LAZER E SOCIEDADE: DIALOGANDO SOBRE
CONTRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA*
Luiz Gonçalves Junior1
Introdução
Tomei a liberdade de incluir no título que me foi sugerido para
esta palestra, pelos organizadores deste evento, a palavra dialogando. Isto
porque entendo que os aqui presentes, em sua maioria profissionais e
estudantes de Educação Física, possuem também percepções sobre o
assunto, bem como contribuições efetivas.
Assim, concordando com Paulo Freire (1992), o que pretendo
“com o diálogo, (...) é a problematização do próprio conhecimento em sua
indiscutível reação com a realidade concreta na qual se gera e sobre a qual
incide, para melhor compreendê-la, explicá-la, transformá-la” (p.52).
Em outras palavras, vou buscar problematizar com Vocês
conhecimentos acerca do lazer na realidade concreta no qual se gera: a
sociedade.
Principio problematizando com Edmundo Alves Júnior e Victor
Andrade de Melo (2003) a idéia de que existem dificuldades para a
existência de um “profissional de lazer”, pois:
*
Referência: GONÇALVES JUNIOR, Luiz. Lazer e sociedade: dialogando sobre a
contribuição da educação física In: I Seminário As Conquistas da Educação Física, 2008,
São Paulo. Anais... São Paulo: ALESP, 2008. v.1. p.107-121.
1
Professor Associado do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana e do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos
(DEFMH-PPGE/UFSCar); Coordenador do Núcleo de Estudo de Fenomenologia em
Educação Física (NEFEF); Vice-Presidente da Sociedade de Pesquisa Qualitativa em
Motricidade Humana (SPQMH).
108
9 Não há uma formação específica;
9 Existe confusão de atuação no campo do lazer como sendo o
simples oferecimento de atividades;
9 Ocorrência de compreensão equivocada de que para trabalhar no
âmbito do lazer basta ser pessoa divertida e que conheça muitas
brincadeiras;
9 Freqüente desvalorização do “profissional de lazer”, falta de
respeito quanto a jornada de trabalho, salário, condições de
atuação etc.
Saliento entender que respeito é fundamental a qualquer
trabalhador em qualquer ramo, porém, não sou favorável, atualmente, a
uma formação profissional específica no campo do lazer. Isto porque
compreendo o lazer enquanto um campo de estudo e intervenção
profissional interdisciplinar, ou seja, vários estudiosos e profissionais
podem estudar e trabalhar no citado campo, inclusive, o profissional de
Educação Física.
Lazer e Sociedade: denúncia e anúncio
Apresentarei neste tópico, inicialmente, uma breve análise
etimológica da expressão lazer, bem como de expressões que entendo
diretamente imbricadas, tais como trabalho, ócio e cultura.
A expressão trabalho é proveniente do latim tripalium
(literalmente três paus), que diz respeito a estacas de madeira nas quais se
torturavam escravos ou prisioneiros na antiguidade greco-romana. Era
109
também o trabalho associado à degradação humana e as tarefas dos
escravos ou dos trabalhadores livres pobres.
Em contrapartida, o termo ócio (de uso corrente na Espanha) do
grego scholé, era proclamado pelos filósofos da Grécia Antiga como
primordial para o cultivo da cultura, da arte, da ciência e do corpo, ou seja,
para a realização de uma vida humana plena e feliz.
No entanto, a expressão mais utilizada cotidianamente por nós
(no Brasil) é lazer, proveniente do latim licere, que possui o sentido de
“ser lícito”, “ser permitido”, sugerindo a idéia daquilo que o ser humano
pode realizar em tempo diferente daquele dedicado ao estudo, às relações
familiares e, especialmente, aos compromissos profissionais. Em outras
palavras transmite a idéia de que alguém, grupo ou classe pode ou não
permitir o que outro alguém, grupo ou classe irá ou não fazer.
Já o termo cultura vem do latim colere, etimologicamente
significando colônia, cultivo ou criação.
