de Historia
Natural
e Ethnographia
IV.
OS Mosquitos no Par&
Reunigo de quatro trabalhos sobre OSMosquitos indigenas,
principalmente as especies que molestam o homem.
--B._._
PELO
PROFESSOR
DR.EMIL10
AUGUST0
GOELDI
DIRECTOR
Corn 100
Figuras
no texto
Estabelecimento
DO
MUSEU
e 5 estampas
Graphtco
C.
WI
chromolithographicas
EGAN
DT-Park
Parecer contido no “ Livro de Visitas ” do Museu,
relativo a uma visita dos Exms. Srs. Dr. Goverhador do Estado,
Vice-Governador e Director do Serviqo Sanitario, feita ao
estabelecimento no dia 9 de setembro de 1903.
/I
cc c01110
esp011ta11e0
e
solelllllf?
testelllLlllllo
da
verchcle,
linhas clue a 9 de setembro findo, em visita conjunctamente
fomos encontrar
no seu laboratorio
o Director
d’este
attestamos
realisada
nestas
ao Uuseu Gccldi,
estabelecimento, Professor Dr.
Emilio Gtraldi, occupando-se de estudos biologicos sobre OS mosqnitos ind igenas. entre OS
rluaes devemos l~articularisar 0s das especies Stegoflzyin
Franz
N ‘esta
occa&o
achava-se
Steindachner,
Director
do Imperial
tambem
me1
tos,
principah’nente
ligamn-Se
6
procedia ent%o o douto naturalista,
infhellcia
nutriq%o pelo sangue ou
da
na ricla dos mosquitos cle ambos OS sexes no captiyeiro;
favorecenclo,
Stegomyia
lidade e
retardanclo
f asciata,
e CuCex fafigans.
Nuseu de T’ienna.
As minuciosas esperiencias a que
que obserramos,
fnscintn
presente o Professor Conselheiro Dr.
ou impedinclo
a
ao
]JdO
aos seus effeitos immedia-
fecundidade
das femeas
captivas de
a0 instinct0 accentuadamente sanguinario cl’estas ultimas, A qua-
ao numero das posturas em determinadas condi$es,
sexual sobre a haemaphilia
e a fertilidade
emfim
B ac@o cla copula
das femeas nascidas em captiveiro,
sendo
ahi comprehendidos OS phenomenos de parthenogenese e de pseudo-partheao~ellese.
Pelo desenvolvimento das indaga@es entomologicas e pela continua applicaqWo de methodos scientificos rigorosos, cuja amplitude
nhecer, o Dr. Gcpldi obteve resultados positives e
e importancia
COlll~JktOS
no
podemos reco-
assnmpto.
Par& 6 de outubro de 1903.
Versgo de urn trecho de urn parecer det&lhado sobre o Museu do Par&,
gravado no 46Livro de Visitas”, pag. l-3, e emittido pelo Conselheiro
Dr. Franz Steindachner, Director do Imperial Museu de Vienna
d’Austria, por oceasi5o da sua visita no Par& durante a
expediygo seientifiea austriaea ( setembro - outubro, 1903. )
<\ . . . . . . . . . . . . . . . . hhstracq+io feita da actiridadr
elniuentemrntp
hcientifica
do estabelecimento, corn a qua1 lncra o orbe inteiro, elk traz para o proprio paiz
enorme proveito pratico, chamando a attencRo sobre a utilidade ou nocividade cl‘ei tes
ou d’aquelles membros da fauna e flora indigena, tendo jA par diversas
vezes
em auxilio de ccrtos represent&es
de exterminio.
e apontando par outro 1x10, para
gral-emente l~er~eguidos e nmea@oi;
OS meioi; de lirrar-nos
pertencentes ao muuclo dos insecto~, estudando-lhes
mento corn ineseedivel cuidado..
de trnu~missore\ de molestias
o seu moclo de \-i&l e clesenvolvi-
. . . . . . . . . . )>
Par& 5 de clczembro de 190:3.
Intendente
eorrido
do Imperial
e Real JIuseu c!e Hiztorh
de Tieuna d’Austrin.
Natural
OS Mosquitos
no Park
I.
OS moquitos
no Par6 encarados coma uma calamidade
publica.
II.
Resumo provisorio dos resultados da campanha de experiencias executadas em 1903, especialmente em relaqao as especies Stegomyia fasciata
e Culex fatigans, sob o ponto de vista sanitario.
III.
Pormenores biologicos principalmente relativos
vimento das principaes especies indigenas.
ao eye10 de desenvol-
IV. Stegomyia fasciata, o mosquito transmissor da febre amarella, e o actual
estado de conhecimentos sobre a causa d’esta molestia. ( Conferencia
realisada perante o Congresso International
de Zoologia em Berna
(Suissa), agosto 1904. )
I
OS Mosquitos no Par& encarados coma uma
calamidade publica.
A .-
Orienta@
sobre o conjunct0 dos Mosquitos em geral e as
especies paraenses em particular.
CC
ratio, quanta tis. qua& inextikabilis
*;erC:fectio ! Ubi tot senses collocayit ( natura) in
CC
culice ?. . . qua subtilitate pennas adnexuit 14
CC
Pmelongavit pednm crura, disposuit ieianam
CC
caveam, nti alvum, avidam sangninis. et po6 tissimum hnmani sitim accendit ! J
PZinius,
historia naturalis. -
LIBER XI.
Conhecem-se actualmente umas 300 especies diversas de Mosquitos em todo o
globo. (*)
Repartem-se sobre OS dkersos continentes do modo seguinte :
Europa ..............
America ...............
Africa .........
Asia. ..............
Australia. ..............
.....
49 especies
>>
111
>>
57
))
94
38
)y
( 10 especies ainda cabem 5s ilhas oceanicas Bermudas, Fidji, Mauricias, Madeira,
sendo que a differenca d’este total - 359 - do outro acima indicado - 300-pro&m
da
circumstancia de serem certas especies de Mosquitos encontradas em mais de urn continente. )
W-se logo que o continente americano nao ficou prejudicado no seu quinhao.
Quanto a subdivisao d’este continente, podemos dar a seguinte synopse:
America
America
Antilhas
America
do Norte corn o Canada . .
Central. ..........
...............
do Sul ...........
37 especies
2
26
46
3
>>
>>
(rrande Monographia sobre OS
( * ) OS dados numericos ahi registrados Go em parte extrahidos da novissima :,
Culicides, de Fred. V. Theobald em Londres ( 1901-1902 1 ; em parte compilados da recente correspondencia epistolar do
mesmo autor commigo e dos especial&as do British Museum em Londres.
6
0s
Moscluitos no Pari
encarados corn0 uma calamidade
publica
Par ahi v&se ainda que o total sul-americano importa entre 113-- 112 do total
americano em gel-al, aproximando-se bem de perto ao total europeu.
Coma ao Brazil c&e a maior extensgo terr:torlal, cabe-lhe tam&m d’aquelle
total de 46 especies a parte leonina: sgo nada menos de 12 ns es@cies de Mosquitos
&scr-ptos
actualmente coma provenientes d’este paiz, fkando apenas 4 especies ainda
para toda a parte extra-brazilica.
E’ de especial interesse agora sabermos que ao ParA c ;i Amazonia inferior pertenciam, ate o moment0 em que eu mesmo principtei a occupar-me do assumpto corn
mais attenqao, 18 especies,- 317 do total brazJeiro. Eu mesmo consegui at6 agora reunir
par aqui 17 especies, 12 das quaes coincidindo corn especies anteriormente conhecidas,
e 5 especies declaradas novas pelo melhor especialista do assumpto na actualidade.
OS Culicides paraenses, tal qua1 OS conhecemos no actual estado da sciencia
zoologica, entram principalmente nos generos Anu~CzeZes,
- fWegnvhiw.s, - Innthi;tzosotizn,
Steg-wp2yilt,- Czklex,- Tne~&w~ytichzls,- Snbethes, sendo reservado urn papel secundario aos representantes dos outros generos ~sovo~hovn, - HLWULZ~O~ZLS,
- Wyeowyin,
- Lik82atzts.
Vale a pena passar rapidamente em revista OS trac;os mais salientes do habltus
especifico de alguns d’estes generos, pois urn pouco de orienta@ geral n’este terreno
ser;i proveitosa, a0 nosso v&-, nao s6mente a0 medico, mas a qualquer pessoa leiga, clue
n8o estiver j& por demais enfatuada para comprehender a vantagem que reside no
alargamento dos seus proprios conhecimentos, OSquaes sobretudo podem prov?r de alguma
familiaridade corn as cousas da natureza. Nao fallo aquelles que ja tudo sabem, e, qua1
baiacti, tufam de presumpCosa sufficiencia ; n8o 6 a elles que me dirijo, pois sao incorrigiveis, coma jti o rei-poeta do Antigo Testament0 se convenceu, quando em sincera
admira@o das obras da natureza exclama: cc0 Jebzounh! Qztawz rtzqgnifica sunt Tua
en !X
Open2 ! Viv insipiens noti cognoscit en et stzlltzls non n;tzi99zntZ~)e&it
Diz urn antigo proverbio : ccAkt~wn maxime wzivnnda isz minimis ! )) De facto :
no estudo dos seres pequenos e minimos 6 principalmente que ao espirito investigador
se apresentam as maiores maravilhas ( 1) e nao 6 sem razao que o tal proverbio ficou
escolhido coma lemma por uma respeitavel e benemerita corpora@0 scientifica do Velho
Mundo - a c<
Sociedade Entomologica da FranCa )>.
Pertencem OS Mosquitos (Czdicidne) ;i classe dos Insectos, & ordem dos Dipteros,
isto 6, aos Insectos moldados sobre o typo de uma mosca commum e que apparentemente ngo tern senao duas azas - de onde lhes vem o nome scientifico.
Na realidade existem por&n rudimentos das azas posteriores n’uns insignificantes
appendices, chamados lidterns. S%o na maioria seres pequenos, dos menores da ordem.
SW apparelho buccal 6 feko de maneira a permktir-lhes ao mesmo tempo f2~va~, mec;;;irLk C-Us pares de cerdas e estyletes chit;nosos rijos, dos quaes urn - as maxillas se parecem corn umas agulhas corn ponta farpada, e s2gw,
mediante urn tubo composto de duas peGas encaixadas uma na outra a modo de calhas, e provide de uma
corpora
( 1 ) x Plus enim lwlenarum. ):
escrevia
Santo Agostinho -
formicularum
et apicularum
( IIe civitate
opera stupemus, quam imrnensa
I Jei 1.L2. c. 24. n. 5 )
OS Mosquitos no
Pal
&
encarados coma ulna calamidadc publica
7
pequena nodosidade, na ponta. Seguem-se aos lados urn par de palpos ainda, de variavel comprimento e numero de articulos, e finalmente as antennas, por sua vez ass&s
variaveis quer espec’fkamente, quer em relacao aos dois sexos.
Tern OS Mosqu%os alguma cousa de commum corn as borboletas (Lepidopteros):
a posse de escamas. Escamas encontram-se, de facto, tanto sobre as partes do tronco
propriamente dito, coma nas azas, principalmente ao long-o das veias, chegando a sua
ma’or ou menor con<ensa@o n’esta ou n’aqwlla parte, a produzir certos desenhos e
ornamentos caracterkt’cos, e por vezes ate nas pernas.
Si verdade 6, que OS pormenores subtis e as delicadas differencas na estructura
externa so se revelam nitidamente ao exame microscoplco, sendo assim reservados ao
profissional, muita cousa chega-se a ver corn uma lente regular e ate a olhos ntis, para
quem tiver alguma pratica em taes m%teres. Eu pelo menos apprendi rapidamente a
distinguir corn seguranca, sem auxilio de vidros de augmento, entre OS Cztlici&s amazonicos, individuos d’esta ou d’aquella especie e de ambos OS sexos, e ja tive ensejo de
orientar mais de urn medico. desta capital no meu gabinete d’estudo, da relativa simplicidade no discernimento e da facilidade de adquirir aquella dose de conhecimentos
systematico-zoologicos, que significa o imprescindirel substracto para poder iniciar estudos proprios e independentes no assumpto.
OS membros do famigerado genero APU$M~S ( 1 ), cada vez mais conhecido
coma transmissor da amalaria >>e do cycle de molestias que a esta nocao pathologica,
oriunda de um provincialismo das regiaes pantanosas da Italia, se subordinam, conhecem-se pelo seu colorido geral sombrio e pouco vistoso mas principalmente lo) pelos
palpos compridos em ambos OSsexos, quasi igualando em comprimento a tromba sugadora
@robosci&Q; 20) pelas azas, que pela condensacao de escamas escuras em certos logares
das veias, res-estem urn aspect0 enxadrezado--, variavel naturalmente de ulna especie
para outra. Sao mosquitos relativamente pequenos, morando mais ao ar livre em logares
pantanosos, do que prkic:pnlmente nas habita@es humanas, as quaes sao so esporadicamente invadidas.
0 genero AnopheZos 6 distribuido em 42 especies sobre todo o globo. porem 6
melhor representado no littoral oriental da America septentrional e meridional, no littoral tropkal de ambos OS lados da Africa, na parte occidental da Europa, no sul du
Asia e na costa oriental da Australia. Antecipando alguma cousa a considerac6es ulteriores, direi, desde ja, que ass& significativo 6 o facto ainda recentemente accentuado
pelo mais autorizado monograph0 dos C~&2kks: (<0 quanto eu posso julgar, estou
obrigado a dizer, que a presenca do A~roplzeles quadra sempre muito bem corn a distribuicao da febre malarica. )) ( 2 )
0 geliero Megarhinzcs,
distribuido sobre o littoral oriental tropic0 e subtropic0
de todos OS continentes do hem’spherio sul, allude a tromba extraordinariamente comprida, igualanclo de perto o comprlmento do corpo. 550 mosquitos ass% grandes e bastante distinctos pela sua extranha belleza e vivacida3e de colorido; s80 talvez, OS mais
( 1 ) AZ significa&
d’este nome generico. tirade
bem o termo trivial 1 atda. I
( 2 ) F. I-. Theobald, Culicides, t-01. I, pag. 118.
do g-ego, 6 c inutil
j, (\imprestavel
\,
concordando assim as&s
OS Mosquitos no Par-$ cncarados
wmo
uma calamidade
publica
bonitos de toda a familia dos Czclicides. Caracterisa-os a primeira vista, mesmo a olho
nti, urn tufo ou pincel de escamas de viva car carmim ou amarella ou variegada, tufo
arranjado horizontalmente a cada lado da extremidade do abdomen coma as plumas de
uma flexa. Sao transparentes, corn brilho dourado, as azas e as antennas mostram na
parte basal uma almofada, unilateralmente provida de escamas, distinctive este que em
verdade s6 6 perceptive1 corn o microscopio. N%o ha mais que 12 especies, das quaes
113 indigena da America do Sul. Dizem que mordem severamente ( 1 ), s80 de habitos
diurnos mas coma sao estrictamente moradores do mato, n8o perseguem sinao OS viajantes, caqadores e lenhadores etc., e r&o entram nas residencias humanas sitas alem
da zona silvestre.
Jazem ainda em completa obscuridade OS pormenores relativos ao desenvolvimento delles. Urn bello animal deveras 6 o fk1eg-avhinzds
sepnvntzts Arribalzaga, de abdomen e tufo vermelho-carmim, apanhado por n6s n’uma serie respeitavel de exemplares
nas matas circumvisinhas da cidade de Belem: Murutucti, Utinga e no Bosque municipal.
Sua mordedura e, coma acabamos de dizer em relac$o ao genero inteiro, reputada
dolorosa, sem clue a experiencia propria nos autorise a affirmal-o.
Nao entrando por ora em detalhes sobre o genero lanthinosoma
( 2), por a&s
subtis OS signaes distinctivos em relaq8o ao genero C&X e ngo possuirem as especies
d’este genero, ao clue nos parece, conforme as minhas experiencias ate hoje, consideravel
importancia faunistica, pelo menos aqui na f6z do Amazonas ( colleccionei alguns exemplares da Innthiv~osomn musica, que, trazida pelos naturalistas da Faraday-Expedition
tambem se acha no British Museum de Londres em exemplares vindos de Itacoatiara ),
merece a nossa attenc$o o genero Stegomyia (3), incluindo mosquitos de tamanho medio
mui facilmente reconheciveis pelo seu colorido rajado de preto e branco, saliente tanto
nas pernas anneladas, coma no proprio corpo ( 4 ). As azas s%ohyalinas, de urn matiz azulado de ace ; OS palpos do sexo masculine s%oquasi compridos coma a proboscida, curtos
porem em individuos do sexo feminino. Sao de costumes diurnos e largamente distribuidos
em 14 especies sobre o littoral tropic0 e subtropic0 dos continentes desenvolvidos no
hemispherio sul. Mordem severameute e uma serie de apellidos vulgares coma <<
tigermosquito )) etc., mostram o odio que o povo, por toda a parte, devota a estes impertinentes e sanguinarios carapangs. Infelizmente aqui na cidade do Par-6 6 por demais
frequente, a ponto de ser urn vel-dadeiro flagello, urn membro d’este genero, a S~eg-omyin
_fascintn - justamente aquella especie que goza de triste celebridade por ser, nos termos
textuaes do mais modern0 monographo, o agente pelo qua1 o germen da febre amarella 6 disseminado ( 5 ). Voltaremos a ella.
Segue o genero G&x propriamente dito, que no sentido lato, que Linneu lhe
( I ) Uma especie brasilica
chama-se ,\f. $‘Yo.Y, uma outra da ilha de Ceyl5o AM i~r~ise~icor-s !
( 2 ) 0 nome 4 compost0 clas tres palavras gregas 1 ) CC
iodos ) =roso
e 2 ) \canth6s ))== flor, estns tluas reunidas
e .i ) \fls6ma )) corpo.
( .3 ) Nome de origem grega, significando e mosca clue deve ser enchotacla, repellida S, contra a qua1 a gente
deve se precaver. Outros fazem-no derivar cl0 substantive grego k~stCgoss = tecto, casa. 0 autor do nome, Theobald, nunca
se pronunciou ao que eu saiba acerca da interpretas
por elle intencicnacla.
( 4 ) Ikzem-me que a S. faszia2a tern por ahi o nome trivial
rr;jatlo de preto e branco.
( 5 ) F. V. Theobald:
Culicides, vol. I, pag. ~84.
( 1q)1-1y1~.)
de (<caraparxi-pinima
s corn allusrio ao colorido
tinha dado em 1758, abrangeria todas as especies clue possuem pdp~s longos no sex0
masculine e palpos curtos no sexo feminino e que, mesmo feitas umas recentes reducCGes,ainda hoje conta nada menos que 125 especies. Sao por via de regra de colorido
pouco vistoso, cinzento amarellado ou branco, sendo as azas hyalinas, transparentes,
muitas vezes iriantes. OS seus costumes sao geralmente diurnos, apresentando todavia
uma notavel excep@o justamente o CZ&X fcztig-am de Wiedemann, horroroso flagello
nocturne aqui em Belem, nas habita@es humanas de certas partes da cidade.
Infelizmente tambem esta especie 6 altamente suspeita A sciencia medica coma
prowar-el transmissor de graves molcstias tropkaes. coma a _fiZavinse. Logo voltaremos
a este insupportavel inimigo do nosso socego nocturne, execrando emulo em perversidade da felina Ste~o~w~k f nscintn acima mencionada.
0 genero Taeniorhyncl’tzts,
proximamente ligado ao genero Cz&x, distingue-se
principalmente pelas escamas largas e espessas,obliquamente truncadas na sua margem
opposta ;i base - portanto caracteres apenas perceptiveis mediante exame microscopico.
Cito-o aqui, porque entra nelle urn mosquito que diariamente observo nas casas de
Belem, ao cahir da noite. E’ evidentemente uma f&ma crepuscular, que invade a nossa
sala de jantar, voando por cima da mesa e por entre OS pratos, devagar e pousando,
bastante sem cerimonia, na nossa testa, nas m%os, mordendo logo, dolorosamente. E’ de
indole t8o voraz qu%o ingenua, pois deixa-se esmagar e achatar corn a maxima facilidade,
nao cogitando na fuga em tempo opportuno. 0 Tne~iovJz~vzchz~s
f~scicolntzss Arribalzaga distingue-se, ;i primeira vista, pelo seu colorido extranhamente escuro, quasi preto,
- colorido este que 6 produzido, coma se verifica pelo exame microscopico, pela densidade das escamas escuras, profusamente disseminadas ao long0 de toda a nerwra das
;lZ;lS.
Muitas bellas especies contern ainda o genero Snbethes, exclusivamente amazonico ( 3 especies). Conhecem-se ci primeira vista, a olho nti, alem do seu colorido metallico, yerde (‘S. Zo?z&;jes) e azulado (S. E’el?zi@s), pelos T-istosostufos ou pinceis de
cscamas prolongadas, em forma de pellos compridos, na parte tibia1 das pernas.
N’uma dellas vejo brilhar estes tufos n’um magnifico azul-ferrete, orlado de branco.
S8o mosquitos grandes, vistosos, de habitos diurnos e vida sylvestre. Encontrei
e colleccionei d’elles abundante material no proprio Bosque, ( Marco da Legua ), localidade onde sao frequentes a ponto de se tornarem importunos ass&, pois mordem ferozmente, deixando no logar da mordedura uma inflamma@o relativamente intensa,
evidentemente pela maior d&e do veneno injectado na ferida.
Podemos deixar de entrar em descrip@o mais detalhada dos generos Psovo#hovn
I/J?eorayia e Limntzcs, pouco numerosos todos em
( todo amazonico ), Haemgogxs,
espekes sylvestres, n.%omuito bem estudados ainda, mas r&o incommodando o homem
set-&o portas f&a. Apenas 0 ultimo, Linzntzcs, nos poderci merecer algum maior interesse
pelo facto de ter sido creado em virtude do material colligido aqui no Par& em 1900,
pelos drs. Durham e Myers, enviados da c(Medical School of tropical Deseases)>de
Liverpool.
Quatro sgo portanto as especies de mosquitos que principalmente provocam a
nossa atten@o, aqui no Par& coma inimigos da humanidade, pequenos de vulto, grandes,
10
0s Mosquitos no Par5
cncarados corn0 uma calamidadc
publica
porem, nos seus effeitos, inimigos que parece terem-se conjurado para roubar-nos o SOcego, de dia e de noite, torturando-nos n2o s6 pela d6r physica, coma acarretando-nos
grar-issimos perigos e males & satide. Trez d’elles armaram j,i definitivo acampamento
dentro da propria cidade nestes ultimos annos, revezando-se nos assaltos diarios iis nossas
habita@es humanas, prejudicando enormemente o credit0 e a reputa@o de Belem coma
.
cidade equatorial de amena habitabilidade; o quart0 avassala OS arredores e circumvisinhancas, e, ameaCando incessantemente a existencia humana nas regides pantanosas
do interior, 6 apontado pelos resultados modernos da sciencia coma vehiculo e transmissor das febres palustres, e, constituindo-se em serio obstaculo ao povoamento do paiz,
torna-se directamente culpado de grave les%o 5 prosperidade publica.
Examinando-os de mais perto urn por urn, principiaremos pelo ultimo.
No genero AnopiWes, ( 1) todo elle de tristissima celebridade na litteratura medica hodierna, a especie que, conforme as minhas investiga@es, principalmente nos p6de
interessar do ponto de vista local paraense, 6 o AnopheZesargyrotarsis
Desvoidy ( 1828),
e se ngo me engano, a raca ou subespecie c&z$es Theobald ( 1901).
Mede, corn a tromba estendida, uns 7’““’ e 6 de colorido sombrio, uniformemente
cinzento-branco. (Guiando-se pela estampa I de Theobald, este colorido deveria todavia
puxar sensivelmente ao bruno-vermelho-claro sobre o cephalothorax, o que constituiria
uma das differenc;as em rela@o ao A. nq-y~otn~sis typico, onde a car do cephalothorax
apresenta-se de urn cinzento-azulado. Devo declarar entretanto que em exemplares frescos n%o achei confirmada semelhante differenCa, que provavelmente se explica por ulna
imperfei@o technica.) Pertence a nossa especie ao grupo ou sec@o corn a margem
anterior da aza provida, pela parte de cima, de manchas escuras muito distinctas.
0 aspect0 das azas 6 enxadrezado, coma s6e ser al&s em todo o genero. Distingue-se a nossa subespecie ou raqa nlbipes outrosim por uma larga fita preta no articulo
baseal do tarso das pernas posteriores, signal este que nao se nota no A. n~~g-y1~otnm3
typico. S20 estes 0s caracteres principaes, alem de outros mais subtis, que permittem
reconhecer o nosso mais frequente Anopheles paraense.
OS exemplares que me servem para a presente descrip@o pro&m de Macapci,
margem guyaneza do Amazonas, onde foram colleccionados, faz 3 annos, pelo preparador
de entomologia do nosso Museu. Havia por 18 entao umn afflictka abundancia d’elles e
coincidia esta circumstancia corn uma epidemia de sez6es. OS nossos exemplares sgo
todos do sexo feminino, cheios de sangue a nao poder mais, e foram apanhados dentro
de casa, e dentro de mosquiteiros jA ngo muito preenchedores da sua tarefa. Tanto
quanto sei, concordam estes Anopheles de Macap& corn aquelle sombrio carapang, que
corn tanta profusao encontrei em 1895 durante a expedi@o scientifica do pessoal do
Museu ao littoral da Guyana entre o Oyapock e o Araguary. No Amap;i era simplesmente horrorosa entao a abundancia- de taes insectos.
Pude convencer-me do acerto da* affirma@o popular que este carapan8 sombrio
tinha uma predile@o pronunciada pela mata de sk-itiba (ACce~zkn); de facto, quem
( 1 ) Us mosquitos do genera A/Io/IJII~IL~.s
podem ser distinguidns e reconhecidos par uma pessoa leiga mesmo, pela
que se approxim,~
mais ou menos da perpendicular. Conservam por outro lad0 0 seu corpo em dire+0
mais ou memos horizontal as especies
de outros generos de Culicides.
* posi@n por elles assumida no act0 da picada. Levantam o alxtomen. assumindo o eiso do corps) dire&to
idaclc publica
11
tentasse atravessar urn siriubal, mesmo de dia, ficava logo corn o rosto e as maos pretas
de carapanas que, quaes furias infernaes, em nuvem espessa perseguiam 0 intruso ate
que conseguisse salvar-se da zona de mato. Nunca me esquecerei das torturas que
n’aquella regiao soffremos pelos I_rlno#eZes, que de noite invadiam a villa. Coincidiu
novamente o tempo da nossa residencia corn recrudescimento de febres palustres na
dita regic’lo. Lembro-me de certa casa no Amapr-i, onde de uma noite para a outra contei
7 cases novos de sezaes. E em todo o littoral da Guyana por n6.s percorrido e de onde
pude obter informaqbes fidedignas sempre foi verificado o mesmo resultado empirico,
que se impunha corn nitidez de nao poder ser ma1 entendida - (conde havia muita febre
palustre, tambem havia muito carapan%>>.Ora, quando pela observa@o multlpla e constante se evidencia a coexistencia de dous phenomenos A e B corn o caracter de regra
e norma, nao 6 mais demasiada ousadia suspeitar-se urn nexo causal entre ambos.
A tirea de distribui@o deste Anoplzeles estende-se no littoral oriental desde o
Paraguay e Buenos-Aires ate a ilha Jamaica, sendo que nas Antilhas as ilhas Santa
Luzia ( agora em perigo pela actividade vulcanica do monte Souffriere ), Antigua e Granada, corn diversos pontos na terra firme da Guyana Ingleza, representam pontos, onde
a existencia da especie foi positivaniente averiguada sobre material original de iii enviado ao sr. Theobald em Londres.
No Par-6 ( arredores ) foi o Aaopheles n~~yvotnvsis colleccionado, al&n de n&s,
pelos Drs. Durham e Myers, e pelo Dr. E. Austen, dipterologista dc British Museum,
da Faraday-Expedition, (Boletim do Museu Paraense, Vol. II pag. 386 seg. ).
Observa@es sobre o Anopheles qg-y~otn~C~, especie typica, e sub-especie nlbipes - ( ambos sao encontrados, ora simultaneamente nos mesmos logares, ora uma
corn exclus%o da outra ) - tern sido feitas pelos Doutores St. George na ilha de Santa
Lucia, Grabham na Jamaica, Forrest na Antigua, Broadway em Granada, Kowland na
Guyana Ingleza, Lutz no Rio de Janeiro e Sao Paulo, Arribalzaga em Buenos-Ayres
Holmberg em Formosa.
Na ilha de Antigua o Dr. Forrest encontrou abundantemente as larvas n’um
tgzzlticf~tzForsk,) e
valle pantanoso e coberto de urn capim ( <tPar&grass )>, P~PZ~C~IUZ
em condi@es semelhantes as encontrou tambem o Dr. St. George Gray na ilha de
S.“” Lucia (conf. Theobald, Monograph of Culicidae Vol. I, pag. 39 seg,). Distinguem-se as larvas do genero .il;tzopheZespelo tubo resp?atorio anal muito curto e OSpellos ramificados, grandcs e em pares, agrupados de gda lado dos segmentos da parte anterior
do corpo.
Jg acima alludi & coincidencia singular que ha entre a distribui@o geographica
da malaria e a do genero &wpheZes. Na Inglaterra foi pelo professor Nuttall, em Cambridge, chamada a atten@o para as relacdes entre febres intermittentes em certas regiTies corn a coexistencia do Ampheles t;tzncz~Zipenzzis;na Italia foram 0s professores
Grassi e Noe que fizeram bellos estudos sobre o nexo causal entre o l/lnopheZes WZ~CZIZifielwis e a malaria; na Africa, ao sul do Sahara, for-am OSAnopheles funestus e costnlis reconhecidos coma agentes envolvidos na transmiss%oda temivel <<blackwater6 novamente incriminado da dispersao de
fever >) e o nosso Anopheles aq-y~&~sis
febres de m&o caracter em Surinam e na Guyana Ingleza. Tudo isto si%o factos que
nao podem soffrer contesta@o. Que se leiam OSlivros de Theobald, Grassi, Nuttall, alem
12
OS Mosquitos 11~)Pal-6 cncarados
corn0 uma calamidadc
pul)lica
das muitas revistas medicas modernas, que constantemente \-em trazendo novas estudos,
novas contribui@es n’este terreno. E para quem sabe con10o professor Koch, de Berlim,
commissionado especial do govern0 allemgo para o estudo da malaria na Italia, na Africa
e nas Indias, n’estes ultimos annos, T-oltou, mostrando coma por uma therapeutica e
prophylaxia rational e methodica ha meio seguro de urn combate victorioso contra a
malaria, r&o me levar& de certo em conta de grosserin, se confess0 francamente, que
hoje, urn medico residente em regi8o tropica, n%o cuidando seriamente de acompanhar
OS progressos da sua sciencia, corn a litteratura prof’ssional e o microscopio ,i m2o para
seu uso diario, trabalhando assim no seu proprio aperfei~oamento e em prove&o e a
bem dos seus clientes, n%o passa para mim de urn-deploravel traste, cuja rotina escaparci tao pouco ao sarcasm0 das gera@es futuras, coma OS portadores da medicina
medieval lograram fugir das ironicas setas do immortal Moli&re no &R!dicin malgre
!
lui >>
E, T-oltando ao nosso assumpto, ngo 6 curioso agora saber, que nas ilhas Barbados e no archipelago das Bermudas n%o ha malaria e tambem n8o ha A~zo$~lzcZ~~s?
Ainda ngo achei urn s6 exemplar de A;lzoplzcZes nqyotn~~is
dentro de cidade
de Belem. E’ porem substituido aqui por um flagello talvez ainda peior, a Stegonzyia
fasciata,
insolentissimo mosquito diurno, que faz inauditas exigencias 5 nossa paciencin
e resigna@o. E’, coma acima j& dissemos de passagem7 urn grupo de Cztlicides caracterisado pelo desenho saliente, rajado de preto e branco. Alem dos caracteres geraes
j& mencionados, direi que possue urn colorido geral escuro, em tinta-neutra. A ornamenta@o typica do cephalothorax consiste em duas linhas longitudinaes medianas, brancas, compridas (I, II) tendo no meio, na parte anterior, uma terceira linha curta (III);
de ambos OS lados corre em curva lunar urna outra linha (IV, V) para cima, acompanhando parallelamente as outras desde o centro do cephalothorax, at6 a margem
posterior d’este, que 6, por sua vez, marcado corn uma bem vistosa orla trarwersal
branca. No abdomen v&n-se indicadas as zonas limitrophes entre dois segmentos consecutkos por uns anneis transversaes, claros esbranquicados, cuja largura poder,i importar
em l/4 ou l/5 de urn dos segmentos.
Pelo lado inferior de cada segment0 abdominal v&se, tanto A direita coma ;i
esquerda, urn grande salpico arredondado branco, de brilho argenteo, scintillante, corn
furtos de madreperola.
Estriados de preto e branco S~O tambem OS palpos, coma as pernas, sobretudo
OS pares medianos e posteriores ; n’estas ‘pernas posteriores, contam-se na parte tarsal,
5 fitas brancas, prateadas, cujas duas terminaes (IV e V ) s80 separadas apenas por
urn estreito annel preto no meio. Salpicos prateados percebem-se outrosim aos lados do
cephalothorax, na regiao da inser@o das pernas e na cabeCa, ao redor e por entre OS
olhos. As azas, de colorido fundamental de fuligem, s%oprovidas de escamas, que ao
exame microscopico mostram urn feitio ass&s alongado e estreito. - Em geral OS individuos machos parecem ser de urn tom ligeiramente mais escuro do que OS do sexo
f eminino.
A distribui@o da Ste~o~~2>kzfnscint~~ abrange grande parte do littoral de uma
zona sita entre 400 lat. N. e 400 lat. S. Pbde-se dizer que 6 quasi cosmopolita, em rela@o
;i cinta tropica e subtropica do Globo, faltando porjm nas regi6es frias. Onde por&n
mostra o seu principal centro de densidade, 6 no continente americano : o sul dos Es-
.
tados Unidos corn parte do Mexico, costa atlantica ate Virginia beach (bacia do Mississipi), as Grandes Antilhas, e o littoral sul-americano, costa atlantico-oriental. 0 British
Museum de Londres recebeu a Ste~o~~zyilsf~scintn da Hespanha, de Portugal e de
Gibraltar ~zn EZWO$Z, de Trovancore, Calcutta, Singapore, Madrasta, Birmania e Tokyo,
na Asia; Serra Leoa, Lagos, Zanzibar, Durban, Senegambia, Mashonaland, na ;2fCxz;
de Nova Guine, de Queensland, Nova Galles do Sul e Victoria, na Az~stmZin; de Savannah e Georgia nos Estndos &i~os; de Honduras, na Ame~4x.1 Gmtnzl; de Jamaica,
Santa Lucia, Granada, Sao Vicente, Cuba e Porto Rico, Bermudas, nas AhGuzs;
de
No\-a Amsterdam e Demerara, nas Gz~y~~z~s;do Panama; de Manaos ( Dr. Durham),
do Par-a ( pelo consul da Inglaterra W. A. Churchill ll/fev., 1899; dos Drs. Myers e
Durham, Austen e Dr. E. A. Gceldi ), do Rio de Janeiro e Santos no BY~zz%.
Agora exclama o monographo modern0 dos CzrZici&s expressamente: ((0 parasita da febre amarella e disseminado por este mosquito ! )> ( 1) De facto, corn forca de
dia em dia crescente, accentua-se na sciencia medica moderna a conviccao d’este nexo
causal e pbde-se dizer mesmo, que para urn respeitavel numero de autoridades scientificas, ja tomou a feicao de certesa. Ha uma pedra de toque, de primeira qualidade,
para se julgar d’esta theoria: urn mappa da distribuicao geographica do mosquito Steg-o~qin
fnscintn, coincide de urn modo surprehendente corn urn mappa da distribuicao
da febre amarella : 1120 ha um ponto do mundo, onde exista agora, ou tenha jamais
existido a febre amarella, que nao contivesse ao mesmo tempo a S~e~o~rzy’n. ( 2 )
Isto ja por si so nao pdde deixar de impressionar a quem para usar de urn termo
drastic0 popular - enxerga dous palmos adiante do nariz.
A doutrina da relacao intima entre a febre amarella e a S&yo~k~ f~scitst~ nao
e de todo nova, pois urn medico norte-americano, Finlay, ja entre 1881- 1886 publicou
varies trabalhos n’uma revista dos Estados Unidos acerca dos seus estudos n’este terreno. Nao tendo sido porem, no method0 das suas investigacaes, evitados certos defeitos,
tambem OS resultados 1790 puderam libertar-se de certas objeccdes e assim r&o conseguirnm ganhar desde entao terreno e acceitacao geral. How-e urn intervallo em que
tinha cahido n’um quasi esquecimento. Mas as recentes operacaes dos norte-americanos
nas grandes Antilhas, e a attencao augmentada para as regides meridionaes da propria
Uniao, fizeram corn que resuscitasse o interesse para OS estudos iniciados por Finlay,
Grassi e outros. Hoje OS americanos, depois de terem creado urn laboratorio especial
na ilha de Cuba, onde se yerificou o born fundamento das antigas observa@es de Finlay
e tomando a peito as conclusdes therapeuticas e prophylaticas, ijz wee contidas nos
trabalhos d’aquelle precursor, organisaram uma campanha methodica e poderosa, para
debellar a Sfe~-o~~zyk e, corn esta, a febre amarella. DOS bellos resultados assim obtidos
OS periodicos especiaes no NOT-Oe no Velho Mundo estao cheios e conforme o que se
owe, nao esta mais longe o dia no qua1 o saneamento complete da bella ilha, da aperola das Antlhas )>,sera urn facto consummado.
( 1)
The Yellow-Fever
parasite is clissen;inated hy t!lis qlat.
Theobald,
Culicides ( I()01 ). L-01. I. pag. -393.
NBo se esperarj de mim, clue eu venha aclui trazer relac$o detalhada acerca
d’esta meritoria e intelligentemente dirigida campanha ; basta clue eu recommende aos
estudiosos OS numerosos artigos, que corn louvavel zelo, a Rewte sciePztz&2le,de Paris,
tern regularmente trazido sobre esta cluestao, de ha uns dois annos para cci. Ainda no
numero correspondente ao dia 16 de agosto de 1902 veio uma noticia ck-cumstanciada
sobre o thema <<Lafievre jaune et les moustiques)), onde o trabalho hygienic0 agora em
pleno andamento na ilha de Cuba 6 devidamente apreciado.
Pois temol-a aqui, na cidade do Par&, a famosa Steg-omyia _fascintn, cujo temido
nome hoje 6 tgo fallado algures. E temol-a aqui, nao talvez sdmente em numero insignificante, n80 e r&o: 6 j& urn horror a sua abundancia.
N6s, no bairro de Nazareth pelo menos, soffremos n’um grau devkas indizivel
d’esta f uria sanguinaria. D’esde o nascer do sol ate o escurecer o implacavel diptero
persegue-nos dentro de casa, em turmas de 4, 6, 8, 10 e mais, esvoa$ando ao rector da
nossa cabeca, espiando qualquer parte descoberta, para nos inflingir a sua dolorosa e
logo intumescente picada. Nao ha urn minuto de tregua desde o clarear do dia ate o
cahir da noite: ao escrever, ao comer, ao dormir, o inimigo nos flagella e nem urn desesperado moto continua de debater-nos seria capaz de salvar-nos, que n3o ficassemos
logo corn o rosto, pescoqo, orelhas, m8os e pernas cobertos de ardentes pontos intumescidos, cujo centro indica, apenas visivel, o logar onde o veneno foi inoculado.
Cada urn de n6.s 6 picado 50 a 100 vezes por dia, no minim0 ! Nao conhec;o,
n’esta cidade, factor e element0 algum t%o no&o e pernicioso actualmente ao trabalho
intellectual, ao estudo scientific0 e 3 investiga@o no silencio do gabinete e laboratorio,
coma esta cxecranda creatura que se chama S’te~o~~zyiaflzscintn !
dGxsciata 6 - escreve Theobald, corn toda a razao - ((urn dos mais molestantes
e aborrecidos mosquitos do clima tropical e subtropical; a sua picada 6 excessivamente
irritante )).
Lembro-me, clue Goethe - o immortal poeta e philosopho, - escreveu n’um dos
seus livros, clue, ao seu v&, se alguma cousa pudesse fazel-o proferir uma blasphemia,
seria urn bando de mosquitos ! ( Elle alludia aos enxames do Czllex pipietis, que em
certas kpocas se fazem sentir ao tow&e
que passeia a margem do rio Saale e que eu
mesmo, quando estudante ainda na Universidade de Iena, pessoalmente tambem notei.
Ora, se este grande homem chegou a fazer semelhante affirma@o, simplesmente
porque 0s mosquitos, em certos log-ares, e em certos dias e horas, casualmente o incommodaram, jogando-o f&-a do rumo das suas meditaqdes e fazendo-o perder o equilibrio stoke, para r&o dizer logo a sm cabeca -~ o que dirla o born do philosopho se
tivesse de aguentar s6 urn me;‘0 dia ao nosso lado, aqui no Par& no nosso gabindte, no
meio do zumbido das sangukwias S‘I~~o~zyins ?
Urn jornalista francez, clue recentemente esteve aqui no Par& queixou-se em
termos amargos a n6s do constante supplicio que lhe causavam n’esta cidade as carapan&, obrigando-o continuamente a coqar-se, contra OS mandamentos do born tom, e
causando-lhe uma commixao insupportavel, sobretudo nas pernas. Fiz-lhe sent? clue em
parte isto elle devia ii circumstancia de usar meias pretas, e contei-lhe as recentes
disposi@es do Ministerio da Marinha dos Estados Unidos, ordenando a conselho dos
medicos, que as tropas estacionadas nos Estados do Sul e nas Antilhas substituissem a
roupa azul e escura por outra Clara, alva, em atten@o especial aos costumes da Ste-
go?;lzyin e dos CzzZici&s parentes. ( 1 ) Urn medico de bordo, inglez, que ultimamente me
veio pedir certas informaqdes de historia natural, demorando-se talvez uma hora na sala
da bibliotheca e no meu gabinete, n%o achou outra expressao para significar-me a sua
gratidao, se&o esta : <<Tenho sin&a compaix,?o do collega de ter que aguentar a vida
n’um logar corn tanto mosquito ! )) E a commissao de medicos da <<
Liverpool Medical
School of Tropical Deseases>j,bastante em contradic@o corn o que a imprensa diaria
d’aqui dizia acerca dos motives que levaram-na a mudar o centro de observa@es para
as Antilhas, n’uma brochura posterior, relatiw 5s condi@es sanitarias da cidade do
Par& emittiu conceitos que se nao s%o francamente alarmantes, todavia s%o ass& relevantes para merecer a atten@o apprehensiva das auctoridades, da classe medica e do
public0 instruido em geral. Falla-se n’esta brochura da Stegolzyin, alludindo ao grau
de insupportabilidade que attinge aqui a incessante persegui@o soffrida pelo homem por
parte do feroz e famigerado diptero e quem sabe ler entre as linhas, aproveitar-eis li@es
ainda poderj tirar d’alli.
Tanto quanto se sabe ate hoje acerca da larva da Stego77zyinf~~%n,
vive ella
em buracos, pocos, depressaes do solo etc. contend0 agua relativamente limpa. Possue
uma cabeqa mais ou menos quadrangular, urn corpo que conserva o mesmo calibre at6
o ultimo segment0 abdominal, e urn siphao respiratorio n%omuito consideravel. OS ovos
da Stegwzyin, postos isoladamente, s%o da forma de ellypsoide muito alongado e possuem ao exame microscopico, na peripheria uma serie continua de umas vacuolas claras,
consideradas camaras de ar.
Segue em importancia e insupportabilidade coma c<
pendant )>nocturne o Cukx fntigans Wiedemann. Nao 6 l& no genero CkZex, na sua extensgo systematica moderna,
cousa muito commum 0 regimen nocturne ; constitue pods,pcide-se dizer, uma excepcgo,
visto que 6 de dia que a maioria exerce a sua abdominavel profissao de vampiros.
Conhece-se esta especie de carapana relativamente grande, por um colorido
geral bruno-castanho; sensivelmente mais ruivo 6 j& o cephalothorax, onde corn uma
lente commum se percebe o avelludado de uns curtos cabellos corn reflexos dourados,
faltando apenas na parte mediana anterior, onde a superficie se apresenta coma pellada
e atravessada longltudinalmente de duas linhas escuras em relevo. OS limittes entre OS
segmentos abdominaes s%omarcados por uns distinctos anneis de c6r vermelha-amarellacea Clara, contrastando bem corn o tom bruno escuro do resto do abdomen. Azas
urn pouco fuliginosas, ali& hyalinas, ners-ura pronunciada por linhas escuras; pernas,
palpos, proboscida e lade inferior tudo de urn bruno claro, uniforme, sem desenho ou
ornament0 qualquer essencialmente notavel, 0 macho, urn pouco mais delgado do que
a femea (cousa que alitis se d3 igualmente nos outros Cz&ki~es ), ostenta phenomenal
penacho ou pluma nas suas antennas, muito mais vistoso do que nos machos da Stego~~zyin, e fazendo concurrencia, n’este sentido, corn OS machos de genero AIeg-nrlziws.
A dktribuiqao geographica do Czllex .fntigmz.s muitissimo se parece corn a da
Stegoll2yk fascintn ; tambem por este lado quer ser seu companheiro inseparavel. Ha
( 1 ) Escreve Theohald: :\ IiOupa escura devia lxrtanto ser abolida, quanta possivel. em todas as regifies onde 0s
mosquitos se tornam um aborrecido tla<ello 9_ ( Culicides. T-01. I. pag. 61. ) Em sentido semelhante pronuncia-se o Dr.
Durham lot. cit. pax. (). A1mbos estes autores declaram, clue por esperiencias ficou demonstrado. que 6 da c6r amarella
que 0s mosquitos men05 gostam.
uma multidso de sub-especies e raGas clue se podem distinguir entre OS individuos provenientes de diversas partes do mundo ; nao entraremos nestes pormenores, contentandonos de constatar clue OS exemplar-es d’aqui do Par& correspondem R fbrma typica. 0
Cukx fatig-ans
6 proximo parente e mui parecido corn o Czllex pz$iens europeu, que
para Linneo 6 o prototypo da familia, logo reconhecivel entretanto por outros distinctivos
na nervura das azas (prime’ra cellula submarginal e segunda cellula posterior corn as
SLEE respectivas pontas interiores quasi em linhas perpendicular ).
Limitar-me-ei a enumerar as localidades da America do Sul, de onde houve
exemplares de C&JX f&i,o-aws scientificamente identificados: PanamA -, Demerara, ParA ( Churchill, Austen, Durham ( 1 ), GoAdi ) - Rio de Janeiro, - Buenos-Ayres e Kepublica Argentina.
Do Dr. Lutz, IXrector do Instltuto Bacteriologlco de Sao Paula, acha-se na obra
de Theobald a declara@o de yue esta especie representa o mosquito nocturne commum
no Brazil, encontrado por toda a parte e picando de noite s6mente. Aqui na cldade do
Par-5 6 simplesmente pasmosa a frequencia d’este insolente carapana nocturne : no bairro
de Nazareth elle, em nuvens de myriades, assalta as casas, nas primeiras hqras da
noite, invadindo por janellas e portas, esbarrando qua1 farinha jogada a todo momento,
corn inten@o offensiva, revoltantemente manifesta, contra 0 nosso rosto.
A muzica ou zumbido produzido simultaneamente por milhares de carapan&
yoando e fazendo \-e&o, n’um quart0 escuro, 6 capaz de fazer arrepiar-nos o cabello !
Corn bastante raz8o Plinius, naturalista e escriptor quasi contemporaneo de Jesus Christo,
chamou-a de <<
truculenta >j! E apprehensivo cada vez me torna esta odiosa musica,
quando penso nas funestas consequencias sanitarias de que ella 6, na minha firme convic@o, fatal precursora e mensageira !
210s milhares OS temos todas as noites nos quartos de dormir e se centenas mntamos por via de regra - lembro-me que certa noite matou-se, n’um s6 quarto, em pouco
tempo nada menos do que 143 individuos d’este carapana - sobram muitas centenas
ainda, aptas a tornar urn vercladeiro supplicio a noite, durante a qua1 o repouso do
corpo 6 urn postulado hygienic0 inadiavel depois de urn dia cheio de trabalho physic0
ou intellectual corn as dobradas exigencias de energia orIg%adas do effeko de urn clima
equatorial.
De que vale e serve a relativa frescura da no&e, aqui no Par& quando nao se
p6de dormir por causa dos mosquitos ! hkzs nRo 6 s6mente pelo lado da d6r physica pela p&da e da impossibilidade
de urn somno restaurador, clue o C?lZe,lc
f&igc~zs se mostra inimigo do homem : inflingelhe invisivelmente prejuizos ainda muito mais graves. Pelos seus recentes estudos o Dr.
Ronald ROSS, medico mXtar nas Indias inglezas, demonstrou que o Czllex fcltigcl~.s, o
c(grey mosquiuito >>hospeda urn singular parasita do sangue, conhecido pelo nome scientifico de Ppoteosolnn (LnbBQ, e hoje Hew2opyotezl.skwziZewsk_yi Kruse, e provou esperimentalmente a transmissibilidade do parasita para as aves e reptis, pela inocula@o
( 1 ) 0 Ik. I)urham, no moment0 de red&r
o seu artigo j 1Notas sobre as condi@es sanitarias do Par,i \: ( outubrc IC)O~) ainda Co conhecia o nome d’este carapan5 ( c<a brown one at present unnamed P ), mas da sua clescrip@o
ass;is cletalhacla, v&se logo. clue elle n5o se referia a nenhum outro senlio ao Cn2e.u fizli~vm~ \\Tiedemann ( pag. 6 ).
OS Moscluitos no PwA cncal-adoscorn0 ulna calamiclade pul)lica
15
directa mediante a picada do insect0 ( 1 ). Outrosim o Dr. Manson descobriu recentemente toda a historia da vida de urn pequeno verme ( nematode ), parasitario do sangue
do homem, a F&win snq-ali;tzis
homi;tzis- hoje Filnvia Ekmcvofti-e poudeconstatar que o Cztlex f&gnns
6 o intermediario, vehiculo e transmissor de semelhante parasita ( 2 ). Ora, a &kzkzsis 6 uma molestia que causa uma mortalidade consideravel
nas regides tropicas e subtropicas. S%o sobretudo a raqa preta e OS seus cruzamentos
clue parecem ser de preferencia perseguidos por esta traiqoeira e perigosa molestia. E
conselhos d’esta experiencia empirica emanados, apontando para o perigo que ha aqui
no Par& quando pretos e brancos dormem na mesma casa, infestada deste carapana,
nem ao menos fazendo uso do mosquiteiro, d’estes conselhos encontram-se na curta mas
substantial brochura j& por diversas vezes citada dos Drs. Myers e Durham da <<
Liverpool Medical School >>.
E pela obra de Theobald e OS escriptos dos medicos mencionados verifica-se
mais uma vez que, quasi por toda a parte onde a filariase 6 molestia corrente, l&
tambem o Cz~kx fatignns
6 o mosquito nocturne predominante - <(essentially a household form )). De maneira que, tambem aqui, notamos a concordancia j& duas vezes encontrada e tao significativa entre a distribui@o geographica de uma certa molestia e a
de certa e determinada especie de mosquitos. (<A bon entendeur salut. D
Kestando-nos ainda a quarta especie de carapana, jA acima denunciada coma
fazendo-se sentir aqui nas habitaqdes humanas na hora do crepusculo, o Tneniorhylzc?zz~.s
fn.scioZntzcs Arribalzaga, podemos completar o seu retrato physiognomico do seguinte modo: semelhando em tamanho e aspect0 geral a urn Cz~Zexfat&-am
do mesmo
sexo, differe por urn colorido de fundo de urn bruno muito mais escuro, interrompido
em certos e determinados logares por uns anneis e zonas claras branco-amarellaceas.
Uma d’estas - a larga fita branca no meio da proboscida, (que tambem mostra extremidade branca ) - permitte todavia distinguir logo 6 primeira vista o nosso carapan% do
anterior e de caracterisal-o coma membro do genero Tneniorlzync~us : pois este nome
generico, tirado do grego, n8o pretende ter outra significa@o senZI.0esta: ((fita na proboscida )>.Nas pernas nota-se urn annel claro distinct0 na parte apical do femur de todos
OS tres pares; a tibia 6 atravessada por uns 6 anneis claros nada apertados e, nos tarsos
costuma apresentar-se em tal modo Clara a zona limitrophe entre cada dois articulos
consecutivos, e particularmente vistosa, destaca-se a articula@o tiblo - tarsal das pernas
anteriores.
No cephalothorax contrasta na parte anterior a sombria car de fundo corn uma
ornamenta@o em f&-ma de V virado, feita corn uns pellos dourados, claros.
De bellissimo effeito 6, no animal vivo, a car Verde-escura dos olhos facetados.
No abdomen, escuro, quasi preto, OS limites entre OS segmentos S~Oguamecidos
de uma co&z de pellos compridos, amarellados claros, luzentes; aos flancos nota-se em
cada segment0 urn salpico branco, correspondendo corn urn desenho branco em f&ma
de escala, que se estende sobre OS segmentos abdominaes, pelo lade inferior.
( 1 ) Theobalcl. Culicides I pq. 83, seg., pax. - Vol. II. pq. 16, seg. Ross, c<Indian Medical Gazette )), Vol. 33,
I )ez. lk~)X e Vol. 3-4, Jan. 1899, e muitos outros artigos do mesmo auctor.
161.
Hanson, Journal of Linnean Society, Vol. XIV, pq. 301
( 2 ) Theobalcl, Culicicles I. pag. X8 Vol.
II,
pg.
311. ( tliversos outros artigos do mesmo autor na c<Lancet y e ccBritish Medical Journal )) etc.
.
.
18
OS
mIsq1
tos no Pal-5 encarados corn... uma calamidade
pub lica
Soto clue OS individuos de Tne~zio~~~z~~z~IT2z~s
f~scioZntzts, aqui por mim observados no Par& differem do desenho colorido n. 121 do atlas da obra de Theobald por
urn tom mais escuro, circumstancia clue alias ja foi mencionada pelo proprio autor:
c<
Specimens from the lower Amazon are for the most part rather browner than one from
550. >)Vol. II e pag. 194).
TnekovhynchzLs fasciolatm
e uma especie restricta a costa oriental da parte
tropica e subtropica da America do Sul.
Foi colleccionado e identificado em especimens vindos do Amazonas inferior
( Austen ), - Para ( Gceldi ), -- Rio de Janeiro e Sao Paulo ( Lutz ) - Republica Argentina ( Navarro ).
Theobald cita a seguinte communicacao do Dr. Lutz: <<Este6 urn verdadeiro
mosquito dos pantanos, commum no littoral; pica dolorosamente de preferencia atravez
das meias e ao anoitecer, ou entao na sombra, durante as horas do dia. Tenho-o do Rio,
Sao Paul0 e Santos. )) (Th. II, pag. 144). Concord0 corn isto, accrescentando tambem
que aqui no Par-5 6 uma forma crepuscular que invade as casas. Que as picadas d’estes
carapanas s20 dolorosas, sabem-no as nossas criancas, que na hora do jantar muito se
queixam dos seus constantes ataques as pernas. Tern, coma ja acima alludi, indole sanguinaria, porem ingenua e phleugmatica, para nao dizer redondamente estupida.
Creatura exclusivamente atlantico - sul-americana a0 que parece, conforme 0
actual estado de conhecimentos scientificos, &to foi ate hoje apanhada em flagrante, pela
medicina indigena, em nefasta coparticipacao na transmissgo de molestias infecclosas
Mas, francamente dito, nao a tenho em boa conta e juigo-a tao capaz de prejudicar a
nossa saitde, coma OS trez anteriores e tantos outros, quer auxiliando-os na incubacao e
transmiss%odas molestias ja mencionadas, quer na de outras, talvez nem suspeitadas ainda
hoje em dia.
B. - Biologia dos Mosquitos.
Linneu, em 1758, condensou o estado geral dos conhecimentos sobre esta mater&
n’aquelie tempo, em uma phrase curta: (<Culicis larvae plerumque ia aqua degunt e Pupae
moventur agiles. )>Para o fim que temos em vista 6, todavia, precise que entremos urn
tanto mais nos pormenores do seu cycle de desenvolvimento.
A femea do mosquito, repleta de sangue sugadol dias antes, ao homem ou a um
animal vertebrado superior, (sangue que durante uma gestgo de uns 3 para 4 dias parece ser despendido e gasto no crescimento dos ovos no estado intra-ovario ), sentindo
chegar a sua hora, pousa em cima do espelho da agua de qualquer poca que lhe parece
idonea, e principia a par OS ovos, urn por urn, ate esgotar-se o thesouro ovarial. Conforme as observa@es de outros, confirmadas por mim aqui no Par& a postura se realiza
durante a noite: 6 sempre de manhan que eu encontro o facto consummado, sem ter conseguido jamais ate hoje testemunhar de vista o proprio acto.
Variando sensivelmente OS detalhes biologicos de uma especie para outra, considerei n’estas linhas principalmente as especies paraenses, para as quaes no capkulo
anterior acabo de apontar coma em primeira linha merecedoras da nossa attencao, po-
OS Mosquitos no Par$ encarados coma uma calamidade
publica
10
dendo para este fim utilisar-me de estudos originaes por mim organizados no Museu
durante OS ultimos mezes.
As especies do genero CzbZexcostumam par OS ovos em grandes massas, em
forma de jangada ou bbte, ( 1) perfeitamente visiveis a olho nu, pois sao de urn tamanho
tal, que quasi nao se comprehende coma urn corpo t%o consideravel podia ser fornecido
por urn insecto que apparentemente nao possue dimens?jesmuito mais avantajadas.
Fluctuam sobre a agua magistralmente ; nao pddem molhar-se em virtude de garantias especiaes corn que a natureza as dotou: tentando submergil-os, qua1 cysne, enxutos sempre, reapparecem logo a tona. 0s naturalistas que se occuparam corn 0 assumpto (entre elles merece men@0 Reaumur que faz bem 150 annos profundos golpes
de vista lancou no desenvolvimento de t%o subtis insectos), indicam 200 par-a 400, coma
formando a norma habitual do numero de ovos constituindo uma jangada, por exemplo
do Ck?ex @$iens, europeu. Contei ainda estes dias OS ovos de duas jangadas do Culex
fntigwzs, postas no captiveiro: uma tinha 270, a outra 225. Trez ou quatro outras foram
avaliadas coma movendo-se nos mesmos limites. OS ovos do Cz~?ex$wzg-ens da America
do Norte ( synonym0 do nosso C. f&g-nns conforme Theobald), medem pelo que escreve
o Prof. Howard, que detalhados estudos fez, 0,‘““‘7 em comprimento e 0,“‘“16 em diametro
na base. Alguns ovos do Cztlex fat@-nns do Par-a por mim medidos dao na media 0,“““71
em comprimento ( valor medio de 3 ) e 0,“““16 de diametro na base ( valor medio de 3 ),
valores que, coma se ve, quadram magnificamente corn OSobtidos por Howard em 1900.
Sao na sua forma uns cones muitos estirados, comparaveis as conhecidas sementes do pinheiro do sul ( Araucavia bvasiliensis).
A c6r e fuliginosa, bruno claro, corn uma zona Clara na ponta. OS ovos, virados
corn a parte grossa para baixo, contra a agua, sao revestidos na sua ponta fina, dirigida
para f&a em sentido opposto, de uma bolhasinha transparente de ar-apparelho
evidentemente hydrostatico, destinado a evitar a submersao do ovo. Nao e grande a coherencia entre esta associacao, frouxamente arrumados todos em uma so camada; corn
uma agulha de disseccao chega-se facilmente a desligar uma por@o desejada.
c
*
c
OS ovos de Stegomyiczfasciata,
do carapana de perna rajada, ja n%osao postos
em pacotes ou jangadas, mas isoladamente e irregularmente sobre a superficie d’agua,
as vezes parecendo arrumados em forma de estrella. 0 ovo da Steg-omyia 6 horizontalmente deitado, o do Czdlex fat&-am,
verticalmente em pe. Tambem differe na co,r,
pois e escuro, quasi preto; e bem assim na forma, pois e urn ellipsoide estirado corn
dous polos rombos, e nao urn cone. Em vez de uma bolha de ar na ponta fina, coma
no C. fat&-am, possue o ovo da Steg-omyia toda a sua superficie revestida de pequenas
veskulas transparentes ou camaras aereas, visiveis sobretudo no exame microscopico,
( 1 ) Conviria a compara(;Go corn urn pedaqo de polpa fresca do cdco da India, n5o s6 em rela@o :i f6rma da
calotte, coma tambem ainda a respeito da estructura fibrosa, no sentido radial. pois OS ovos na jangada s50 orientados no
mesmo senticlo radial.
OS Illoquitos
no Pal4
encarados corn0 uma calamidadc
publica
na periph eria. Finnlmente .sZio sensivelmente menores, pois nao medem mais do que
0,“““53 no comprimento ( valor media de 4 ) e 0,“““15 em diametro ( valor media de 3
OT’OS).
0 numero de ovos attribukeis a uma postura de uma s6 femea, calctilo conforme
observa@es at6 agora, em 50 para 100 mais ou menos.
Nao consegui ainda observar a postura
espero que o conseguirei dentro em pouco. ( 1)
Nao possuo ainda observa@es proprias sobre a postura do Aaopheles nvgy~~otn~ks. Mas vista que foram muito bem estudados sob este ponto de vista o Anoplzeles
maczdipehvzis, na Europa por Grassi, e na America do Norte por Howard, nao hesito
em declarar que em seus contornos geraes OS resultados obtidos sobre aquella especie
sao directamente applicaveis tambem ci nossa especie amazonica.
0 Anopheles p6e OS seus ovos isoladamente coma a Ste~o~~~yzkz;
s80 uns 40 at6
100 em cada postura. Medem 0,‘““‘55 em comprimento. Semelhando na sua f&ma ellipsoidal
estirada ,i do OT’Oda SIeg-ofgzyin, 6 caracterisado 2 primeira vista o ovo do A?zoplzeZes
por duas azas lateraes no eixo menor, desiguaes no seu aspect0 superior e inferior,
difficeis de descrever, mas nao representando certamente outra cousa sen%ourn apparelho de reforco local d’aquelle mesmo systema de camaras a&-iferas, j& encontradas
no ova da Ste~~o13zyi~.
Precisam de dois dias as jovens larvas, para sahir do ovo. ( 2 ) Sao creaturas
pequeninas, transparentes, muito ageis, movendo-se por contrac@o e distrac@o executadas ora para a direita ora para a esquerda. Ha meio de conhecer as larvas de
Cz~lex, Stegonz_yi/l e Anopheles desde a mais tenra idade. As de Czllex fntign;tzs, por
exemplo, por um tronco que se vae afinando no sentido antero-posterior; possuem uma
cabcqa em f&ma de um trapezio bastante achatado, tern urn siphao respiratorio muito
comprido. Em compara@o corn as figuras dadas por Howard e Theobald noto nas
( 1 ) Corn summa satisfacao registro aqui clue ainda durante a redac@o do presente trabalho a mencionada lafoi preenchida. A massa de ovos do Tacniol-h_yllchirs
jkciolafus
fGrma urn fio fino. de uns 8.“‘” de comprido, com
fileira de ovos s6mente.
Cada fio - contei dous - costuma canter uns 100 ovos aproximadamente, ( I: j4 series duplas = 108:
II: 52
duplas = 104. ) OS ovos Go c6r de fuligem escura. Na sua f6rma parecem-se corn as garrafas de champagne, gra(;as
polo anterior estirado.
( diverAs camaras ae’reas revestem. qua1 rede de malha, toda a superflcie, coma no case do OTO de ~ILJ~o~I/J~;o,
desta por&n por sua f6rma ). Nedem 0, ““6X no comprimento ( valor medio de 3 ovos mediclos) e (~‘““1~ de larqura
Cvalor medio de 6 ovos ).
As larvas levam 2 para 3 clias para sahir.
Continfio a estudar-lhes o desenvolvimento.
Ainda faz poucos mezes escrevia Theobald, o melhor conhecedor dos Culicides do mnntlo todo, na descripc;So
~Sada absolutamente se sabe at& hoje a respeito dos 0~0s. das larvas e pupas de qualgeral do genera TlEelliol-l?,112chzls:
quer especie deste genero. ( Culicidae ( 1901 ), vol. II, pag. 190).
Ha pois. mais esta descoberta scientifica indiscutivel a lanqar no saldo da actividade do nosso 1Iuseu.
Helem do Par& 30 de setembro de 1902.
( 2 ) 0 lapso de tempo minima
observado ati
hoje 6 de 16 horas.
OS Jlosquitos no Par& cncarados coma uma calamidadc
publica
21
minhas larvas que as cerdas compridas extendem-se n8o sdmente em 3 pares sobre o
cephalothorax, mas ainda sobre OS dous anneis abdominaes seguintes.
Medem ao nascer 1,1’~~“6.
iIs
lamas de Stegomyia jkscintn tern urn tronco que desde o cephalothorax ate
a parte anal conserva mais ou menos o mesmo calibre, calibre este que, ao contrario
do que se dA na larva de C. f&Q-a~zs, r&o destba l;i muito do da cabeqa e do cephalothorax ; o siphgo respiratorio 6 de comprimento mediano.
AS lam-as de A~~opheZes distinguem-se pelas suas cerdas compridas quando novas,’ e ramificadas na parte anterior, quando mais velhas ; o siphao 6 curto, porem as
cerdas anaes sao extraordinariamente desenl-olvidas.
