UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA-UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS
CURSO FISIOTERAPIA
ASTOLFO SACRAMENTO CUNHA JÚNIOR
INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO DE LESÕES
MUSCULOESQUELÉTICAS EM PRATICANTES DE JIU-JITSU.
Belém – PA
2009
ASTOLFO SACRAMENTO CUNHA JÚNIOR
INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO DE LESÕES
MUSCULOESQUELÉTICAS EM PRATICANTES DE JIU-JITSU.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Universidade
da
Amazônia - UNAMA, como requisito
para a obtenção do grau de Bacharel
em Fisioterapia sob a orientação do
Profo. Dr. Manoel Gionovaldo Freire
Lourenço.
Belém – PA
2009
C972i
Cunha Júnior, Astolfo Sacramento
Incidência e fatores de risco de lesões musculoesqueléticas
em praticantes de jiu-jitsu / Astolfo Sacramento Cunha Júnior. - Belém, 2009.
62 f.
Trabalho de Conclusão de Curso -- (Graduação)
Universidade da Amazônia. Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, curso de Fisioterapia
Orientador: Prof. Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço
ASTOLFO SACRAMENTO CUNHA JÚNIOR
INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO DE LESÕES
MUSCULOESQUELÉTICAS EM PRATICANTES DE JIU-JITSU.
Trabalho de conclusão de curso apresentado á
Universidade da Amazônia – UNAMA, para
obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Manoel Gionovaldo Freire
Lourenço.
.
Banca Examinadora
____________________________________________
Prof. Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço
____________________________________________
Prof. Flavio Freitas
_____________________________________________
Prof. Nelson Higino de Oliveira Filho
Apresentado em: ___/___/___
Conceito: ________________
Belém – Pará
2009
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meus pais
que sempre estiveram ao meu lado
nos momentos em que precisei de
apoio, e em especial a minha Irmã
que foi minha inspiração em todos
os momentos da minha vida...
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço, por me aceitar
como seu aluno e orientando, por sua imensa paciência e sua presteza e diversos
momentos que eu necessitei, sem ele esse trabalho não passaria de apenas uma
idéia.
Aos meus pais, por terem me apoiado em toda a minha vida em tudo que eu
precisei, pelo carinho atenção e segurança, sem eles eu nunca teria chegado aqui.
A minha Irma, pelo amor, carinho e paciência nos momentos difíceis, por me aturar
em momentos que ninguém mais faria e por está ao meu lado em todos os
momentos que eu precisei e que ainda precisarei.
A prof. Dra. Maria Lucia, pelos ensinamentos e conselhos que foram importantes do
inicio até o final do meu curso, pela sabedoria que fez eu ver o estudo e o
entendimento da ciência de outra forma.
Ao mestre Michel Menezes, pela amizade e ensinamentos que foram essenciais
para que eu tivesse a visão necessária para dar inicio a este trabalho.
Ao Meu amigo Thiago Brasil, por ser esse grande amigo que esteve ao meu lado em
todos os momentos difíceis do meu trabalho me dando apoio e me ajudando de
todas as maneiras.
A todos que de maneira direta ou indireta participaram da realização deste trabalho.
“Todas as lesões deixam a dor na memória, com
exceção da maior lesão, que é a morte, que mata a
memória juntamente com a vida.” (Leonardo da
Vinci, 1452-1519).
RESUMO
Introdução: O jiu-jitsu hoje é o esporte individual que mais cresce no país: possui
cerca de 350 mil praticantes com 1.500 estabelecimentos de ensino somente nas
grandes capitais, muitos esportistas excepcionais estão obrigados a dispensar mais
atenção e tempo na cura das enfermidades e dos traumatismos que na própria
atividade de treinamento e competição Objetivo: Definir a incidência de lesões
musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu das academias de Belém do Pará.
Metodologia: Neste estudo foram estudados 57 praticantes de jiu-jitsu de
academias de Belem do PA que possuíam lesões musculoesqueléticas
diagnosticada. Resultado: Após a análise dos dados foi observado que a média das
idades dos praticantes de jiu-jitsu é superior a media das idades dos praticantes de
outras modalidades de artes marciais. O Índice de massa corpórea dos
entrevistados está classificado segundo a Organização Mundial de Saúde como préobesos e risco aumentado. Os atletas de jiu-jitsu na maioria possuem a graduação
de faixa azul e a minoria tem a de faixa preta. O tatame mais utilizado para a pratica
é o tipo lona, o mesmo represente uma relação com as lesões no joelho, o tatame
do tipo sintético que foi o menos utilizado apresenta um grande relação com a
lesões no tornozelos dos que praticam a modalidade. O tipo de lesão mais freqüente
foi entorse e as estruturas mais acometidas pelas lesões foram o joelho, ombro e
tornozelo.
PALAVRAS–CHAVES: Jiu-jitsu, Lesões Musculoesqueléticas, tatame
ABSTRACT
Introduction: The Jiu-Jitsu is now the fastest growing sport in which individual
country, has around 350 thousand players with 1,500 educational institutions only in
major capitals, many exceptional athletes are required to pay greater attention and
time in the cure of diseases and trauma that in the activity of training and competition
Objective: the incidence of musculoskeletal injuries in practicing Jiu-Jitsu academies
of the Belém do Pará Methodology: This study investigated 57 jiujitsu practitioners
of the academies of the Belem PA Result: who had musculoskeletal injuries
diagnosed after the analysis of data was observed that the average age of practicing
Jiu-Jitsu is over the age of media practitioners of other forms of martial arts. The
body mass index of respondents are classified according to World Health
Organization as pre-obese and increased risk. The athletes from Jiu-Jitsu in the
majority have the graduation of the blue band and has a minority of black belt. The
tatami more used to the practice is the type canvas, this represents a relationship
with the knee injury in the tatami-type synthetic that was the least used has a great
relationship with lesions in the ankles of those who practice the sport. The most
frequent type of injury was sprains and structures were more affected by the knee
injuries, shoulder and ankle.
KEY WORDS: Jiu-jitsu, Lesions, Tatame.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1: Gráfico 1 – Demonstrativo da média das
idades e dados antropométricos dos praticantes de jiujitsu.
Pag. 40
Ilustração 2: Gráfico 2 – Objetivos que os praticantes
buscavam com a pratica da modalidade.
Pag. 41
Ilustração 3: Gráfico 3 - Demonstrativo dos praticantes
de jiu-jitsu por graduação.
Pag. 42
Ilustração 4: Gráfico 4 – Distribuição dos praticantes de
jiu-jitsu que utilizam a musculação como medida
preparatória para a modalidade.
Pag. 43
Ilustração 5: Gráfico 5 – Demonstrativo da relação
temporal entre médias dos anos de prática e hora/treino
(semanal) dos praticantes de jiu-jitsu.
Pag. 44
Ilustração 6: Gráfico 6 – Demonstração dos tipos de
ambiente de treino dos praticantes de jiu-jitsu.
Pag. 45
Ilustração 7: Gráfico – Distribuição da ocorrência dos
principais tipos de lesões em praticantes de jiu-jitsu.
Pag. 46
Ilustração 8: Gráfico 8 – Distribuição da lesões por
segmentos corporais em praticantes de jiu-jitsu.
Pag. 47
Ilustração 9: Demonstrativo do percentual de lesões em
relação ao ambiente de treino dos praticantes de jiujitsu.
Pag. 48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados antropométricos dos praticantes de Jiu-Jitsu.
Pag. 40
Tabela 2: Demonstrativo dos objetivos que os praticantes
Pag. 41
buscavam com a pratica da modalidade.
Tabela 3: Distribuição de praticantes de Jiu-Jitsu por graduação
Pag. 42
(faixa).
Tabela 4 - Demonstrativo dos praticantes que praticam
musculação.
Pag. 43
Tabela 5 - Distribuição da relação temporal da prática em anos e
das horas/treino semanais dos praticantes de Jiu-Jitsu.
Pag. 44
Tabela 6 - Demonstrativo dos tipos de ambiente (tatames) de
treino utilizado por praticantes de Jiu-Jitsu.
Pag. 45
Tabela 7 - Distribuição dos principais tipos Lesões em praticantes
de Jiu-Jitsu.
Pag. 46
Tabela 8 - Distribuição das Leões músculo esqueléticas por
seguimentos corporais em praticantes de Jiu-Jitsu.
Pag. 47
Tabela 9 – Distribuição do piso utilizado durante as lesões no
MMII.
Pag. 48
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
21
2
REFERENCIAL TEORICO
22
2.1
ASPECTOS GERAIS DO JIU-JITSU
22
2.2
CARACTERIZAÇÃO DAS MODALIDADES E TÉCNICAS.