Cada vez mais, porém, cultura tem perdido o sentido de criação,
de aperfeiçoamento, de transcendência (ser mais) para assumir um caráter
de algo a ser consumido (ter mais) e, na mesma esteira também o lazer
tem se configurado deste modo, deixando de ser compreendido como
fazendo parte de nossas vidas, mas como algo a ser explorado
economicamente, algo que se vende e que se compra, algo que serve para
relaxar ou desestressar, para fazer jus a expressão contemporânea que
referencia o desejo de aliviar o estresse das agruras vividas por homens e
mulheres no trabalho e no seio dos grandes centros urbanos.
Para Alfredo Bosi (1994) trata-se da cultura de massa,
diretamente relacionada ao mercado de bens de consumo, chamada pelos
110
intérpretes da Escola de Frankfurt de indústria cultural ou cultura de
consumo.
No caso do Brasil, como explicita Milton Santos (2000):
...pelas suas condições particulares desde meados do
século 20, é um dos países onde essa famosa
indústria cultural deitou raízes mais profundas e por
isso mesmo é um daqueles onde ela, já solidamente
instalada e agindo em lugar da cultura nacional, vem
produzindo estragos de monta. Tudo, ou quase,
tornou-se objeto de manipulação bem azeitada,
embora nem sempre bem sucedida (p.18).
Nesse sentido, é fácil percebermos o quão diariamente somos
submetidos a propagandas por diferentes meios de comunicação (outdoor,
rádio, televisão, revistas, jornais, internet...) que nos encharcam de
slogans e/ou imagens que buscam associar situações de lazer, prazer e
diversão, em geral recorrendo a marcante presença de jovens e/ou de uma
família feliz: comendo hambúrguer sugerindo que “amam muito tudo
isso”; bebendo refrigerante para experimentarem “o lado bom da vida”;
comprando um apartamento ou casa em condomínio fechado que possui
“segurança, conforto e lazer”; se exercitando em uma academia e
“ficando de bem com a vida”; viajando de férias para o campo ou praia e
“encontrando paz e harmonia em contato com a natureza”, entre outras.
Bem, seriam inúmeros os exemplos de apelos da indústria do
lazer no contexto da cultura de consumo, mas entendo, concordando mais
uma vez com Paulo Freire (2005), que não podemos ficar na denúncia, é
imprescindível fazer o anúncio. É preciso sonhar, ter esperança, não do
verbo esperar, mas do verbo esperançar, ou seja, se engajar na luta pela
conquista do sonho.
111
Recorro assim a Enrique Dussel (s/d), o qual distingue cultura de
massa de cultura popular
2
. Para o autor “a cultura popular é,
essencialmente, a noção chave na ‘pedagógica da libertação’; somente ela
é fundamento do pro-jeto de libertação, pro-jeto eticamente justo, humano,
alterativo” (p.214).
Afirma ainda Dussel (s/d) que mesmo com toda a opressão
ideológica da classe dominante por meio da indústria cultural, “...a cultura
popular é o ponto mais incontaminado e irradiativo da resistência do
oprimido (...) contra o opressor, constituindo-se no momento mais
autêntico da cultura de um povo” (p.225).
Contribui também para a compreensão de cultura Ernani Maria
Fiori (1986), que a entende como:
um processo vivo, de permanente criação: perpetua-se,
refazendo-se em novas formas de vida. Só se cultiva,
realmente, quem participa deste processo, ao refazê-lo e
refazer-se nele. A transmissão do já feito, é cultura morta.
(...) A elaboração do mundo só é cultura e humanização, se
intersubjetiva as consciências. Elaboração que se postula,
necessariamente, colaboração-participação na construção de
um mundo comum (p.8-9).
