Aula 6
Fundamentos de Custos
Custeio Departamental
Prof. João Carlos Bragança
Conceito
 Custeio departamental é um sistema de atribuição de custos
indiretos aos produtos por meio de departamentos.
 Departamentos são divisões, seções ou setores que compõem um
estabelecimento comercial, industrial, bancário ou prestador de
serviços.
 Departamento é a menor unidade administrativa da empresa
industrial, composta por homens e bens, capaz de realizar tarefas
homogêneas.
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Conceito
•
Alguns departamentos encontrados na empresa industrial em geral:
 Áreas administrativa e financeira: cobrança, contas a pagar, contas a
receber, controladoria, diretoria, núcleo de processamento de dados,
pessoal, transporte e comunicações.
 Área comercial: compra,
recebimento e venda.
expedição,
faturamento,
marketing,
 Área de produção: ambulatório médico, acabamento, almoxarifado,
carpintaria, conservação e manutenção, contabilidade de custos,
controle de qualidade, costura, fundição, montagem etc.
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Conceito
 Na realização das tarefas, os departamentos realizam gastos que
poderão ser classificados em despesas ou custos.
 Gastos gerados pelos departamentos relacionados a produção são
classificados como custos. Por isso, os departamentos são chamados
também de centro de geração de custos (centro de custos).
•
Observações:
 Cada departamento corresponde a um centro de custos, embora
possam existir centros que não correspondam a departamento.
 Um departamento poderá ser subdividido em mais de um centro de
custos quando for economicamente viável permitindo melhor
apropriação dos custos indiretos aos produtos.
 Os gastos comuns a vários departamentos, aluguel, energia, p. ex.,
podem ser inicialmente acumulados em um centro de custos próprio
para esses gastos, para que sejam rateados aos diversos
departamentos da empresa.
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Conceito
 Observe no esquema mais a fente que o departamento de produção
deverá ser subdividido em vários centros de custos, segregando
máquinas e homens conforme suas importâncias, para que os custos
indiretos de fabricação gerados em função de cada máquina possam
ser atribuídos somente aos produtos que as utilizaram.
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Conceito
Departamento de Produção
•





Maq1
Maq2
Maq3
Maq4
Maq5
Maq6
Maq7
G1
P1
H1
S1
G2
P2
H2
S2
G3
P3
H3
S3
G4
P4
H4
S4
G5
P5
H5
S5
G6
P6
H6
S6
G7
P7
H7
S7
R1
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R9
R10
R11
R12
R13
R14
Nota:
G = Gastos da máquina
P = Profissionais especializados
H = Carga horária
S = Salários
R = Produtos ou insumos
R8
6
Conceito
•
Conclusão:
 Centro de custos é a menor unidade da empresa industrial
considerada para fins de acumulação de custos, que, por ser fictícia,
não corresponde a unidade administrativa, embora possa coincidir
com ela.
 Vale ressaltar, que o tratamento dos centros de geração de custos
ficou convencionado como sendo departamentos, uma vez que o seu
estudo é conhecido por sistema de custo departamental.
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Conceito
•
Segundo a acumulação de custos, os departamentos são de duas
naturezas:
1. Departamentos produtivos
 Estão na área de produção e são responsáveis pela fabricação. Em
cada departamento é gerado, em relação aos produtos, custos
diretos e também custos indiretos, os quais serão atribuídos somente
aos produtos que passarem pelo respectivo departamento.
 Os custos diretos serão atribuídos aos produtos sem complicação
enquanto os custos indiretos serão atribuídos aos produtos por
critérios de estimação (arbitragem).
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Conceito
2. Departamentos de serviços (auxiliares ou de apoio)
 Prestam serviços em toda empresa, inclusive para os departamentos
produtivos, embora os produtos não transitem por eles. Os custos
gerados nesses departamentos são todos indiretos. A
departamentalização é a melhor forma de rateá-los aos produtos.
•
Esquema de apuração:
a. Identificação dos custos indiretos gerados em cada departamento,
acumulando-os nos seus respectivos centros de custos.
b. Os custos acumulados nos departamentos de serviços são
transferidos para outros departamentos de serviços e/ou para os
departamentos de produção.
c. Depois que todos os custos indiretos se encontram devidamente
alocados nos departamentos de produção, eles são transferidos aos
produtos.
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Importância da departamentalização
 A margem de erro na atribuição dos custos indiretos aos produtos é
bem menor quando se adota o custo departamental.
•
Não esquecer:
 Enquanto os custos diretos são gerados especificamente na área de
produção, os custos indiretos de fabricação podem ter origem não só
na área de produção como também nas demais áreas de atividades
da empresa.
 Os custos indiretos de fabricação incorridos durante o mês que
beneficiaram a fabricação de todos os produtos, no referido mês,
devem ser rateados entre os produtos. Contudo, os custos indiretos
que beneficiaram a fabricação de parte dos produtos devem ser
rateados somente para essa parte.