22
2.3
CARACTERIZAÇÃO DO TREINAMENTO.
26
2.4
LESÃO MUSCULOESQUELÉTICA.
27
2.5
LESÃO TECIDUAL.
29
2.6
EVIDENCIAS DE LESÕES PÓS-EXERCÍCIO.
30
2.7
TREINAMENTO FÍSICO X LESÃO.
32
2.8
O AMBIENTE DE TREINO COMO POSSÍVEL FATOR DE
LESÃO.
35
2.9
PRINCIPAIS LESÕES NO DESPORTO.
36
3
OBJETIVOS
37
4
METODOLOGIA
38
5
RESULTADOS
40
6
DISCUÇÃO
49
7
CONCLUSÃO
51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
52
APÊNDICES
55
1 – INTRODUÇÃO.
O fato de o esporte ou a prática de exercícios, tido como hábito de estilo de
vida saudável, predispor o indivíduo à aquisição de doenças, no caso lesões, pode
permitir recorrer a esta ciência na investigação da prevalência e incidência do fato. A
prevalência diz respeito ao aparecimento de novos casos, enquanto que a
incidência, ao número. Ambas se interrelacionam.
O jiu-jitsu hoje é o esporte individual que mais cresce no país: possui cerca de
350 mil praticantes com 1.500 estabelecimentos de ensino somente nas grandes
capitais. A Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu afirma que o Brasil, devido ao
grande crescimento e divulgação da arte, é a grande potência mundial no esporte.
Embora seja um esporte de expressão, a literatura científica sobre essa modalidade
é escassa, tendo apenas poucos autores e trabalhos nessa área. Embora alguns
trabalhos científicos tenham aparecido nos últimos tempos a respeito do Jiu-jitsu
entre eles estão pesquisas procurando descrever as características antropométricas,
fisiológicas e psicológicas dos atletas da modalidade, porém encontra-se longe de
alcançar o corpo teórico-científico adquirido por outras modalidades de luta como o
Judô e o Wrestling (estilo Greco-romano e Livre) (FRANCHINI, TAKITO, PEREIRA,
2003).
Platonov (2004) afirma que muitos esportistas excepcionais estão obrigados a
dispensar mais atenção e tempo na cura das enfermidades e dos traumatismos que
na própria atividade de treinamento e competição. Vários deles têm suportado
gravíssimas cirurgias e gasto tempo e forças na posterior reabilitação e recuperação
do nível de treinamento.
2 – REFERENCIAL TEORICO.
2.1 – ASPECTOS GERAIS DO JIU-JITSU.
Historicamente o jiu-jitsu surgiu por volta de 2500 anos atrás, sendo praticado
por monges budistas que habitavam uma região situada entre a índia e a china,
naquela época os monges que possuíam biótipos físicos em sua maioria fracos,
desenvolveram técnicas de defesa que lhes permitissem desviar de ataques
provenientes de armas brancas utilizadas pelos seus agressores e por muitas vezes
conseguiam por defesa própria, ficas em melhor situação que seus oponentes
(GURGEL 2003).
Naquela época as técnicas utilizadas com essa prática de defesa pessoal
eram muito primitivas, com o passar do tempo foram encorpando aos movimentos
iniciais novos gestos básicos que por muitas vezes chegavam a imitar alguns
movimentos de animais.
No inicio do século passado com a imigração japonesa, chegou ao Brasil, em
Belém do Pará um conde japonês (Maeda Koma) descendente direto de samurai e
campeão japonês de jiu-jitsu. Que iniciou uma amizade com a família Gracie, que os
ensinou os princípios básicos e os conhecimentos do jiu-jitsu.
Com o passar do tempo os irmãos Carlos e Hélio Gracie criaram seu próprio
estilo de Jiu-jitsu que utilizava menos força física e movimentos mais suáveis de
artes marciais, daí surgiu o jiu-jitsu brasileiro. (DUARTE, 2005).
2.2- CARACTERIZAÇÃO DAS MODALIDADES E TÉCNICAS.
As lutas desportivas pertencem ao grupo das modalidades com condições
variáveis de competição e que exigem resistência específica. Essa modalidade tem
como característica a existência de um conjunto amplo de movimentos motores
complexos caracterizados pelo nível de desenvolvimento da capacidade de aplicar
esforços explosivos, possuindo certa variedade de adaptação às condições variáveis
de competição. É também necessário que exista uma grande capacidade de resistir
à fadiga para que não aconteça a diminuição da eficácia das técnicas e habilidades
que a modalidade proporciona (VERKHOSHANSKY, 2000).
Entre as capacidades e habilidades físicas utilizadas para um bom
desempenho então a velocidade, força explosiva, resistência de força, reatividade
neuromuscular, coordenações grossa e fina, força máxima e equilíbrio. E necessário
que todas elas atuem de maneira conjunta e influenciadas diretamente pelo estado
emocional e preparação psicológica do atleta. Componentes técnico e tático também
são um importante fator no resultado final. O resultado competitivo nunca pode ser
atribuído a performance de uma variável apenas, mas sim ao conjunto de todas
desenvolvendo-se em harmonia. (IDE, 2004).
Para (IDE 2004) O Jiu-jitsu desportivo abrange uma gama de seis técnicas
permitidas em competições. São elas:
1. Projeções.
2. Imobilizações.
3. Pinçamentos.
4. Chaves.
5. Torções.
6. Estrangulamentos.
Todas são fundamentadas em princípios biomecânicos e podem causar
sérios traumas aos adversários quando aplicadas com toda sua magnitude.
Somente as imobilizações constituem um grupo que não têm como objetivo levar
situações de perigo ao adversário e nem provocar lesões, e que devido a esse fato,
esses movimentos não apresentam riscos de lesões tanto para quem aplica quanto
para quem recebe a técnica. O objetivo das imobilizações é bloquear os movimentos
mais ofensivos e possíveis reações do oponente (NEME & ALVES, 2005).
Projeções
São utilizadas com o intuito de desequilibrar e derrubar o adversário
projetando-o em direção ao solo, e a partir desse momento o combate desenvolvase no chão.
Lesões aos rins associados à aplicação de técnicas de projeção em
treinamentos foram encontradas em estudos. O paciente apresentava após a queda,
um ponto doloroso no lado esquerdo do tronco e urina com coloração avermelhada,
indicando uma possível lesão ao rim devido ao amortecimento mal realizado e o
violento impacto com o chão (ITAGAKI, 2004).
Segundo França (2001), Projeções podem ocasionar fraturas no processo
odontóide, sendo divididas em 3 tipos (fratura do ápice, do corpo e da base).
São descritas como possíveis lesões relacionadas às técnicas de projeções
(estiramentos e entorses de primeiro a terceiro grau, luxações e sub-luxações
articulares, sinovites, defeitos osteocondrais e fraturas) associadas a múltiplas
estruturas musculares e articulares (FRANÇA, 2001).
Pinçamentos ("chave de bíceps" e "chave de panturrilha").
São ataques que objetivam pressionar estruturas musculares e centros
nervosos dos adversários. Num primeiro momento provocam extrema dor e fazem
com que o adversário recue de seus ataques. Os mais comuns e utilizados são os
que pressionam a tíbia do atacante contra os músculos bíceps braquial e tríceps
sural do oponente. As lesões a essas estruturas dependem da magnitude da força
aplicada pelo praticante e podem constituir estiramentos de primeiro a terceiro grau
(NEME & ALVES, 2005)
Chaves
Ataques a estruturas articulares que visam suas imobilizações e extensões
além das respectivas amplitudes de movimento. As chaves mais utilizadas são as
que hiperextendem as articulações do cotovelo e do joelho, conhecidas como "Arm
lock" e "Leg lock".
O "Arm lock" pode levar a uma diminuição da amplitude de movimento e
surgimento de dor, pois o movimento feito de forma violenta, ou com repetição
contínua, pode causar uma cicatrização da cápsula dentro da articulação do
cotovelo, e lesão com cicatrização muscular na sua porção anterior (GARCIA, 2004).
De maneira geral as duas técnicas podem ocasionar traumas do tipo
(Estiramento e entorse de primeiro a terceiro grau, luxação e subluxação articular,
fraturas articulares e defeitos osteocondrais).
Torções
Essas técnicas também constituem ataques a estruturas articulares, mas que
visam submetê-las a amplitudes de movimento além das suportadas pelas mesmas.