Vivem estas larvas de materias organicas finamente distribuidas e em suspensgo
na agua ; So algas de diversas categorias ( limo ), folhas em decomposi@o, pelles vasias
de larvas etc. e ao que parece tornam-se culpadas de actos de cannibalismo, as maiores
devorando as menores.
Ha agora na economia d’estas larvas urn facto importante: apezar de aquaticas,
dependem de [email protected] akea, morrendo infallivelmente quando esta lhe 6 vedada.
Todas estas larvas tern uma necessidade imperiosa de frequentar amiudadas vezes
a superficie ou ent%o conservam-se de uma feita na sua visinhanqa.
Curioso 6 v&-se a differenca que se nota entre as larvas do Anopheles de um
lado e as do Czilex e generos parentes por outro. As larvas de Cztlex s80 ao que parece, de urn peso especifico maior do que a agua; n&o remando, corn OS seus movimentos flagellantes, a larva sempre cahe ao fundo, e uma vez l;i r&o consegue sahir
outra vez, senao mediante visivel esforco muscular.
Entretanto ellas fazem esta viagem para a tona d’agua a todo o momento, perto
de minuto a minuto. Larva que nao o faz e que r&o est& fornecida do necessario vigor
e robustez, k doente, perdida ; afoga-se.
Parece urn paradoxo, mas 6 incontestavel que urn animal aquatic0 assim pcide
afogar-se.
Subindo ;i tona, conservam-se em posi@o obliqua de uns 450 contra a vertical,
cabeca para baixo, dous possantes apparelhos ciliares ao redor da bocca, em constante
movimento rotativo, quaes turbinas, levando particulas nutritivas para aquelle sorvedouro
insaciavel; o siphao respiratorio virado para cima, chegando ao ar livre e aprovisionando-se assim novamente, coma locomotiva mediante manga d’agua, parada em frente
de um deposito.
Embora a necessidade das larvas de CzlZex e de Anopheles de prover-se de ar
na superficie seja a mesma, comtudo o modo de comportar-se entre ambas 6 assaz
diverso. Ao inverse do que temos vista em rela@o &islarvas de CzlZe3(;,
a do Anopheles,
nutrindo-se de preferencia de materias fluctuantes, leves, tern ao que devemos julgar, urn
peso especifico semelhante ao da propria agua, ~01sella detem-se principalmente na camada
superior, perto do espelho d’agua. Em vez de posi@o obliquamente inclinada, observa
de preferencia a horizontal, corn o siphao respiratorio para f&-a. ( 1) Para descer AS
( I ) Exyuisito P o costume de larva do AUO~TIIP~PS
de conservar a maior parte do tempo a cabeca torcida em
180” em relaC?io ao eixo do corpo, ou em outros termos, de ostentar o rosto virado contra as Costa%
22
OS Mosquitos no Parti cncarados
coma uma calamidade
publica
camadas inferiores d’agua - o que faz, quando se sente perseguida - ella precisa tao
visivelmente urn esforco muscular, coma a larva do G&x necessita no sentido contrario.
Em condic;bes normaes ou favoraveis, isto 6, quando o tempo 6 born e ha fartura de alimento, crescem as larvas 3 vista d’olhos. Mudando de pelle por diversas
vezes, trocando a velha sempre por uma nova, mais folgada, a larva do CZ&Z-XZ
pcide
estat- adulta depois de 7 a 8 dias.
A larva do Ano$GzeZes,porem, que precisa, conforme Howard. tambem urn dia
mais para sahir do ovo, leva o dobro, 16 dias.
Segue-se o estado de chrysalida ou de pupa. E’ urn ser inoffensivo, condemnado
a uma vida meramente vegetativa, pois nao pdde tomar alimento, tendo cabeqa e cephalothorax enrolados e envolvidos n’um envoltorio chitinoso, especie de sacco, do qua1
nada sahe senao urn par de siphGes respiratorios no thorax, tendo agora a f&ma de
piston, e urn abdomen longo corn remos anaes, parecendo corn o abdomen de certos
camaraes. Mantern-se perpendicularmente n’agua e destaca-se de longe por sua car
escura. Em posi@o, f&-ma do olho, tamanho do sacco mencionado, feitio do siph%o,
revestimento de cabellos mais ou menos curtos, notam-se differencas sufficientes para
permittir logo reconhecer se temos diante de n6s uma chrysalida de G&x _f&i,unns ou
uma de Anoflheles.
0 CzlZex fatignns
n%o precisa mais do que 2 dias para a phase de chrysalida;
o Azoplzeles mnc~tZij?ennis necessita, ao que assegura Howard, bem cinco dias para a
mesma phase.
Surge finalmente 0 insect0 perfeito.
0 Carapana alado, complete, que rebentando a casca, liberta-se por uma fenda
dorsal da prisao estreita e incommoda, n’um quart0 de hora ma% ou menos e levantando
o v60, corn presteza se affasta de seu berqo natal e desde $5 trata de cuidar da sua
propr:a existencia.
Desenrola-se asslm todo o cycle do desenvolvimento no Czklexfatignns em 11
dias rei::ondos, ao pass0 que o Anopheles mncuZipen;tzis no case da experiencia feita
pelo professor Howard em maio de 1900 na Virginia, 24 dias, portanto mais do que o
dobro. ( 1) Verdade 6, que o mesmo autor suspeita, que em esta@o mais quente o cycle
do An@heZes 1evarA bastante menos tempo, e estou tambem convencido, de que realmcnte a process0 se abrevia consideravelmente aqui na zona equatorial.
( 1 ) Nuttall e Shipley (Studies in relation to Malaria 1901)
acharam tambem 20 a 25 dias na Inglaterra ( pag.
275 ); Grassi ( Malaria, pag. 92 ) indica corn0 norma, na Italia, urn period0 de 25 a 26 dias, para umo temperatura Go
oscjllando al&m de 25 a 28” C., allegando a abreviacao corn temperatura mais elevada.
OS Xosquitos
no Par& cncarados coma uma calamidade
publica
23
Dous, dizia Goethe, sao OS eixos grandes do mechanismo d’este mundo: a fowze
e o LZP~<OY.
Se ha onde este axioma se possa descortinar corn toda a nitidez e acha sua
applica@o literal nua e crua, 6 na vida dos mosquitos, coma passamos a demonstrar.
Sahido o mosquito da chrysalida ou pupa, e endurecidas devidamente as suas
azas e toda a sua carapaca chitinosa, em contact0 corn o ar, durante algumas horas,
principia a sentir fome e trata de procurar alimenta@o. Visto que a alimenta@ no
reino dos insectos costuma ser de natureza vegetal, nao ha para mim duvida, que desta
regra nao se exceptuaram primitivamente, em tempos geologicos anteriores, 0s Czk?icz&s
e alguns outros grupos isolados tanto da propria classe dos Dipteros, coma de outras,
entre as quaes hoje encontramos a haemaphilia coma urn costume profundo e tradicionalmente arraigado no seu caracter. Logo voltaremos a este assumpto.
Phenomeno curioso agora 6 a differenca existente no modo de se alimentar entre
mosquitos do sexo masculine e OS do sexo feminino. OS primeiros procuram fructos
maduros e flat-es, l;i f&-a na natureza, e visitando as nossas casas, frequentam o assucareiro, cafe, ch5, vinho, caldos, nas chicaras, pires e pratos das nossas mezas, todas
as substancias dotes enfim, abstendo-se por via de regra, de chupar sangue. OS individuos do sexo feminino, participando, ate certo ponto d’este regimen, todavia s%osimultaneamente dados ao vicio de chupar sangue; sao estes de preferencia, que nos
fazem ma1 e contra elles em primeira linha 6 que se volve o nosso odio, fructo do desespero.
Sendo, coma acima fizemos ver, facil, de reconhecer sempre o sexo masculine
nas diversas especies de mosquitos, pelas suas antennas decoradas corn vistosas plumas,
ao passo que as femeas mostram scimente, % simples inspec@o a olho nti, bem distincta,
entre as partes buccaes, a proboscida ou tromba, em f&-ma de estylete comprido, recta
ou ligeiramente curve, qualquer pessoa e em qualquer hora poderj convencer-se do
acerto do que acabo de affirmar. Ha uns mezes, fiz o seguinte experiment0 significativo:
vendo de noite, o assucareiro em nossa mesa envolvido n’uma nu?em de carapan%s, e
verificando que born numero j5 se achava lg dentro, tampei subitamente corn urn pedaqo
de papelao e introduzi, por uma abertura previamente arranjada, urn pouco de algodao
embebido corn algumas gottas de chloroformio. Minutes depois verifiquei o resultado : 37
carapan% mortos e agonisantes; 35 individuos de especie Cz~Zexfntiga~s; 2 individuos
de S~egowzyin_fmcinta; 34 exemplares machos, 3 femeas (send0 uma de S~egot~zyin,2
de Czllex fat&-n;tzs. ) Era isto na sala de jantar.
A maioria enorme portanto era constituida de machos d’aquella especie de mosquitos que aqui no Par-2 nos molesta principalmente de noite.
E quantas vezes esta experiencia se& repetida, tantas vezes o resultado ser&
o mesmo, corn insignificante varia@o na porcentagem dos representantes de urn e outro
sexo.
Fiz, ha dias, ulna experiencia complementar. Notando alta noite, que uma certa
parte do nosso mosquiteiro, circumvisina ao meu rosto, estava pelo lado de f&-a, crivado
por assim dizer de carapan&, sapateando afflictos para cima e para baixo no manifesto
e conhecido empenho de descobrir urn furo ou buraco bastante grande, para lhes permittir o ingress0 e de me picar, por uma subita inspiracao, corn violenta tapona corn a
palma da mgo, achatei uma porC8o d’elles contra a parede, encostado 5 cama. Lel-an-
24
0~ ,\losquitos no Pal-;i cncarados corn0 uma calamitlacle publica
tei-tie e contei o resultado : 23 individuos mortos, de Czllex _fatignas, todos do sexo
feminino ! E era isto no quart0 de dormir.
E assim sempre ser8, quando procuramos averiguar, qua1 a rela@o numerica
dos dois sexes entre OS carapangs que invadem OS nossos quartos de dormir: enorme
maioria, ate a exclusividade, de individuos do sexo feminino entre todas aquellas surprehendidas no exercicio effective ou intencionado de chupar-nos o sangue - esta seiva
de todo especial, no dizer de Goethe, na mysteriosa linguagem symbolica do KFaust D.
Todos OS autores que tivemos occas%o de conpulsar a este respeito, sso concordes em declarar que 6 muito difficil de explicar porque ha entre OS Czdicides semelhante gosto para chupar sangue, restrict0 mormente ao sexo feminino (Howard pag.
12, *Theobald pag. 69 seg. ) ( 1) Nao 6 t8o difficil, ao meu ver : poucos leitores have&
que j,i r&o tenham tido ensejo de observar, especialmente aqui n’um clima tropical, coma
,
uma qualquer escoria@o, ferida em partes expostas do corpo 6 perseguida por uma
turba de pequenas moscas e insectos parentes, que v$m sower o serum do sangue substancia urn tanto adocicada. Igualmente sabe-se coma OScantos dos olhos por exemplo
dos mammiferos maiores durante certos periodos estivaes, s80 perseguidos pelos mesmos
dipteros impertinentes, que vem attrahidos pelo c<
humor aqueus )) corn que o globo ocular
6 humedecido corn vistas ;i sua func@o rotativa. Ora, todos estes pequenos Dipteros, de
par corn diversas moscas de tamanho vulgar (Stomoxys etc. ) e outras grandes, coma
as Tahnm’des, indicam-nos o caminho percorrido pela haemaphilia: OS Czdicides, primitivamente s6mente procurando seivas adocicadas, travaram conhecimento corn o sangue
animal, mediante o serum sanguine0 de feridas e contentando-se OS machos corn este,
as femeas foram a ponto de praticar intencionalmente perfura@es da pelle, para se
metterem em posse do liquid0 desejado.
Secundadas n’este mister por urn apparelho buccal positivamente mais robusto,
m&or perfurante do que o do macho, e utilisado proveitosamente o liquid0 assim, de
modo t%o facil e barato obtido, coma viaticum para as augmentadas exigencias do trabalho physiologico da postura dos ovos e consume material que d’ahi deriva, uma disposi@o para este procedimento devia facilmente tornar-se em costume e habit0 arraigado, em regra e norma, em postulato indispensavel finalmente. E r&o s80 poucos OS
exemplos que, na serie animal, podemos allegar de estranhos cases e por vezes inauditas
exigencias, que a reproduCl?o da especie pae ao sexo feminino: as ultimas proglottides
de uma Taenia ( solitaria ) nada mais s%omorphologicamente sen%ourn enorme armazem ’
de ovulos; - em certas Anguillulas entre OS vermes nematoides ( aos quaes pertence a
Meloidogyne trxig-zm, causadora da molestia do cafeeiro no sul do Brazil ) a femea transforma-se em sacco disforme repleto de ovulos ; - nos Coccidios ( pulgdes parasitarios
dos vegetaes ) a femea finaliza a sua existencia individual, dissolvendo-seem urn montao
de ovos e larvas novas, coberto pelo disco dorsal da m8e coma urn escudo protector.
90 tres exemplos, onde a m8e se sacrifica litteralmente no interesse da sua prole, n’um
grau que surprehende o nosso sentiment0 humano, pois significa nada menos do que a
completa dissolu@o material do corpo materno em descendentes.
( I ) Veja tambem T,avid Sharp RInsects B ( Cambridge
Natural
History ), Cambridge
I~OI.
pax. #j’i.
OS Mosquitos
no Pa&
encaraclos coma uma calamiclade publica
25
A’ luz de uma considera@ comparada sobre outras ordens e classes do reino
animal diminue, ou antes desapparece, por complete a difficuldade acima alludida. A
SUCC$IO
do sangue, adquirida accidental e secundariamente coma habito, tornou-se urn
factor essential da sua vida em rela@o & matura@o dos productos sexuaes da femea:
lzoje estes i;tzsectos Jwecisam
de saqpe
pava a p~o~aga~~o
da sua especie.
Muitos leitores ja terao assistido % expulsao de urn novo enxame de uma colmea
de abelhas, e B sahida dos zangaes, coma sem duvida terao tambem assistido 2 sahida
das (<i@,s>)ou <<
tanajjdras>>de urn reino de formigas salivas. Aquelle grandioso fervilhar
de innumeros individuos alados no ar, <<
fazendo ver%o>>,coma o povo costuma dizer,
n8o 6 outra cousa, sengo o hymeneu d’estes insectos, pois n’aquella occasi%oe no ar
d&se o encontro dos individuos de ambos OSsexos.
Exactamente da mesma f&ma se explicam OS enxames de mosquitos que se nota
entrando, ao anoitecer, pelas janellas e enchendo OS nossos quartos de urn funesto zunido : est%o celebrando ahi suas orgias e bachanaes. Sao principalmente OSmachos, que
reunidos em turmas de 50 a 100 ou mais individuos, condensados em compacta nuvem,
invadem ,iquella hora a casa, para se encontrar corn as femeas que ahi sabem ou suppdem exktir. Quem j& n&o ter6 presenceado & scena que se nos offerece, quando entrgmos n’um quart0 escuro na hora indicada?
Ulna infernal musica ( 1) de innumeros carapanas fere o nosso ouvido, ao mesmo
tempo que urn ou outro a todo o moment0 T-em esbarrar contra o nosso rosto, corn
revoltante cynismo e palpavel provoca@o. Fazendo luz percebemos ao redor de urn
f&o luminoso, danqar e fazer freneticas cabriolas a impia multidao: s8,o duas nuvens,
cada qua1 composta de individuos de urn sexo sbmente, que e.svoaCandoe descrevendo
caprichosas evolu@es, executam, mediante o som produzido pelas vibra@es das azas e
halteras, uma orchestra ou chore recitative, regida pela batuta de Eros.
Quem se der ao trabalho, poderj convencer-se depressa, que ha dous sons, urn
mais alto e outro mais baixo : o primeiro 6 produzido pelos machos ( 2 ), o Segundo pelas
femeas. Com mais alguma pratica, chega-se igualmente ao resultado, que ha differencas
perfeitamente perceptiveis no timbre do som produzido pelas diversas especies, coma
as ha entre OS dous sexos de uma mesma especie. 0 canto do Czllex jktignjzs 6 differente do da Stegollzyin fascinta, o d’esta outra diverge do Taeuiovhym9zzts que por
sua -\-ez n2o 6 igual ao do A;rzopheZes.Sinto n8o ser sufficientemente versado em theoria
de musica, para poder definlr de mais perto o caracter physico-acustico do canto de
cada uma das quatro especies; estou conr-encido de que o som de cada uma tern urn
numero certo das suas vibra@es, que poderk ser determinado e medido por meios scientificos rigorosamente exactos.
Cantam, porque assim se fazem sentir e reconhecer a alguma distancia OS dous
sexos. ( 3) Nada mais destituido de ceremonias do que a reuniao sexual: uma femea
( 1 ) FJta
pouco pal
perfazer 2.03) annos j;i, desde que 0 naturalista romano Plinius levantou a quest20 na
Iistoria Naturalis >J I,ib. 2: it ubi vero tYuclr/Clltrzncillam et portione masumam vocem ingeneravit culici ?3 0 que,
livremente traduzido se1ia (< <Juem e’ clue dotou 0 mosquito de Co meclonha voz, muito mais forte cl0 clue cleveri ser em
proporC;lo ao tamanho do corpo? )
5113
* I
( 1 ) X5o cantam tambem OS machos entre as ciqarras. OS grilles; OS gafanhotos, etc. ?
( j )
senticlos.
OS 0rgZos de visllo 1150 $0
Irl muito escellentes 110s Czrlicidfs e em todo 0 case inferiores aos dos outros
I
26
OS Mosquitos no Pari
encarados coma uma calamidade
publica
qualquer desliga-se subitamente das suas comp&heiras e approxima-se da nuvem dos
machos em danqa. Immediatamente 6 segurada por urn macho e, ligados, o par affasta-se
da indiscreta multidso para urn canto. Nao 6 raro esqueccr-sp este da mais elementar
prudencia: tontos esbarram contra tudo 6 sao capazes de rolar pelo ch8o.
Tambem observei cases, onde uma femea cahia segurada por dous machos ao
mesmo tempo, dando-se o espectaculo de urn formidavel r6lo, - indicio do frenesi sexual
que reina em taes bachanaes. ( 1)
Parece que a copula sexual tern o effeito de acordar e estimular o instincto
sanguinario das femeas, pois tanto quanto se sabe ate hoje concordam todos OS observadores, que sgo principalmente s6 as femeas fecundadas, que se dao ao exercicio profissional da haemaphilia ( 2 ). De facto, a femea, realisada a copula e aprovisionada corn
uma carga respeitavel de sperma aquella sua triplice bolsa especialmente destinada para
deposit0 do fluid0 fecundador - conhecida dos anatomistas pelo nome technic0 de weeptacz&w sewzi;lzis e sita A base da abertura sexual feminina - corn extranha furia se
atira contra qualquer mammifero maior, o homem inclusive, que esteja dentro de uma ;irea,
proportional k sua capacidade de voar e A energia dos musculos motores das az&,
extrahindo-lhes o sangue. Nao uma, mas muitas vezes tive occasiao de v&- coma o carapana escolhe o logar idoneo para praticar a perfura@o, orientando-se previamente
sobre a visinhanqa de urn vaso sanguine0 e a espessura da cutis.
Nao incommodada, levantando as pernas posteriores, esfregando-as e imprimindolhes urn movimento de vae e vem, em visivel signal de satisfa@o, enche-se a n%opoder
mais; poder-se-ia dizer, que qua1 sangue-suga repleta, fica litteralmente ebria, porque
uma vez chupando, deixa-se conforme as especies, mais ou menos facilmente esmagar
ou apanhar corn urn tubo de vidro. E 6 sempre assim que eu obtenho as femeas dos
nossos carapan% destinadas ;is minhas investiga@es. Finalmente larga, coma tonta,
cambaleando e esbarrando contra qualquer parede, pela quantidade de sangue haurido
transfvrmada em sacco ou tubo disforme, atravez do qua1 transparece o rubro fluid0
traiqoeiramente subtrahido ao nosso corpo, - CO;~‘~ZIS
delicti visivel 6 distancia. ( 3)
Movendo se, corn difficuldade, pelo peso do sangue, preguiqosamente, procura o
primeiro cantinho socegado nas immediacdes, para ahi tratar da digestgo.
Esta opera-se ass& depressa; observa@es minhas a este respeito sobre CzlZex
fcztignfzs principalmente autorisam-me a declarar, que dentro de 24 horas a visivel diminui@o nos contornos do abdomen indica o rapid0 progresso, al& comprovado pelas
repetidas e amplas defeca@es e julgo que j,i nas noites seguintes a femea estarLi outra
niio co+
( 1 ) Ilizern
OS autores ( Theobald
pg.
63 ) que OS machos dos Czdicides, corn escepC.50 dos Airc~/dwles
tumam frequentar as casas. c(I hare never seen a male C. pipiens or of any other European species indoors. x Esta affixma@o Go procede para OS nossos carapank aqui no Pal-ii, onde tanto do Czllex frrtipus coma da Stl~pu_via fisriutn OS
machos em nuvens diariamente invadem as nossas casas.
Pode ser yue isto s6mente se de onde a invas5o dos mosquitos j;i tomou caracter e ashento endemico: born signal
em todo o case n5o 6.
i 2 ) Eis ahi a resposta dada pela sciencia hodierna :i pergunta levantada pelo antigo naturalista
no final do tt-echo, que serviu de epigraphe ao presente trabalho.
romano Plinius
( 3 ) Obserrei corn o relogio na m5o o tempo que levara uma femea de T~lpnio~~~~‘rrrhzIs
f~sc~~~~alus, desde o momento de praticar a perfora$o
at4 o de largar, repleta ji de sangue. Durou seis minutos.
OS Mosquitos no Park cncarados coma uma calamidadc
publica
2’7
vez em condi@es de sentir vontade para repetir a experiencia. Nao ha duvida, que
uma e mesma femea pdde buscar e normalmente buscarA mais de uma ra@o de sangue, picando em noites successivas e - talvez individuos diversos. ( 1 ) Ahi estii justamente o ponto principal, que deve nos chamar a atten@o pelo prisma do interesse
sanitario, pois n’isso reside a explica@o da transmissibilidade de certas molestias ao
homem pelo intermedio do mosquito, coma vehiculo.
Se a femea se contentasse corn uma ra@o unica de sangue humano, extrahido
de urn unico individuo, a molestia forqosamente extinguir-se-hia, porque, embora o mosquito femea tivesse se infeccionado corn o parasita, este morreria consequentemente &
morte do mosquito, pois nao 6 hereditario para a descendencia d’aquella, quer dizer, OS
ovos de uma femea infeccionada n8o sgo infeccionados: A infec@o 6 adquirida cada
vez individual e pessoalmente pelo mosquito adulto. ( 2 ) Ora, precisando, por exemplo,
o parasita causador da malaria o F’Znsmodiz~~zzw&zvine Laveran (antigamente Laverania) s6mente urn period0 de 48 ate 72 horas para o seu desenvolvimento (3), uma
femea de .4nopheZes, tern corn a dura@o de sua vida que no minim0 se dever8 avaliar
em duas para tres semanas, evidentemente tempo folgado para chupar sangue de urn
malarico, infeccionando-se corn a introduc@o de globulos de sangue affectados do Pins~zodio, de permittir ao parasita amadurecer e metamorphosear-se nas glandulas salivares
e de inocular o product0 de scissZIod’esta ( o tal spovo~oite de Grassi ) novamente no
momento, da picada, em individuo humano, antes n8o infeccionado.
0 que eu queria deixar patente aqui, 6 por ora unicamente o facto, de que o
cycle normal do desenvolvimento complete do PZns~~~odizwz
mnlnvine, causador da malaria, effectua-se do mosquito (,4tiopheZes) ao homem e do homem ao mosquito, infeccionando-se estes dous seres reciproca e alternadamente r&o querendo eu corn isto, bem
entendido, negar em absoluto uma eventual possibilidade de transmiss8o directa do morbo
malarico do homem para o homem; porem n8o se dando este case espontaneamente na
natureza, e n%o passando alem de uma experiencia artificial de laboratorio e hospital,
s6mente lhe cabe importancia theorica.
( 1 ) Escripto isso j;i alguns dias, leio no (\ Journal of Tropical Afedicine D 1()01. I)ec. 16 um artigo de I. E.
I)utton sobre a Filariase humana, onde vejo clue OS membros da NLiverpool Expedition x na Nigeria puderam averiguar,
clue 0 Ai20~12~1~~rostnlis e 0 A. f~nrstm precisam sangue pelo menos de dous em dous dias para a matura$to do ovario.
( 2 ) Koch, clue a principio ( ainda em 1898 ) tinha admittido a possibilidade eventual da hereditariedade do
paraGta do mosquito-m;ie para OS seus ovos e as suas larvas ( A\erztl. Beobacht. in den Tropen. Herlin 1898 pag. 366 ) ja
tlous annos depois ( 1909) ( Ergebnisse d. d. Malaria Expedition. Berlin 1()0X png. j ) entrou francamente na verecla aqui
tra(;ada.
Grassi forneceu a proya experimental ( confer (( Malaria 1) pag. 12i. )
( 3 ) E’ necessario lembrar
clue o parasita da malaria tern dous modos de clesenvol\-ewe, clue podem guardar
entre si uma certa independencia, ou completar-se e ensertar-se reciprocamente n’um unico cycle evolutivo alargado. Designamos uma \-ez 0 primeiro corn a lettra - A.
Abrange todas as phases de metamorphose ( Go natla menos de clue 14) desde a entrada do plasmodio, corn
as was migra$des pelo interior do corpo do mosquito at& a
sangue humane infeccionado. pela proboscida do Auo~~~P~Es,
sua inraGo nas glandulas salivares no mesmo mosquito prompto j<, para infeccionar novamente nn primeira occasiao dada.
Iiealisa-se tot10 no corpo do AII0~11PIf~S.Chama-se technicamente o r~~c-lorz?~,~l~ig~~liro,
por ser morphologicamente caracterisado pela forma<%) de productos sesuaes. E\-ige urn period0 de 12 dias para effectuar-se.
phases da metamorphose desde a infec@o de
1)esignamos 0 segundo mod0 coin a lettra B. A1l~range as poucas
sangue humane pela picadn do d/ropbr/rs infeccionatlo, - GO 4 apenas.
Realisa-se todo no corpo do homem, no sangue. Chama-se technicamente o ci\‘c20 wonogouico, por ser morphologicamente caracterisado pela reproduc@o asesua - a esporula@o. KSo necessita senao 2 a 3 dias para effectuar-se.
0s dous modos Al e 11 podem combinar-se n’um cycle evolutiro complete, alargado A + B, esigindo um period0
de 14 a 1: dias, a saber, 12 no corpo do L~i!oph~lleso 2 a 3 no corpo do homem.
OS dous modos de reproduccao do parasita da malaria p6dem ser convenientemente comparados corn o que se da
28
OS Mosquitos no Pal-6 cncarados como uma calamidade publica
Mas retolnando o fio da nossa descrip@o da biologia do mosquito, diremos que
femea assim fortalecida e habilitada por uma cura temporaria de alimenta@ especialmente sadia e roborante, qua1a representa o sangue, este succo de vida fabricado por
outros organismos maiores e mais fortes, sentindo-se proxima de tornar-se m%e,procura
uma localidade na visinhanqa, que se n8o far justamente a mesma, onde ella mesmo
nasceu, ngo esteja longe e apresente ao menos condi@es exteriores similares. Pousa na
haste de urn capim, emergindo d’agua e, vindo a hora, desce ;i superficie do liquido, de
noite, pondo aquella quantidade de ovos, nas circumstancias que no principio deste capitulo ref erimos.
Questao n%o de todo liquidada 6, se a femea, posta aquella massa de ovos, 6
exgottada e morre, ou se retomando alimenta@o e sobretudo provendo-se novamente
de repetidas ra@es de sangue alheio, capaz de fornecer ainda ulteriores massas de 01-0s.
Incline-me antes para primeira eventualidade, guiando-me por aquillo que observe em
femeas tidas no captiveiro : 6 regra geral, que ellas morrem logo algumas horas depois
da postura dos ovos. Comtudo nao contestarei em absoluto a possibilidade da segunda : 6
assumpto de experiencias especiaes, para a qua1 ainda nao tive o tempo.
Em todo o case poderemos, corn bastante certeza predizer, que se a segunda
eventualidade de facto se p6de dar na naturuza, para as ultimas posturas r&o 6 necessitada nova copula sexual, vista que a provis;lo de sperma contido no ~ec@tncz;l~z~?;?z
se~knis, 6 mais do que sufficiente para fecundar uma serie de posturas consecutivas
de ovos.
Haja vista aos exemplos analogos corn a <<
abelha-mestra>>entre as Apides e a
<<
1
%
2
,
na
formiga
sativa,
onde
estas
<<rainhas
)),
isto
6, as unicas femeas normalmente
c‘
constituidas sob o ponto de vista dos requisitos sexuaes e das habilita@es reproductivas,
tambem gastam da provis%o de sperma depositada no mencionado orgam, passando a
sua vida, depois de curtissima lua de me1 e passageira ~o~wge jloce n’uma definitiva e
indiscutivel viuvez.
a
Aqui 6 tambem o logar proprio, para communicar que as minhas observa@es
relativas aos logares escolhidos aqui no Par& para a postura dos OT’OSpelo Cz~Zexftrt&nns por urn lado e a Skgowz~Gz fclsciatn por outro concordam corn as que foram
feitas pelos Drs. Durham e Myers ( 1 ) nos arrabaldes da cidade.
0 primeiro contenta-se corn qualquer poco d’agua, por mais choca e fetida que
seja ; depress6es corn agua servida, calhas de exgottos etc. tudo lhe serve. Assim tambem no captiveiro 6 aquella especie, que no laboratorio cornrelatka sem cerimonia se cria
nos aquarios e boccaes de experiencia. Diverso j& o caracter da felina Stegonzykz, que
6 bastante caprichosa na escolha dos seus logares de cria@o ; prefere mais a agua relativamente limpa, coma costuma ser encontrada em depressdesde calhas horizontaes
( 1 ) Notes on Sanitary
conditions etc. pag-. 9.
.
OS hlosquitos no Par6 encarados come uma
calamidadcI>ut>lica
3:)
de chuva nas casas, em barris, quintos, caldeirdes nos quintaes, no cora@o das folhas
ainda enroscadas das bananeiras, de bromelias etc. Tal se comporta tambem no captiveiro : r&o vinga a cria@o sen%o em agua isenta de outras misturas que nao sejam
algas e semelhantes vegetaes cryptogamicos proprios para a alimenta@o das larvas. ( 1)
c.-
Resumo do que dizem algumas notorias auctoridades
acerca do papel sanitario dos mosquitos.
Koch, em Berlim, ainda em 1898 assim se pronunciou sobre a sua opiniao relativamente & transmissao da malaria pelo Anoplleles: <<Emconsequencia dos factos que
cada vez mais se v~o avolumando em favor da theoria dos mosquitos, em tempo moderno todos OS investigadores da malaria, que n’este terreno alguma importancia podem
fazer valer, viram-se mais e mais impellidos a acceitar esta theoria. Naturalmente 6 e
fica p7~orcrisol~inrnelzte
uma theorin, que ali& tanta probabilidade tern a seu favor, que
torna-se urn postulado urgente resolver esta quest%0 experimentalmente de qualquer
maneira )). ( 2 ) Mas j;i, dous annos depois, em 1900, de volta da expedi@o especial da
malaria, enviada pelo Govern0 Allemgo, e chefiada por este professor, elle declarou:
<cA nssinz ckmzndn
theon&
par
tel
theovia
tomndo
dos mospitos
feicL?o de
21112
deixou
facto
de sev, ~nvn no’s pelo menos,
positive
scie&@xmvewfe
hem
2~12~~
_f2m-
dndo )). (3)
Grassi, este incansavel pesquizador italiano, disse no anno passado, no Congress0
International de Zoologia em Berlim, literalmente : (<A malaria 6 uma molestia febril,
qzie c’ mhmente
cnuscrrdapeln picndn do Anopheles T ( 4 )
Howard ( 5 ) escreveu no seu utilissimo pequeno tratado sobre OS CztZiciLl’esdos
Estados Unidos da America do Norte, ha dous annos: (cNao 6 aqui o logar opportuno
para discutir cabalmente o historic0 das recentes descobertas, que produziram n muito
peyfeita p~mm, de que OS mosquitos podem transmittir e de facto transmittem o germen
malarico de urn paciente malarico, depositando-o no sangue de outra pessoa SX Aquelles
que se interessam n’este assumpto, seja recommendada a excellente memoria: KOn the
rale of insects etc., as carriers in the spread of bacterial and parasitic deseases of man
and animals )> do Prof. G. Nuttall ( 6 ) e bem assim o trabalho do Dr. K. ROSS ( 7 )
<(Malaria and mosquitoes>>.
( 1 ) ‘rive de abandonar o projecto. de acrescentar aqui um capitulo especial, dedicado esclusivamente a’ descripC50 dos endo-parasitas microscopicos transmittidos a0 hnmem pelos Culicides. conforme a actual phase da sciencia
zoologico-medica. Semelhante tentatixra naufragr6
necessariamente 017 ilri/io, quando Go ha meio de ajudar a comprehens5o
do testo mediante farto cabedal illustrative.
Xerztliche
( 2 ) Koch, CC
Heobacht. in den Tropen j). 1898. pax. 306.
Ergebnii;se der Malaria expedition etc. >) 1900: pax. 5.
( 3 ) Koch. CC
..
( _t) Grassi. (<Mosqui tos als Iiber triiger der Filaria x Periodic0 C:IJmschau i,
V. N.“” 48, pap. 94’i.
(
j )
Xotes
on
the Mosquitoes. \\‘ashington,
(6)
John IJopkin’s
Hospital
(7)
1,ecture at the Royal Institution
19CXJ,pas. 15.
Reports, L-01. VIII.
of Great I{ritain,
t 1Iarch.
( Frankfurt a 11. )
l(JOl.
23
1:OV.
tOnI.
OS Mosquitos no Pal-5 encarados coma
30
uma calamidade
publica
Quanto diz respeito a malaria, a
E Theobald assim se exprime recentemente: <<
theoria do Dr. Manson, na qua1 o principal papel cabe aos mosquitos, tern agora sido
terminante e definitivamente provado o seu acerto pelo Major Ronald Ross e o Professor
Grassi, e tantos outros observadores, que contribuiram corn o seu quinh%o para este
assumpto sobremodo importante. ( 1)
E limitando-me a citar ainda OS duos trabalhos de Rees ( 1900) e de Manson
sobre a prova experimental da theoria dos mosquitos>>,refiro-me em tudo
( 1900), ambos <<
o mais % j& volumosa literatura moderna, cuidadosamente compilada pelos Prof. Nuttall
e Shipley no ~~Jozwnnlof Hygiene )> Vol. I, 1, ( janeiro 1901) pag. 75 e seg., Theobald
qCz&cicZes)>( 1901) vol. 2, cap. Bibliographia, pag. 369 e seg. e Grassi <<
fW&kwin )j ( 1901),
pag. 232 e seg.
Isto, em rela@o Li malaria.
Xgora a respeito da ~~fiZLzYinse~~
vejamos o que dizem as auctoridades sobre o
seu nexo corn OS mosquitos.
Koch j& em 1898 disse na conferencia acima alludida: <<Restaainda outro parasita do sangue, a Filnvin smzg-zrinis, que PRovADAnnwrE6 transmittida pelos mosquitos )>.( 2 )
Grassi affirma : (<Experimentalmente provamos que a fiZavin se transmitte, pela
picada, do vertebrado mosquito, voltando novamente, pela picada, do insect0 ao vertebrado )>.( 3 )
Pronuncia-se Theobald ( 1901) ( 4) da seguinte maneira : (<0 mosquito tambem
age coma abrigo intermediario da pequena helmintha conhecida por Filnvin Bnmzroftii,
que causa uma mortandade consideravel nas regides tropicaes e subtropicaes. (5)
Aos Drs. Bancroft e Manson devemos a descoberta da maravilhosa historia evolutiva d’este verme nematoide. Este verme do sangue passa por transforma@es evolutivas nos mosquitos que ingeriram sangue human0 que OS contem. ))
E o Dr. Durham, que aqui no Par& esteve em missao scientifica, falla da filariase
n’estes termos textuaes : (<Esta molestia, cuja origem se prende aos mosquitos, n8o 6
raro encontrar-se no Par& )>.( 6 )
Ora, soffrendo o cachorro de casa de urn verme nematoide parasitario do sangue,
proximo parente do do sangue humano, a FiZnvin iarmitis, ( 7 ) e sabendo-se que o
( I)
Theobald,
Culicidae,
( 2) Koch, lot. cit. pag.
(
1~61
).
Vol. I, pag. >;_I.
305.
( 3) Grassi lot. cit. pag. 91-I. liefere-se a um trabalho
_\!l67liral Jaui-ruzl ( lgoo),
corn 0 titnlo : :(,lirrcrr ill1 p,Yya,p~‘lio
picda de certos mosquitos.))
(4)
Lot.
feito em collaboraqrio corn iVoe e publicado no BI-itish
Fillrrias tlo srl~r~;~:rllr
cJ.sc.lllsiiltllilrlrtP
prlo illterlrledio da
llrrs
cit. pag. XX.
Grassi. Ioc. cit. pay, @,;, chama a
k\
filariase )) ‘< uma molestia terrivel,
contra a qua1 ainda n5o se conhece
remedio ce!-2
(6 ) Lot.
cit. pag. S.
( 7 ) Eu mesmo jSi encontrei a FiZiz/-in ilumitis em cachorro no Rio de Junejro. A auricula
acha-se as vezes repleta de urn b6lo d’estes vermes filiformes.
esquerda do cora+o.
0s IUosyuitos no Pari
encarados coma uma calamidade
publica
31
parasita passa a sua phase initial no mesmo mosquito C&x fatigmzs, as circumstanciadas experiencias feitas corn o fim de elucidar as relac?ies do insect0 para o cachorro
sob o ponto de vista do dito verme parasitario, adquiriram uma importancia capital pelo
parallelism0 clue offerecem e as conclusdes de analogia que permittem.
*
. *‘ .
A
Isto em relacao a filariase. Agora veremos, o que, pelo mesmo prisma, se diz
da .febre nmn~~elln.
Disse Grassi no Congresso International de Zoologia em Berlim ( 1900) : c<Nos
ultimos mezes obteve-se tao robusta affirmacgo em factos experimentaes, especialmente
gracas Ais observacoes de Reed, Carol e Agramontes, que se pdde pretender corn absoluta certeza, que e febre amarella e exclusivamente dissiminada pelos mosquitos>>( 1)
Theobald recentemente assim se exprime : <<Pelos recentes estudos e experiencias
em Cuba chegou-se a esta conclus~o : 0 mosquito serve de vehiculo intermediario para
o parasita da febre amarella, e e altamente provavel que esta molestia seja unicamente
disseminada pela picada d’este insecto. <<Edesde entgo vejo pela imprensa scientifica,
que e a S~egowyi~z _fmcilrtlr, que foi demonstrada ser o 7zosfledeilfodo parasita da
febre amarella. ( 2 )
E no capitulo do seu livro, que trata da Stegoj?z_z!icr
fascicrta l&se textualmente:
c 0 parasita da febre amarella e disseminado por este mosquito Y ( 3). Outrosim o Dr.
Durham, da Escola de Medicina de molestias tropicaes em Liverpool, urn dos medicos
que aqui no Par& estiveram estudando especialmente esta molestia, escreve no seu relatorio : ccA rela@o dos mosquitos para corn a transmissgo da febre amarella nao devia
ser ignorada.
Por meio de experiencias directas sobre o homem, a Commissao Americana
chefiada pelo Major Reed mostrou que a febre amarella pdde ser transmittida por um
mosquito scientificamente conhecido por Stegovzyia fasciata. . . E’ muito frequente no
Par& e em Manaos nas casas, e muitas vezes e carregado por alvarengas e navies.. .
Por certos indicios e circumstancias a ExpedicBo no Para chegou a pensar, que provavelmente ainda urn outro mosquito bruno de casa teria igualmente sua coparticipa$to
na transmissao da febre amarella 1)( 4 ) ( allude ao Czllex fat&am
de Wiedmann. )
Koch em Berlim, tendo na sua conferencia jfi diversas vezes citada acima, em
1898, chamado a attenc8o publica para <c
a febre do Texas, >>grave molestia do gado no
Sul dos Estados Unidos e observada por elle tambem nas novas colonias allem%s na
Africa, molestia caracterisada por urn parasita dos corpusculos sanguine.os,chamado
e transmittido por urn carrapato, (Ixodideo),
Pyroplasma (Pyyosoma)
big-eu2imm
Boo$hiZzls bo~is e depois para a molestia <(Tse-tse )), outro flagello perigosissimo para
a criacao do g-ado na Africa oriental, por sua vez disseminada por uma mosca ; passando
( 1 ) CC
Umschau :), lot. cit. pg.
(2 ) Theobald,
Culicidae,
(348.
( 1901 ). 10~. cit. pas. 60.
( 3 ) Ibidem, pag. 293.
( _+) Dr. I)urham,
lot. cit. pg.
6.
OS Mosquitos no Pal-d encarados coma uma calamidade
32
publica
tratar da malaria e outros males aparentados, exclama : KI?’ um facto, clue
recentemente chegamos a conhecer toda uma serie de diversas molestias, que devem a
sua origem a certos parasitas do sangue, nos quaes a transmissgo i;tzdz&‘tnwZwzente
tern logar por taes insectos chupadores de sangue >j ( 1)
Pod&
haver quem queira retrucar, que n8o se conhece ainda bem o parasita
da febre amarella. Nao encontro resposta melhor e mais Clara do que a contida nas
0 causador da molestia 6, visto que o baccillo de Sanarelli ngo
palavras de Grassi : <<
pdde mais ser considerado coma tal, desconhecido ainda, n’este momento, mas o facto
de que, para a transmissao da molcstia. 6 necessario urn period0 de 12 e mais dias depois de infiltrado o sangue infeccionado por parte do mosquito, isto 6, urn period0 igual
Aquclle que precisam OS parasitas da malaria dentro do corpo do Ano$&eZes, para chegar na sua peregrina@o ate dentro das glandulas salivares, -0 facto outrosim, que a
febre amarella sdmente se dissemina pelas picadas dos mosquitos, levam A supposi@o,
que se trata de urn parasita, que ngo deve ser muito diverso do da malaria. . . Certamente cada urn perguntarA, coma 6 possivel, clue OS parasitas da febre amarella ainda
ngo foram achados ? Respond0 a isto, que provavelmente grandes surpresas nos esperam.
At6 agora admittia-se que corn OSmeios ordinarios de conserva@o e OSmethodos usuaes
de [email protected] OS parasitas r&o nos poderiam escapar.)> ( 2 ) Estende-se Grassi, entao servindo-se do exemplo das suas proprias experiencias relativas & febre do Texas, sobre
a probabilidade que ha, de ter o parasita da febre amarella escapade de ser vista at6
agora gracas talvez unicamente a certos costumes especiaes, ( 3 ) &is suas qualidades
opticas ou ao seu poder refractario aos meios de tinccao usuaes na microscopia.
depojs
a
Ahi formei uma pequena polyanthea de julgamentos emittidos por notorias auctoridades, - julgamentos todos que, corn nitidez e clareza que nada deixa a desejar,
caracterisam o actual estado da sciencia registrando a interven@o dos mosquitos na
transmiss%o de uma serie de molestias grayes, e das mais graves, coma facto inabalavel
e verdade solida.
Duvidar d’isto hoje j& n8o 6 mais licito.
Facilmente eu poderia duplicar e triplicar o numero dos scientistas de vaior medicos e zoologos que se acham A frente da brilhante phalange, que de dia em dia
mais se vae avolumando, d’aquelles que possuem a necessaria intui@o para romper
corn a rotina e comprehendendo o alcance do assumpto, sao fervorosos adeptos do combate Li oz&/nlzce aos mosquitos. Ou podera haver realmente quem queira ficar atraz dos
negros africanos em terreno de born senso-commum ‘i
Pois nao 6 sem malicia, clue o celebre Prof. K. Koch em Berlim conta. (4) coma
( 1 i Koch, 10~. cit. pag. 2X3 seg., pag. 305 sex.
(2 ) Grassi, lot. cit. pag. g_+t; seg.
( 3 ) A Fillzria hzrvc~ftii
por esemplo 6 principalmente encontrado em provas do sangue, retiradas do paciente
depois do sol posto; augmenta o seu numero at& meia noite, para enCo tomar desenvolvimento deseenuente: desde meio
dia ate’ a tarde n5o se observam filarias no sanque.
( _C‘I _Ierzt. Heob. Herlim.
1X5$3,
pax. 311.
’
OS Mosquitos no Par& encarados coma uma calamidade
publica
33
OS negros da tribu Mschamba, na montanha de Usambara, na Africa, residindo nas alturas, temem descer as regi6es baixas circumvisinhas, corn medo da febre: febre tern
na sua lingua o nome <<
rnbti>, e <<
mbu )) significa simultaneamente na mesma lingua, mosquito; tao perfeito conhecimento do nexo causal entre mos~z~ito e febre possuem, que
designam ambas as cousas corn o mesmo termo!
D. - Resultados praticos que clamam por urgente applica@o.
Nao ha mais duvida possivel de que devemos evitar a todo transe a picada dos
mosquitos. As razoes porque assim devemos fazer, subordinam-se a dous pontos de vista
principaes. 0 primeiro 6 o das molestins, sendo exuberantemente demonstrado pelo que
aqui adiantamos, que alem da accao provadamente perniciosa d’essas especies de mosquitos na transmissao de taes molestias, ha manifesta probabilidade da existencia de
outras correlacaes semelhantes, por ora ainda desconhecidas nos seus pormenores, onde
outras especies de mosquitos, de Dipteros parentes e Arthropodos em geral ser%ourn dia
reconhecidas coma directamente culpadas da propagacao d’este ou d’aquelle morbo.
0 Segundo ponto de vista, no meu pensar n8o menos importante, 6 o do desasocego
esfiivitzlal e da rrE& physica. Se urn respeitavel medico e scientista, o Dr. Durham,
resumiu o seu juizo acerca do nosso clima e estado sanitario na phrase: ~~Emboraem
alguns respeitos o Par-a nao seja insalubre, o clima 6 excessivamente enervante, especialmente corn a precisao de manter tensa a actividade mental >>( 1 ), n6s no Museu para
quem em alto grao quadra o case ahi indicado, e que, podemos dizel-o, conhecemos o
clima do Para por estudos que nos centros scientificos s%otaxados coma OS melhores
e OS mais aprofundados que tern sido feitos ate hoje, n6.s nao hesitamos nem urn momento em declarar que, se o alludido estado de cousas existe de facto, peiorou a situacgo
sensivelmente dentro dos ultimos trez ou quatro annos e que a culpa principal reside,
ao nosso ver, na espantosa multiplicacao do carapang de perna rajada, da Stegomyia
fasciata! E’ urn horror !
E’ simplesmente incrivel a tortura que a gente soffre physica e pychicamente,
desde o nascer do sol ate o occaso, por esta furia sanguinaria. Como se r&o bastasse
j% a anemia, este fatal patrimonio das regides intertropicaes, junta-se-lhe a neurasthenia,
resultado .em grande parte da implacavel luta pela existencia corn a sua crescente acrimonia fomentada e augmentada ainda pelo desespero forcosamente sentido par quem
bem queria trabalhar e nao pode, devido a este flagello. Quanta energia n%o e matada
no embr@o, - quanta iniciativa n%o e vilmente assassinada de costas por esta viper-ma
creatura, que incessantemente trabalha pelo descredito do Par& ! Fustiga OSsaos-martyrisa OS doentes: qua1 e o pae que, vendo prostrado urn ente querido par traicoeira
molestia, nao sentiria a tentacao de acompanhar Goethe no seu pensamento, quando km
1 ) Dr. Durham,
Notes on sanitary
conditions obtaining
in Parri, 1901,
pzg. _I.
34
OS Mosquitos no Par;i encarados
coma uma calamidade
publica
que testemunhar corn OS seus proprios olhos, coma estaI creatura infame, desalmada, de
mosquito nem respeita 0 corpo soffredor?
Apontada assim mais uma vez a necessidade indiscutivel de abrirmos abertamente campanha contra OS carapan&, approximamo-nos da tarefa de estudar summariamente 0s Meios de con&&e.
Tratando-se aqui por ora somente dos meios tendentes a combater OSmosquitos
e a accao directa dos mesmos, e, apenas indirectamente, as molestias por elles causadas,
obedecem as diversas categorias ao seguinte agrupamento natural:
I) installacoes que tern por fim affastar e impedir o mosquito do contact0 corn
o corpo human0 ( mosquiteiros, installacoes domesticas systema Grassi etc. ) ;
2) matanca dos mosquitos adultos nas casas;
3) matanca das larvas nos seus logares de crea@o (tratamento corn kerosene,
method0 Howard ) ;
4) diminui@o ou extinccao d’estes logares de criacao onde isso for praticamente
exequivel ;
5) saneamento em maior escala, escoamento dos brejos, - drenagem - deseccamento do solo corn plantacoes apropriadas ( Eucalyptus etc. )
Logo se ve que a primeira categoria comprehende medidas de mera defensiva ;
as quatro outras porem revestem o caracter de declarada offensivn. Tambem comprehende-se simultaneamente, que a accBo relativa as quatro primeiras 6 perfeitamente
accessivel 5 iniciativa particular, ao pass0 que a quinta, por motivos faceis de adivinhar,
ficara principalmente dentro da orbita da acc%o official.
Passemos ligeiramente em revista urn a urn OS pontos acima mencionados.
A pratica de usar mosquiteiros, para impedir OS mosquitos de nos picar, e nao
somente muito antiga, coma tambem generalisada nos diversos paizes perseguidos pelo
flagello dos CuZici~!ps.Sabemos j& pela relac%o de Herodoto, que escrevia ha perto de
cinco seculos antes de Christo, que OS antigos Egypcios usavam de urn <c
konopeiow,
instrument0 que, pela descripc%o dada do seu fim, nao era outra cousa, senao uma especie de mosquiteiro. Aqui no valle amazonico 6 ass&sconhecido e divulgado, felizmente,
o uso do mosquiteiro. Todavia seria para desejar que o uso se f&se generalisando
ainda; bastante usado, sobretudo aqui na cidade, seria isto tanto de interesse individual
coma da collectividade. Ainda ha gente que reside em quarteirdes d’esta cidade ass&s
perseguidos pelos carapanas e que nzo usa mosquiteiro.
Quando se trata de uma pessoa de reconhecida saude, nada mais ha a objectar
senao que constitue uma imprudencia e que a situacao sanitaria podera mudar urn dia,
invertendo-se; alem d’isso nem se comprehende mesmo, coma p6de haver quem prefira
deixar-se picar noite por noite, a romper corn urn costume rotineiro, que acarreta perigos! Mas quando se trata de uma pessoa provadamente contaminada de molestia
0s Ilosquitos
no Park
encarados coma uma calamidade
publica
35
transmissivel, cutaneas e outras, nao chega esta pratica a significar directamente urn
delict0 attentatorio ao interesse publico, a collectividade ?
De interesse 6 saber que, na Italia, foram corn toda a vantagem introduzidos
nas regioes flagelladas pela malaria c(znnxnvieve )>,isto 6, mosquiteiros especiaes, menor-es, para a cabeca e para as maos, para o pessoal que, em virtude da sua profissao,
e obrigado a expar-se ao ar livre as picadas dos mosquitos. ( 1) Ao mesmo tempo foram
acompanhadas de optimo successo as intelligentes medidas la postas em pratica, de
proteger as habitac6es do pessoal das estradas de ferro, as estacoes, etc., adoptando
urn systema de applicacao geral e radical de tela de arame fina nas portas, janellas,
charnines, aberturas de ventilacao, etc., em summa, em toda e qualquer abertura communicando o exterior corn o interior. ( 2 ) Urn verdadeiro triumph0 da sciencia sobre a
rotina significa, por exemplo, a experiencia em grande escala executada pelo Prof. Grassi
na zona malarica da Estrada de Ferro de Napoles a Reggio, na baixa Italia, ( Provincia
de Salerno ), sita entre as esta@es Battipaglia e Reggio, justificando plenamente o jubilo do valoroso autor contido na exclamacao:
<<
E quando se visitar d’aqui a uns annos a minha Italia, nao se encontrarao mais
(ttantos sertoes incultos e brejos invios, onde reina o germen mortifero, mas por toda
<ca parte campos ferteis e povoacoes florcscentes. A Hygiene guiada pela Zoologia, tera
ccrealisado esta obra, que a phantasia dos povos da antiguidade inseria entre OStrabalhos
(<de Hercules. >>( 3 )
Todas estas medidas, que em 1900 corn brilhante exito soffreram na baixa Italia
a prova de fogo, foram adoptadas in nuce tambem recentemente pelos Norte-americanos em Cuba: la na Italia contra o A;tzupheZes- Malaria ; em Cuba contra a Stego~yinFebre amarella. E corn que resultados, nos conta o supramencionado artigo
na (cRevue Scientifique >), c<la fievre jaune et les moustiques )>.( 4 )
Nao direi que tudo isto tenha logo de ser introduzido e imitado a risca, porque
por ora, felizmente, nao existe uma epidemia aqui na cidade, que nos obrigue a cogitar
promptamente em medidas draconianas, nem o typo architectonic0 usual das casas aqui
em Belem se presta a adopcao methodica do isolamento real e efficaz mediante caixilhos
corn tela de arame fina.
Entretanto ache born seguir tambem n’este terreno o conselho apostolico:
Examinae
tudo e consezwae o pe ha de melhov! Ha positivamente bastante
que aproveitar
e lucrar corn o conhecimento perfeito das experiencias dos medicos italianos e norte-americanos, tanto para o campo da iniciativa particular, coma para a
esphera da accao governamental e official.
0 Segundo meio concerne a matanca dos mosquitos adultos intrusos nas casas.
Comprehende-se facilmente que isto e, no fundo, o que o povo chama acataplasma
( 1 ) Grassi, CC
Umschau. >), (
(2
)
1901
),
pag. 946, fig. 7
Grassi CC
Malaria i> 1901, cap. X, pag. 216 -
((Umschau. )), pag. 947.
( 3 ) Grassi c Umschau. )),
(3)
1901,
pag. 948.
1902. 16 Xgosto, T. 18, N. 7.
(ccVe’u e luvas )) contra as picadas dos Atlopheles ).
240
(
corn diversas estampas ).
36
OS Mosquitos no Pard encarados coma uma calamidade
publica
applicada em perna de pao >). Podera apenas ser considerado coma palliativo em occa&es onde a invasao ameaca tornar-se assustadora e grandemente afflictiva, coma ultimamente tern acontecido tantas vezes no bairro de Nazareth.
Services relativamente bons presta a incinera@o do p6 de Pyrethrum (vulgarmente <<
p6 da Persia +, o pollen de uma planta da familia das Compostas e de parentesco proximo da Chamomilla. ( 1) Mas sae care (para urn quart0 de cubagem media
SZIO precisas pelo menos 25 grammas, que importam, & varejo, em 750 r&s quando
barato ) e e de effeito mais que problematico, attenta a circumstancia de&o se prestar
o typo architectonic0 usual aqui. A fumaqa pyretica d’este p6 narcotiza, tonteia apenas
o carapana, n%o o mata. (Na Italia recommendam, para o mesmo fim, coma o mais
efficaz a incinera@o de uma certa c6r de anilina, amarella, conhecida corn o nome
technic0 de <<
Laricith >)).
No terceiro ponto -n matanGa das lawns ;tzosseus Zogares de criagao - abordamos, f&a de duvida, entre OS meios de immediata applicabilidade, aquelle de mais
seguro e de mais efficaz effeito. Entre as diversas modalidades theoricamente possiveis
tern provado coma a melhor, sob o ponto de vista pratico, a applica@o do kerozene
impuro sobre as superficies d’agua onde OS mosquitos se criam. Tirando proveito da
circumstancia, acima descripta, de ter a larva do mosquito necessidade de vir tomar ar
a superficie de minuto em minuto mais ou menos, compromette-se do modo o mais grave
a vida d’estas larvas, despejando sobre a agua uma diminuta quantidade de kerozene
( ou de oleos semelhantes ) que logo em finissima pellicula se espalha sobre uma larga
area, formando uma camada, e fecho impermeavel. Nem a larva consegue passar impunemente atravez esta coberta oleosa corn o seu siph%o respiratorio sem que logo o
azeite lhe entupa e grude a entrada para o systema tracheano, nem as femeas, que
tencionarem depositar OS ovos, podem desempenhar-se d’esta tarefa sem correr perigo
de atolar-se. E’ experiencia assaz facil de repetir-se, que pouco kerozene 6 sufficiente
para matar as larvas contidas n’um deposit0 d’agua de superficie relativamente grande.
0 method0 nao e novo; entretanto foi somente em 1892 que o Prof. Howard nos
Estados-Unidos insistiu nas suas grandes vantagens e recentemente o tratamento a kerozene 6 o remedio mais usado em grande escala nos paizes onde o combate aos mosquitos est5 methodicamente organisado. E’ applicado na Italia, nos Estados-Unidos, nas
colonias francezas, nas Indias, na Africa, na Australia, nas Antilhas.
Em Calcutta as autoridades municipaes possuem urn corpo de trabalhadores
especialmente instruidos para este fim, que diariamente empunhando uma vasilha corn
kerozene e levando ao hombro uma vara comprida corn uns trapos na ponta VZ%O
pro-
( 1 ) 0 melhor modo de war o p6 de Pyrethrum C o seguinte: Molha-se o pb, tal coma se encontra na drogaria, corn tanta aqua, quanto necessaria para formar uma massa plastica. D’esta forma-se pequenos cbes, que se seccam
sob-e uma folha de metal no forno. Seccos estao promptos para o uso; accendem-se corn urn phosphor0 na ponta. Dous
ou tres d’estes c6nes serao sufficientes em qeral para imp6r aos mosquitos o armlsticio de alqumas horas n’um quart0 de
dimensdes regulares.
.
OS Mosquitos no Parzi encarados coma uma calamidade
publica
37
curar as pocas d’agua estagnadas nos arredores da cidade, applicando-lhes o kerozene.
Chamam-no c(mosquito-brigade. )’
Semelhantes corpos existem hoje tambem j5 nas possessGesinglezas e allemans
da Africa, no Sul dos Estados-Unidos e agora em Cuba.
Tambem OS francezes applicam este systema nas suas colonias, tendo principiado
pela do Senegal.
Sendo averiguado que por via de regra o mosquito n%oirradia espontaneamente
do logar que lhe foi berco, alem de urn a dous kilometros no maxim0 - so isoladamente
e levado accidentalmente por correnteza aerea violenta elle transpora distancia maior pbde-se presumir corn bastante certeza que tratando a kerozene OSbrejos e pocas d’aguas
estagnadas sitos dentro d’este perimetro, tal cidade poderg ser libertada da invasao dos
mosquitos intrusos dos arredores. Para dar urn exemplo: estou convencido de que n6s
no bairro de Nazareth nao soffremos pelos carapanas vindos do Marco da Legua e
pontos de igual distancia; - OS que nos atormentam virao das baixadas de ambos OS
lados, dos capinzaes e das muitas pocas d’agua, abandonadas ao descuido, nas rocinhas
immediatamente circumvisinhas.
E aqui sera a occasiao de externar a nossa opiniao, de que a pasmosa abundancia dos mosquitos no bairro de Nazareth ( 1) observada durante OSultimos annos
nao sera extranha ao estado tanto tempo lastimavel da Estrada da Independencia entre
a Igreja de Nazareth ate o Largo de 90 Braz. Observacdes directas autorisam-nos
a apontar por ahi coma em boa parte culpado d’esta situacao. Geracoes sem conta de
carapanas tiveram tempo de desenvolver-se n’aquelle lodacal de inglorio aspect0 e infausta memoria. Ora, quando pelo que acima dissemos no capitulo Biologia, por urn
lado, e por urn simples calculo por outro lado, podemos nos convencer que a descendencia theorica de uma unica femea de Cz4Zexfntignns attinge a 160 milhoes ja corn
a quinta geracao e isto no curto praso de pouco mais de 3 mezes -- perde evidentemente
muito do seu mysterioso o caracter endemic0 da praga do carapana pelos nossoslados,
para fazer logar a urn sentiment0 de motivado scepticismo, que - sem uma prompta coali@o da iniciativa particular corn a acc%o official - a calamidade nao podera ser mais
desalojada das avancadas posicoes de que se apossou na mais futurosa parte da nossa
cidade. Que optima occasiao offerece-se aqui para uma experiencia em certa escala
maior, corn o kerozene, nas baixadas circumvisinhas do bairro !
E que nao se venha objectar-me o protexto de que tal ensaio haveria de sahir
muito care, a menos que n%o se invente urn qualquer kerosene politico especial ! E que
nao se allegue quaesquer difficuldades ficticias locaes e sui generis que se poderiam
oppor a applica@o do methodo, pois redundaria simplesmente em testiuno&zwz pwpertah’s de confessar, que aqui entre n6.s nao haveria meio de executar o mesmo que
se consegue nas Indias, na Africa, nas Antilhas, n’um meio indigena social e ethnico, ao
qua1 de certo nZo ha de se querer attribuir uma effectiva superioridade intellectual.
( 1 ) Tive occasigo de verificar at& no Theatro da Paz, no Largo da Polvora. por diversas vezes durantz espectaculos nocturnes, fartura de mosquitos dancando - tanto que uma pessoa de f6ra Go podera’ deixar de ficar impressionada
desagradavelmente.
38
OS Mosquitos no Pari
encarados coma
uma calamiclacle publica
Venha e appareca, pois, uma vontade superior, que diga: cMaos 5 obra ! F6ra corn OS
carapan& ! >>
0 quart0 ponto vae de brago dado corn o anterior, n8o sendo senao o sew complemento logico. Claro 6 que, evitando cuidadosamente pelos quintaes e rocinhas a
accumula@o de vasilhas corn agua estagnada e eliminando assim toda e qualquer occasi%o de formarem-se Aisescondidas logares de cria@o para as larvas dos carapan%,
dando-se assim uma caca methodica, continuada e persistente, consideravelmente se
contribue para o supremo alvo -- a extinc@o dos mosquitos pela immediata visinhanqa.
Obvio 6, que semelhante tactica da& pleno resultado s6mente quando seguida A risca
universalmente, sem excep@o, quando a convic@o das vantagens communs f6r infiltrada
por igual em todas as camadas sociaes e constituir-se o principio agente para o auxilio
expontaneo na obra collectiva. N’este sentido benefice effeito antevejo no born exemplo
de pessoas intelligentes, que particularmente pelas suas casas adoptem a guerra rational
contra OS mosquitos, na propaganda dos medicos na sua clinica particular, pois elles
exercem uma legitima influencia e Znst not least na anima@o que deriva da ac@o e
iniciativa official quer na esphera administrativa municipal, quer na estadoal.
Quanto ao quint0 ponto - saneamento radical da cidade e dos arredores - por
obras publicas de maior vulto -r&o pretend0 entrar aqui mais de perto no seu estudo
& discussao.
Claro 6 que ahi reside, no fundo, a verdadeira solu@o do magno problema e
que a atten@o administrativa n8o podera deixar de ter sempre em vista preparar a
situaC%o,para que a quest%0possa passar da phase dos projectos para a das realidades.
Mas tambem salta aos olhos por outro lado, que seus factores, o technic0 e o financeiro
fazem corn que este meio, idealmente o melhor, r&o passe de urn ~aque a praso
long0 D.
De passagem eu queria ainda dizer, que a pretendida ac@o protectora da arvore
Eucalyptus, de origem australiana, contra a praga dos mosquitos, n%o passa, conforme
experiencias norte-americas communicadas pelo Prof. Howard ( 1) e coma ali& era de
prever - de uma conclusao erronea, pois esta ac@o, em vez de ser directa, coma se
pretendia, 6 apenas indirecta e limita-se a diminuir OS logares apropriados para o desenvolvimento das larvas pelo enxugamento do solo.
Depois de ter passado em rapida revista OS meios de combate directos contra
OS mosquitos, resta-nos dizer alguma cousa acerca do modo coma n6s imaginamos que
deveria ser encaminhada e organisada a propaganda contra as molestins por elles
transmittidas. Condensarei as minhas ideas em algumas theses principaes, que ser%o
commentadas, quando d’isso haja mister.
( I ) Moward.
Notes
etc.,
pag. 62.
,
OS Mosquitos no Pari
encarados coma uma calamidade
publica
29
I.0 JzQ-o de grande impovtancia e alcance esclavecer o publico, divz@ando,
pelos vneios apropiados, conhecimentos sobre a ac@o dos mospitos e a sua coweZLlQZO cow as diveuas molestias.
