“A rainha egípcia na modernidade: uma análise da
imagem de Cleópatra VII a partir do filme ‘Cleópatra’,
de 1963” Bárbara Rodrigues de Oliveira. Iniciação Científica Voluntária.
Orientador: Prof. Dra. Renata Senna Garrafoni
Introdução/ Objetivos:
O Antigo Egito sempre provoca fascínio nas
pessoas. Na contemporaneidade, com o advento do
cinema, produções acerca do tema foram feitas. A
partir do filme “Cleópatra”, de 1963, de Joseph
Mankiewicz, esta pesquisa trata de questões
relacionadas à Egiptomania e aos Usos do Passado
para compreender as relações existentes entre o
Cinema e História, além da aproximação entre
antiguidade e modernidade que o cinema faz.
Método:
Tomamos como documento o filme “Cleópatra” de
1963, de Joseph Mankiewicz. Sua analise é feita a
partir de vertente fílmica, imagética e historiográfica,
utilizando-se de bibliografias de apoio. Recortamos
doze cenas e, levando em consideração o enredo
fílmico, mantivemos a narrativa da história intacta.
Optamos por trabalhar apenas as cenas nas quais
Cleópatra estivesse presente e por analisar três eixos
de sua figura ao longo do filme: a Cleópatra enquanto
mãe, enquanto rainha e enquanto amante.
KLEINER, Diana. Cleopatra & Rome. Cambrigde and
London: The Belknap Press of Harvard University
Press, 2005.
HUGHES-HALLETT. Lucy. Cleópatra: História,
Sonhos e Distorções. Rio de Janeiro: Record, 2005.
WYKE, Maria. Projecting the past – Ancient Rome and
History. Routledge, Londres, 1997.
Resultado/Discussão:
Ao longo desta pesquisa,
buscamos analisar, dentre vários
aspectos, o caráter feminino da
rainha Cleópatra interpretada por
Elizabeth Taylor.
Com o desenvolvimento de leituras e aprofundamento da análise
do filme, enxergamos outros aspectos mais relevantes e
palpáveis, como por exemplo, a construção das “múltiplas
Cleópatras”. Durante toda a narrativa do filme, é possível notar,
pelo menos, três Cleópatras: a mãe, a rainha e a amante.
Segundo Lucy Hughes-Hallet, a Cleópatra interpretada por
Elizabeth Taylor tornou-se tão impactante justamente por seu
comportamento seguro e independente, revelando, em certo
ponto, os valores, preconceitos e desejos da sociedade que lhe
era refletida.
Conclusões:
Pudemos notar a importância do cinema na construção de
identidade feminina representada pela personagem de
Cleópatra, interpretada por Elizabeth Taylor. Percebemos, desta
forma, a relação fundamental dos estudos de gênero e
sexualidade ao trabalhar com uma personagem feminina, apesar
de notar a presença ainda constante de um olhar masculino e
patriarcal sob a produção cinematográfica sobre a qual nos
detivemos. Além disso, pudemos questionar a necessidade dos
historiadores de encontrar uma verdade histórica referente à
rainha Cleópatra, quando, no entanto, o que percebemos foram
como os discursos a seu respeito apresentam múltiplas verdades
e, porque não, múltiplas Cleópatras.
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Bárbara Rodrigues de Oliveira