Deste modo, tenho procurado trabalhar ensino, pesquisa e
extensão com, através da dialogicidade. A seguir, apresentarei sinopses de
trabalhos de estudantes de graduação e/ou pós-graduação (lato ou stricto
2
Assim como Bosi (1994), que nos traz a noção de culturas brasileiras, a saber: cultura
erudita ou universitária: centralizada no sistema educacional, principalmente, nas
universidades; cultura popular: basicamente oral, corresponde aos modos de vida
materiais e simbólicos do sertanejo ou interiorano e do cidadão pobre suburbano, ainda
não assimilado pelas estruturas simbólicas da cidade moderna; cultura criadora ou
extra-universitária: individualizada de escritores, compositores, artistas plásticos,
cineastas, entre outros; cultura de massa: diretamente relacionada ao mercado de bens
de consumo. Enfatiza o autor que todas são profundamente relacionadas e com fronteiras
pouco precisas.
112
sensu) que tenho tido a oportunidade de orientar e/ou escrever artigos
como colaborador, os quais como eixo comum, possuem a temática do
lazer. Explicito colaborar com orientandos oriundos de diferentes áreas de
formação, tais como: educação artística, educação física, enfermagem,
história, pedagogia. Porém, como a solicitação desta palestra aponta para
as contribuições do profissional de educação física, em comemoração ao
dia deste profissional (1º. de setembro), vou me valer de exemplos
relacionados a orientandos oriundos desta área.
Lúdico, animação cultural e educação: um olhar para o projeto
“Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer” (Matheus O.
SANTOS, 2008)
Sinopse: Estudo desenvolvido no Jardim Gonzaga, São Carlos (SP), no
qual é realizado o projeto de extensão “Vivências em Atividades
Diversificadas de Lazer”, da Universidade Federal de São Carlos. A
pesquisa analisou os processos educativos presentes na prática social do
lazer, particularmente atentando para o elemento lúdico no contexto do
citado projeto, segundo a percepção dos participantes mais antigos, seus
familiares e educadores. Nas considerações observamos: o aprender
brincando, a vivência lúdica diversificada e a autonomia na decisão e
forma de fruição do lazer, a afirmação étnico-racial, o respeito e a
interação com o meio ambiente, o incentivo a leitura e a escrita,
aprendizagens em diferentes espaços. Além do que aprendemos, de igual
importância foi o como aprendemos (nos humanizamos): em experiências
concretas, em vivências significativas, em reciprocidade.
113
Ser caiçara em Ilhabela: as construções de identidades nas tensões entre o passado e o presente (Silmara E. A. de CAMPOS, 2008)
Sinopse: Pesquisa realizada com caiçaras de Ilhabela (SP) objetivando
compreender os processos educativos envolvidos no ser caiçara,
observando, particularmente, o seu mundo cotidiano (modos de viver, de
trabalhar, de brincar, de ensinar e de aprender). Nas considerações há
registro de processos educativos relacionados a luta pela liberdade, ações
de solidariedade, de cooperação, de resistência; percebemos necessidade
de um projeto político educacional público que valorize o saber caiçara, o
respeito à diversidade, a atitude ética, o turismo sustentável; a identidade
não é estática.
A construção do corpo indígena Kalapalo (Alto Xingu - Brasil):
processos educativos envolvidos (Mônica dos S. LIMA, 2008)
Sinopse: Buscamos compreender a prática social de construção do corpo
indígena Kalapalo. O estudo foi realizado na aldeia Aiha, Mato Grosso,
Brasil. Foram feitas observações sistemáticas e estas registradas em
diários de campo. Também realizamos entrevistas com professores
indígenas. Observamos que a prática social da construção do corpo se dá,
especialmente, por meio da reclusão pubertária, diferenciada para
meninos e meninas. Neste contexto ocorrem processos educativos
diferenciados para meninos e meninas, relacionados à: ingestão de
eméticos e ervas; realização de escarificações; restrições alimentares e
sexuais e práticas corporais.
114
Vivências em lutas: uma aproximação com a pedagogia dialógica
(Victor LAGE, 2008)
Sinopse: Observamos no Jardim Gonzaga (São Carlos – SP) Se­
movimentar 3 relacionado a brincadeiras e jogos envolvendo às lutas.