As principais são as que atacam as articulações do ombro ("Americanas" e
"Omoplatas"), do tornozelo ("Americana de pé" e "Chave de pé reta"), e a porção
cervical da coluna vertebral ("Cervical"). Todas podem ocasionar traumas do tipo
Estiramento e entorse de primeiro a terceiro grau, luxação e subluxação articular,
fraturas articulares, defeitos osteocondrais e tetraplegia (Somente para “cervical”).
As lesões cervicais também podem causar danos neurológicos, viscerais e de
grandes vasos. Danos neurológicos podem ser identificados e terem sido causados
por secção, contusão, compressão e isquemia medular. A fratura de C1 ("de
Jefferson") é uma fratura estável que ocorre com o impacto do anel de C1 contra os
côndilos occipitais. Pode ocorrer por uma sobrecarga axial no topo da cabeça
(FRANÇA, 2001).
Estrangulamentos
Tem como objetivo interromper o fluxo de ar para os pulmões e/ou sanguíneo
para o cérebro. Apresentam um tipo de lesão ao lutador que não são encontradas
em nenhuma outra manifestação desportiva. Eles proporcionam traumas que são
unicamente conseqüentes das técnicas das lutas e artes marciais.
O estrangulamento é a asfixia mecânica onde ocorre uma constrição do
pescoço, causando embaraço à livre entrada de ar no aparelho respiratório feito por
meio de um laço acionado pela força muscular da própria vítima, ou de um estranho,
pode se utilizar o kimono (Roupa utilizada para a pratica) para que se execute a
técnica (FRANÇA, 2001).
Possíveis lesões (FRANÇA, 2001):
•
Morte - pelo impedimento da penetração do ar nas vias aéreas; por morte
circulatória devido à compressão dos grandes vasos do pescoço que
conduzem para o cérebro; por morte nervosa do mecanismo reflexo (inibição
vagal).
•
Equimoses de pequenas dimensões na face, nas conjuntivas, pescoço e face
anterior do tórax.
•
Infiltração hemorrágica em tela subcutânea e musculatura subjacente ao
sulco.
•
Rupturas musculares.
•
Fraturas e luxações das vértebras cervicais.
2.3 – CARACTERIZAÇÃO DO TREINAMENTO.
No Jiu-jitsu, o treinamento é realizado na maioria das vezes em conjunto com
outro praticante, onde se realiza movimentos de empurrar, puxar, derrubar,
pressionar, girar e outros, este se assemelha muito com os treinos de judô, onde
esse movimentos também ocorrem nas técnicas de queda (ROQUETTE, 1994).
Para que se realize esses movimentos, é necessário a utilização de um gasto
energético e de força maior de que se realizado sem um adversário, já que o mesmo
impõe uma resistência mecânica ocasionada pelo seu peso. Devido ao esforço
realizado para a realização da modalidade, esta pode ser caracterizada como uma
atividade com peso, porem não com as características das realizadas com pesos
livres e aparelhos em salas de musculação. Se isso for correto, o jiujitsu pode ser
caracterizado como um tipo de exercício resistido.
Sendo assim, a pratica dessa modalidade deve ser realizada com
metodologia especifica para o trabalho de força.
O praticante adulto utiliza o sistema de graduação de cinco faixas, iniciando
pela faixa branca que não necessita de tempo nem idade mínima para que passe
para a faixa azul, com dois anos de treinamento ele pode passar para a graduação
roxa, com um ano e meio para a marrom e com um ano se forma na faixa preta. O
tempo em cada faixa pode variar para mais de acordo com o tempo que o praticante
leve para adquirir o conhecimento de técnicas e habilidades que cada faixa exige
(CAMARGO, 2003).
2.4 – LESÃO MUSCULOESQUELÉTICA.
A lesão é uma ocorrência da vida cotidiana. Enquanto alguns indivíduos
sofrem lesão de maior gravidade mais freqüentemente do que outros, ninguém é
poupado de dor, de transtorno e da incapacidade causados por uma lesão. Qualquer
lesão é acompanhada por custos físicos, emocionais e econômicos inevitáveis,
assim como pro perda de tempo e da função normal (WHITING & ZERNICKE, 2001).
As lesões musculoesqueléticas têm origens antigas. A evidencia de lesões
em fosseis de vertebrados e de doenças em ossos de dinossauros sugere que a
lesão é tão antiga quanto a própria vida. Restos de esqueletos dos primeiros seres
humanos mostram evidencias de artrite e de fraturas, sugerindo que, em nenhuma
época, tivemos livres dos efeitos de lesões. A natureza das lesões pode dar uma
idéia acerca da historia de um era. Alguns esqueletos dos antigos egípcios, por
exemplo, mostram uma fratura da ulna clava. Atualmente, às vezes esses tipos de
fraturas são denominados fraturas por cassetetes. A evidencia de distúrbios
musculoesqueléticos é observada comumente na arte das antigas civilizações, a
maioria das vezes nas estatuas e nas pinturas de parede de determinada época
(VAN MECHELEN, 1992; PAULA, 1993; WHITING & ZERNICKE, 2001).
Alem dos médicos da época que estudavam e tratavam as lesões, alguns dos
grandes nomes da historia, conhecidos freqüentemente por outras atividades e
realizações, mencionaram as lesões de alguma forma e lhes conferiram uma certa
proeminência em seu trabalho. O poeta grego Homero, em seu poema clássico
ilíada, escreveu com freqüência tanto sobre os traumatismos quanto acerca de seu
tratamento, descrevendo mais de uma centena de feridas e lesões especificas
(WHITING & ZERNICKE, 2001).
Leonardo da Vinci (1452 - 1519), talvez a figura mais conhecida da
renascença, ficou apaixonado pela natureza da dor e do traumatismo. Os critérios de
da Vinci e de outros pensadores da época da renascença podem parecer
elementares, porem em comparação com o conhecimento do que se dispunha e que
fora aceito por muitos séculos, suas conquistas foram extraordinárias (WHITING &
ZERNICKE, 2001).
O processo da ciência continua na atualidade e os avanços no diagnostico e
tratamento das lesões não mostram sinais de que haverá uma redução em sua
velocidade. Apenas algumas décadas atrás, a sugestão da praticabilidade da
substituição articular, a cirurgia a laser, as técnicas de imagem avançadas (p.ex.,
imagem por ressonância magnética, a microcirurgia e a cirurgia orientada por
computados ou robô) eram rejeitadas como especulações futurísticas. Avanços
constantes na ciência dos materiais, na tecnologia dos computadores, na robótica e
na engenharia genética prometem avanços ainda mais espetaculares no futuro.
Enquanto a lesão continua sendo uma ocorrência lamentável na vida cotidiana, é
inevitável que os desafios tecnológicos tanto de investigação como te tratamento
sofrerão avanços positivos.
2.5 – LESÃO TECIDUAL.
Microlesão justifica-se porque as lesões iniciais são usualmente subcelulares
e freqüentemente ocorrem em relação a pequenas proporções de fibras musculares.
As conseqüências praticas destas lesões incluem redução temporária na produção
de força e músculos doloridos, ambos caminhos podem afetas a performance.
Dados laboratoriais associados com a doença incluem elevação das enzimas
plasmáticas como a CK, metabólicos protéicos vindos de músculos lesados e lesão
estrutural de componentes subcelulares como indicados no exame de microscopia
ótica e elétrica (ARMSTRONG, 1990).
A resposta imediata a lesão muscular é um estagio inicial de autólise, onde
uma das razões para isso é a falta de homeostasia do cálcio celular (SMITH, 1991;
TIDBALL, 1995). Essa diminuição da homeostasia, leva ativação de proteases cálcio
dependentes como proteínas miofibrilares e citoesqueléticas. Uma vez iniciado o
estagio fagocítico, os neutrófilos são as primeiras células inflamatórias aumentadas
em número após a lesão muscular (1 – 5 horas pós lesão), na sequência, os
macrófagos também começam a aumentar (9 – 12 horas pós lesão) e,
conseqüentemente os neutrófilos a diminuir. Os macrófagos têm subpopulações,
onde uma população (ED1+) é associada com fagocitose de células alteradas nos
tecidos lesados e a outra população (ED2+) associada com processo de
regeneração celular (TIDBALL, 1995).
O processo inflamatório é controlado por substancias conhecidas como
mediadores químicos. Estes incluem a histamina, que é sempre imediatamente
disponível, assim como outros mediados – tais como serotonina, bradicinina,
prostaglandina, leucotrienos e plasmina – produzidos no local da inflamação ou
pelos leucócitos (glóbulos brancos) que se dirigem ao local da lesão através da
quimiotaxia (TIDBALL, 1995; WHITING & ZERNICKE, 2001).