Ha vantagem n’isto n8o sdmente em rela@o & cidade de Belem, pelo prisma da
febre amarella, da filariase e outras, coma tambem em rela@o ao interior, pelo prisma
da malaria. Urn inimigo que se conhece e que se enxerga n8o 6 nem de longe t%o perigoso, coma urn que 6 invisivel, immaterial coma urn phantasma. Estou firmemente
convencido, que o public0 nas regi6es perseguidas por sezaes, orientado sobre o nexo
causal entre a malaria e o Anopheles, e conhecedor das soberanas armas que se possue,
tanto n’uma intelligente prophylaxia, coma n’uma adequada e criteriosa therapia corn a
quinine,
( 1 ) corn mais calma poderA enfrentar as investidas e tentativas d’este morbo
polymorpho. E creio que a residencia em logares e regides de notoria rn& reputa@o
sanitaria, coma por exemplo grande parte do littoral da Guyana (Amap& Calqoene,
Cunany, Cassipore, Oyapock ) muito perder;i do terror que custumava incutir. AlcanCar-se-g maior estabilidade. Penso que o Governo, seguindo para o seu pessoal administrativo 18 estacionado, o exemplo dos medicos italianos na Provincia de Salerno, e dos
norte-americanos na ilha de Cuba, se por urn lado gastaria por ora, talvez, urn tanto
mais na primeira installa@o, bons resultados obteria por outro, revertendo em economia
no futuro. ( 2 )
2.0 Opine que a ac@o oficial corn vantages entvavia a campo desde j&
em forma bvanda, isto 6, dando o born exemplo, incitando a iniciativa particzrlar a
seg-ml-o, e principialzdo pov casa :
a) cogitando da organisaqao de ,,mosquito - brigadas ” sobre o modelo em uso nos
outros paizes ;
b) reformando eadoptando OShospitaes &isexigencias do actual estado da sciencia
em rela@o aos mosquitos;
c) emprestando gratuitamente aos necessitados mosquiteiros em cases de febre
amarella e tratamento em domicilio ;
d) examinando, sem animo preconcebido, seriamente a questgo, se ultimamente
nao foram, dentro da cidade e seus arredores immediatos, talvez projectadas e executadas
obras de ajardinamento etc., que pelo emprego de consideraveis superficies d’agua nZIo
sufficiententemente movimentada, nao poderiam constituir-se em outros tantos logares
de cria@o de mosquitos.
OS logradouros publicos, tanques ornamentaes, lagos, etc., que em tempos normaes
n%o contribuiriam de modo sensivel, para augmentar o flagello, tornam-se entretanto urn
factor digno de reflex8.0 n’um period0 de invasao e inunda@o de carapan%, coma o
temos actualmente.
( 1) 0 fit0 em prim&x-aIi&a a alcanqar n’esta conjunctura deveri ser a ~WUZUU~J~~~O
a~fifi~ial da popuIa@o. 0
esperar pela outra, inmfuzisafdo natural e expontafzea, este caminho por via de regra sahiri care e ngo sera’ conquistado
senao A custa de muitas vidas humanas e depois de muitas gera$es.
hygi&co -_ coma juridicamente
interessante, da obl-i( 2 ) Grassi ( CC
AIalaria >, pag. 213 ) estabelece o principio,
de todos OS malaricos indirectamente. Ora, tendo o f’kwdiw~l
ga@o do Estado, de cuidar do tratamento obrigatorio
naalal-iae, o parasita das seziies, dous hospedes, - o Anopbeles e o homem - do mesmo principio logicamente derivaria
tambem a obrigacgo official do Estado para a lucta da extinc$So dos mesmos carapank.
OS Xlosqujtosno Pari encaradoscoma uma calamidadepublica
40
Nao sendo dada a possibilidade de movimentar devidamente a agua, conviria
povoar taes depositos d’agua corn urn forte contingente de peixinhos vivos, de agua
dote, prestando-se evidentemente para semelhante fim OS nossos jejtis pequenos, as diversas especies de acaras, OS sarapos e OS tamboatas, do comprimento media de urn
dedo. Sao inimigos natos dos carapanas e das suas larvas, devorando d’ellas quantidades
verdadeiramente assombrosas.
3.0 i%Zo posse Zibevtnv-me dn iiL?n de qzle 0 hospital dos leprosos no Toczmdztba
esta’
mal
s2ka Yemo@o
collocado,
pava
local
sob o ponto
tizais
de vista
hyg-ienico
modevno
e qzte conviria
a
afastado.
Nao tenciono entrar em pormenores sobre este assumpto, porque isto nos levaria
longe. Desejo simplesmente ver archivado aqui que uma qualquer situacao, em relacao
ao hospital para corn a cidade, entre N E e S E, quadrante varrido pelos ventos dominantes diarios aqui em Belem, e em distancia que nao seja bastante superior a 2 kilometros, n%o corresponde aos requisitos hodiernos de urn hospital de isolamento para
doenca transmissivel pelos mosquitos.
Aproveito comtudo a occasiao para dizer que nao faltam autorisadas vozes
no mundo medico, que entre as molestias transmissiveis especialisam nominalmente ainda,
alem das ja mencionadas, o anthrax, a elephantiasis e outras affeccaes do systema lymphatico, coma morbus para OS quaes urn. nexo causal corn OS mosquitos e insectos parentes 6 igualmente provavel. ( 1)
Escrevi o presente trabalho, fructo de diversos mezes de estudo intensivos, em
poucos dias, ao correr da penna sob o impulso de intima conviccao minha, que era
tempo de eu intervir, na qualidade de zoologo e chefe de urn estabelecimento scientifico,
nesta questao, que se me afigura de gravidade. A classe medica aqui em Belem tinha
o direito de esperar que fosse primeiramente elucidada a posicao systematica dos mosquitos predominantes n’esta cidade, antes de tomar posicao no assumpto, e nao ha duvida que esta tarefa, aqui coma em outra parte, cabia antes de tudo a sciencia natural
descriptiva. Ora, feito este trabalho no nosso Museu, determinados nao somente OS
Culicides nossos, coma estudados tambem sob o ponto de vista biologico, averigzkada
agova
de mode
payaeikzses,
absolzttamente
cop2 agztellas
s2lewt coma tva;tzsmissaves
seg-2wo a ideztidade
especies
q2te alhzwes
de aZg2~w~~s
das mais
dos nossos principaes
j2tstamente
graves
tvistissima
utzolestias
cavapan&
re$mta@o
tvopicaes,
pos-
.S~O dadas
para a medicina e a hygiene as bases de operacao ulterior. Senti a responsabilidade
que me cabia coma naturalista, n’este problema attinente ao bem-estar publico, e julgo
que me desobriguei d’ella lealmente.
Caveant consules!
Dixi.
Belem do Para, fins de setembro de 1902.
( 1 ) Que toda a prophylaxia contra certos outros graves flagellos da humanidade taes coma tul erculose, cholera,
peste asiatica parte do mesmo ponto de vista. e’ ass& sabido.
41
II
Resumo provisorio dos resultados da campanha
de experiencias executadas em 1903, especialmente em rela@o $s especies Stegomyi~
fcrscida e cu/e,y fnh&ms sob o
ponto
de
vista
sanitario.
NOTA
INTRODlJCTORIA
Nao emprehendi OS estudos, dos quaes por ora s6mente me 6 possivel dar urn
resumo preliminar, <(pour me tailler un r6le )), corn0 na lingua franceza corn graCa se
diz, na t8o debatida questao dos mosquitos no seu papel coma transmissores de molestia.
Approximei-me do assumpto em fins de 1901- coma mero naturalista e zoologista, antes
corn o fervoroso desejo de aprender no contacto corn OS mestres na materia, do que
corn a esperanqa de jcimais poder ensinar outros.
Se eu, querendo a principio ser nada mais que espectador, fui empurrado para
o meio, no campo da acc$o, a responsabilidade cabe a circumstancias alheias 5 minha
vontade. Desejando serkmente instruir-me, atirei-me ao estudo dos mais afamados livros
que na especialidade tinham sido publicados, principalmente corn o fito de orientar-me
bem sobre a systematica e a biologia dos Mosquitos brazileiros. Caia n’este period0
exactamente a publ!ca@o da monumental ~l~kw~~~@hin &IS Cz~Zici&os do Dr. T. V.
Theobald, do Museu Brltannico de Londres, obra esta que veio assim a ser para mim,
n’este empenho, o que se chama (<ouro sobre azul~ Mas, por mais que me satisfizesse
a perfei@o que encontrei n’este admiravel trabalho, relativamente A systematica dos
nossos Mosquitos, falhava por via de regra a resposta para uma qualquer pergunta que
eu comm’go formulasse acerca dos pormenores biologkos. Examinando a dita obra de
mais perto, debaixo d’este ponto de vista, fiquei impressionado do pouco que constava
dos costumes e do modo de vida dos nossosmais vulgares Mosquitos. Vi e convenci-me
de que, mesmo sobre algcns dos problemas mais elementares, reinava escuridao quasi
complete e sensivel incerteza.
Voltei a minha atten@o para a litteratura indigena, desconfiando que talvez OS
representantes da sciencia medica se achassem em uma phase de saber mais adiantada
sobre OS Mosquitos nacionaes do que a minha. 0 calor que se notava na imprensa diaria
g?
Experiencias
corn Stegomyia fasciata e Culcx fatigans
e profissional, na discussZo de assumptos atinentes a este dominio, pelo menos podia
justificar tal espectativa minha. Vi Gregos e Troyanos, Blancos e Colorados, Convictos
e Scepticos, Adeptos e Refractarios, Moderados e Radicaes extremados entrarem na
discuss%ocorn tanta paix%o, que se podia julgar que ambos estivessem desde muito de
posse plena das premissas biologicas, versando a controversia talvez unicamente sobre
o modo de interpretar em sua applica@o 2 therapeutica, prophylaxia e hygiene. Qua1
nao foi a minha surpreza e decep@o quando, olhando de mais perto, percebi que n’e&a
arena as armas principaes em uso de c% e de l& consist&m em trechos emprestados e
adrede apparelhados de autores extrangeiros e trabalhos de outros paizes, e que rarissimos eram OS vestigios de investiga@o propria, de pesquiza independente, de trabalho
mental original, trazendo o cunho e fei@o do experiment0 e do laboratorio, em vez da
toga da dialectica salernitana 3
Assim eu, r&o encontrando, nem por urn lado nem por outro, informa@ satisfactoria nem sequer sobre OS elementos e OS contornos principaes da historia natural
dos Cz~Zicideosb~rnxilicos, e compenetrado de que sem o conhecimento d’estes n%opodia
haver possibilidade para uma fructifera discussao do papel sanitario ; reconhecendo
emfim, em uma palas’ra, que para urn assumpto ferindo tao genuinamente OSmais altos
interesses vitaes do paiz deve existir urn solid0 substrato e pedestal corn materiaes locaes,
resols-i metter maos ;j obra. Si j2. Grassi no case do An@heZes - ~kGaZcwiapronunciou
que o terreno pertencia ao zoologista, preparado em assumptos de medicina e ao medico,
familiar corn assumptos de zoologia, a situa@o 6 a mesmissima no case da StecS_on@z
- Febre nrmreZZa, no do Cztlex fatigam
- Filariase.
0 medico por si s6 nao resolver& a questao: ter2 forqosamente que recorrer ao
naturalista, para d’elle obter o substrato necessario de conhecimentos de historia natural.
E era precise que viesse uma vez urn embarac;o d’estes dev&-as penoso e afflictive, para
abrir OS olhos aos que pensam e seriamente se empenham no levantamento intellectual
do paiz, e para mostrar-lhes a insufficiencia actual do ensino de sciencias naturaes no
programma dos estabelecimentos superiores e incutir-lhes a convic@o de que, a menos
que nao se queira resignar-se beatamente a ficar atraz no certamen e tendencia progressista international, urge prestar mais atten@o e respeito &quellas sciencias que OS
povos mais praticos do mundo cultivam corn zelo ostentativo, trazendo-as na palma da
mR0 !
Foi d’est’arte urn verdadeiro dever moral que senti de esforc;ar-me, no que dependesse das minhas forqas e meios pessoaes,para poupar ao Brazil a vergonhosa exprobra@0 de que aqui se discutia hygiene e prophylaxia relacionadas corn OS mosquitos
indigenas, sem que houvesse urn unico trabalho sequer que pudesse ser considerado
coma podendo servir de base e fundamento na parte biologica, nos elementos de historia natural.
Durante OS annos de 1902 e 1903 estiveram estas pesquizas no primeiro piano
da minha actividade scientifica; dediquei-lhes o maior quinhgo de tempo e atten@o.
Submetti aos meus estudos a quasi totalidade das especies de Mosquitos encontrados
no Par& e no baixo Amazonas, e nao sgo poucas. Entraram n’esta esphera representantes dos generos Stegomyia - Culex - Anopheles - Taeniorhynchus - Panoplites Trichoprosopon - Ianthinosoma - Sabethes - Megarhinus - Limatus, conseguindo
eu quasi em toda a parte esclarecer pontos ainda escuros na historia da sua vida, con-
l
Experiencias
corn Stegomyia
fasciata c Culex fatigans
43
tribuir corn materiaes antes ignorados e ainda ineditos. Tive sempre o inestimavel e
valioso auxilio do Sr. Dr. Theobald, em Londres, o que equivale a uma garantia, sobretudo no dominio das questGessystematicas e da identifica@o exacta. ( 1)
A publica@o detalhada, em extenso, das minhas investiga@es durante a recente
campanha, exige mais tempo e mais avultadas providencias, mkmente em rela@o ao
lado illustrativo, do que dispuz ate agora. Todavia tenciono publicar dentro de prazo
nao muito longo, urn trabalho mais comprehensive, acompanhado de estampas coloridas,
do habitus dos principaes mosquitos da fauna paraense. Attento ao cuidado que tive de
escolher especies de larga distribui@o sobre o littoral do Brazil tropical, nutro viva
esperanqa de que o referido trabalho .ser&bemvindo ao mundo medico indigena todo. AS
estampas sao feitas de mosquitos vivos k frescos em escala tamanha e corn t8o minuciosa exactid%o que podergo servir de padrao em circulos scientificos coma em circulos
de leigos instruidos.
0 que aqui, nas presentes linhas dou, 6 apenas urn resumo muito condensado
das minhas experiencias e resultados sobre certos pontos, assaz controvertidos, da vida
dos nossos mosquitos domesticos mais communs e mais importantes - a diurna Stegowzyin f~sci&z e 0 nocturne Czllex fnt&ntis. SZIo aquelles pontos a que assiste urn interesse de todo especial pelo lado pratico e sanitario.
(Confira-se o questionario detalhado, que puz coma guia orientadora, no cabegalho das experiencias ).
Sao em primeira linha o problema do papel do sangue haurido, na economia
interna do mosquito-femea, em relaC%ocorn a copula sexual por urn lado, e corn o processo da postura dos ovos por outro lado. Abrangem estas experiencias mais de 220
individuos adultos de ambos OS sexos, de Stegowyin fasciata e alem de 260 individuos de Cztlex f&@zs;
(n%o entrando em conta ovos e larvas de ambas estas espeties, que andam por milhares).
Esbocei este resumo em consequencia de pedidos insistentes de amigos no mundo medico brazileiro, ornamentos da sciencia, residentes no sul do paiz.
Algumas palavras acerca da instrumentagem, por mim utilisada nas experiencias
que seguem. Havendo conveniencia em poder executar o rigoroso isolamento simultaneo de muitos individuos ou de muitos casaes, quer de uma quer de outra especie, era
mist&- architectar urn typo de gaiola apropriado leve, manuseavel e barata ao mesmo
tempo. Bern depressa achei urn modelo que preenchia satisfactoriamente todos estes
requisitos e que conservei ate hoje. E’ uma caixinha leve, de madeira de cedro, de
f&-ma prismatica, de 30rmde comprimento, sobre 13Cmde largura e 20Cmde altura. Fun-
( I) Que a respectiva correspondencia n5.o tern deixado de trazer vantagens para o conhecimento dos mosquitos
d’ayui, resalta logo para quem compulsa o recente volume III supplementar da grande Monographia do Dr. Theobald,
publicado durante o anno de 1903.
Expxicncias
corn Stqomyia
faxiata
c Culcx fatigan;
do, costas, tecto e metade superior da frente, s80 de tela de arame de malha fina; a
parte inferior do lado frontal 6 formada por ulna porta de um s-idro, corredic;a no sentido lateral. Aliment0 e aqua s20 introduzidos facilmente em backs de vidro rasas de
dimens6es adequadas. Sendo estas gaiolas assaz transparentes, e de dimensdes diminutas, facil 6 n8o s6 introduzir mosquitos frescamente apanhados, coma retirar urn ou
ioutro individuo ; emfim, fiscalisar todos OS acontecimentos que se effectuam l,i dentro.
Corn lettreiros de iniciaes mutaveis, impressas corn chapas sobre pedacinhos de cartgo
branco, significando S = Stegonzyia, C. F. = CZ&X f&&ws,
a. = apanhados em liberdade, c. = criados no captiveiro, m. = mel, s. - sangue, e OS signaes sexuaes ( d
macho, Q femea), consigo urn codigo correspondendo a todas as necessidades, no sentido de facilitar uma rapida synopse e orienta@ sobre o contetido e o systema da experiencia. Outrosim, recebe cada caixa, preso por urn percevejo a urn dos cantos, uma
lingueta de papel onde se IanCam as annota@es diarias. Disponho de umas 40 e tantas
d’estas gaiolas, todas constantemente em uso simultaneo.
Tem este modelo da nossa inven@o, em compara@o corn a caixa recentemente
figurada e proposta pelos Drs. Sergent, do Instituto Pasteur em Paris, no seu utilissjmo
livrinho cc
Les Moustiques>>( Paris, 1903 ), a vantagem de ser muito mais manuseavel,
mais simples e mais barato, corn economia de espa.c;o,de tempo e de dinhelro. Urn
marcineiro de alguma habilidade, apromptar;i facilmente meia duzia das minhas n’um
meio dia c o seu custo total importa n’uma bagatella.
A cria@o dos ovos 6 feita em bacias rasas de vidro at6 sahirem as novas larvas que, except0 Ste~o~zyin j%scintn e Cdex fat&-mzs, sZi0 2s vezes creaturas singularmente delicadas e exigem nao pequena somma de atten@o. Costumo reunir estas
bacias as 2 e 3 em gaiolas iguaes em dimensdes 2s outras, mas corn tela de malha
mais larga.
Para a criac$o das larvas utiliso urn grande numero de boccaes de vidro de
variavel altura, cuja bocca fica tapada corn urn pedaqo quadrangular de talagarc;a,
amarrando-se esta por baixo da saliencia peripherica corn urn barbante. No centro, corto corn a tezoura ulna abertut-a rolhada por sua I-ez corn um tampao de algod2o: em
summa, n’este particular, 6 o systema j& proposto e aconselhado por Grassi. - ( 1)
Que o we/ constitue um mzio de alimenta@ excellente, descobri t8o independente coma casualmente.
Tendo ficado urn dia, por accaso, em cima da mesa de jantar, urn vidro quasi
vasio que contivera antes me1 de abelha europ6a, trazido por n6s mesmo da Serra dos
Orgaos (Rio de Janeiro), fiquei impressionado pela multidao de mosquitos que, de dia
mesmo, se tinham introduzido em busca da d&e substancia, que por sua vez 6 urn producto manufacturado no estomago de urn insecto. Eram umas 40 e tantas Ste~goynias
e Culex, de ambos OS sexos. Immediatamente resolvi aproveitar-me d’esta observa@o
e devo dizer que corn optimo resultado, tanto que posso recommendar este method0
calorosamente a quem quizer fazer experiencias no sentido das por n6.s realisadas.
.
Ultimamente vi, por urn artigo n’uma revista medica, ( 1) que o Dr. Lutz, em
Sao Paulo - entre OS principaes fomentadores de estudos originaes sobre a vida dos
mosquitos no Brazil, 0 mais antigo - tambem preconisa o uso do me1 para o mesmo
fim, e nao duvido que este observador se tivesse famIliarisado corn elle da mesma
f&ma e pelas mesmas razaes que eu. ( 2)
Concluo declarando que n%o me abalarei a tomar em considera@o contesta@es e censuras dos meus resultados, sen8o dos contendores que provem ter feito estudos igualmente conscienciosos e comprchensivos.
Res non verba. Quem tiver animo de combate, que o faca de viseira erguida e
mostranilo a lealdade das suas armas. Vkendo eu na firme convic@o de que, d’estes problemas, mais do que de quaesquer outros, depende a solu$Io directa da exposi@o fiel
e exacta do method0 seguido e das circumstancias exteriores, debaixo das quaes as
experiencias foram realisadas, e tendo eu dado o exemplo nas paginas que seguem,
face para qualquer outro condi@o essential de identico procedimento.
Por ultimo direi que, a quem sci superficialmente conhece alguma cousa da moderna litteratura scientifica poderiam apparecer todos ou a maior parte dos meus resultados coma carecendo de novidade e de merecimento, por constituirem as leis por mim
formuladas a necessaria supposi@o e premissa para toda a recente doutrina acerca dos
mosquitos.
Ainda quai;lto a isto, a minha consciencia me tranquil& ; se hem que estm his
estiuessem, po~f msim di~zer, $kGnmdo no aI/, aquelles que conhecem a rnateria a fundo,
perfeitamente sabem que ftlltnvn ntk hoje n p~foun ex$wvi~~~emkd e mnte~~inl, gue estn
fdta
nctzd
coxstituin
Z~JZ~ Zncmm e hfeclzn nssnz semivel
e imovzmo&ztirwn
m
edificio do
saber. Estes sim, saber20 avaliar do perto o merecimento inherente a estas tao
conscienciosas quao comprehensivas labuta@es e o applauso d’estes ser;i para mim a
melhor recompensa para toda esta penosa cruzada de experiencias e contra-experiencias.
Par& 9 de janeiro de 1004.
(1) a \l’aldmosq~litos und \\7aldmalaria )i em ~ Centralhlatt fiir- Hakteriolcyie. I’arasitenkunde ), etc. ( Verlaq
van G. Fischer in Iena. ‘I-01. 33. N. 44 ( 26 Jan. lyj3 ( pa<. ~Hz-~()z ). pat. 290 se?. e um artiqo da (\ Gaze& de NOA febre amarella e 0 mosquito >,, d~~lid0 cqnta de uma consulta feita a0 mesmo
ticias >). do Rio de Janeiro, corn o titulo : CC
Dr. I\ Lutz ( 26, outubro, lyo3 ).
( 2 )
Mancroft recommendou calornwmente
as fatias de banana, antes em u50 n’estas esperienciw.
0 empreqo de tamaras seccas penduradas na qaiola, par<’ substituir
Concordam Suttdll e Shipley-. I~Ic, cit. paq. ‘it).
46
Experiencias
corn Stegomyia
fasciata c’ C’ulex fatipans
QUESTIONARIO
I
Influenciada alimenta$aosobre a dura@o da vida no captiveiro
n) a alimentacao corn mel, liquidos assucarados, sumos de fructas, etc., prolonga ou
encurta a vida 7
I) quaes OS effeitos sobre o sexo feminino ?
2) quaes OS effeitos sobre o sexo masculine 3
b ) a alimenta@ corn sangue, prolong-a ou encurta?
1) effeitos sobre o sexo masculine ?
2) effeitos sobre o sexo feminino ?
II
Influenciada alimenta@ sobre a fecundidadedas femeasde Stegomyia
nascidasem liberdadee postasno captiveiro
fasciata,
a) a alimentacao corn sangue, favorece e accelera a posttira dos ovos 3
b) ha urn sangue animal
b, ) preferido ?
b, ) optimo 2
c) a alimenta@ corn me1 tern effeito
c, ) retardativo e interruptor ?
ou c, ) paralysante e destructive 3
d) qua1 o effeito de outra alimentacao ?
d1) animal ( extract0 de came, sumo de came, etc. ) T
d2 ) vegetal ( sumo de fructas, etc. ) ?
III
Influenciada copula sexual sobre a haemaphiliae a fertilidade das femeas
nascidasno captiveiro
a) femeas MO fecw2dncEns chupam
j n) sangue?
1 bj mel?
I
b)
femeas NXOfeci712iwW0.s:
0,)
a,)
ferteis?
( Parthenogenese genuina).
b)
estereis? (Pseudo-Parthenogenese ).
poem ovos ? c
\
, b,)
nao poem ovos?
I
a) femeas feczwclnclns, chupando me1 ,
a,) poem ovos ?
( a) ferteis.
1 b) estereis.
I a2) nao pdem?
( a) ferteis.
6) femeas f ecztndn&zs, chupando sangue I poem ovos ?
1 b) estereis.
1
Experiencias
-
corn Stegomyia fasciata e Culex
faticans
47
EXPERIENCIAS
Stegomyia fasciata
EXPEKIENCIA
1.a
No dia 1 de agosto de 1903, de manhan, foram postas em 3 gaiolas, (das de
nossa invert@0 para o fim especial da observa@o continua dos mosquitos no captkeiro) ao todo 16 femeas de S&g-o~z_viafnscintn, sadias e robustas, apanhadas em liberdade corn o borboleteiro (Museu e dependencias), ao accaso, isto 6, sem que ellas trahissem pelo seu aspect0 exterior, haverem chupado sangue human0 ou de qualquer
animal nas horas immediatamente aanteriores, embora admittamos sem hesitar tal possibilidade, bem coma a probabilidade de terem sido previamente fecundadas todas ellas.
Na gaiola C entraram 2 femeas ; na gaiola A, 5 ; na gaiola B, 9 femeas. Tratamento corn me1 de abelha e corn agua (exclusivamente, sempre e em todos OS cases,
onde n8o ha expressa indica@o contraria ), offerecida cada uma destas cousas em pequeno pratinho de vidro.
Caixa
C.
2 femeas.
Tendo as duas femeas sido alimentadas excluskamente corn me1 de abelha e
agu;i desde o dia. 1 ate o dia 23 de agosto (23 dias), mudou-se repentinamente de regimen, dando-lhes sangue no mesmo dia 23 (deixando-as picar cobayas encostadas corn
a m%o pelo lado exterior da tela. ( 1) Tomaram logo o sangue offerecido em apparente
boa ra@o cada uma.
AGo tend0 side postos oz’os dzwnnte OS dicss 1 rite’ 23 de crgosto (alimentnciZ0
a wzel)
agolfa
apjQa7fecemm
log-0
dzms
postz~~ws:
I) eu2 28 de ng-osto (36 0~0s; i;tzteJTvallo,
5 dins)
e II)
em
30 de ng-osto (35 or~~os;
iaztemallo,
7 &as).
Observa@o das
primeiras larvas no dia 5 de setembro (i&ervallo de 6 dias ) ; OS 0~0s eram ferteis. Isoladas as posturas e postas nos boccaes especiaes de cria@o, continuou-se a administrar
sangue de cobaya da seguinte f&-ma:
dia 30 de agosto (ambas as femeas tomaram uma ra@o cada uma ) ;
dia 1 de setembro, idem, idem, idem ;
dia 4 de setembro, idem, idem, idem.
( 1 ) Como se vS par uma multi&o de esperiencias aqui enumeradas. as femeas de Stegomyia acceitam sangue e
prestam-se a picar corn satisfactoria facilidade, nZo s6 as primitiramente
apanhadas em liberdade e depois postas em gaiola,
coma tambem as femeas criadas no captivelro. E se n50 me engano. outros observadores em diversos pontos do Brazil,
tambem n$o reconheceram na Stegomyia, em captireiro. urn mosquito recalcitrante o estouvado. Surprehendeu-me de&as
encontrar recentemente no volume supplementar III da obra de Theobald. pag. IQ, o sequinte trecho da carta de urn Dr.
Low, da Trindade : vIf cne introduces one’s hand into the cage they quickly settle on the hand and probe with their proboscis,
ht they newer pmctwe aud I JMZV nezler- see11blood in the stowncbs oJ lmdreds I hazle esll?niued. . . . . B Ainda uma vez
a pergunta, se talvez a Stegomyia na ilha da Trindade se comporta de outra maneira do que
estou tentado a formular
aqui no Brazil ?
Recalcitrante
achei o CUIPX fizfipus, este sim. correspondendo assim ao esboco de caracter e indole, qua1 j:i o
traCou Grassi (lot. cit. 77 ) dos represekantes sul-europeus do genero Culex. Por outro lado posso affirmar que algun\ dos
C. sewatus, picam regularmente no captiveiro, corn0
nossos representantes sylvestres. do mesmo genero, coma C. mffiwatus,
picam varias especies dos generos ~Taeniod~yribzfs- Pilnoplites - Iaflfhiuosonrn, - Sabeths - Limafus.
Expcriencias
corn Stegomyia fasciata c’ Culex fatigans
No dia 5 de setembro appareceu WHLZnoz’n postzwn, de 44 ovos, (36 dias de
captiveiro), precedida de 3 ra@es de sangue. Observa@o das primeiras larvas em 10
de setembro (intervallo de 5 dias ) ; OS ovos eram tambem desta vez ferteis. Postura
por sua vez isolada e posta em boccal de observa@o separado.
No dia 7 de setembro ambas as femeas tomaram novamente uma ra@o de sangue de cobaya, morrendo porem uma no dia seguinte (corn 30 dias de captiveiro), e perecendo igualmente a ultima no dia 11 de setembro ( corn 42 dias de captiveiro ), sem
deixarem ainda uma ultima vez descendencia.
Tocou assim para uma das duas femeas duas posturas, phenomeno interessante,
indicio de que ( assim habilitam-me a diagnosticar rcpetidas experiencias) estas mesmas
posturas n8o eram o que estou tentado a chamar co~zpletns, mas sim pavcines, _fkzccio;tzndns (circumstancia que se T’C?tambem pelo numero dos ovos: 36, 35, 44, que eu estimo importar n’um terco ou na metade de uma postura normal) e que attrjbuo a urn
process0 defeituoso, quer que o numero de ra@es de sangue tenha sido insufficiente,
quer porque o fosse o quantum total de sangue haurido.
Caixa
A.
Das 5 femeas, entradas em 1 de agosto, retirou-se no dia 26 de agosto uma d’esta
caixa, simultaneamente corn uma das 9 femeas da caixa B. Tinham sido alimentadas
durante 26 dias sob o regimen exclusive de me1 e agua. Foram postas em gaiola separada, recebendo sangue human0 ( offerecendo-lhe a m8o atravez da tela ), que acceitaram. Por desastre mallogrou-se a experiencia, morrendo ambas estas femeas, antes de
ser obtido o resultado desejado.
No dia 18 de setembro, retirou-se do mesmo modo, uma outra femea da caixa
A, juntando-se corn uma femea nits mesmas condiqaes da caixa B, em gaiola separada.
Depois de ter vivid0 durante 48 dias debaixo do regimen alimenticio de mel, acceitaram
ambas sangue n’este mesmo dia. Tendo de me ausentar do Museu e da capital do Parti
entre OS dias 22 ate 26 de setembro, e voltando s6mentc no dia 26, encontrei uma postura de 33 ovos e 2 larvas muito novas ( total 35 ; intervallo pelo menos 8 dias ) ; ambas
as femeas porem mortas. OS ovos eram ferteis, sahindo ainda mais larvas nos dias consecutivos. A cria@o foi posta A parte e observada em boccal especial.
Tendo morrido no dia 10 de outubro 1 femea ( 71 dias ), ficaram assim na caixa
A ainda 2 femeas.
Dewse no dia 26 de setembro o facto interessante, que urn macho de pequenas
dimensaes, livre, do laboratorio, chegando a travar conhecimento corn o vidro de relogio
contend0 mel, e tocando casualmente na tela de arame, forCou a entrada, penetrando
na gaiola, onde viveu ate o dia 28 de outubro (32 dias), data em que sumiu-se da mesma
maneira pela qua1 se tinha introduzido. Co;tztinzlcl;Mdo
sew@e n swew tv&nrrEosco122
;122rZ e qg21c1, w22h?ozbse
&
reg-i?zze~~
a0
din
1-f de oz2tzfbvo
de 1003, (clepois de 73 dins
Q’P CVCZ),o#eYereMo-Zhes SLVZ~~W.
Tomaram uma raCao successivamente nos dias :
,
Experiencias
corn Stcgomyia
fasciata c (‘ulex
fatigans
49
14 de outubro ( 75 dias ) sangue human0 ;
id.
17 de outubro ( 78 dias)
id.
19 de outubro (80 dias ) sangue de cobaya.
Sobreveio a morte de uma das duas ultimas femeas no dia 23 de outubro ( 84 dias ),
ficando uma s6mente.
Esta tomou ainda uma vez sangue no dia 23 de outubro ( 84 dias ), ( sangue de
cobaya ) e mais outra ra@o ( sangue human0 ) no dia 4 de novembro ( 95 dias ). N’este
mesmo dia foi observado 1 ovo isolado na bacia, ( alem de 1 larva, esta observada pela
primeira vez no dia 27 de outubro ). ( 1) No dia 9 de novembro achou-se mais 1 ovo ’
( alem de uma larva, esta observada pela primeira vez no dia 8 de novembro ), ( 2) e na
manhan seguinte, 10 de novembro, 85 ovos. Movvezdnssiwz estn femen de Stegow2yia
fasciata,
z'este
me.59920 din,
cow2 102 dias
de vida
no captiveivo,
pond0
no z&h20
73’ dins debaixo
do Qedin
ai;tzda
2w2a postuva
completa
de 85 Ovos, tend0
vivid0
g-imen
de mel (sem p&- ovos > e dzwnnzte OS 2dti;t;tzos 27 dias
debaixo
do Qeg-inzen de
sang2le
(5
Qagoes)!
D’estes 85 ovos, na verdade, n%o sairam larvas ate hoje, mas attribuo isto unicamente a.10acontecimento casual, de terem elles submergido da tona d’agua, por urn
empurrao involuntario logo nos primeiros dias na bacia que OS continha. ( Tenho reconhecido na submersgo urn phenomeno fatal para o desenvolvimento dos ovos dos
mosquitos: pbde-se dizer que ovo que se afoga, 6 ovo pekdido, morto ). Julgo poder
opinar pela fertilidade normal d’aquelles ovos, porque tendo sido positivamente encontrados na mesma bacia ovos fornecendo larvas no 880 e 1000 dia, n8o vejo razao pela
qua1 n%o se pod&se admittir ser o mesmo para OS ovos do 1020 dia.
Caixa
B.
Retiradas, coma acima ficou dito, nos dias 26 de agosto e 18 de setembro de
1903, uma femea cada vez, permaneceram na caixa, das 9 que eram no dia 1 de agosto,
ainda 7. Para OS inquilinos d’esta caixa manteve-se o regimen alimenticio exclusive de
me1 e agua. 0s acontecimentos foram 0s seguintes :
dia
dia
dia
dia
dia
” .
.
.
5 de setembro de 1903, morreu 1 femea ( 36 dias de captiveiro ) ;
14 de setembro, morreram 2 femeas ( 45 dias de captiveiro ) ;
26 de setembro, morreu 1 femea ( 57 dias de captiveiro ) ;
3 de outubro, morreram 2 femeas (64 dias de captiveiro ) ;
4 de outubro, morreu a ultima femea (65 dias de captiveiro ).
Nenkz2w2n
01'0,
minimo.
q21anto
mais
d'estas
7
femeas,
ILm?a pOSt2lQa
ahhzentadas
;tzoQm?az de
cow2 meZJoQtiece2c
seq2deQ 212322mico
OVOS!
( 1 ) IYesta larva saiu _,um mosquito macho. de pequena corpulencia.
c&s >.
no dia
22
de
novembro de 1900: ( intervallo
26
(
2 >
Uesta larva saiu uma Stegomyia femea, pequena, no clia
24
de novembro de
1903
;
(intervallo
minim0
16
Experiencias
50
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
EXPERIENCIA
2.a
De 9 femeas de Stegolnyin, apanhadas em liberdade, e postas em gaiola no dia
14 de agosto de 1903, e nutridas corn uma racao de sangue human0 no mesmo dia, appareceu uma primeira postura ja no dia 16 de agosto, (intervallo de 2 dias).
EXPERIENCIA
3.a
’ Foram postas em gaiola 8 femeas, apanhadas em liberdade, no dia 1 de agosto
de 1903. Receberam racoes de sangue de cobaya nos seguintes dias:
22
23
24
28
5
9
de
de
de
de
de
de
agosto ( tomaram
(t.
agosto
agosto
(t.
agosto
(t.
setembro (t.
setembro (t.
7
2
3
1
3
1
femeas );
femeas ) ;
femeas ) ;
femea ) ;
femeas ) ;
femea );
Obtive posturas de ovos em:
1) 22 de agosto 15 ovos.
II) 24 de agosto - 120 ovos. ( Intervallo minim0 2 - 4 dias ).
g ovos.
111) 26 de agosto IV)
9 de setembro -90 ovos.
OS ovos eram ferteis ; acompanhei larvas da 4a postura no seu desenvolvimento.
- Quanto % 1.a postura do dia 22 de agosto, a respectiva femea a forneceu visivelmente
devido ainda a intervencao de sangue anteriormente apanhado na liberdade, antes de
entrar em gaiola.
EXPERIENCIA
&a
Tres femeas de Stegowzyin, apanhadas em liberdade, e engaioladas no dia 1 de
setembro de 1903, receberam uma racao de sangue human0 no mesmo dia (uma so
acceitou, 2 nao acceitaram; no dia 3 de setembro todas trez recusaram ).
Appareceu uma peyuena postura de 15 ovos no dia 4 de setembro, (intervallo
de 3 dias ). Ovos ferteis.
EXPERIENCIA
5.a
Uma femea de Stegonzyin, apanhada em liberdade, posta em gaiola no dia 23
de agosto de 1903, e tendo recebido uma racao de sangue human0 no mesmo dia, forneceu uma postura de 35 ovos no dia 26 de agosto intervallo de 8 dias ). - Ovos ferteis.
E:xperiencias corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
EXPERIENCIA
51
6.a
1
8 femeas de Stegounyin, apanhadas em liberdade, postas em gaiola no dia 30 de
setembro de 1903, receberam ra@es de sangue de cobaya:
no dia. 30 de setembro;
no dia 3 de outubro ;
Obtive uma postura de 37 ovos no dia 8 de outubro de 1903, ( intervallo de 8- 5
I
dias ). - OS ovos eram ferteis ; acompanhei as larvas.
EXPERIENCIA
2.a
4 femeas de S@-omyin, apanhadas em liberdade e presas em gaiola no dia 3 de
novembro de 1903, receberam sangue de cobaya nas seguintes datas:
dia
dia
dia
dia.
de
7 de
9 de
11 de
4
novembro tomaram rac%o todas 4) ;
novembro
( t.
2);
novembro
( t.
1);
novembro
2);
( t.
Obtive uma primeira postura completa de 105 ovos no dia 7 de novembro de
1903, ( intervallo de 4 dias ). - Ovos provadamente ferteis. Segunda postura de 30 ovos
no dia 14 de novembro.
EXPERIENCIA
8.a
2 femeas de Stegomyia, apanhadas em liberdade e postas em gaiola no dia 22
* de novembro, receberam uma rac%o de sangue humano. Appareceram 4 ovos no dia
25 de novembro e mais 11 ovos na manhan seguinte, 26 de novembro. Total 15 ovos,
( intervallo de 3 -4 dias ), todos ferteis.
EXPERIENCIA
9.a
1 femea de Stegomyia, apanhada em liberdade no dia 9 de novembro de 1903,
recebeu sangue human0 da seguinte forma :
9
11
16
17
de
de
de
de
novembro;
novembro ;
novembro;
novembro;
A femea morreu no dia 20 de novembro, tendo deixado uma progenitura de
Experiencias corn Stegomyia fasciata e c’ulcx fatigans
cento e tantos ovos, ( intervallo maximo, 11 dias; minimo, 3 dias. ) - ( Nao existe annotacao relativa a questao se OS ovos se desenvolveram).
EXPERIENCIA
I0.a
As femeas de Stegom_yin, apanhadas em liberdade e engaioladas no dia 14 de
outubro de 1903, receberam racaes de sangue de cobaya nas datas:
15 de outubro ( 3);
17 de outubro ( 2 );
20 de outubro ( 1) ;
Appareceu a la. postura (25 OT-OS), no dia 16 de outubro ( intervallo de 2 dias).
- Ovos ferteis ; criei mosquitos d’esta postura.
EXPERIENCIA
1l.a
A uma femea de S@-owzyzk, apparentemente vasia, apanhada em liberdade no
dia 10 de novembro de 1903,se juntaram em 11 de novembro mais trez femeas nas mesmas
condicaes (morrendo entretanto uma em 14 de novembro ), e finalmente, mais cinco femeas em identicas circumstancias, no dia. 15 de novembro de 1903,sendo o total da caixa 8.
Foram tratadas corn o regimem do me1 e n%o receberam sangue.
Appareceram todavia no dia. 29 de novembro, 36 ovos e 4 larvas. Tendo-se retirado em 8 de dezembro uma femea para a caixa VII, da qua1logo fallarei, e tendo morrido ate o dia 24 de dezembro, 4 femeas, restam hoje ainda 3 ( 29 de dezembro de 1903).
OS OT’OSeram ferteis, pois ate o dia 4 de dezembro tinham sahido 36 larvas.
Sou levado a suppor que o apparecimento urn tanto surprehendente & primeira
vista de uma postura de ovos ferteis, depois de urn intervallo de captiveiro de 15 para
19 dias, corn regimen alimenticio exclusive de me1 durante este periodo, fosse devido a
uma influencia, embora tardia, de racoes de sangue hauridas quando em liberdade, anteriormente a data do aprisionamento, ( 10, 11 e 15 de dezembro ).
EXPERIENCIA
123
Tres femeas de SteC+o~~zyin,
apparentemente vasias, foram apanhadas em liberdade,
na residencia directorial, no dia 28 de novembro de 1903,e postasem gaiola, igualmente
para serem submettidas ao regimen de me1 e agua.
Todavia appareceu uma postura de 40 ovos no dia 4 de dezembro, (intervallo,
6 dias ), morrendo logo a respectiva femea. Ovos ferteis. ( Ketirou-se no dia 8 de dezembro uma femea para a caixa 7, coma na experiencia anterior, ficando 1 so na gaiola na
data de hoje (29 de dezembro de 1903).
Experiencias
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
Ainda uma vez explico-me este case pela mesma forma, coma na experiencia
1l.a, servindo de prova material e pedra de toque o resultado obtido corn as duas femeas
retiradas, no modo acima referido, no dia 8 de dezembro e ao qua1 logo voltarei.
EXPERIENCIA
13.a
As duas femeas,, (originalmente apanhadas em liberdade), de que fallei nas experiencias 11.a e 12.a, e que foram retiradas de duas gaiolas diversas no dia 8 de dezembro de 1903, cujos inquilinos estavam submettidos desde o principio ( 10, 15 e 28 de
novembro) ao regimen exclusive de me1 e agua, foram reunidas no mesmo dia 8 de
dezenzb?To em gaiola distincta, juntando-se a ellas urn exemplar macho de Stegonzyin,
apanhado em liberdade.
Continuou estrictamente observado o regimen alimenticio de me1 e agua.
Nenhuma postura, nem ovo isolado, appareceu ate hoje -30 de dezembro de 1903
- decorridos, no momenta em que escrevo, 22 dias.
EXPERIENCIA
14.a
As duas femeas, c~~indnsdesde o estado pupal no captiveiro, em sever0 isolamento (cada uma em tubo de vidro ), virgens ate aquella data, foram reunidas no mesmo
dia de 8 de dezembro em gaiola separada corn dous machos de S&g-owyin, igualmente
criados no captiveiro, debaixo das mesmas cautellas.
Continuou-se o regimen de me1 e de agua.
Ate hoje, 30 de dezembro, 1903 (decorridos tambem 22 dias ) nenhuma postura,
nem se quer urn ovo isolado.
EXPERIENCIA
15.a
(N. B. Recentemente introduzi a seguinte innovacao para maior commodidade e
para ter sempre a mao numero sufficiente de Stegowyins, de ambos OS sexos, criados
desde larvas e pupas em estricto isolamento : tenho duas gaiolas, nas quaes vou introduzindo successivamente, n’uma todas as femeas que v%o sahindo nos tubos isolados, e
na outra todos OSmachos que se desenvolveram em seus tubos nas mesmas cond@es.
Faz-se isto corn a intencao evidente de ter a r&o material de Steg-owzyins, garantido
coma n8o tendo tido occasiao de realisar copula sexual. 0 tratamento em ambas as
caixas e o de me1 e agua rigorosamente observado. Tenho, na hora em que escrevo, n’uma
d’estas duas caixas, 18 femeas, e na outra 23 machos, variando naturalmente, constantemente este inventario vivo d’estas duas caixas - que eu chamarei cnzkns de deposito e
das quaes vou retirando individuos de Steg-omyin de ambos OS sexos, a proporcao que
vou d’elles precisando. Em 96 tubos de vidro corn agua, fechados corn urn tampao de
Experiencias
54
corn Stegomyia fasciata e C’ulex fatigans
algodao, criam-se constantemente as larvas, a medida que ellas vao attingindo o desenvolvimento para entrar na phase de chrysalida ou pupa. Como material para OSboccaes
de criacao vou-me servindo principalmente de larvas procuradas em liberdade, nas visinhancas do Museu.)
.
Duas femeas de SQ-owzyin, criadas no captiveiro, virgens e retiradas da alludida caixa de deposit0 (regimen de mel), em 22 de dezembro de 1903, foram postas em
gaiola separada e receberam no mesmo dia sangue humano, que ambas logo acceitaram.
Tomou uma d’ellas segunda rac%o de sangue human0 no dia 25 de dezembro de 1903.
Ate a data em que escrevo, 31 de dezembro, n%o appareceram ovos.
EXPERIENCIA
l&a
Duas femeas de Stegomyia, criadas no captiveiro do mesmo modo, em rigorosa
reclusao, e retirada da respectiva caixa de deposit0 no dia 22 de dezembro de 1903,
(regimen de me1) foram reunidas na mesma data em caixa separada corn 2 individuos
machos, retirados por sua vez da competente caixa de deposito.
Receberam e acceitaram sangue human0 ambas pela primeira vez n’este mesmo
dia 22 de dezembro: uma d’ellas acceitou segunda ra@o de sangue human0 no dia 25
de dezembro. (Morreu 1 macho no dia 28 de dezembro ).
Appayeceyam na bacia d’agua 6 ovos PZOdin 29 dedexembvo (intervallo maxihvo 7 dins, minim0 4 dins), e foi encontvada wiva segzmda postwa, igualmente
fraca, pois so consiste de 13 ovos, ‘tzo din 31 de dexembvo. Estes ovos sab postos em
observacao, afim de apurar da sua fertilidade.
EXPERIENCIA
1Z.a
Reuniram-se n’uma caixa isolada as seguintes femeas, criadas no captiveiro todas
em absoluto isolamento individual, vivg-egzs:
1 femea no dia 4 de novembro de 1903, (descendente em primeiro grao de urn
dos 44 ovos, postos em 5 de setembro de 1903, conforme Experiencia l.a,
Caixa C. ) de larvas apanhadas for-a.
5 femeas
2 femeas
2 femeas
2 femeas
no
no
no
no
dia 7 de novembro ;
dia 9 de novembro;
dia 17 de novembro;
dia. 19 ee novembro;
Estabeleceu-se o regimen alimenticio de sangue humano, offerecendo-se racoes :
no
no
no
no
no
no
dia
dia
dia
))
dia
dia
4 de novembro de 1903 ( 1);
7 de novembro
(3)Y
9 de novembro ( manhan ) (4) ;
<<de ( novembro ( tarde ) ( 2 );
11 de novembro
(5);
13 de novembro
(2);
Experiencias
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
No din 15 de nouembvoapparecezl 2wna peqzlena postura de 7 ovos apetins,
fugindo casualmente a respectiva mge. ( Intervallo maxim0 11 dias ; minim0 2 dias ).
DOS 5 mosquitos femeas restantes no dia 15 de novembro e entrados depois d’aquella data, tomaram ainda sangue human0 :
no dia 16 de novembro ( 1);
>>
no dia 17 >’
(3);
X
no dia 19 )’
(3);
acontecendo porem infelizmente a fuga e a morte por uma pequena aranha (Salticida)
intrusa, de maneira que no dia 22 de novembro estava tudo liquidado, antes que eu tivesse conseguido ainda outras posturas ulteriores.
DOS 7 ovos, apezar de fluctuando regularmente, nao sahiram larvas ate hoje ( 30
de dezembro de 1903; intervallo 45 dias ! ) : certamente sao estejfeis, e s&o gayantidanzente psez&do-pavthenogeneticos!( 1)
Fica ate agora, ao que eu saiba, sendo este o unico case scientificamente averiguado de ovos pseudo-parthenogeneticos n%o so na especie de Stegomyia, coma entre
OS Culicideos em geral. (2)
EXPERIENCIA
l&a
Duas femeas de Stegonzya, criadas em isolamento individual no captiveiro e retiradas da caixa de deposit0 no dia 22 de dezembro de 1903 (regimen de mel), viyyetis,
receberam e acceitaram saqpe h2mvano na tarde do mesmo dia 22 de dezembro ( a primeira de 4 h. 35”‘. p. m. - 4 h. 45”‘, a segunda das 7 h. 35”‘. - 7 h. 43”).
No dia 25 de dezembro uma tomou sangue pela segunda vez (4 h. da tarde ) emquanto que a outra nao 0 quiz.
Morreu no dia 30 de dezembro uma d’estas duas femeas, sem ter produzido
ovos, (intervallo de 8 dias) ao passo que a ultima sobreviveu mais urn dia, fornecendo
r23 ovos na bacia d’agua, morrendo em 31 de dezembro incontinenti depois de finda a
funccao (intervallo de 9 dias ). OS ovos serao postos em observacao afim de averiguar
o seu comportamento debaixo do ponto de vista da sua naturalmente problematica
fertilidade
Eis pois ZW/IZ seg2mdo case scieztificamelzte chvstatndo de ovos psezldc-pavte-
)b some&e o case onde uma femea fornece seus simili( 1) Eu posso reconhecer coma legitima c~pn~Y7wno~ellese
ares (productos que alcancam completa maturidade ) sem prevra interven@o de copula sexual.
Nao havendo pore’m urn termo que exprimisse simplesmente o facto da postura de ovos n5o fecundados e que
nao se desenvolvem ulteriormente, introduzi aqui a designa@ de <~pse2cao-pal-thel?o~e11ese
D.
(2 ) Nuttal
e Shipley (lot. tit, pag. 67 - seg. ) dedicam a parthenogenese uma nota especial, referindo urn case,
que parece ainda envolto em certas duvidas, descripto por Howard sob a autoridade de Kellogg na California (nem
genera nom especie conhecida) e urn outro annunciado de Annett, Dutton e Elliot ( 1901 i, relativo a certa especie de .1nopheles. na Nigeria. Xo primeiro diz-se que houve larvas, que quasi alcancaram a maturidade; no Segundo apenas ovos,
dos quaes nao sahiram larvas. Imagines nao houve em nenhum dos 2 cases.
Recentemente L&he fez d’este assumpto object0 de uma nota critica assaz desenvolvida ( (( Zur Frage der Parthenogenese bei Culiciden ) Allgem. Zeitschrift ) fur Entomologie. Vol VIII, K.” 18-19. Octob. 1903, pag. 372 - seg. V&se
que o autor se conserva n’uma posicao de pronunciado septicismo perante todos OS cases de pretendida parthenogenese
entre mosquitos ate agora enumerados na litteratura scientifica.
Experiencias
corn Stegomyia fasciata c (‘ulex
fatigans
;tzug-eaeticospostos por uma femea de Ste,rromyin virgem, depois de ter haurido sangue. Interval10 entre 1a. ra@o de sangue e postura - 9 dias; idem entre 2 racoes de sangue -6 dias.
I
E’ interessante esta experiencia, tanto em comparacao corn a anterior ( 17.a), coma
pelo parallelism0 existente corn a experiencia simultanea 16.a, onde OS elementos eram
em tudo identicos, corn a unica excepc%o de ter entrado ahi o factor da sexualidade
pela intentional interven@o de individuos machos.
EXPERIENCIA
19.a
Entraram em gaiola separada, no dia 30 de agosto 2 individuos machos de Stego~~yin e no dia 31 de agosto mais 3 machos, todos estes 5 apanhados em liberdade.
Submetteram-se ao regimen exclusive de MEL e agua.
Morrendo 3 logo nos primeiros dias, resistiu urn ate o dia 26 de setembro (28
dias ), e quanto no ZLL?~P.JZU,
conseguiu fugir ainda atravez das malhas, no dia 10 de novembro npds 72 DIM pnssn&~ ;tzocaptiveivo !
EXPERIENCIA
20.a
7 machos de Stegomyia, apanhados em liberdade foram postos no dia 30 de
agosto em gaiola separada, dando-se-lhes por urn lado somente agua, porem experimentando-se repetidas vezes, durante OS proximos dias se acceitavam SXXGUE human0 e de
cobaya. Nao quizeram, preferindo morrer todos ate a tar-de do dia 2 de setembro de
1903 ( maxim0 4 dias ).
EXPERIENCIA
21s
Uma femea criada isoladamente no captiveiro, descendente em 1.a geracao da
centenaria historiada na experiencia l.a, caixa A, ( ovo encontrado em 8 de novembro
de 1903, virando imagem em 24 de novembro de 1903), ( intervallo minim0 16 dias ), foi
posto em gaiola separada corn regimen de me1 e agua.
Viveu ate o dia 29 de dezembro, morrendo depois de 35 dias de captiveiro, de
morte violenta, pois foi victima de uma aranha, que soube introduzir-se pela tela.
Era de pequena estatura. Morreu virgem, n%otendo fornecido quaesquer ovos.
EXPERIENCIA
$223
Trez femeas de Stegowzyia, criadas em isolamento no captiveiro, entraram n’uma
gaiola separada no dia 28 de novembro de 1903,recebendo alimentacao de wzeZe agua.
Ketirando-se no dia 8 de dezembro de 1903 uma d’ellas (para entrar na caixa
9; uma das duas femeas mencionadas na experiencia 14.a), ficaram duas, das quaes a
ultima morreu no dia 30 de dezembro de 1903, corn 32 dias de vida no captiveiro.
Expcriencias
corn Stegomyia
EXPERIENCIA
Caixa
fasciata e Culex
23s
fatigans
57
(1)
A.
Duas femeas de Stegomyia, criadas no captiveiro, em isolamento individual, retiradas da respectiva caixa de deposito, installada em 11 de novembro, foram postas em
gaiola separada no dia 29 de dezembro de 1903. Continuacgo da alimenta@o corn me1
ate o dia 20 de janeiro de 1904.
No dia 22 de janeiro tomaram sangue human0 2 femeas;
no dia 25 de janeiro tomou sangue human0 1 femea; ( a outra desappareceu ) ;
no dia. 29 de janeiro, tomou sangue human0 1 femea;
no dia. 1 de fevereiro, tomou sangue human0 1 femea, morrendo n’este mesmo
dia, 1 de fevereiro, sem ter posto urn unico ovo, tendo vivid0 no minim0 35 dias ( prazo
possivcl 47 dias ), e tendo haurido 4 vezes sangue.
.
Caixa
A 1.
Duas femeas de Steg-omyz’a, em condicdes inteiramente identicas, foram postas
em gaiola separada no dia. 29 de dezembro, continuando todavia o estricto regimen
alimenticio de mel.
As duas femeas nao puzeram ate agora urn unico ovo, vivendo ainda hoje ( 15
de fevereiro de 1904) corn 48 dias de vida no minimo.
Caixa
.
.
B.
Corn duas femeas, nas mesmas condicoes acima referidas, juntaram-se no dia 29
de dezembro dois machos, criados nas mesmas circumstancias, n’uma gaiola separada.
Continuando-se corn o regimen de me1 ate o dia. 20 de janeiro de 1904, offereceu-se-lhes
a primeira vez sangue humano:
tomando no dia. 20 de janeiro as duas femeas;
>> >> 25 de
)>
>> )>
)> ;
apparecendo uma primeira fraca postura - 6 ovos, - no dia 29 de janeiro de 1904, e no
dia 31 de janeiro uma segunda postura de mais 62 ovos.
Tomando sangue human0 novamente
no dia 6 de fevereiro as duas femeas, e
>>
>> >>
>> , appareceu no dia 10 de fevereiro de 1904
no dia 11 de
uma terceira postura de 41 ovos.
Tendo-se deixado a pequena vasilha corn mel, vivem ainda hoje ( 15 de fevereiro
de 1904) OS dous casaes perfeitamente, corn 48 dias de vida no minimo.
Ovos fecundos, acompanharam-se as larvas.
Caixa
B 1.
Corn outras duas femeas e outros dous machos, foram observadas em tudo condicoes exactamente iguaes, corn a unica excepcao de continuar para esta gaiola o estricto
regimen de mel.
Experiencias
corn Stegomyia
fasciata e Culex fatigaix
Vivem ainda hoje ( 15 de fevereiro de 1904) OS 4 inquilinos, nao tendo porem
;zs duas femeas fornecido ovo algum durante todo este tempo.
N. B. Facilmente se percebe que ha entre as caixas A e Al igualdade de condi@es na ausencia do factor da copula sexual, mas desigualdade na alimentacao. Por
outro lado ha concordancia entre A e B na applicacao da alimenta@ corn sangue,
coma discordancia das condicaes sexuaes, e ha outra vez harmonia entre A1 e B1 na
conservacao da alimentacao de mel, corn simultanea desharmonia quanto ao factor
sexual.
Oya, tiao deixa de ser mw’to signz~cativo
que postwas d
‘ e ovos - (e estes
sendo ferteis)
-ssd se obsema~/am tia caixa B: afiplicacfio
EXPERIENClA
Caixa
24.a
.
de sang-zte e copzzla sexual !
.
A.
criadas no captiveiro em rigoroso isolamento
A duas femeas de Stegomyia,
individual, retiradas da respectiva caixa de deposito, juntaram-se dous machos, criados
em igualdade de circumstancias, no dia 30 de dezembro de 1903. Offereceu-se-lhes sangue
de cobaya no dia 31 de dezembro de 1903, tomou 1; idem, id., no dia. 2 de janeiro de
1904, tomou 1, retirando-se de uma a vasilha corn mel.
No dia 4 de janeiro appareceu uma postura de 92 ovos, (intervallo 4 dias ) encontrando-se morrendo a respectiva femea (OS dous machos morreram n’este mesmo
dia ) e no dia 9 de janeiro morreu a ultima femea, sem ter posto ovos. Ovos ferteis.
Larvas.
Caixa
B.
A duas outras femeas, idem, idem, juntaram-se dous outros machos, idem, idem,
na mesma data, (dia 30 de dezembro de 1903), offerecendo-lhes saqpe hwzano e retirando-se a vasilha corn mel.
No dia 2 de janeiro, tomou uma, ( a outra fugiu ).
No dia 6 de janeiro appareceu uma postura de 33 ovos, morrendo a respectiva
femea no dia 9 de janeiro, sem ter mais haurido sangue e sem ter posto outros ovos.
(DOS dous machos, morreu urn no dia 19 de janeiro corn 20 dias, e o outro no dia 21
de janeiro, corn 22 dias). Ovos ferteis. Larvas.
K. B. Nota-se que esta experiencia tinha o fim de averiguar a qualidade do sangue na - sua influencia sobre a postura dos ovos. Tendo sido porem algo viciada pela
recusa de uma femea na caixa A e pela fuga de uma femea na caixa B, resolveu-se
repetil-a.
EXPERIENCIA
Caixa
25.3
C.
Duas femeas e duos machos, idem, idem, reunidos n’uma gaiola no dia 3 de fe-
.
Experiencias
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
59
yereiro de 1904. Administra@o de snngzte hzwznno no dia 6 de fevereiro, tomaram 2
femeas.
No dia 11 de fevereiro appareceu uma postura de 52 ovos, ( intervallo 5 dias).
N’este mesmo dia ( 2 de fevereiro), tomaram sangue human0 ambas as femeas, vivendo
ainda em 15 de fevereiro. (*DOS machos morreu urn no dia 9, o outro no dia. 11 de
a’
f’evereiro ).
Caixa
D.
Duas femeas e dous machos, idem, idem, reunidos n’uma gaiola no dia 3 de fevereiro de 1904. Administra@o de saqpe de cobaya: no dia 6 de fevereiro tomaram
as duas femeas. No dia 11 de fevereiro appareceu uma fraca postura de 7 ovos, ( intervallo 5 dias), morrcndo a respectiva femea na tarde do me.smo.
A femea restante tomou saque de cobaya pela segunda vez, no dia 11 de fevereiro,. n8o apparecendo ovos antes do dia 15 de fevereiro, em que escrevo. (OS machos morreram ambos, logo no dia 5 de fevereiro ).
N. B. Concord0 que estas duas experiencias ainda n%oliquidam o problema satisfactoriamente. Mas creio prever que, de uma maior serie de experiencias no mesmo
sentido, resultarzl uma perceptive1 vantagem qualitativa para o sa’qg-ue hzmzano sobre o
I s&g-ue de cobaya.
Experiencias
data
1
da jostwa
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
sobre o intervaZZo
dos ovos. (
de tempo entre
a primeira
rap20
de sangzce e a
Resumo synoptic0 extrahido das minhas annotaqdes).
1.0 (relativo A experiencia
2.0 I
3.0 ( conforme experiencia
4.0 1
5.0 \
( conforme experiencia
6.0 1
7.0
8.0 I ( conforme experiencia
9.0 I
10.0 ( conforme experiencia
11.0 ( conforme experiencia
12.0 ( conforme experiencia
13.0 1
conforme
14.0 \ (
experiencia
15.0 ( conforme experienc!a
16.0 ( conforme experiencia
Caso 17.0 ( conforme experiencia
Caso 18.0 ( conforme experiencia
2
5
N.0 1 C).
7
I
1
\
6
N.0 1 A).
1 5-6
1
I
3
N.0 3).
I
5
N.0 4 ).
3
N.0 5).
3
5
N.0 6).
\
4
N.0 7
).
1 3
N.0 8 ).
3
3
N.0 9 ).
N.0 10 ).
2
7
N.0 16).
anterior N.0 2)
I
anterior
anterior
anterior
anterior
anterior
anterior
anterior
anterior
anterior
anterior
anterior
dias.
dias.
dias.
dia.
dias.
dias.
dia.
dias.
dias.
dias.
dias.
dias.
dias.
dias.
dias.
dias.
d&s.
dias.
_
N’esta serie de 18 cases o maxim0 6 de 7 dias ( duas vezes ) ; o minim0 de 1 dia
Experiencias
60
corn Stegomyia
fasciata e Cu ex fa tigans
( tambem duas vezes ) ; 2 dias ( duas vezes ) ; 3 dias ( seis vezes J, etc. A media arithmetica 3,7 dias =90$ horas approxima-se tambem bastante d’este numero. ( 1)
Experiencias
sob-e 0 tempo de sobrevivencia
das femeas
a0 act0 da postwra
dos
ovos. Resumo :
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
1.0.
2.0.
3.0.
4.0.
5.0.
6.0.
7.0.
8.0.
9.0.
10.0.
11.0.
12.0.
13.0.
. . . . . . . . .
14.0.
.
. . .
.
. . .
.
.
.
. .
. .
. . . .
.
.
.
.
. . . . . . . . .
. . . .
.
.
.
. .
. . . . . . . . .
. .
.
. . . . . .
. . . . . .
. .
.
.
. . . .
.
. . . . .
. . .
.
. . . .
. .
. .
. .
.
.
. . .
.
. . .
.
.
. . . . . . . .
. . .
. .
. . . .
. . . .
. . .
. .
.
.
. . .
.:
. . . . . . .
* . . . . .
. . . . . . . .
15.0. . . . . .* .
.
. . . .
0 dia.
14 dias.t)
12 dias.t)
0 dias.
2 dias.
0 dia.
3 dias.
6 dias.
2 dias.
0 dia.
1 dia.
2 dias.
0 dia.
0 dia.
0 dia.
N’esta serie de 15 cases o maxim0 e de 14 dias; houve por outro lado 6 cases
dos
O~OS),
pevto
de 40 01~.( 2 )
de menos de dia (kzovte iwzweaktn depois dn post2wn
Howe ainda 1 case de urn dia, 3 cases de 2 dias, 1 de 3 dias. Tratando-se nos
N.“” 2 e 3 j- de cases de posturas provadamente muito pouco numerosas e insufficientes
( conf. experiencia N. 0 1, C), nao poderao modificar o j‘kcto ew@ivico, de godea fenzea
cost2mm
mower,
par
via
de
vegra, log-o
pleta.
dins iwmvdiatos
02~ nos
a uma posturn
com-
~__
Experiemias
sobre o intervaZo
dos ovos recem-postos.
CasoN.0
Caso N.0
CasoN.0
Case N.0
Caso N.0
Caso N.0
Caso N.0
Caso N.0
CasoN.0
Caso N.0
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
de tempo pe
sahirem
Resumo :
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
................
................
................
................
................
................
................
................
Em ,3 cases posteriores observou-se morte immediata
3-4
4
6
8
5
3
4
4--5
334
4
................
( 1 ) Em 4 cases posteriores houve 4 dias ( z vezes ) e 4 ( 2 )
Zevam as Zarvas rzovas, para
j
dias.
dias.
dias;
dills.
dias.
dias.
dias,
dias.
dias.
diX.
dias ( L vezes ).
( CCdia ) 2 vezes e sobrevivencia de .3 dias uma vez.
Exp-iencias
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
61
Entre estes 10 cases o maxim0 e de 8 dias ; o minim0 e de 3 para 4 dias (3 vezes) ; 4 dias (3 vezes; ) 4-5 dias e 5 dias ( 1 vez cada ).
A media arithmetica de 4,5 dins.
sob-e a &bra@0
Experiencia
ovos ate’ a sahida
do cycle inteiro,
desde
a
data
da
postwa
dos
(mosquitos alados). Resumo :
das imagines
12 dias (t)-16 dias.
13 dias.
. , . . . . . . . . . . . .
29 dias.
. . . . . . . . . . . . . .
21 dias.
. . . . . . . . . . . . . .
23 dias.
. . . . . . . . . . . . . .
31 dias.-44 dias.
. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
17 dias.--18 dias.
0 que e de especial interesse aqui sao OS cases de dzwac&o ~zininzn (12 &as)
+, ao passo que a duracao maxima e indefinida e quasi illimitada, conforme a estacao
do anno e a alimentacao mais ou menos farta.
Observei urn case, onde urn mosquito Stegomyia (macho ) levou 50 para sahir
e outros cases onde, corn igual numero de dias, havia ainda larvas e pupas.
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
1.0.
2.0.
3.0.
4.0 .
5.0.
6.0.
7.0.
Experiencia
aZimentag&o.
.
.
.
.
.
.
.
sobre a dura@o
.
.
.
.
.
.
.
da vida no captiveiro,
debaixo
da
infZuencia
da
Resume :
Extrahi OS seguintes dados das minhas annotacoes, relativas as femeas de Stegosubmettidas ao regimen de mel, ou ao regimen mixto, depo% de urn certo tempo
de alimentacao exclusiva corn me1: ( 1)
myia,
Femeas :
10
.
case
2.0 case
3.0 case
4.0 case
5.0 case
6.0 case
7.0 easo
8.0 case
9.0 case
10.0 case
11.0 case
12.0 case
13.0 case
14.0 case
15.0 case
. .
. .
.
. .
. .
.
. .
.
.
.
.
. .
.
( 1 ) Tratando-se aqui
valores inferiores a 30 dias.
. .
. .
.
. .
. .
.
.
. .
. . .
.’
de determinar
.
a dura+o
.
.
rumiwa,
.
deixei
31 dias ( 2 vezes ).
32 dias ( 1 vez ).
35 dias ( 1
)> ).
36 dias ( 1
)) ).
39 dias ( 1
)j ).
42 dias ( 1
>> ).
44 dias (4 vezes ! ).
45 dias ( 1 vez ).
50 dias ( 2 vezes ).
57 dias ( 1 vez ).
64 dias ( 1
>> ).
65 dias ( 1
>> ).
71 dias ( 1
>> ).
84 dias ( 1
)) ).
102 dias (1
)> ).
propositalmente
f6ra
da synopse todos
OS
62
Experiencias
corn Stcgomyia fasciata e Culex fatigans
Machos :
1.0 case .............
2.0 case .............
3.0 case ......
4.0
case
5.0 case
6.0 case
L1
7.0 case
8.0 case
9.0 case
10.0 case
11.0 case
.....
dias ( 1 vez ).
31 dias ( fugindo ainda ! ).
22 dias ( 2 vezes).
43 dias ( ainda vivo ).
50 dias. .
56 dias ( ainda vivo ! )
60 dias.
62 dias.
66 dias.
71 dias.
72 dias ( fugindo ainda ! )
28
,
......
,
.....
-
.......
)
.
.............
.............
.....
.............
.............
.............
.............
CULEX
FATIGANS
EXPERIENCIA
1.a
10 femeas de C&x _fntignns, apanhadas na residencia directorial na vcspera,
tendo chupado sangue humano, entraram em gaiola separada no dia 11 de agosto de 1903.
Appareceram as duas primeiras posturas de ovos (as caracteristicas jangadas )
em 15 de agosto [ intervallo 4 dias 1.Jangadas normaes, ovos ferteis. As duas femeas
morreram logo. Dura@o no captiveiro, 4 dias.
EXPERIENCIA
23
2 femeas, apanhadas em identicas condiqdes,repletas de sangue humano, entraram
em gaiola do dia 12 de agosto de 1903.
Encontraram-se duas jangadas normaes de ovos no dia 16 de agosto (intervallo,
4 dias ). Ovos ferteis ; observei as larvas. Uma das femeas sobreviveu ao acto 2 dias.
Dura@o da vida no captiveiro, 6 dias.
EXPERIENCIA
3.a
2 femeas, capturadas em condiqaes semelhantes, repletas de sangue humano,
entraram em gaiola no dia 17 de agokto de 1903.
Observaram-se jangadas normaes de ovos eti 21 de agosto, ( intervallo 4 dias ).
Ovos ferteis ; larvas observadas. Sobreviveram as duas femeas ao parto 2 a 3 dias. Dura@o total da vida no captiveiro, 6 - 7 dias.
. i
.
Experiellcias
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
EXPERIENCIA
63
&a
3 femeas de CuZex fnti~nns ( e 1 individuo macho da mesma especie ), tendo
sido apanhadas em estado repleto de sangue humano, entraram em gaiola separada no
dia 15 de agosto de 1903.
Notei a primeira jangada normal de ovos em 19 de agosto, ( intervallo 4 dias ).
Ovos ferteis. Morreu a respectiva femea logo na mesma manhan. Duracao da vida no
captiveiro, 4 dias.
EXPERIENCIA
6.a
De 2 femeas Culex fatigam, enclausuradas depois de identicos precedentes e
em iguaes circumstancias no dia 16 de agosto de 1903, obtive a primeira jangada de ovos
no dia 19 de agosto, ( intervallo, 3 dias ).
Morreu a respectiva femea no mesmo dia, tendo .durado a sua vida no captiveiro apenas 3 dias.
EXPERIENCIA
6.a
Outras duas femeas, em iguaes circumstancias, entraram no mesmo dia, 16 de
agosto de 1903, em outra caixa.
Appareceu igualmente uma jangada de ovos no dia 19 de agosto, ( intervallo
3 dias ).
EXPERIENCIA
2.a
De 2 femeas de Cz4Zex, repletas de sangue humano, enclausuradas no dia 14 de
agosto, alcancei a primeira jangada de ovos no dia 17 de agosto, (intervallo 3 dias ).
EXPERIENCIA
8s
De outras 2 femeas, repletas de sangue humano e capturadas no dia 17 de agosto
de 1903,encontrou-se uma postura normal de ovos no dia 21 de agosto, (intervallo 4
dias ). Ovos ferteis ; observei o desenvolvimento das larvas.
EXFERIENCIA
9s
De outras 3 femeas de Cukx fat&yam, em identicas circumstancias, entradas
em gaiola no dia 21 de agosto de 1903, descobri a primeira jangada de ovos em 25 de
agosto, ( intervallo, 4 dias ). OS ovos igualmente fecundos ; accompanhei as larvas no seu
crescimento.
64
Experiencias corn Stcgomyia fasciata c Cu ex fatigans
EXPERIENCIA
10s
Outras 3 femeas, nas mesmas condicoes, entraram em caixa na mesma data, 21
de agosto, observando-se uma primeira postura de ovos na manhan do dia 25 de agosto,
( intervallo 4 dias ).
Morreu a respectiva femea logo, ( dura@o da vida, 4 dias ), ao passo que as 2
outras morreram corn 4 1/z e 5 dias, sem terem depositado OSseusovos (pelo menos nao
OS encontrei na bacia).
EXPERIENCIA
11s
De duas femeas, apanhadas em estado de terem tornado sangue human0 em liliberdade, e que entraram em observacao no dia 28 de agosto de 1903, appareceu uma
pequena jangada de 15 ovos apenas, no dia 1 de setembro, (intervallo, 4 dias). Ovos
ferteis. A femea morreu logo; duracao da vida no captiveiro sdmente 4 dias.
EXPERIENCIA
12.a
Seis femeas de Czllex fat&yam, apanhadas corn sangue human0 e postas em
gaiola no dia 20 de setembro de 1903. Como tive de ausentar-me do Museu e da capital do Par& durante OS dias 22 a 26 de setembro, voltando no dia 26, encontrei n’aquella data na respectiva bacia d’agua as 6 jangadas de ovos correspondentes as 6 femeas, bem coma centenas de pequenas larvas de 1 a 2 dias.
EXPERIENCIA
13.a
Oito femeas do mesmo mosquito, enclausuradas em identicas condicoes as precedentes, no dia. 28 de setembro de 1903, forneceram 8 jangadas, que encontrei no dia
3 de outubro (depois de uma ausencia da capital durante OS dias ! e 2 de outubro ).
Observei igualmente centenas de novas larvas na bacia d’agua, da idade approximada
de 1 a 2 dias.
~~
EXPERIENCIA
l&a
2 femeas de C&x fat&-am, apanhadas em liberdade no dia. 5 de outubro, nao
quizeram par ovos, vivendo apenas dois dias na gaiola.
EXPERIENCIA
15s
0 mesmo case se deu corn 1 femea enclausurada no dia 27 de agosto: morreu
sem deixar prole.
E:xperiencias corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
EXPERIENCIA
65
ziz
16s
Recolhendo em gaiola separada, no dia 10 de novembro de 1903, 10 femeas de
Czllex fatigans, a maior parte dellas apparentemente repletas de sangue humano, appareceram 8 jangadas de ovos ate o dia 12 de novembro, (intervallo de dois dias). OS ovos
eram ferteis ; acompanhei-lhes o desenvolvimento.
Morreram as 8 femeas no mesmo dia, sobrevivendo somente as 2 que n%o tinham fornecido postura ate entao.
EXPERIENCIA
1Z.a
8 femeas de C&x fatignns, apanhadas em liberdade e das quaes ao menos 5
ostentavam ter chupado sangue humano, entraram em gaiola (alem de 3 machos) no
dia 15 de dezembro de 1903.
Appareceram 5 jangadas normaes de ovos na tarde do dia 17 de dezembro, (intervallo, 2 l/2 dias). Ovos ferteis, observando-se o desenvolvimento das larvas. Das femeas d’esta caixa (alimento, so agua ) morreu a ultima no dia 27 de dezembro ( 12 dias ).
EXPERIENCIA
18.a
7 individuos machos de Cz~Jexfatigaitzs, criados no captiveiro, foram reunidos
no dia 14 de agosto em gaiola separada e submettidos ao regimen alimenticio de MEL
e agua.
Morreram OS 2 primeiros machos a 20 de agosto ( 6 dias ), e quanto ao ultimo
individuo foi victima de uma aranha no dia 8 de outubro, tendo vivid0 55 dias no
captiveiro.
EXPERIENCIA
19.a
Outros 7 individuos machos, criados no captiveiro, foram postos em outra gaiola,
no mesmo dia 14 de agosto e tratados de ~zodo ide;tztico.
Morreu o 1.0 corn 6 dias, em 20 de agosto, ao passo que urn alcancou 53 dias de
idade (6 de outubro) e o ultimo 56 dias ( 9 de outubro ).
EXPERIENCIA
20.a
8 femeas de Czilex atigans, criadas no captiveiro, foram em tudo tratadas da
e 66
Experiencias corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
mesma maneira, entrando em observa@o no regimen de PgzeZ
e agua a 14 de agosto de
1903. iWi0 obtive postzwn de 0~0s.
Morreram 5 femeas ate o dia 20 de agosto (6 dias >.
Morreu 1 femea no dia 1 de setembro ( 17 dias ).
>> 1 #> >> ‘> 6 ‘de outubro ( 53 dias ).
>> 1 >> >> >> 9de
))
( corn 56 dias de idade no captiveiro ).
EXPERIENCIA
21.n
Trez femeas criadas no captiveiro, em isolamento individual, entraram juntas em
gaiola separada no dia 17 de novembro de 1903. Regimen u22eZ
e agua. Juntou-se-lhes
mais uma femea no dia. 29 de novembro.
Nao appareceu postura alguma de ovos. Morreram estas femeas:
no dia 21 de dezembro, uma, corn 34 dias de vida;
no dia 29 de dezembro, uma, corn 42 dias de vida;
no dia 30 de dezembro, uma, corn 43 dias de vida.
EXPERIENCIA
22~
N’uma gaiola separada foram successivamente postas :
no dia 14 de outubro 1 femea;
>> )) 16 * outubro 4 femeas ;
>> B 17 >>
>>
5 femeas ; perfazendo um total de 10 femeas, criadas no
captiveiro.
Foram submettidas ao regimen alimenticio de uma soZz~@ongztosn
de extrncto
de cnwze de Maggi (do de tubos de gelatina).
N?ZO obtive postzwn
dg-21~?11
de o~uos. As trez ultimas femeas alcanqaram relativamente as seguintes idades : 25 dias, 29 dias, e 34 dias ( 17 de novembro de 1903).
Exfleriemias
vaveC ou observada
sobre 0 intervaZZ0
directameztte)
de tempo entre
e a data
da posturn
a zcltima
ragi
de safztgue, (pro-
dos ovos. Resumo
extrahido
annotaqdes:
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
1.0 ( experiencia
2.0 (
))
3.0 (
>)
4.0 (
)j
5.0 (
>)
6.0 (
))
1.a)
2.a)
3.a)
4.a)
...............
4 dias.
...............
...............
...............
4
4
4
3
3
5.a ) ...............
6.a) ...............
dins.
dias.
dias.
dias.
dias.
das
Experiencias
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
Caso
7.0 (
8.0 (
9.0 (
10.0 (
11.0 (
12.0 (
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
67
>)
7.a) ...............
3
>>
&a) ...............
4 dias.
9.“)
10~)
ll.a)
16.a)
)>
)’
)>
)j
dias.
...............
4 dias.
...............
4 dias.
...............
4 dias.
2 dias.
...............
ZJ
N’esta serie de 12 cases o maxim0 e de 4 dias (8 vezes ), o minim0 de 2 dias
( 1 vez ). A media arithmetica e perto de 3, 5 dias =84 horas ( sendo este resultado quasi
o mesmo que no case da S&g-owzyinfcrscintn).
Experiencias
sobre
a
sobrevivencia
das femeas
de
CULEX FXTJGASS
ao acto da
postawn dos ovos. Resumo:
Caso 1.0 .........
.
.
.........
.
.
Caso 3.0 .........
Caso 4.0 .........
case 5.0 .........
Caso 6.0 .........
Caso 7.0 .........
.
.
Caso
2.0
. .
. .
. .
. .
0 dia.
. . .
2 dias.
. . . 2 I/% dias.
. . .
0 dia.
. . .
0‘ dia.
. . ,
0 dia.
. . .
0 dia.
.
.
.
N’estes 8 cases o maxim0 de duracao e de 2 1/2 dias ( 1 case > ; ha 1 case ainda
de 2 dias - ha povhz
6 cases (800/~) de jqzovte &ZS Yespectivns fewzecls itznshorns
iazvneclintns o?epois rEo pnvto. Nao ha duvida que isto constitue a regra e norma na
especie Czllex .f ntig-nns.
Experiencias
hir
sobre
dos ovos recempostos.
Caso N.0 1.
CasoN.0 2.
Caso N.0 3.
&so N.0 4.
CasoN.0 5.
Caso N.0 6.
Caso N.0 7.
Caso N.0 8.
o intervaZZo
de
tempo que Zevam as novas
Zarvas para
sa-
Resumo :
................
................
................
................
................
................
................
................
3 dias.
1 dia.
2 dias.
1 dia.
2 dias.
1 1/,Ldias.
2 dias.
2 dias.
N’esta serie de 8 observacoes o maxim0 e de 3 dias ( 1 vez ), o minim0 de 1 dia
( 2 vezes ). A m%in
nvithmeticn
& perto de 1,s dins isto e, approximativamente 43
horas ( visivelmente muito menos do que no case dos ovos de Stegomyin fascintn ).
.
Expcriencias
ExPeriencias
aZimeda@o
artificia2.
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
sobre a duru@o
Resume
da vida
no cajtiveiro
debaixo
da
infhencia
da
:
Extrahi OS seguintes dados das minhas notas, relativas a femeas e machos de
Collex fat&am, submettidos ao regimen de me1 ou de extract0 de came diluido: ( 1)
Femeas :
1.0 case
2.0 case
3.0 case
4.0 case
4.0 case
6.0 case
7.0 case
8.0 case
25
29
34
34
42
43
52
56
dias
dias
dias
dias
dias
dias
dias
dias
( extract0 de came).
( id. )
( id. )
b-w
( id. )
id. )
id. )
( id. )
(
(
Machos :
1.0 case ..................
2.0 case ..................
3.0 case ..................
Experiencias
ate’ & snhida
sobre a dwa@o
das imagines
(mosguitos
53 dias.
55 dias.
56 dias.
do cycZo inteiro
desde a data
da postwa
dos ovos
ahdos).
Sendo de especial interesse OS cases de dura@o minima, tenho a declarar que
observei urn case de IO dias completes e diversos outros entre 10 e 14 dias.
RESUMO DOS PRINCIPAES
RESULTADOS
do acervo de experiencias enumeradas e organisadas em vista
do questionario retro
I ) 0 me1 constitue urn optimo aliment0 sob o ponto de vista da longevidade do
individuo no captiveiro, prolongando a existencia dos mosquitos em questao de urn modo
extraordinario. Vigora isto tanto em relacao Afemea, coma em relacao ao macho, sendo
que individuos de ambos OS sexos, sobretudo OS do sexo masculine, o requestam corn
visivel avidez.
(
) I’ara
as femeas deixei de tomar em consideracao aclui OS valores inferiores
a Lj dias, t1 para OS maclios at6
Experiencias
corn Stcgomyia
fabciata e Culex fatigans
II) 0 sangue 6 urn aliment0 que, quando haurido de picadas produzidas na superficie do corpo de vertebrados superiores, 6 corn insistencia e avidez procurado pelas
femeas, agradando apparentemente ao seu paladar, porem prejudicial A dura@o da vida
do individuo, porque a encurta, por motivos que adiante exponho. Sangue esvasiado de
outro modo, embora fresco, 6 regeitado ou recebido corn ind:fferenCa, nao s6 pelos machos,
corn0 pelas proprias femeas.
III) 0 sangue hauric!o e urn al’mento que favorece e accelera a postura dos ovos,
protluzindo na organisa@o re;-roductbra ia femea certeira, energica e immediata reac@o,
perceptive1 desde a primeira ra@o.
IV) 0 mel, pelo contrario, tern, corn referencia ;i ovula@o, urn effeito retardatario e interruptor, ou pelo menos neutro. 0 mesmo effeito exercem OS liquidos assucarados e OS alimentos vegetaes.
V ) Temos assim na mao corn as femeas de certos mosquitos no captiveiro, urn
modo infallkel de, ao nosso arbitrio, prolongar-lhes a vida, supprimindo a ovula@o,
durante long0 prazo de tempo, -recorrendo ,;i alimenta@ corn mel, - ou de provocar
prompta postura de ovos, - ministrando a alimenta@ corn sangue.
VI ) Isto 6 t8o verdadeko, que a faculdade de depositar ovos fecundos (em femeas
poude ser conservada latente durante
previamente fecundadas ) de Stag-olnyia fasciata,
23 dias, -- 26 dias, - 48 dias, - 75 dias, - 102 dias, fazendo-a explodir, por assim dizer,
ao nosso be1prazer, na primeira occasiao da mudanca do regimen alimentar de me1para
o de sangue. ( Circumstancia esta que nao deixa de ser interessante ainda debaixo do
ponto de vista physiologic0 da extraordinaria vitalidade do sperma depositado no Y~CPptaczd2m
semi2zis).
VII)
do-llze
a
vida;
mx3,
visto
cwta
n
0
Em outras palavras : 0 MEL e’ aliment0
;tzdo
q2de
~XNGUE
vi&,
merece
exeme
6,
o~tir~ro
efleito
~odn
a
flzesma
retwdntivo
gzml2&a@o
sob/e
pelo contrario, &iwzento
povh
em
reZa@o
d
vantajoso
sob
a finc@o
pvgjztdicial
ESPECIE,POYC/~L~
no ~~~rvr~uo,p2~oZo;r~~nn0 ponto
de
reprod2di~va
a0
INDIVLDUO,
fauorece
a
vista
dn
da
femea.
povqzte
Zhe
fiux@o
Es-
en-
repro-
dztctiva.
VIII)
Temos o direito de chamar o sngzgzlecowdo post24lndo
necessavio
e iw
dispensnvel
$mrn
a posturn
de ovos ferteis
e opinamo3 que, pelas experiencias acima,
ficou, pela primeira vez, experimental --- e materialmente provado e definitivamente
liquidado, o que ate aqui era acceito coma supposicao hypothetica. (1)
c L ) Nuttall
e Shipley. no seu importante
trabalho
sobre a biologia do A~io~belrs, dizem no fim de seu capitulo
acerca das experiencias de Ross, .\nnett, Austen ( 1$X)1 ) e de Grassi e Koss ( 1901 ). e ,Innett,
ccOviposition.>>, pag.
: ’ccIII thr rlbozv expwiwetlts tbr fnosquitoes us 0 ~-de i1pptja1.to have ml) ll,ld tlw clmire hfZLWII
Dutton e Flllot
1
( IC)~?~“
th billl~Zllr1 llild blood. Tl)r filet that tbc irlsects did ?rot pt-opdgrrtt>011 hrrfrrrr~nrllzd did 011 blood iiors 12ofpt-oolfe t4, blood is 11
coditioll silla qurz 71071.Befbre we can reach such a conclusion we must know more about the food which these insects
may seek in nature and on thi- point we have very little information. That the insects, at any rate in limited numbers,
frequently have access to blood is of course clear from the mere fact that they a~e necessary for the distribution of malarial
to the pf-opagrrtioli of thaitlst~rts. Il’e
and ccrtSn filarial parasites Bilt this is 710 sriuutifir ymo’zv of blood hirig r~rcrsstzr~~
certainly need exact and further studies upon the natural food df the Culicida ). n‘6s podemos todavia responder : que
OS ditos C’ulicidios n50 pbcm c,)rn alimenta@o de banana, rnas pKem corn sangue ;
1)
2) Go p6em corn assucar e xarope. mas pnem corn sangue;
r-t50 pfiem corn mel, mas piiem corn sangue, etc. etc. ; a ciconditio sine qua non )) para a postura de ovos
3)
ferteis, cresce na proporc%n do auqmento numeric0 da serie de substancias experimentadas, sempre corn rexultado negative.
decrescendo por outro lado, na marcha inverse. ca:la vez mais o valor clo argumento contrario. Ora. Go 6 nada mnis do
11cruosorqanisados sempre conforme urn e o mesmo methodo, o resultado 6
que intuitive e lo<ico, clue se em 1. 2, 3, 4..
Experiencias
corn Stegcmyia
faxiata
c Culex fatigans
IX ) Femeas r&o fecundadas de Stegom_vin, e criadas no captiveiro em estricto
isolamento individual, acceitam facilmentk sangue. Nao representa portanto a copz&
sexual, o factor preliminar necessario para a queda das femeas ao exercicio da haemaphilia . ( 2 )
Mas resulta tambem por outro lado das nossas experiencias, que ngo se p6de
considerar o sangue coma verdadeiro aliment0 normal das femeas dos Culicidios haematophagos, coma opinava Grassi (3) pelo menos em rela@o ao Anopheles. Sangue
constitue no case da Stegowzyin fnscintn e do CzL1exf&~an.s, e ser;i tambem no caso
do Anopheles, o viatico, e por assim dizer, o explosivo da ovula@o. (Poder-se-ia concordar corn o modo de v&- de Grassi s6mente no sentido de que a postura dos ovos,
o deixar prole e descendencia, representa a suprema func@o vital, a principal e mais
importante voca@o profissional para a femea dos mosquitos, coma ali& para as femeas
dos insectos em geral. Debaixo d’este ponto de vista o sangue, coma favorecendo a
postura, poder-se-ia finalmente chamar de aliment0 <(normal )>e <<
regular. >>
)
X) Taes femeas n8o fecundadas de Stegowyin podem chegar a par ovos, porem
estes n8o sao ferteis, nao fornecem larvas ( Pseudo-parthenogenese).
XI) A postura sendo completa, a femea, tanto de Stegogqzyin coma de Cztlex
jktign~s, morre nos dias immediatos, a maior partes das vezes, at6 em acto continua.
Costuma porem sobreviver a femea nos cases de posturas incompletas e fraccionadas,
at6 que a somma dos ovos das posturas parciaes tenha attingido approximativamente
ao numero que se p6de taxar de proprio e caracteristico para cada especie.
XII) Para clue se produza o effeito de uma postura completa de ovos 6 precise
que a femea de Stegouzyzk tenha tornado diversas ra@es de sangue em dias successivos, no minim0 2 a 3.
Nao consegui obter urn resultado igualmente decisive sobre este ponto em rela@o
a0 CPlZexfntig-nns.
XIII ) 0 intervallo de tempo respectivamente, entre a primeira ( Steg-omyia ),
nepztisw, so passo que em IL’ outros cases, tambem seguindo urn e mesmo systema, 0 resultado P infallivelmente positizlo
a admiss
da (cconditio sine qua non x j< r&o e’ mais cousa yue a gente possa recusar : 0 nexo causal P manifesto de mais.
Nuttall e Shipley, se ate’ agora n5o julgaram proclucentes as provas antes existentes, n5o dir50 o mesmo depois
d’estas minhas experiencias. 0 t~r~tbodoestrict~zmwte scielztifico d’estas, combirudo seupe covz msizios simultmwos de cotejo
obedrrrndo tz wz plan0 czzidlztdoslzllzerzte
pr-enteditiztio loospome~zo~es, leunrri OS .z4zlo~osos
nzitores iz ncceitnr izs uistrzs tzpii tlesuwswlzlid~zs
e II co,uitlerar- o p,-oblema coma resolvido.
Quanta ao process0 da postura dos ovos entre OSmosquitos dizem ;I;uttall e Shipley, no mesmo capitulo (pag. 65 )
yue d’elle nBo house ainda testemnnha ocular. corn uma unica escep@o ( Kerchbaumer ). Eu posso asseverar que desde a
publica@o do meu trabalho ante?-ior ( conf. pax. 18 ) nao sbmente assisti o act0 diversas vezes em femeas de Stegomyia,
Culex, Taeniorhynchus, Panoplites, Ianthinosoma, mas clue atk d’elle conseguimos tirar vistas photographicas. Tratarei d’este
process0 opportunamente.
De especial interesse e importancia 6 aincla o case descripto na Experiencia 11.” ( pag. 52 ) , onde uma femea
de Stegomyia apanhada em liberdade entre 10 e 15 de novembro de 1903 e submettida ao regimen de mel, poz ovos
ferteis ainda no dia 29 de novembro - depois de urn intervallo de 1-1 a 19 dias.
Para urn investigador n%o muito escrupuloso seria uma forte tentaqso, de por ahi architectar
urn castello de
hypotheses de yue nrio 6 precise o sangue para a postura de ovcos.clue o me1 fez o mesmo serviqo. Para mim pore’m, 6
apenas urn aviso, de quanta cautella k precisa na aprecia@o das circumstancias
exteriores antes de tirar conclusdes : n5o
vejo, corn0 j:~ disse ( pag. 52 ), n’este extranho acontecimento sen5o a influencia embora tardia de alguma ra@io modica
de sangue, haurida pelo mosquito quando ainda em liherdade. Seja coma fdr, ficcz zm ~11rr101~~rrzo
isollzdo P curioso este.
qric Iz’foiitz f;wen de Stryoiuyia 0 effeito do s~zrzgzze
lrzfrzsse zzuzp r[z~o iuiuiluo t-if I j dim mfcs & SP mnrlifestrw so111-~
tl ovulnpio.
(2)
copula
Foi. ao que parece, Ficalbi cluem primeiramente pronunciou a hypothese da dependencia cla haemaphilia
sexual anterior. Conf. Grassi, (cMalaria 3 pax. 77.
( 3 ) c(Malaria )j pag. ~o...J- Nutall e Shipley lot. cit. 70, citam da edi@o italiana o trecho seguinte
si puci dire the alle femine degli .inofeli la clieta vegetale non basta e il sangue P indispensabile. t
: sIn breve
Experienciascorn Stegomyiafasciatae Culex fatigans
‘71 G2
e a ultima (CzAexfat&-am,)
racao de sangue e a postura de ovos foi determinado para
coma sendo na media 3,7 dias =88 4/5 horas, e para o Czdlex
a Stegomyin fasciata
fatig-ans 3,5 dias = 84 horas.
XIV) 0 intervallo de tempo entre a postura dos ovos e o primeiro apparecimento de novas larvas foi achado para a Stegomyia fasciata,
coma sendo na media
4,5 dias, = 108 horas; para o Czilex fatigans
somente 1,s dias = 43 1/Shoras.
ALGUMAS
CONSIDERA@ES
FINAES
Caractere indole da Stegomyiafasciata.- Se ha, coma e bastante provavel, sempre certa especie de mosquito perseguindo de preferencia tal ou tal animal, creio nao
ha entre OS Culicideos casta alguma que se tenha adaptado de modo igual e tao completa e exclusivamente % perseguicao do homem, na zona tropical, coma a Steg-onzyia
fasciata.
No littoral atlantico sul-americano ella agarra-se aos calcanhares do homem, por
toda a parte onde este tente reunir-se em agrupamento, condensnndo-se as habitacdes
em cidades urn tanto maiores. I? forcoso admittir que lhe serve de vehiculo o desenvolvimento da navegacao a vapor, pois so assim chega-se a comprehender a sua hodierna distribuicao geographica nos seus pormenores. Uma indicacao valiosa fornece
conquista pouco a pouco o valle
n’esse sentido, por exemplo, a maneira coma a Stepmyia
amazonico, desviando-se por excepcao da direccao do littoral e internando-se em sentido perpendicular aos contornos da costa, em longinquas regioes do interior, do sertao:
Tomou pe e acampamento em Manaos, capital do visinho Estado do Amazonas, cidade,
coma e sabido, de modern0 aspect0 e rapid0 crescimento, a 1600 kilometros do Para.
Ora, porque a Stegomyia nao se faz sentir, coma soube por informacoes in loco
obtidas, de pessoas fidedignas de Santarem, Faro, Monte Alegre e Obidos, ciclades todas bastante menos distantes“i Devo suppor que e principalmente porque sao ainda pequenas demais, nao querendo eu contestar, que ainda possa haver outros factores secundarios locaes que auxiliem talvez a produzir semelhante estado negativo.
Por outro lado estou plenamente convencido de que uma investigacao cabal acerca
da data em que a febre amarella principiou a tomar assent0 em Manaos coma molestia
endemica, por urn lado, e uma pesquiza historica acerca do increment0 da navegaG
a vapor, corn ponto final em Manaos (dislocado hoje ja consideravelmente alem, para
Iquitos ) ( 1) por outro lade, viria mostrar intima e significativa relacao entre OS dois factos.
0 grande rio-mar, corn a sua direccao quasi parallela ao equador, navegavel para
navios transatlanticos de alto bordo, e corn as suas condicoes climatericas optimas justamente para este mosquito eminentemente tropical, devia ser urn excellente vector na
marcha conquistadora da Stegomyia.
se manifestSR
,linda cluraxte a impressgo d’estas provas OS jornaes d’aqui, em ISel&m, trazem a noticia telegraphica de terem Iquitos 0 d v6mito neyro )). victimando por ora principalmente criancas.
Experiencias , corn Stcgomyia fasciata e Culex fatigans
Podemos assim encarar a S&~o?+zyin coma sendo na realidade urn novissimo flagello, uma peste que, qua1 m;i ,estrella, acompanha coma inimigo occulto, na regi%o littoral neotropica, duas das mais legitimas asp!ra@es humanas, dous dos elementos mais
poderosos nas obras de progress0 e civilisa~~o-a forma@0 e manuten@o de grandes
cidades, desenvolvidas por uma activa navega@o a vapor.
No Par& a Stegomyia 6, coma j,i disse alhures ultimamente, frequentissima, a
ponto de tornar insupportavel a existencia em certas partes da cidade, principalmente
para gente que, pelos seus deveres profissionaes, se acha acorrentada 6 mesa de trabalho. S%o as horas calidas do dia, as em que ellas mais sanguinarias e insistentes se
mostram. Basta ligeiramente suar no pescoco, nas orelhas, no rosto, nas m%os: ella nos
perseguirg corn as suas picadas corn uma tenacidade e crueldade de que n%o encontro
facilmente outro exemplo. Que a crescente insistencia nas perseguiqdes por parte das
femeas de Stegomyia acompanha de facto e corre parallelamente ;i crescente transpira@o do nosso corpo, 6 uma coisa que cede impressionar& o observador attento. E’
que a secre@o do nosso suor tern evidentemente urn papel assaz significativo na vida
d’este mosquito.
OS proprios machos de Stegomyia mostram-se aggressivos durante estas horas,
( 1) perseguindo-nos em qualquer parte descoberta do corpo em transpira@o : elles vern
haurir o suor, e se n%o chegam a picar, certamente nao ser& tanto por falta de vontade,
mas pela conforma@o r&o sufficientemente robusta do apparelho buccal. Nunca eu pude
observar pessoalmente, nem qualquer urn dos meus collegas, urn macho de Stegomyia
picar e chupar sangue, - embora haja autores (2) que de quando em vez fazem declara@es affirmativas ; tambem ainda nao encontrei macho corn abdomen dilatado por
sangue e deixando ver este liquid0 por transparencia.
Mas por outro lado sei por multipla experiencia que OS machos assentam tambem
n’estas occas%es, e n8o me posso libertar da impressZio de que elles conseguem pelo
menos produzir uma certa commix%o e irrita@o local, que s6 potencialmente differe da
dolorosa sensa@o produzida pela picada da femea. Nao chegam a perfurar a epiderme,
mas chegam a irrital-a e nZIo me surprehenderia, se estudos histologicos mais minuciosos
revelassem urn dia, que o apparelho venenifero n%o ficasse em desenvolvimento muito
aquem do attingido no sexo feminino. (3) A sensa@o desagradavel produzida pelos machos da Stecgomyia~2ainda augmentada pelo truculent0 zumbido, proferido em fina voz de
descanto.
____
( 1) k facto de observaq5o diaria, que a regi$o occipital da cabec;a principalmente, e tambem as mjos de pessoas que est5o recolhidas, vestidas, em rede OLI cama, durante as horas calidas para, aqui na cidade, descaqar ou por se
acharem indispostas, Go assediadas por uma nuvem de talvez 10 a 15 Stegomsi~rS,
na sua maioria machos, em incessantes
evoIu@es serpentinas.
(2)
Ficalbi
conf. Theobald,
(3) Kecentes
Anopheles maculipennis
dulas salivares, sitas no
A tumefacqgo
Vol. I, pag.
71 MC Kay,
conf. Theobald,
pag. 293.
investigaqjes minuciosas feitas por Nuttall e Shipley, lot. cit. pag. 186 seg., acerca da anatomia do
ensinam que o effeito venenoso e inflammatorio da picada P directamente devido d saliva das glanthorax, saliva expellida por urn canal subtilissimo no hypopharynx.
1; existente, na extremidade da tromba, formada pelos dous c~labellae )), de feitio espatular, n5o
Experiencias
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
73
E eis-me outra vez nas pegadas das consideraqdes fgitas nas pag. 24 e seg. do
meu primeiro trabalho sobre <c
OS mosquitos do Par& )). L& mostrei qua1era, a0 meu ver,
0 cnw~zkho@%yZo~e~zetico
percorvido peln ?zne~;tznphiZin
dos Czkicideos. Apontei para 0
serum sanguine0 de escoria@es, a humidade no canto dos olhos, e semelhantes secre@es, tao avidamente procuradas por uma turba de Dipteros minusculos. Claro 6 que
o suor faz parte dos mesmos productos. E eis a Stegowyin fascintn que vem corroborar ainda uma vez o acerto d’esta explica@o : apegando-se esta especie ao homem, primitivamente ambos OSsexes tributavam-lhe o suor. 40 pnsso gzle ns fewzenspvogyedinwz
ntk n pe@wncno lznbit2mZ
da
epidevm?le,
tovnn~do-se
clzz~padovas PQoBssionaes de
sazzg-2deh2mwn0,
&p
0s
wzachos co92sema;twse Pzaphase anteviov,
de Za~22bedo~~es
do mar,
histovicanzente
mais an-
e sel;tzeZlznnte.ssecve@es do covpo hukmv20.
Quando e onde ha muitas Steg-o?z_yilas,nota-se que OS machos, por vezes reunidos em turbas de 15, 20 e mais, visiveis de urn golpe de vista, costumam observar
por urn lado urn tal ou qua1 espirito corporativo quanto aos sew similares, e urn certo
antagonismo apparente quanto As femeas por outro lado. Manifesta-se este na circumstancia de, por exemplo, agglomerarem-se OS machos a tal canto de uma meza corn o
seu encerado, tapete, etc., quando as femeas circulam pelo quarto, ou de se postarem
em tal regiao da parte ascendente de urn mosquiteiro, ao passo que as femeas voam por
baixo da cama ou fazem reconhecimento voando pelas visinhancas. Sao atalaias, pontos
salientes de vigia e de observa@o, de onde OSmachos se atiram contra qualquer femea
que lhes venha transpar a area de dominio.
Em geral p6de-se dizer que a Stegomyia 6 urn mosquito singularmente photophilo : o
alegre zumbido, que tanto OSmachos coma as femeas deixam ouvir, danqando animadamente em enxames, quando o sol da tarde d& moderadamente na sua gaiola, depde
tambem n’este sentido.
Quanto ao som produzido pelo v60 da Steg-owzyia fasciata, nao me consta pela
litteratura, que ensaios tenham sido feitos de determinal-o de modo scientificamente
exacto. Fiz uma tentativa n’este sentido, auxiliado por dous collegas do Museu, versados
em assumptos de musica. Para este fim servimo-nos dos inquilinos das duas caixas de
deposito, contend0 uma sdmente individuos do sexo masculine, outra s6mente femeas.
Escolheu-se uma hora durante a tarde, expondo as gaiolas aos raios brandos do sol de
urn dia meio encoberto. Utilisamos uma cithara e urn diapasao, de conhecido numero de
vibracdes.
a0 pass0 que
Achamos o som da femea correspondente ao do do’
o do macho corresponde ao do Id
OS dous sons estao entre si na rela@o de uma sexta; o a do macho corresponde
a 880 vibracdes, o c da femea a 480 vibraqdes. Tanto n’um coma n’outro case tivemos
a impress30 de que ao lado do som principal ouvem-se, de quando em vez, simultaneamente as respectivas oitavas, de maneira que o timbre parecia encoberto pelos competentes sons concomitantes ( <(Obertiine >j da linguagem technico-acustica allem%).
Experiencias
corn Stegomyia
fasciata e Culcx fatigans
Evidentemente exer&em certo effeito sobre altura e timbre do som o estado de
maior ou menor dilata@o do abdomen corn aliment0 e quem sabe ate o effeito psychic0
debaixo da influencia da suggestao mutua.
Nao deixa de ser interessante a semelhanca n’este nosso resultado obtido em
referencia & S&go~~yin corn o de Nuttall e Shipley acerca do Anopheles mnczdipemis
( <<
Structure and biology of Anopheles >), Journal of Hygiene, Vol. II, N.0 1, jan. 1902,
Cambridge, pag. 78 seg. ).
( Coincide o tom dos machos, corn 880 vibra@es; par-a femeas mais ou menos
vasias comtudo o som parecia-lhes moyer-se ao redor de c inferior (d6 grave) corn 240
T-ibracaes, portanto uma oitar-a mais baixo ).
Em rela@o ;i copz&z se_wnZ da Stegomyia, clue parece ter sido ainda muito
pouco observada a julgar pelas pauperrimas indica$Ges na litteratura e que sci muito
recentemente foi tratada por urn autor residente na ilha da Trindade, conforme se v?
pelo Vol. III da Monographia de Theobald (1903, pag. 143) temol-a vista milhares de vezes
e a vemos todos OS dias, sem que todavia nos f&se possivel descrevel-a de modo plenamente satisfactorio nos seus menores detalhes. 0 process0 nos seus contornos geraes
6 este : urn macho precipita-se da sua atalaia sobre .uma femea que se approxima vaando,
une-se a ella pelo lado inferior, e deixa-se por ella levar n’um vao lento e pesado durante uns poucos segundos (2 ou 3 sbmente), depois separam-se de nova. E’ obra de
urn momento, e surprehende realmente a ligeireza corn que este acto se consumma e a
facilidade corn que OS dous nubentes se safam do amplexo sexual. A scena 6 urn viva
contraste corn o que se ve por exemplo na mosca domestica e outros Dipteros, e taofugaz, .
que difficilmente a gente consegue dar conta, e todas as tentativas que ate agora fizemos
de fixar urn &al no acto da copula por urn meio subito de morte, abortaram invariavelmente, a menos que a gente nao recorra ao meio extremo do achatamento e esmagamento entre as duas m%os, o que naturalmente n2o fornece urn resultado aproveitavel
para o reconhecimento do s&s. Por outro lado, a Steg-oJ?zyiaprecisa de tao pouco
espaqo para o seu 1760nuptial, que este se pdde operar sem difficuldade ate dentro das
estreitas dimens6es de urn boccal ou de uma gaiola de cria@o, --facto este que facilita
consideravelmente a fecunda@o de femeas criadas no captkeiro e corn isto a criaq%o
d’esta especie de mosquito durante gera@es consecutivas.
Tanto quanto 6 possivel julgar sem marca@o pr&ia dos indkiduos por qualquer
signal especial, parecia-nos que o mesmo macho executavn diversas copulas em rapida
successgo corn diversas femeas que se approximavam.
Todo o process0 da copula da Stegof+n
tern, coma se ~8, muita semelhanca
em publica@o anterior (pag. 25, 26).
corn o que j,i esbocei para o Czllex fatig-am
Se aqui nestas bacchanaes ngo chegam a formar-se aquellas dltas nuvens distinctas,
danqando no ar, constituidas, uma por machos s6, outras por femeas s6, todavia fica de
pk certa tendencia separatista, certo antagonism0 local, ao qua1 alludi acima. Tambem
no CZ&X &ztig-am a copula dura s6mente obra de urn momento. Mas quer me parecer
que o CztZexf&&vzm
assim mesmo pt-ecisa de mais espaqo para o seu ~‘60 nuptial,
Experiencias
corn Stegomyia fasclata c Cults
jatigans
73
faz maiores exigencias do que a Stego~Hyin, n20 se realisando a fecunda@o no captiI-eiro corn a mesma facilidade e quasi certeza mathematics coma no case d’aquella.
Tenho a impressao de que, em geral, o Czllexf&g-nns, comporta-se de modo mais
rebelde, obstinado, teimoso, refractario A domestica@o e comprehens%o: significativa
prova d’isto julgo poder perceber na circumstancia singular, que em case algum consegui fazer, no captiveiro, chupar sangue urn unico idividuo sequer d’esta especie de
mosquitos, nem entre OSapanhados no estado de liberdade, nem entre OS criados no captiveiro. Reputo-o de urn gr5o de intelligencia decididamente inferior A Stegor~yin .fnscintn. E se vou bem acertado corn o meu sentiment0 natural de que, da mesma maneira
coma nos outros insectos haematophagos, tal especie de Culicideo acha-se principalmente
relacionado corn certa e determinada especie de vertebrados-hospede, sinto-me induzido
a dizer que tenho o CzlZex_fatig-ampor urn mosquito primitivamente adjudicado menos
;I especie humana, corn especialidade, do que a certos animaes domesticos e, entre estes,
minha suspei@o aponta principalmente par-a OS inquilinos dos nossos gallinheiros. E n8o
seria possivel que na sensivel diversidade intellectual entre Czllexfat&-am, e Stegouzy’n
Jizscintczreflectisse ainda a primitiva diversidade entre OS seus respectivos hospedes?
Estou certo, e ninguem me contestar%, que 6 precise ser mosquito mais expert0 para
perseguir o homem, do que para perseguir gallinhas, ou gato ou c%o que seja. E nao
estao aqui OSratos e morganhos domesticos e, entre OS insectos, as odientas baratas a
provar de quanto vale o effeito da convivencia diaria corn o (<homo sapiens>>no sentido
do desenvolvimento e do refinamento intellectuaes 2
Seja coma far, n%o ha que duvidar de que, tanto a StPgowzyin f~~~iata, coma
o CzlZex fnti~nns, sao dous Culicideos hoje, que, intrusos malignos, pertencem 2 bagagem, ao inventario dos parasitas, pestes e flagellos animaes que se apegam ao calcanhar
do homem na zona littoral neotropica ! ( 1)
Pouco ou nada foi ventilada at6 hoje a qzlest&o&z ovi<qelne jwove~ziemin da Stegowzyin fascinta. XBo hesito em confessar que julgo-a de or&ewz afmkwzn. E baseio-me
principalmente n’uma considera@o critica da actual distribui@o geographica do genero
Steg-owyin.
Tanto quanto se pcide julgar pela Monographia de Theobald, 6 urn genero natural, composto todo de especies que no seu especto, rajado de preto e branco, possuem
urn traqo caracteristico que 6 primeira vista logo tr;ie affinidade e parentesco. Na
( 1 ) -Ate! que ponto OS moiquitos podem tornar-se um flageilo em certas regicies, cita-nos Felix
Lynch Arribalznga. conceituado dipterologista argentino o seguinte edificante trecho : (<En 10s climas h6midos y klidos, son un verdadero azote, hasta el punto de hater casi inhabitables ciertas comarcas; se@ Spis y Martius, en las m&genes de1 Amazonas, de1 Orinoco y de1 Yapure, hacen tan dolorosa la existencia de 10s pobres indigenas que, las delicias de la vida
futura anunciadas por 10s misioneros, se las imaginan coma el te’rmino de las penalidades a’ clue 10s sujetan 10s abundantisimos mosquitos de esas regiones 1). Dipterologia Argentina, 1901, pag. 24 ). - Alids 6 de suppdr que aqui entram em considera+o mosquitos de outros generos coma Anopheles, Panoplites, Taeniorhynchus. etc.
Experiencias corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
dita obra, corn o seu recentissimo tomo supplementar ( III), encontro coma correspondendo ao actual estado scientific0 urn total de 21 especies. D’estns, ;tzndn z~ze;tzos
de 11
especies (u2znis dn w2etnde) sao indige~~nsdn Africa ( Serra Leaa, Nigeria, Senegambia,
Nubia, Mashonalandia ) : S. fasciata, S. sugens,S. nigeria, S. africana, S. grantii, S. marshallii,
S. argenteopunctata, S. minuta, S. irritans, S. nigricephala, S. albocephala.
A’ Asia pertencem: Steg-omyin sczttellnvis, S. ~se2ulo-tne~intn, S. gzdevnntoris,
S. cmssipes, S. pifierscllrta,
S. nivea - 6 especies ao todo ( ngo incluindo a ubiquistica
Steg. fizscintn), menos do que l,‘$ do total.
A’ Australia cabe a St. ;tzotoscvi’ptn ( r&o incluindo outra vez a infallivel 9. fluscintn).
Do continente americano, de Norte a Sul, Theobald enumera ainda S. sigfzife/l,
Columbia ( E. U. ), S. tevve;tzs(habitat incerto ), S. sexlinenta ( Trindade ), transparecendo
comtudo duvidas acerca da posi$Xo systematica, pelo menos em rela$%o Aisduas primeiras.
A especie de mais avantajadas dimensaes parece ser a St. Rx&ii
da ilha de
Sokotora ( Africa oriental ).
Ora, nao fazemos outra cousa sen2o empregar uma regra fundamental de ins-estiga@o biologica moderna? se procuramos pelo menos quanto a0 conjunct0 organic0
actual, patria e ponto de dissemina@o e irradia@o de f6rmas pertencentes a urn e
mesmo grupo natural de plantas ou de animaes, 1Aonde convergem OSfios do maximum
numeric0 de especies e onde encontramos as maiores e mais vigorosas fbrmas.
Debaixo d’este duplo aspect0 do quesito, 6 a Africa que, obedecendo ao exorcism0
de uma formula scientifica, surge diante dos nossos olhos coma origem e patria provavel de todo o genero Stegomyia, e portanto tambem da malefica Stegomyin fascintn.
E porque nao seria assim? Que argument0 serio e inderrocavei poderia ser opposto a
esta hypothese ?
A Stegouzyia fasciata nos ter& vindo da costa d’Africa bem cede, talvez j,i nos
tempos coloniaes, em navies de &la. Ella nos terti vindo pelo mesmo caminho, pelo
qua1 tantos ento - e ecto-parasitas humanos e vectores de doenqas celebraram a sua
entrada no Brazil ( haja vista ao <(bicho do pe )>,( 1) A filaria, etc. ), - ella representa a0
meu ver mais urn - e n8o o menos importante - d’estes presentes fataes e lamentaveis,
que vieram na bagagem do trafico de escravos africanos.
Seria ulna tarefa t20 grata corn0 interessante e meritoria, para urn escriptor
medico, do paiz, lancar uma vez urn arrolamento d’este funesto inventario de molestias
que 0 continente negro nos legou!
A Stegomyin encetou a sua circumnavega@o em navies de vela, nos bons tem5
(1)
E’ versa0 corriqueira que o (cbicho do p& )) foi introduzido, em Setembro de ~SYZ, na costa d’.Hrica
( Xmbriz ) por urn navio inglez. vindo do Brazil. Entretanto hoje, se sabe pela chronica pouco conhecida e recentemente
publicada de nova do medico suisso Sebastian Braun, de Basil&, clue. em servic;o hollandez. viajou entre 1610 - 1620 no
ent5o reino do Congo e grancle extens5o do littoral atlantico que n’aquelle tempo e n’aquella bacia fluvial ji lavrava entre
os indigenas e a tripulaqao do navio uma molestia ecto-parasitaria chamada ccPeysy j) a qua1 facilmente se reconhece coma
identica d praya do Gbicho do p&” ( Sarcopsylla penetrans L. ). J;i esistia portanto na costa d’Xfrica a pulqa penetrante
uns 250 para ~CX, annos bem contados, antes da tal reinfeccao secundaria, via Brazil, ( que 1150clueremos pGr em durida)
datando dos nossos dixs. ( Veja-se a esse respeito a circumstanciada discuss&o do Dr. Georg Ilenning em c(T-erhandlungen
der Naturforschenden Gesellschaft s in Basel, Vol. ,X111, I-left 1. 1901, pag. 227 seg. ) ( 12 III. l?o_.)
Espericncias
corn Stcg-omyia fasciata e Culex fatigans
pos idos ; hoje ella ja viaja em vapor e em estrada de ferro. Aprendeu - aperfeiCoou-se,
- modernisou-se.
Embora o genero CZ&ZXtenha OS seus emissarios em todas as zonas e todas as
partes do mundo, sendo por isto bastante mais complicado o problema de precisar o seu
centro de dispersgo, tenho motives para acreditar que justamente no case do C~lex fcrtigaazs as cousas r&o se passaram de modo muito diverso do da Stegonzyia fasciata.
OS mappas de distribui@o geographica, organisados para ambos por Theobald
( Stegomyia : Vol. I pag. 292 ; Culex fatigans : Vol. II, pag. 155) mostram uma surprehendente concordancia.
0 Czllex fntig~tzs 6 aqui coma por toda a parte, o fiel vassallo e companheiro
inseparavel da felina Stego)gzyin fasciata : encarrega-se de submetter ao supplicio o homem e OS seus animaes domesticos durante a noite, quando as creaturas precisavam do
repouso restaurador, depois que a outra OSassediara sem tregua, corn revoltante cynismo
durante todo o dia. Quando o estudo das molestias tiver urn dia alcancado no futuro
urn grau mais elevado de perfei@o, virg - estou prevendo isto nitidamente - a hora em
que a obra collectiva d’estes dous intrusos ser& reconhecida e as-aliada devidamente
em todo o seu alcance malefic0 e visto serfi, se tenho ou n8o raz%o dizendo - que ;i
sua influencia collectiva deve ser attribuida uma das principaes causas da anemia tropical, al&m do quinhao de molestias graves, de que cada urn d’estes dous Culicideos se
faz portador de monopolio e transmissor plenipotenciario.
Muitas vezes tenho occasiao de observar, tanto na especie StegoJgzyiczfasciata,
coma na especie Cz&x fatigam, ao lado de individuos de estatura normal, indzki&tos
gnztito ~wnoves, vevdadeiros am7es. Esta observa@o pbde-se fazer em especimens apanhados em liberdade, coma nos criados no captiveiro, sendo que n’esta ultima conjunctura o case se repete corn consideravel frequencia. Nascem por vezes individuos nao
s6mente do sexo masculine, coma ate femeas, de dimensdes tao mirradas, que corn facilidade se safam atravez da tela de arame de malhas ainda bastante mais estreitas que
a tal <c
tela de Grassi >>,que hoje se produz em larga escala na Italia corn vistas j prophylaxia contra o Anopheles e a malaria (Grassi mesmo recommendou tela, da qua1
coubessem nao menos de 9 malhas sobre 1 Iit, “l) de distancia o que corresponde a pequenos quadrados lineares de 1,7 111111
de lado. ( Grassi, Malaria, pag. 206, Est. VII ).
0 Govern0 Estadoal do Parti importou, para ensaios, corn o mesmo nome, da
Italia, uma tela onde cabem s6mente 6 malhas sobre 1 1/2 cmde extensao linear, o que
corresponde a quadrados de 23 mmde lado. Refiro-me sobretudo a esta ultima marca,
que julgo sufficiente, por via de regra, para impedir a invas%o de mosquitos de f&-a
para dentro, na applica@o a hospitaes, que reconheci porem insufficientes coma revestimento parietal das minhas gaiolas destinadas a experiencias sobre mosquitos coma a
Stegomyia fasciata e Czllex fatigans, etc., no captiveiro.
Em geral OS phenomenos da macvosomia e da micvosomh entre plantas e animaes est%o relacionados, em primeira linha, corn a nutri@o mais ou menos abundante
e nao creio que a mencionada mga and de Stegomyia e de Czllex se explique de
modo diverso do que por uma alimenta@ parca e urn desenvolvimento demorado du-
rante a phase larval. N’este sentido disponho at6 de provas experimentaes : larvas criadas em agua limpa, isto 6, relativamente pobre em substancias assimilaveis, fornecem
imagines de pequena estatura. Trata-se entretanto de saber se n%o me engano corn a
minha opiniao de que a frequencia de individuos da raqa an& apanhados em liberdade,
augmenta em certos periodos singularmente, assumindo caracter de uma regra. Ainda
este anno, nas ultimas semanas de outubro e novembro, antes de entrar francamente a
estaqgo chuvosa, ganhei a impress%0 de que as femeas de raqa miuda fossem particularmente numerosas. Desconfio que isto nao 6 obra de mero accaso: 6 bem possivel
que a frequencia de individuos de raca an& normalmente possivel durante todo o anno,
seja periodica e represente urn case, algo empallidecido, d’aquillo que se chama ((Diz~~o~@is~zoRns estn@es )) na entomologia. Theoricamente n8o pdde haver serio obstaculo para acceitar o argument0 de que no auge da esta@o secca, corn a crescente falta
de agua, as condi@ps de existencia para as larvas tornam-se mais difficeis, favorecendo assim uma gera@o de mosquitos de estatura abaixo da media. Agua minguada e
alimenta@o reduzida podem, realmente, coma acima vimos, obrigar a larva a gastar o
dobro e o triplo do tempo normalmente precise para adquirir o crescimento necessario
para a sua metamorphose. Tenho o sentiment0 de que a hibev?z&Zo, no sentido coma
este termo 6 acceito na litteratura zoologica, (passagem de uma f&ma animal de uma
epoca apropriada para a sua existencia atravez de um period0 inclemente e improprio,
gracas a uma reducq8o mais ou menos consideravel da energia das func@es physiologicas, at6 ;i volta de outra epoca benigna e propicia) pcide muito hem, para Culicideos
eminentemente tropicaes e equatoriaes, encontrar a sua express20 na dupla facies:
1) desenvolvimento demorado das larvas ; 2 ) estatura pequena, ana das imagines. Al%s
seria ingenuo pensar-se para o clima do Par& ou do Rio de Janeiro, por exemplo, n’uma
repeti@o de hiberna@o propriamente dita, coma esta se manifesta em estreita adapta@o ao inverno nevoso e glacial na latitude da Europa central e septentrional. Mas ha
para a hiberna@o dos climas frios urn equivalente e <c
pendant >>meridional e tropical :
6 o phenomeno da Zethwg-in estiwl, semelhante nos seus effeitos physiologicos. Ser&,
aqui no case vertente, quest%0 de mero gosto o emprego de urn termo ou de outro,
visto o seu caracter complementar e representativo. 0 que 6 bastante plausivel 6 que,
mesmo debaixo do clima tropical, a successao das gera@es de mosquitos durante o
anno nZio seja urn < motu-continua )), de actos e intervallos mathematicamente iguaes e
equivalentes ; forcosamente haverj 6pocas de energia vital diminuida, revezando corn
6pocas de actividade mais accentuada.
Ninguem ir& ao ponto de attribuir-nos a supposi@o, para uma cidade littoral, sita
entre o Par& at6 o Rio e Santos, da existencia de urn tempo de absoluto armisticio pela
impossibilidade climaterica de desenvolvimento, de larvas de Stegomyia : larvas ha e
haver-2 durante todo o anno. Mas que a cu?va d’este desenvolvimento, uma vez que o
estado da sciencia n’este paiz permitta a tentativa de proceder-se 6 representa@ graphica, mostrara seus altos e seus baixos, trahindo uns e outros uma certa periodicidade,
coincidindo esta por sua vez corn o cycle de esta@es quentes e chuvosas por urn lado
e frias e seccas por outro lado, d’isto estou plenamente convencido e investiga@es pacientes e amorosas sobre a biologia dos nossos mosquitos em liberdade hao de trazer
Espcricncias
corn Stcg-om\-ia fahciata e Culcx fatigans
cabal. Taes pesquizas revestiriam naturalmente ainda particular importancia em vista do parallelism0 na periodicidade de febre amarella.
Seria erronea a opiniao de que estes individuos da raca an% de Stegomyin
fossem talvez menos aggressivose sanguinarios que OSde estatura normal. Comportam-se
em tudo igualmente ; as suas picadas n8o s%o menos dolorosas, coma tive occasiao de
verificar.
a confirma@o
Longe tambem de estar sufficientemente esclarecida 6 a questao da p~o~o~~@o
~zz~~w14ccl
enfve OS GEOUS
S~XOS.Prestei alj=uma attenc8o a este problema, mas o que
posso adduzir ate agora, n2o 6 sen%oulna mui modesta contribui@o A sua solu@o.
Em agosto de 1903 retirei, de uma fossa de banheiro, grande quantidade de larvas
de Cztlex f&gmzs
que alli se criaram e conteia-as. Desenvolveram-se 63 femeas e 77
machos, havendo assim urn ligeiro excess0 de individuos do sexo masculine.
De uma consideravel cria@o de Ste,vo/wyia fczsciatn, installada em novembro
de 1903, sail-am ate esta data (7 de janeiro de 1904): 50 fern&as e 56 machos, dando-se
novamente urn pequeno excess0 a favor dos machos.
Em diversos outros cases ainda de cria@o de especies de mosquitos sylvestres
parecia-me As vezes haver mais machos, em outros mais femeas, geralmente porem estabeleceu-se urn quasi equilibrio numeric0 no fim da serie. E cheguei a concluir : maior
a serie -- melhor o equilibrio. Concord0 assim corn Nuttall e Shipley, que dizem : <<The
proportion of males to females has always appeared to us to be fairly equal and n-e
have counted the sexes on several occasions)). ( Lot. cit. pag. 58).
Em rela@o ti queStgO,se ha fiJ~oteunm?in ou ~J~o~!L?J~o~~-YJz~c?ou scd2id~r si~rzzddas imagines de ambos OSsexes, certas observa@es minhas fazem-me, por T-ezes
inclinar a acceitar a opini2o de Kees ( Nuttall e Shipley, lot. cit., pag. 68 ) que escreveu :
<<When mosquitoes are bred in captivity, the males, as a rule, hatch out first )). Pelo
menos lembro-me de occasiaes onde, em cria@es de Czllex fat&wzs,
%C~?O)J~OSO@I?
nisv$es,
Li~mztus
~ztrhnJJzi,
etc., a predominancia dos machos entre asprimeiras imagines
que saiam chegou a impressionar-me e fazer-me crer existir uma tendencia para a
tn?zen
@‘Ot&~~JtdJkz.
( 1>
N’uma cria@o de ltirvas de data igual e perfeita igualdade das outras condi@es
de existencia, isto 6, achando-se reunidas no mesmo boccal, a experiencia pratica ensina
a conhecer em muitos cases o sexo jA no estado larval. As larvas que fornecer2o imagines
do sexo feminino distinguem-se depressa pelo seu tamanho e calibre, correndo na dianteira, no seu desenvolvimento. Cannibalism0 e parricidio est2o na ordem do dia, mesmo
entre as larvas saidas dos 01-0s de uma e mesma posture.
80
Esperiencias
corn Stcgom~ia fasciata e Culex fatigans
As experiencias relativas A Zo~gezkAz~~edns imlz~ines de outros mosquitos indigenas, alem da Steg-oltiyin fasciata e do C&X fatigans
n%o deram, no laboratorio,
de longe resultados tao favoraveis. E’ qlle so’mente estes dous s&?ovevdadeiramente
domesticos aqati; a %WiO?k dOS 02ttP'OS SaO CAMPESTRES e SYLVESTRES, Ml&! OS qUaeS
sdmente alguns vern frequentar as habita@es humanas para picar. As primeiras duas
especies vivem, por assim dizer, dentro ; todo o resto vive la fbra, nascendo e morrendo
ao ar livre. Julgo dever procurar a explica@o da relativa fragilidade das imagines do
gross0 dos mosquitos campestres e sylvestres, surprehendente justamente nos generos
gigantescos corn0 Megarhhs,
Sabethes, etc., pela falta de ar e humidade, que for-Cosamente interfere coma obstaculo A conserva@o no laboratorio. Condicdes de existencia
de todo iguaes e identicas a essas que existem na natureza, claro 6 que quasi n%o ha
possibilidade de as crear e offerecer no captiveiro.
Kelativamente rijos achei ainda o Cklex co@w2atus e o Czdex sevatus, mas
dentro do prazo de uma para duas semanas morre por via de regra quasi tudo. Encontro no meu caderno de notas, coma facto exceptional. o case de uma femea de Tne~zio&zy;?zchz~s
Awihalxngae que morreu corn 38 dias de’ captiveiro, (tendo fornecido uma
postura de 38 ovos no dia anterior). 0 T~icho$~oso~o~2
nivipes
aguenta As vezes ; o
Dr. Lutz refere cases de ter conservado individuos durante 2 mezes ( ((Waldmosquitos >>
pag. 289).-No trabalho extenso conto tratar d’este assumpto, dando pormenores sobrk
as mInhas experiencias.
Urn case, que demonstra ao mesmo tempo a relativa facilidade corn a qua1 uma
praga pdde ser disseminada de urn continente para outro e a incrivel resistencia que a
Stegomyia fasciata pde em campo, quando se trata de venter condiqdes e circumstancias desfavoraveis da vida nos conta o Dr. F. V. Theobald, no recente volume supplementar da Monographia sobre OS Culicidios ( III, pag. 143 seg. ) : Kecebeu o eminente
especialista ovos de Stegomyia, enviados de Cuba pelo Dr. Finlay, n’um tubo de vidro
em estado secco. L& permaneceram uns 2 mezes no mesmo estado secco, na Inglaterra.
Movido pela curiosidade o Snr. Theobald, resolveu urn dia fazer urn ensaio de cria@o
corn agua tepida n’uma estufa. Qua1 n8o foi a sua surpreia, vendo sahir as larvas em
24 horas ! A maioria viveu ate 10 dias, 6 alcanqaram a phase de pupa depois de 3 semanas. Sahiram uma femea de apparencia normal, e 5 machos.
Como se ve pelo questionario acima, entrou a quest%o, se havia differenCas
quanto R proveniencia e qualidade do sangue, isto e, se havia talvez urn sangue preferido por urn lado, ou urn sangue optimo sob o ponto de vista da ovula@o, por outro.
Quanto A Steg-omyia fasciata
nunca me pude furtar 5 convic@o de que o sangue human0 r&o 6 sdmente preferido ao sangue de cobaya, mas tambem mais efficaz
e substantial sob o ponto de vista de ovula@o.
Sangue de urn reptil, urn saurio, lagarto (T~o@k?wz~s tovpat2ts) corn o qua1
experimentei, nao quizeram acceitar.
E’ urn assumpto que ainda est& muito longe de estar sufficientemente estudado.
Experiencias
corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans
81
de sangue quente propriamente preferidos todavia OS maiores eram mais perseguidos
do que OS menores, - portanto mera preferencia de tamanho.
Durante o anno passado surgiram de repente na imprensa ( 1) noticias muito
elogiatiras sobre o maravilhoso effeito de uma especie de planta do genero Ocy~~~~z,
0. viricEe para afugentar OSmosquitos na Nigeria ( Africa). Ora n6.spossuimosno Brazil
LHJJ representante d’este genero no conhecidissimo c<
wvzazgericdo>),0. I~Z~~ZZ’WZMZ,
mimosa
herva em f&ma de arbusto anao, bemquisto pela facilidade corn que pega, coma pelo
seu agradavel aroma. Fizemos experiencias n’este Museu e nas residencias particulares,
mas de effeito benefice contra a S&g-ot~zyin e o CzlZexJkti~n~zs - nem sombra. Ali&
outro resultado n%o esperavamos.
Quasi ao mesmo tempo urn boato semelhante circulava, attribuindo virtudes de
impedir a aprosima@o dos mosquitos ao nosso ~~~zoeivo (Cwicn @z@?yn), ( 2 ) conforme observa@es feitas na China. Tambem a repeti@o d’esta experiencia forneceu-nos
resultados negatil-os, quanto 2 Steg-or~zyin.
N2o quero perder a occasi8o de registrar ainda umas observa$es que fiz e que
bem caracterisam a excessiva tenacidade e forca de resistencia que a Steg-ol?z$cE
.fnscintn oppde a certos meios que infallivelmente affastariam qualquer outra especie de
mosquito.
