UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO VEZ DO MESTRE
PEDAGOGIA DO ENVELHECIMENTO
UMA PERSPECTIVA DE REINSERÇÃO SOCIAL
Por: Mara Rosana Ramos Lopes
Professora Orientadora: Mary Sue C. Pereira
Rio de Janeiro
2003
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO VEZ DO MESTRE
PEDAGOGIA DO ENVELHECIMENTO
UMA PERSPECTIVA DE REINSERÇÃO SOCIAL
Apresentação da Monografia ao Conjunto Universitário
Cândido Mendes, como condição prévia para a conclusão
do
curso
de
Pós-Graduação
“Latu
Senso
“
em
Psicopedagogia por: Mara Rosana Ramos Lopes, tendo
como Professora Orientadora Mary Sue C. Pereira.
Rio de Janeiro
2003
3
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSO”
PROJETO VEZ DO MESTRE
PEDAGOGIA DO ENVELHECIMENTO
UMA PERSPECTIVA DE REINSERÇÃO SOCIAL
OBJETIVOS:
Estimular o idoso a criar novos projetos para sua vida,
resgatando
sua
auto-estima
e
melhorando
sua
qualidade de vida. Proporcionar, através da educação e
de outras atividades, a convivência entre idosos e com
isso a possibilidade de sua reinserção no contexto
social.
4
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido, aos meus filhos e aos meus pais pelo
apoio e incentivo para que eu pudesse realizar esse
curso de especialização. Aos meus professores e a
minha professora orientadora pelo carinho e dedicação
dispensados ao longo desse trabalho acadêmico.
5
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho acadêmico ao meu irmão Max,
que tanto me incentivou para que eu buscasse, ao
longo
da
minha
vida,
o
aperfeiçoamento profissional.
meu
crescimento
e
6
RESUMO
Existe um momento na vida de cada pessoa que se toma consciência
de que o tempo passou e que envelhecemos.
Ocorrem, então, diversas mudanças tanto biológicas como psicológicas
e sociais. Muitas vezes essas mudanças podem assustar, trazendo ansiedade
e até mesmo sofrimento. Porém, se não mudarmos, não cresceremos e nem
teremos a oportunidade de vivenciar a diversidade de experiências
pertencentes a cada fase do ciclo da vida, ou seja, não teremos a
oportunidade de ver a vida como uma arte, uma escultura, que é esculpida,
passo a passo, tempo a tempo.
O sentido social do envelhecer é compreendido de forma diferenciada
em diversas épocas e lugares, sendo algumas vezes valorizado e respeitado
e, em outras desprezado.
A passagem da vida adulta para a terceira idade, a idade onde o tempo
sobra ( devido à aposentadoria ), é de perdas ( de ordem física, psicológica e
social ), mas é também, de ganhos ( tempo, liberdade e experiência de vida ).
É a fase de traçar novos projetos de vida, descobrir novas aptidões ( muitas
vezes escondidas dentro de si ).
A educação e a “pedagogia“, voltada para a terceira idade, é a
oportunidade para que o idoso reinvente sua vida, ensinando-o a conviver com
esta nova etapa, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida,
resgatando, assim, o seu valor como cidadão, como pessoa.
7
METODOLOGIA
Trabalho desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas, através de
uma revisão de literatura dos mais conceituados autores que enfocam a
questão do envelhecimento. Tendo como referência os estudos bibliográficos,
foi possível dar continuidade ao projeto de pesquisa, aperfeiçoando-o, passo a
passo, trilhando em direção a conclusão do trabalho acadêmico.
8
SUMÁRIO
INTRODUCAO ______________________________________9
CAPITULO l _______________________________________11
A ARTE DE ENVELHECER ___________________________11
CAPITULO I I ______________________________________18
RESGATANDO O SENTIDO SOCIAL DO ENVELHECER ___18
CAPITULO I I I _____________________________________25
EDUCAÇÃO NA TERCEIRA IDADE- UMA PROPOSTA
PEDAGÓGICA PARA O IDOSO _______________________25
CONCLUSÃO _____________________________________32
BIBLIOGRAFIA ____________________________________33
ÍNDICE __________________________________________35
9
INTRODUÇÃO
Podemos dizer que a velhice é um produto histórico-cultural, ou seja,
um conceito social, culturalmente estabelecido em nossa sociedade.
Na sociedade capitalista, onde a produtividade é a prioridade, a
questão da velhice está diretamente relacionada às condições de trabalho,
conseqüentemente, o sujeito trabalhador é tido como objeto e a sua condição
de dignidade, de mais-valia está intimamente ligada a sua possibilidade de
produção ao sistema. O idoso, cuja capacidade de produção diminui ao longo
do processo de envelhecimento, é neste contexto social, relegado a um
segundo plano em nossa sociedade.