Uma lesão produz uma resposta vasoconstritora, seguida dentro de poucos
minutos por uma faze vasodilatadora, durante a qual um aumento na permeabilidade
vascular torna possível o fluxo de matérias dos vasos para dentro dos tecidos
circundantes. Essas substancias moveis são denominadas exsudato e consistem em
liquido e proteínas plasmáticas, incluindo fibrinogênio (um precursor da fibrina, que é
uma proteína essencial no processo da coagulação). Apesar de o edema
(tumefação) causado pelo exsudato poder contribuir para a dor, o exsudato
desempenha inúmeras funções positivas: dilui e inativa as toxinas; proporciona
nutrientes para as células inflamatórias; e contem anticorpos e fibrinogênio
(ARMSTRONG, 1990; WHITTING & ZERNICKE, 2001).
A inflamação tem como finalidade essencial funcionar como a primeira linha
de defesa do corpo contra qualquer insulto, como aquele imposto por uma lesão.
Apesar de toda a complexidade aparente de processo inflamatório, “parece... que
quanto mais aprendemos acerca da inflamação, mais simples se torna a sua
mensagem: nossas células e humores defendem o organismo contra os exércitos
invisíveis do outro. Podemos chamar nossas perdas de ‘infecção’ e nossas vitorias
de ‘imunidade’ (WHITING & ZERNICKE, 2001).
O estagio final envolvendo regeneração das celular lesadas, aparentemente
resultam em completa restauração funcional das miofibrilas. Em músculos saudáveis
em geral a lesão é rapidamente reparada e a remodelação muscular inicia
precocemente, aumentando a habilidade para gerar força e melhorando a
capacidade para sustentar a produção de ATP (MCCORMICK, 2004).
2.6 – EVIDENCIAS DE LESÕES PÓS-EXERCÍCIO.
Algumas observações demonstram que fibras musculares são lesadas
agudamente durante o exercício. SMITH (1991); NOSAKA et al. (2002), descrevem
que exercícios de resistência induzem lesão histológica, aumentos de proteínas
musculares no sangue e anormalidades nos exames por imagem. Estas
observações indicam que durante que durante o exercício são iniciadas a
desintegração das miofibrilas e das estruturas protéicas em algumas fibras
musculares.
Uma observação importante é o entendimento dos eventos iniciais do efluxo
das proteínas intramusculares para o espaço extracelular. As enzimas plasmáticas
apresentam uma ampla variabilidade nas respostas entre os sujeitos, pois fatores
como a aptidão do sujeito, o modo, intensidade e duração do exercício afetam tanto
a magnitude da resposta como o aparecimento tardio dos níveis plasmáticos após
os exercícios (TIIDUA & IANUZZO, 1983; VOLFINGER et al., 1994). Estudos usando
técnicas histológicas e estruturais têm documentado lesões em músculos de
membros que desenvolvem exercícios os quais não estão acostumados (BROWN et
al., 1997; NOSAKA et al., 2002; NOSAKA et al., 2004) referindo-se a
desorganização estrutural, normalmente o local mais afetado é a linha Z, e segundo
ARMSTRONG
(1990),
que
estudou
ratos
sedentários
que
desenvolveram
caminhada e declive (exercício excêntrico), observou uma elevação significativa da
atividade da creatina quinase e lactato desidrogenase no plasma logo após
exercício, enquanto outros sanguíneos de enzimas musculares num período mais
tardio, com pico em torno de 24h pós exercício. Uma interpretação desses achados
é que o exercício tem causado rompimento do sarcolema, facilitando a saída de
proteínas intracelulares para gradientes de menos concentração.
Segundo Kisner & Colby (1992), A lesão músculo esquelética pode ser
classificada levando-se em consideração as lesões de tecidos moles em:
1) Distensão – alongamento excessivo, excesso de exercício de uso do tecido
mole; tende a ser menos grave que uma entorse. Ocorre devido a trauma leve
ou traumas não usuais repetidos de grau mínimo. Esse temo é
freqüentemente usado como referencia especifica a algum grau de
comprometimento de unidade musculotendinea.
2) Entorse – sobrecarga grave, estiramento ou laceração de tecidos moles como
acasula articular, ligamento, tendão ou músculo. Esse temo é freqüentemente
usado em referencia especifica a lesão de um ligamento, e recebe a
graduação de entoese de primeiro grau (leve), segundo grau (moderado), ou
terceiro grau (grave).
3) Ruptura ou laceração entre músculos e tendão – se ruptura ou laceração é
parcial, ocorre dor na região da fissura quando o músculo é alongado ou
quando se contrai contra resistência. Se a ruptura ou laceração é completa. O
músculo não traciona o local lesado, de modo que alongamento ou contração
do músculo não causa dor.
4) Lesões tendíneas – tenossinovite é uma inflamação da bainha sinovial que
cobre um tendão, normalmente há crepitação ao movimento. Tendinite é a
formação de cicatriz ou deposição de cálcio em um tendão. Tenovaginite é
um espessamento da bainha tendinea.
5) Sinovite – inflamação da membrana sinovial; um excesso de liquido sinovial
normal dentro de uma articulação, geralmente devido a trauma ou doença.
6) Hemartrose – sangramento dentro de uma articulação, geralmente devido a
trauma grave.
7) Contusão - golpe direto, resultando em uma ruptura capilar, sangramento.
Edema e resposta inflamatória.
8) Bursite – inflamação de uma bolsa (bursa).
9) Gânglio – um balonamento da parede de uma cápsula articular ou bainha
tendínea.
10)Subluxação – deslocamento incompleto ou parcial que geralmente envolve
trauma secundário ao tecido mole vizinho.
11)Luxação – deslocamento de uma parte, geralmente as partes ósseas dentro
de uma articulação, levando a lesão de tecido mole, inflamação, dor e
espasmo muscular.
12)Síndromes por uso excessivo – sobrecarga repetida e/ou desgaste por fricção
em músculo ou tendão resultando em inflamação e dor.
2.7 – TREINAMENTO FÍSICO X LESÃO.
Geralmente entende-se por treinamento a soma de todas as medidas que
conduzem a um aumento planejado da capacidade de rendimento físico, não sendo
de modo algum uma atividade exclusiva dos esportistas ou atletas. Treinar significa
qualquer instrução organizada, cujo objetivo é o rendimento físico, psicológico,
intelectual ou mecânico. O treinamento físico é uma repetição sistemática de
movimentos que produzem reflexos de adaptação morfológicos e funcionais, com o
objetivo de aumentar o rendimento num determinado espaço de tempo (BARBANTI,
1988).
O aspecto preventivo das lesões esportivas reveste-se de muita importância
quer se discuta atividade física de alto desempenho quer como mero coadjuvante de
tratamentos médicos.
A necessidade de aumentar a longevidade dos atletas, a maio indicação
terapêutica de atividade física e o próprio aumento do numero de pessoas que
querem usufruir de seus benéficos com que os aspectos preventivos devam ser
encarados com prioridade cada vez maior pelos profissionais da área da saúde.
O desempenho físico da cada pessoa é baseado na interação de aspectos
cognitivos, capacidades físicas e psicológicas, que, na presença de certos fatores
externos associados a condições limitantes, levam a aptidão física. A ocorrência de
lesões esportivas é decorrência de inter-relação entre o atleta e o esporte praticado.
Toda atividade física gera uma sobrecarga em algum ponto do aparelho locomotor,
se esta sobrecarga fica circunscrita a capacidade fisiológica do organismo de se
recuperar, não há a instalação de um processo patológico. A base de todas as
teorias envolvidas no trabalho de prevenção das leões leva em conta a capacidade
de se avaliar adequadamente as limitações de quem pratica o esporta e associada
com o conhecimento da magnitude e tipo de sobrecarga que a pratica do esporta
gera. Atletas bem condicionados sofrem um menos numero de lesões (GREVE &
AMATUZZI, 1999).
Organizar e quantificar um trabalho de treinamento é a melhor forma para que
treinadores, médicos, profissionais de educação física e terapeutas falem a mesma
língua visando identificar pontos de risco nesse cronograma de treino, evitando tanto
o supertreinamento ou o mau condicionamento, ambos muito frustrantes para toda a
equipe (Gomes, 2002).
Alguns aspectos são básicos quando se discute treinamento, como por
exemplo força muscular, resistência, aptidão cardiorrespiratória.