Uma serie d’ellas liga-se ao effeito nullo de uma forte cowentexn de w, produzido por vent0 encanado entre duas janellas abertas e orientadas no sentido do vento
reinante ou pela movimenta@o akrea na directa proximidade de urn ventilador mechanice, electric0 ou outro. Pois as Ste~o~~z~v’asabsolutamente n8o se importam de tal vira~Bo, continuando as suas evolu@es serpentinas ao redor de n6s investindo e picando
da mesma f&ma, coma se nada houvesse de incommodativo. Nao conheqo outra especic!
de culicideo que se comporte do mesmo modo refractario em identicas circumstancias !
Outra serie de obsewa@es prende-se ao effeito n2o menos negativo de fortes
c~zlci~~os,
produzidos por exemplo por certos desinfectantes sobre o bem estar das imagines de Ste~or~zyin. Pois n’um quart0 corn o chao alagado e ensopado de creolina por
Completo enexemplo a gente esperaria ~21~darem tregua as felinas Steg-omyias.
coma se fosse urn
gano ! As emanaqdes da creolina parecem incommodal-as t%o pouco,
qualquer perfume. Urn quart0 de hora depois de desinfectado urn aposento corn creolina,
circumvolitam 18 dentro estes teimosissimos carapanas outra vez, coma se nada
howesse.
Nem urn armisticio passageiro assim se consegue. Para subjugar efficazmente as
Stegorwyias 6 precise j$ ingrediente mais energico, dioxydo de enxofre, chloro OLI ent2o
muita fumaqa de pyrethro.
) 1-ide ‘( Prometheus x ( Eel-Iim ) Vol.
)l van C. Sterne.
( 1
Verwandten
( 2
XV.
1903.
N.”
721,
pag.
731
seg.
((Die Mosquito-Pflanze
) 1-ide :c Prometheus ) (Ijerlim ) 1903, N." 723, pag. 751. (<Die Tugenden des Melonenbaumes D.
und ihre
82
Experiencias
corn Stegomyia fasciata e Cules fatigans
fascintn $Gcn de ;Izoite ? Eis ahi uma quest80 que me intrigou
bastante e, se hoje respond0 affirmativamente, confess0 que tive de venter o meu proprio scepticismo e custou urn esforc;o,n8o pequeno, de reunir as provas sufficientes para
afastar as minhas duvidas. A resposta t-60 era tao facil coma parece ;i primeira vista,
pois tratava-se de saber se a Ste<q-owykz,de 7120tzt proprio, picava, em estado de liberdade, durante a noite. Hoje estou de posse do conhecimento de mais ou menos 2 a 3
duzias de cases observados em mim e por mim, cases estes todos perfeitamente averiguados, porque o referido mosquito, apanhado em flagrante, foi cada vez esaminado e
identificado por mim pessoalmente. (Digo isto, porque da circumstancia de uma identifica@o scientifica depende a competencia para intervir na discussao.Este 6 urn terreno
onde sdmente poderA discutir corn J-antagem, quem realmente dispuzer de observa@es
pessoaes ). Dous ou tres destes cases deram-se no Rio dejaneiro, na Ladeira do Ascurra,
na subida para o Corcovado, durante OS mezes de novembro de 1902 a marco de 1903;
OS outros aqui no Par& no Rluseu e nas suas dependencias. 0 ultimo ainda se deu, ha
poucos
dias, na residencia do nossocollega, Dr. Jacques Huber, chefe da sec@o botanica.
Aqui no Parfi todos elles deram-se mais ou menos da mesma maneira : escreT-endo eu, - entre 8 e 11 horas da noite - na sala da minha residencia, ou no meu gabinete no Museu, corn luz electrica e de jnnellas abertas, apanhei OSmosquitos que vieram
sentar nas minhas maos, picando e chupnndo sangue. Geralmente OS que vern n’estas
fasciolntm
e o
horas, entrando corn certeza de f&-a, pela janelln, SZIOo ~~elziov~z~llzc/2z1s
Pmo~Yites titillnw.
Illas de vez em quando, n%o sem cada I-ez constituir para mim assumpto de certa surpreza, 12 se apresenta tambem uma femea de Stegnllz>lia _fkzscintc2.
No Rio de Janeiro as picadas nocturnas de Steg-o~~zyinpor mim pessoalmente observadas deram-se no gabinete da bibliotheca, andar inferior, illuminado a gaz, nas mesmas horas ; o aposento era forrado de pnpel escuro. Sempre notei, de dia, que eu era
relatkamente mais perseguido pelo mosquito rajado n’aquelle local do clue em outra
parte. Bern depressa consegui descobrir que de facto, nas molduras escuras dos armarios, em cima, por baixo e por detraz d’estes eram OS esconderijos predilectos de born
numero de Ste~owy’ns). Que as femeas de St~~o~~y’n presas no captkeiro, acceitaT-am facilmente sangue de noite, eu sabia por esperiencias ; pensava, porem, que isto
talvez sdmente se desse coma anomalin de laboratorio.
A _femcn de Steg-om..v?z, ei72 libedufe,
f&n
de j120ite, ( 1) mas concordo corn
esta sentenqa scimente corn ulna dupla restric@o : 1) 11~0 6 a regra, 6 uma excep@o e
at6 bastante rara, pois sobre 100 que picam de dia espontaneamente tal\-ez uma s6mente faca o mesmo de noite; 2 ) picam scimente corn luz, - nao picam na escuridao
completa. A fraca luz de uma lamparina n’um quart0 de dormir talvez Li_seja sufficiente.
Para mim isto r-&o esfraquece de modo algum a nossa affirma@
anterior, que
a Ste~onzyin fkzscintn 6 urn mosquito essencialmente diurno. A fome poderA les-nr alguma femea, trasmalhada, que durante o dia r&o tivesse tido occasi~o de arranjar a
A Stegomyia
(1)
so recente volume supplementar da Monographia de Theobald, encontro ( pag. 1.+2 ) um trecho de uma
carta. na qua1 um rk Low refere-se A suas impressiies sobre o mosquito Strgo~r~~inna ilha da Trindade : (Q . . . . . . . . ~lld
again. as Gray says, bites all night as well )J.
Sa ilha da Trindade a .Stc~g~vr_yin
se comportaria de moclo di\-erso ? Emquanto n5o houver averiguac;i)es mais aprofundadas a este respeito, sou tentaclo a supptir que na espres+o acima se intruduzisse talvez uma certa generalisacao precipitada.
Esperiencias
corn Stcgomyia fasciata e Cules fatigans
83
sua ra@o de sangue, a prolongar a sua caca at& horas adiantadas, sobretudo quando
estimulada, favorecida e guiada por um f&o luminoso n’um quarto.
Ora, ha no povo quem diga, que para se lkrar das persegui@es de mosquitos
1 n’um quarto, n8o 6 precise mais do que apagar a luz. Este conselho popular, -se elle
n2o allude simplesmente ao facto de que o organism0 SZ%O,
cansado na labuta@o do dia,
mais facilmente cahir& no somno n’um quart0 escuro, parece que visa a Stego?lzyin fnscintn, pois em rela@o a0 Czflexf&igaJzs, a0 dlzo$&eZes, etc. garanto que nao se verificarA a promettida efficacia.
Alas ha ainda uma possibilidade : quem sabe se estas femeas de Ste~o~z_via caCando sangue em extemporaneas horas nocturnas, n%o s80 ellas mesmas T-ictimas de
uma anomalia, e n8_oestgo agindo debaiso de urn qualquer impulso morbitlo, talvez constrangidas por urn parasita ? E quem sabe se por ahi n8o se esconde qualquer rela@o
secreta corn a natureza do causador da febre amarella 3
Ha duas cousas bastante importantes para ficar a gente pensativa: 1) uma 6 a
positka raridade de cases sufficientemente averiguados de picadas expontaneas nocturnas
de S.@-oJlzyE’n;2 ) a t8o fallada circumstancia da immunidade dos c<diarios de Petropolis )),
no Rio de Janeiro. Haveria ainda entre estas duas cousas urn mysterioso nexo causal?
Mas esta pergunta abre um nova horizonte t2o complex0 de considerandos e argumentos, que despertam em mim a resolu@o de fazer disto antes o assumpto de urn ulterior
artigo especial.
E, finalisando, volt0 ainda urn momento a encarar as consequencias que sob o
ponto de vista sanitario resultam do acervo das minhas recentes esperiencias sobre
certos problemas em controversia, da biologia dos nossos principaes mosquitos domesticos.
Imagine-se uma femea de Stegollzyk, que no porto de uma das nossas cidades
littoraes, onde a febre amarella ficou endemica, alcanqa, em estado de liberdade e previamente fecundada, coma por via de regra sempre acontecerci ;i I-ista das nossos experiencias, urn vapor ancorado, que carregue por exemplo assucar nos seus pordes. L;i introduz-se o mosquito femei, que embora fechem o porao, corn o melado que destilla dos saccos ( que se acham n’aquelle estado de aspect0 inokidavel para quem jamais
atravessou OS quarteiraes commerciaes de Pernambuco, Maceici, Bahia e outros portos
nortistas) se sustenta e vive perfeitamente. Supponhamos o case extremo, que ali& n8o
se da& facilmente, clue o respective vapor, fazendo-seao largo, leve 75, 100 dias mesmo,
sempre nar-egando em mares da zona tropical, antes de chegnr ao porto de destino, em
outro continente, seja da Africa, da Asia, do Norte da Austraiia. Abre-se o por8o, s6.e
0 mosquito, tern occasi8o de picar e chupar sangue. E ngo ficou experimentalmente
provado por n6s que tal Ste~owy2z femea ainda pode estar perfeitamente habilitada a
par os>eus ovos, fecundos mesmo, depois de t8o extiaordinario lapso de tempo, disse%sim a especie em terras longinquas, talvez antes por ells ndo habitadas 3 MO
mi
amos acima, de modo inconcusso, a capacidade da Stegol?z.k, de prolongar,
de
por urn lado, a sua existencia indki3ual corn tal alimenta@o quasi illimitadamente, para
por outro lado sacrifical-a logo na primeira occasic?o,nas aras do interesse da especie,
pela primeira ra@o de sangue 3 - E n8o abre esta capacidade at6 ampla margem, para
S-l
Expcriencias corn Stegomyia fasciata e Cules fatigans
substituir na organisa@o acima o rapid0 meio de transporte a va;=or, de hoje, pelo s-agaroso, caprichoso, incerto e incommensuravel transporte em navio de T-ela dos tempos
antigos ? Que objec@o de algum valor contra a minha explica@o acerca da origem e
proveniencia africana da Ste,no12zyia~LLSY%~~~Z
pelo trafico de escral-os podergo &da
levantar e que ficticia barricada de argumentos contraries accumularao ainda ante a
I-ista intellectual para a nao comprehensao do significativo phenomeno real e facticio
da moderna entrada d’este mosquito em Mnn;ios, a 1300 kilometros (linha do ar ) da
foz do Amazonas, serT-indo-lhede vehiculo o crescentc increment0 da navega@o a vapor 3
Poderia haver quem, concordando commigo nos seus considerandos at6 aqui,
todas-ia retrucasse, que no case imaginario acima desenvolvido, 1180 fosse envolvida,
coma consequencia logicamente necessaria, a faculdade da femea de Steg-omyin em
quest80 servir de transmissor da febre amarella de urn porto para outro, allegando
que ficaria primeiramente a provar ainda experimentalmente a capacidade da Sf~~govzyin f tw2eff, de conservar latente, durante t,%odilatado period0 de tempo, a T-irulencin
do germen a inocular no acto da picada.
Confesso, que quem assim falla, pde o dedo e& cirna de um ponto fraco e dolorido do nosso actual estado de saber acerca da propria natureza do gel-men da febre
amarella, segredo que contintia at6 este moment0 trancado corn sete chal-es e slgillos,
apezar dos heroicos e immensos esforcos recentes de uma brilhante phalange de valentes inI-estigadores. Comtudo ngo ser& para sempre refractaria ,i vara magica da sciencia e ao espirito iwestigador da humanidnde este segredo. Symptomas ha que permittern prel,-er que 0 grande moment0 onde a mysteriosa fechadura saltar& j,i n?to estci
muito longe ; certos estalos perceptiveis nos ultimos tempos ao ouvido do auscultador,
sao urn presagio disso.
Se assim devemos justic;a ;i replica do nosso interlocutor, podemos por outro
lado, continuando na discussgo do imaginario case acima formulado, fazer valer o direito que por equidade nos assiste, de reclamnr pezo e medid? igual. Vimos que uma
femea de Steg-onzyin fez-se expressgo da longer-idade extraordinaria e quasi infinita do
individuo, para no moment0 dado submetter-se aos interesses da esflecie cZe w20s~21ifo.
Ora, nao seria supposi@o f&a do alcance da possibilidade admittindo que, quer no
mesmo vapor ou navio de vela, quer em diversas viagens, fizessem simultaneamente
sua
travessia, f&a do porao, outras femeas de Stqgomyia, encarregando-se estas especialmente da miss20 de inocular na tripulacao e nos passageiros o germen amarillico e
de perpetuar n especie &Z wlolestin. Semelhante divis8o de trabalho, principio fundamental da hodierna economia social, bem assentaria a este modernista mosquito, qua1o
6 a Stegomyia. Alibis essa divis%o de func@es sobre diversos individuos da mesma estirpe 6 no case entre Stegomyin
e febre amarella tao imprescindkel, coma no case
entre Anopheles e malaria e urn dos pontos cardeaes para uma elucida@o bem succedida d’estes importantes problemas 6, ao meu v&-, o de nunca perder de vista que elles,
qua1 busto de Jano, tern sempre um duplo rosto : frente, mosquito - homem ; dorso,
homem- mosquito ( conforme minha brochura anterior sobre OS Mosquitos no Pal-d,
pag. 27). Nem toda a femea de Stegomyin 6 vector de febre amarella ; 6 precise que
ella seja previamente infeccionada. Ora, felizmente para ncis nem todas s80 de facto
infeccionadas, embora que a todas seja inherentc a capacidade theorica de sel-o. Mas
l;i vem a mysteriosn irkerferencia da natureza, que mandn esta femea de Ste,gomyin ser
l
boa mae, ao passo que instiga aquella outra a ser zelosa transmissora de urn morbo
mortifero ao genero humano!
Poderia haver quem fizesse a objec@o de que a perpetuidade da especie para a
Stegon?yin s6 pareceria efficazmente garantida, n’um case coma o acima imaginado,
quando pelo menos urn casal conseguisse realisar a travessia. hlas tal argument0 r&o
procede % vista das minhas experiencias ( I, caixa A, pag. 45 seg. ), que mostram a
quasi infinita vitalidade do sperma no receptaculum seminis da femea, isto 6, a long-a
efficacia de fecundaqaes anteriores. E alik viamos tambem, que OSmachos da‘S/eg-onzyin nRo ficam muito atraz das femeas em longevidade, tendo sido observado um, que
apds 52 dials de captkeiro ainda fugiu (Exp. 19, pag. 50 >.
J& se T-_$,que o case da Arca de No6 p6de achar a sua repeti@o, em rela@o &
tigrina Steg-oryk f nscintn, em nossos dias, frequentes vezes por qualquer vapor ou
navio de &la !
Entre as conclusaes praticas a tirar do ponto de vista sanitario, creio deI-er
apontar principalmente para as seguintes :
1 ) As nossas esperiencias demonstram nitidamente que, realizada a viagem,
convem dissolver o conl-ivio dos passageiros quanto antes, - que 1120se deve prolongar
este convivio, sgo portanto contrarias ao antiquario uso das ~~~J~PJZ~~MS ;
estas mesmas experiencias demonstram que as quarentenas seriam corn van2 )
tagem substltuidas por frequentes e radicaes desinfec@es ( 1 ) corn reactkos efficazes
( dioxido de enxofre, etc. ), interessando OS pordes ;
3 ) vapores, navegando, corn especinlidade e regularmente entre portos sitos
na zonn tropical e pretendendo obedecer nos seus arranjos internos fis indica@es hygienicas modernas contra OS perigos acarretados pelos mosquitos transmissores de
molestias, deveriam ter coma dormitorios para a tripula@o e OS passageiros, accommoda@jes providas corn tela protectora, systema c<Grassi )L
BELCM
DO PARA’,
Cezembto, 1903 -Janeiro,
( 1)
Conf.
1904.
Suttall
and SLipley
( _Journal
of Hygiene
),, Tyol. II..
1. C Jan.
1~92 ), pas.
83.
.
Pormenoi-es biologicos -
86
Culex fatigans
III
Pormenores biologicos principalmente
relativos ao cycle de desenvolvimento das
principaes especies indigenas.
1. -
Culex fatigans.
Wiedemann.
( 1828)
(Mosquito adult0 ( imago ) wja Estampa colorida I, fig. 4 ( femea ), fig. 5 (macho)
0~0s e larva e seus pormenores : Estampa A e B, fig-w-as 1 - 28).
ovo.
Urn esboco geral j5 foi dado no meu primeiro trabalho, pag. 19 e seg. ( Biologia dos Mosquitos ). As numerosas figuras originaes clue agora dames, constando
de photograph& e desenhos feitos ao microscopio, dao uma tao perfeita id& dos
caracteres especiaes, que dispensam estensos commentaries a respeito. Nao deixa
de ser curios0 que, apezar dos muitos autores que tern tratado do assumpto desde
Pormcnores biologicos -
Culex fatigans
Rkaumur ate hoje, [se admittimos, coma devemos fazer f&-a de duvida que as observn@es feitas corn rela@o a0 Czllex pipims, L. europeu e a0 C. $ztazgelgsnorte-americano
s80 extensivas e applicant-eisna sua essencia A nossa especie1, e entre OS quaes recentemente Miall, ( 1) Howard, ( 2 ) Giles, ( 3 ) e Theobald ( 3 ) darem as resenhas relatis-amente as mais circumstanciadas, uma tentatka monographica completa tanto pelo lado
descriptive coma pelo lado iconographico constitue ainda um desideratum, n8o se encontrando discussgo comprehensiva de alguns detalhes, ao nosso v&-, bem interessantes e
dignos de atten@o.
-4 orienta@o radial dos OYOSna jangada ( conforme nota abaixo do Cap. I,
Page 19) T-e-sedistinctamente n’um dos grupos da figura 2.
Se collocamos a jangada fresca sobre a lamina microscopica, sem cobril-a, deparamos corn o exquisito aspect0 da fig-. 6, de certo capaz de nos sorprehender pela exactidao geometrica do seu desenho.
OS circulos escuros correspondem cada urn a urn OT’O,vista do alto; as partes
triangulares claras arrumadas em torno, em f&-ma de estrellas, SO OSintersticios entre
cada 01-o e OS seus dous visinhos contiguos. Pallidamente indicado ye-se isto tambem
j5 na fig-w-a 3, embora em escala muito mais diminuta. Cheios de ar estes intersticios,
clue sao umas gallerias perpendiculares do comprimento dos 01-0s (para ter ulna idea
exacta basta consultar o aspect0 apresentado por urn feixe bem apertado de alguns
lapis redondos, quando examinado por um dos extremos, contra a luz ), facilmente se
comprehende que devem contribuir efficazmente para impedir e evitar o perigo da
submersao da jangada.
No mesmo sentido T-em outrosim ausiliar o mechanismo da boZlznsi~~/~n
transparente, collocada na ponta fina do os’o fresco de Culex fatigans, -ao qua1 alludi no _
Cap. I, pag. lc,. E’ perfeitamente visivel nas figuras photographicas 7 e S da Estampa
A da presente Memoria, onde 6 vista obliquamente de cima e de lado. Julguei a principio que a bolhasinha fosse de ar, accompanhando bona fide a opiniao de diversos autores que de passagem a ella se referiram. Ultimamente porem a reflex%0 e a obserI-a@o me demonstraram que o conte6do deve antes ser uma substancia gelatinosa mucilaginosa, attentas as suas qualidades opticas e sua maneira de comportar-se em diversos
liquidos ambientes usuaes na technica microscopica. A bolhasinha desprende-se corn
bastante facilidade do seu logar, sob a mais leve pressgo, affasta-se fluctuando e costuma depressa desapparecer por complete, tendo AisI-ezes augmentado ainda de calibre
n’um estado de turgidez. Na mesma occasiao cheguei a convencer-me que alias toda a
jangada fresca de Culex fatigans jaz corn a sua base n’uma nuvem gelatinosa, semelhante
A gallerta que serve de primeiro envolucro aos OT-OSde tantos outros insectos e ate de
animaes T-ertebrados,- haja I-ista aos corddes dos 0~0s dos sapos, etc. Comtudo n8o T-ejo
motive para attribuir ,i bolhasinha outra func@o que a hydrostatica. Tanto o material
( 1)
The Natural
H’Istory of Aquatic
Insects. Lonclon 1903.
( z )
Mosquitoes
: Han- they live, etc., Sew York
( 3 )
Ih~Ibook
of
(4 )
Rlonograph of C’ulicidae
19132.
th e Crna t s or Mosquitoes, London
1901-1902
( j
1902.
~01. ) e T-01. IF7 (supplement0 )
190.3,
London.
ss
Pormenores biologicos --
Culcx fatigans
par-a a bolhasinha coma o clue constitue a camada gelatinosa maior que envolve a
superficie inferior da jangada serao sem duvida fornecidos por uma certa e determinada
por@o da parte terminal do apparelho ovopositor. Tendo notado que a dita camada
desapparece j,i antes do desmancho total da jangada, que se inicia pouco tempo depois
de sahidas todas as larvas das suas capsulas ovulares, r&o seria par-a estranhar se as
novas larvas se servissem d’esta materia coma primeit. alimento.
Dimensdes do ovo de Culex fatigans: 0,71“‘I~ em comprimento; 0,16 “lrnde diametro na base.
A fdrma especial do ovo, compara[Tel coma adiante j& disse, 5 fei@o da semente
do pinheiro do sul do Brazil, 6 muito claramente demonstrada pelas nossas figuras 4 e
5. Na primeira, fig. 4, OS dous ovos, embaixo & esquerda, quasi symetricos ( pclos menos
quanto a urn) s%oapanhados no sentido dorso-ventral, ao passo que OSoutros todos s%o
mais ou menos lateralmente vistos, correspondendo a linha convexa ao lado dorsal, e
a suavemente concava ao lado ventral. Deixam I-&- por transparencia embrydes larvaes
em phase bastante adiantada de desenvolvimento, j,i sendo distinctamente visivel a segmenta@o do abdomen e a mancha ocular. Forma@0 curiosa 6 o @fiendice em f&ma
de taqa sobreposto ao polo rombo, mediante um tenuissimo e curto pedunculo, perceptiye1 em diversos ovos da figura 4. E’ uma pellicula transparente, que facilmente se desprende. Fallam d’ella e figuram-n’a Miall 6 pag. 112 e Howard 2, pag. 67, sem todavia
precisarem pormenor algum, nem se pronunciarem sobre a sua significa@o morphologica. Creio dever reconhecer n’este appendice urn mero residuo do period0 intra-ovarial,
resto da <<
camara germinativa )>primitiva, inteiramente sem utilidade physiologica, uma
vez 0 0170 posto. Este problematic0 appendice tern, ao exame microscopico corn forte
augmento, uma estructura assaz curiosa, coma mostra a nossa figura 11, que d;i uma
idea do aspect0 frontal interior. Urn systema de pontos finos, arrumados radialmente ao
redor de uma depressao central, produz urn desenho de um disco semelhante ao sol.
Bastante para extranhar 6 o facto de ter passado ate esta hora, por assim dizer,
completamente descurado e neglicenciado por parte dos j& numerosos escriptores hodiernos sobre mosquitos, o estudo minucioso da estr~tctzwn exteviov cln pellicz~ln ozwkzv.
Entretanto ella offerece amplo material de estudo, coma terei occasigo de provar no
decurso d’esta Memoria, e apresenta distinctivos especificos que serao reconhecidos de
incontestavel valor systematic0 e pratico.
Relativamente ao 01-o do Culex fatigans, S~O as nossas figuras 9 e 10 altamente
instructivas. A figura 9 mostra o polo delgado de urn ovo, visto ao microscopio corn
augment0 mais consideravel : em toda a circumferencia percebe-se urn serrilhado fino,
que, ao exame de augment0 ainda maior, se mostra ser o product0 de uns mui pequenos elementos chitinosos transparentes, arrumados qua1 palissada e rombos na ponta
(fig. 10). Levantando-se o tubo do microscopioJ o aspect0 frontal do ova 6 igual ao que
se I+ na fig. 9, metade direita, originando-se uma granula@o finissima, composta de
tuberculos de contornos redondos. Estes elementos marginaes sao perpendicularmente
orientados corn o seu eixo em rela@o & superficie do ova.
Para dar sahida & larva o ova de Culex fatigans abre-se, na parte romba, por
uma dehiscencia transversal e circular, ficando todavia presa a tampinha ci casca ovular vasia, coma perfeitamente se pcide distinguir nas quatro jangadas do lado direito na
nosS$ fig. 3. Uma vez sahidas todas as larvas, a jangada desorganisa-se rapidamente,
:
.
.
.
.
.
1
Fig.
Fig.
4. -
11. - Appendice em forma de taca isolado do polo rombo de urn ovo de
CuZex fatigans,
visto de cima, corn
forte augmento. Mostra uma granuIacBo orientada em sentido radial, originando-se ahi uma figura semelhante
6 do sol.
Grupo de OVOYde Cukex fatigans,
vistos corn sugmento mnis forte. Jzi
esfio bastante adiantadosno seu desenvolvimento. No polo rombo percebese, em alguns, distinctamente urn appendice em forma de taya, apparelho de
funcp%oproblematica.
Fig.
Fig.
Fig.
6. - Parte de uma jangada fresca de ovos de
Culex f a tigans, vista perpendicula~lnentt! de
cima; aspect0 microscopic0 corn fraao augmento.
A jangada acha-se sobre uma lamina de vrdro, naturalmente sem laminula de cobrir. OS circu10s escuros ~80 OSovos; OSespacos claros ~80 0s
intersticios. Notabilissima i, a regularidade geometrica da arruma@o dos ovos.
iigans
(I.)
lO.-Aspect0 de mesma granulac80 da fig. 9, vista na
peripheria, corn o tubo
do microscopio abaixado;
fortissimo augmento.
5. _
Dois ovos do mesmo grtrpo, photographadoscorn augmento b&ante forte; uosicgo
lateral. 0 ponto escuro, pelo
lado anterior, indica o olho
da larva; o estreitamentoatraz
do primeiro quint0 o limite
entre o thorax e o abdomen,
sendo d’este ultimo bem visivel a segmenta@o.
Fig.
Fig.
12. tigans,
Joven larva de Cz&ex fade utn din de idnde, vista
COln regular
aqynento, iti~t~~edintamet~te dcpois de morta. Kate-he 0 siph%o
respiratorio anal baitante cotii~~rido e
as antennas compt~icla.~.
Fig.
21. Desenho da park aboral
da mesma larva da fig. 20, em escala menos ampla. Note-se o appareciniento de um respeitavel tufo
anal de -cerclas,
IS. -Desenho da lbnrte terminal do coq~o da mesmn
Int~vn, c’tn ewala
menor
rlue tin fig. 17. No scgmento
anal
\-&!rn-se
no
lntln
dos 4 folliolos btanchiaes
sGmeiite aiwla 1 ccrdas
conilnklas e vibtosas, mas
60 0 tufo ulterior.
Fig.
16. Larva betn crescitla, quasi adulta, do CUZeexfcrtignlrs;
atqqwettto
fl*XO.
_A llt~ll
IKls
tnais COlilpriclas do que as esco\-as
rotatorins c~onppnt~elho
buccal; sipliR0 respiratorio compride ; folliolos branchiaes
do svstema tracheal de dimet&s
antes reduzidas.
13. - Larva da mesma idade, qae a da fig. 12,
morta jA ha algum tetnpo
e tratada corn soluyBo de
fuchsina para tingil-a, process0 que todavia 60
dclu o resultado desejado,
cliegando-se a vik mais
da estructura interna na
observx,Tio da larva viva.
Fig. 13. - Drtas lar~:w da
tnestii;~ itl:ule que as da fig.
14, e ttns tnrstnas citwmhtattcias, pot~cttn
alimetttadns
com cnrtnitn para salienbtt
melhor 0 ttwto itttc:stinnl.
Observe-se 0 cotn~~t~itiiet~to
relativ:unetite $rt*atidedo siph60 req~iratorio.
Fig.
26. - Pupa
( chrysalida ) de CuZex
j’atigans,
vista lateral; aa~tnettto fraco. Note-se a fOrma e o cotnl)rimeuto do
piston respirntorio no thorax.
Fig. 24. D~henho, feito corn a cnmxra Incida,
de nlgumns c~son~nn>
isolndns do
pecteti “, .lo S” S,(““_
3
mettto, (SC] “vista corn aligtiictt to
microscopico bastnnte forte.
\
Fig.
Fig.
2s. - Aspto
geral do apparelho genital estetGr do macho de CuZex fatigam,
(6 ) site na parte pobterior do
corpo, photographado corn fraco augmento.
Fig.
23.AIltelllxl
de 11111;1
larva adulta de Cz6Zfzx
fatigans;
vista ~jltotographica corn aqynento basttlnte forte.
Fig.
1
Fig.
Fig.
19. - Desenho dos contornos &I cabeqa de uma larva crescida de Czclex fatign?ss. do lado percebe-se a antenna esquerda, ainda mais ampliada.
Notese o tufo, mais desenvolvido, de cerdas phunosas, em compara@o corn a
antenna da larva nova.
2Q. de mu:1
Placa labial (menturn)
larva de CtiZex fntigaas; vista i)lioto~~nl)llic~\,
com forte anqiento microscopica.
Fig.
14. - l’rez lawns, jti utn
1~9uco cr~w:icIas, IJ~otogmIamina
IJradas sobre umn
porta-objecto, n’rmia gottn,
d’qua; pow0 aii~mento.
Fig.
22. - Vista photo~rnphica da park posterior de
uma larva crescida de CuZex fafigam,
corn aumento moderado. Em Se percebem-se a area occupada pelas escamas do :, pecten ” do 8% sepento. visiveis como riscos neauenos e finos arrumacl& em linhas transverGa&; em SJI observa-se o
ancinho dos espinhos, lonwitudinalmente enfileirados
no sipha respk.Ltorid.
”
:
_*
17.
--
Dcsenhc
tignns.
;igans
semi-schematico
dos contoruos de ulna joveu
do lado uma das antennas em tamanho maior.
(11)
larva
..‘* : -*
-. ,.~ *
25. - Desenho, feito do mesmo modo que a fig. 24,
de alguns dos cspinhos do ancinho siphonal [S~J].
Ambas as figuras (24 e 25) de larva adulta de Culeex f atigans.
Fig.
Fig.
.
de_;_Cz~Zexfa-
Parte anal de uma chlwa27. lida de t%Zeex fatignns,
&ta
de cima, corn augmento mais forte. Observe-se o aspect0 especifico dos largos memosque servem
de leme.
I
-
Pomenores
biologicos -
Culex
fatigans
89
fraccionando-se em parcellas pequenas, que at6 n%o tardarao a ser devoradas pelas proprias larvas novas, especialmente se no respective boccal nRo hewer muita fartura de
substancias alimentares.
Quero aqui intercalar uma observa@o significativa em rela@o aos logares predilectos para a postura das jangadas de OT-OSdo Culex fatigans. Tendo ficado recentemente, por accaso, aberto urn boccal de vidro alto, cylindrico, collocado na officina
tasidermica d’este Museu, e contend0 uns craneos de alguns mamiferos menores previamente limpos dos principaes musculos, para ahi serem submettidos ti macera@o, para
faclitar a limpeza ulterior, no fim de 2 a 3 dias j5 se observou na superficie d’esta agua
um numero espantoso de jangadas de Cules fatigans, pelo menos 100 a 200. Se houvessemos permittido as larvas todas livremente se desenvolverem, ellas teriam corresponJido, moderadamente calculado, ao bello contingente de 3OOOO!
Impressionado por esta
ob.;;erva@o casual, repetimol-a diversas vezes intencionalmente, e sempre corn o mesmo
resultado: taes depositos corn agua, contend0 objectos de origem animal para a macera@o, sao corn I-isivel ar-idez procurados pelas femeas do Culex fatigans para a postura
de seus 0~0s. Evidentemente estas femeas escolhem, coma guiadas por urn instincto, semelhantes aguas putridas onde ha farta pastagem para as pequenas larvas, que se desenr-ok-em no nauseabunclo meio cis mil maravilhas. S&o OS microscopicos urubtis das
aguas sujas.
Opino que d’esta observa@o poderci tirar-se proveito pratico, sabendo que taes
vidros constituem localidades que intensamente alliciam as femeas de Culex fatigans
que querem par OS seus OT’OS,1A onde ha muito d’este flagello, vale a pena exp6r de
quando em vez boccaes especialmente apparelhados para este fim! a modo de c<arapuca n, exterminando toclas as manhans a rica colheita de jangadas de OT-OSque ahi
ter& sido depositada durante a noite. Esta tactica offerece a I-antagem de concentrar
as localidades procuradas .pelos mosquitos femeas para depositar a sua prole, em espaqo
pequeno e de facil e certeiro alcance, em vez de serem as jangadas espalhadas sobre
uma por$%o de esconderijos dkersos, dos quaes muitos escapar%o & vigilancia.
Larva.
.
MO obstante OS muitos autores que citam e fallam da larva de Culex fatigans
con10 de uma cousa perfeitamente conhecida, nc’io encontrei na litteratura ,i minha disposi@o resenha alguma completa, que esgotasse o assumpto. E’ curioso coma logo
pr:ncipiam a minguar OS dados, quando se procura qualquer descrip@o detalhada e se
inquire dos clistinctivos especificos proprios a uma qualquer phase de desenvolvimento.
E’ um terreno onde tudo fica ainda por fazer em [email protected] aos mosquitos do Brazil,
podenclo ser apontado coma modelo digno de imitar-se o modo corn que se aprofunda
moclernamente a historia natural dos Mosquitos indigenas por parte dos entomologistas
norte-americanos. 0 que n6.s apresentamos aqui ii80 6 set-G%0
urn primeiro pass0 n’este
sentido e n’esta clirec@o.
0 habitus geral da ~ws~nZLWM de Culex fatigans 6 demonstrado pelas nossas
figs. 12 e 13. Instructive sobretuclo 6 o confronto corn a nova larva de Stegomyia fasciata,
na mesma phase, visivel na fig. 47. Confira-se tambem corn a figura 49. Alem de born
numero de differenqas perceptiveis que se descobrem na fei@o geral, f&ma da cabeqa,
arranjo e comprimento das cerclas marginaes, etc., etc., duas principalmente ferem a
90
Pormenores
biologi-icos -
Cules fatigans
nossa atten@ : o siphao respiratorio anal relativamente comprido e as antennas complicadas e plumosas insertas na cabeca.
Quanto ao siphao, pelas figuras photographicas 12, 13, 14 e 15, 6 claramente
demonstrada a sua consideravel dimensao longitudinal,
A ln~~n cresci&, nrEi7~%~
(figs. 16 e 19) por sua vez differe da nova ( figs. 12 e
17). NBo 6 tanto zi proportional largura da park thoraxica que quero alludir, pois
esta costuma ser sempre relativamente grande nas larvas maduras, em qualquer das
especies de mosquitos. No que concerne A parte anterior, por uma compara@o dos
nossos desenhos (figs. 17 e 19) v&se logo que as antennas das larvas novas (fig. 17)
sao ainda menos plumosas que as das adultas (figs. 19 e 23 ). Na parte opposta
nota-se o mesmo phenomeno de mudanca do estado mais simples para o mais complicado (figs. 18 e 21). 0 siphao respiratorio na larva nova ( fig. 18 ) possue apenas umas
poucas cerdas compridas e o segment0 anal tern, coma guarni@o unica, OS quatro
folliolos branchiaes e urn ramalhete de quatro cerdas rijas e compridas, sahindo de
* commum de urn coxim situado pelo lado interior. Na larva adulta, porem ( figs. 21 e 22 )
percebe-se no siphgo pelo menos dous ramalhetes pequenos finos de pellos, dous algo
maiores entre o siphao e o segment0 anal, e n’este segmento, alem dos quatro folliolos,
uma escova vistosa de pellos grandes pelo lado exterior, e urn feixe de fortes cerdas
bem compridas pelo lade interior.
N’esta occasiao devemos nos approximar do estudo de umas forma@es typicas,
de incontestavel importancia systematica e sitas n’esta parte terminal da larva adulta
de Culex fatigans. Pela fig. 22 v&se que existe pelo lado interior do siphao, em
arranjo longitudinal, uma fileira de diminutos espinhos, que eu designarei corn o nome
de n~zci&o s$lzo;lzaZ. ( Sp. ). Dei da sua f&ma caracteristica urn desenho, feito ao
microscopio corn forte augment0 e corn o auxilio da camara lucida. (Fig. 25). Estes espinhos ou esporaes s&o revestidos de urn lado de uns 4 a 5 dentes agudos, orientados
obliquamente no sentido postero-mediano. Na figura 22 depara-se outrosim, entre siph%o
e annel anal, urn campo estriado de finissimos riscos transversalmente arrumados ( SC.).
Sao umas formac$es chitinosas, aqui modeladas urn pouco sobre o feitio da base de
uma penna, que chamaremos escn~~ns do @e&e ( pecten ) nnnl. Tambem d’estas escamas dames urn desenho fiel, executado corn forte augment0 microscopico. ( Fig. 24).
Contei d’ellas, no exemplar photographado, 38, quando dos espinhos siphonaes havia
uma dupla fileira, cada uma de 11.
Pelo lado inferior da cabeqa da larva ha, entre as peGas componentes do apparelho buccal, uma outra systematicamente importante: a $Zncn ZnbinZ ja+ze&rwj, cuja
configurac;%o especial no Culex fatigans nos dB a vista photographica 20, organisada
corn augment0 bastante grande. E’ uma formac;ao semelhante a uma p;i, provida na
margem anterior, de cada lado, de 10 dentes assaz agudos, achando-se ainda urn maior
no meio, na ponta. Podemos exprimir esta rela@o pela formula 10 + 1-t 10. Esta peca
presta certamente optimo service ci larva na sua faina de alimentar-se, porque 6 intuitivo que agindo no sentido postero-anterior qua1 enxd ou formao permitte por exemplo
A larva, quando encostada A uma parede, pedra, folha, etc., que seja, raspar o limo, as
algas e semelhantes substancias ahi adherentes. Debalde procurei uma figura da placa
labial do Culex fatigans authentic0 em autores anteriores : n%o encontrei nenhuma. Em
compensa@o ha semelhanc;a bastante grande corn a illustra@o dada acerca do mentum
Pormenorcs
biologicos -
91
do C. pipiens, fig. 73
&) pag. 328 da obra de Ephraim Porter Felt <<
Mosquitos or Culicidae
of New-York State )> (1904) e a figura 4, Estampa 43, lettra 1, relativa ao mesmo Culex
pipiens na obra do mesmo autor c<
Aquatic insects in New-York State )>(1903) e hem
a$sim corn a fig-w-a 6, ainda relativa A mesma especie, Estampa III da brochura de John
B. Smith <<The Common Mosquitoes of New Jersey )> (1004).
A mesma semelhanqa existe entre as figuras que dizem respeito aos pormenores
dos espinhos (Sp.) do an&ho siphonal [compare-se o meu esboco (fig. 25) corn a fig;;ra 8 de Smith 1 e fis escamas do pecten anal [compare minha figura 24 corn a fig-w-a
9 de Smith 1. Especies norte-americanas, que corn rela@o a diversos d’estes pormenores mencionados provam ser proximas aparentadas do nosso Culex fatigans s%oo Culex
restuans Theob. (E. P. Felt. Mosq. N. Y. St. figs. 70 e 71; Xq. Ins. N. Y. St., plate -L-l),
o Culex sylvestris Theob. (Smith C. 31. N. Jersey plate IX figs. 6, S e 9), e o Culex sa11narAs Coq. ( ibid. 8 figs. 4, S e 9 ).
Comtudo creio que 6 cede ainda para for-mar juizo definitive e final desde jA acerca
das rela@es do nosso Culex fatigans corn o C. pipiens da Europa e o Culex pungens
norte-americano. Aqui 6 o logar de external- a minha duvida, se o desenho II da figura
16, pag. 28 clo Vol. I da Rlonographia dos Culicicleos do Prof. Fred. W. Theobald (1901)
:e refere realmente a uma larva do Culex fatigans por causa do siphgo anal extraord&r:amente estirado ou sen%ose trata talvez antes de ulna larva do parentesco do Culex
territans Wk. norte-americano ou do Culex confirmatus Arrib. neotropical. Igualmente
nutro duvidas acerca das figuras que, de no\-as larvas de C. pungens, deu o Prof. Howard na pag. 69 da sua obra <(Mosquitoes)) ( 1902). Xquellas larvas t&n antennas tgo
compridas coma o nosso C. fatigans jamais OS possue. A reflex80 me collocaria nesta
alternativa : ou o C. pungens norte-americano 6 especie realmente diversa do nosso C.
fatigans OLI entgo ha exagero na dita figura relativamente ao comprimento das
antennas.
OS quatro folliolos bvaj&ine.s ao redor da aberturn anal (figs. 12, 16, 18 e 21)
sgo de urn oval lanceolado, coma sempre muito transparentes, e igualam de perto em
comprimento o proprio segment0 anal, ao pass0 clue 6 contido 2 a 2 l:li, vezes no
comprimento do siphzo respiratorio conforme a idade da larva ; este 6 atravessado lono-‘tudinalmente por urn large tubo tracheano, occupando perto da metade do lumen, 6
Lilamente estriado ( 1) no sentido transversal, coma ali& 6 regra para todas as partes
tio systema tracheano. Um tronco tracheano percorre o folliolo, pelo meio, em todo o seu
comprimento distribuindo aqui e acolti ramos por ambos OSlados, que parecem terminar
na visinhanqa de bellas cellulas, ovoides, corn nucleo distincto, disseminadas n’uma fita
estreita marginando toda a circumferencia e mostrando urn protoplasma granuloso.
Trata-se Froyavelmente de terminaCGes nervosas. Tambem estes folliolos branchiaes szo
cornpat%eis em servir de distinctive especifico-systematic0; infelizmente n80 nos foi poss:T-el extender illimitadamente o material illustratiyo, faltando assim aqui, contra o nosso
o-osto,mais amplas figuras relativas a estes delicados orgaos interessados tanto na resb
pira@o coma na circulac8o na economia internn da larI-a.
( 1) r\:?io e’ estriado em toda a largura
alias excellente livro do Prof. Han-ard.
o siphao. corn0 se pocleria suppor guiando-se pela figura
9 pag. 71 do
Pormenoresbiologicos-
92
Cules fatigans
Durante a redaccao das presentes linhas deparei ainda no recente volume supplementar da Monographia dos Culicides do Sr. Fred. V. Theobald, publicado em 1903,
pag. 225 - 227 descripcao, accompanhada de algumas figuras, relativa a larva de urn
mosquito chamado Czllex fatigmzs, subespecie Skusii Giles e baseada sobre exemplares enviados de Queensland ( Australia ) pelo Dr. Bancroft. Nao posso deixar de
extranhar a surpreza que me causam as differencas relativamente grandes que eu noto
n’estas larvas australianas em comparacao corn as minhas do Par&. Vejo folliolos
branchiaes muito compridos e ponteagudos, um segment0 anal longo, espinhos do
ancinho siphonal corn 6 e 7 raios lateraes e uma antenna recta, relativamente fina na
base e pouco plumosa na metade distal. Tamanhas divergencias corn aquillo que eu
tenho de considerar coma norma do typo larval do Culex fatigans paraense devem forcosamente suscitar duvidas, se o tal C. Skusii, da Australia, nao sera antes especie
distincta do que simples subespecie.
Em todo o case ha aqui mais uma vez uma advertencia significativa, quanto
urge finalmente urn process0 uniformisado, exact0 e minucioso nas descripcdes das diversas phases de desenvolvimento das especies de Culicides observadas n’esta e n’aquella regiao. Se a systematica d’ora em diante n%o for sempre accompanhada pari passu
por cuidadosos estudos biologicos, dentro em pouco ella tornar-se-a urn intrincado labyrintho de erros e confusoes, onde ninguem mais se entenda.
Errar podemos, na verdade, todos n6s; mas se cada urn se esforca do maxim0
cuidado e exactidao nas suas dissertacdes, este estado chaotic0 que ameaca alastrar
n’este terreno, forcosamente tera que ceder a um discernimento claro e nitido.
Pupa
(
Chrysalida ).
A apparencia geral da pupa de Culex fatigans nos e ensinada pelas figuras 26
e 27. A primeira nos mostra o animal em vista lateral. Principio por confessar que, se
ha uma phase da vida do mosquito, deveras rebelde em patentear distinctivos especificos, e certamente a este estado de pupa que cabe a palma. Assemelham-se umas as
outras de tal modo, que e desesperadamente difficil conhecer corn inteira seguranca tal
especie, somente sobre uma unica chrysalida, sobretudo quando ella f&- ainda muito
nova.
0 unico trace que permitte reconhecer rapidamente a chrysalida de Culex fatigans e a tuba respiratoria, no lado dorsal do thorax, relativamente comprida. Nao me
e possivel entrar aqui em discus&o circumstanciada, acompanhada de farto material
illustrative, d’este orggo. Figuras deveras satisfactorias d’elle ainda nao vi, parecendo-me
que em geral do estudo minucioso d’este apparelho nao tern havido mais contribuicao
e progress0 dignos de nota alem do que foi levado por F. Meinert em 1886, que corn
a sua habitual mestria o investigou na especie Culex annulatus. (ccEucephale Mygge
larver >>Tab. I fig. 11 - 14).
No Culex fatigans e uma especie de cartucho, dirigido para traz, corn uma profunda chanfradura obliqua pelo lado exterior, e deixando perceber uma estructura escamosa na parte terminal.
A parte aboral do corpo da chrysalida de Culex fatigans (Fig. 27 ) termina em
duas Znwzi;lznscnz,dnes transparentes, arredondadas, em forma de possantes remos. Ha
Pormenores biologicos -
Cules fatigans -
C. confirmatus
g3
meio de conhecer, se uma chrysalida 6 masculina ou feminina, porque o process0 mediano que contkm as gonapophyses tern urn feitio mais alongado quando a imago a
sahir tiver de ser masculina, mais curto quando feminina (1). Assim a nossa larva aqui
escolhida pertence ao sexo feminino. Quanto ao n$@weZlzo gektnl exfel+ov do insect0 alado (imago) constitue urn
desideratum ainda n’esta hora uma nomenclatura scientifica assentada, relativa iis diversas peGas que o comp6em em individuos d’este ou d’aquelle sexo.
Falta assim praticamente a possibilidade de discutil-as verbalmente de urn ponto
de vista comparative e ainda nao surgiu para as Culicides um Lyonnel ou urn LacazeDuthiers ! Estamos d’est’arte limitados j confronta@o de figuras, podendo o leitor fazerse uma idea adequada do aspect0 do apparelho sexual externo masculine de Culex fatigans pela figura 28, que 6 feita de uma vista microphotographica. E’ assaz parecido
corn as vistas respectivas, que se encontram no livro de E. P. Felt (Mosq. N. W&-k
State), Est. 38 e 39, relatkas As especies C. pipiens (fig. 4), C. restuans (fig. 3) e C. salinarius (fig. 1).
2. -
Culex confirmatus
Arribalzaga ( 1891)
(Mosquito adulto, alado, veja Estampa colorida IV, fig. 17 ( femea 3 ) ; cn-OS,
larva e pupa e seus pormenores Estampa C, fig. 29 - 33).
Este mosquito, assaz facil de conhecer pelo espa~o luzidamente branco, coma
prateado na parte anterior do thorax, 6 assaz frequente em campos, capinzaes e hortas, por mais seccos que elles sejam, uma vez que n%o faltem pocos, tinas artificiaes e
depressoes naturaes para a irriga@o. Noto-o aqui no Par&, de preferencia no verao,
coma o encontrei em abundancia impressionadora no Rio de Janeiro, no estabelecimento
horticola de urn amigo meu, sito em Villa IsabeI. Por l;i mostrou-se de&-as impertinente, n8o se podendo fazer urn pass0 siquer, sem se ser assediado por uma turba de
10 ou 12 d’este Culicidio caracteristico, ( 2 ) E’ diurno e assaz photophilo, sendo a gente
principalmente por elle perseguido nas horas as mais calidas e ao sol ardente. E’ dolorosa e irritante a mordedura, produzindo pelo menos em mim, urn calombo relativamente grande. Encontro na obra do Prof. Theobald, Vol. II, pag. 44 a observa@o:
<<
0 Dr. Lutz diz, que esta especie se encontra nas margens innundadas de rios e em
brejos, e pica de dia. ( 3 )
Conhece-se, na actual phase de saber scientifico, existir ella nas seguintes localidades : Jamaica - Trindade - Guyana Ingleza ( Weldad, Pomeroon ) e Guyana Hollan-
( 1) Foram Nuttall e Shipley que chamaram pela primeira vez a atten+o
pre memordvel trabalho sobre o Anopheles maculipennis, pag. 252. fig. h B - C D.
sobre esta circumstancia
no seu sem-
( 2 ) 0 Sr. L. ,Irribalzaga (Dipterologia argentina 1891, pag. 43 ) tinha proposto para esta e para uma outra
especie, albifasciatus. o nova nome generic0 Ochlerotafus, cuja significa$o de c(molestissimo )> n5o iria ma1 a este Culicideo,
pelos naturalistas argentinos apanhado na Provincia de Buenos Xyres e no Gran Chaco.
( 3 ) Desperta assim as minhas duvidas a asser@o que logo segue do Dr. Grabham na Ilha de Jamaica ; <<This
species appears to be active only during the night. :> Aqui n%o have& confusao ? - _Assim parecem-me naturalmente de
valor problematico as indicasdes la’ contidas acerca das larvas e do desenvolvimento.
Cults
cc:nfil-matus
deza (New Amsterdam) - Par& (Durham; Goeldi) - Rio de Janeiro (Moreira; Goeldi)
- Sao Paulo ( Lutz) - Republica Argentina ( Rio Salado; Formosa ).
Acerca do desenvolvimento d’esta especie nada me consta de certo ate hoje pela
litteratura ; no recente volume supplemental- (1904) o Sr. Theobald n8o teve a accrescentar progress0 algum relatko a0 C. confirmatus na pag. 171.
ovo.
Extraio do meu diario de observa@es as seguintes notas:
De 3 femeas de Cules confirmatus, trazicias das matas de Murucutti no dia 16
de outubro de 1903, morreu uma logo, tomando as duas outras sangue de cobaya no
mesmo dia, no dia 17 ulna, no dia 19 ambas, no dia 31 ainda uma. Ap6.s urn intervallo
de 4 dias, a 20 de outubro, appareceram OS primeiros ovos, em numero de 10, sobrevkenclo a respectiva femea ainda 2 dias. Seis dias mais tarde, em 22 de outubro, appareceram mais 25 OYOS,morrendo entgo a femea horas depois.
Dimens6es do OT’O de Cules confirmatus : 0,605m’n de comprimento ; 0,15”“” de
largura na parte mais larga, (valor medio de 6 0~0s).
A f&ma do 01-0 (figs. 29, 30, 31) 6 um bello oval-lanceolado ; pdde-se comparar
corn o feitio de urn charuto OLI de urn torpedo.
0 mais largo diametro corta approsimadamente pelo terco do comprimento total do 01-o. 0 polo delgndo tern a ponta arredondada ; o polo rombo mostra uma peca
de rolhamento alnrgada, munida de duas azelhas transparentes (figs. 30 -31 ).
Quanto A e.st~~z~tzw~e&evgzn [Zn fieZZicz& o~vkw, tenho de declarar que a circumferencia se mostra guarnecidn corn urn serrilhado de elementos marginaes delicados, transparentes e arredondados. S&o relativamente achatados e extensos no sentido
da largura, mostrando alguma semelhan~a corn OS do OTTO
de Mansonia. Cabe dizer
que, n’este pormenor, guardam uma posi@o intermediaria entre OS ovos de Stegomyia
fasciata e Taeniorhynchus por urn lado, e OS de Mansonia por outro. Infelizmente ficou
escluecido fazermos em tempo opportuno um desenho illustrative d’este detalhe.
Larva.
DOS ovos postos em 32 de outubro de 1903 descobriu-se pela primeira vez no
dia 30 de outubro apenas 2 lari-as novas, que se deixou de estudar entao, para n8o
incommodal-as. Acontece, porem, que desappareceram pouco tempo depois,dde maneira
clue fiquei privado de traCar aqui a competente descrip@o, relativa Lisprimeiras phases
da larva de Culex confirmatus.
Um acaso todavia me fez chegar &s mgos a lark-a adulta, que me veio corn ulna
colheita de diversas outras trazidas do mato da visinhanca. E’ de urn habitus bastante
caracteristico ( fig. 32 ). Distingue-se pela cabeqa grande e larga, antennas compridas,
cerclas thoracicas longuissimas e sobretudo por urn siphgo respiratorio anal muito longo,
estreito e fino, tubular, igualando em comprimento bem OS5 ultimos segmentos abdominaes.
Neste particular assemelha-se bastante As figuras que ciao, da larva do Culex
territans Walk. norte-americano, Smith lot. cit. Est. X, fig. 1 e Felt lot. cit. pag. 305,
fig. 45, e da do Melanoconion atratum da Trinclade e da Jamaica, dada por Theobald,
PI. 16, fig. 1 do Vol. IV (supplementar ),
.
C
Fig.
30. Um dos
mesmos ovos, photographados corn augmento mais forte. Note-se na polo anterior
o mode como 13obturado l)or meiode uma
peya que possueduas
grandes vesiculasfortementetransparentes,
uma de cada lado.
Fig.
Fig.
29. - Grupo de ovos frescos de CuZex
corz$rntatus,
ostentandoa forma de cha-
rut0 ou de torpedo. Augment0 media.
Fig.
33. Chrysalida de Czblex coltf irnzatus,
pelle
vasia que ja deixou sahir o
mosquitoalado( image);f race
augmento. Apezar de estar
a pelle assazavarinda, cercada e coberta de detritos
e COgWne~hIs
, fJerC&-Se
perfeitamente hem no lado
dorsal do thorax as duas
trombetas respiratorias, 11510
menos extraordinariamente
compridasque na fig. precedente.
31. Outro ovo; mesmo augment0 e mesmas
cireumstancias que nas figuras antecedentes( 20
e 30).
Fig.
32. - Larva, ja bastante crescida,de Culex conJirmattis,
vista corn fraco augmento. Digno de nota
i, sobretudo a trombeta respiratoria anal, exquisitamente comprida e fina.
Culex
confirmatus.
38. - Desenho de
diversos dos espinhos
do ancinho siphonalda
referida larva de CUZeexspec.? feito corn
camara lucrdae grande
augmento.
Fig.
Fig.
Antenna da cabeta da larva do mes- Fig.
nio C&z
s@c., vista
corn forte augment0 e
desenhada corn auxilio
da camara lucida.
36. -
- Desenho da parte aboral da mesma larva da fig.
31. Nota-se o comprido siphao respiratorio e OSfolliolos
branchiaesmuito estirados.OS riscos por cima do siphao
e o pequeno esboqolateral deixam vGr a forma especial do pente (pecten).
35.
39. - Desenho de
algumas escamas consecutivas do 80 segmento (anal) da larva
do mesmoCuZex spec.
feito corn grande augmento e corn auxilio da
camara lucida,
Fig.
Fig.
37. - Placa labial da
larva do mesmo CzcZex
spec., desenhadacorn
auxilio da camara lucida e forte augmento.
Fig.
34.
Desenho semi-schematico dos contornos
da cabeva de um mosquito paraense sylvestre do generaCuZeex ( a determina@o da especie nao foi possivel por falta de material,
coma termo de compara@o).
-
Culex
spec.
Pormenol-es biologicos -
Cules confirmatu~
-
C. swatus
-
C. spcc.
Sinto que n’aquella occasiao deixasse de estudar e desenhar, corn a desejar-el
minuciosidade, OS detalhes relatives aos espinhos do ancinho siphonal e as escamas do
pecten da larva do nosso Culex confirmatus. Fica isto para outra vez.
Pupa.
0 aspect0 da chrysalida do Culex confirmatus 6 viskel pela nossa fig. 33, que
da a vista photographica de uma pelle vasia, que ja deixou sahl’r a imago. Apezar de
urn tanto avariada e cercada de detrictos, etc., permitte todavia apreciar perfeitamente
o comprimento descommunal das trombetas thoracicas, finas e tubulares. Cousa semelhante conheco pela litteratura somente na pupa de Uranotaenia sapphirina conf. Felt,
Aq. Insects N. Y. St. plate 36, fig. 11 e na do Cules mimeticus das Indias, Theobald
Vol. IV (suppl.) pag. 157, fig. 85.
3. -
Culex serratus Theobald
(
1901)
( Mosquito adulto, alado; ceja nossa Estampa colorida III, fig. 13 ( femea).
Este mosquito, reconheckel ja a primeira vista coma prosimo parente do Culex
confirmatus Arribalz. (Est. IV, fig. 17 ), e caracterisado principalmente por uma larga
estria longitudinal mediana, de car griseo-argentea, por cimn do thorax.
Foi colleccionado nas Guyanas Hollandeza e Ingleza; na Trindade; no baixo
Amazonas (Austen, Durham) e Para (Durham, Goeldi) ; no Rio de Janeiro (Moreira).
Diurno e em todos OS seus costumes semelhante ao C. confirmatus.
Apezar de frequentemente trazido I-11-o de localidades paraenses proximas do
Museu - por exemplo dos capinzaes ao redor do forno do lixo, -( entraram 3 femeas no
dia 2 de dezembro de 1903; 2 3 no dia 17 de dezembro e 3 Q no dia. 19 do mesmo
mez) e de quasi todas acceitarem, depois de installadas nas gaiolas, ate por diversas
vexes. sangue human0 e de cobaya, morreram todas, sem excep@o alguma, sem par-em
ovos nem deixarem progenitura. Das entradas no dia 2 de dezembro morreu a ultima
no dia 7. isto 6, corn 5 dias de captiveiro ; das posteriores duraram uma 6, outra 8 dias,
numero este maxim0 de dura@o de vida observado.
Ficamos assim privado de nos manifestar sobre OS pormenores biologicos do
Culex serratus, tendo tambem faltado de sahirem imagines d’esta especie, das colheitas
de larvas, ao accaso apanhadas no mato.
4. -
Culex spec. indet.
( Est. D, figs. 34 -
39 ).
Das matas do Murutucti, na visinhanca d’esta cidade, vieram-nos em outubro de
1903 diversas larvas de urn Culicideo, de posi@o systematica ainda ngo averiguada. A
96
Pormenores
biologicos -
Culex spec. -
Steg-omyia fasciata
estas se referem as figuras 34 - 39, mostrando a primeira (34) a cabeca e o lado anterior, a segunda (35) o lado posterior do corpo corn o siph%o respiratorio e partes
visinhas.
Caracterisam a larva : uma placa labial ( mentum ), fig. 37, alta, em f&ma de p&,
corn 10 + 1 + 10 dentes na margem anterior, bastante parecida corn o labium da larva
do Culex fatigans (fig. 20), porem corn a differenca de ser inserido o ultimo dente consideravelmente mais contra a base ; antennas regularmente compridas da f&-ma demonstrada pelo nosso esboco (fig. 36) ; cerdas thoracicas muito desenvolvidas e longas
(fig. 34); urn siphgo anal assaz long-o ( fig. 35 ), guarnecido, pelo lado interior, de uma
serie de tufos de pellos plumosos e finalmente por folliolos branchiaes singularmente
estreitos, longos e subuliformes, coma r&o OS encontrei ainda em especie alguma alem
dessa. OS espinhos do ancinho siphonal (fig. 39) s%o largos, da f&ma de pA de cavar,
corn muitas cerdas finas, delicadas, na beira, que n%o sRo faceis de se perceber todas
de uma vez, tendo algo do geito que possuem as respectivas fdrmas na Uranotaenia
sapphirina, conforme a fig. 81, pa,.u 352 da obra de Felt, New-York St. Culicidae.
Conto d’elles 12 em cada uma das duas fileiras longitudinaes. As escamas do
pecten anal (fig. 39) apresentam-se corn0 espetos simples, relativamente fortes, comparas-eis aos figurados para o C. abserratus norte-americano, fig. 75, pag. 331 da citada
obra de Felt.
Ulna pupa que possuo da mesma occasiao, distingue-se pelo abdomen proporcionalmente largo, reforcado e ao mesmo tempo curto; remos caudaes arredondados; tubas
dorsaes semelhantes As do C. fatigans, talvez um pouco mais curtas.
Accrescentei estas notas, apezar do seu caracter fragmentario, principalmente
em vista do feitio exquisito dos folliolos branchiaes da larva, do qua1 s6mente me consta
alguma cousa de parecido em figuras que na litteratura encontro de larva do genero
Psovo~hovn (conf. Howard lot. cit. pag. 149, fig. 41).
5. -
Stegomyia fasciata Fabricius
( lSO5)
(Mosquito adulto, alado (imago) veja nossa Estampa colorida I, fig. 1 (femea,
vista de cima); fig. 2 (a mesma, em posi@o de repouso, vista de lado) ; fig. 3 (macho,
de cima ); fig. 3 n ( casal em copula, voando); - ova, larva, pupa e seus pormenores.
Est. E e F, figs. 40 - 63. )
Se em 1901 o melhor especialista dos Culicideos do mundo viu-se obrigado a
confessar : c<With regard to their (Stegomyia) larval habits I can record very little at
present 2 ( 1) ninguem me dirci que o assumpto de uma biologia completa da Stegomyia
( 1) Theobald,
Monograph
of Culicidae I-01. I, pag. _+_F.
Porrncnores biologicos -
Stegomq-ia fascia ta
fasciata ( 1) tenha sido esgotado. Nem nos trez annos decorridos depois d’esta declara~$0 appareceu trabalho que possa se vangloriar de semelhante serviqo. Quem terR a
coragem de gabar-se de’ ter fornecido descrip@o cabal de todas as phases de desenvolvimento d’este insecto, desde o 01-o ate a image, capaz de corresponder aos requisitos que a historia natural pde em materia de exacta distinc@o scientifica?
Talvez a unica tentativa a registrar n’este sentido 6 apresentada pela resenha,
dada no seu capitulo <tThe yellow-fever Mosquito )) pelo Prof. Howard, dos Estados
Unidos da America do Norte, no seu lkro c<
Mosquitoes )> New-York 1902, pags. 121140. 1\Ias nem este autor esforqado no esclarecimento da. biologia dos mosquitos norteamericanos attribuir-se-ia o ter feito mais do que urn mero trilho n’este terreno, podendo-se ler, por assim dizer entre as linhas, a esperanqa que a elucida@o completa
ha de provir ainda n’um futuro proximo por parte de urn observador favoravelmente
situado na zona propria da Stegomyia fasciata.
OVO.
Algumas notas preliminares acerca do 0170de Stegomyia fasciata jA se encontram no meu primeiro trabalho, publicado em 1902, capitulo Biologia, pags. 19-20. As
nossas figuras 40 - 46 ajddarao a comprehensao*
Dimensaes : 0,53 ““” no comprimento (valor media de 4 ovos) e 0,15 111111
de largura ( ~210r media de 3 0~0s).
A figura 40 mostra a vista photographica, corn fraco augmento, de uma femea
de Stegomyia agonisante e boiando no espelho d’agua, depois de realisada a postura
dos 01-0s. A figura 42 d;i uma vista semelhante, corn augment0 urn tanto maior, e em
phase algo mais adiantada, porque dil-ersos OPOSj& deixaram sahir as suas larvas, coma
se 1-e pelas tampinhas soltas e T-iradas para o lado. A f&-ma do 01-o de Stegomyia 6
demonstrada pela figura 41, que 6 uma micrographia feita corn augment0 jA regular.
No aspect0 dorso-ventral s%o de urn oval assaz estirado. Vistos de lado, coma s%o ambos na nossa figura, ha urn lado quasi plano - o ventral, e outro convexo - o dorsal.
Ha pouca differenqa entre OS dous polos. 0 delgado ~5arredondado, rombo ; o opposto,
termina achatado corn a habitual peca de arrolhamento, na qua1se percebem em ambos
OSlados pequenas azelhas transparentes.
Entramos a tratar da estvz&ww e,xteviol/ &z pelliczrln o~wkzz~,
valendo-nos n’este
( 1 ) -1 separay50 da Sizgolllr’ilz frrsrirrtlz cl0 antigo genero iAlex e a crea@o de noro genero por Theobald
para esta especie e as fbrmas aparentadas foi. ao ver de todos nk outros, clue nos temos occupado corn alguma intensidade
de estudos sobre a familia dos Culicideos, urn pass0 e innovaC5o francamente applaudida. Foi mesmo urn feito que altamente
depde em favor do inescedivel tino e perspicacia systematica d’este notabilissimo especialista - feito tanto mais admiravel,
quanta Theobald n’aquelle tempo 1150 tinha ainda conhecimento de todo o acervo de differenqas biologicas e pathologicas proprias
i Stegomyia e yue elle tinha de deixar-se guiar principalmente por certos distinctiros da imago. Collocamo-nos de born
grad0 ao lado de t5o consnmados culicidistas coma Howard (op. cit. figs. 133-134) e Giles ( op. cit. pag. 261, pag. 368 ),
quando se referem a eita creacao em termos de franco elogio, e n%o hesitamob em fazer nossas as palavras d’este ultimo
autor. quando es&ma:
(\ This is one of the most natural of the new groups of Culicidae, the members of the genus presenting an a])pearance that once seen is readily recognised. ~1
Reputamos assim clescabida e superflua a critica esercicla em rela@o a esta quest50 de systematica e de nomenclatura zoologica pela Commissao medica franceza no Rio de Janeiro em certo trecho do seu c(Rapport D, 1903, na pag. 6S0.