Culturalmente, existe um ideário que um idoso é um inútil, que só causa
despesas à família e a sociedade, isto está associado a característica de
improdutividade, imposta a ele pelo sistema, que só valoriza aqueles que são
úteis para o acúmulo de capital.
No Brasil, de acordo como o IBGE, as pessoas, com 60 anos ou mais,
representam 8,7% da população do país.
Verifica-se uma aceleração do número de idosos e do envelhecimento
do pais. Este fato está relacionado ao aumento da expectativa de vida, devido
a evolução da medicina, e a diminuição da natalidade, considerados os
principais responsáveis pela modificação da estrutura etária da população.
Estima-se que para o ano de 2.025, essa população de idosos atinja os
32 milhões, que equivalem, hoje, ao contingente de idosos da Europa, de
acordo com Organização Mundial de Saúde.
Tendo em vista o crescimento do número de idosos em nosso país,
torna-se de grande importância, além de medidas de ação individual, uma
10
concentração de esforços, com objetivo de reduzir nessa população, as
desigualdades sociais.
Portanto, torna-se de grande importância, que sejam criadas propostas
e políticas públicas voltadas para esta fase do desenvolvimento humano: a
velhice.
11
CAPITULO I
A ARTE DE ENVELHECER
“A vida não é algo – é a oportunidade para algo”
( Helbel )
12
O ENVELHECIMENTO
Apesar dos mitos, dos medos que envolvem a fase da vida denominada
como a terceira idade, saber envelhecer é uma arte. Será que todos sabem
cultivar a arte de viver?
Existe um momento na vida de cada pessoa que nos deparamos ao
olharmos no espelho com o fato de que algo mudou: os cabelos
embranquecem e se tornam rarefeitos, a pele se enruga, os dentes caem,
enfim, percebemos que estamos envelhecendo.
1.1
– O Processo de Envelhecimento
A velhice não é um marco isolado no desenvolvimento vital humano,
está ligada à marcha do processo biológico, mas é, também, como diz Simone
de Beauvoir, um fato cultural. ( BEAUVOIR, 1990,P.20 )
1.1.1 – Aspectos biopsicossociais
O envelhecimento biológico é um processo universal e progressivo,
inerente ao ciclo da vida, do mesmo modo que o nascimento, o crescimento, a
reprodução e a morte.
Cada pessoa vive de modo particular e individual o seu processo de
envelhecimento, visto que há indivíduos que, biologicamente aceleram o seu
envelhecer, precisamente porque se sentem velhos.
Segundo o gerontologista americano Howell:
“A senescência não é uma ladeira que todos descem
com a mesma velocidade. É uma sucessão de degraus
13
irregulares onde alguns despencam mais depressa que
outros”.( HOWELL apud BEAUVOIR, 1990, P.40 ).
Em geral, o declínio é acelerado ou retardado por vários fatores: a
saúde, fatores hereditários, o meio social, as emoções, dentre outros.
“Assim, a velhice não se constitui numa etapa
”naturalizada” do curso da vida, mas em vivências
permanentemente construídas de acordo com diferentes
modos de subjetivação”. ( NOVAES, 2000, P. 25 ).
Verifica-se, dentre outras características do envelhecimento biológico;
além das rugas e dos cabelos branco, o engrossamento das pálpebras
superiores, enquanto se formam papos sob os olhos. O lábio superior míngua;
o lóbulo da orelha aumenta, o sono torna-se reduzido e menos profundo. O
esqueleto é acometido de osteoporose. A atrofia muscular e a esclerose das
articulações acarretam problemas de locomoção.
Percebe-se uma alteração no funcionamento do coração, por isso o
idoso deve reduzir suas atividades para poder poupá-lo. O sistema circulatório
é atingido; arteriosclerose é uma das características mais presentes
na
velhice. A circulação cerebral torna-se mais lenta. “As veias perdem sua
elasticidade, o débito decresce, a rapidez da circulação diminui, a pressão
sobe ”. ( BEAUVOIR, 1990, P.35 ).
Observa-se, ainda, um acometimento dos órgãos dos sentidos:
diminuição da audição, muitas vezes chegando à surdez; a visão torna-se
“cansada” “; o tato, o paladar e o olfato apresentam menos acuidade que
antes. Com relação à sexualidade, no homem idoso, em geral, as
possibilidades de ereção e de ejaculação diminuem e, por vezes, até
desaparecem. Mas isto não significa o desaparecimento da libido. Na mulher
idosa, a função reprodutora é interrompida, ainda jovem, por volta dos 50
anos, através do ciclo ovariano e da menstruação: a menopausa.