O trabalho muscular tem como dado primordial a carga máxima que um
músculo pode suportar num determinado movimento. Temos que lembrar que nunca
um movimento é executado por apenas um músculo e que sempre um músculo
antagonista modulando a execução deste movimento. O trabalho muscular como
qualquer outro deve ser o mais especifico possível para o esporte praticado, para
que o músculo desenvolva as capacidades necessárias para a execução repetitiva
dos atos motores seqüenciais determinados pelo esporte. Devemos levar em conta
que os músculos compõem-se de fibras que possuem características metabólicas
diferenciadas:
1- Baixa velocidade de condução do impulso, suporta prolongada tensão.
Baixo índice de fadiga com alta atividade oxidativa;
2- Alta velocidade de condução do impulso, suporta tensão maior por tempo
menor, alto índice de fadiga com baixa capacidade oxidativa (WEINECK,
2001).
A composição muscular de um individuo é determinada geneticamente,
embora estudos mais recentes mostrem uma plasticidade maior de fibras tipo II. Esta
plasticidade ocorre em função do tipo de sobrecarga que é imposta a estas fibras. O
treinamento muscular deve ser expresso em porcentagem da carga máxima
levando-se em conta o numero de repetições de cada exercício, o numero de series,
o tempo de execução do exercício, o tempo de repouso entre as series e a
seqüência de sua execução (WEINECK, 2001; GOMES, 2002).
Todo treinamento esportivo tem uma preparação, existe a preparação básica,
a preparação especifica e a etapa de altos rendimentos. Quando o atleta em uma
destas fases possui um aumento muito rápido da quantidade de treinamento, ou
seja, instrução exagerada com desenvolvimentos motores difíceis, acumulação de
competições com intervalos pequenos de uma prova para outra, ocorre o chamado
“overtrainning”, isto ocorre quando o atleta tem uma recaída devido a fadiga levando
a falta de animo provocando danos fisiológicos pelos exageros da preparação
(WEINECK, 2001; WILMORE & COSTIL, 2001).
2.8 - O AMBIENTE DE TREINO COMO POSSÍVEL FATOR DE LESÃO.
Impactos gerados por colisões entre corpos são muito freqüentes em
modalidades esportivas. Na prática do Jiu-Jitsu, o impacto entre o corpo do
praticante e a superfície de queda (tatame) é inerente a esta prática, na medida que
todas as projeções efetuadas resultam, em quedas. Para SANTOS e MELO (2001),
a partir desta característica, de prática as quedas adquirem muita importância e
exigem além de um material específico para a prática (tatame), também uma técnica
apropriada para amenizar os impactos (amortecimento de queda).
Contudo, para proteger o organismo contra os efeitos dinâmicos dos
amortecimentos de quedas. SANTOS e MELO (2001) citam dois mecanismos que
podem ser adotados. O primeiro está relacionado ao domínio dos amortecimentos
de queda, o qual, segundo ROCHA (1984) e ROQUETTE (1994), é utilizado para
reduzir os efeitos das vibrações advindos dos impactos do corpo do jiujiteiro contra o
solo. O segundo fator de segurança, diz respeito à composição dos materiais, que
resultam em propriedades físico-mecânicas que favoreçam a absorção de energia,
elasticidade e amortecimento.
Porém, constata-se que poucos fabricantes fornecem as especificações
técnicas dos materiais e, quando o fazem, referem-se à cor, as dimensões e ao tipo
de material (EVA – com polímero etileno acetato de vinila, palha, sintético e
tradicional). Alguns fornecedores apresentam os valores da densidade, porém, não
informam sobre a capacidade de amortecimento destes materiais, considerada muito
importante para a segurança do praticante, na redução dos valores dos impactos.
Mesmo com a existência de materiais (tatames) e técnicas específicas para
os amortecimentos de quedas, estudos apontam lesões, que podem ser agrupadas
em duas categorias segundo o mecanismo de origem: a) aquelas provenientes das
execuções incorretas dos amortecimentos de quedas,conforme apontam vários
estudos (GALLI, SANTOS & DUARTE,2000; GAMA, 1986; LIMA & NOGUEIRA,
1998; LIMA, NOGUEIRA & ROCHA,1998) e; b) aquelas lesões relacionadas à
superfície de queda (SANTOS, DUARTE & MELO, 2000; SANTOS & SHIGUNOV,
2001).
2.9 – PRINCIPAIS LESÕES NO DESPORTO.
Atletismo
A distribuição das freqüências de locais anatômicos acometidos nos membros
inferiores foram os mais lesionados, independente da forma de coleta, com destaque
para a coxa, tornozelo/pé e perna/ panturrilha; neste caso o nível de concordância
foi de 91,67% (PASTRE, 2004).
Handebol
A incidência e o local de lesões que os atletas foram acometidos nos últimos 2
anos,dentre os segmentos lesionados, o joelho (5/9) e tornozelo (3/9) foram os
segmentos mais comprometidos e, segundo os atletas, os mecanismos causadores
de lesão mais freqüentes foram a finta, a marcação, a repetitividade de arremessos
e o impacto contra o solo (SANTOS, 2007).
Judo
Observou-se que as lesões ocorreram com prevalência de 23%, sob o total de
relatos, para articulação do joelho, seguido de 16% para ombro, 22% em dedos de
mãos e pés e as demais ocorrências totalizaram 39% (BARSOTTINI &
GUIMARÃES, 2005).
Futebol
Com relação à prevalência de lesões de acordo com diagnóstico, foi encontrado na
literatura, como lesões mais comuns, entorses de tornozelo e joelho, contusão e
distensão (SILVA, 2005).
3 – OBJETIVOS
3.1 - GERAL:
Definir a incidência de lesões musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu das
academias de Belém do Pará.
3.2 - ESPECÍFICOS:
- Traçar o perfil dos dados antropométricos dos praticantes de jiu-jitsu.
- Definir os objetivos dos praticantes em relação ao jiu-jitsu e os níveis de graduação
dos mesmos.
- Avaliar a relação temporal da pratica em anos e das horas/treino semanais da
pratica do jiu-jitsu, bem como o ambiente de treino (tatame).
- Identificar os tipos de lesões mais freqüentes e articulações mais acometidas na
pratica do jiu-jitsu.
- Relacionar as lesões mais freqüentes com o tipo de solo (tatame) de treino.
4 – METODOLOGIA
4.1 - TIPOS DE ESTUDO
Será realizado estudo observacional, prospectivo e transversal.
4.2 - LOCAIS DE PESQUISA
A pesquisa foi realizada em academias de artes marciais de Belém sendo
elas, Apam Machida, Menezes Jiu-jítsu, Michel Men Jiu-jítsu e Sobrancelha jiu-jítsu
Team, no ano de 2009.
4.3 - POPULAÇÃO E AMOSTRA
Foram avaliados 57 praticantes de jiu-jitsu do sexo masculino.
4.4 - ASPECTOS ÉTICOS
Todos os procedimentos da pesquisa foram realizados de acordo com a
Declaração de Helsinque e do Código de Nuremberg, obedecidas as Normas de
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Res. CNS 196/96) do Conselho Nacional de
Saúde, respeitando as normas éticas e os direitos dos pacientes. Os dados foram
coletados com o consentimento dos pacientes após assinatura de um termo de
consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE 1).
4.5 – CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Foram incluídos na pesquisa os indivíduos do sexo masculino, praticantes de
jiu-jitsu no Estado do Pará, com tempo de treino superior a 1 ano e idade entre 20 e
45 anos com algum tipo de lesão músculo esquelética diagnosticada.
Foram excluídos na pesquisa os indivíduos do sexo feminino, com tempo de
treino inferior a 1 ano, praticantes de outro tipo de atividade de contato e com algum
tipo de lesão porem não diagnosticada por profissional.
4.6 – COLETA E ARMAZENAMENTO DE DADOS
Os dados foram coletados através da aplicação de protocolo (APÊNDICE 2)
com o consentimento dos pacientes após assinatura de um termo de consentimento
livre e esclarecido (APÊNDICE 1). Os dados foram armazenados em planilhas do
programa Microsoft Excel®. Entre os dados coletados constaram dados como nome,
idade, peso, altura, perimétrica de membros superior e inferior, tempo de pratica,
freqüência de treinos semanais, carga horária de treinos semanais, Objetivos da
pratica do esporte, pratica de outro esporte, graduação, academia de origem, tipo de
tatame, atividades resistivas associada, história de lesões musculoesqueléticas, bem
como seu tipo e localização e a ocasião em que ocorreu, nos treinos ou
competições. Os dados foram analisados segundo a informação dos atletas.