Propusemos então realização de intervenção dialógica com vivências em
lutas (capoeira, huka-huka, jiu-jitsu, judô, karatê e sumô) tendo como
objetivo de pesquisa compreender os processos educativos decorrentes
desta. Nas considerações identificamos a importância da proximidade
educador-educando, o apreender a diversidade cultural em grupo, o ser
persistente e não esmorecer diante das adversidades da vida.
Compreensões de trabalhadores em transnacionais de São Carlos
acerca da prática social lazer: processos educativos envolvidos (Fábio
R. M. LEMOS, 2007) Sinopse: O lazer pode se apresentar à disposição da lógica capitalista,
gerando uma possível alienação da classe trabalhadora, bem como
enquanto uma prática social capaz de possibilitar reflexão e/ou mudança.
O objetivo da pesquisa foi o de desvelar as compreensões relacionadas ao
lazer e aos processos educativos dos diferentes grupos de trabalhadores
(Executivo; Administrativo; Produção; Terceirizado). A construção dos
3
Se-movimentar entendido conforme Elenor Kunz (2004) como diálogo entre Ser e
Mundo, envolvendo o sujeito deste acontecimento em sua intencionalidade. E é através
desta que se constitui o sentido/significado do Se-movimentar, constituindo uma
concepção dialógica do movimento, pois, é a partir de experiências significativas, pelo
Se-movimentar, que homens e mulheres realizam contato e confronto com o mundo, com
o outro e consigo mesmo. Em outros termos a relevância está no ser que se movimenta e
não no movimento propriamente dito. Compreensão similar encontramos na proposição
Motricidade Humana, de Manuel Sérgio (1999), entendendo-a como “movimento
intencional da transcendência, ou seja, o movimento de significação mais profunda”
(p.17).
115
resultados revelou-nos que na concepção dos responsáveis pela
elaboração e implementação da prática social lazer, esta se direciona para
a alienação e permanência, nos demais discursos, indica-se, também, a
reflexão e/ou superação. Os processos educativos permearam os discursos
relacionando-se com as interações entre os trabalhadores, em conversas
entre amigos, na própria convivência cotidiana, no estar com, seja no
trabalho ou fora deste.
O morro da cidade e a cidade do morro: aventura, turismo e lazer em
Analândia (Janaina de F. MUNHOZ, 2007)
Sinopse: Estudo desenvolvido na cidade de Analândia (SP), a qual tem
sua economia atrelada à agropecuária e, mais recentemente, também ao
turismo. Dentre os atrativos turísticos destaca-se o Morro do Cuscuzeiro.
Consideramos que a exploração turística transformou a vida dos
moradores; outrora o morro era desvalorizado por ser improdutivo, desde
a década de 1990 é atrativo turístico; o significado atribuído ao morro
mudou: o Cuscuzeiro já não é mais o “morro da cidade” e sim Analândia
se tornou a “cidade do morro”.
Jogos e brincadeiras africanos nas aulas de educação física:
construindo uma identidade cultural negra positiva em crianças
negras e não negras (Fabiano MARANHÃO, 2007)
Sinopse: Diante tamanhas desigualdades sociais e discriminações raciais
existentes no Brasil e, em particular, do reflexo destas no contexto da
escola e das aulas de educação física resolvemos realizar este estudo
como o objetivo de observar a possibilidade de formação de uma
identidade cultural negra positiva em crianças negras e não negras. Foi
116
realizada uma intervenção com práticas corporais de origem africana,
sobretudo jogos e brincadeiras, junto a escolares. Consideramos que
ocorreu: um despertar e um novo olhar de si e do outro; o favorecimento
da formação de uma identidade cultural negra positiva; uma contribuição
na implementação da lei 10.639/20034.