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Importância da departamentalização
•
Exemplo:
a. Uma confecção fabricou em determinado mês, 50.000 peças do
produto A e 50.000 do produto B.
b. Custos diretos: produto A = $ 250.000 e produto B = $ 200.000
c. Existem 10 departamentos produtivos na empresa: o produto A
passou por todos os departamentos e o produto B passou somente
pela metade deles.
d. Os custos indiretos de fabricação (CIFs) gerados nos departamentos
produtivos são iguais e seu montante no mês foi $ 80.000.
e. Considere o tempo e maturação dos produtos na fase de produção
homogêneo e equivalente em média a 30 dias
f. Base de rateio é o nº de peças fabricada.
•
Segundo a departamentalização, como os produtos receberão as
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cargas dos CIFs?
Importância da departamentalização
 Cálculo quando é negligenciada a departamentalização.
•
Cálculo da taxa para rateio
$ 80.000 (CIF) / 100.000 u = $ 0,80 / unidade produzida
•
O rateio do CIF (considerando uma carga de CIF homogeneamente
distribuída para cada produto):
Produto A = 50.000 x $ 0,80 = $ 40.000
Produto B = 50.000 x $ 0,80 = $ 40.000
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Importância da departamentalização
•
Considerando que o produto A durante os 30 dias em que
permaneceu na fase de fabricação, passou pelas 10 seções
produtivas, enquanto o produto B passou somente por 5 seções.
Devemos realizar o cálculo por departamentalização onde o produto
A recebe a carga de CIF de todos os departamentos e o produto B,
somente de 50% deles ... 50% da carga da linha de produção de B é
devido à utilização para produzir A.
 Logo:
•
100% dos CIFs de 5 seções são de exclusividade da produção do
produto A; e
•
50% dos CIFs de 5 seções são decorrentes da produção de A,
enquanto que os outros 50% dos CIFs são devido à produção de B.
•
O produto A recebeu 75% da carga dos CIFs gerados no mês e o
produto B, 25%.
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Importância da departamentalização
 Produto A:
CIF referente a 100% de 5 seções produtivas = $ 40.000
CIF referente a 50% de 5 seções produtivas = $ 20.000
CIF total do produto A = $ 60.000
 Produto B:
CIF referente a 50% de 5 seções produtivas = $ 20.000 (CIF total do
produto B)
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Importância da departamentalização
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Importância da departamentalização
•
Observe que sem departamentalização o produto B recebeu carga de
CIF idêntica à do produto A, sendo onerado com custos de serviços
que não beneficiaram sua produção. Nesse caso, o produto A
recebeu carga de custos indiretos menor que a real, uma vez que
utilizou 100% dos serviços de cinco seções e 50% das outras cinco.
•
A departamentalização torna a distribuição mais justa.
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Métodos de rateio
a. Método direto
 Os custos gerados nos departamentos de serviços são rateados
diretamente para os departamentos produtivos beneficiados pelos
respectivos serviços.
 Assim, os departamentos de serviços não recebem custos de outros
departamentos de serviços. Ainda que tenham sido beneficiados
pelos serviços de alguns deles
b. Método algébrico (reciprocidade)
 Por este reconhece-se a reciprocidade dos serviços prestados entre
os departamentos. Sendo assim, um departamento de serviços
poderá receber, por transferência, parte do custo do próprio
departamento que foi transferido para outro. Recomenda-se evitar o
seu uso, uma vez que ele incentiva a distribuição reflexiva.
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Métodos de rateio
c. Método da hierarquização (degraus)
 Consiste na fixação ordenada de prioridade entre os departamentos
de serviços. A partir dessa hierarquização rateiam-se os custos
gerados nos departamentos de serviços entre todos os
departamentos, sejam de serviços ou produtivos.
 A hierarquia deve ser observada somente entre os departamentos de
serviços, uma vez que os produtivos, embora integrem a relação dos
departamentos, figurarão logo em seguida aos departamentos de
serviços, pois estes somente receberão CIF e não poderão transferir
para outros departamentos. Os custos acumulados nos
departamentos produtivos serão, depois, transferidos diretamente aos
produtos que passaram por eles.
 Nesse método, o departamento de serviços que tiver seus custos
transferidos não receberá custos de outros departamentos, ainda que
tenha sido beneficiado pelos serviços de alguns deles. Desta forma, o
departamento de serviços que mais recebe custos por transferência é
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o que menos transfere.
Custos indiretos estimados
•
Na departamentalização deve-se estimar uma taxa de aplicação de
CIF para cada departamento.
•
Para o cálculo dessa taxa, será preciso prever para cada
departamento:
 O total dos custos fixos que deverão ser gerados no departamento
durante o mês.
 O total de CIFs que o departamento receberá por transferência de
outros departamentos no mesmo mês.
 O volume da produção do mês (departamentos produtivos) e o
volume das atividades a serem desenvolvidas durante o mês
(departamentos de serviços).
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Custos indiretos estimados
 A parte variável dos CIFs, com base no volume de produção
(departamentos produtivos) ou de atividades (departamentos de
serviços).
 Bases de rateio adequadas para distribuir os CIFs acumulados nos
departamentos de serviços entre eles e entre os produtivos.
 Bases de rateio adequadas para distribuir os CIFs acumulados nos
departamentos produtivos diretamente aos produtos.
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Conceito - Universidade Castelo Branco