4.7 – TABULAÇÕES DE DADOS E ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram armazenados no programa Microsoft Excel 2007, também
utilizado para a confecção dos gráficos. A análise estatística foi feita através do
programa BIOESTAT 5.0® com o emprego dos testes estatísticos adequados. A
significância será intervalo de confiança de 95% e p < 0,05, utilizando-se o teste quiquadrado quando comparadas variáveis categóricas.
5 – RESULTADOS
Os dados estão apresentados segundo os objetivos específicos e pro variável
investigada.
Tabela 1 - Dados antropométricos dos praticantes de Jiu-Jitsu.
Idade (anos)
Peso (Kg)
Altura (cm)
IMC (Kg/m2)
X 27,63
85,5
180,00
26,50
SD 4,61
14,24
4,18
3,57
Valores representam a média (x) ± (SD) desvio padrão da idade, peso, altura e índice de massa
corporal.
A tabela 1 mostra que a média das idades dos praticantes foi de ± 27,63 anos e
desvio padrão de ± 4,61, o peso médio foi ± 85,5kg e desvio padrão de ± 14,24, a
altura teve como media ± 180,00cm e desvio padrão de ± 4,18 e o IMC dos
praticantes apresentou como media ± 26,50kg/m² e desvio padrão de ± 3,57.
Gráfico 1 - Demonstrativo da média das idades e dados
antropométricos dos praticantes de Jiu Jitsu
Valores médios
180
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
86,5
Peso (kg)
Altura (cm)
26,5
27,63
IMC (Kg/m2)
Idade (anos)
Tabela 2 - Demonstrativo dos objetivos que os praticantes buscavam com a pratica da
modalidade.
Condicionamento Físico
Competição
N
%
N
%
37
64,91
20
35,08
Valores representam percentual de praticantes que objetivavam com a pratica, condicionamento
físico ou competição.
A tabela 2 mostra que a maioria dos praticantes 64,91% tinha como objetivo dos
treinos o condicionamento físico, e a minoria 35,08% treinavam com o objetivo de
participar de competições na modalidade.
Gráfico 2 - Objetivos que os praticantes buscavem com a
prática da modalidade
64,91%
70%
Percentual
60%
35,08%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Condicionamento
Ccompetição
Objetivos
Tabela 3 - Distribuição de praticantes de Jiu-Jitsu por graduação (faixa).
Azul
Roxa
Marrom
Preta
N
%
N
%
N
%
N
%
28
49,12
17
29,82
7
12,28
5
8,77
Valores representam percentual de distribuição da graduação entre os praticantes de Jiu-jitsu.
A tabela 3 mostra a divisão dos praticantes por faixa onde a maioria 49,12% possuía
a graduação de faixa azul e a minoria 8,77% possuía a faixa preta.
Gráfico 3 - Demonstrativo dos praticantes de Jiu Jitsu por
graduação
49,12%
50%
Percentual
40%
29,82%
30%
12,28%
20%
8,77%
10%
0%
Azul
Roxa
Maron
Faixas
Preta
Tabela 4 - Demonstrativo dos praticantes de jiu-jitsu que utilizam a musculação
como medida preparatória para a modalidade.
Sim
Não
N
%
N
%
45
78,94
12
21,05
Valores representam percentual entre a pratica de musculação entre os praticantes.
A tabela 4 mostra que a maioria dos entrevistados 78,94 praticavam também a
musculação como forma de condicionamento físico simultaneamente aos treinos de
jiu-jitsu.
Gráfico 4 - Distribuição dos preticantes de Jiu-Jitsu que utilizam a
musculação como medida preparatória para modadlidade
Percentual
78,94%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
21,05%
Sim
Não
musculação como medida preparatória
Tabela 5 - Distribuição da relação temporal da prática em anos e das horas/treino
semanais dos praticantes de Jiu-Jitsu
Valores
Anos de Prática
Horas Treino/sem
X
7,5
3,75
SD
4,47
1,3
Valores representam à média (x) ± (SD) desvio padrão dos anos de prática e horas/treino semanais.
A tabela 5 mostra a media de anos de pratica que foi ± 7,5 com desvio padrão de ±
4,47 e a media de horas de treino semanal foi de ± 3,75 com desvio padrão de ± 1,3.
Gráfico 5 - Demonstrativo da relação temporal entre médias dos
anos de prática e hora/treino (semanal) dos praticantes de Jiu Jitsu
7,5
8
Valores médios
7
6
3,75
5
4
3
2
1
0
Pratica (anos)
Hora/Treino (Sem)
Relação temporal
Tabela 6 - Demonstrativo dos tipos de ambiente (tatames) de treino utilizado por
praticantes de Jiu-Jitsu.
Lona
Sintético
N
%
N
%
33
57,89
24
42,1
Valores representam percentual da divisão entre os tipos de piso utilizados pelos praticantes.
A tabela 6 mostra que a maioria dos praticantes 57,89% treina utilizando o piso de
lona em suas academias, enquanto a minoria utiliza o piso do tipo sintético com
42,1%.
Gráfico 6 - Demonstração dos tipos ambiente de treino dos
praticantes de Jiu-Jitsu
57,89%
42,10%
60%
Percentual
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Lona
Sintético
Tipo de Tatame
Tabela 7 - Distribuição dos principais tipos Lesões em praticantes de Jiu-Jitsu.
Entorse
Luxação
Fratura
Sub luxação
N
%
N
%
N
%
N
%
46
80,7
2
3,5
3
5,26
6
10,52
Valores mostram percentual entre as distribuições das lesões em praticantes de jiu-jitsu.
O tipo de lesão que mais acometeu as estruturas musculo-esqueleticas dos
praticantes foi a entorse, com 80,7%, sendo o único tipo de lesão que acometeu
todos os tipos de estrutura citados.
Gráfico 7 - Distribuição da ocorrência dos principais tipos de lesões
em praticantes de Jiu-Jitsu
Percentual
80,70%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10,52%
5,26%
3,50%
Entorse
Luxação
Fratura
Tipos de lesões
Sub-Luxação
Tabela 8 - Distribuição das Leões músculo esqueléticas por seguimentos corporais
em praticantes de Jiu-Jitsu.
Joelho
Tornozelo
N
%
N
%
20
35,08
7
12,28
Ombro
N
Cotovelo
%
19 33,33
Dedos/Mão
Punho
N
%
N
%
N
%
5
8,77
4
7,01
2
3,5
Valores representam percentual da distribuição entre os seguimentos corporais mais lesionados entre
os praticantes.
A tabela 8 mostra que a estrutura mais acometida foi o joelho com 35,08% seguido
do ombro com 33,33%, a menos afetada foi o punho com 3,5% de incidência de
lesão.
Gráfico 8 - Distribuição das lesões por segmentos corporais em
praticantes de Jiu-Jitsu
40%
35,08%
33,33%
35%
Percentual
30%
25%
20%
12,28%
15%
8,77%
7,01%
10%
5%
0%
Joelho
Ombro
Dedos/Mão
Seguimentos corporais
3,50%
Tabela 9 – Distribuição do piso utilizado durante as lesões no MMII.
Joelho
Tornozelo
Lona
Sintético
Lona
Sintético
70%
30%
0%
100%
Valores representam percentual entre a divisão do piso utilizado durantes as lesões nos seguimentos
do MMII.
A Tabela 9 mostra que nas lesões dos MMII, a relação do segmento corporal
lesionado com o ambiente de treino, o joelho teve estreita relação com o tipo de solo
(tatame de lona) 70%, e nas lesões do tornozelo o tipo de solo diretamente
relacionado foi o tatame sintético com 100% das lesões ocorridas neste ambiente de
treino.
Gráfico 9 - Demonstrativo do percentual de lesões em relação
ao ambiente de treino dos praticantes de Jiu-Jitsu
100%
100%
70%
Percentual
80%
60%
30%
40%
0%
20%
0%
Lona
Sintético
Joelho
Lona
Sintético
Tornozelo
6 – DISCUÇÃO
Após a análise dos dados dos 57 praticantes de jiu-jitsu investigados neste estudo,
verificou-se que a idade média dos praticantes de jiu-jitsu com historia de lesão foi
de ± 27,63 anos. Idade esta superior a media das idades de outros praticantes de
lutas desportivas que ocorreram na faixa etária compreendida entre 13 a 19 anos
comforme o estudo de Vital et al. 2007.
Em relação ao Índice de massa corporal os praticantes de jiu-jitsu por nos estudados
puderam ser classificados segundo a Organização Mundial de Saúde como préobesos e risco aumentado (OBESITY, OMS, 1997).