14
Ao mesmo tempo em que ocorre o envelhecimento biológico, acontece
o envelhecimento psicológico, como a diminuição da memória recente; a
redução da motivação, sendo necessários maiores estímulos para que o idoso
realize determinadas tarefas. Observa-se uma tendência à perda de
perspectivas para o futuro, o que torna o presente pouco estimulante,
favorecendo muitas vezes a supervalorização das
vivências passadas,
fazendo com que o idoso reduza o seu momento atual à viver de lembranças.
Por outro lado, muitas vezes, por ter abandonado seus sonhos de
juventude e por não ter realizado e aproveitado as diversas oportunidades que
a vida lhe ofereceu, e ainda, por não ter se preparado para esta fase do ciclo
de vida, alguns entregam-se à depressão, o que pode acelerar o processo de
envelhecer, e muitas vezes chegar mais cedo à morte.
Simone de Beauvoir, em sua obra ontológica, A Velhice, cita o caso de
uma senhora:
“Citaram-me o caso de uma mulher de 63 anos, muito
bem conservada, que suportava, corajosamente, o
tratamento das dores violentas que sofria. Tendo-lhe um
interno comunicado, irrefletidamente, que não se curaria
nunca, envelheceu 20 anos de repente, suas dores
aumentaram “. ( BEAUVOIR, 1990, P. 41 )
O idoso, em geral, se confronta com vários medos: de ficar só ( solidão
); de ser colocado de lado, por não ter mais a capacidade produtiva de outrora
e, com isso, ser esquecido como um objeto que perdeu sua utilidade; de
perder o afeto dos familiares e, com isso, ser mandado para uma instituição
asilar; de adoecer, e finalmente, da morte
Também
ocorre
o
envelhecimento
social.
As
perdas
sociais
significativas representam, ainda, uma variável de grande influência no
15
comportamento do individuo nesta fase da vida, levando-o, por vezes, ao
isolamento, abdicando dos seus direitos.
Na medida em que esse isolamento social acontece, o universo das
relações do idoso torna-se cada vez mais reduzido. Este fato é agravado com
o falecimento de muitos dos amigos de outrora, ou mesmo, pelas
enfermidades que acometem os indivíduos nesta fase. Com isso, o idoso
tende a se sentir cada vez mais solitário.
Percebe-se ainda, que no contexto social, o valor da pessoa encontrase atrelada à sua capacidade de produção. Com a aposentadoria, pode –se
iniciar a ruptura deste “valor produtivo“. Parar de trabalhar pode estar
relacionado à perda do papel profissional e, conseqüentemente, ao papel
social junto à família e a sociedade.
Na nossa sociedade percebe-se que o fato de se aposentar pode
tornar-se um fator de exclusão social, uma vez que pode levar o homem a
isolar-se do contexto de vivências da sociedade.
Com a aposentadoria a pessoa é desvalorizada socialmente; não
produz mais, logo, não vale mais nada. Ë marginalizada econômica, social e
culturalmente, fato este que se inicia, muitas vezes, dentro do próprio lar. O
idoso aposentado vai deixando de ser ouvido e consultado; acaba por perder
seu poder de decisão, o que implica na perda de sua autonomia.
Com isso, pode-se observar o quanto essas mudanças podem
assustar, trazendo ansiedade e até mesmo sofrimento.
1.2
– A Aposentadoria e suas conseqüências psicossociais
“Na sociedade moderna, consumista e imediatista, os
idosos são vistos como peso social, sempre recebendo
benefícios e não dando nada em troca. Os valores da
16
juventude predominam como os de beleza, de energia e
de ativismo”. ( NOVAES, 2000, P. 31 )
Com a aposentadoria, esta repentina transição da vida ativa para
“inativa” traz, para o individuo, a vivência de um período doloroso e difícil
porque se, socialmente, ele deixa de cumprir suas tarefas laborais de um dia
para o outro, psicologicamente, esse desengajamento não acontece nesse
mesmo ritmo.
Apesar de ser compreendida como uma norma social, a aposentadoria
é sempre vivida como uma ruptura imposta do meio externo e que trará outras
conseqüências: perda do “status“ profissional, de poder; alterações nas
relações interpessoais, com a “perda “dos colegas de trabalho, e a
permanência, em tempo integral, no seio familiar; alterações econômicas, já
que a pensão é, em geral, inferior ao salário que recebia. E, ainda, a
organização do tempo que já não é mais ritmada pela rotina diária de
obrigações e restrições impostas pelo trabalho.
Todas essas modificações e rupturas podem levar a um profundo
sentimento de insegurança e angústia. No ambiente familiar, a pessoa idosa
se depara com algumas modificações: a perda da autoridade como pai de
filhos menores; a independência econômica dos filhos; a saída dos mesmos
de casa; a chegada dos netos e com eles, muitas vezes, o tão conhecido
“conflitos de gerações”. Com isso, o aposentado vai sendo deixado de lado e
perdendo o seu poder de decisão, podendo buscar o seu isolamento.
