XI – CONGRESSO DA PÓS-GRADUAÇÃO UFLA / PARASITOLOGIA
02 A 04 DE DEZEMBRO DE 2002.
ANÁLISE LABORATORIAL DE PROTOZOOSES E HELMINTOSES
INTESTINAIS E AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA EM UMA
COMUNIDADE ESCOLAR DA REDE MUNICIPAL PUBLICA DE
ITUMBIARA, GOIÁS – BRASIL.
Otacílio Moreira Silva Filho1, Lara Cristina De Queluz Andrade1 &
Cláudio Gonçalves da Silva2
RESUMO – Com este trabalho, buscou-se conhecer através de métodos
imunobiológicos os parasitas intestinais associados ao ser humano e as possíveis
alterações hematológicas causadas. Observou-se a presença de parasitos de
interesse médico-sanitário. As alterações hematológicas foram observadas tanto em
pacientes que apresentaram parasitose, como em indivíduos que não apresentaram
qualquer tipo de parasita nos exames realizados.
PALAVRAS-CHAVE – Helmintose e protozoonose.
1. INTRODUÇÃO
O parasitismo é a associação em que determinada espécie depende de outra
(hospedeiro) para sobreviver, este tipo de união pode ser temporária ou permanente
e normalmente negativa para o ser humano. É encontrado no ambiente os ecto e
endoparasitas que possuem ampla distribuição geográfica, afetando a população em
geral, ocasionando problemas sociais e de saúde humana, além de afetar animais
de interesse comercial (Browm, 1975).
As parasitoses intestinais ainda constituem nos dias de hoje, agravos à saúde
humana devido à sua inegável importância como doença em massa, sendo
endêmica em várias regiões brasileiras e às vezes causando epidemias em outras,
1
Alunos do Departamento de Ciências Naturais do Instituto Luterano de Ensino Superior de
Itumbiara. Avenida Beira Rio, 1001, Bairro Nova Aurora, CEP. 75.500-000 Itumbiara – GO. E-mail:
[email protected]
2
Mestrando do DEN – UFLA; e-mail: [email protected]
1
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trata-se de um problema social que necessita de programas básicos de educação
sanitária (Rey, 1992).
Os helmintos, constituem um grupo numeroso de parasitas, em que há
espécies de vida livre e parasitas, a sua ocorrência nos seres humanos são muito
comuns no Brasil principalmente na população de baixa renda, esses indivíduos
ocasionam danos sérios ao hospedeiro, os quais podem se manifestar de formas
variadas (Neves, 1988).
Os protozoários possuem sete filos, porém, apenas os Sarcomastigophora,
Apicomplexa e Ciliphora são de interesse para a parasitologia humana, destaca-se a
importância desses grupos, pois, suas formas infectantes são encontradas
comumente em indivíduos de população de baixa renda, com hábitos higiênicos
precários e em indivíduos que vivem próximos a ambientes modificados pela ação
do próprio homem (Neves, 1998).
Pretendeu-se com este trabalho, verificar a prevalência dos parasitos
intestinais e as possíveis alterações hematológicas em uma comunidade escolar de
baixa renda.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em estudantes da Escola Municipal Dom Veloso em
Itumbiara-GO, foram amostrados 65 indivíduos de ambos os sexos nas faixas etárias
de 4 a 17 anos e de 25 a 55 anos. Utilizou-se neste trabalho coletores universal
contendo o conservante MIF (Mercúrio Iodo e Formol). Coletou-se fezes para a
realização de exame parasitológico, para determinação de protozoários e helmintos,
através da metodologia de Baermann que auxilia
o antropismo devido a
temperatura de 37ºC a qual indica a presença de larvas de helmintos. As fezes
foram colocadas em um cálice 50 ml de água com a temperatura de 37ºC, depois
foram transferidas para uma peneira, fazendo que as fezes ficassem submersas em
água. O método de Hoffmann, com sedimentação espontânea, indicado para
pesquisa de ovos e larvas de helmintos, assim como cistos de protozoários, as fezes
ficaram em repouso por 60 minutos e o método Faust, que é realizado por flutuação
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com a densidade 1080 controlada com sulfato de zinco. Para a coleta de sangue
total para a realização do Hemograma, utilizou-se tubos com anticoagulantes EDTA,
álcool iodado para assepsia, garrote para aumentar a pressão do sangue e seringa
de 5 ml. Durante a condução dos exames hematológicos, realizou-se contagem de
hemácias, hematócrito, plaquetas, leucócitos totais e dosagem de hemoglobina, de
acordo com metodologia descrito em (Lima, 1977; Zago, 2001). O aparelho SISMEX
K-800, foi utilizado para a contagem específica de algumas células como os
(bastonetes, segmentados, eosinófilos, linfócitos e monócitos), foram feitas leituras
de lâminas com esfregaços sanguíneos coradas com o corantes leishmann (eosina
azul de metileno) e levada ao microscópio, totalizando 100 células contadas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Do total de amostras de fezes analisadas, obtivemos 33,7% de indivíduos
parasitados. Dentre estes indivíduos 29,2% apresentavam monoparasitose (13,8%
para cistos de Entamoeba coli, 9,2% para cistos de Endolimax nana, 3,0% para
cistos de Giardia lamblia, 3,0% para ovos de Enterobius vermicularis, 6,1% para
ovos de Ascaris lumbricoides, 1,5% larvas de Strongyloides stercoralis , 4,5% dos
indivíduos apresentaram dois tipos de parasitose)
100
90
80
Indivíduos infectados (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
E. coli
E. nana
G. lamblia
A. lumbricóides
Parasitose
E. vermicularis
S. stercolaris
Livres de
parasitas
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GRÁFICO 1 – Indivíduos parasitados (%), de acordo com o exame
parasitológico.
Na avaliação hematológica foi observado que 72,3% dos pacientes
apresentaram alterações da série branca: 16% com leucocitose, 23% com
neutrofilia, 44% com eosinofilia, 4,6% com leucopenia e 7,6 % com linfocitose. Na
série vermelha 38,4% dos indivíduos apresentaram alterações sendo: 13,8% por
anisocitose, 30,7% por hipocromia e 3,0% anisocitose microcítica, 11% dos
indivíduos apresentaram alterações em ambas as séries.
4. CONCLUSÃO
Os resultados demonstraram a presença de parasitoses intestinais e também
alterações hematológicas, as quais levam a inferência da importância do diagnóstico
e tratamento antiparasitário, assim como a prevenção. Indivíduos não parasitados
apresentaram alterações hematológicas, podendo ser devido à alimentação não
balanceada e deficiente em ferro e nutrientes. Esses resultados ressaltam a
necessidade de diagnósticos clínicos detalhados para a detecção de parasitoses,
além da importância dos trabalhos de prevenção de doenças, seja por saneamento
básico, alimentação balanceada, educação preventiva e por cuidados às pessoas
infectadas.
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BROWM, H.W. Basic clinical parasitology. Prentice-Hall, 1975, 355p.
NEVES, D.P.; MELO, A.L.; GENARO, O. & LINARDI, P.M. Parasitologia Humana.
São Paulo: Atheneu, 1998, 524p.
REY, L. Bases da Parasitologia
Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1992. 349p.
LIMA A .O . Métodos de Laboratório Aplicados à Clinica. Guanabara Koogan,
5ª ed. Rio de Janeiro, 1977.
ZAGO. A. M; FALÇÃO. P.R; PASQUINI.P. Hematologia fundamentos e
Praticas. Atheneu. 1ª ed. Rio de Janeiro, 2001.
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