Segundo estudos de BARSOTTINI & GUIMARÃES, 2005 com praticantes de judô,
observou-se que as lesões ocorreram com prevalência de 23%, sob o total de
relatos, para articulação do joelho, seguido de 16% para ombro, 22% em dedos de
mãos e pés, corroborando com nosso estudos que demonstraram os segmentos
corporais joelho e ombro como os mais acometidos.
Clebis e Natali 2001, explicam que o nível de uma lesão é determinado pela duração
e intensidade do exercício, ocorrendo desta forma que as atividades de resistência
ou de explosão produzem vários níveis de resposta celular e de lesão muscular.
Fato semelhante foi observado nosso estudo onde vimos que a media de anos de
pratica foi de 7,5 anos e as horas de treino semanal foram de 3,75 horas sinalizando
que as lesões podem estar associadas a longos períodos de treino.
Diversos autores descrevem os membros inferiores como a região mais lesionada
durante a prática do futebol, estando o joelho entre as articulações mais afetadas.
Segundo Ekstrand e Gillquist, a entorse do joelho é um dos traumatismos mais
freqüentes. A entorse, seja por mecanismo direto ou indireto, pode originar lesões
que modificam o desempenho esportivo dos indivíduos, conforme observaram
Rezende et al.
Mesmo com a existência de materiais (tatames) e técnicas específicas para os.
amortecimentos de quedas, estudos apontam lesões, que podem ser agrupadas em
duas categorias segundo o mecanismo de origem: a) aquelas provenientes das
execuções incorretas dos amortecimentos de quedas,conforme apontam vários
estudos (GALLI, SANTOS & DUARTE,2000; GAMA, 1986; LIMA & NOGUEIRA,
1998; LIMA, NOGUEIRA & ROCHA,1998) e; b) aquelas lesões relacionadas à
superfície de queda (SANTOS, DUARTE & MELO, 2000; SANTOS & SHIGUNOV,
2001). Entretanto em nosso estudos, observou-se que a relação do segmento
corporal lesionado com o ambiente de treino, o joelho teve estreita relação com o
tipo de solo (tatame de lona) 70%, e nas lesões do tornozelo o tipo de solo
diretamente relacionado foi o tatame sintético com 100% das lesões ocorridas neste
ambiente de treino.
7 – CONCLUSÃO
A partir da apresentação e discussão dos resultados, chegou-se as seguintes
conclusões:
A media das idades dos praticantes de jiu-jitsu é superior a media das idades dos
praticantes de outras modalidades de artes marciais.
O Índice de massa corpórea dos entrevistados está classificado segundo a
Organização Mundial de Saúde como pré-obesos e risco aumentado.
Os atletas de jiu-jitsu na maioria possuem a graduação de faixa azul e a minoria tem
a de faixa preta.
O tatame mais utilizado para a pratica é o tipo lona, o mesmo represente uma
relação com as lesões no joelho, o tatame do tipo sintético que foi o menos utilizado
apresenta uma grande relação com as lesões no tornozelo dos que praticam a
modalidade.
O tipo de lesão mais freqüente foi entorse e as estruturas mais acometidas pelas
lesões foram o joelho, ombro e tornozelo.
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
GURGEL, F. Personal jiu-jitsu. Axcel Books, 1ª Ed. Rio de Janeiro, 2003.
VERKHOSHANSKI, Y. V. Treinamento desportivo - teoria e metodologia. Porto
Alegre ARTMED, 2001.
IDE, B. N. Considerações sobre a redução da massa corporal antes das
competições nas modalidades desportivas de luta. Lecturas educacion fisica y
deportes. http://www.efdeportes.com/ . Buenos Aires, ano 10, n° 75. Agosto de 2004.
NEME, B. I.; ALVES, A. P. Possíveis lesões decorrentes da aplicação
das técnicas do jiu-jitsu desportivo. Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 83 Abril de 2005.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 6ª edição, Rio de Janeiro, Koogan, 2001.
ITAGAKI M. W.; KNIGHT, N. B. Kidney Trauma in Martial Arts A Case Report of
Kidney Contusion in Ju-jitsu. The American Journal of Sports Medicine, Vol. 32, No.
2, 2004.
GARCIA, J. C. JR. As lesões do lutador. http://www.fpjj.com.br/info/lesoes.htm.
Acessado em 10/09/2008.
ROQUETE, J. sistematização e Análise das técnicas de quedas no Judô (UKEMIS).
Ludens: vol. 14, nº 2, abr. jun, p. 45-53, 1994.
WHITING, W. C.; ZERNICKE, R. F.. Biomecânica da lesão Musculoesquelética.
Primeira Edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara/Koogan S.A.,2001.
VAN MECHELEN, W.: HLOBIL, H.: KEMPER, H.C.G. Incidence, Severity, Aetiology
and Prevention of Sport Injuries. Sport Medicine. Vol. 14, 1990.
PAULA, E. F.. Corrida e suas alterações Músculo –Esqueléticas. São Paulo,
1993. Universidade de São Paulo.
ARMSTRONG, R.B.. Initial Events in Exercise-Induced Muscular Injury. Medicine
and Science in Spot and Exercices. Vol. 22, 1990.
TIDBALL, J.G.. Inflamatory Cell Response to Acute muscle Injury. Medicine and
Science in Sport And Exercices. Vol. 27, 1995.
SMITH, L. L.. Acute inflamation: the inderlying mechanism in delayed onset muscle
soreness. Medicine and science in sport and exercices. Vol. 23, 1991.
NOSAKA, K, NEWTON, M. and SACCO, P.. Muscle Damage and Soroness After
Endurance Exercices of the Elbow Flexors. Medicine and science in sport and
exercices. Vol. 34, 2002.
MCCORMICK, K. M.. Contraction-Induced Injury Run Amok: Na Introduction.
Medicine and science in sport and exercices. Vol. 36, 2004.
KISNER, C., COLBY, L. A.. Exercicios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas.
Segunda edição. São Paulo: Editora Manole Ltda, 1992.
BARBANTI, V. J.. Treinamento Fisico – Bases Cientificas. 2ª edição. São Paulo:
Editora CLR Baileiro, 1988.
GREVE, J. M.; AMATUZZI, M. M.. Medicina e Reabilitação Aplicada à Ortopedia e
Traumatologia. Primeira edição. São Paulo: Editora Roca Ltda, 1999.
GOMES, A. C.. Treinamento Desportivo – Estruturação e Periodização. Primeira
Edição. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
WEINECK, J.. Treinamento Ideal. São Paulo: Editora Manoele, 2001.
ROQUETTE, J. Sistematização e análise das técnicas de controle das quedas no
judô (.ukemis.). Revista Ludens,Lisboa, v.14, n.2, p.45-53, 1994.
SANTOS, S.G.; MELO, S.I.L. Estudo da preferência do tipo de .tatame. para
diferentes situações de prática no judô. In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 53., 2001,
Salvador. Anais... Salvador: UFB/UEFS, 2001b. (1 cd)
ROCHA, A. Algumas considerações sobre as quedas no judô: contributos para sua
análise. Revista Ludens, Lisboa, v.8,n.3, p.13-9, 1984
GAMA, R.J. Manual de iniciação ao judô. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport,
1986.
LIMA, A.G.T.; NOGUEIRA, J.I.C. Incidência de lesões em judocas do sexo feminino.
In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 50., 1998, Natal. Anais... Natal: UFRGN, 1998. p.
272.
LIMA, A.G.T.; NOGUEIRA, J.I.C.; ROCHA, V.M. Incidência de lesões em judocas
amadores. In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE PAÍSES DA LINGUA
PORTUGUESA, 6., 1998, La Corunã. Anais.... La Corunã: INEF, 1998. p.280.
SANTOS, S.G.; DUARTE, M.F.S.; MELO, S.I.L. Percepção de conforto corporal em
judocas frente aos impactos(.ukemis.) no judô. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
CIÊNCIAS DO ESPORTE, 23., 2000, São Paulo. Anais... São Paulo: CELAFISCS,
2000. p.164.
SANTOS, S.G.; SHIGUNOV, V. Percepção do atleta sobre as causas de suas
lesões. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 16., 2001, Foz
do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: FIEP, 2001. p.273.
VITAL, Roberto et al. Lesões traumato-ortopédicas nos atletas para olímpicos.
Revista Brasileira de Medicina do Esporte, maio/ jun. 2007. V. 13, no. 3, p. 165168.
SANTOS, S.G.; MELO, S.I.L. Estudo da preferência do tipo de .tatame. para
diferentes situações de prática no judô. In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 53., 2001,
Salvador. Anais... Salvador: UFB/UEFS, 2001b. (1 cd)
ROCHA, A. Algumas considerações sobre as quedas no judô: contributos para sua
análise. Revista Ludens, Lisboa, v.8,n.3, p.13-9, 1984.