A introduccao de novas generos 1.5 a consequencia natural e logica do progress0 e do crescimento do saber human0 em
rela@o a este ou tiquelle grupo de organismos, - symptoma e signal caracteristico do sentiment0 cla necessidade de meios
para externar pela palavra urn estaclo de discertimento systematic0 mais refinado e mais aperfeicoado. Onde iria a gente
parar, se tivessemos de subordinar as alGm de 400 especies de mosquitos, hoje conheciclos, todos ainda ao genero Czllex,
na concepg%o de Linneu em 1758 !
P01-menores t>iologicos -
98
.
Stegumyia fasciata
estudo as figuras 33-46. Esaminado o 01-o fresco da Stegomyia fasciata., corn algum
augment0 microscopic0 ja se nota que a circumferencia e toda moldurada por umns
perolas transparentes (figs. 43 e 45 ). Corn o ausilio de ampliacao maior a gente se convence de que este perolamento marginal e devido a uns elementos chitinosos, ora mais,
ora menos arredondados, - n’este OT’O,de calibre mais ou menos igual (fig. 44 ) ; n’aquelle outro, alternando maiores corn menores ( fig. 46 ). Levantando e baixando o tubo
do microscopio obtem-se respectivamente OS aspectos patenteados pelos nossos desenhos (figs. 43 e 35) ao lado esquerdo e dir&to da linha longitudinal, correspondente ao
grande eixo do 01-o. Sendo as depressdes preto-escuras, as protuberancias porem claras
e, quaes aljofares, luzentes, ganha o OT-oda Stegomyia fasciata um aspect0 todo granuloso e elegante. A grnnulacao e bastante mais grossa que no OT’Ode Culex fatigans.
Por outro lado tambem nao ha camaras aereas tamanhas, coma o faz cr&- a fig-w-a I-C,
pag. 22 da obra do Prof. Theobald, lettra d (reproduzida tambem na obra de Giles,
pag. 123, fig. 6). Orientados perpendicularmente sobre a peripheria OSelementos marginaes em quasi toda a circumferencia do ova, notn-sa todavia uma certa tendencia de
alongarem-se e de ericarem-se em sentido obliquo contra o polo rombo. D’esta particularidade OS dous ovos na fig. 41 deixam ainda v&- urn vestigio, embora que a photographia se mostre por vezes singularmente rebelde na reproduccao de pormenores tao
delicados.
MO ha a menor coherencia entre OS ovos de ulna postura de Stegomyia fasciata. Cada um vae para o seu lado, a merce do accaso e das pequenas correnteztts
no lencol d’agua.
A dehiscencia da casca ovular para permittir a sahida da joven larva e transversal e total, separando-se normalmente a tampinha, de todo, do resto do OT’O. Opera-se
a urn quart0 do comprimento total do ova, contado do polo rombo.
Larva.
(Vejam-se as observac;i)esgeraes no nosso primeiro trabalho, pag. 21).
A joven larva de Stegomyia fasciata, ao sahir da casca ovular (fig. 47 ) 6 urn
bichinho vermiforme, muito pequeno, corpulent0 e gordo, transparente ao microscopio
e esbranquicado a illuminacao unilateral de cima. Comparada corn a larva da mesma
idade do Culex fatigans ( fig. 12 ) notamos logo toda uma serie de differencas bem
accentuadas.
A cabeca da larva de Stegomyia e mais redonda, de tamanho moderado, ao
passo que e de feitio rectangular, larga e proporcionalmente grande na de Culex fatigans. 0 thorax por sua vez, guardando de perto a medida de largura da cabeca, e relativamente estreito na larva de Stegomyia, emquanto que tende a alargar-se, ate igualar corn a cabeca, na de Culex fatigans. As cerdas thoracicas amplas, rijas e compridas
no Culex, sao mais finas e delgadas na Stegomyia. Nao ha duvida porem que a mais
sensivel differenca reside no siphao, que e largo, curto, reforcado, a modo de projectil
de grossa artilheria moderna. Na cabeca sao dignas de nota as antennas cylindricas,
relativamente curtas e destituidas de pellos vistosos.
Se a olho ntI talvez n%o e de todo facil distinguir corn seguranca as larvas de
ambas estas especies em tao tenra idade, % medida que ellas crescem vai diminuindo a
r
Fig.
Fig.
Alpns
ovos de Stegonzyia,
41. frescos, photographadoscorn mais forte
augmento. Mambosem posi$o lateral; aspecto da oircumfrrencia piano-convexo.
Percebe-se no polo anterior as peqastranspareates da tampa e em parte tambem
as vesiculas trausparentes da peripberin
dirigidas obliquamente para a frente
Femea de Stegonzyia f asciata, agonisante,
fluctuandoa tona d’agna, depots de realisada a postura
dos ovos. Fraco augmento.
40.
Fig.
44. Algnns dos taes elementos peripherioos a que allude a fig. 43, vistos corn augmemo assaz forte.
3
Fig.
F
!=
47. Vista photographica de uma joven larva
de Stegomyia fasciata,
dos dous primeiros dias;
augment0 medio. Caracterisama larva n’esta phase
sobretudoo siphao respiratorio rombudoe curto como
curtas 60 as antennas providas corn estyletes tambem curtos em vez de cerdas longase emplumadas.
L
b
1
i
Fig.
-
Algumas larvas de Stegontyia fasciata,
( C e D ). photographadas sobre a mesma lamina porta-object0 para facili:
tar uma confronta$%odirecta. Basta por exemplo, considerar a tuba resniratoria anal em todos estes individuos, para logo, a*primeira vista, se reconhecerem as
larvas de uma e de outra especie.
49.
-
( A e B) e de CzlZex fatigans
Fig.
45. Desenho de outro ovo de Stegomyia fasciata,
nas mesmas circumstanciascorn0 na fig. 43.
Stegomyia,
.
!
I
Fig.
18. -
Duas larvas de Stegonzyia fasciata,
un1 ponco mais crescidas
anglllento,
sohre
a lamina microscopica porta-ohjecto. Alem dos folliolos branchiaes bem notorios, considere-se a circumstancia de as antennas n%o passarem sensivelmente alkm do nivel das
possantes escovas ciliares da bocca, apresentando um aspect0 coma que
al)arado corn tesoura em linha recta, a curta distancia do contorno anterior da cabeya.
ji
Fig.
50. - Ulna larva de Stegomyia,
tante crescida, corn fraco augmento.
e vixtas corn ]K~uco
Fig. 46. Alguns dos
mesmos elementos periphericos, vistos corn
grande augmento. Identicas circumstancias como na fig. 44.
bas-
Fig. 43. - Desenho semi-schematico de parte do polo delgado
de urn ovo de Stegomyia fasdata, para mostrar a estructura
especificn da pellicula ovular.
peLado esqwrdo- Iw!oI~talllf?llto
ripherico ; lado dkito - aspect0
do ova, vista de cima ( tubo do
microscopio levantado ). Caracteristica do ova de Stegomyia fasciata 15a granulac;Ro mais grosseira, corn elemwitos periphericos mais ou menos arredoudados,
que mostram um estiramento e
tendencia de inclinar-se para a
frente sGmente nn visinhanra do
Fig.
! fasciata
( I >
r
42. Aspect0 de parte de uma postura de ovos de Stegomyia fasciata,
corn augmento fraco, tendo sido postos alguns dias antes. SituayBo natural e normal. Percebemse diversos ovos que apresentam, em “/, de sua extensgo. uma ponta quebrada, flnctuando a respectiva tampinha ao lado: ssio aquelles clue $i deixaram sahir as jovens
larvas.
53. - Antenna de UIIIR
larva adulta
de Stegon~yiu
fasciata;
vista
Fig.
photographica
corn augmento bastante
forte.
Fig.
Fig.
55.
-
Desenho da parte anal de
uma larva de Stegonzyia, de meio
tamanho. Compare-se corn o desenho
(fig. 18), relativo A mesma parte
de uma larva de CuZex fatigans,
approximadamente da mesma idade.
51. - Larva de Stegomyia,
velha e adulta, gorda e bem
alimentada; mesmo augmento. Xota-se que OS folliolos branchiaes da regigo anal mostram n’esta phase uma certa tendencia para assumirem urn aspect0 lanceolado, em vez de
longamente ovoides.
Fig.
Aspect0 geral do apparelho genital ex63. terior do macho de Stegomia fasciata (d), isto
na parte posterior do corpo; photographado corn
pequeno augmento.
Fig. 59.
- Desenho
de diversos dos ehpinhos (&I.), do anci-
nho siphonal da larva adulta de Stegomyia fascia ta, feito nas mesmascondi@es que a figura
anterior.
Fig. 61. Uma chrysalida de Sfegonzyin,
vista
pelo lado ventral, em escala um tanto maior. Salienta-se a tuba respira. toria curta.
Fig.
56. - Desenho da parte anal de uma larva adalta de Stegomyia
alkm do tufo das cerdas bi- e tripartidas no segment0 anal,
recortados transversal (pecten) e outra de dentes aguupadosao
piratorio. (Instructiva 6 a compara@o corn a fig. 21, relativa
nores na larva de CuZeex fatigans).
fasciata. Veem-se
a fileira de ganchos
longo do siphgo resaos mesmos porme-
Stegomyia
f
E
\Desenho de diversas
55. das eacamas isoladas (SC) do oitavo segment0 da larva adulta de
Stegomyia.
Esbogofeito corn auxilio da Camara lucida, corn forte
augmento microscopico.
Fig.
54. - Placa labial (menturn) de uma larva de Stegomyia f a&eta.
Vista photographica corn augment0 bastaste forte.
Fig.
I”
Fig.
Vista photographica da parte posterior dL’ uma larva crescida de Fig.
Stegomyia
fasciata
V&se em S3c.a
fileira transversal de escamas multicuspidatasdo oitavo segmento ( pecten) ;
em Sp. nota-se o ancinho de espinhos
longitudinalmente arrumados no siph”ao
respiratorio.
55.
-
psciata
(II)
- Parte terminal de nrna chrysalida de Stegonzyia,
. ..
_vista ventral,
augment0 mars forte. C;ompare-sea
f6rma dos remos caudaes corn a Fig.
f6rma assnmida pelos mesmos na
larva de CuZex fatigans
na figura parallela n.O 27.
62.
60.
Duas chrysalidas (pupas), de Stegomyia
fasciata,
vistas de lado; fraco aug-
mento. Curta trombeta respiratoria no lado
dorsal do thorax.
Stegomyia
fasciata
difficuldade. A figura 49 mostra taes larvas umas ao lado das outras, quando na figura
38 v@em-selarvas de Stegomyia de meio tamanho.
As figuras 50 e 51 nos ensinam qua1 o aspect0 da larva de\ todo adulta, estando
a ultima jG prestes a metamorphosear-se em chrysalida. Bastantz caracteristica sempre afigurou-se-me a circumstancia de serem as possantes escovas buccaes coma que
aparadas corn a tesoura, de maneira a formarem uma linha recta corn a ponta das duas
antennas. OS folliolos branchiaes, em numero de quatro, bem I-iskeis nas figuras 47, 18,
-50, 51, 52, I,-15e 56 s80 de urn oval bastante estirado, especialmente quando a larva j&
f&- mais velha. Em larvas completamente adultas, coma a da fig. 51, elles chegam ;is
vezes a assumir a f&ma lanceolada, Todavia, ao contrario da de Culex fntigans, a ponta
dos folliolos na 1x-l-a da Stegomyia 6 sempre romba, arrcdondada. Quanto ;i SW estructura interna, n2o ha factores especiaes a mencionar.
OS outros pormenores larvaes s,?o demonstrados pelas figuras 52 - 59. Encontramos na figura 52 um schema dos contornos geraes da larva de Stegomyia. Em (A) se
de cerdas sitas na margem anteriorI-$ um esboqo, em grande escala, de urn grupo
exterior do thorax. Como se 1-e sao ligeiramente pinnadas. Quanto 5s antennas (B, da
mesma figura ) constituem urn dos mais salientes caracteristicos da larva de Stegomyia,
o serem cylindricas, lisas ao redor, coma truncadas repentinamente na ponta, onde, em
\-ez de vistosas plumas e compridas cerdas. se notam apenas ms estyletes curtos; muito
instructiva 6 a este respeito a nossa vista photographica (fig. 53 1.
Das partes buccaes. que foram hem analysadas e figuradas na pag. 136. fig. 35
da obra do Prof. Howard, merece a nossa atten@o sobretudo a placa labial (mentum),
da qua1 incluimos uma vista microphotographica original na fig. 54. E’ representada
por uma peqa triangular, baixa e encurtada. corn 13+ 1 + 13 dentes ponteagudos na
margem anterior. sobresaindo enti’e estes o mediano.
Quanto aos pormenores da regiao posterior da larva. recorremos ;is nossas figums 52. 55 - 59. A larva nova (fig. 55) possue al& dos graciosos e elegantes folliolos
branchiaes somente algumas poucas cerdas compridas. A adulta porem (figs. 56, 57)
ostenta na margem exterior-posterior do segment0 anal uma escova de respeitaveis
pellos, alem de outra na margem opposta, interna.
No siphgo anal (figs. 56, 57) o ancinho de espinhos 6 duplo e constituido por elementos, coma o demonstra. em desenho feito em grande escala, o nosso esboco (fig. 59)
(Sp. da fig.. 57). S&o uns espetos tri e quadrifurcados. As escamas do pecten, do segmento anal, sao arrumadas em uma unica fileira transversal. coma resalta das nossas
f’guras 56 e 57. Tern exquisita f&-ma: urn espeto medio e diversos outros dentes menores sitos, de kada lado, na sua base (fi g. 58; SC. da fig. 57). Possuem elles alguma semelhanca corn OS elementos correspondentes na larr-a do Culex jamaicensis tanto quanto
se pdde julgar pela fig. 37. pag. 299 da obra de Felt op. cit.
Toda a superficie chitinosa da larva de Stegomyia fasciata 6, estudada corn cuidado e corn forte augmento, finissimamente estriada no sentido transversal ; diminutissimos espinhos chitinosos, curtos, s80 disseminados por toda a parte.
Quanto As cerdas thoracicas, o terceiro e ultimo tufo de cada lado mostra %sua
base urn forte espinho curve virado par-a a frente; no Segundo tufo, o do meio, existe
urn espinho mais fraco, ao passo que no outro tufo, o primeiro da frente, coma em todos
Pormenores biologicos -
100
Stegomyia
fasciata
trez da larva de Culex fatigans, as cerdas sao implantadas n’uma simples protuberancia
da forma de urn cone truncado.
Bastante caracteristico e o colorido da larva de Stegomyia fasciata, considera,da
no aquario ou na lamina corn luz unilateral obliqua de cima. A cabeca e de urn amarellaceo claro, car de ambar; do thorax a parte anterior e branca, vidracea, ao passo
clue a por@o mediana da metade posterior na regiao das massas hepaticas (Giles) se
mostra quasi preta. Bruno escuro, fuliginoso, ostenta-se todo o percurso do tract0
intestinal, coma comprida estria longitudinal atravez do abdomen inteiro ; todo o resto
do corpo, corn excepcao do siphao respiratorio, que e fuliginoso claro, apresenta-se
n’um lindo tom esbranquicado, hyalino. Bern diverso o colorido da larva do Culex fatigans : a cabeca e de urn branco amarellaceo sujo, except0 a beira anterior buccal e
a regiao dos olhos ; do mesmo amarellaceo sujo que as vezes toma urn pallido tom rosado, e a metade do largo e possante thorax, e toda a zona lateral do abdomen. Bruno
claro e o percurso do tract0 intestinal e fuliginosos vemos o siphao respiratorio e a
metade aboral das antennas.
Pupa.
Sobre o aspect0 da pupa ( chrysalida ) de Stegomyia fasciata orientam as nossas
figuras 60 - 62. 0 colorido e o seguinte : bruno-ennegrecida a parte dorsal ; tom de
tinta neutra as pernas ainda dobradas, visiveis por transparencia atravez do granle
estojo thoracico ; o chicote abdominal e amarellaceo, mais esbranquicado pelo lado ventral dos segmentos, urn tanto fuliginoso sobre as placas dorsaes, mormente nos primeiros da frente.
Urn confront0 corn a pupa de Culex fatigans ( fig. 26) ensina logo que a differenca mais sensivel reside na tuba respiratoria dorsal muito curta da pupa de Stegomyia. E’ urn funil largo, quasi triangular, profundamente recortado ou dobrado em direccao obliqua, de modo a deixar patente larga abertura levando para o canal na base,
quando vista pelo lado de for-a.
A figura 61 da uma pupa de Stegomyia pela face ventral e na figura 62 v&se
a parte anal da mesma, em identica posicao. Infelizmente quiz o accaso que para esta
vista photographica servisse mais uma vez uma chrysalida do sexo feminino, quando teriamos desejado dar aqui uma do outro sexo. No sexo masculine o estojo central contendo as gonapophyses alcanca perto da metade dos remos anaes. Estes remos SZOna
Stegomyia talvez urn bocadinho mais circulares e menores que no Culex fatigans.
Se quizessemos recapitular em poucas theses OSdistinctivos mais importantes que
permittern reconhecer corn seguranca e presteza a larva e a pupa da Stegomyia fasciata, seriam as seguintes :
Pormenores biologicos -
Stegomyia fasciata
Larva :
cabeqa redonda.
antenna cylindrica, truncada, r&o plumosa.
placa labial triangular, baixa. corn 13 + 1 + 13 dentes.
thorax moderadamente large ; na base do terceiro tufo marginal
urn forte espinho curve.
siphao respiratorio curto, em f&ma de projectil.
ancinho siphonal corn espinhos em f&ma de ganchos 3-cuspidados.
pecten do segmento anal corn escamas multi-espinosas.
folliolos branchiaes arredondados na ponta.
colorido geral branco-hyalino.
Pupa :
Tuba respiratoria thoracica curta. obliqua - e largamente aberta.
101
Quanto ao nppn~dho geazitd exteviov, da Stegomyia masculina, informa a nossa
fig. 53. Tornando a ser sensis-ela falta de uma nomenclatura technica relativa Aisdiversas peGas componentes d’esta arma@o e As partes d’estas, & qua1 j,i alludi tratando
do Culex fatigans, posso unicamente salientar que a tesoura, de cada lade, (comparaTel a uma unha de caranguejo) possue no macho da Stegomyia sobre toda a aresta
interior urn pente continua de fortes cerdas espinhentas reforc;adas,notando-se ao mesmo
tempo a ausencia do grupo de trez estyletes solidos postado na culminancia opposta ao
grande gancho principal, coma se percebe no Culex fatigans (fig. 28). Tambem pareceme faltar inteiramente na Stegomyia aquella subtilissima peca laminar, transparente, em
f&ma de remo indio, que no Culex fatigans se T’$ inserta n’uma proeminencia visinha
do canto interior da tesoura. 0 colorido das principaes peGas chitinosas apresenta-se fuliginoso na Stegomyia, amarello, c&- de ambar no Culex fatigans. Ha urn farto apparelhamento de valentes cabellos ligeiramente curves pelo lado exterior das pernas da tesoura, tanto no case da Stegomyia, coma no do Culex.
Copulasexual.
Diz o <<
Rapport >>da commissgo medica franceza, textuaimente, ;i pag. 687: KAccouplement. Deux fois seulement nous avons eu l’occasion d’observer l’accouplement: il a
lieu presque toujours dans la nuit et B l’obscurite, d’oh la raretk des observations de ce
genre )).
PeCo confrontar por outro lado o que eu disse a este respeito no meu Segundo
trabalho, pag. 52, onde empreguei OS termos: <:a (copula) vimos milhares de vezes e a
vemos todos OS dias )L Circumstancia que, porem, ainda nao tornei publica 6 que a copula de Stegomyia p6de ser provocada ad libidinem, em qualquer hora do dia, mediante
uma simplissima experiencia, que nao vi negar uma unica vez. Se se tomar uma das
nossas gaiolas de isolamento contando s6mente machos de Stegomyia. ou apanhados
em liberdade ou criados no captkeiro, e se se introduz uma femea da mesma especie.
esta n%o terj tempo de T-oar grande distancia sem ser logo apercebida e segurada por
103
Yormenol-cs biologicos -
Stegomyia fasciata
macho. Isto se dara tantas vezes, quantas se repetir a experiencia. sobretudo quando se tiver o cuidado de escolher, por exemplo, coma logar de obserya@o, uma janella
esposta a urn brando sol de tarde. - Tke occasiao de realisar esta experiencia perante nao poucas pessoas da classe medica, entre ellas urn distinct0 bacteriologista quando,
vindo do Maranh%o onde corn denodo tinha dirigido o service sanitario durante o difficil period0 de peste. veio ao Par& de passagem para o Rio de Janeiro. Facillima coma
6 de ser provocada assim a qualquer hora do dia a copula sexual da Stegomyia no
captiveiro, frequentissima 6 tambem de ser observada em liberdade, aqui no Par&
dia por dia, e r-&o me consta que as cousas estkessem diversas la no Rio de Janeiro.
Alias encontra-se. em corrobora@o das minhas observacdes no Park no Relatorio da
commissao medica ingleza, relatiyamente ao Par-a a significativa declaracgo: <(The time
of chief activity is in the middle of the day, from about twelve to tn-o p. m., they then
bite freely. and are seen to copulate on the wing in numbers. )) ( pag. 55 ).
urn
Se a Stegomyiafasciata pica normalmentede noite.
Ko Relatorio da commissRo franceza l&se, a pag. 691 :
c(Divers
auteurs ont consid&e la Stegomya fasciata comme un moustique essentiellement diurne, que ne piquerait
jamais OLI presque jamais la nuit. C’est la une erreur qu’il est indispensable de
detruire )).
Apezar do tom positivo d’esta assercao, continuamos corn a mesma inabalayel
conviccao a assegurar o contrario, sustentando a nossa maneira de y&- ja exposta em
nosso Segundo trabalho anterior publicado em janeiro de 1903 cpag. 82 da presente
reimpressao). Declare-me solidario, incondicionalmente, corn as sensataspalavras emittidas a este respeito pela commissao medica ingleza no Par-A (Report of l’ellow fever
expedition to Par& ), pag. 55 e seg. no Capitulo <<
Habits of Adult )>,iniciando logo no
alto corn a memoravel sentenca : (( This species in Par-6 is solely a day gnat )L Se erro
ha, elle laT-r-ado lado da illustre commissao franceza, no Rio de Janeiro, tgo completa
e patentemente n’este coma no case da sua assercao acerca da pretensa raridade da
copula sexual na mesma Stegomyia, e acerca da preferencia <<
da noite e da escuridao )) para esta, coma para as demais func@es as mais importantes da existencia de
tal especie.
Duas series de factos em apoio do nosso modo de ver.
I) No meu segundo trabalho pag. 64 (pag. 82 da presente reimpressao) ja communiquei, que no meu gabinete de trabalho, no Museu do Par-a, sou raras vezes picado
de Stegomyia, quando tenho de trabalhar de noite corn luz electrica. Esqueci porem de
constatar ao mesmo tempo, que o mesmo gabinete esta diariamente infestado de Stegomyias, de ambos OS sexos, tornando me deveras difficil as vezes o trabalho diurno.
Como esse aposento da para urn angulo reentrante do edificio, cuja abertura corresponde quasi justamente ao quadrante E - S, varrido pelo vento dominante, as paredes
que formam OS lados desse angulo funccionam, de facto, coma uma especie de funil,
condensando e canalisando para a minha janella OS mosquitos diurnos e nocturnes
Pormcnorcs
l>iologicos -
Stegomvia fasciata
103
arrastados pela correnteza aerea, de maneira que entram-me para o gabinete quantas
Stegomyias produzirem as rocinhas circumvizinhas.
Ora, sendo d’esse modo continuamente assediado de dia por Stegomyias femeas,
que me picam innumeras vezes, dando-me incessantemente provas irrefutaveis da sua
constante presenca, porque iiao me pica, de noite, n’este mesmo quarto, Stegomyia
alguma, ou sdmente uma ou outra por excep@o rara, sendo a enorme maioria dos mosquitos picantes, que voando entram pela janella n’estas horas, composta de especies splvestres coma Taeniorhynchus e Panoplites 3 Entretanto ellas alli estao, n’aquellas mesmas horas, n’este mesmo quarto. Estao centnks pelos cantos ; repousam ; n2o picam
porque iGo querem e porque n80 precisam !
II) Apezar de constante atten@o minha e de meus collegas nas nossas residencias particulares em verificar cases absolutamente seguros de Stegomyias femeas, apanhadas em flagrante no acto de chupar sangue ou corn OSindicios de tel-o feito, durante
a noite escura, ainda jcimais conheceu-se urn unico onde n’um mosquiteiro regularmente
fechndo se mostrasse uma tal Stegomyia, que provadamente se tivesse introduzido na
escuridao da noite. Sempre s80 exemplares femeas de Culex fatigans que encontramos
nos mosquiteiros coma resultado da pesca da noite anterior. E todas as vezes que
parecia ter-se apresentado finalmente urn case authentico, o exame minucioso das circumstancias ensinava que uma tal Stegomyia podia ter-se introduzido perfeitamente antes de se fechar o mosquiteiro, e aproveitado para picar as horas do crepusculo da
tarde ou da manhan. -N’wz
nwzbkvzte Ifeplecto n’e Ste~-o~1~>vks
e depois de a~z1zosrz’e
obsewn@o par pessonl exe~~citn~o n2ethodica
e especinl2ne2zte
dir&-id0
sobe
este
-
qzresito,
n’um
e
z?e;tz?zzim
cm0
j9Zemwze2zte
nzos~zlileir~o POQfmzea
n;s,erig2rado
de Steg-omyin, -
de
imasdo
PQouadm2e;tzte
~20ctu~wz
r&o deixa de ser urn facto significativo,
que forcosamente deve impressionar !
Tanto mais de\-e impressionar, quando se le no relatorio da commiss2o medica
franceza no Rio de Janeiro textualmente : <<
Ce moustique s’attaque & l’homme apres la
chfite du jour, dn?zs In n2lit et le matin al-ant le lever du soleil ; ;IZOZISZ’avom @1’021ub
pevsonellement. 11 est extremement facile de s’en rendre compte si l’on examine le matin de bonne heure le moustiquaire d’un lit occupe par un malade, dans une Salle oh
les Stegomyas ( 1) ont accgs. Pour peu que cette moustiquaire ne ferme pas hermktiquement, on y trouve le matin des femelles gorgees de sang qui y ont penetre et ogzt
piqzd
pem?ant
In nziit. )) (2)
Como querem OSaillmos.doutores emissarios do Instituto Pasteur em Paris provar sob a f6 da sua plena responsabiiidade scientifica, que estas Stegomyias 15 no Rio
de Janeiro <c
ont piqu6 pendad
Lx
NuIT),,
quando aqui no Par& n6s, conscientes da
mesma responsabilidade plenar, devemos, A vista das nossas positivas averigua@es durante annos, declarar a picada nocturna coma excep@o?
( 1 ) Surprehende deve’ras que OS i!lmos. redactores do c\Rapport 2, escrevam persistentemellte ~~Stegom~~u
3, por
todo o trabalho, quando o autor do genera, Theobald. Monograph of Culicidae. lgol. r-01. I, pag. 283 o chakou NStegomyia 7, ninguem tendo o direito de substituir tal nome etymologicamente bem formado. por outra maneira de escrever,
viciada e compativel de interpreta@o toda erronea.
(2)
OS gryphos 60
nossos. -
G.
104
Pormenores biologicos --
S tegom~ia fascia ta
Nao negamos a possibilidade de picarem femeas de Stegomyias de noite - mas
accentuamos que 6 indispensavelmente precise que se encarem estas cousas debaixo do
seu aspect0 real e que se nao insinue significacao diversa da que ellas de facto possuem. Se a femea de Stegomyia pica de noite, n’um quart0 illuminado - (pois nego
que ella o faca normalmente n’um quart0 completamente escuro) - 6 antes de tudo e
em primeira linha simplesmente, porque ella estara illudida acerca da phase do dia:
toma por dia a claridade artificial, desperta e retoma as suas occupacdes diarias, que
culminam principalmente na procura de alimt;pto - maxime no cc-so, que a cacada
n’esse sentido durante o dia anterior r&o tiver sido acompanhada de successo.
Baseio-me n’uma observacao que frequcntemente tenho occasiao de fazer corn o
Culex fatigans. Ora, este mosquito embora estrictamente nocturne, tambem 6 susceptive1
de enganar-se pelo mesmo mode, coma a Stegomyia, que 6 diurna. Na nossa officina
photographica, que 6 urn pequeno chalet isolado no jardim, composto de duas pecas,
uma exterior para copiar, imprimir, etc., outra interior para o process0 do revelamento
e da fixagem das chapas - esta camara obscura propriamente dita, 6 repleta sempre
de innumeros Culex fatigans. Ficando, de dia a porta aberta, em horas quando nao ha
trabalho photographico para fazer, pouco ou nada se nota da presenca d’estes mosquitos, que estao quietos, pousados por todos OS cantos. Apenas fecha-se a porta, estabelecendo-se completa escuridao, except0 a pouca luz vermelha que vem atravez da
dupla janella, principia a actividade de centenas de Culex fatigans, voando, dancando e
cantando, tal qua1 coma se fosse noite. Estou certo que identicas observacoes tenham
sido feitas ja innumeras vezes por outras pessoas, por aqui pelo Brazil f&a, ao ingresso n’uma peca onde reina escuridao.
Lavra assim o nocturne Culex fatigans, corn a noite artificial durante o dia, no
mesmo engano, coma a diurna Stegomyia fasciata, corn o dia apparente durante a noite.
0 case 6 palpavelmente o mesmo. Entretanto ainda nao ouvi ninguem tentar a paradoxal doutrina que a femea de Culex fatigans depois de ter chupado sangue, invertesse o
seu modo de vida, tornando-se diurna !
Origem e patria da Stegomyiafasciata.
Conheco a argumentacao dos autores que querem que a Stegomyia seja de origem americana ; estriba-se sobretudo na relacao da viagem de Christophoro Colombo.
Sem querer contestar que a molestia que victimou parte da tripolacao das caravellas
dos conquistadores tenha, de facto, sido identica corn a febre amarella, constitue isto
ulna prova positiva de que a mesma molestia nao tenha existido antes na costa d’Africa? De certo que n8o. Quando muito poder-se-& objectar que falta urn documento historico que nos conte da existencia da Stegomyia na Africa em tempos precolombianos.
Mas da ausencia de urn document0 historic0 acerca de certo facto jamais se podera
deduzir a n%o-existencia do mesmo facto. Ha evidentemente muita cousa que ja se
passou n’este mundo sublunar, da qua1 nunca historiador human0 nos deixou resenha, e
que nem por isto 6 menos verdadeira.
Encaremos urn pouco mais de perto esta questgo. A Stegomyia fasciata 6, coma
sabemos, urn mosquito affeito as grandes cidades, aos centros populosos, do littoral e
Pormenores
biologicos -
Stegomyia fasciata
105
das regides visinhas. Ora pergunto eu, onde estavam estas grandes cidades que OS invasores europeus tivessem encontrado, no littoral atlantico desde as Antilhas ate a foz
do Rio da Prata? Quaes OS pontos onde OS indigenas americanos se tivessem condensado em populosas residencias permanentes 2 Nao as havia e isto n2.o nos surprehende
de f&-ma alguma attendendo A.indole e ao genio especifico do indio. 0 indigena americano foi, em todos OS tempos, o que elle 6 ainda hoje : ciumento da liberdade incoacta,
n3o tendo o habit0 nem a tendencia para agrupar-se e concentrar-se em residencias
collectivas realmente consideraveis. As suas tabas constavam de algumas duzias de
casas, na maioria dos cases nem chegando a cem n’uma mesma localidade circumscripta. S%o antes aldeinhas do que aldeias. Comparaveis &isformigas e abelhas, o crescimento numeric0 sempre traz para elles coma consequencia a [email protected] de enxames, o
desmembramento. Forma-se nova taba, meio dia, urn dia, dous dias mais rio acima, mais
rio abaixo, mais mata a dentro, que por sua vez voltara ao estado de tap&a devido ao
genio irrequieto e nomada do indio, antes que ella tenha adquirido qualquer incremento e dimensaes algo considerar-eis. N%o s%opropriamente sociaveis na sua moradia:
se n’elles existe o esp’irito da sociabilidade este se manifesta somente por occasido das
festas, das emprezas bellicas, nos grandes exodos, etc. Durante taes occasides transitorias
e passageiras sim, costuma haver agglomera@o de gente, mas toda aquinhoada, quando
muito, em acampamento que nem provisorio se p6de chamar; nem mesmo corn abarracamento 4! realmente comparavel. Passadas estas occasides toda a multidao se dissolve,
coma por encanto ou por urn sopro de vento. Ora, taes cousas r&o s%o do gosto da
Stegomyia fasciata.
Que vemos por outro lado na Africa ? - Urn dos mais frizantes caracteristicos
ethnologicos da raqa preta 6 exactamente o seu .espirito de sociabilidade fortemente
desenvolvido. Nas relaqdes de todos OS viajantes encontramos a cada passo expressGes
de sorpreza e de admira@o pelo agrupamento de habitaqdes attingindo dimensdes numericas rebeldes a urn recenseamento rapido. LA se encontram frequentemente centros
corn 10, 15 e 20 mil habitantes effectivos, aos quaes entretanto se applica apenas a qualifica@o de <<
aldeia >>.A’ no@o de cidade, conforme praxe africana, nao correspondem
senao centros que possam apresentar urn multiplo de taes cifras. Eis uma situa@o que
quadra admiravelmente corn o que a Stegomyia fasciata quer e precisa. E’ o optimum
para as suas condi@es de vida : clima quente e humido, reunido a aggremia@es humanas de&ras importantes.
0 que eu queria archivar em breves palarras aqui 6 que urn confront0 cuidadoso da situa+o ethnologica, ca e l;i, - e esta certamente constitue factor de relevante
importancia n’este assumpto - por sua vez depae corn vantagem innegavel em pro1 da
origem africana da Stegomyia fasciata.
Uma outra serie de consideracdes em alto grao capaz de abalar a theoria, tao
fraca nos seus alicerces, do indigenato americano da Stegomyia fasciata, abre-se logo
que’ se pondera OS resultados que se obtem de urn exawze cvitico & collig-a@o SteNos meus trabalhos anteriores apontei por divergomyin fasciata - Czdex fatig-nns.
sas vezes - corn insistencia (pags. 56, 61, etc. ), para o facto de serem estes dous mos-
Pormenores biologicos -
106
S tegomyia fasciata -
Taeniorhynchus
fasciolatus
quitos companheiros inseparaveis por toda a parte do mundo. E demonstrei coma, urn
diurno e outro nocturne, formam juntos uma commandita admiravelmente organisada
para, em rota@0 cyclica diurna, tributar ao homem na zona tropical o seu sangue.
Ora, con&m saber que o exemplar-typo, o original que serviu para a primeira
descrip@o do C&x _&t&-nns, de Wiedemann em 1828, veio das Indias oviedaes (1).
Esta circumstancia, embora‘ por si s6 nao constitua uma prova plena, n%o deixa de ter
importancia symptomatica.
Pergunto eu, esta ominosa comwznnc~ita czdiciden, Stegomyia fascinta e Cdex
fatigans, datara de hontem, ser& urn product0 casual talvez da parte tropical do Novo
Mundo? Julgo que ella 6 de data muito mais remota e que devemos procurar o solo
onde o pacto se celebrou, em qualquer parte do Velho Mundo e que elle ngo 6 casual,
mas sim a consequencia natural de uma identidade bastante grande de interesses communs.
Opino que ha bons argumentos para admittir uma patria ethiopico-indica para
esta allianqa. E cada vez mais desejavel se me afigura uma investiga@o conscienciosa
e criteriosa sobre a questao de urn eventual parallelismo entre a distribui@o e dispersao antiga e moderna da raqa preta humana por uma parte, e dos dous mosquitos contrahentes da denunciada allianqa offensiva por outra.
Indispensavel 6 n%o perder de vista que ma1 avisado iria quem se deixasse impressionar e influir unilateral e parcialmente pelo aspect0 que hoje em dia as cousas apresentam n’este terreno. Quer-se ter urn exemplo? Nao 6 precise ir muito longe
para encontrar urn bem drastico: 0 Brazil 6 hoje o maior productor de cafe e indubitavelmente 6 tambem desde muito, o paiz, onde have& a maior parte de p& de cafeeiros plantados. Supposto agora uma vez por urn moment0 o case do complete desapparecimento de todos OS documentos historicos, (por uma catastrophe tellurica), que
testemunham a origem asiatica do cafeeiro e a sua introduc@o no Brazil, via Cayenna,
quem procuraria a patria d’este arbusto na Arabia? - E n%o 6 facto veridico, que esta
lembranca historica sensivelmente tende a empallidecer j& na consciencia popular, aqui
no Brazil, corn o crescente intervallo de tempo que nos separa do moment0 da introducq%o,que entretanto n%o j&z mais de dous seculos atraz de n&s?
6. -
Taeniorhynchus
fasciolatus
Arribalzaga
( 1891)
( Mosquito adulto, alado; veja nossa Estampa colorida II, fig. 6, femea 3 ; fig. 7,
macho 0 (2); ovos, larva e seus pormenores Est. G, figs. 64 - 72,74 - 79 e 81).
No meu primeiro trabalho de 1902, cap. I, pag. 9, tratei summariamente d’este
mosqLt0 crepuscular, assaz frequente no Par6 o no baixo Amazonas, frizando desde
( 1)
AussereuropXische, zweifliigelige
Insekten.
Hamm
1828
Vol.
I,
pag.
10
-
Theobald
op.
cit.
Vol.
_
II,
pag. 1.56.
E’ ao que eu saiba, a primeira vez que se dd na litteratra uma figura do macho d’esta especie.
cit. Pl. 31 e Arribalzaga, lot. cit. Est. IV d5o apenas iilustraqjes mais ou menos felizes da femea.
(2)
bald, lot.
Theo-
r
Pormenores biologicos -
Taeniorhynchus
fasciolatus
10’7
entao OS sew caracteres exteriores, pelos quaes podera ser reconhecido a olho nti. A
estes se devera accrecentar ainda, coma urn dos diagnosticos dos mais certeiros, o annel branco-alvo sito proximamente a, articulacao distal do femur em todas as 6 pernas,
- pormenor este muito bem visivel nas nossas figuras coloridas, corn maxim0 cuidado
e esmero executadas sobre exemplares vivos e frescos.
Foi ja colleccionado este vistoso Culicideo na Ilha de Trindade - , na Guyana
Ingleza -, no baixo Amazonas ( Austen, Durham) -, no Para ( Durham, Goeldi ) ( 1)
-- Rio de Janeiro (Moreira, Goeldi ) - Sao Paulo (Lutz ) - Buenos Ayres, provincia
( Arribalzaga ).
Ate 1902 nada se sabia do desenvolvimento d’esta, nem de qualquer outra espetie do genero Taeniorhynchus, ate que em setembro d’este mesmo anno consegui esclarecer palo menos as primeiras phases - ovo e joven larva. Dei uma primeira noticia provisoria em nota adicional ao meu anterior trabalho, Cap. Biologia, pag. 20 e por
carta communiquei 0s traces essenciaes, accompanhados de alguns esbocos ligeiros a
lapis, ao Prof. Theobald em Londres, que d’elles deu por sua vez noticia no Vol. IV,
(supplementar ) da sua monumental <<
Monograph of Culicidae D 1903, pag. 257 e 269.
ovo.
Devo referir-me, quanto ao geral, a minha nota anterior no baixo da pag. 20.
Quanto a postura dos ovos de Taeniorhynchus fasciolatus e seus preliminares
extraio do meu diario de observacdes em 1903 OS seguintes dados: Com femeas, apanhadas no mato, durante OS mezes de julho a setembro, chupando sangue, e tratadas
no laboratorio, em gaiolas, corn o mesmo aliment0 (sangue human0 e de cobaya), consegui posturas em 25 cases diversos, cuja publicacao em extenso, coma eu fiz em trabalho anterior relativo ao Culex fatigans e a Stegomyia fasciata, exigiria mais espaco
e tempo do que disponho n’este momento. Direi entretanto que, durante a alludida
campanha de 1903, o total de femeas vivas d’esta especie de Taeniorhynchns, submettidas a ensaios de cria@o, attingiu a 170 individuos. Pela comparac%o d’estes dous numeros se verifica logo que o Taeniorhynchus fasciolatus nao ‘se presta muito facilmente
a estas experiencias, pois a proporcao de femeas que procederam a sua procreacao
no captiveiro corn as que entraram nas gaiolas foi approximadamente a de 1 : 7. Morrem corn muita facilidade embora nao se recusem a acceitar aliment0 sanguine0 ; notei
que as 2 femeas corn a maior dura@o de vida foram uma corn 11 dias apenas, outra
corn 9. Escolho aqui uma amostra de taes experiencias somente : em 19 de julho de
noite recolheu-se para a gaiola uma femea de T. fasciolatus, que na residencia directorial se tinha enchido de sangue humano, a esta juntaram-se mais 22 femeas, apanhadas
em 20 de julho, nas matas de Murutucti, algumas repletas de sangue human0 e todas
ellas presas em flagrante inten@o de fazel-o. Quatro entre ellas acceitaram sangue humano novamente no mesmo dia 20 e provavelmente exemplares, que nao tiveram occasi%o de saciar-se em estado de liberdade. No dia 25 de julho de manhan appareceram
3 fios de ovos, corn 60, 63 e 60 ovos respectivamente, depois de urn intervallo de 5 para
seu, Go
( 1 ) Outras localidades amazonicas e guyanezas onde este mosquito foi colleccionado pelo pessoal do nosso MuObidos, - Prainha, - Xrayollos, -- Oyapoc, -- Amap&
64. - Cordks e fragmentos de cordGesde ovos
de Taeniorhynchus
fasciolatus,
vistas de
lado,corn f race augmento.
Disposiygo semelhante a
uma cartncheiratira-cello.
Fig.
Fig.
Fig.
69. - Aspect0 que,
a augment0fraco, apresenta um grupo de alguns ovos de Taeniorynchus f ascioZatus, corn as tampinhas abertas, e corn a
superficie granulosa.
Desenho semi-schematico.
65. Urn cordgo frescamente depositadode Taeniorhynchus fascioZatus,
corn augment0urn poucomais
forte. Vista lateral.
Fig.
67.
-
Oatro
COKIBO
de Taeniorhvnchus
f asciozatus,
. _ nJasmesmas condwGes.aue’mento um tan’to mais’iorte.
Sahiram quasi todas as
larvas.
Fig.
- Desenho, um tanto schematic0
aspect0 exterioi de uma joven
Taeniorhynchus f ascioZntus,
primeiros dias. Note-se as antennas
munalmente compridas e o siphlo
torio anal em f&ma de capacete
76.
Fig.
SI.
respirattorio
larva do
Desenho schematic0 do
polo delgadode um ovo de Taeniorhynchus f ascioZatus, para mostrar a estriictura granulosa
da pellicula ovular. Lado esquerdo
--aspect0 da margem, corn o tubo
do microscopio levantado; lado
direito - aspect0frontal corntubo
abaixado. Augmento mais forte.
Note-se o calibre relativamenie
gross0 da granulaq.50.
F ig. 75.
Taeniorhynchus
ciofaffrs,
-
66. Urn cord80
de ovosdo mesmo mosquito, mostrando j& as
tampinhas de grande
parte dos ovos rebenta-
Fig.
phado corn
mxis forte.
f&ma
exquisita
modo de capacete
liter, notam-se
chos robustos
te terminal
G-
Fig.
Fig. X3.-Ontro
cord,?o,nova, de ontro
individrlo
Fig. 72. - CordRode ovos,
nova, de Taeniorh ynchus
Arribalzagae,
vista de cima, corn fraco augment0
( photograph.).
de
Tne-
m-orhynchus Arribakagae,
vista
urn tanto obliquamente. Nesmo augmento. (Photog).-
- Desenho especial, relativo aos pormenores da parte
anterior e da cabega de uma
d’estas jovens larvas.
Fig.577.
Fig.
Fig.
71. - Tguaeselementos,de um oatro
ova, vistos de lado e
de frente.
74. -Urn
cordRo de ovos de
Taeniorhynchus
Arribakagae,
no
moment0 logo ap6s
a postura. A differenya do colorido, do cinzento escur9 a0 branco, indica a idade relativa da respectiva
ala, send0 que 0s
ovos, no momento
de serem postos,
t&n ainda a c6r
alva, escurecendo
gradualmente no
decorrer dos 20
minutos seguintes.
Vista inteiramente
frontal; augment0
fraco (photog.).
jlatus
,Qlguns ovosde Taeniorhynchus f ascioZatus, photographados corn augment0 urn tanto
mais forte. E’ muito caracteristica a f&ma de garrafa de champagne. Na peripheria percebem-se
em muitos logares as vesiculas transparentes relativamente grandes. A maior parte dos ovos ]a deixou sahir as larvas, faltando-lhes a pega redonda
do ~610 rombo.
68.
-
-
T. Arribalzagae.
(Fig.
Trez elementos marginaes
participantes na estructura granuloss da pellicula ovular. Vistos de
Iado, corn forte augmento.
70.
Fig.
Fig.
Fig.
Desenho da extremidade
caudal de uma larva do 1.” dia de
Taeniorhynchus _fascioZatus.
Note-se a chanfradura terminal
nos folliolos branchiaes,OSganchos
e espinhos das fileiras situadasna
base do segment0 anal e do tubo
respiratorio.
78.
72-74;
80)
80. - Vista photographicade uma
larva de Taekorhynchus
Arribakagae, da mesma idade. 0 tubo
anal corn um principio de prolapso,
devido a pressao da laminula de
cobrir. Na cabeqa percebem-se nitidamente as possantesescovas cihares do apparelho buccal. Mesmo
augment0 coma da fig. 79.
Pormenores biologic04 -
Taeniorhynchus
fasciolatus
109
sejavel, mas tambem ngo creio dever attribuir tudo a uma possivel fonte de erros inherentes a uma pesquiza artificial de laboratorio.
ovo.
.
Dimensaes do ova: 0,68 nlnlde comprimento (valor media de 3 ovos medidos) e
0,14 mn’(valor media de 6 ovos medidos).
Como demonstram as nossas figuras 64, 65, 66 e 67, OS OT’OSde Taeniorhynchus
fasciolatus sao depositados em fios compridos, de dupla serie, comparaveis a uma cartucheira de tira-cello, coma usam OS Boers. A figura 64 dc’i uma vista photographica,
corn augment0 muito fraco. Maior urn tanto 6 a amplia@o das tres outras vistas. Nas
figuras 64 e 65 o fio representado 6 ainda todo fresco. Diverso o case nas figuras 66 e
67, onde pelas tampinhas pelo lado de f&-a se advinha que as jovens larvas j8. sahiram
da respectiva casca ovular. (Veja o esboco fig. 69). Todas estas figuras representam o
fio em vista latteral.
A f&-ma do ovo de T. fasciolatus 6 a de ulna garrafa de champagne ou de urn
pao de assucar, coma ensina a nossa figura 68, que d& uma vista photographica de alguns 01’0s corn augment0 maior. A car 6 urn fuliginoso escuro, que corn a idade e na
casca vasia costuma ceder a urn amarellaceo car de ambar.
Examinando a estvzlctzwn exteviov da pelliculn ordzkw, recorremos 5s nossas figuras explicativas 75, 70 e 71. A primeira representa a ponta delgada de um OT’O.visto
corn mais forte augmento. Nota-se que a margem toda 6 guarnecida de elementos, relativamente grandes, transparentes, verrugosos, iguaes entre si, contiguos uns aos outros,
e de uma f&ma caracteristica mammillar assAz diversa da dos existentes nos ovos dos
mosquitos anteriormente tratados. As figuras 70 e 71 s%o destinadas a orientar sobre
OS pormenores d’estes elementos, corn augment0 ass&z forte. Na vista lateral assumem,
aqui e acol& urn aspect0 por assim dizer cordiforme ; o aspect0 frontal de cima d,i urn
disco corn urn diminuto circulo ao centro, correspondente & projec@o da ponta do mammill2o. Pela press%0 sobre o cobra-object0 estes elementos podem ser separados do
substrato e isolados. Na figura 75, a metade direita, d& idea do aspect0 d’esta estructura, na vista frontal, corn o tubo do microscopio levantado.
Em somma, s80 facilmente reconhecidos OS ovos de Taeniorhynchus fasciolatus
por muitas particularidades.
OS fios fluctuam sobre a agua corn o lado convexo para baixo, ficando OS OT-OS
d’est’arte em pe, coma no case do Culex fatigans. S6 posteriormente elles se deitam sobre o lado, rompendo-se o fio finalmente depois da sahida das larvas.
Larva.
E’ muito caracteristica a larva nova de T. fasciolatus. Convidamos o leitor a
apreciar as nossas vistas microphotographicas de duas larvas do 1.0 dia, fig. 79 e SO,
(esta ultima ali& relativa 6 joven larva de T. Arribalzagae), feitas corn augment0 regular, bem coma o esboqo, na verdade muito schematic0 da fig. 76. Urn distinctko dos
110
Pormenores
biologicos -
Taeniorhynchus
fasciolatus -
T. Arribalzagae
mais salientes s%oas antennas extraordinariamente compridas, coma as nao vi ainda em
larva culicidea alguma. (fig. 77) Depois e o siphao respiratorio anal, que assume feitio
descommunal, tendo a forma de urn capacete militar (figs. 79, 76, 78) - uma campana
semi-espherica na base, sobremontada de urn tubo cylindrico antes tenue. Na extremidade livre d’este siphao ( fig. 81) e urn circulo de singulares ganchos relativamente fortes, que lembram OS anzdes compostos para a caca dos crocodilios e OS projectis compostos empregados na pesca moderna das baleias, e que se abrem a urn moment0 dado.
Pela fig. 78 fica-se inteirado acerca dos pormenores da regiao anal da larva.
No pecten tern uma fileira transversal de umas poucas escamas em forma de
ganchos denticulados. OS folliolos branchiaes, de urn oval lanceolado, possuem na ponta
arredondada distal urn pequeno entalhe. Forte tufo de cerdas compridas guarnece o
canto interior do mesmo segment0 anal ; fortes cerdas notam-se tambem ao long-o do
corpo, mormente na regiao thoracica. Infelizmente esqueci entao em 1903 de orientar-me
devidamente sobre o habitus da placa labial, e hoje nao tenho mais A mao o material
necessario para fazel-0.
Corn pezar registro aqui o infortunio que tive, em criar as larvas de Taeniorynthus fasciolatus atravez de todo o cycle de desenvolvimento. Nunca consegui consers-ar
vivas as novas larvas alem de uns 3, no maxim0 4 dias ; depois morrem sempre corn
tuna regularidade irritante. ( 1 ) Nao podemos assim apresentar desde ja esclarecimentos
relativos a larva adulta e a chrysalida d’este mosquito. Todavia esperamos preencher
ainda esta lacuna, aperfeicoando-se o method0 da criacao artificial por urn lade, e dando
maior desenvolvimento ao colleccionar das larvas culicideas sylvestres nos seus escondrijos naturaes por outro.
7. -
Taeniorhynchus
Arribalzagae
Theobald
(
1903).
(Mosquito adulto, alado, veja a nossa Estampa colorida II, fig. 8 ( femea Q ), fig.
9 ( cabeca do macho 6 ). - Ovos e seus pormenores. (Est. G, figs. 72, 73, 74 ; 80).
Esta especie de mosquito, limitada ao baixo Amazonas. e toda nova, pois sbmente no anno passado foi descripta pelo Prof. Theobald no Vol. IV ( Suppl. ) da (<Monograph of Culicidae )) pags. 261- 263 sobre exemplares colleccionados no Para pelo Dr.
Durham, da commissao medica ingleza que aqui esteve estudando a febre amarella.
Novo material proveniente do Par-a e seus arredores foi enviado por mim ao mesmo
eximio especialista, estando eu de posse de exemplares identificados por elle (co-typos)
ainda antes da publicacao do mencionado volume supplementar. Limitando-se o autor
em dar apenas alguns esbocos relativos as escamas, e tendo faltado assim ate agora
figura do habitus exterior d’este mosquito na litteratura scientifica, a nossa estampa vem
inquestionavelmente preencher uma lacuna.
( 1 ) Esta situa@o nos faz lembrar as bellas palarras de Re’aumur, corn as quaes 0 illustre naturalista inicia 0
capitulo sobre o ccCousin piquant s nos seus admiraveis <chlemoires pour servir a l’histoire des insectes )) :
cc
Les cousins sont nos ennemis d&lar&,
et des ennemis tres-facheux. Mais ce sont des ennemis bons A connaitre
. . . . . il y a m&me tel moment de leur vie ou, apres avoir fait oublier 6 l’observateur qu’ils le perskuteront un jour,
il hi font ?-essentirdes i~iquiehdes pour leer sort )).
Pormenores biologicos -
Taeniorhyxhus
Arribalzagae
111
Este mosquito tr&e a primeira vista j& seu proximo parentesco corn a especie
anterior. Participa corn ella tanto na posse da fita Clara na tromba, coma na do anel
claro, luzente coma madreperola, na parte distal da forma de todos OS6 pares de pernas. A differenca para corn o T. fasciolatus reside principalmente no colorido ruivobruno uniforme do thorax e na ausencia de ornamentos claros na margem e nos lados
dos segmentos abdominaes.
Tambem nos seus costumes o T. Arribalzagae e fiel aparentado e companheiro
do T. fasciolatus. Entre as colheitas de mosquitos sylvestres vivos provenientes das
matas de Murutucu e outros arredores da cidade de Belem vem individuos de ambas
as especies misturadas. Todavia apparece o T. Arribalzagae entao representado na minoria e tambem ngo estende t%o facilmente as suas excursGes crepusculares ate a peripheria da cidade. Procura picar na penumbra da mata sombria durante o dia, da mesma forma e de sociedade corn o T. fasciolatus.
Parece que ate agora nao foi colleccionado este mosquito, sen%opelo mencionado Dr. Durham e o pessoal do nosso Museu, e por ambos sdmente nos arredores do
Park. Raro nao e, coma bem prova a circumstancia de eu ter tido a disposi@o para
as minhas experiencias. durante a nossa campanha em 1903 nos mezes de Agosto ate
Novembro nada menos de 44 femeas vivas. Em 7 cases obtive criacao, o que novamente corresponde de perto % proporcgo de 1:7. Escolho outra vez urn case instructive
dentro dos annotados no meu diario de observacdes.
Entrando 2 femeas de T. Arribalzagae no dia 26 de Outubro de 1903,uma tomou
sangue de cobaya no dia 27. Morreu uma no dia 30 de Outubro, ficando uma somente.
Esta acceitou sangue no dia 4 de Novembro, todavia nao se enchendo de todo. Tomou
ainda sangue nos dias 9 e 11 de Novembro. Appareceu urn fio de 42 ovos no dia 21
de Novembro e tendo a femea tornado uma ra@o de sangue de cobaya ainda uma vez
em 23 de Novembro, appareceu na bacia d’agua no dia 4 de Dezembro urn fio regular
de 2x38 = 76 ovos. Morreu n’este mesmo dia. tendo durado nada menos de 38 dias no
captiveiro - o que consider0 urn case de todo exceptional. Larvas so alcancei 4 vezes.
Intervallo entre ultima racao de sangue e postura dos ovos:
1.0 case: .
2.0caso:.
3.0caso:.
4.0caso:.
5.0caso:.
6.ocaso:.
7.0 case: ,
. . . . . . .
. . . . . . . . .
*.
. . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . v . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . , . . . . . . .
. . . . . . (.
4 1/2 dias _
5 )>
. . .
5
>>
. . .
4 >>
. . .
. . o 4l/,
D
4 >>
. . .
. . .
4 1/z B
. . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .
. . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . , . . .
Intervallo entre postura dos ovos e primeiro apparecimento de larvas:
1.0 case: .
2.0caso:.
3.0caso:.
4.0 case:.
, . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . .
. . , . . . . . . . . . . . . .
. . . . . .
. . , . , . . . . . . . . . . . . . . . . . .
, . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . .
5 dias
4 >>
4 u
4 )>
Pormenores biolog-ices -
112
Taeniorhynckus
Arribalzagae
-
T. fulvus
D’ahi resultaria na media urn intervallo de 4 I/? dias entre a ultima racao de
sangue e a postura dos ovos, e de 4 i/Z dias para a sahida das novas larvas desde a
postura dos ovos. Tivemos adiante:
ovos - 5,5 dias ; larvas 4,5 dias ;
T. fasciolatus :
e agora T. Arribalzagae : ovos - 4,5 dias ; law-as - 4,25 dias.
E’ bem possivel que n’essa serie maior de experiencias o valor do primeiro intervallo tenderia a augmentar, approximando-se assim entao mais dos valores indicados
para T. fasciolatus. Em todo case fica ainda d’esta vez de pe urn lapso de tempo maior
para estas duas primeiras phases de desenvolvimento de mais este Culicideo genuinamente sylvestre, em comparacao corn as medias para Culex fatigans e Stegomyia fasciata, mosquitos domesticos declarados.
ovo.
Semelhanca tamanha entre OS mosquitos alados faz suppor de antemao semelhanca nao menor nos ovos e nas larvas. De facto nao possoI distinguir entre ovos e larvas de especie anterior e ovos e larvas de T. Arribalzagae. Referem-se a esta especie
as nossas vistas photographicas (figs. 72, 73, 74 e 80). OS fios, numero, forma e tamanho e aspect0 dos ovos, tudo 6 identico, tanto que poderiam ser tao bem de uma coma
de outra.
Na figura 74 v&se urn fio inteiramente fresco, mostrando ainda a car alva da
porcao mais nova, ao passo que o colorido vae escurecendo corn a approximacao da
parte opposta que foi posta a primeira. Tambem partilham as larvas de T. Arribalzagae ( fig. SO) da mesma fragilidade, coma as de T. fasciolatus. Nunca consegui trial-as
alem de 4 a 5 dias de edade.
N%o sei dizer onde moram as larvas, no seu estado livre, na natureza. Futuras
pesquizas hao de trazer luz n’este problema.
8.
-
Taeniorhynchus
fulvus Wiedemann
( Veja Estampa H. : fig. 82: femea pondo ; figs. 83 -
(1828).
87 : ovos e seus porme-
l
nores ).
Lastimo que a adversidade de um accaso n%o tivesse permittido de incluir uma
figura colorida d’este grande, de&r-as bello e notavel Mosquito, descripto desde muito
tempo, embora deficientemente. Do original, incomplete em suas extremidades, nao se
conhecia a proveniencia exacta, que e a regiao amazonica e as Guyanas. Uma serie de
exemplares frescos, por n6.s enviados d’aqui ao Prof. Theobald, em Londres, deu a este
excellente profissional ensejo dara completar a diagnose e eiiminar as lacunas e OS defeitos da descripcgo original, coma se ve pelo Vol. IV (supplementar ) pags. 257- 258.
E’ entre OS nossos mosquitos uma das especies mais volumosas. Caracterisa-se
alem do seu tamanho distinctamente pelo bello colorido geral amarello, c8r de ouro,
que se estende sobre todas as partes, inclusive boa parte da margem anterior das azas,
contrastando aqui na aza corn a margem distal, que 6 occupada por uma distincta
H
Fig.
Fig.
- Vista photographica de ulna femea de Taevziorhynchus f z&us,
agonisante,depois de realisadaa postura
de ovos, na superficie d’agua de uma
bacia rasa de vidro. Frnco augmento.
OS ovos Go curtos, angulosos,parecendo
graos de cuminho europeo.
83. -- EsboCoschematico, visando
explicar a arrnmayao e agrnpamento
dos ovos no momento de sahirem do
ovopositor da femea, conforme observa@es nobsas.
I
82.
64. - Dois ovos de
Taeniorhynchus f ulvus, vistoscornaugmen1;omais forte. ( Vista photographica).
Fig.
87’. - Pormenores
do apparelho de fechamento do ovo de
Taeuiorhynchus
fdvm,
DOpolo rombo.
Augment0 mais forte.
Fig.
Fig.
Fig.
- Desenho dos contornos de urn
ovo, feito corn auxilio da camara lucida.
Note-se a estructura marginal e o rolhamenta.
85.
Desenho do polo delgado de urn
ovo de Taeniorhynchus fuZvus, para
mostrar a estructura especial da pellicula
ovular. Lado esquerdo - serrilhado marginal, corn0 se ve lateralmente na peripheria, corn o tubo de microscopio levantado; lado direito - aspect0 que se obtem
corn o tubo abaixado.Augment0 mais sonsideravel.
86.
Pormenores biologicos -
Taeniorhynchus
fulws
113
mancha ennegrecida, ao passo que o restante brilha em bellissimo effeito iriante. Como
pretas destacam-se tambem ostensivamente as articula@es mediaes de todos OS6 pares
de pernas, OS tarsos, a ponta da tromba e a dos palpos. 0 dorso do thorax e a margem posterior dos anneis abdominaes tambem deixam ver certas zonas de uma tinta
urn pouco diversa, mais escura do que o bello amarello dourado geral. 0 exemplar
original de Wiedemann ( Culex fulvus ) traz coma proveniencia simplesmente KBrazil )L
- 0 exemplar, descripto depois por Walker corn o nome de Culex flavicosta, reexaminado e descripto por Theobald e conservado no British Museum, 6 indicado coma tendo
vindo da <<
Regi%o amazonica >).Urn exemplar na collec@o Bigot declara simplesmente
((Tropical ? >),nem ao menos transparecendo qua1 das partes do mundo devia ser considerada coma patria.
No baixo Amazonas ( Par;i e arredores ) tern sido nos ultimos annos colleccionado por Durham e Goeldi, em muitos exemplares. Urn exemplo encontrei ultimamente
n’uma colheita de mosquitos, feita por nossa incumbencia, pelo preparador da secCBo
entomologica, Snr. Adolph0 Ducke, em Tabatinga. Foram tambem recentemente colleccionados individuos d’esta especie na Guyana Ingleza. - Obvio 6: que nada constava
absolutamente do modo de vida do Taenorhynchus fulvus. Podemos dizer que OSnossos
exemplar-es foram apanhados de preferencia em derrubadas novas e capoeiras, cercadas
de mato alto, no MurutucLi, e sempre de dia. Ao atravessar, em horas calidas e ao sol
ardente, taes clareiras no mato, esse mosquito mostra-se para o excursionista e cacador, impertinente e pica severamente.
ovo.
.
.
Uma femea de T. fulvus, apanhada no hlurutucti, repleta de sangue humane,
no dia 16 de Julho de 1903, entrou em gaiola separada de criac;ao, enchendo-se novamente de sangue human0 no dia. 19, As 9 1/Zh. a. m. Na manhan do dia 24 foi encontrada boiando agonisante no espelho d’agua da bacia de vidro. tendo diante de si uma
postura de 78 ovos, singularmente arrumados e exquisitamente conformados. Vejam-se
as nossas figuras 82 - 87.
0 arranjo dos ovos 6 visivel pela fig. 83. Retinidos dous a dous apparentemente,
corn o lado largo, em figura de losango, - estes nos-amente encostados uns aos outros,
nasce o fio do ovipositor. Mas em s-ez de ficarem reunidos, desagregam-se por urn lado
OS losangos, para logo se afastarem tambem OS dous ovos de cada losango e tomar
cada urn rumo proprio e independente.
Dimensdes : 0,3!2P1 de comprimento (valor media de 4 ovos ) e 0,29”“”de largura
(valor m&lio de 4 ovos ).
Del-&-as exquisita, f&a do commum, 6 a f&ma do OT’O,coma se v$ pelas figuras S2, 84, S5. Sao curtos e largos ao mesmo tempo, no seu conjuncto offerecendo o
aspect0 de graos de cuminho. 0 lado bojudo, convexo 6 a face dorsal ; o quasi plano 6
a face ventral. 0 ova inferior na fig. S-Ccorresponde 5 fig. 55 na sua posi@o lateral.
0 OX-Osuperior da mesma fig. 84 porem assume posi@o dorso-ventral. Seu colorido 6
urn negro retinto.
Quanto aos pormenores da estl/z&zwn extelfiov dn peZZicz& owlnv orientam
cabalmente as nossas figuras 85, $6 e .87. A margem mostra uma granula@o composta de
Pormenores biologicos -
114
Taeniorhynchus
fulvus -
Mansonia titillans
elementos transparentes arredondados, iguaes entre si, e relativamerite grandes. Levantando o tubo do microscopio, o aspect0 frontal da superficie do ovo 6 coma o mostra
a metade direita do nosso desenho (fig. 86) representando o polo delgado visto sob
augment0 maior. N%o deixa de dar na vista o mechanism0 de rolhamento do ovo, no
polo opposto, rombo, (veja fig. 87) : E’ largo e chato.
Larva.
Infelizmente gorou a cria@o toda ; nao consegui obter uma larva sequer, de
maneira que me vejo na impossibilidade de informar desde j6 a seu respeito. Provavelmente tambem a larva de T. fulvus nos reserva surprezas.