Pluralidade cultural nas aulas de Educação Física: a contribuição de
diferentes povos (Clovis C. BENTO, 2007)
Sinopse: Nas aulas de EF comumente se observa à predominância de
conteúdo esportivo. Tal ocorrência reduz ou até elimina o contato com
outras práticas corporais, como jogos, brincadeiras, danças e lutas,
inclusive provenientes de diferentes povos. Diante dessa situação e
entendendo a educação física como um dos componentes curriculares que
pode e deve contribuir para apresentação, diálogo e reflexão acerca da
temática pluralidade cultural resolvemos desenvolver intervenção em
aulas regulares. Considerações: observamos a valorização dos jogos e
brincadeiras de diferentes culturas, diálogo igualitário, compreensão
acerca da Pluralidade.
Educação pelo lazer: a perspectiva do Programa Curumim do SESC
Araraquara (Regiane C. GALANTE, 2006)
Sinopse: O trabalho buscou analisar os processos educativos que se dão
na prática social da educação pelo lazer no Programa Curumim do SESC
Araraquara. Tal programa visa o desenvolvimento integral de crianças na
faixa etária dos sete aos doze anos. Foram entrevistadas as instrutoras de
4
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Ético-Raciais e para o Ensino de Historia e cultura AfroBrasileira. Brasília: MEC, 2004.
117
atividades, assim como cinco crianças participantes do Programa desde o
seu início, e suas respectivas responsáveis (mães). Observamos que o
brincar e o aprender estão presentes no dia-a-dia do Programa, e tal
aspecto é considerado por todas os entrevistados como algo importante.
Além disso, o Programa Curumim, da maneira como é realizado,
possibilita a construção coletiva dos valores, sendo possível apontar que,
além da escola, há outros ambientes nos quais as pessoas se educam.
Considerações
A intervenção do profissional de educação física que atua
diretamente no campo do lazer e, portanto da cultura, deve lidar com as
contradições que nesta se fazem presentes. Deste modo em qualquer
grupo ou comunidade não pode sua atuação ocorrer de maneira
impositiva (sobre ou para os outros), mas por meio da dialogicidade (com
os outros), conhecendo e reconhecendo os gostos, anseios e tradições da
comunidade ou grupo com o qual trabalha, tornando possível, como
aponta Freire (1998), a problematização da realidade que o permeia,
partindo do saber de experiência feito e buscando construir junto o saber
epistemológico. Procurei, neste sentido, apresentar alguns estudos que
refletem estas questões.
Entendo
que
nós,
profissionais
de
educação
física,
conjuntamente com outros trabalhadores e comunidades devemos:
9 Informar e formar, ao mesmo tempo que nos informamos e nos
formamos, para crítica e resistência aos apelos da indústria do
lazer;
9 Reivindicarmos por mais e melhores equipamentos de lazer nas
cidades e facilitação de acesso a estes;
118
9 Observarmos o turismo, o turismo rural e o ecoturismo
sustentáveis;
9 Promovermos
intervenções
pedagógicas,
questionando
e
problematizando com o outro, com as comunidades, o contexto
cultural latino-americano em que vivemos;
9 Não dicotomizar trabalho e lazer, pois, como afirma Ecléa Bosi
“(...) se no trabalho e no lazer corre o mesmo sangue social, é de
esperar que a alienação de um gere a evasão e processos
compensatórios em outro” (p.76), devendo assim lutarmos para
que sejam práticas sociais igualmente significativas, humanizadas
e cheias de sentido;
9 Valorizarmos
a
escola
e
as
aulas
de
educação
física
compartilhando experiências de brincadeiras, danças, esportes,
jogos, lutas e demais práticas corporais de diferentes culturas,
educando e nos educando, também neste locus, para o lazer.
Em suma, o trabalho no campo do lazer não é tarefa fácil, pois
participamos de um jogo desigual, sendo necessário empreender embates
de grande monta contra grupos que exploram a cultura de consumo e a
indústria do lazer, afim de conseguirmos contribuir para a construção de
uma sociedade justa, em que a fruição do lazer seja efetivamente um
direito social.
119
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