A pessoa, ao envelhecer e ao se aposentar, recebe como “prêmio“ uma
maior disponibilidade de tempo. Mas como administrar esse tão sonhado
tempo, que era quase que totalmente destinado as obrigações laborais? Como
administrar, pessoalmente, esse tempo que até então, era feito por outras
pessoas, a própria sociedade, com suas normas sociais?
17
De um momento para o outro, o aposentado recebe em suas mãos uma
“overdose “de tempo , sem saber o que fazer com ele, pois sempre o teve
repleto de atividades profissionais, familiares e sociais. O que fazer então?
Surge, daí, a questão do projeto e da qualidade de vida.
18
CAPITULO I l
RESGATANDO O SENTIDO SOCIAL DO ENVELHECER
“ Não existem soluções prontas. Existem forças
em
marcha.
Monitorando
essas
soluções acontecem .”
( Henry Ford )
forças,
as
19
RETORNAR À VIDA
Quando falamos em “resgate do sentido social do envelhecer”,
estamos nos referindo a recuperar a razão de viver.
Muitas pessoas, ao envelhecerem, “perdem”, pelo caminho, os
objetivos, os planos, deixam de sonhar e de elaborar novas formas de viver.
Prendem-se ao passado e não se deixam “abrir “para novas possibilidades e
conquistas.
Entretanto, observamos que muitos idosos se reencontraram na
velhice, retornaram seus interesses antigos, abriram espaço para a
aprendizagem, para a conquista de novos amigos, criaram projetos de vida;
enfim, recuperaram a possibilidade de sonhar. Assim, preencheram com
novos relacionamentos e projetos, o espaço que a idade lhes tenha tirado.
Percebem que é possível ver na velhice um lado positivo, com a certeza
de que, ao mesmo tempo em que ocorrem perdas, também acumulam-se
ganhos ( experiência, por exemplo ).
2.1 – Valor social da velhice
Para se compreender o significado social da velhice, é preciso que seja
feito um retrospecto histórico da posição destinada aos velhos em diferentes
épocas e lugares.
Simone de Beauvoir, em sua obra “A Velhice “ , diz :
“Estudar a condição dos velhos através das diversas
épocas, não é uma empresa fácil . Os documentos de
que dispomos só raramente fazem alusão a esse
assunto: os idosos são incorporados ao conjunto dos
20
adultos. Das mitologias, da literatura e da iconografia
destaca-se uma certa imagem da velhice, variável de
acordo com os tempos e os lugares. Mas que relação
essa imagem sustenta com a realidade ? É difícil
determinar. A imagem da velhice é incerta ,confusa ,
contraditória
.Importa
observar
que,
através
dos
diversos testemunhos, a palavra “ velhice “ tem dois
sentidos diferentes. É uma certa categoria social, mais
ou menos valorizada segundo as circunstâncias. É, para
cada individuo, um destino singular - o seu próprio . O
primeiro ponto de vista é o dos legisladores, dos
moralistas; o segundo, o dos poetas; quase sempre,
eles se opõem radicalmente um ao outro. Moralistas e
poetas pertencem sempre às classes privilegiadas e
esta é uma das razões que tira de suas palavras uma
grande parte de seu valor : eles dizem sempre apenas
uma verdade incompleta. “ ( BEAUVOIR, 1990, P.109 )
É difícil definir, em que época da humanidade atribuiu-se à velhice um
sentido social. A velhice individual sempre existiu na humanidade.
Para muitos povos primitivos, a velhice era valorizada, respeitada e os
velhos ocupavam a mais alta posição na hierarquia social. Entretanto, outras
culturas sacrificavam aqueles que, por envelhecerem, não produziam mais e
não conseguiam mais manter o seu sustento.
No início da história da humanidade, como se sabe, os povos eram
nômades, andavam de um lado para outro em busca de alimentos (caça,
pesca e coleta de frutos ) . Os mais idosos, por já não possuírem mais a
agilidade na locomoção e por causa das doenças, não conseguiam mais
acompanhar o grupo, ficavam, então, pelo caminho e morriam.
21
Quando os povos se fixaram à terra, tornando-se sedentários, surgiu a
organização familiar, uma família patriarcal. O patriarca era o chefe da família,
respeitado e valorizado por todos. Quando já não mais conseguia
desempenhar suas funções, o filho mais velho assumia a chefia da família.
Ao longo dos anos, os grupos foram se organizando numa sociedade
mais estruturada com normas e valores. Houve a influência da religião e ,
assim, o idoso passou a ter um papel de destaque : era conhecedor das
tradições sagradas e dos costumes, por isso era o detentor do poder e da
autoridade no grupo. Ele instruía os mais jovens, mas guardava para si alguns
“segredos”. Todos lhe deviam obediência, inclusive a esposa . O idoso era
considerado, nesta forma de organização familiar, o juiz do destino da família,
detinha o poder econômico e social.