Se tomassemos por criteria o agrupamento, a f&ma e o tamanho do ovo para
decidir acerca da posi@o systematica do Taeniorhynchus fulvus, evidentemente razbes
de sobra haveria para duvidar de que a colloca@o d’esta especie ao lado de T. fasciolatus e T. Arribalzagae fosse acertada. LA temos duplos fios de ovos estirados, em
f&ma da garrafa de champagne; aqui encontramos ovos soltos, curtos e largos corn a
f&-ma de gr%os de cuminho. 0 agrupamento initial dos ovos em fio do T. fulvus (que
ali& tern organisa@o inteiramente diversa) no moment0 da postura, 6 uma phase transitoria de t8o curta durac$o, que n%o se p6de ver n’ella sen%o, quando muito, uma pallida lembranca do fio solid: em f&-ma de cartucheira das duas outras especies dos
mencionados Taeniorhynchus. Supponho, que tambem a larva se& mais ou menos diversa. Creio nao me enganar, suppondo que &do se reconhecer& a necessidade de remover esta nossa especie para urn novo genero, eliminando-a da communhao de f6rmas
agrupadas ao redor do Taeniorhynchus fasciolatus e T. Arribalzagae. Ali%s jk o tamanho aJ-antajado do mosquito adulto, o colorido sui generis, alem de diversas outras particularidades bem notaveis, nos levam a augurar para este distinct0 Culicideo paraense
uma posi@o systematica em genero separado. N’esta emergencia o novo nome de
chrysocolzo#s n8o assentaria ma1 ao futuro genero chefiado pelo actual T. _fzrZtw.
9. -
Mansonia (Panoplites)
titillans
Walker
(1848)
(Mosquito adulto, alado veja Estampa colorida III fig. 11, femea; fig. 12, femea,
de lado, em posi@o de repouso; fig. 13. macho (1); ovos e OS seus pormenores. Est. J,
figs. 88 - 92).
Outro mosquito crepuscular aqui do Par&, a tal ponto semelhante, em habitat,
costumes e aspecto, ao Taeniorhynchus fasciolatus que, para saber-se ao certo a qua1
das duas especies pertence urn individuo capturado, se&, por via de regra, precise re-
(1) Tambem
30 dti s6mente a femea.
macho d’esta
nunca foi, ao que eu saiba, figurado
por autor anterior.
Theobald
PI.
-
Fig.
Fig.
Femea de Mansonia titdans,
vista de cima, no principio da postura dos sells ovos, na superficie da agua, n’uma
bacia rasa de vidro. 0 ovopositor muito protruso, OSovos mais
novos ainda alvos, OSmais amigos assumindo colorido ja mais
escuro. Fraco augmento.
88. -
Agrupamentos
SO.
naturaes de ovosde Mansonia titdans,
pouco
tempo depois da postura,
na superficie da bacia de
observa@o. Mesmo augmento.
92.-Parte
terminal de
urn dos dois ~610sde urn ovo
de Mansonia
titiZZam,
augment0 microscopic0mais
forte. A estructura especifica da pellicula ovular consiste em eleva@es relativamente rasase ex tensas,corn0
se v& pelo desenho do aspecto marginal.
Fig.
Pois ovos de
91. Mansonia titiZZans, vistos corn augment0 maia
forte. Note-se a sua forma
caracteristica : dois cones
muito estirados. reunidos
pela base.
’
Fig.
Fig.
89.
Femea de Mansonia titillans,
agonisante
depois de ter terminado a sua postura de ovos.
Uma partida de ovos no seu agrupamento natural. Mesmo augment0 que na fig. 88.
Mansonia
(Panoplites)
titillans.
*
I
1
. .
Pormenores biologicos -
.
Mansonia
(Panoplites)
titillans
115
correr ao vidro de augmento. Na verdade, uma vez reconhecido, encontram-se differencas golpeantes que urn confront0 entre as nossas figuras respectivas nas Estampas III e
II melhor ensinara do que urn longo commentario. Dous sao entretanto OS distinctivos
que $ primeira vista permittern reconhecer individuos da especie Mansonia titillans: as
grandes escamas escuras, que emprestam as azas urn aspect0 singularmente sombrio, e
que fazem parecer coma que preto o mosquito, quer voando, quer em repouso; em segundo logar a ausencia d’aquelles anneis claros, na femea, perto da articulacao distal,
que sao substituidos na Mansonia por uma multidao de salpicos amarallaceos em campo
brunaceo. Mansonia titillans tambem vem frequentar, ao cahir da noite, as casas aqui
no Par-a na peripheria da cidade, ( 1) entremeando corn individuos de Taeniorhynchus
fasciolatus; entretanto apparece menos frequentemente. Na mata humida e sombria ataca todavia o transeunte mesmo de dia claro, coma alias 6 costume de quasi todos OS
- Culicideos haematophagos nocturnes que eu conheco.
Esta especie tern sido colleccionada: na Guyana Hollandeza e Ingleza ; nas Ilhas
Trindade, Jamaica e Antigua; no Para e baixo Amazonas (Durham, Goeldi); (2) no
Rio de Janeiro (Lutz, Moreira, Goeldi).
Ha ainda duas outras especies assaz parecidas : AZimso;tzin pseudo-titikns
Theobald ( 19011, do baixo Amazonas ( Austen), caracterisado por n%o ter sen%oas typicas
escamas largas de Panoplites ao longo das veias e 174.nwznxorwzsis Theobald ( 1901),
igualmente do baixo Amazonas ( Austen ; Goeldi ), notavel pela sua ornamentacao dourada da parte anterior do thorax.
Muito caracteristica para a Mansonia titillans 6 a predilecta posicao que assume
no repouso, a qua1 se acha figurada na fig. 12 da nossa Est. III. Compare-se a fig. 2,
Est. I, de uma Stegomyia femea, em repouso. Em vez de separar o par de pernas do
meio do das posteriores e de levantar este ultimo em curva livremente para o ar, a
Mansonia junta estreitamente a parte femoral dos tres pares de pernas, e emquanto o
resto do primeiro par e entao dirigido para a frente, conservam-se em estreita junccao
o resto do 2.0 e 3.0 pares, dirigidas para traz, tocando no chao. Ganha assim a femea
de Mansonia urn exquisito aspect0 anguloso, inteiramente desusado entre outros mosquitos, e que sempre me impressionou. Convenci-me de que ella facilmente consegue
passar desapercebida n’essa posicao em que se faz de pequena e enroscada, e nao hesito em reconhecer ahi urn artificio e manobra de mimetismo.
Muito pouco se sabe ate agora do cycle de desenvolvimento nas diversas espeties do genero Mansonia (antes Panoplites). Em 1901, no Vol, I da sua obra o professor Theobald deu na pag. 22 ( fig. 14 ) uma illustra@o de ovos que elle declara serem
OS de urn Panoplites da Africa Central. sobre a autoridade do Dr. Daniels. Recentemente, 1900, elle poude accrescentar Vol. IV ( supplementar ) pag. 270 uma microphotographia de uma chrysalida da mesma Mansonia uniformis de Theobald, fornecida pelo
Dr. Low. Eis ahi tudo que consta ate hoje relativo a este assumpto.
(1)
Conforme
0
meu Segundo trabalho
<(Resume: etc. )j pag. 64 da ( da edi@o original)
e pag.
12 desta re-
impressao.
(2 ) Outras localidades amazonicas e guyanezas, onde esta especie de mosquito, foi colleccionada pelo pessoal do
nosso Muse+ Go: Obidos, Alemquer, .- Parana do Paranaquara, - Prainha, Arrapollos, - Rio Xingd, - Faro,
Teffe’, Rio Japura. - Tabatinga, - Rios Purds e Acre, - Amapa.
116
Pormenores biologicos -
Tdansonia (Panoplites)
tilillans
ovo.
Nos mezes de agosto, setembro e outubro de 1903 fiz experiencias corn 5 femeas
vivas de Mansonia titillans. ( 1 ) Uma que tinha sido apanhada na residencia directorial,
ao cahir da noite, ao jantar. no dia 31 de agosto, foi encontrada pondo na manhan do
dia 3 de setembro. ( fig. 88 e 89). A postura quando terminada constou de uns 50
ovos. A’s 10 li’:! h. ‘. “I. o numero d’elles ainda nao passava de 6 ; poude assistir ao
acto corn o vidro de augmento. Do ovopositor muito distendido vi-os nascer urn por
urn, brancos ainda no principio, escurecendo porem regularmente depois de 15 a 20
minutos. Uma observancia de uma lei de agrupamento especial nao pude reconhecer ;
reunidos a principio ainda, coma ao acaso, em grupos maiores e menores, affastaram-se
fluctuando, entregues ao seu destino pessoal e individual,
DimensTies do ovo : 1,029 mn1.
de comprimento ( valor media de dous ovos medidos ) 0,29 m’n. de largura (valor media de dous ovos ).
0 ova de Mansonia titillans, positivamente grande, pois attinge a mais de 1 mm,e
caracterisado por uma forma, que eu poderia comparar a dous cones bastante estirados, unidos pela base. (figs. 89, 90, 91). A proporcao entre o eixo longitudinal e o
transversal, que e urn pouco mais de 3 : 1, explica que o aspect0 do ovo e singularmente estirado. Quanto aos contornos elle se apresenta francamente anguloso, podendo-se dizer que sao feitos na sua essencia de 4 linhas quasi rectas ou pelo menos muito
fracamente curves. 0 maior diametro e ligeiramente dislocado do meio ficticio para o
lado do pa10 rombo, urn tanto mais chato que o delgado, opposto, o que se vae afinando em ponta assaz tenue.
Estudemos tambem aqui a extvztctwn exteviov especzpca da pellicula 0712tZn15
Veja-se fig. 92, representando urn desenho do pa10 delgado de urn ovo de Mansonia
titillans. Nota-se que OS elementos marginaes sao particularmente chatos e extcnsos sobresahindo muito pouco alem do nivel da peripheria do ovo propriamente dito. A propria ponta e occupada por alguns mammelaosinhos mais altos e mais cerrados uns contra OS outros. Esta extructura lembra portanto de alguma maneira a descripta para o
ova de Culex confirmatus na pag. 18 da presente memoria, sendo de frizar que o achatamento dos elementos marginaes attinge dentro OS ovos de Culicideos indigenas ate
agora por n&s conhecidos, o seu extremo.
Larva.
Infructiferos novamente foram OS nossos esforcos para obter as larvas: nao conseguimos fazel-as sahir dos ovos. Fica pois para o futuro o problema.
Nao posso rcprimir aqui a surpreza que me causa o aspect0 dos ovos do tal
Panoplites centrali-africano, qua1 OS figura o Prof. Theobald conforme uma photographia
recebida do Dr. Daniels Vol. I, pag. 22, lit. a. Aquelles ovos tern urn polo delgado afi-
( 1 ) Vale a pena registrar aqui 0 facto que, entre diversas Q e 6 de Mansonia titillans submettidos ao tratamento de mel. house urn macho que morreu no dia 27 de novernbro de 1903, corn 35 dias de dura@o de vida no
captiveiro.
Pormenores
biolcgicos -
Mansonia
titillans -- lanthinosoma
musica
117
nado em filament0 t%o tenue e exquisito, que contrasta consideravelmente corn o que
observamos no ovo da nossa Mansonia titillans amazonica. Assim mesmo nao ouso suppor logo uma confus%o,tanto mais que tambem OS outros ovos 18 representados (Culex
e Stegomyia) nao tern o meu applauso incondicional; julgo, que a diversidade em questao esteja ainda dentro dos limites da possibilidade.
Muito extraordinaria a mais de urn respeito 6 realmente a pupa de Mansonia
conforme Theobald, descripta e fig-urada pelo Prof. Theobald em 1903, Vol. IV, pag.
270, sobre material enviado da Africa Central (Uganda ) pelo Dr. Low. Parece jti corn
urn cavalleiro medieval, mettido da cabeca aos p&s dentro de uma armadura de aqo
luzente e de viseira descida. Espinhenta 6 a margem posterior das placas tergaes do
abdomen, na linha mediana, e muito altas, qua1 bandeiras, se elel-am as tubas respiratorias thoracicas, por sua vez de esdruxula configura@o, terminando acuminadas e curA-ando-separa a frente. OS remos do polo anal SROlaminas ovaes providas, ao que parece, de chanfradura na ponta distal.
10. -
Ianthinosoma
musica Say
(1829)
(Mosquito adulto, alado veja a nossa Estampa colorida IV, fig. 15 (femea); 0~1’0
e OS seus pormenores. Est. K, figs. 93-97).
Este bello e relativamente grande mosquito distingue-se, alkm do seu colorido
geral roxo, car de iodo, que 6 ali& commum a ambas as especies do genero Ianthinosoma, aqui tratadas, deu origem ao nome, pelos pellos amarello-dourados, que se acham
regularmente disseminados sobre todo o thorax. E’ morador da mata bem coma dos
campos e dos capinzaes T-isinhos,tornando-se bem impertinente durante as horas calidas
do dia em taes sitios, proximo &s vezes Aishabitacaes humanas e mesmo entrando aqui
e acok Nos mezes de novembro e dezembro de 1903 obtive muitos exemplares vivos
de matas circumvisinhas da cidade. E’ assaz dolorosa a sua picada, coma alias 6 tambem a das especies dos generos Taeniorhynchus e Panoplites.
Conhece-se a Ianthinosoma musica ate hoje das seguintes localidades: Indiana
( Estados Unidos da America do Norte ) (1) Trindade - Guyana Ingleza - Baixo
Amazonas (Austen) e Par& (Durham, Goeldi) - Rio de Janeiro (Lutz, Mareira). (2).
Das 25 femeas vivas de Ianthinosoma musica que, durante a campanha de 1903,
entraram em gaiola, 5 vezes consegui obter ovos (20 01~). Uma femea, apanhada repleta de sangue human0 no dia 20 de Julho, nas matas de Murutucti, tomou outra vez
sangue human0 no dia 25 e foi encontrada pondo 0~0s na manhan de 27 do mesmo
mez, depois de urn intervallo de 2 dias depois da segunda ra@o de sangue e de 7 depois da primeira (fig. 93). Eram cerca de 56 ovos, uma vez a postura completa. Poude
acompanhar a func@o da postura corn toda a folga, conseguindo tirar tanto photogra-
Argentina.
(1)
Confer E. P. Felt, Mosquitoes of New-York
State, 1903, pag, 276, <cbig wood mosquito )).
(
Outra
do genero para
2 )
especie Iattthinosotrra posticata, typo
Arribalzaga,
seu autor, vae atk a Republica
Pormenores biologicos -
118
Ianthinosoma
musica
’
phias, coma fazer urn desenho a lapis da parte anal, (fig. 97). Por este esboco se veem
as pecas componentes do apparelho ovopositor em plena protrac@o, deixando percsber
OS dous lobulos spatulitormes, por entre OS quaes o ovo 6 expellido.
ovo.
de
Dimensaes : 0,75”” de comprimento (valor media de 3 ovos medidos) ; 0,23 n1n1
largura (valor media de 3 ovos).
Bastante semelhantes ;i primeira impress%0 no seu aspect0 e f&ma ao ovo de
Mansonia titillans, logo se verifica que o ovo de Ianthinosoma musica, al&m de ser menor, 6 mais arreclondado e abobadado no seu contorno dorsal, - portanto menos anguloso, corn0 claramente resulta pelas Eiguras 94 e 95, das quaes a primeira (94) 6 uma
microphotographia, a outra (95) urn desenho feito corn o auxilio da camara lucida,
Tambem distingue-se o ovo de Ianth. musica pelos dous polos afinados, semelhantes aos
de Mansonia.
da pelliczdcr
OVUZIAs nossas figs. 95 e 96 inteiram quanto & c?xt1~2tct2zra espec2pca
ILZK Examinada corn augment0 maior, apresenta-se a circumferencia qksi em tbda a sua
estensao occupada por espinhos de ponta nao muito aguda, orientados obliquamente
para a frente. 0 aspect0 da superficie do ova, visto corn o tubo do microscopio levantado, 6 reproduzido pela nossa figura 96, metade direita. Ha outra vez uma certa dissoluc$o da regularidade na f&ma, tamanho e orienta@ d’estes elementos marginaes no
extremo do ~610 delgado e na peqa de rolhamento no ~610 rombo (fig. 95, 94 ).
Larva.
Nao consegui obter larvas dos ovos, nem alcancei das colheitas de larvas feitas
na mata por arredores da cidade, larvas e pupas, que, experimentalmente provado,
pudessem ser attribuidas 6 Ianthinosoma musica.
Pelo Vol. IV supplementar do Prof. Theobald 1903, pag. 124 seg. vejo ainda durante a redac@o d’estas linhas, que H. A. Morgan, publicou em 1902, uma nota relativa
& historia da vida de Ianthinosoma musica, sobre observa@es feitas por urn Dr. Dup&e. ( 1) Uma femea p6z 40 ovos no dia 1 de maio. Chama o ovo semelhante ao da
Stegomyia fasciata, porem maior. (<Short spines pointing towards the so-called head of
the egg are uniformly distributed over the entire shell. The egg has a flat and a convex surface and with the latter uppermost presents a distinctly fusiform shape )>.
Diz-se que sahiram OS primeiros mosquitos em 15 de maio, depois em 30 do
mesmo mez e ainda em 10 de junho, levando o cycle assim de 15 a 40 dias. Nao encontra n’este extract0 de nota a mais insignificante indica@o acerca dos caracteres da
larva e da pupa, de maneira que ainda uma vez e por este lado ficamos sem saber ao
certo das phrases de Ianthinosoma musica, except0 0 ovo.
tomology
( 1 ) Observations up the mosquito Conchyliastes musicus. 14 ” Proceeding Annual Meeting of Assoc. Econ. EnBull 37, New Series, Divis. Entomology, N. St. A Department of Agriculture
1902.
I
-
Fig. 95. - Descnho de urn ova
fresco de Ianthinosonta
MUsica,
pm
demonstrar a estructrira especifica da pcllicnla
ovular. Pcrccbem-se OR espinhos
marginnes por todan linha de
contorno, ohliquamente dirigidos
par-n a frente.
Fig.
93. Femea de lanthilrosoma wzusica, fluctuando na Wperficie d’agua, durante o acto da
postura dos ovos. Frnco augmento. (Vista photog.)
Fig.
Fig.
Fig.
96. - P610 delgado de urn d’estes OVOS, desenhado corn augment0
mais consideravel. Metade esquerda aspect0 microscopico, corn
o tubo abaixado; metade direitaaspecto, corn o tubo levantado.
Fig. 100. - Uma peyuena por@o da peripheria de urn ovo
de la&h.
L&xii,
desenhada
corn fortissimo augmento, mostraudo dois espinhos.
94. - Dois ovos frescos de
lanthi~tosoma
ntusica,
vistos corn maior augmento. Comparados corn OS de Mansonicc
nom-se que, devido a curvatura mais forte da linha do
contorno dorsal, parecem menos
angulosos e mais arredondados.
( Vista
photog. ).
P610 delgado de urn ova
99. de Ianthivzosoma
Lutzii,
descnhado corn augment0 mais forte
para ealientar a estructur:r especifica
da pellicula ovular. Mesmas condi@es coma na fig. 96. Apezar da
grande setnelhan$a, nota-se que os
espinhos marginaes Go visivelmente
mais agudos.
Fig.
9s. - Vista photographica de dois ovos frescos de
lanthinosoma
Lzctzii,
nas
mesmas condi@es que a fi .
94. Confrontando OS ovos f e
ambas estas especies, notamse, ao lado de uma consideravel semelhaya
geral, comtudo algumas differenqas.
Fig. 97. -. Eaboqo da parte terminal do abdomen de
uma femea de lanthinosoma
musica,
corn 0
mechanism0 ovopositor em complete estado de protrus%o. Vista lateral.
Desenho feito do natural,
servindo uma femea durante o acto da postura.
Ianthinosorna
rnusica
(Fig. 93 - 97).
-
I. Lutzii.
(Fig.
98 - 100).
Pormenores biologicos -
11- -
Ianthinosoma
Ianthinosoma
Lutzii
Lutzii
7Txdald
119
( 1901)
_
( Mosquito adult0 alado, veja nossa Estampa coloricta IV, fig. 16 ( femea ). - Ovos
e OS seus pormenores Est. K, fig. 98 - 100.
Este bellissimo mosquito, facillimo de conhecer, quando ainda em born estado e
r&o ainda roqado e destituiclo de escamas, pelas duas vistosas fitas longitudinaes, na
margem do thorax, formadas de pellos amarello-dourados, sdmente em 1901 foi descripto pelo Prof. Theobald, sobre material trazido pelos Drs. Austen e Durham do
baixo Amazonas e do Par& Desde entao foi colleccionadb por n6.sem innumeros exemplares n’estas mesmas regides, ( 1) sendo positivamente urn dos mosquitos mais frequentes aqui e alem d’isto foram exemplares para o Museu Britannic0 apanhados na ilha
da Trindade, na Guyana Ingleza e em Surinam.
E’ urn mosquito indigena, que con&m conhecer, j2 pela abundancia em que
costuma apparecer em certos logares e em certas epocas. Manifesta prova d’isto 6 certamente a circumstancia de que, n’uma unica colle@o de mosquitos organisada em
dezembro de 1903 - janeiro de 1904 me vieram nada menos do que 247 individuos de
Ianthinosoma Lutzii, de maneira, que chegava para prover todos OS Museus.
E’ identico em habitos o costumes & especie anterior.
ovo.
A semelhanqa corn J. musica estende-se coma era de suppor, tambem ao OVO.
(Figs. 98, 99, 100). 0 tamanho 6 o mesmo, 6 tambem o formato, coma o demonstra o
confront0 entre as microphotographias (figs. 98 e 94). Realmente a unica differenqa
leve, que eu fui capaz de descobrir depois de muita procura de distinctivos cathegoricos, reside talvez na estructura exterior da pellicula ovular. Tornamos a encontrar OS
mesmos espinhos, virados obliquamente para a frente (fig. 99 ), coma na especie anterior ( fig. 96 ), todavia aqui se me afiguram coma sendo por via de regra, de ponta sensivelmente mais aguda. Procurei representar o feitio d’estes elementos marginaes do
OT’O de Janth. Lutzii pelo desenho (fig. 100). feito ao microscopio corn maior augmento.
Nao obstantc este pormenor, julgo que seria uma tarefa desesperadamente difficil de
attribuir OYOScorn certeza a esta ou jquella d’estas duas especies de Ianthinosona,
n’um case onde ovos de ambas fossem inteiramente misturados.
Larva.
OS meus esforqos no intuit0 de obter larvas dos ovos postos em captiveiro foram frustrados da mesma maneira, coma em tantos outros cases. Evidentemente tambem a larva de Janth. Lutzii se approximarj da de Janth. musica em alto grau. Contintiam por ora ignorados portanto OS outros pormenores da historia do desenvolvimento
de J. Lutzii, exceptos OS relativos ao ovo.
( 1 ) Localidades amazonicas onde especimens d’este mosquito foram durante OS ultimos annos colleccionado;
pelo pessoal do nosso Museu Go: Obidos, - Paran,: de Paranaquara. - Prainha, - Arayollos, - Rio Xix@, - Teffe’,
- Rios Purtis e Acre.
Pormenores biologicos -
120
12. -
loblotia
Ioblotia (Trichoposopon)
( Trichoposopon ) nivipes
nivipes Theobald ( 1901)
( Mosquito adulto, alado, veja nossa Estampa colorida V, fig. 21 ( femea ), e figura 23 ( cabeca de macho) ; larva, ‘pupa e seus pormenores Est. L, figs. 101 - 105).
E’ urn mosquito de tamanho avantajado. Embora a alguns respeitos semelhante
as duas especies de Janthinosoma supracitadas, ou a algumas especies de Sabethes e
Megarhinus, Ioblotia nivipes distingue-se n’um exame mais cuidadoso, sem demasiada
difficuldade, alem do colorido da face superior, visivel na nossa Estampa, pela bella car
amarellacea creme, luzente do abdomen e OS tarsos todo brancos do par media de
pernas.
E’ urn Culicideo silvestre. OS exemplar-es que serviram ao Snr. Theobald para a
sua descripcao original tinham vindo da Ilha da Trindade, onde o Snr. Urich achou o
logar de criacao em pocas d’agua em plantacdes de cacao ; desde entao colleccionei e
criei-0 frequentemente aqui no Par-a, Lutz encontrou-o no Rio de Janeiro e em Sao
Paulo, conforme Theobald Vol. IV pag. 334. As imagines de Ioblotia, criadas por n6s
no captiveiro em 1903, nunca quizeram acceitar sangue. Sustentando-as corn me1 e agua,
viveram em 4 cases annotados no meu diario de observacoes 5 - 4 dias, 5 dias ( duas
vezes ), 9 dias respectivamente, sendo este o maxim0 de duracao de vida observado
por mim aqui n’esta especie de Culicideos.
ovo.
Nada sei ate agora do OT-ode Ioblotia nivipes por experiencia pessoal porque
nunca cheguei a observal-o. Nem as femeas d’este mosquito apanhadas em liberdade
chegaram a par no captiveiro, nem as femeas criadas de larvas trazidas da mata. No
volume IV ( supplementar ) pag. 33-l o Snr. Theobald diz <(The eggs are laid singly in
smali numbers on the surface of the water ; the rather large larva escapes the
next day >>.
Larva.
Durante OS mezes de setembro e outubro de 1903 obtive muitas larvas de Ioblotia nivipes, que foram trazidas da mata de Murutucu em boccaes de vidro, nos quaes
eu mandei entornar cuidadosamente a agua contida no coracao oco das Bromelias, no
pe das folhas de bananeiras. em depressdes de paos cahidos, etc., emfim em pequenas
pocas d’agua de chuva, formadas, conservadas espontaneamente la fora, sem interven@o humana alguma. Desenvolvem-se as larvas satisfactoriamente, conservando-se n’esta
mesma agua ; morrem porem substituindo-a por agua pura do encanamento. Evidentemente a larva de Ioblotia e uma d’essas que exigem uma agua rica em substancias
humosas, detritos organicos de folhas em maceracao, etc.
Como a imago, e grande naturalmente tambem a larva. Na fig. 101, as duas no
centro sao vistas de cima, as duas a esquerda sao vistas pelo lado inferior.
A cabeca 6 arredondada, apparecendo n’ella coma distinctive assaz facil de reter a antenna, de tamanho media, cylindrica, tendo na ponta distal uns cinco estyletes
crescenciaschitinosas da regi%o anal ( no oitavo segment0 e-no sipNo respiratorio).
Fig, 104. - Desenho feit,o corn camara
lucida, da parte aboral de uma larva
juvenil, mei%,de Ioblotia nivipes.
Fig. 103. - Conjunct0 do
agrupamento natural da
placa labial ( mentum ),
no cent(ro, e das duas
mandibulas, guarnecidas de fortes dentes e
ganchos, ( pelos dois
lados 1 ao redor da abertura ‘buccal, de uma
larva crescidade loblotia ( Tricho@-osopon)
nivipes. Photographado
k
corn augment0 microscopico regular.
Fig.102. - Desenho da
antenna da larva adulta
de IobZotia
aivi’es,
feito corn grande augmento. Camara lucida.
F&105.Desenho, feito nas mesmas condi@es que o
precedente, do siphgoanal de uma larva grande, adulta, de IobZotia nivipes.
Ioblotia
(Trichoprosopon)
nivipes.
Pormenores biologicos -
Ioblotia
( Trichoprosopon ) niripes
121
chitinosos ( fig. 102). Ha outrosim coma peqa bastante caracteristica a placa labial. que \
em larvas adultas por via de regra mostra 7 + 1 + 7 dentes aguqados na margem anterior: - 6 triangular e curta ( fig. 103, em baixo ). Parece que uma ligeira varia@o no,
numero dos dentes 6 cousa que cabe nos limites do possivel n’esta especie, pois de 3
larvas jovens, que tenho deante de mim, uma conta distinctamente 8+ 1 + 8 dentes, bem
coma duas adultas mostram a formula 6 + 1 + 6. Singularmente reforqada parece-me
tambem a armaqao mediana da mandibula: 4 dentes fortes ao lado esquerdo do gancho
grande e um pdssante dente ainda pelo lado direito (fig. 103 ). Rices tufos de cilios
largos e rijos nas margens do thorax. Quanto ao lado aboral da larva de Ioblotia nivipes te’mos 0s seguintes signaes notaveis: o siphao 6 curto, conic0 e de contornos formados de linhas quasi rectas ( figs. 104 e 105). ?Jaslarvas jovens (fig. 104) tern algumas
fileiras longitudinaes de tenues cilios, reunidas em grupos de dous e trez ; na larva
adulta (fig. 105) o siphao 6 ornado corn 2 tufos bem vigorosos, muito approximados, de
cerdas possantes, rijas, insertas urn pouco aquem da metade, pelo lado interior. Entre o
siphao e a parte terminal do segment0 anal acham-se uns tufos menores. Na margem posterior do segment0 anal ostenta a larva nova (fig. 104 ) uns 6 grupos de cerdas longas,
das iuaes o interior conta 8, diminuindo o numero de cerdas de dentro para f&a, nao
possuindo o ultimo mais que 2. Na larva adulta nota-se uma reduc@o no numero das
cerdas desses grupos ( fig,. 101) a duas e uma ; attingem porem entao urn comprimento
extraordinario, igualando bem OS3 ultimos segmentos abdominaes em extensao linear.
OS folliolos branchiaes sgo de urn lindo oval alongado, sem outros caracteres dignos de
especial men @o.
Pupa.
Massuda, corpulenta coma 6 de esperar para urn mosquito tao grande, a sua
fei@o geral 6 visivel na no&a figura 101, & direita, que dA ulna vista photographica
lateral de uma chrysalida fresca e viva. As tubas respiratorias thoracicas sao curtas e
largas, urn pouco corn0 na Stegomyia. Na cabeqa, regigo dos olhos, tern dous cabellos
eriqados e isolados. A margem dos dous ultimos segmentos abdominaes 6 guarnecida
de cada lado por urn vigoroso tufo de cilios, contando eu de 24 a 26 em cada urn dos
ultimos e de 14 a 16 nos penultimos. OS segmentos anteriores tern urn unico cilia no
mesmo logar. F&o singularmente curtos e rechonchudos OS remos anaes : n’uma pupa
do sexo feminino, que serve-me de cotejo durante a redacqc?odas presentes linhas, ngo
sao muito mais compridas que o ultimo segment0 anal, que por sua vez 6 bem 3 vezes
mais largo do que long-o.
No vol. IV, supplementar, pag. 334, o Prof. Theobald deu em 1903 ((notes on the
life-history )) de Ioblotia nivipes, acompanhadas de duas figuras (190 e 191 ) relativas ci
cabeca e ci parte anal. Mas coma o eminente especialista nao dispoz, coma elle confesSL1, senao de uma unica larva <<
in an immature state )l e ainda c the specimen somewhat shrunken )), figuras e descrip@o sahiram imperfeitas, que corn estes elementos s6
difficilmente se chegaria a reconhecer corn seguranCa a larva viva d’esta especie. Sobretudo o siphao anal sahiu desastrado na fig. 191.
Pormenores biologicos .-
132
Limatus
13. - - Limatus Durhami
Durhami
TheobaId ( 1901).
( Mosquito adulto, alado ; veja nossa estampa colorida V., fig. 20 ( femea ); larva
e pupa e seus pormenores Est. M, figs. 106- 113).
Ha apenas trez annos .que o Prof. Theobald, no appendice ao Vol. II da sua
notavel <<
Monograph of Culicidae ‘1, pags. 349 -- 351 deu a primeira descripcao d’este
muito notavel e bello mosquito, sobre material ido d’aqui, do Par%, colleccionado pelo
dr. Durham. Desde entao foi criado e colleccionado em amplas series, por mim no Par&
e parece, a julgar pelo que diz Theobald no recente Vol. supplementar ( 1903) paginas 333 -334, foi observado tambem recentemente no Rio de Janeiro. Ate agora nao
constam outras localidades, senao sitas em territorio do Brazil, ficando coma patria predilecta a regiao amazonica. ( 1 )
Faltava ate agora uma illustracao do habitus de Limatus Durhami; julgamos
prestar mais urn service a sciencia, preenchendo esta lacuna por urn desenho corn inexcedivel cuidado feito sobre material fresco e vivo.
Caracterisam a imago de Limatus Durhami ( fig. 20 da Est. V ) OSseguintes distinctivos : pernas proporcionalmente muito compridas, uma tromba igualmente bem comprida, e sobretudo a rica ornamentacao polychroma do thorax, onde brilha uma figura
em cruz em uma luzida car de ouro, sobre fundo que ora puxa ao roxo e azulado, ora
a0 purpureo. 0 abdomen mostra urn violeta ennegrecido, apparecendo uns salpicos
brancos aos lados de cada articulac%o de segmento. As azas sao urn pouco sombreadas,
coma costumam ostentar principalmente muitos membros do genero Culex.
Quanto ao habitat e ao modo de vida, posso informar que o Limatus Durhami
acompanha fielmente a Ioblotia. nivipes em todos OS pontos essenciaes. E’ igualmente
urn carapana sylvestre. diurno. Muitas vezes a mesma pocinha d’agua de Bromelia ou
de Banana-sororoca continha ao mesmo tempo larvas de Ioblotia e de Limatus. Durante
OS mezes de agosto, outubro, novembro e dezembro de 1903 criei centenas de larvas
d’este mosquito, obtendo as imagines. Estas imagines criadas no captiveiro todavia r&o
acceitaram sangue e tambem nunca puzeram ovos. Sustentando-as corn me1 e agua viveram na media de 2 a 8 dias ; comtudo notei que uma imago durou 16 dias, outra 17,
outra 19, outra 22 e uma mesmo 32 dias, a maior duracao de vida observada em individuos captives d’esta especie de Culicideo.
ovo.
Como acabo de declarar, n%o tive a ventura de encontrar OS ovos. De pocinhas
de agua sylvestre nao OS obtive, e as femeas criadas no captiveiro nao quizeram picar
e chupar sangue, nem p&- ovos. A alimentacao corn me1 de abelha n%o produziu postura
alguma.
( 1)
Temos exempiares colligidos no Oyapoc pelo pessoal do nosso Museu.
Fig.
- Desenho da parte abornl de uma
larva adulta de Limatus Durhami, vist,a
corn augmento mais forte. Folliolos branchiaes de F&ma ellipsoidal estirada; Fiph”ao curto; pecten do oitavo segment0
formado de poucas escamas, do aspect0
de urn espinho simples, ngo ramificado.
Fig.
Fig.
110.
Larva adulta de Limatus
vista photographica corn
Durhami;
fraco augmento. Notavel 6, 5 primeira vista, o comprimento consideravel e a f&ma esbelta. Siph”ao respiratorio anal curto.
106.
Fig.
Desenho da parte aboral
de uma larva adulta de Limatus
Durhami, para mostrar a f&ma
do siphgo anal.
111. -
Fig,
/A-\
,&%,
Fig.
Fig.
II% - Outra chrysalida
dc Limatus Durhnnti,
em attitude menos forqada, tnais natural. Em
tudo nas mesmas condi@es que na fig. 112.
Outra larva de Limatus Durhami, urn pouco menor, al& nas
mesmas condi@es exteriores.
107.
3
112 - Chrysalida (pupat)
de Limatus Durhami,
vista photographicalateral.
corn fraco augmento. A
bainha que serve de involucre h tromba do mosquito alado, acha-se urn
tanto afastada da sua posiCAO natural, encoetada 4
iinha mediana do thorax
Tubas respiratoriasno dor.
so do thorax relativamentt
curtas e insignificantes.
109. Placa labial
(menturn) de uma larva
creacida de Limatus
Durhami;
photopa- Fig 108 - Desenho da antenna da
phada corn forte auglaka crescida de Limatus
Dumento microscopico.
rhami, feito corn augment0 forte.
Limatus
Durharni.
Pormenores
biologicos -
Limatus Durhami
123
Larva.
Innumeras larvas, desde meio maduras ate adultas, foram-me trazidas em agua,
da mata. Sempre cresceram facilmente, nao exigindo cuidado especial algum. Deixando-as desenvolver. na mesma agua original, rica em detritos de folhas, flares, etc., vingam quasi todas.
0 aspect0 geral da larva de Limatus fornecem as nossas microphotographias
f’gs. 106 e 107. E’ comprida e esbelta, em compara@o corn a larva de Ioblotia nivipes.
A f&ma da cabeqa 6 mais rectangular, bem curva sdmente na margem frontal. Muito
exquisita configura@o tern as antennas (fig. lots), que s%oreduzidas a urn cylindro t8o
curt0 que cZ precise procural-as, t%o facilmente escapam & vista. Corn forte amplia@o,
sknente, apparecem na parte terminal uns dentesinhos curtos, curves e largos, OSquaes
evidentemente substituem OS costumados estyletes que, nas larvas dos outros mosquitos,
l;i se costumam encontrar. A placa labial da larva de Limatus Durhami ( fig. 109) 6 uma
peca em f&ma de p& de arado, estreita, corn 8 + 1 + 8 dentes na margem anterior,
tanto quanto posso v& das minhas respectivas preparaqdes microscopicas.
A guarni@o de cerdas marginaes thoracicas 6 farta, porem relativamente tenue,
(figs. 106 e 107). Cilios menores, reunidos em 2, 3 e 4, assentam sobre as margens dos
segmentos abdominaes, que apparecem singularmente estirados. Relatkamente ;i regiao
anal as seguintes informacdes: o siph8.o 6 curto, conico, porem OS contornos externos
formados de linhas curvas em f&ma de coxa ou de S. (fig. 111). Em compara@o corn
o da larva de Ioblotia nivipes (fig. 104), 6 de base mais estreita. Possue sobre OSlados
externo e interno umas fileiras longitudinaes de cilios que sao reunidas em grupos de dois
nas series internas, isolados ou aos pares n&s externas (fig. 111). Assim ganha o siphao
respiratorio da larva adulta de Limatus Durhami urn aspect0 que se assemelha jquelle
que encontramos no siphgo da larva juvenil de Ioblotia nivipes ( fig. 104). Cerdas compridas e rijas cercam, coma no case de Ioblotia, a margem posterior do segment0 anal.
0 pecten 6 formado de escamas em f&ma de urn unico espeto curve (fig. 110). !%o
poucas, uma meia duzia talvez. OS folliolos branchiaes s80 regularmente oblongos,
compridos, ( figs. 106, 107, 110 e 111) sem outros signaes especiaes.
Pupa.
0 habitus geral 6 demonstrado pelas figuras 112 e 113, ambas vistas lateraes. E’
comprida e franzina em comparaqao corn a chrysalida de Ioblotia. OS tubos respiratorios thoracicos sgo tenues, tubulares e compridos. OS dous ultimos segmentos abdominaes tern. coma n’aquella tufos vigorosos de cerdas na margem exterior. Curtos e de
pouco desenvolvimento superficial s80 novamente OS remos anaes.
N8o posso reprim’r um sentimento, de que ha entre larva e pupa de Limatus
Durhami n8o poucos traces de parentesco corn larva e pupa de Ioblotia, relativamente
mais do que corn quaesquer outros generos e especies. AlZs tambern ja o Prof. Theobald em 1901 e 1903 tinha collocado Limatus e Ioblotia em proxima visinhanca no systema dos Culicideos.
Pormenores biologicos -
124
14. -
~Icgarhinus
separatus
Megarhinus separatus An-ib&aga (1891)
(Mosquito adulto, nlado, veja nossa Estampa colorida V, fig. 19 (macho 6 ). Ovos, larva, pupa e OS seus pormenores Est. N, figs. 114- 129).
A este gigantesco e sobremodo bello mosquito j& tive occasi%ode referir-me no
meu primeiro trabalho ( pags. 7 e 8 desta reimpress8o ),
Foi colleccionado ate agora em Cayenna, Guyana Franceza - Mancios - Par%
(Walker, Goeldi) - Baixo, Amazonas (Austen) - Rio de Janeiro (Lutz) - Republica
Argentina (Gran Chaco).
Nao 6 raro na regiao amazonica. No correr dos ultimos annos n8o sdmente me
trouxe numerosos exemplares de diversas localidades o nosso preparador de entomologia, o Sr. Adolph0 Ducke, coma obtive 01-0s e larvas de uma chacara visinha do proprio Museu. Affirma o Sr. Ducke que a picada d’este mosquito, que elle teve occasi2o
de experimentar, 6 bem dolorosa, comparando-a & ferroada de uma c&ba (Vespidea).
Larvas T-ivas e uma chrysalida obtive tambem corn agua do 8co de urn ~$0 tlas matas
de Murutucti (Par&) em 29 de agosto de 1903. Morrendo a pupa, formou-se outra no dia
4 de setembro, que j,i no dia 5 forneceu uma imago. Esta, sustentada corn me1 e agua,
v&u ate o dia 14, - portanto 9 dias - sem acceitar sangue (o que se experimentou
por diversas vezes).
De outras 6 pupas que obtil-e no mesmo dia 29 de agosto, sairam, j& no dia 30,
trez imagines, do sexo masculine. No dia 2 de setembro metamorphoseou-se mais uma
larva em pupa. No dia 9 saliram mais duas imagines, - justamente por occasiRo de
uma visita do Exm. Sr. Governador do Estado, Dr. August0 Montenegro ao Rluseu
acompanhado dos illustres personagens mencionados nos pareceres do frontespicio. Suas
Ess. tiveram occnsi20 de owir o zumbido d’estes dous gigantescos carapan%s e ficaram impressionados pelo sonoro contrabaiso d’esta ~‘0%.
ovo.
Urn acaso poz-me de posse dos OT-OSe das larvas de Megarhinus separatus, que
tinham sido depositados n’um caldeirao abandonado, corn agua de chul-a, n’uma rocinha n8o longe do Museu. OS ovos, (fig. 114), 19 ao todo. fluctuavam horizontalmente
sobre o espelho d’agua, reunidos em 4 grupos, de 4, 5, 6 e 4 OT’OSjuxtapostos, lembrando o agrupamento dos fios em f&ma de cartucheira tira-cello, coma OSconhecemos nas
especies Taeniorhynchus fasciolatus e T. Arribalzagae. Talvez tivessem formado a principio urn s6 grupo ou fio, o que augmentaria a semelhanqa. OS 0170sj& tinham deixado
sahir as larvas ; mostravam uma dehiscencia longitudinal interessando urn terqo mais ou
menos do polo n8o verrucoso ( fig. 115). OS maiores que eu tenho encontrado ate
agora na familia dos Culicideos, s80 perfeitamente T-isiveis a olho nti, pois medem nada
menos do que 1,02 ‘11’1na
1 media, portanto o dobro de urn ova de Stegomyia, por exemplo. Muito exquisito e descommunnal o seu aspect0 e configura@o. Sao comparaveis a
uma claya, da qua1 urn pouco mais da metade mostra a superficie toda occupada por
uns tuberculos que 5 primeira vista parecem arredondados. Submetti esta estz~ztctzwn
t~sp~‘ci(ll dn $eZZic2iZno.w&w, na f&ma do costume, a urn exame mais detido. Corn aug- *
c
117. - Dzsenho tlu uula d’estas 5aliencias ern
f6rma de saccofeito COIII torte augnwr~to.Parcce que
porque
i&s,
r-50
notn-se pelo lndo
distal
um
orificio.
Evideutementetrata-se de nrna installaylo hydrostatica. wrvindo as
saliencias corn as
asperid2despara o
ar penetrar noa interaticios e impedir a submers5o
do o\‘o.
Fig.
128 .-Desenho da regi5o
anterior , da trIesma larva,
tendrndo a illustrar porulenormsda tuba respiratoria no
dorso do thorax, e dos tufos
de cerdas ramificadm no primeiro segmento abdominal.
Fig.
Fig.
115. -- Urn grupo d’wtea ovos de Mega?hinus separatus, photographados corn augmento mals forte. As lnrvas jzi sahiram, coma
se vit pela feuda longitudinal contra o ~610
delgado. Dois ter$os do ovo cobertos de umas
saliencias verrucosas relstivamente grandes. A
f&ma do ovo lembra uma antiga clava.
116. -- Uma pequena parte da zona
marginal de urn ovo,
para demonstrar a
estructura especifica
da pellicula ovular ;
desenhofeito cornaugmento mais forte.
V&se que as protuberancias &o uns saquinhos alongados,de
superficie aspera.
Fig.
Quatro grupos na114. turaes de ovos deilfegarhz’nus
separatus, vistos corn augmento muito fraco (dobro do tamanho natural).
Fig.
126. - Alguns desteselementosespinhentos da mesma arma@o,
vistos e desenhados
corn ampliag20 mais
forte.
Fig.
Fig.
124. - Desenho, tra$ado 6 camara lucida, do siph”aoanal da larva adulta de
Megarhiws
sefiaratus.
\
- Desenho da antenna da
larvade Megarhinus separatus,
feito com auxilio
da camara lucida.
Fig. 120.
121. Placa labial (menturn)
& uma larva adulta de. Mega:
rhinus separates, photographada
corn forte augment0 microscopico.
Fig.
Aspect0 da arma@o espinhenta da margem posterior do ultimo segment0 anal, desenho
feito corn a camara lucida.
Fig.
125. -
Fig. 123. - Esbogo do terceiro grupo de cerdas espinhentas lateraes do thorax
da larva adulta de Megah&S
seperatus, feito
con1 camara iucida.
US.-- Larva adulta de Megarhinus separatus, vista cotn fraco augniento, pois Q
gigantesca. F&-ma relativalr.ente mais cuneiforme do que cylindrica.
Fig.
127. Chrysalida (pupa ) de
Megarhinus separatzcs, fraco angmento, vista lateral. Foll~olos branchiaes da regi%o anal em f&ma de
largos remos indios.
Fig.
-
Fig.
122.
-
Parte media da mandibula da
larva adulta de Megarhinus
separatus,
vista photographica nas mesmas proyor@es
da figura anterior. Kotam-se OSganchos e
dentes robustos e valentes, que v&m a guarnecer lateralmente a abertura buccal.
3 separatus.
Fig.
J
~~
A mesma larva,
vista lateral. 0 pescoco 6
estendido urn tnnto de mais,
e igualmente houve um prolapso do intestino pelo anus
phenomenos anormaes
sobrevindos post-mortem.
119.
-
189. Desenho de urn tufo
das mcsmas cerdas, examinado
corn augment0 microscopic0 assaz
Porte.
Fig.
Pormenores biolcgicos --- Megarhinus
separatus
125
mento maior v&se, coma ensina o nosso esboco (fig. 116). que da superficie uniformemente granulosa s;iem em distancias regulares e equidistantes uns prolongamentos em
feitio de sacco. Emprego esta compara@o, porque maior amplia@o ainda fez-me -v&que elles tern um orificio na parte exterior (fig. 117), o que me faz desconfiar que SO
&OS. Ora, sendo ainda toda a superficie semeada de asperesas, comprehende-se, corn0
por todos estes meios e recursos 6 obtido urn sem numero de cantos, dobras, sinuosidades e cavernas, onde o ar p6de achar urn ponto de apoio e esconderijo, alcancandose urn perfeito apparelho hydrostatico, nimiamente idoneo para garantir a fluctua@o
segura do ovo no espelho d’agua. A tendencia de formar excrescencias corn o fim de
auxiliar a funcqc?ohydrostatica attinge aqui nos 0~0s de Rlegarhinus separatus evidentemente urn dos seus extremos. - tanto quanto me consta, sobrepujado s6mente ainda
no case do OYOdos Anopheles.
Larva.
A colossal 1arFT-a( fig. 118 vista dorsal, fig. 119 vista lateral ) mede nada menos
do que 17 - 18 nlm.Ella posstie urn habitus caracteristico, pois em vez de ser mais ou
menos cylindrka coma em todos OS outros cases, assume a f&-ma de urn cane estirado;
o mais largo 6 a regi2o do thorax, e OS segmentos abdominaes J%Osuccessivamente
diminuindo em largura da frente para traz, de maneira que o segment0 IX, anal, apenas tern a metade do segment0 I. Tambern nao quero esquecer de communicar que ate
o colorido 6 notavel na larva de Megarhinus separatus, pois 6 de um bonito tom rosa
ou carmim pallido, que d& bem na vista.
Na possante cabeqa merkem ser notadas as antennas longas, cylindricas, suas-emente curvas ( fig. 120). Vejo em sua extremidade dous estyletes conicos e duas cerdas
finas; urn par de duplas cerdas observe tambern insertas no primeiro sexto, pelo lado
interior. A ngo ser o tamanho diverso, a antenna larval de Megarhinus separatus assemelha-se em certos respeitos & de Ioblotia nivipes (fig. 102).
Muito extraordinaria 6 a placa labial da larva de Megarhinus (fig. 121). Parece
uma cor6a. A formula dos dentes do exemplar adult0 que tenho diante de mim. 6
8 + 1 + 8. Agora, o que empresta urn cunho singular a este mentum 6 a circumstancia de serem OS dentes, sobretudo OS grandes medianos, ass&z obtusos. Cousa que tamb&n nao se ve nas placas de outras larvas culicideas, 6 a circumstancia de serem alternativamente compridos e curtos OS dentes. Numerando OS dentes de urn lado I, 1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, - o 2.0 e 7.0 sao OS maiores, seguindo-se-lhes OS3.0, 6.0 e 8.0 corn comprimento media, ostentando emfim OS restantes 1‘0, 4.0 e 5.0 menor importancia. Ora, na
relativa obtusidade dos dentes, coma na diversidade alternativa do tamanho a placa
labial de Megarhinus adquire uma singular semelhanqa corn a da larva adulta de CJziYO~O~ZZIS,culicideo n%o haematophago, coma ensina urn confront0 corn a figura 38,
pag. 125 do precioso livrinho de Miall op. cit.
Respeitavel arma de ataque para segurar e soltar particulas alimenticias 6 outrosim a mandibula ( fig. 122) corn OS seus formidaveis dentes, dos quaes vejo existirem
4 sbmente.
0 que no thorax (fig. 118) chama principalmente a atten@o sgo OS espinhos
grossos, robustos, levemente curves, por sua vez espinhosos a modo de galho de pi-
Pormenores
1 26
biologicos -
Megarhinus
separatus
nheiro, implantados nos mesmos mamillGes de cada segmento, onde se inserem tambem
corn a sua base vistosos pellos tenuemente plumosos (fig. 123). Taes espinhos repetern-se alias tambern, pelo menos urn a urn, nas margens dos segmentos abdominaes. 0
siphao respiratorio bem visivel s6 na vista lateral, fig. 119, 6 recuado para a frente. E’
de f&-ma conica estirada (fig. 124) de contornos rectilineos, r&o muito grande ; dous tufos
de pellos plumosos acham-se insertos na parte basal, interior. A beira posterior do segmento anal 6 occupada por uma fileira continua de escamas spiniformes e diversos
tufos valentes de muito compridas cerdas, coma se v$ pelas figuras 125 e 126. Digno de
nota 6 que OS acostumados folliolos branchiaes parecem faltar, sendo substituidos por
umas protuberancias hemisphericas na sua ponta livre, pouco proeminentes (forma@0
anormal, post-mortem, devida ;i turgescencia na formalina, 6 o prolapso do intestino
pelo anus, corn0 se v$ na pag. 119).
Pupa.
A ella se referem as nossas figuras 127 - 129. E’ por sua vez gigantesca, medindo, mesmo curTa coma 6, ainda lPm pelo menos de comprimento. Tornam a apparecer dous cabellos tenues na regiao dos olhos, coma OS encontramos na pupa de Ioblotia, corn a qua1 offerece, a mais de urn respeito, pontos de contacto. As tubas respiratorias thoracicas (figs. 127. 128) sao compridas e tubulares. No meu exemplar, que 6
do sexo feminino, OS remos anaes sao largos, obtusamente acuminados, de contornos
menos circulares, apparentemente assymetricos.
Vistoso 6 o par de tufos de cerdas, implantado no dorso do primeiro segment0
abdominal (figs. 127, 128, 129). Ali& esta <(soie natatoire >’ coma tinha sido chamada
por Meinert em 1856 em sua descrip@o da chrysalida do Culex annulatus, 6 cousa que
se v& regularmente nas pupas de todos OS Culicides de mim conhecidos. Na pupa de
Megarhinus separatus, comtudo, adquire urn desenvolvimento descommunal de talvez nao
menos de 50 pellos plumosos.
0 Sr. Theobald jti tinha dada, em 1904, no appendice ao volLlrneII da sua obra,
na pag. 351, uma curta nota nssaz boa sobre larva e pupa de urn Megarhinus, remettido de Granada por urn Dr. N. S. Durrant. nota r&o acompanhada de figuras. Larvas
tinham tambem sido enviadas pelo Dr. Bancroft, de Queensland, attribuidas ao Megarhinus speciosus. No recente volume IV ( suppl. ) de 1903, o Sr. Theobald refere que
larvas de Meg. separatus tinham sido observadas e criadas, n’um barril d’agua, em Mantios, mas n%o diz por quem. Accresce t<The pupal stage lasts e’ght days. They are
called <(carapana )) and bite very badly in the day-time and at night. ))
0 que porem nos deve merecer particular atten@o 6 a descrip@o detalhada,
acompanhada de duas estampas, da larva e pupa de Tuxorh_vnckites s$wciosz~sSkz~se,
( 1) natural de Queensland, sobre material fresco colligido e remettido ao British Museum
( 1 ) Toxorhynchites 6 urn nova genera. proximo parecte de Megarhinus.
para outras especies corn palpos curtos na image do sexo feminino.
formado
em 1901 pelo Sr. Theobald,
.
.
.
Pormenores biologicos -
11. separatus -
Sabethes longipes
.
127
em Londres pelo Dr. Bancroft (pags. 118-121). As figuras da larva (67 a ) e da pupa
(67 b) correspondem t8o bem corn as nossas figs. 89 e 91, relativas ao Meg. separatus
amazonico, que o proximo parentesco 6, ao primeiro golpe de vista, sensivel. Sobretudo
as larvas correspondem a urn ponto tal, que se poderiam confundir. Nas figuras relativas aos pormenores (pag. 120) achei unicamente uma divergencia urn tanto maior
quanto aos espinhos espinhosos do thorax, que o Sr. Theobald qualifica de <<thick serrated spines>>,desenhando-os, coma bilateralmente achatados (fig. 68, c.). N%o s80 assim
na nossa larva: OS espinhos secundarios s%oinsertos todos ao redor do eixd.
0 que me surprehendeu urn tanto, foi a noticia acerca do ovo de Tuxovhynchit2.s iunwzisevicovsWalker, que o Sr. E. E. Green em CeylRo observou na agua de urn
taco decepado de bambti: <<
The eggs are laid singly. They are of a regular ovoid shape
and float on their sides on the water, rupturing accross the aequator into two equal
halves to liberate the young larvae )). No nosso Megarhinus separatus amazonico vimos
que OS ovos s%o 1) postos em fileira, uniserial, semelhante aos fios de certos Taeniorhynchus 2) que a dehiscencia 6 longitudinal.
Nos seus caracteres larvaes e pupaes, ponderados no seu conjuncto, o Megarhinus assume inquestionavelmente uma posi@o bastante isolada em rela@o aos outros
Culicideos haematophagos aqui tratados. Ha factores que me parecem apontar por urn
lado para OS Anophelinae, por outro para OS generos nao haematophagos Chironomus
Corethra, Mochlonyx e Tanypus. Corn todos estes coincide em rela@o % f&-ma triangular, conica, da larva, sendo a semelhanca maior corn a larva de Mochlonyx e Anopheles, sobretudo quanto & configura@o da parte anal. Corn Chironomus, j& tive ensejo,
de frizar o aspect0 e conforma@o parecidos da placa labial (Miall lot. cit. fig. 38 c ;
Felt lot. cit. pl. 49, fig. 5 e Meinert lot. cit., Est. II, fig. 79).
0
15. .
Sabethes longipes Fabricius ( 1805)
(Mosquito adulto, alado ; veja a nossa Estampa colorida V, fig. 18, femea ; 18 a,
femea voando, vista de lado).
OS bellos mosquitos que fazem parte do genero Sabethes, e aos quaes ja alludi
no meu primeiro trabalho (pag. 9 d’esta reimpres&o), possuem o seu distinctive o mais
saliente, perceptive1 a olho nti mesmo e a grande distancia, nos seus remos, que, formados de escamas normalmente alongadas, ornam maior ou menor extensgo aboral da
parte tibia1 das pernas, sobretudo do par mediano. Sao dos mais vistosos da familia,
formando corn OSMegarhinus e Limatus a aristocracia. Interessante e, agora, que todos
elles s%o do Brazil, e sobretudo amazonicos.
0 conhecimento das especies d’este genero era uma embrulhada medonha ate
bem pouco tempo, devido & escassez de material nos museus europeus e ti confusZio
produzida peia incerteza, sobre a diversidade do aspect0 dos dous sexos. 0 Museu do
Par& contribuiu para crear luz n’esta escuridgo. Mediante farto material fresco remetti-
128
PG’I-mc‘nwcs biologicos -
Sabethes longipes
do d‘aqui, (1) o Prof. Theobald chegou a rever a synopse, estabelecida originalmente
em 1901 sobre pauperrimo e pessimo material antigo, reformando por complete o respectivo capitulo no Vol. IV (supplementar) 1903, pags. 321- 330. Removendo para urn
genero novo, Snbethoides, especie CO@ISZ~S
Theobald uma especie sem remos em ambos
OS sexos (quando antes tinha sido ora tomada por 0 de Sabethes remipes ou de Sabethes nitidus), ficam conforme o actual estado de saber permanecendo quatro espeties no genero Sabethq assim descriminadas pelo Sr. Theobald :
Pernas medianas s6mente corn remos.
1 Remos todo pretos . . . . . . . . . . . S.
S.
1R emos brancos no apex . . . . . . .
Todas as pernas mais ou menos corn remos, corn ]
escamas brancas nos remos corn0 corn esca- ’
I S.
mas pretas . .
. . . . . . . . . . . .
Sem branco nas pernas. . . . . . .
. . . .
S.
yem@es Wiedemann.
;tzitidus Theob.
Zotigipes Fabricius.
Lutxii. Theob. nov. espec.
JA se v$ que o nosso especimen figurado Est. V, fig. 18, paraense, fresco e Co,
nao podia ser attribuido a outra especie senao a S. Zoy@pes Fabv. - OS mosquitos do
genero Sabethes s80 frequentes no mato, at6 no proprio Bosque Municipal, no Utinga,
no Murutucti. Perseguem a gente desde a entrada na mata ate a sahida, mas n%o 6
commum verificar-se a0 certo que urn realmente picasse.
0 especimen que serviu de modelo para a nossa Estampa colorida: entrou corn
bonito tempo de sol no dia 20 de outubro de 1903,ao meio dia, do jardim, pela janella
da residencia directorial, quando n6.s almoCavamos. Foi apanhado n’um tubo largo de
vidro. Embora morresse horas depois. deu perfeitamente tempo para apreciar o seu exquisito Porte no v60 e de fixal-o por urn desenho, cuja absoluta fidelidade garantimos.
Emquanto que as pernas da frente est%olevantadas em f&ma de S., 6 arreado o par
media, provido dos remos largos, e levantado outra vez em audaciosa volta por cima
do abdomen, alcanCando a projec@o das pontas quasi a margem poster& do thorax,
6 sustentado o terceiro e ultimo par de pernas. Este 60 tern summa elegancia. tanto
mais que o magnifico mosquito, coma se quizesse ser adm’rado, paira fixo no ar, aqui
e acolA por dilatados momentos, vibrando s6mente as azas.
Que femeas de Sabethes aceitam sangue verificamos corn certeza corn diversos
individuos, assim coma corn urn apanhado perto do forno do lixo, no dia 25 de novembro de 1903. Picou a mao offerecida na tarde do mesmo dia. Infelizmente conseguiu fugir, sem ter procedido A postura, no dia 1 de dezembro, depois de 5 dias passados no
captiveiro. De sete outros individuos viveram, corn me1 e agua, nao querendo acceitar
sangue ( senao corn excep@o de uma ) no captiveiro, respectivamente : 5 dias, 2 dias, 2
dias, 1 dia, morrendo sempre sem par ovos. Nem da femea do dia 25 de novembro de
1903, que finalmente ainda se escapou, nem da de 17 de dezembro, que tomou sangue
human0 no mesmo dia, consegui postura,, morrendo esta ultima, j& no dia 29, - 2 dia’s
depois.
Teff6, -
( 1)
Proveniente do rio Trombetas, -- de Obidos, -- de Alenquer,
- de Itaituba
rio Iapurti, Tabatinga, C)J-apoc, e colleccionado pelo pessoal do nosso Museu.
( Tapajbs),
-
Faro,
-
Pormenore:: biologico~ -
Sabethes longipes -
Cellia (Anoph.)
arprotarsis
129
Ovo e larva.
.
Acabo de referir que baldados foram OS meus esforcos de esclarecer a historia
natural d’esta especie. De todos OS generos tratados no presente trabalho permanece
unicamente o genero Sccbethes,refractario ao descobrimento do cycle evolutivo e envolto ainda em completa escuridgo. Entretanto ser;i s6 questao de tempo e de paciencia ; dia virfi. em que tambern cahirci o panno que nos &da o complete conhecimento
da biologia d’estes mosquitos, que j;i por sua exquisita configura@o e extranha belleza
do seu colorido tentam e provocam para taes estudos.
,
16. -
Cellia (Anopheles)
argyrotarsis
Desvoidy
( 1828)
( Mosquito adulto, alado veja nossa Estampa colorida II, fig. 10 (femea) ; fig. 10 n
tarso do ultimo par de pernas da especie typica <<
albitarsis i>; fig. 10 b idem da variedade <<
albipes >); OTTOS,larva e OS seus pormenores; vide Est. 0.. figs. 130 - 137).
Este nosso principal representante brazilico e sul-americano em geral da tribu
dos Anophelinae, famigerada coma transmissora da malaria, 6 conhecido pelo povo do
interior do valle amazonico pela designa@o trivial indigena de ((~~ovocdcaD. 0 nosso
povo partiense nao o confunde corn outros mosquitos, ( 1) distinguindo regularmente entre <<
carapanas )) e <<
moroCocas )>.(2) Confira-se o que escrevi no meu primeiro trabalho,
pag. 10 e seguintes da presente reimpressao, acerca das generalidades.
Creio que o proprio Sr. Theobald, tendo de decidir qua1 das illustraqdes a melhor, a d’elle Pl. I, figs. 1 e 2, feita em pequena escala e corn material morto, ou a nossa
fig. 10. Est. II, executada corn abundante material fresco e vivo e na escala grande de
10 : 1 n’este coma nos outros cases sem hesitar votava pela nossa, o que 6 alias natural pela maior somma de especial atten@o dirigida na representa@ absolutamente fiel
e exacta dos nossos principaes Culicideos paraenses e brazileiros.
Quanto ao cycle de desenvolvimento de Cellia (Anopheles) argyrotarsis, por dilatado tempo n8o tinha conseguido penetrar no seu conhecimento. Quiz o accaso que eu
nunca obtivesse as larvas, em estado livre, dos arredores da cidade, ao passo que soube
pelo cuidadoso Relatorio da Commissao Ingleza ( Drs. Myers e Durham ) que OSseus
membros tinham achado abundantes larvas d’este Anopheles nos arredores da cidade,
sobretudo em pocos, perto de Santa Izabel, onde anteriormente se tinha retirado barro
para as ollarias circumvisinhas.
Cellia argyrotarsis 6 entretanto hospede 1180 muito raro na peripheria da cidade.
Em nossa casa, no Museu, jA apanhamos bem umas 3 duzias de exemplares, talvez, du-
( 1 ) 0 que ja 1150 acontece pelo littoral do 9.11 do Brazil. Sa Bahia por exemplo lembro-me perfeitamente,
que o termo de (<muric6ca D 6 applicado indifferentemente a qualquer mosquito que pica. diurno ou nocturne. Entretanto,
no Cearri e Rio Grande do Norte sei que applicam OS nomes triviaes de ccsovella 1) e (<perereca 9 especialmente para 0
Anopheles.
(2 ) Refere o Sr. A. Ducke. entomolo+sta do nosso hiuseu que, no baixo Xmazonas, regi5o de Alemquer, attribyem a fumaca do esterco de gado queimado o effeito de enxotar OS outros mosquitos. sendo por6m esta praxe sem effeito contra o Anopheles.
130
Pormenores
biologicos -
Cellia ( Anopheles)
argyrotarsis
rante estes ultimos annos. ( 1 ) E’ sempre de nolte, principalmente ao anoitecer, que estes individuos vern entrando pela janella, de mistura corn exemplares de Taeniorhynchus
fasciolatus e Mansonia titillans, comportando-se em geral do mesmo mode. Frequente
comtudo nao se p6de chamar este Anopheles pelos lades do Museu, felizmente.
J& estava desesperando de conseguir observa$Ges originaes sobre o cycle de
desenvolvimento de Cellia argyrotarsis, quando, ainda durante a redac@o do presente
trabalho, a persistente applica@o do meu method0 de cria@o poz-me, nos ultimos dias,
de posse dos dados desejados.
ovo.
