A Química no Refrigerante
José Guerchon
Andrea Rosane da Silva
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Curiosidades e Descobertas A Química no Refrigerante Introdução
O refrigerante é uma bebida popular por toda a parte e costuma acompanhar pipoca, pizza,
hambúrguer com batata-frita etc. Este é um dos motivos porque tantas pessoas associam o refrigerante
a uma má alimentação e não faltam teorias sobre os males que ele causa à saúde. Por outro lado, é
recomendado para auxiliar nos processos digestivos e para quem está enjoado. Como explicar este
paradoxo?
Figura 1: Refrigerantes
O Segredo do Refrigerante
Não pretendemos, aqui, analisar se o refrigerante é saudável ou não, o que pretendemos é explicar o
motivo dele ser recomendado em casos de auxílio no processo digestivo e enjoo. Afinal, é inegável que
o refrigerante causa uma sensação de bem estar se tomado bem gelado e com bastante gás.
Bem, é justamente aí que está o seu segredo. O refrigerante é essencialmente constituído de água e
dióxido de carbono dissolvido. O CO2, responsável pela efervescência, é essencial na composição dos
refrigerantes. Em água, ele estabelece o seguinte equilíbrio:
Tal reação confere acidez ao meio. Podemos comprovar isto com um simples experimento de
laboratório.
. 1 . Curiosidades e Descobertas A Química no Refrigerante Experimento 1
Podemos fazer um experimento que comprova a acidez do CO2 dissolvido em água. Se colocarmos o
indicador azul de bromotimol em um bécher com amônia, ela ficará azul (pH > 7,6). Se alguém assoprar
no bécher com um canudo, a amônia ficará amarela (pH < 6,0 ). Isso indica a acidez do gás carbônico
expelido na nossa respiração ao entrar em contato com o meio aquoso.
Figura 2: Adição de azul de
bromotimol à amônia (meio
Figura 3: Adição de azul de
bromotimol à amônia (meio
básico).
Figura 4: Adição de azul de
bromotimol à amônia (meio
básico).
Figura 5: Adição de azul de
bromotimol à amônia (meio
básico).
Figura 6: Assoprando dentro do
béquer e com isso, dissolvendo
CO2 no meio.
Figura 7: O CO2 contido no ar vai
levando o meio para uma
condição menos básica
. 2 . Figura 8: O meio se torna ácido,
devido ao CO2.
Curiosidades e Descobertas A Química no Refrigerante Experimento 2
Figura 9: Colocando
refrigerante no béquer.
Figura 10: Colocando
refrigerante no béquer.
Figura 11: Adição de azul de
bromotimol ao refrigerante
(meio ácido).
Figura 13: Adição de azul de
bromotimol ao refrigerante
(meio ácido).
Figura 14: Comparação das
cores em meio básico (amônia)
e em meio ácido (refrigerante)
Figura 12: Adição de azul de
bromotimol ao refrigerante
(meio ácido).
Figura 15: Comparação das cores
depois de assoprar na solução
contendo amônia. O meio se
torna ácido devido ao CO2.
. 3 . Curiosidades e Descobertas A Química no Refrigerante O Refrigerante e o Estômago
O pH do estômago é ácido. O refrigerante reforça o trabalho do suco gástrico que está no estômago
graças ao gás carbônico dissolvido em água (ácido carbônico). Portanto, podemos afirmar que o
refrigerante auxilia no processo digestivo e ajuda a acabar com o enjoo.
Mas lembre-se: pessoas com azia não devem tomar refrigerante porque, neste caso, é necessário reduzir
a acidez, o oposto do que o refrigerante faz.
Figura 16: Pessoa ingerindo refrigerante
Equilíbrio dos Componentes do Refrigerante
É importante lembrar, ainda, que o equilíbrio dos componentes do refrigerante pode sofrer
deslocamento de acordo com a temperatura. Quando está frio, por ser gasoso, o CO2 fica
favoravelmente dissolvido no meio aquoso. Porém, no calor, ele se desprende do meio aquoso.
Na medida que o CO2 se desprende, o H2CO3 se decompõe até restabelecer um novo equilíbrio. Depois
de certo tempo, acaba o H2CO3. Quando isso acontece, ao beber o refrigerante, não há mais a sensação
de bem estar porque não há mais CO2 dissolvido.
É por isso que o refrigerante quente não nos causa uma boa sensação, assim como os refrigerantes sem
gás, aqueles que ficam abertos por muito tempo. Afinal, quando abrimos uma garrafa de refrigerante, o
ácido carbônico começa a se decompor, favorecido pela temperatura, produzindo gás carbônico sob a
forma de bolhas (estado gasoso) e escapa do líquido.
Para conhecer mais sobre esse assunto, veja o desafio do mate, na sala de Atividades e Desafios do
nosso museu.
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