“Na Idade Média e no Renascimento, o velho era
também valorizado. Nas antigas civilizações européias,
tivemos os filósofos gregos (respeitados não só pela
sabedoria, mas também pela idade), os doges de
Veneza, os senadores romanos, todos avançados em
anos. “ ( PALMA e SCHONS, 2000,P.52 )
No estudo da cultura indígena, verifica-se que os idosos tem um grande
valor. Constituem o “Conselho dos Anciãos”. Diz Edílson Martins no artigo”Os
velhos na comunidade indígena “:
“As qualidades de liderança, de mediador nas disputas,
de palavra final ouvida nas grandes decisões e , mais do
que isso , de transmissor de uma cultura que
desconhece a palavra escrita, fazem do velho , um
mentor do seu povo. “( MARTINS apud SCHONS e
PALMA , 2000, P.52 ).
22
Percebe-se que quanto mais simples e primitiva a sociedade, mais ela
dependia do idoso, já que a cultura de um povo só assegura a continuidade,
se o saber no campo religioso, político, econômico e social ( que os idosos
detinham ) fosse transmitido aos descendentes.
Com a chamada Revolução Industrial, a invenção da máquina e ,
conseqüentemente, o advento do capitalismo, as sociedades sofreram
transformações, especialmente no Ocidente , entre elas, mudanças na
organização familiar, nos valores econômicos , morais, etc..
A capacidade de produzir, de adquirir bens materiais passou a ter maior
valor que as pessoas . Com isso, o idoso tornou-se, neste modelo de
sociedade, o improdutivo , decadente, aquele que não servia mais para nada.
Não havia mais espaço social para ele. Criou-se, então, a imagem negativa da
velhice.
Mas por volta dos anos 70, começou-se a organizar o movimento em
defesa dos idosos, devido ao aumento da população idosa em todos os paises
, em função da elevação da expectativa de vida ( longevidade ) e da redução
da taxa de natalidade. Considerando este aumento no número de idosos, os
defensores dos direitos humanos não poderiam deixar de dar atenção a essa
faixa etária.
Além disso, os próprios idosos estão lutando contra esse estigma de
improdutivos, decadentes, etc., através do resgate da saúde e do bem estar .
Estão se inserindo em associações de idosos, grupos de convivência, clubes
de terceira idade e outras atividades, voltam a ocupar um lugar na sociedade,
resgatando a imagem social de pessoas sadias, dotadas de sabedoria e
experiência, capazes de contribuírem, ainda, para cultura e evolução da
sociedade.
23
2.2 - Tempo livre, novos projetos e melhor qualidade de vida
Durante toda a vida, o homem traça os seus projetos sociais em torno
da família e do trabalho, Com a aposentadoria, ele recebe como presente um
grande número de horas livres para gastar como quiser.
A ruptura com a vida profissional oportuniza à pessoa, a necessidade
de reorganizar a sua vida . O importante é criar novos projetos, novas
atividades para esta nova etapa, sejam elas de ordem física, cultural, social,
educacional, recreativa ou mesmo profissional.
Podemos envelhecer de diversas formas. O nível de qualidade de vida
está diretamente relacionado à saúde física, mental e social do individuo.
O modo como cada idoso vai viver sua aposentadoria é influenciado por
sua história de vida, sua forma de enfrentar as perdas e sua capacidade de
adaptar-se às novas situações .
Sabe-se que durante muito tempo aposentar-se, na nossa sociedade,
significava uma “morte social “, ou seja, as pessoas deixavam suas formas de
convívio social e recolhiam-se em casa. Aos poucos, os idosos foram
dedicando o seu tempo livre ao lazer : atividades festivas, passeios, excursões
, atividades físicas e recreativas. Porém, na década de 70., surgem as
Universidades da Terceira Idade .
Embora, ainda hoje, perdure a “aposentadoria–lazer “, muitos
aposentados desejam realizar atividades voltadas para uma finalidade social,
ou seja, uma “aposentadoria ativa “.A velhice e a aposentadoria tornaram-se
além de lazer, uma busca pela garantia dos direitos e da realização pessoas
do idoso.
24
O tempo que a pessoa idosa recebeu ao aposentar-se deve ser
ocupado por atividades prazerosas e gratificantes, através de boas escolhas ,
para se alcançar o equilíbrio da vida.
“O importante é o saber envelhecer; é se preparar para
velhice , considerando as suas limitações e os seus
ganhos, porque é impossível anular as mudanças físicas
fundamentais da velhice, mas muita coisa pode ser feita
para preparar as condições de vida das pessoas idosas,
de modo que possam usar com plena vantagem os
poderes que lhe restam. “( PALMA e SCHONS, 2000, P.
114-115 )
25
CAPITULO I l I
EDUCAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA O IDOSO
“O homem, por ser inacabado, tende a perfeição.