ROQUETTE, J. Sistematização e análise das técnicas de controle das quedas no
judô (.ukemis.). Revista Ludens,Lisboa, v.14, n.2, p.45-53, 1994.
GALLI, M.L.; SANTOS, S.G.; DUARTE, M.F.S. Lesões em judocas: estudo de
algumas possíveis causas. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO E VEICULAÇÃO DO
CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA, 3., 2000, Florianópolis. Anais...
Florianópolis: UFSC, 2000. p.93.
GAMA, R.J. Manual de iniciação ao judô. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport,
1986.
LIMA, A.G.T.; NOGUEIRA, J.I.C. Incidência de lesões em judocas do sexo feminino.
In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 50., 1998, Natal. Anais... Natal: UFRGN, 1998. p.
272.
LIMA, A.G.T.; NOGUEIRA, J.I.C.; ROCHA, V.M. Incidência de lesões em judocas
amadores. In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE PAÍSES DA LINGUA
PORTUGUESA, 6., 1998, La Corunã. Anais.... La Corunã: INEF, 1998. p.280.
SANTOS, S.G.; DUARTE, M.F.S.; MELO, S.I.L. Percepção de conforto corporal em
judocas frente aos impactos(.ukemis.) no judô. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
CIÊNCIAS DO ESPORTE, 23., 2000, São Paulo. Anais... São Paulo: CELAFISCS,
2000. p.164.
SANTOS, S.G.; SHIGUNOV, V. Percepção do atleta sobre as causas de suas
lesões. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 16., 2001, Foz
do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: FIEP, 2001. p.273.
.
Apêndices
APÊNDICE 1 – TCLE
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Incidência e fatores de risco de lesões musculoesqueléticas em praticantes de
jiu-jitsu.
Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado.
O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa
que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para
nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a
você.
Eu, ____________________________________________, residente e
domiciliado na _______________________________________________, portador
da cédula de identidade, RG __________________ , e inscrito no
CPF____________________, nascido em _____ / _____ /_______, abaixo
assinado, concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário do
estudo “Incidência de lesões musculoesqueléticas em atletas de jiu-jitsu.”.
Estou ciente que:
I)
A pesquisa tem por objetivo definir a incidência de lesões musculoesqueléticas em
praticantes de jiu-jitsu das academias de Belém do Pará e que o participante deverá
responder de forma objetiva um questionário que constará de informações sobre a
história de lesões apresentadas, seu peso e estatura, tempo e intensidade da prática do
esporte, e prática de musculação entre outros;
II)
III)
IV)
V)
VI)
VII)
VIII)
IX)
X)
XI)
Os dados serão coletados em academias de Belém-PA através de
questionário sucinto para a caracterização da amostra;
Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de
avaliação;
A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um
tratamento, bem como não me causará nenhum gasto com relação aos
procedimentos efetuados;
Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo
no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;
A minha desistência não causará nenhum prejuízo ao estudo ou a mim;
A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura
dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção
da saúde e não causará nenhum risco;
Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa,
sendo minha participação voluntária;
Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo;
Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas,
desde que meus dados pessoais não sejam mencionados;
Caso eu deseje, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados
parciais e finais desta pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
Belém,
de
de 2008
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os
eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
...................................................................................................
( ) Participante / ( ) Responsável
Testemunha 1 : _______________________________________________
Nome / RG / Telefone
Testemunha 2 :
___________________________________________________
Nome / RG / Telefone
Responsável pelo Projeto:
______________________________________
Manoel Gionovaldo Freire Lourenço
Doutor em ciências pelo instituto Osvaldo cruz / fio cruz
Telefone para contato:
3223-4974 / 9997-2526
APÊNDICE 2 – PROTOCOLO DE PESQUISA
PROTOCOLO DE PESQUISA
Incidência e fatores de risco de lesões musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu.
NOME:
IDADE:
PESO:
ALTURA:
ACADEMIA:
FAIXA:
TEMPO DE TREINO:
NO DE TREINOS SEMANAIS:
TIPO DE TATAME:
(
) LONA
(
) SINTÉTICO
(
) NÃO
(
) NÃO
(
) COMPETIÇÃO
MUSCULAÇÃO:
(
) SIM
JÁ APRESENTOU LESÕES?
(
) SIM
ONDE OCORREU?
(
) TREINO
EM QUAIS ARTICULAÇÕES:
( ) COLUNA CERVICAL
( ) COLUNA TORÁCICA
( ) COLUNA LOMBAR
( ) OMBRO
( ) COTOVELO
( ) PUNHO
( ) DEDOS - MÃO
( ) QUADRIL
( ) JOELHO
( ) TORNOZELO
( ) DEDOS – PÉ
EM QUAIS GRUPOS MUSCULARES:
( ) PEITORAL
( ) ABDÔMEN
( ) COSTA
( ) BRAÇO
( ) ANTEBRAÇO
( ) GLÚTEO
( ) COXA
( ) PERNA
TIPO DE LESÃO:
( ) FRATURA
( ) LUXAÇÃO
( ) ENTORSE
( ) ESTIRAMENTO
( ) ROMPIMENTO
( ) OUTROS
APÊNDICE 5 – DECLARAÇÃO DA ACADEMIA 1
Declaração
Declaro em nome da academia Apam - Machida ter conhecimento do Anteprojeto de
Pesquisa do trabalho intitulado “Incidência e fatores de risco de lesões musculoesqueléticas
em praticantes de jiu-jitsu” de autoria do acadêmico Astolfo Sacramento Cunha Júnior, da
Universidade da Amazônia – UNAMA dando – lhe consentimento para realizar o trabalho
nesta academia, coletar dados, durante o período pré – estabelecido pelo cronograma.
Estamos também cientes e concordamos com a publicação dos resultados
encontrados, sendo obrigatoriamente citada na publicação a Academia Apam - Machida
como local de realização do trabalho.
Belém, 20 de fevereiro de 2009.
___________________________________
Assinatura do responsável técnico da Academia
APÊNDICE 6 – DECLARAÇÃO DA ACADEMIA 2
Declaração
Declaro em nome da academia Menezes Jiu-jítsu ter conhecimento do Anteprojeto
de Pesquisa do trabalho intitulado “Incidência e fatores de risco de lesões
musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu” de autoria do acadêmico Astolfo
Sacramento Cunha Júnior, da Universidade da Amazônia – UNAMA dando – lhe
consentimento para realizar o trabalho nesta academia, coletar dados, durante o período pré
– estabelecido pelo cronograma.
Estamos também cientes e concordamos com a publicação dos resultados
encontrados, sendo obrigatoriamente citada na publicação a Academia Menezes Jiu-jítsu
como local de realização do trabalho.
Belém, 20 de fevereiro de 2009.
___________________________________
Assinatura do responsável técnico da Academia
APÊNDICE 7 – DECLARAÇÃO DA ACADEMIA 3
Declaração
Declaro em nome da academia Michel Men jiu-jitsu ter conhecimento do Anteprojeto
de Pesquisa do trabalho intitulado “Incidência e fatores de risco de lesões
musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu” de autoria do acadêmico Astolfo
Sacramento Cunha Júnior, da Universidade da Amazônia – UNAMA dando – lhe
consentimento para realizar o trabalho nesta academia, coletar dados, durante o período pré
– estabelecido pelo cronograma.
Estamos também cientes e concordamos com a publicação dos resultados
encontrados, sendo obrigatoriamente citada na publicação a Academia Michel Men jiu-jitsu
como local de realização do trabalho.
Belém, 20 de fevereiro de 2009.
___________________________________
Assinatura do responsável técnico da Academia
APÊNDICE 8 – DECLARAÇÃO DA ACADEMIA 4
Declaração
Declaro em nome da academia Sobrancelha Jiu-jitsu Team ter conhecimento do
Anteprojeto de Pesquisa do trabalho intitulado “Incidência e fatores de risco de lesões
musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu” de autoria do acadêmico Astolfo
Sacramento Cunha Júnior, da Universidade da Amazônia – UNAMA dando – lhe
consentimento para realizar o trabalho nesta academia, coletar dados, durante o período pré
– estabelecido pelo cronograma.
Estamos também cientes e concordamos com a publicação dos resultados
encontrados, sendo obrigatoriamente citada na publicação a Academia Sobrancelha Jiu-jitsu
Team como local de realização do trabalho.
Belém, 20 de fevereiro de 2009.
___________________________________
Assinatura do responsável técnico da Academia
Download

Incidência e fatores de risco de lesões