLASSIFICAÇÃO
1° Brussels
2° MTM FC
3° Amb. Au.
4° Brus. LTC
5° Portugal FC
6º Lxg Cinq.
7° Tourin.
62
43
42
42
33
33
32
8° Coin Du
31
9° Irlan. FC1 31
10° Lorrai.
30
11º Jefke C. 29
12° Martin FS. 25
13° Manz.
22
14º New In. 16
Jogos em atraso
ABSSA Div.6B
CLASSIFICAÇÃO
1° Trinquan -1
2° Nivelles -1
3° Cornac -1
4° Audergh -1
5° Tourinn. -1
6° Ideal R. -1
7° Campo. -1
59
57
52
46
38
38
27
8º Anderle. -1 25
9° Elisabe. -1 23
10° New A.
17
11° Lorrain. 15
12° Saint G. -1 15
13° British -1 4
Jogos em atraso
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Tempo livre
le 23 avril 2015
SUDOKU
1
8
2
6
7
1
6
7
SOPA DE LETRAS
Nível : Médio
3
4
9
6
1
4
6
3
7
8
2
5
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R
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Vida (bem) Vivida
Por Álvaro Hortas
Uma vida bem vivida
Tem que ser amada
E também sofrida
Senão não vale nada.
Quem por isto não passou?
Não teve um bom viver
Mesmo se muito amou
Teve também de sofrer.
Eu amei e fui amado
Fui feliz e adorei
Também fui mal tratado
E em maus caminhos andei.
Amar e ser amado
Sem nunca ter de sofrer
É viver um sonho errado
Isso não pode acontecer.
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Ville
Tel.
Gostaria de poder esquecer
Os maus momentos vividos
Guardando só os melhores
Mas são sonhos proibidos.
Espero ter sido compreendido
Por esta minha reflexão
Que ninguém fique ofendido
Tão pouco quero ter razão.
Ma date de naissance
J’envoie ce coupon-réponse avec un chèque à l’ordre de L`APCLB, à
l’adresse suivante :
Association pour la promotion de la culture lisophone en Belgique
Zeenstraat, 121
1933 Sterrebeek - Belgique
momento
de poesia
As boas coisas da vida
São de uma grande paixão
Muitas vezes esquecidas
Ficando só a ilusão.
Rosa
Roxo
Turquesa
Verde
Vermelho
Prénom + Nom
Adress
15
Anedotas
LJ 099
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Ao chegar de avião, as minhas
malas nunca mais apareciam na
área de recolha da bagagem. Fui
então ao setor da bagagem extraviada e disse à mulher que as minhas malas não tinham aparecido.
Ela sorriu e disse-me para não me
preocupar, porque ela era uma
profissional treinada e eu estava
em boas mãos.
“Agora diga-me, perguntou ela...
o seu avião já chegou?”
Trabalhei uns anos num centro de
atendimento a clientes em Ponta
Delgada - Açores. Um dia, recebi
um telefonema de um sujeito que
perguntou em que horário o centro de atendimento estava aberto.
Eu respondi: “O número que o senhor marcou está disponível 24
horas por dia, 7 dias por semana”.
Ele então perguntou: “Pelo horário
de Lisboa ou pelo horário de Ponta
Delgada?”
Para acabar logo com o assunto,
respondi: “Horário do Brasil”.
Numa sapataria, uma senhora esteve uma tarde toda para escolher
uns sapatos e acaba por dizer ao
empregado: - Mas estes sapatos
são muito antigos! - Claro, minha
senhora; estavam na moda
quando a senhora começou a experimentá-los!
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José Manuel Gonçalves: novo Presidente da APEB 13