A educação é, portanto, um processo contínuo,
que só acaba com a morte .”
( Pierre Furter )
26
A EDUCAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
Em qualquer sistema educacional, efetua-se uma passagem de
informação, conhecimentos de uma geração para outra. Com isso se perpetua
a história de um povo, de uma época.
Até meados deste século, só se enfocava a educação referente a
criança e jovens. Entretanto, com o aumento da expectativa de vida e da
esperança de se prolongar a condição de bem-estar por mais tempo, percebese o quanto revelam-se insuficientes os conhecimentos adquiridos na
mocidade, dando lugar a necessidade de renovar os conhecimentos e de se
reciclar. Surgiram, então, a “educação continuada“ que é
um processo
desenvolvido em instituições de ensino formais, como escolas, ou informais,
como centro de convivências e clubes, por exemplo.
Ao longo da segunda metade do século XX, a aquisição de novos
conhecimentos, até então pouco importantes, vão se tornando uma
necessidade. A evolução da humanidade, traz em si uma renovação de
conhecimentos, técnicas, e valores e , assim, as pessoas, mesmo
aposentadas, percebem a necessidade de adquirir novos conhecimentos, não
apenas por razões econômicas, mas para buscar algo para ocupar seu tempo
livre, e além de tudo para resgatar o seu papel de cidadão, sua dignidade.
3.1 – Educação Permanente
A primeira definição foi proposta num seminário de Educação
Permanente, realizado em 1970, em Buenos Aires, define que :
“ Educação Permanente é o aperfeiçoamento integral e
sem solução de continuidade, da pessoa, desde o
nascimento até a morte “. ( PALMA e SCHONS,2000,P.
161 )
27
Segundo Pierre Furter,
“Educação Permanente é uma dialética da educação
como um duplo processo de aprofundamento tanto da
experiência pessoal quanto da vida social global, que se
traduz pela vida ativa, efetiva e responsável de cada
sujeito envolvido, qualquer que seja a etapa da
existência “. ( FURTER apud PALMA e SCHONS, 2000,
P. 161 )
Percebe-se que nas duas definições, pode-se destacar dois pontos
fundamentais:
•
a educação permanente é uma tarefa individual.
•
é algo que acontece ao longo de todo processo vital.
Como é uma tarefa individual, cabe ao individuo ir em busca do que se
quer aprender, procurando aproveitar do seu meio ambiente ( família, meios
de comunicação de massa, as lojas , etc. ) tudo o que pode favorecer o seu
crescimento e desenvolvimento
biopsicossocial, visto que a educação
permanente engloba todas as atividades da vida social que proporcionam
oportunidades educativas.
A Educação Permanente não é educação de adulto, não é educação
profissionalizante, não é educação extra-escolar, não é reciclagem, não é
ensino supletivo, não é busca de diploma, não é educação popular, embora
tudo isso possa fazer parte desta forma de educação.
A questão da diferença entre educação permanente e educação
continuada pode ser definida da seguinte forma:
“Educação permanente é um processo individual: eu
vou a procura de..., a educação continuada é o que as
instituições de ensino formais, como as escolas, ou
28
informais, como um centro de convivência, por exemplo,
organizam nos seus currículos, ou nos seus programas
de atividades e colocam a disposição das pessoas,
sejam programas a curto, médio ou longo prazo,
dependendo dos seus objetivos e, conseqüentemente,
de seus conteúdos para atingir os objetivos propostos”. (
PALMA e SCHONS, 200º, P. 146 )
Tendo em vista, que na sociedade moderna, tecnológica, se valoriza
muito mais a inovação e a capacidade de dinamismo do que a experiência, a
pessoa idosa necessita se atualizar permanentemente, para que não seja
marginalizada.
A aquisição de novos aprendizados e informações possibilitam ao idoso
ampliar seus conhecimentos; pensar em si e aceitar-se; pensar nas
habilidades que tem e nas que quer desenvolver; propiciar o conhecimento de
suas potencialidades; reogarnizar seu tempo; enfim despojar-se dos
estereótipos negativo que envolvem a questão do envelhecer numa sociedade
industrial e, assim, criar um projeto de vida, consciente da sua fase da vida,
realidade e existência.
Quando mantemos o idoso próximo de todas as transformações que a
sociedade vem sofrendo ao longo dos anos, damos a ele a oportunidade e o
estimulo para buscar novas conquistas, novos objetivos para a sua vida.
Segundo Maria Helena Novaes.
“O importante é considerar a educação das e pelas
pessoas da terceira idade sempre baseada no desejo da
auto-atualização, nas relações sociais, na melhoria da
qualidade
de
vida,
no
desenvolvimento
de
potencialidades, numa aprendizagem continuada e na
motivação pelo conhecimento”. ( NOVAES, 2000,P. 140
)
29
3.2 – “Pedagogia” para idosos
“No Brasil, ainda não há pedagogia para idosos ,
uma
pedagogia
norteadora
de
um
trabalho
educacional com idosos; o que há são técnicas de
trabalho, teórico e prático, num processo de
aprendizagem com pessoa idosas, desenvolvidas
por instituições públicas ou entidades privadas, ou
grupos organizados, mas não há uma ciência “com
um conjunto de doutrinas, princípios e métodos de
educação e instrução”, que tendam a um objetivo
prático, como diz o Aurélio”.
( PALMA e SCHONS, 2000, P. 123 )
Em alguns paises da Europa como na Alemanha e na Franca, como
nos Estados Unidos e no Canadá a pedagogia para idosos ainda não chega a
ter trinta anos. Verifica-se que existem muitos estudos a cerca da pedagogia
para adultos, mas muito pouco sobre uma pedagogia própria para idosos.
A gerontopsicologia nos tem mostrado que quanto mais ativa e
exercitadas se mostrarem as aptidões e as capacidades da pessoa na terceira
idade, maiores são as possibilidades de se ter uma melhor capacidade
intelectual nesta fase da vida. Segundo o pedagogo alemão Johannes Doll,
“... aprender, estudar, ficar aberto e interessado para
o mundo é a melhor possibilidade para não perder a
capacidade intelectual”. ( PALMA e SCHONS, 2000,
P.124)
O importante é ajudar a pessoa idosa a enfrentar, positivamente, sua
terceira idade, exercitando sua capacidade de decisão e controle mental, que
a torna menos deprimida, mais independente e segura.
30
Na velhice, ocorrem perdas significativas (por exemplo: morte de
parentes próximos, aposentadoria, perda de status, poder, identidade social e
até perdas econômicas ). Com isso a pessoa se sente desvalorizada, com
baixa auto-estima, se sente inútil, o que leva a marginalização social.
A pedagogia traz uma nova proposta para a terceira idade, através de
cursos, seminários, encontros, reuniões, promovendo a interação entre as
pessoas, idosas ou não, numa troca recíproca de sentimentos e emoções,
num diálogo intergeracional, procurando um meio da pessoa idosa se adaptar
a nova condição de vida.
A pedagogia pode mostrar aos idosos a melhor forma de reorganizar
suas vidas, ensinando-lhes a conviver com este mundo repleto de descobertas
cientificas e tecnológicas.
O objetivo da pedagogia para idosos é trabalhar as capacidades
adormecidas, ou não, resgatando o sentido da velhice, o seu valor como
pessoa e cidadão de direito.
Com relação aos conteúdos, estes tem que ser, motivadores
interessantes, de acordo com as condições sócio-econômicas, culturais e as
experiências já vivenciadas pela pessoa idosa, para que, com isso, ela possa
aproveitar a experiência dessa nova fase da sua vida.
“O importante é considerar a educação das e pelas
pessoas da terceira idade sempre baseada no
desejo de auto-atualização, nas relações sociais, na
melhoria da qualidade de vida, no desenvolvimento
das potencialidades, numa aprendizagem continuada
e na motivação pelo conhecimento”. ( NOVAES,
2000, P. 140 )
31
É fundamental ensinar as pessoas enfrentarem positivamente sua
terceira idade, mantendo estado de atenção constante e a capacidade de
tomar decisões, tornando-se mais seguros e independentes.
Os programas educativos para idosos, necessitam obedecer a um certo
“enquadramento” à instituição educativa, através de cursos programados, com
suas respectivas atividades e propósitos, além de conteúdos e metodologias
especificas, tendo como referência o desejo das pessoas da terceira idade de
liberdade de expressão.
Percebe-se que o idoso está muito mais preocupado com o seu
desenvolvimento pessoal do que, propriamente, atender somente essa ou
aquela disciplina. Porém, é importante que fique claro que tais programas não
devem ser confundidos com clubes sociais que buscam somente o lazer.
Pode-se definir os motivos que levam as pessoas de terceira idade a
buscarem programas educativos, da seguinte forma:
•
Adquirir novos conhecimentos da atualidade
•
Criar novos laços sociais, para por fim a solidão vivenciada.
•
Prevenir o envelhecimento, através do exercício das habilidades
mentais.
•
Ocupar o tempo ocioso de forma útil e produtiva.
•
Enriquecer suas experiências.
•
Resgatar o respeito de seus familiares, mostrando-se, ainda,
ativo e produtivo.
3.3 – Onde será desenvolvida essa pedagogia para idosos?
Em grupos de convivência, centros de convivência, escolas abertas à
terceira idade e universidades da terceira idade.
Na década de 60, as primeiras universidades abertas da terceira idade
eram voltadas apenas para o lazer cultural; na década de 70, foi incentivada a
participação mais ativa dos idosos e o desenvolvimento de capacidades
32
visando uma melhor integração à sociedade; nos anos 80, os programas se
tornaram mais especializados, absorvendo pessoas que estavam em fase de
aposentadoria e desejavam fazer cursos em outras áreas.
É importante que as Universidades da Terceira Idade tenham uma
filosofia de ação bem definida, com propostas educativas explícitas, não
sendo apenas lugares de lazer e de divertimento, ou apenas recursos para
passar mais depressa o tempo ocioso.
No Brasil, hoje, as universidades começam a se interessar por esse tipo
de pedagogia, como a PUC Camp, Florianópolis, Juiz de Fora, Fortaleza e
outras. A proposta é oferecer novas possibilidades, através de informações
para que as pessoas planejem suas vidas, após a aposentadoria, para uma
vida de qualidade nos próximos dez, vinte ou trinta anos, que ainda virão.
33
CONCLUSÃO
O importante ao envelhecer é manter o coração jovem para que se
consiga ser feliz.
Esta etapa da vida, seja ela denominada terceira idade, melhor idade,
nova idade, velhice, e outras, deve ser entendida por todos, para ser aceita e
respeitada
nas
suas
características,
particularidades,
motivações,
potencialidades, expectativas e sonhos.
A velhice útil e feliz não pode ser apenas um mito. Cada um, idoso ou
idosa, tem o dever de lutar por sua dignidade, cobrando da sociedade a
responsabilidade de dar ao idoso um lugar de direito, de cidadão, redefinindo
cultural e socialmente o significado do envelhecer.
Se a sociedade inventou a velhice, devem os idosos, reinventar a
sociedade.
O poeta Carlos Drummond de Andrade retratou nos seus versos, que a
vida não termina ao envelhecer e sim, se constrói a cada dia:
“Vamos não chores
A infância está perdida
A mocidade está perdida
Mas a vida não se perdeu.”
( DRUMMOND apud NOVAES, 2000, P. 148 )
34
BIBLIOGRAFIA
ABNT - Apresentação de citações em documentos . Rio de Janeiro, 2001.
BEAUVOIR, Simone de. A Velhice . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990
DEECKEN, Alfons. Saber Envelhecer. 3ª edição . Petrópolis: Editora Vozes,
1997
FURTER, Pierre. Educação Permanente e Desenvolvimento Cultural.
Petrópolis: Vozes, 1974.
______________
Educação e Reflexão . Petrópolis: Vozes, 1974.
GRINBERG, Abrahão e GRINBERG, Bertha. A Arte de Envelhecer com
Sabedoria. São Paulo: Nobel, 1999.
LAROSA, Marco Antônio. Como produzir uma Monografia passo a passo...
Siga o mapa da mina. Rio de Janeiro, WAK, 2002.
NOVAES. Maria Helena. Psicologia da Terceira Idade: conquistas possíveis e
rupturas necessárias, 2ª edição aumentada. Rio de Janeiro: NAU, 2000.
PAES, Serafim Fortes et all.
Envelhecer com cidanania: quem sabe um dia?
Rio de Janeiro: CBCISS, ANG/Seção Rio de Janeiro, 2000
PALMA, L.T.S. e SCHONS, C.R. ( Orgs.) . Conversando com Nara Costa
sobre gerontologia social. Passo Fundo: UPF Editora, 2000
35
SALGADO, Marcelo Antonio. Velhice, uma nova questão social. São Paulo:
Sesc , 1980.
36
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
9
CAPÍTULO I
11
A ARTE DE ENVELHECER
11
O ENVELHECIMENTO
12
1.1 – O Processo de Envelhecimento
12
1.1.1 – Aspectos Biopsicossociais
12
1.2 – A aposentadoria e suas conseqüências psicossociais
15
CAPÍTULO II
18
RESGATANDO O SENTIDO SOCIAL DO ENVELHECER
18
RETORNAR À VIDA
19
2.1 – Valor social da velhice
19
2.2 – Tempo livre, novos projetos e melhor qualidade de vida
23
CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO
25
NA
TERCEIRA
IDADE
–
UMA
PROPOSTA
PEDAGÓGICA PARA O IDOSO
25
A EDUCAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
26
3.1 – Educação Permanente
26
3.2 – “Pedagogia” para idosos
29
3.3 – Onde será desenvolvida essa pedagogia para idosos ?
31
CONCLUSÃO
33
BIBLIOGRAFIA
34
ÍNDICE
36
37
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Senso”
Título : Pedagogia do Envelhecimento – Uma Perspectiva de Reinserção
Social
Data da Entrega : ________________
Avaliado por : Mary Sue C.Pereira
Data: _____________
Grau: ___________
Rio de Janeiro, ____ de _____________ de 2003
38
ATIVIDADES CULTURAIS
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universidade cândido mendes pedagogia do envelhecimento uma