Uma femea de Cellia argyrotarsis var. albipes foi apanhada, em minha residencia, durante o jantar, ao cahir da noite, picando pessoa da minha familia, na noite do
dia. 1 de fevereiro de 1905. Repleta de sangue, foi posta em gaiola, corn agua e uma
tamara pendurada. Tomou outra ra@o de sangue human0 na tarde do dia 4 de fevereiro, no dia 6 outra de sangue de cobaya e ainda outra, do mesmo sangue, no dia 8
de fevereiro. Na manhan do dia 13, pelas oito para 9 horas encontrei-a pousada sobre
a agua, pondo; jk existiam 8 ovos entao. Durante a manhan o numero dos ovos augmentou ainda ate 33. Pelas duas horas da tarde a femea morreu, sem causa exterior
perceptkel. 0 agrupamento dos OT-OSera o que se ve na fig. 130, Est. 0, fielmente
apanhado nas primeiras horas pelo apparelho micro-photographico, corn augment0 fraquissimo. Ha ulna lembranca do arranjo estrellar, coma o observou e desenhou Grassi
para o Anopheles maculipennis na Italia (Tav. IV fi,.0 3 ). S6mente uma meia duzia de
ovos fluctuava f&a, isoladamente.
de comprimento (valor media de 3 ovos medidos) e 0,185 n””
Dimensaes : 0,424 *11111
de largura ( valor media de 3 ovos). (2)
Sao muito exquisitos no seu aspect0 OS ovos de Cellia argyrotarsis, coma se
p6de ver pelas nossas figuras photographicas Est. 0, figs. 131, 132 e 133. Representa a
figura 131 quatro ovos vistas pelo lado inferior, corn fraco augment0 microscopico. E’
precko distinguir duas partes no OT’O de Anopheles: 1 ) o corpo propriamente dito, 2 )
OS appendices lateraes, em f&ma de aza. 0 primeiro apresenta-se todo escuro, coin0
corpo opaco ; OS segundos, serrilhados no sentido transversal, transparentes, destacamse. corn0 camp0 claro. Ganhei a convic@o de que estas azas s80 compostas de tubos
compridos, juxtapostos e vasios, isto 6, cheios de ar, e que para preencherem a sua
func@o hydrostatica apresentam aqui urn desenvolvimento extremo, todo sui generis,
de umn tendencia cujos vestigios, ora mais ora menos accentuada, encontramos a cada
passo n’esta memoria no estzldo &? estvwtwn ~spec#k’a dn pe/liczlk otvdn~~. Estas azas
acompanham o OT’Opelos dois lades, coma estofo grosso. e servindo coma as abas de fluc-
( 1 ) Surpreende-me o facto de que. durante a presente esta@o chuvosa de 190_c--190:.
este Anopheles repentido hluseu e adjacencias corn mais frequencia, sendo notado especimens quasi todos OS
namente apparece no quarteir50
dias. Ati de dia claro ja’ se olservou urn, picando na officina taxidermica.
Anopheles maculipennis Nuttall e Shipley d%o 0.7-1.0
mm no comprimento.
e 0,16 mm de
(2)
Para oovode
maior largura. Howard entretanto s6 d6 o j’j inn’ de comprimento. - Infelizmente Christophers e Stephens n5o d,io no seu
Embora variareis dentro de certos limites as ditrabalho as medidas re!ativas as suas especies de Xnophelides da India.
mensi,es do ovo, todavia n%o as consider0 cousa superflua de men+o.
-
F ‘ig. 136.
Urn dos
quatro cabellos frontaea da novissima larva
argyrode CeZZia
tarsis,
visto e desenhado corn forte augmen to microscopico.
1
p”
wnento
Fig
n
c
pkm”J
“ill
inferior,
. 135. -
EsboCo microscopico da antenna
da jo\en
Iarva
de
CeZiin
argyrotarsis. Camara lucida.
-B-
Fig4. 13 7. -escamas
dos dois
occupam
posterior
to anal.
Fig.
b”#
mais forte. Vista
Uma das
eepinhentas
grupos que
a margem
do segmen-
---.
0~08, visto em posi$Xc
urn tanto oblioua. mas
nredominantemente
laieral. V&-se a aba lateral a0 longo da margem dirt :ita e hem assim as 8,bas em f&ma
de touca 7 guarnecendo
OS dous ~010s anterior
e posterior.
18 3. - Urn ovo de CeZZa argyrotarsis, photographado nas mesmas condic;Ges
coma OS da fig. 131, por6m vista superior,
Iado ventral.
Cellia
Fig,
134.
- Joven larva do primeiro dia,
de Cdia
argyrotarsis,
vista e photographada corn aug
mento
microscopic0
mais forte. Vista dor1 x7
sal. Notavels Go as
cerdas compridas da
metade anterior e as
duas
fortes cerdas
anaes.
-
\
I
Fig. 130. - Photographia do agrtrpamento natural de tuna parte de posturn frescamente
posta de ovos de
CeZZiaargyrotarsis;
fraco augmento.
(Anopheles)
\
argyrotarsis
\
Pormencres
Fiologicos -
C’ellia (Anopheles)
argyrotarsis
131
tua@o usados em certas canoas das Indias, para augmentar a estabilidade. Estes estofos invadem ainda n8o pequena parte dos lados dorsal e ventral do ovo, e deixam livre
apenas OS dois polos. Estes por sua vez s%o munidos de uma corea dos mesmos elementos tubulares, bem visivel nas figuras 132 e 133, qua1 touca cercando urn rosto. Esta
cor6a 6 orientada na posic%o dorso-ventral. Do corpo propriamente dito, visivel coma
campo preto, percebe-se mais na vista inferior ( fig. 131) que na superior (fig. 133).
N%o 6 de todo facil o fazer-se idea exacta da configura@o d’um d’estes ovos. 0
melhor meio e o indicado por Nuttall e Shipley para a comprehensao do ovo de Anoph.
maculipennis: 6 urn b6te. uma can6a corn urn lado bojudo, exterior maior em superficie
e o outro plano, o excavado, menor em superficie; praa e p6pa corn bicos recurvos
para dentro. Mediante este recurso e alguma reflexao chega-se tambem a comprehender as nossas figuras, que representam quatro ovos, vistos pela face bojuda, exterior,
corn a qua1 boiam n’agua’ (fig. 131), urn ovo, visto quasi lateralmente (fig. 132) e urn
outro visto pela face interna, superior, excavada e voltada para o ar (fig. 133).
Estes termos c<inferior >>e (<superior >>devem ser tomados corn a necessaria reserva, pois por multipla discus&o anterior tivemos occasiao de apprender coma regra,
que o lado convex0 do OYO corresponde & face dorsal do embryao da futura larva, e
o la30 mais ou menos plano 6 face ventral. Guiando-nos por esta orienta@o, vemos
que o OT’Oboia, vulgarmente, de costas para a agua, e de barriga para cima.
Faz annos j& conheciam-se OS ovos do Anopheles maculipennis da Europa e da
America do Norte. devido a Grassi, Nuttall, Shipley, Howard e outros. Desde ent%o ficaram conhecidos OS ovos das r&o poucas especies de Anopheles indigenas da India,
devido aos esforcos de Christophers and Stephens ( 1 ), reproduzindo o Sr. Theobald
no recente Vol. IV (suppl.), pag. 15, as respectivas figuras. Temos portanto meios para
a compara@o directa do ovo da nossa Cellia argyrotarsis - at6 este moment0 desconhecido, e pelo menos por ninguem descripto e figurado - corn o ovo de Anopheles
europeus, asiaticos e norte-americanos.
0 ovo da nossa Cellia argyrotarsis var. albipes distingue-se de todos OS outros
at6 agora descriptos, pelo extraordinario desenvolvimento longitudinal e lateral das azas
hydrostaticas, de modo que o diametro transversal est& para corn o eixo longitudinal
na propor@ de 1 : 2 lis. Ao passo que as azas SZXO,
a julgar pelas figuras dadas por
Grassi, Nuttall, Shipley e Howard, no Anopheles maculipennis, quando muito da metade
do comprimento. quasi nada sobresaindo lateralmente, occupam ‘2/3 ou mais dos lados
do ova da C. argyrotarsis, produzindo nas vistas dorso-ventraes inferiores e superiores
possante bojo de cada lado, de maneira que contribuem poderosamente a modificar o
aspect0 dos contornos do ovo. Entre OS Anophelides da India, estudados debaixo d’este
ponto de vista por Christophers and Stephens, ( rheobald pag. 15) tern na verdade
compridas azas tambem os OS-OS
de Myzomyia ( Anoph. ) culicifacies, e hl. maculipalpis,
(1)
1902. :)
q Classification
of Indian :\nopheles into Natural
Groups. > ccReports to the Malaria
Committee 7 th series
Pormenc res biologicos -
132
Ccllia (Anopheles)
argy-otarsis
mas estas azas sdmente denotam fraco ou mediano desenvolvimento lateral. Azas largas
tern ahi o M. Turkhudi e Ieyporensis Theobald, pag. 41, fig. 6, mas s%otambem aqui
curtas no sentido longitudinal. Em summa, ngo ha ovo algum de Anophelide ate agora
conhecido, que possa ser confundido corn o ovo de Cellia argyrotarsis var. albipes.
Larva.
A joven larva de Cellia argyrotarsis var. albipes, ao sahir do ova, 6 uma creatura diminutissima, pois mede sem as compridas cerdas anaes apenas 0:63 nl*n,e corn
ellas 094 “‘*“. A sua fei@o v&se pela nossa Est. 0, fig. 134. DOS ovos postos em 13 de
fevereiro de 1905, a primeira larva foi observada em 15 de fevereiro, dois dias depois ;
uma segunda em 16 de fevereiro.
0 habitus geral d’esta larva concorda bastante bem corn a figura que Nuttall e
Shipley dao ( Est. II, fig. 3) de urn Qvery young larval state >>de Anopheles maculipennis, bem assim corn a figura dada por Howard, lot. cit. ( fig. 18 ) de uma 6 young
larva >)do mesmo Anopheles. Todavia em nossa larva a cabeqa 6 muito mais largn e
tambern possuem urn comprimento bastante maior as cerdas anaes.
Quanto aos pormenores da cabeqa tenho de constatar que vejo na margem frontal da nova larva apenas 4 cabellos frontaes, simples & primeira vista e corn fraco
augmento, bifurcados ou trifurcados ao exame mais detido corn mais forte amplia@o,
concordando em geral corn a fig. n da fig. 65, pag. 111 do vol. suppl. de Theobald.
[ Estes cabellos frontaes adquiriram importancia recentemente na systematica
das larvas do grupo dos Anophelinac, acontecendo que elles em diversas especies da
India mostram uma configura@o arborescente e mais ou menos complicada composi@o. ( Christ. and Steph. lot. cit. pl. II, Theobald lot. cit. pag. 18, fig. 4 ) 1.
Em rela@o cis antennas ( fig. 135 ), p6de-se definil-as coma sendo da f&-ma de um
c6ne truncado, de moderado tamanho, munido no vertice de dois ganchos reforqados styliformes, tendo no meio uma cerda ou flagello, do comprimento quasi da
antenna propriamente. (Compare fig. 6, 65 pag. 111 de Theobald ). Devo aqui abstrahir de dar descrip@o e figura da placa labial da larva, porque eu n2o podia sacrifiCal-as para o fim da dissec@o. Entretanto pelo que vi a fe@,o nao differe muito da indicada pelos autores para as larvas de outros Anopheles.
As fortes cerdas lateraes dos segmentos abdominaes, no animal muito jol-en
ainda apparecem, corn fraco augmento, coma simples pellos ; co111 o emprego de amplia@o mais forte nota-se entretanto o inicio da forma@o dos plumosos, que vemos
voltar constantemente nas illustra@es de larvas adultas das dil-ersas especies de Anophelinae.
Aos lados e ao dorso da margem posterior do penultimo segment0 abdominal
( fig. 134) v&se urn pente de elementos espinhentos chitinosos. escuros, que lembram
as forma$es muitas vezes encontradas coma c(pecten >) nas outras larvas de Culiciduos. Reproduzimos urn esboco de um d’estes elementos corn forte augment0 microscopica ( fig. 137). Compare-se a figura 7 e 7 6, Est. IV, da obra de Grassi, relativa a estes
espinhos na larva de Anopheles maculipennis. Engraqada e divertida 6 a mania d’estas
larvas. j,i n’esta tenra idade de poucas horas, e observadas n’uma gotta d’agua ao mi-
Pormenores biologicos -
Cellia (,Anopheles) argy-otarsis
133
croscopio, de virar a cabeca para as costas corn frequencia. Fazem isto coma se esta
posicao fosse a predilecta, vendo-se que n%o lhes custa nenhum esforco.
A larva adulta nao conheco ainda por propria observacao.
0 Prof. Theobald tinha ja em 1901, n’um appendice ao Vol. II da sua obra, pag.
353, dado uma noticia muito resumida acerca da larva do :4nopheles argyrotarsis var.
albipes, extrahida de uma carta do Dr. Grabham, da ilha da Jamaica. Agora elle accrescentou urn capitulo inteiro no Vol. IV ( suppl. ) de 1903 (pag. 110 seg.), sobre estas
larvas, corn figuras dos pormenores relatives aos cabellos frontaes, antennas e dos folliolos, agrupados em forma de leque, dos segmentos abdominaes no dorso da larva
adulta, e corn extensa descripcao do habitat e modo de vida, enviada pelo Dr. Low da
ilha Dominica. Importante do ponto de vista biologico, e digno de leitura tambem pelo
lado da medicina. Entretanto 19 nada se diz acerca dos ovos, nem da phase initial da
yida larval.
Reproduzo aqui algumas phrases do Dr. Low relativas a larva e cujo conteudo
eu pude verificar aqui no Para: <<The larvae die quickly under artificial cultivation if
the water is allowed to become foul. This stage lasts fifteen to eighteen days and the
pupal stage two days.. . ( Imago ). It is difficult to keep them alive in captivity though
feed on blood >).
E’ digno de nota, que tudo quanto se sabe hoje acerca do cylco evolutivo da
Cellia argyrotarsis se refere a variedade ((nlbipcls >), tanto aqui no Par-a, coma nas Analbitarsis Theobald >),( conforme nossa Estilhas e na Guyana. Quanto a especie typica <<
tampa colorida II, fig. 10 e 10 n ) transparece por uma noticia do Dr. Low, communicada por Theobald, lot. cit. pag. 110, que ella e mais rara em Dominica e na Guyana
Ingleza. Tenho a impressao de que isto se repete tambem aqui no Amazonas. Fica portanto ainda a elucidar por cuidadas investiga@es futuras, a biologia de C. argyrotarsis-albitarsis, liquidando-se a controversia sobre a validade especifica de ambas, - controversia a que allude o Sr. Theobald lot. cit. pgs. 15 e 16 contra o Coronel Giles.
N’esta occasiao r&o posso esquivar-me de formular uma queixa contra o tal
term0 <<nZbi@es ;>, que em vez de ajudar o discernimento de certa forma e a retencao
do nome, contribue antes para confundir, tanto mais que tern de navegar ao lado do
termo <<albitarsis )) pela especie typica. Nao sao afinal das contas ambas tanto <calbipes )>
coma <<
albitarsis )>? Porque n%o recorrer a uma designacao que elimine, de uma feita,
a confusao, escolhendo por exemplo <<
tarsi-macdata
)) ?
Conviria liquidar assim esta quest&o de nomenclatura, tanto mais que no case
que se verifica ser c<nlbitnvsis >> menos frequente por toda a parte do que nlbz’pes
(tnr.sinzncz~Znta), effectuar-se-ia forcosamente uma inversao no actual modo de encarar as
cousas, tomando a segunda, ( ate agora considerada variedade ) coma typo da especie,
e a primeira ( ate agora tida por typo da especie ) coma simples variedade.
134
Pormenores biologicos -
Chironomus
Chironornus calligraphus
calligraphus
nav.spec.
(Ovos, larvas e seus pormenores. Est. P., figs. 135 - 142).
l
0 genero Chironomus, entre OS Culicideos, e de certa importancia par-a n&s, nao
porque incommodasse o homem, coma as especies anteriores - nem femea, nem macho possuem urn apparelho buccal para perfurar e sugar sangue -, mas as diversas
phases do seu desenvolvimento nos caem frequentes vezes na mao, quando procedemos ao estudo methodic0 da fauna espontanea de urn tanque nas nossas hortas.
0 insect0 adulto, a imago, 6 urn mosquito delgado, na maioria esverdeado, facil
de conhecer pela circumstancia de serem as suas azas consideravelmente mais curtas que
o abdomen, o qua1 fica corn quasi 2 1/2 segmentos anaes a descoberto. As antennas, curtas em ambos OS sexos, sao plumosas no macho, e verticilladas, equisitaceas na femea.
Quando vivo, p6de ser reconhecido facilmente o Chironomus pelo costume de levantar,
quando repousa, as pernas da frente, ao passo que a maioria dos mosquitos haematophagos, tratados na presente memoria, levantariam, em identico case, as pernas posteriores. ( Conf. Est. I, fig. 2 : femea de Stegomyia,“em posicao de repouso) .
Quando examinamos as paredes corn limo Verde, de uma tina d’agua no jardim ou de urn tanque na horta, as vezes as encontramos cheias de umas pequenas
gallerias verdes, que depressa se reconhecem coma esconderijos de uma larva vermiforme avermelhada. Sao larvas crescidas de Chironomus ( fig. 142). E quando investigamos a superficie d’agua de taes depositos,r&o 6 raro depararmos n’uma manhan umas
exquisitas, elegantes formas de fios muito tenues. arrumados talvez n’uma duzia de
zig-zags regularmente equidistantes. Sao OS cordaes de ovos de Chironomus (figs. 135
e 139).
Nada mais interessante do que o exame de urn cord%0 de ovos de Chironomus
( fig. 138) quando examinado corn agua limpida n’um vidro de relogio, mediante uma
lente. Resolve-se entao o conjunct0 coma sendo uma multidao sem conta de ovos, acomodados dentro de uma fita gelatinosa, que lhes serve de berco e de boia. Empregando
ampliacao maior ( fig. 139 ) apresentam-se OS bellos ovos corn nitidez que nada deixa a
desejar. Sao relativamente grandes. uniformes, oblongos; ambos OS polos s%o arredondados. Caracterisa-os outrosim a linda mancha Verde, que costuma occupar porcao tentral do corpo maior ou menor. No case da nossa microphotographia OSovos achavam-se
n’uma phase bastante avancada, cleixando ja perceber muito bem a segmentacao do
abdomen, o limite entre as zonas thoracica e abdominal e OSolhos, reconheciveis coma
pontos escuros na parte anterior.
As novas larvas, ao irromper da casca ovular, passeiam ainda algum tempo nos
lados do fio gelatinoso, dando a impressao de uma rua de cidade populosa, corn a multidao de transeuntes em ambos OS passeios lateraes. Sao muito ageis e sobremodo transparentes. 0 seu aspect0 geral se ve pela nossa figura 140, representando uma larva
de ha pouco nascida. Cedo ja posstie todas as particularidades que caracterisam a
larva adulta de Chironomus ( fig. 142), e que s%oprincipalmente OS pes cylindricos
( c fausses pattes anterieures )>Meinert), sitos na frente e atraz,. e armados de uma cor6a
.
.
Pormenores
biolcgicos -
Chil onomus callip aphus -
Chironomus
holopasinus
135
de ganchos, OS sacos transparentes em certa zona da regiao ventral dos ultimos segmentos ( <<protub&-antes retractiles en forme de boudin >>Meinert ) e o tufo anal ( <(soie
anale )>Meinert 1. Sem pretender entrar em mais detalhes, limito-me a frizar que a larva
de Chironomus affasta-se, no seu aspecto, das dos mosquttos haematophagos antes tratados, por um que de vermiforme bastante accentuado; tambern a compara@o corn as
lagartas de certos Lepidopteros, principalmente das Noctuidas, n8o iria mal. Quanto Li
chrysalida do nosso Chironomus paraense posso dizer que elle 6, coma ali& as outras
todas, vermelho sangue, contrastando esta car corn a dos dous tufos brancos de cabellos
sitos no alto da cabeca. A substancia vermelha 6 hemoglobina. Conf. Miall op. cit. pagina 130 seg.
A respeito da postura dos ovos, respectivamente ao seu agrupamento, Miall no
seu util lis-rinho (1903), pag. 147 descreve e figura OS corddes de diversas especies de
Chironomus europ6?os,accentuando a existencia de extranhas differencas. Semelhantes
costumes tern outrosim OS membros do genero Tanypus, e curioso 6 que o nosso Chironomus paraense se approxime bastante, no arranjo em zig-zag, ao disco de ovos figurado por Miall pag. 153, fig. 44 para o T. maculatus. Todavia ngo se trata de urn Tanypus no nosso case, mas positivamente de urn Chironomus, o que r&o 6 difficil de
asseverar B vista do habitus profundamente diverso das larvas de urn e de outro.
As especies brazilicas dos generos Chironomus, ( 1) Corethra, Ceratopogon e
outros, todos Culicides aparentados, nZio haematophagos, s80 ainda muito ma1 conhecidas ; por assim dizer nada se sabe d’ellas, nem pelo lado systematico, nem pelo lado
biologic0 ( 2 ). Ainda fica muito a fazer n’este terreno para as gera@es futuras, que,
Summo Divine Numine. prestar80 mais atter@o ao estudo da natureza do que a actual.
1)
Chironomus holoprasinus nav. spec. Goeldi ( 1905)
Pmago 8 : 5,5”“.
Pnlpos de 7 articulos cylindricos : I curto ;
II e III compridos, iguaes quasi ; IV, o
mais comprido.
plumosas equisetaceas de 12 articulos, ( 2 verticillios de cabellos em cada
urn) dos quaes OS 11 basaes curtos, o
12.0 muito comprido.
Anteams
Aspect0
de todo
o corpo [ menos a cabe$a, que 6
preta ; 05 l)al~os., cbr de ambsr 1, o thorax brunnaceo ),
as azas ( hyalinas, iridescentes ) ] de urn cercle anlcwellnceo nas extremidades,
mais retinto
(p~c~si~zz~s) no dorso
dos ultimos segmentos abdominaes.
Thorax:
brunnaceo,
corn 3 estrias escuras longitudinaes
uma recta mediana,
2 curvas lateraes concavas.
( 1 ) Esiste. na verdade. urn Cbii-onoinzrs brasiliensis, descripto, ja em 1X28, por Wiedemann, 6 proveniente pore’m de Montevideo e a descripcao 6 de tal maneira curta yue me fica duvidos3 se haver$ quem possa, corn sequranqa,
reconhecel-o.
Ha outrosim mais trez especies provenientes nominalmente do Brazil : Cl). fermgiraeus Macq., Cb. imignis Tileiedemann e Cl]. t~irnacdntzis RIacq
.
( 2 )
Quiz a principio mencionar a especie presente do Para simplesmente coma Cbirononzus spec. Sa ultima
hora pore’m resolvi de descrever as duas espegies mais frequentes aqui no Pari, de modo que ficassem reconheciveis para
sempre. As observaqties acima contadas referem-se 2 especie maior entre estas duas. Cb. calli,~~aphus.
Pormenores biologicos - - Chironomus
136
Imago
pdpos
Q : 5,5 mn1.
de 5 articulos cylindricos.
Ante;tz;tznsde 6 articulos em f&ma de pote,
sendo o 2.0 e o 6.0 ( cylindrico ) OS mais
compridos.
par I : fuliginoso a tibia em toda
a sua extensao, e em grau diminutivo
todo o resto distal da perna.
Pevnns:
holopral;inus -
Ch. calligraphus
Perfzas : pallidamente verde amarellaceas nas partes medias, um tanto mais escurasnas partes distaes. Par I
a+saz comprido como em todo> OS Chironomus ): articula@o femorali-tibialis : fuliginoso coma chamuscado
o ultimo sexto do femur ; o primeiro tetyo medial ( interno) da tibia e bem assim o ultimo sexto da mesnla
tibia contra a articnla@o tibio-tarsal. Pares II e III :
tuliginoso-escuro siknente a zona terminal muito estreita, corn o respective espinho lateral, da tibia, na
articula$o tibio-t,arsal.
Muitos dd e Q Q , apanhados nos tanques d’agua do horto botanic0 do Museu
marGo de 1995) e criados de larvas.
Especie frequentissima no Par&, facil de conhecer a primeira vista pelo seu
delicado colorido geral Verde e sua pequena estatura, sobretudo quando comparada corn
a especie seguinte.
( fevereiro -
2) Chironomus calligraphus
Image
$ : 7, 5 mm-
8,5 mm.
nov. spec. Goeldi (1905).
Aspect0 geral tww2weo, lembrando quanta ao colorido LIIU tanto as Tipulas. - Cabega escura no aspect0
frontal, derido B grande extensao clos olhos. Palpos e hastes das antenuas urn pouco mais retintas do clue as per-
de 4 articulos cylindricos, dos quaes nas.
0 2.0 e 0 3.0 iguaes.
Thorax
Pnlpos
: brunnaceo, corn 3 estrias longitudinaes brunoescuras, OS intersticios branco amarellaceos. 0 metathorax fuliginoso-escuro, quasi preto.
Antew~ns plumosas, equisetaceas, de 12 articulos, o 12.0 muito comprido. Na barba Axns. hvalin~_ iridescentes.
’ ”
“)‘
da antenna alternam zonas largas mais
Abdomerz:
Segmentos anteriores meio
escuras e mais claras.
011 tres post,erioresescui0s. Margem
Image
Pnlpos
Q : 7,5 mm-
8,5 mm.
de 5 articulos cylindricos.
A;tztennns de 6 articulos, em f&ma de pote,
sendo o 2.0 ( corn estreitamento no meio )
e o 6.0 ( cylindrico ) OS mais compridos.
claros, OS dous
fortemente encabellada por toda a parte. Em cada segmento uma fignra triangular, cuneiforme, bruna-escura, corn base
na margem anterior, atraressa o lado dorsal, abarcando ainda parte dos lados e empresta ornamenta@o
caracteristica ao abdomen.
Pernas:
branco-amarellaceas.Par I ( comprido) : UIII youco
mais e*cura ( chamuscada ) o ultimo sexto distal do
femur, e o primeiro ter$o medial da tibia. Par II e
III: fuliginoso escuro, quasi preto, uma estreita zona
terminal em todas as articnla@es tars&es, sendo sobretudo dist,incta a tibio-tarsal.
Numerosos 86 e 3 Q apanhados e criados nos mesmos logares aqui no Par&, e
de sociedade corn a especie anterior, ( fevereiro e marGo de 1905) e da qua1 facilmente
se distingue pelo seu tamanho mais avantajado e o seu colorido brunnaceo.
0 novo nome especifico ((cnZZz&w@us >>foi proposto em atten@o & notavel belleza da linha que descreve este Chironomus corn o seu cordgo de ovos.
B. - Conhecem-se actualmente umas 320 especies de Chironomus de todo o
c Catalogus Dipterorum hucusque descriptorurn B. ( Leipzig 1902
globo ( donf. Kert&
Vol. I, pag. 181 - 207) e da America do Sul constam-me 31 especies ao todo ( confer Hunter <(Catalogue of the Diptera of South-America >>.Part. I : Nemocera : Transact. American Entomolog. Society Vol. 26, 1900, pag. 282 - 283.
Fig.
Fig.
142.
-
139. -- Certa por@o de urn d’wtes cord6es de Cbironomus,
vista corn augmento microscopic0 mais forte. 0s ovos no scu agrupamento natural mostram
urn colorido esverdeado devido ao seu conteudo e acham-se j6 em adiantada
phase de desenvolvimento,
transparecendo distinctanente
a segmenta@
das
larvas. OS ovos Go acamados na massa gelatinosa e viscosa dos corSes, semelhantes em tudo aos que fabricam as femeas dos sapos (Bnfonides).
jh crescid,?: de
vista
corn fraco augmento. Pelo lado
anal, face abdominal, apercebem-se
uns saccos finos, tra,nsparent,es,
que t&m a mesma func@o respiratoria. coma OS folliolos branphiaes da regigo anal das larvas
dos Mosquitos typicos. A larva
de C
‘ hironomus,
n’esta phase de
vida, jS; habita n’uma galeria protect,ora, por ells fabricada
corn
fragmentos de algas, etc., e por
isto de cOr verde.
Chironomus
Larva
ca/ligraphus,
Fig.
138. - Trez cordi5es de ovos,
na liberdade frescamente postos
na superficie d’agua de um tanque por Chironomus
calfigramosquito n”ao chupador de
phus,
sangue e desprovido de proboscida
propria para furar a pelle de outros animaes. W-se 0 arranjo exquisito em linhas de zig-zag. Fraco
augmento, vista photographica.
Fig. 144. Vista photographica
de uma
aza do mesmo ~
‘ meruz’m”,
corn amplia&o
ainda mais consideravel, para auxiliar oreconhecimento dos pormenores systematicos.
Fig. 141. CabeGa da mesma larva,
photographada
corn augment0 mais
forte. Vista ventral.
Fig.
149.--- Joven larva, apenas sahida do ovo, de Chironomzzs
ca/limoderado. Notaphotographada corn augment0 microscopico
se na frente urn par de p&, corn ganchos curves em roda; outro par encontra-se no ultimo segment0 abdominal.
gruphzzs,
Fig.
Vista photographica de urn “meruim”,
( Haematomyidium
paraen143.se G.) diminutissimo
Diptero haematbphago, assaz incommodativo na regiga
amazonica, especialmente no littoral
e na zona sujeita 6s marks. XI0 4
mosquito (Culicideo) propriamente dito, mas uma pequena mosca. Augmenta
microscopic0 assaz forte.
Chironomus
calligraphus
“ Mirul’m”
(Haematomyidium
(Fig. 143 -
144).
G. - (Fig.138- -142)
paraense
G.)
Pormenores bioloigcos -
“ Miruim”
-
(Haematomyidium
CC
Miruim t:
paraense nov. gen. et
(Insect0 adult0 alado e pormenores da aza -
137
spec.
)
figs. 143 e 144).
No caso do insect0 em quest%0 trata-se, na verdade, n8o de urn Culicideo (Rlosquito), mas sempre de urn Diptero, de uma mosca minuscula. E’ haematophago (<confess0
e relapso ;>, urn verdadeiro flagello e peste em muitos pontos do littoral, nos arredores
do Par&, muito afamado e conhecido por todos. E’ diurno, atacando a qualquer hora e
deixando sempre ao redor da picada uma inflamma@o assaz consideravel. Seu diminuto
tamanho lhe permitte atravessar perfeitamente as malhas de urn mosquiteiro usual, de
maneira que ngo ha contra elle garantia alguma. Entra nas casas e dias houve j2. em
que apanhamos, em poucos minutos duzias d’elles corn tubos de ensaio. Sua frequencia
periodica parece-me estar em rela@o corn as mar&, pois 6 na baixa mar6 que o <c
meruim >>por via de regra se faz sentir corn as suas invasdes.
Nao consegui obter por ora a definitiva determina@o scientifica do tcmiruim )),
que entretanto estci affecta ;i solu@o por parte dos autorizados Dipterologos de alemmar. ( 1).
0 ((miruim >)6 uma diminutissima mosca, menor ainda que o <<pidm >)amazonico
e o pendant meridional d’este, o conhecido e temido <(borrachudo )>.Pelas antennas compridas, nas quaes conto 14 articulos em f&ma de pote, cada urn corn alguns poucos
cabellos insertos na parte distal e arrumados em fileira transversal. elle lembra de
certo modo OS Dipteros nemoceros do parentesco de Cecidomyia e Tipula. A aza, de
( 1 ) Resolvi na ultima
mence corn esta afflictiva situa$o
hora denominar e descrerer summariamente o .C
miruin~ Y paraense para acabar finalde incerteza que jA por demais tempo dura acerca ;ia sua posi@o systematica.
Haematomyidium
nuv. gentis.
( liipu = sangue ; p’tdibv = pequena mosca),
Diminutissimas moscas nematoceras, haematophagas, diurnas, (menores ainda em calibre do que as especies de
Simnlium ); de estatura rechonchuda, curta e grossa; de cabe$a grande, redonda; de 1jroOoscitZe cnrta, styliforme; pc&
longas de 14 articulos. dos quaes os
pos pouco maiores de 5 articulos, dos quaes o 2.” e o 3.” cornpridos; n~2teranns
distaes alongados, pouco encabellados; c&Zomerz
curto, large e grosso, ovoide; axas fuliginosas, annuviadas, largne e arredondadas, de nervatura
simplificada,
lembrando a das Jlycetophilides
(Sciara) por urn lado e das Cecidomyias p(‘r
extendendo-se at6 al6m da metade da
outro lade, guardando posi@o intermediaria entre ambas. Vena subcostalis (II)
toda a aza e terminando na marmargem anterior costal ; vena radialis ( III ) sinlples, atravessando longitudinalmente
vena
gem exterior; vena media (V I, igualmente sinlplcs, desde a .sua origem no canto humeral at4 a sua termina@o;
e outrocubitalis (VII ) bifurcada no nltimo tergti distal. (Confere fig. 144). - Macula anterior costal preta-fuliginosa
At4 agora uma unica especie, neotropica. - Typo : H. pnraense (1905) sin] toda a margem anterior fuliginosa. do Park -
Haematomyidium
paraense
nav. spec. Goeldi ( 190.5).
Habitus geral da imago fernmina ( Q ) visivel na figura 113. Colorido em vida um azulado cinzento. A aza
4 atravessada de cirna para baixo, por quatro s&ies de grandes espagos claros redondos (janellas ) em campo geral ligeiramente escuro. Estas conspicuas jnnelias dis~eminadas sobre OS intervallos entre as veias da parte distal da aza
conforme o schema 2, 3, 3, 3 ( de f6ra para dentro ), enchendo quasi OS respectivos ~80s. Campo das azas crivado de
pequenissimos cabellos curtos, entre OR quaes se percebem algo maiores, regularmente acotnpanhando o percurso Ionguarnecida de cabellos urn pouco
mais fortes. 0%‘;mais robustos encontrando-se na
gitudinal
das veias ; circumferencia
e femur-tibia dos dois pares
margem antero-medial.
Fitas claraA trilnsversae.‘; atravez das articula@es trochanter-femur
de pernas anteriores (I e 111 e uma tita Clara atravez da partc medial da tibia do terceiro par (III ), perto da articula$TO tibio-femoral.
Urn forte espinho lanceolado pelo lado externo da tibia, na articnla@o tibio tarsal. DimensGes: Cornprimento total 1,54 “lm. - Cotnprimento da alltenna, 0,.7 lnnl. -. Largura do thorax 0,4 mm. - Comprimento do abdoNaior lal:gura do abdomen 0,4S “I”‘. Comprimento da aza O,S3 mm. - Largura da aza 0,36 mm.
men 0,93 “‘n’. Pequena mosca mvaclindo as casas, impert,inelltissim1,2 chnpadora de sangue; picacla dolorosa, prodnzindo repularmente uma zona circular inflarnmada bast,ante grande. Frequente na epocha clas chnvas, sobretuclo nas horas de mar6
baixa, o que parece apontar para uma creatarn littoral. Par& e arreclores. Some local, indigena 4 Miruirn )> j. e. mer6 =
135
Pormenores biologicos -
<(Miruim >>-
RPiGm B
simplkissima estructura e nervatura, por sua vez lembra algum tanto a Cecidomyia
e talvez Lasioptera.
Nao quadrando nos seus pormenores essenciaes o <<miruim )) corn descrip@o
generica e illustra@o alguma da literatura dipterologica G,minha disposi@o, n%o seria
de estranhar que OS especialistas se vissem obrigados a fazer d’elle grupo e genero
totalmente novos.
Escreveu o Dr. Lutz n’um recente artigo intitulado <<
Nota preliminar sobre OS
insectos sugadores de sangue, observados nos Estados de S. Paulo e Rio de Janeiro ))
( Rio de Janeiro, 1903) pag. 7, em rela@o ao Sul do Brazil que <<OS dipteros, conhecidos
pelos nomes de polvora, wznvz&H e mosquitinhos do sangue s80 nematoceros e pertenbem ao genero Cevcatopogon)>. Ora isto n%o procede quanto ao nosso <(miruim )) amazonico. Ceratopogon, 6 urn genero de Culicideo eucephalo, do proximo parentesco dos
Mosquitos que fazem object0 da presente memoria, as imagines, embora pequenas, s%o
sempre muito maiores do que em nosso <(miruim D paraense, e ostentam vistosa antenna
plumosa, donde lhes veiu o nome scientific0 (Veja Cuvier Kkgne Animal, Insectes Atlas
Vol. II, pl. 161 fig. 7). Encontro de vez em quando larvas e pupas ( esta facil de reconhecer pelo seu habitus estranhamente espinhoso) de urn Ceratopogon indigena aqui
no Par& em agua depositada no vao de Bromelias no horto botanic0 do proprio Museu. (Tanto quanto sei, ainda nao ha especie alguma de Ceratopogon ate hoje descripta
do Brazil. ( veja Hunter, Catalogue of Diptera of South-America, 1900. Part. I, pag. 284 ).
Quanta ao <<
pizillt )> de tgo desvantajada reputa@o em certas regiaes amazonicas, sobretudo no rio Purtis, quero s6mente de passagem constatar que 6 igualmente
uma mosquinha diminutissima, e que nao ha para mim duvida alguma, de que faz parte
do genero Siwzz&kz, ( 1) fornecedor de uma por@o de f6rmas haematophagas por
quasi todas as partes do mundo. Como tal o caracterisam logo a antenna de 10 articu10s curtos cylindricos, sendo OS da base mais largos e grossos e sobretudo a notabilis-
( 1 ) Resolvi observar igual procedimento relatiro ao (( pibtn \>, coma adiaute a respeito do (<miruitn )). Sbo
podemos esperar eternamente stir que v-euha especialista que por favor nos dk um nomc e descrip@o para estas creaturas t5o irnpol tantes na nossa rida quobidiana. Propottho portauto denotniuar o noi;so c(pifim )) scicntiiicatnente :
Simuhm
amazonicum
nov. spec. Goeldi ( 1905 )
Autennns de 10 articulos. dos quaes I e II ( basses ) maioren, o
Image Q : Colorido geral : eunegrescido. ultitttct (X ) conic0 ; colorido uniforme, brunnaceo. -- irlo~crx : Lade dorsal, colorido domitt:~trt,e em cinzento azuladoprateal lo, no qua1 se cleetaca nut desenho caracteristico de cBr preta, cotn mttitos lindo s cabellos dourados pelo camp0
todo e principaltnente pela mat-gem exterior do desenho ; este constitue-se 1 ) de uma estria recta mediana 2 ) de duas
linha? ctlrv;ts em f&-ma de setnilua, combinando-se corn a tnediana, de maneira a formar tnais ou menos um T, virado
pat-n a frente ( Poderia-se assim fallar de 3 linhns thoracicas longitudinaes ). - Pemc~s : I par : fctttur claro, ( s6menle
o lado distal um pouco chamuscado ) tibia toda e tndo o tarso fuiiainoso-eecllro.
- II par : Clara em toda exten&o,
corn unica excep@o talvez de seretn utn bocadinho chnmuscada~ todas as articul?@es, pelo Iado distal. desde a tibiopar: escuro o fetttnr, a metacle distal da tibia, o ujtin:o quart0 dtstal do tarso e o tetyo ou a metade
tarsal ; .-- III
distal dos outros articulos tarsaes. ( E’ mnito caracteristtco o colorido das pernas, sobretuclo do tercciro par bicolor. -/k&as : bvllatnente iriHcdteras : amarellas esbranquiCadas, contrastanclo fortetnente com a cCir escura do abdomen santes, corn matizes dourados ; al& moldadas confortne feitio e nerwtura wuaes no genera Simulium.
( Vena cubital, corn OS sew dous ramos VII l e VII p assaz difficil de ver, m6rntente a scgntnda ). - Abclowe12 fuliginoso, aliAs sem desenhos e marcas especiaes. - L)iwrc~~s&~: Comprimento total 2,06”“. Cotttprintento da
antenna 0,35”“. Largura
do thorax : 0.86”“. - Comprimento do abdomen 1,12”“. - Mnior Iargura do abdomen
0,58”“. - Compritnento da aza 1,6”“. -- Largura da aza 0,9 1”“.
Muitos exemplares 9 Q Q, vindos dc l’effG (~011. A. Ducke, janeiro 1905 ), correspondendo inteiramente corn
numerosos individuos, colligidos no alto Rio PM-~2s c Acre ( Dr. J. Hubcr e cuntmis&t do I~Iuaeu
19W--1903
) e con-
Pormenores
biologicos -
<(Pitim D -
Distribuicgo
geographica
139
sima aza, corn a sua extranha curva postero-interior e a <<
vena analis )), curva em f&ma
de S, que por si s6 seria sufficiente para logo trahir urn membro do genero Simulium.
Quanto ao c<borrachudo )) do Brazil meridional declara o Dr. Lutz lot. cit. pag, 7,
que este igualmente entra no genero Siwzz~lizwz,communicando ter achado por I& mais
tres especies.
Tanto quanto me consta existe ate hoje uma unica especie descripta do Brazil
(6 o S. nignhzanus Macq. ( 1838) do Estado de S. Paulo), permanecendo as outras
ainda indescriptas.
No nosso <(pidm )) amazonico ha concordancia generica corn OS caract&-es das
especies norte-americanas por exemplo, de Simz~liz~m, que encontro figuradas na bella
obra de Felt <<
Aquatic insects in New York State )>,Est. 34 fig. 1, - Est. 36, fig. 7.Est. 37, fig. 8.
As larvas de Siwzz~lizwz,coma se ve pelos autores norte-americanos s%oaquaticas
e adherem, parecendo corn Actinias maritimas ou corn certos Rotiferos, a pedras, plantas aquaticas. etc. nos rios de alguma correnteza. ( Miall op. cit. pag. 176, fig. 59 - Felt
op. cit. Est. 34, fig. 9 ). Nao me tendo sido possivel descobrir ate agora a larva do
<(Miruim )> nem do c<pidm )’ nem o seu escondrijo e paradeiro predilecto, nao me vieram ainda por este lado dados que auxiliassem a definitiva colloca@o d’estes insectos
no systema. Absolutamente nada ainda me consta na literatura scientifica actual sobre
este assumpto.
Synopseresumidasobre a composi@ode algumascollec@esde Mosquitosfeitas em
diversos pontos da regigo amazonicapelo pessoaldo Museu durante OS ultimos annos.
Tendo sido object0 de constantes recommenda$es nossas aos emissarios do
Museu, de prestar a maxima atten@o aos Mosquitos dominantes em cada uma das localidades visitadas no interior, veio se encontrar em nossas maos, no correr dos ultimos
tres annos, urn bello contingente de colheitas locaes de Culicideos. Creio opportuno o
momento, para dar em succinta synopse uma idea da composi@o d’estas colheitas, synopse que n%o deixa de merecer interesse a mais de urn respeito. Ali& a semelhante
servados em alfinetes e no alcool. ( Uma s6rie de co-typos foi remettido ao British Nuseum em Londres, d’este c(pi&n )b
alto-amazonico,
coma do ccmiruim )) paraense ). - Figuras illustrando OS pormenores serge publicadas opportunamente.
X. B. - As especies de Simulium norte-americanas j& estBo bastante hem estudadas, coma se v& pela obra de Felt
(<Aquatic Insects in Xew York State )) ( 1903 ) pag. 336 - 388. Conhecem-se 15 nada menos do que umas 40 especies
( lmportando o total dns especies do globo inteiro actualmente descriptas approximativamente em 80 1, entre as quaes
algumas como S. l~ietil~es e S. yecwzcnl tem uma importancia economica coma inimigos da cria@o de gado. (Xas baixadas do Danubio,
ua Europa, 6 desde muito celebre praga o S~~~~Z&LIILcoZzcmbasc/zetzse).0 nosso <<pidm 3 alto-amazonico pnrece approximar-se,
como l)oseo concluir da chave synoptica ( Felt, lot. cit. pag. 3% seg. ), de certa especie
cubana ( 5. quadrivittatum ) pelo colorido geral escuro e a ornamenta@o thoracica.
E’ assaz surprehendente que entre OS antigos naturalistas exploradores do valle amazonico nenhum tivesse
provocado urn estudo acurado e a determina@o do c(pi&n 3 por parte de urn especialista. Entretanto nLo deixam de
fallar d’elle ( conf. Bate,q C\Naturalist on the River Amazon j), Reprint 1892, pag. 170 seg., Herbert Smith (<Brazil, the
Amazons and the Coast )) pag. 33-1 etc. ) Bates contenta-se em declarar que o (cpi&m ‘). ti%omolestador no Rio Solim?5es,
and which he referred to the genus
seja provavelmente
0 mesmo <cmosquit,o of the Orinoco, described by Humboldt
Simulium D. Pelo citddo trecho de H. Smith pareceria, que o c piGm B do Tapaj6s e o c<pidm do Curu6 B tivessem
comportameuto differente, circumstancia que o leva a suppor a existencia de diversas especies de *. pi6m B amazonicas.
Pormcnores biologicos -
130
DistribuiCZo
geographica
tentativa n%ose podera contestar urn merecimento : - 6 a primeira vez que alguem ousa
abordar o problema da distribuicao geographica dos nossos principaes Culicideos haematophagos, em relacgo a uma certa e determinada zona do territorio brasilico. No fim
alludirei 6 algumas das principaes conclusoes, que d’ahi se podem tirar.
Limito-me na presente lista a umas 10 especies das mais importantes, deixando
de lado o que as respectivas colheitas possam canter em outras especies de Culicides
de alcance secundario.
1. Rio Trombetas.
(
Oriximina ).
Data : julho, 1903. Colleccionador : A. Ducke.
Sabethes 2 individuos.
2.
Obidos.
Data : julho, 1903. Collec. : A. Ducke.
Ianthinosoma Lutzii 1.
Panoplites titillans 3.
Taeniorhynchus fasciolatus 1.
Data : janeiro, 1904. Collect. : idem.
Ianthinosoma Lutzii 39.
Panoplites titillans 3.
Sabethes 1.
3. AZemqtier.
Data: julho, 1903. Collect. : A. Ducke.
Anopheles argyrotarsis 9.
Panoplites titillans 12.
Sabethes 1.
4. Parad
de Paranaqacdra.
Data: maio, 1903. Collect. : A. Ducke.
Ianthinosoma Lutzii 2.
Ianth. musica 1.
Panoplites titillans 7.
5. Prainha.
Data: maio, 1903. Collect.: A. Ducke.
Ianthinosoma Lutzii 3.
Panoplites titillans 1.
Taeniorhynchus fascial. 1.
6.
Ahteirina.
Data : abril, 1903. Collect. : A. Ducke.
Megarhinus 3.
7.
ArrayoZos.
Data: abril, 1903. Collect. : A. Ducke.
Anopheles argyrotarsis 3.
Ianthinosoma Lutzii 3.
Panoplites titillans 3.
Taeniorhynchus fascial. 4.
Pormenores biologicos -
Distribuisao
geographica
8. Rio Xilzg& (Providencia).
Data: dezembro, 1903 -- janeiro, 1904. Collect. : I. Bach.
Anopheles argyrotarsis 1I.
Ianthinosoma Lutzii 247.
Panoplites titillans 18.
Culex serratus 3.
9. Rio Tapajoe (Itaituba).
Data: agosto, 1902. Collect. : A. Ducke.
Sabethes, muitos.
10. Faro.
Data : julho, 1903. Collect. : A. Ducke.
Panoplites titillans 3.
Sabethes 1.
II.
Teffk
Data: setembro, 1904. Collect. : A. Ducke.
Anopheles argyrotarsis 4.
Ianthinosoma Lutzii 8.
Panoplites titillans 14.
Sabethes 7.
Megarhinus 5.
Trichoprosopon nivipes 2. - ( <<
Pitim ?>muitos).
12. Rio IaPsmi.
Data: novembro, 1904. Collect. : A. Ducke.
Panoplites 2.
Sabethes 1.
Melanoconion atratum 17.
13. Tabatinga.
Data : outubro, 1904. Collect. : A. Ducke.
Panoplites titillans 1.
Sabethes 4.
Melanoconion atrat. 2.
Taeniorhynchus fulvus 1.
14. Rio Pm=& e Rio Acre.
Data : marco - junho, 1904. Collect. : Dr. J. Huber.
Anopheles argyrotarsis (muitos ).
Ianthinosoma Lutzii (muitos).
Panoplites titillans (muitos).
cPifim )>( muitos).
15. Oyapoc. A. Porto Fiscal:
Data : junho, 1904. Collect.: A. Ducke.
Ianthinosoma musica 3.
Taeniorhynchus fascial. 1.
Sabethes 15.
Trichoprosopon 3.
Melanoconion atratum 7.
.
Pormenores biologicos -- DistribuicBo geographica
132
Limatus Durhami 1.
B: (~Ponta dos Indioss casa na beira do campo alagado :
Data: junho, 1904. Collect. : A. Ducke.
Anopheles argyrotarsis 10.
Taeniorhynchus fasciolatus 16.
Limatus Durhami 1.
16. Ama@.
Data: julho, 1904. Collect. : A. Ducke.
Anopheles argyrotarsis 5. (1)
Panoplites titillans 5.
Taeniorynchus fascial. 1.
Melanoconion atratum 11.
Stegomyia fasciata 1.
Entre as primeiras impressoes, que resultam de urn exame critic0 d’estes dados,
e par urn lado a phenomenal extensao de algumas das especies das mais affamadas
entre OS Culicides haematophagos, e por outro a composicao quer relativa, quer absoIutamente semelhante das colheitas de mosquitos feitas em diversos pontos, por vezes
muito distantes uns dos outros. Urn mosquito diurno, impertinentissimo flagello para
quem tiver o que fazer no mato, e por todo o Amazonas e OS seus tributarios a Ianthinosoma Lutzii, collocando-se ao seu lado o Anopheles argyrotarsis, nocturne, no fundo,
mas diurno na mata sombria e no Kygapd )>.
0 Panoplites titillans, nocturne, e assaltador das casas, vem em terceiro logar e
segue-o logo o Taeniorhynchus fasciolatus, de costumes identicos. Facto digno de attenc%o e de certo, que em algumas das colheitas, sobretudo na do Rio Japura, OS accostumados picadores severos sao substituidos em grau maior ou menor pelo iVeZnnoconioa ntvntzwz, urn genuino Culex, que me e familiar das matas dos arredores do Par&
coma frequentemente associado ao Limatus Durhami e a Joblotia nivipes. Alias, claro e
que a epoca influia sempre tambem poderosamente na composicao da colheita, tanto
que e de presumir que repetida em outra estacao no mesmo logar, bem diverso conjuncto apresentaria. Tambem e obvio que mosquitos tao extraordinariamente beilos coma
sao as especies de Sabethes e de Megarhinus sempre tentarao o colleccionador. Quanto
ao Anopheles n%o deixa de ser bastante curioso sob o ponto de vista sanitario, que
logares coma Alemquer, bastante flagellados por este mosquito gozam da fama de localidades saudaveis, onde raros ou desconhecidos sao OS cases de febres palustres. Taes
cases mereceriam urn estudo attencioso pelo duplo prisma da questao medica e do problema biologico. - Exemplares amazonicos de &zoph&s vieram ate agora as nossas
maos das seguintes lodalidades : Para e arredores ; residencia directorial do Museu ;
( 1)
[ 1 individuo 6 um typic0 A. arpyrot. dbitnrsis.]
Pormenores biologicos -- Distribui@o geographica
143
do lixo; Santa Izabel ; Murutucu ; Fazenda Itacuan, Guama ( setembro, 1903) ;
Alemquer ( setembro, 1903) ; Arrayollos ( abril, 1903); Rio Xingd ( janeiro, 1904 ); Teffe
( setembro, 1904) ; Rios Purtis e Acre ( mar-co e abril, 1904) ; Oyapoc ( junho, 1904) ;
Amapa (setembro e outubro, 1905 ; agosto, 1904); Macapa, 1899).
Systematicamente e digno de nota ( e tomo a liberdade de referir-me ao que ja
disse em algumas paginas atraz ) que todos OS exemplares de Cellia ( Anopheles ) que
actualmente ainda possuo, corn excepcao de urn, pertencem a tal variedade <calbipes )>
de Theobald, minha ((tnvsi-~~ncz&rtn )), que urn so individuo do Amapa representa o
que se considera a especie typica C. argyrotarsis-albitarsis. Isto entao sera sempre e por
toda a parte mero accaso ? - A Stegomyia fasciata foi observada, pelo pessoal do
Museu, que esta exercitado ja n’este terreno, fora da cidade de Belem nas seguintes
localidades do interior : Manaos, - Obidos ( A. Ducke ), isoladamente. - Santarem
(A. Ducke ), isoladamente. E object0 de bastante sorpreza para mim constitue urn exemplar d’este famigerado Culicidio, que o mesmo nosso entomolog:sta trouxe recentemente
do Amapa. ( 1)
Forno
( 1)
Por incommoda qne seja a praga dos mosquitos nesta capital, facilmente julgaria exaggeradas as descripyBes
dadas IJOY Hmtl6oZdt e ontrosviajnntcs celebres quem nunca das cidades de Belem ou Jlanaos tivesse sahido a percorrer
certas regi6es pantanosas do interior dos dois Estados amazonicos. Tendo eu, nas Ininhas excurs6es em servigo do Museu,
travado conhecimento corn parte nAo pequena do interior do Estado do Para e do do Amazonas, visitando Inuitos logares
tambem repetidas vezes e em differentes esta@es do mno,
tive largo ensejo de constatar qnr as citadas descrip@es 60 rerdadeiras, embora devam ser applicxdas - felizmente ! - s6 2 algumas localidades. -Ko
Estatlo do Par6 merece Inenyao especial pela
abundancin dos IIIosqrIItos toda a regiao costeira do territorio do Bricarp; na villa de Nontenegro (Amap&) 1’0’: exernplo
em tempo de rerao OS moequitos constituem urn flagella ii~s~~p~JOrtavel,
tanto peor que nas legi6es destes insectos que infestam o referido logar 6 mui frequente a CC
moroyoca >) (Anopheies), cuja picndn i! incomparavelmente mais dolorosa que a
de todas as outras espwies. Purante as grandes chuvas do inrrrno (e este B alli muito mais forte que eIn qnalquer outrn
regi5o do Estado) OSmosquitos desappareceIn quasi por complete; - em maio do anno passado por exemplo noteI s6 poucos exemplares, a0 contrarin ja no fim de junho a tlemora na mntta tornon-se um verdadeiro supplicio. Puma excnrs5o
que fiz nnquelle tenIp0, seguindo a estrada que conduz da villa aos campos da terra firm,e (cerca 7 ,‘ 2 kliometros) notei que a
matta em toda a sua extcnsRo era um verdadeiro viveiro de Inilhdes de mosquitos. A4 sombra da nIatta estes perseguem a
gente tanto de dia qne B noite, nos logares expostos ao sol porem desapparecem durante as horas quentes; assim se explica
o facto q”e, qnnn~lo aindn em 1901 nn citada villa OS mosquitos warn insupportareis mesmo de claro dia, no ver8o do
anno passado -- depois dos grantles Inelhorarnentos ali introduzidos pelo sr. Coronel Tavora, princiyalmente pela eliminaTao das capoeiras e das bnrracsas decadentes que constituiram excellentes escondrijos para OS mosquitos -- sua appariqao
na villa limitava-se 6s horns nocturnas. - Ko Aricary a zona infestada pelos mosqnitos nao se afasta muito dos Ciriubaes
e dos campos alagados ; em C’nlyoene e na Ponta dos indios ri ernbocadura do Oyapoc-logares
onde o cnmpo baixo fica
perto -ha
ainda ItIuitos, quando na regiao das minas de C’alyoene ou no posto fiscal do Oyapoc -1ogares situados na matta
da terra-firme - o use do Inosquiteiro 6 perfeitamente dispensnvel. Da costa do Aricary a regi5o da abundancia de mosquitos acompanha a nInrgem esquerda da embocadura do Amazonas; perto da cidade de Macapsi e mais ainda nos rios
*da costa de Mazngao ( par exemplo no Ananerapucd ) coma na cidade de Mazngao mesmo a CC
moroqoca u no rerao B frequentissinia. Aindn na regiao de .Irr:Iyollos, principalmente 110s campos baixos 6 raiz da serra dos castanhaes, OS82zo2312eZes
Go terriveis.
*As ilhas da foz do Amazonas, ernbora muito pantanosas, $0 muito menos infestadas pela praga dos mosquitos
do que OS logares aciIna citados; no Anajas par exemplo (coma alisis em todos OS rios de agua preta ) quasi nao se vi!
mosqui tos.
ISas cidndrs e villas do baixo Amazonas ha rnnitos mosquitos no principio da esta@o secca, mas eIn Prainha,
hlontealegre, Santarem e Obitios nunca pude encontrar a CC
moroqoca 3. Sao I’ne?ziorhy~zchz~s, Pa,zopl*ites e Culex, relativamente inoffensivos, que predoruinam ah. SOS cxcoaes chega-se a ter o rosto e as InBos cobertas de Tuenio~hynchus, mas
seni sentir par isso mas conseqnenrias. Differente 6 o case em Alemquer, logar alias agradavel B beira de bellissimos campos, Inas onde no principio e muito Inais ainda no fim do inrerno OS Inosquitos 60 nnmerosissimos; nos campos baixos
geram-se muitas CC
moro~ocas )), e uma excursao nns mattas e capoeiras traz a desagradavel consequencia de inflamma@o
do rosto e das maos. Ali vi a gente 6 bocca da noite fazer fumayn de esterco de gado para afugentar OS mosquitos, mas
, *
e 1nstanIente a CC
Inoro~oca >), que menos se incommoda corn este processo. Entrr villas e cidades neste Estado i! a Alemqner que compete o segnndo logar (depois do AmapG) na escala da frrquencia dos mosquitos. - Kas aguas escuras do
Trombetas n5o encontrei mnita lnaga. O mesmo da-se em Fare, porem lembro-me ter sido victima dos A22o$eles n’uma
exciirsao em que passei uma noitt! ao p6 da Serra do &pa ( JanIundA ). Em Santar&n, Itaituba coma provavelmente em
todo o baixo Tapajoz ( rio de agua escura) OS mosquitos s80 extremarnente raros ( menos a Steyomjn
nas casas da cidade
de Santa&m ); Anopheles nunca vi.
Xo interior do Estado do Amzonas Q em geral mais o pimz que incommoda a gente, do que OS mosquitos, embora tnmbem estes sejam muito frequentes. 0 Anopheles encontra-se ali quasi em toda parte na matta geral, porem nunca
em tamanha qnantidade coma nos campos alagados do baixo ,4mazonas e do Aricary. Um logar excepcionalmente infestado 6 Tabatinga ; a matta geral trm poucos tnosquitos e nenhnIII pium, mns o forte corn seus edificios em ruinas e suas
capoeiras nunca limpadas 6 um foco de prngas de prirneira ordetn. Nunca me esquecerei da quinzena alli passada, tanto
Pormenores biologicos -
144
DistribuiqZo
geographica
Durante OS ultimos annos me esforcei outrosim por organisar tabellas phaenologicas tendo por fim colligir elementos para julgar da frequencia numerica das diversas
especies de Mosquitos em rela@o As varias estaqdes do anno, tomando por base de
observa@o naturalmente o Museu e OS seus arredores. Reconhecendo todavia que este
material, que exige maior lapso de tempo, se acha em phase ainda por demais fragmentaria hoje, resolvi transferir a sua publica@o para occasiao ulterior.
.
Eu tinha igualmente a principio nutrido o plano de accrescentar aqui ainda urn
capitulo especialmente dedicado 2 anatomia interna e a histologia comparadas das imagines e das larvas das nossas especies de Mosquitos paraenses as mais importantes,
mormente de Stegomyia fasciata e de Culex fatigans. Dependendo porem a realisa@o
de semelhante project0 sobretudo da faculdade de poder dispor de ampla liberdade de
ac@o em materia de illustra@es, tenho de resignar por ora, todavia pronunciando a
esperanqa, que me seja ainda dado fazer d’este estudo assumpto de uma publica@o
especial no futuro.
PAR&
Fevereiro de 1904.
mais clue pnrn colleccionar insectos e plantas era ohrigndo a percorrer as capoeirns envez de permanecer a maior parte
do dia debaixo do mosyuiteiro. Ko forte mesmo os mosqnitos sRo de din tanto frequentes clue :i noite e alem d’elles ha de
dia ainda nuvens de pium. Entretanto o logar n,?o & pantanoso; parece envez que o estado decxdente do forte 6 o principal factor de tamanha frequencia destes sangumarios animaes. Felizmente parece GO haver ali dnopheles.
Embora f&a dos limites da Amazonia, quero ainda fallar sobre OS Mosqnitos obserrados n’uma viagem nocturna
no mangue do littoral do Maranhgo, da fazenda Piry-mirim
6 Alcantara. Embora alli n5o houresse agua dhce, fomos nssaltados por verdadeiros enxames de mosquitos, OS quaes indnbitavelmente se geriram nos pantanos de agua salobra.
Bekm
do ParA, l&L--Mayo
de 1905.
Confercncia
sob-e Stegomyia
e a febre amarella
145
IV
Stegomyia fasciata, o mosquito transmissor da
febre amarella, e o actual estado de conhecimentos
sobre a causa da mesma molestia.
(Conferencia realisada perante o Congress0 International
de Zoologia em Berna ( Suissa), agosto, 1904 ). ( * )
1). Coileccionamento methodic0 que ja dura alguns annos, dos numerosos Culicides ou mosquitos haematophagos da regiao amazonica, ensina-nos que devemos considerar coma principalmente molestando o homem e portanto merecedores de attencao
do ponto de vista sanitario, as especies: 1) Anopheles argyrotarsis e a variedade, muitas vezes encontrada simultaneamente e nas mesmas localidades, Anoph. argyrotarsis albipes ( Theobald ). 2 ) Mansonia (Panoplites) titillans e M. amazonica. 3 ) Taeniorhynthus fasciolatus. 4 > Ianthinosoma Lutzii. 5 ) Culex confirmatus. 6 ) Melanoconion atraturn. 7 ) Stegomyia fasciata. 8 ) Culex fatigans.
2). As 6 especies enumeradas em primeira linha, ao lado de algumas outras,
as quaes somente assiste urn papel mais secundario, perseguem o homem, umas mais
durante o dia, outras mais durante a noite! mormente ao ar livre : na mata, no campo,
no cipoal e no brejo, ao passo que as duas ultimas, Stegomyia fasciata e Culex fatigans
c*> Vertido
pela primeira
vez do original
allems
para 0 portuguez.
1-46
Conferencia
sob-e Stegomyia
e a febre amarella
tornaram-se flagellos domesticos propriamente ditos, molestando sobretudo o morador
das cidades. A sua vida, corn todo o seu cycle evolutivo, se desenrola dentro e ao
redor das habita@es humanas. No mais a Stegomyia fasciata 6 urn animal predominantemente diurno, corn pronunciadas inclinacdes photophilas, ao pass0 que o Culex fatigans deve ser chamado da mesma f&ma urn insect0 nocturne. A actividade de ambos
se substitue, reveza e completa actualmente na cidade do Par& em regular cycle
diario.
3). Ao lado das especies que se tornam penosas pela sua indole sanguinaria e
a sua impertinencia, pelo seu numero e a d&- physica produzida no moment0 da picada, e que se deixam rubricar em hierarchia especial, uma importancia sanitaria indeclinavel desde j& se percebe nitidamente nas seguintes 3 especies : 1 ) Anopheles argyrotarsis - em rela@o 6 Malaria, 2) Stegomyia fasciata -- em rela@o j Febre amarella
e 3) Culex fatigans - em rela@o ;i Filariase.
4). 0 Anopheles entra menos em conta para a cidade do Par& do que para
as zonas baixas e paludosas no interior do Estado, para o sert%o. Attento a que o
Anopheles, conforme observa@es pessoaes nossas, raras vezes, ou s6 esporadicamente
se apresenta na cidade e sua peripheria (cerca de 8 - 12 exemplares durante OS ultimos 2 a 3 annos) creio poder predizer positivamente que dos diversos cases de molestias febris, as quaes sao reunidas pela medicina indigena debaixo da no@o collectiva
crimpnludiswto )), a maioria vae ser reconhecida coma jazendo f&-a da concep@o <<MLJznrin )>,quando submettida ao microscopio e ;i investiga@o methodica do sangue. 0 que
se encontrar por ahi de ((malaria )) genuina e propriamente dita, ter& sido adquirido
por via de regra no interior do paiz e trazido de f&a.
5 ). NZIO tendo sido cabalmente investigado ate agora em especie alguma de
Culicideo do Nova ou do Velho mundo o problema da alimenta@ na sua interferencia
na dura@o da vida e na fertilidade das femeas, nem tZIo pouco o problema da copula
na sua reac@o sobre a haemaphilia das femeas, iniciou-se no Par& durante o anno de
1903, corn Stegomyia fasciata e Culex fatigans, uma longa serie de experiencias, pela
qua1 ficaram definitivamente investigadas estas rela@es pelo method0 experimental e
conforme urn plano methodic0 e urn questionario minucioso, servindo-se de cerca de 220
individuos adultos de uma especie e approximativamente 260 individuos da outra es*
pecie.
6). Entre OS resultados dessa investiga@o, que f6rma o assumpto de uma memoria circumstanciada, publicada no idioma portuguez, faz alguns mezes, chamo a
atten@ especial para OS seguintes :
Conferencia
sob-e Stcgomyia e a febre amarella
147
a)
me1 e succo assucarado formam, para o i;tzdirclicEz~o
feminino da imago de
ambas as especies mencionadas de mosquitos, uma alimenta@ vantajosa no sentido de
prolongar a dura@o da vida ; outro porem ser;i o julgamento, tendo-se em vista o interesse da consevvn@o dn especie, pois este modo de alimenta@o exerce visivelmente
uma influencia retardativa sobre o process0 da reproduc@o, isto e, sobre a postura dos
ovos. Mediante exclusiva alimenta@ corn me1 foi possivel reter a postura dos OT’OSat6
alem de 100 dias, para deixal-a subitamente realisar-se pela interpola@
de aliment0
sanguine0 ;
b) a suc@o do sangue tornou-se para as femeas das mencionadas especies de
mosquitos um postulado necessario e indispensavel para a postura de ovos capazes de
se desenvolver. Eu digo expressamente: . . . . . t<tornou-se )> porque diversas razaes
levam-me a supp6r que temos ahi uma innos-a@o de adapta@ relativamente moderna,
cujas vantagens poderiam ser encontradas por urn lado na matura@o accelerada dos
01-0s ovariaes, por outro lado porem principalmente n’um accrescimo quantitativo dos
proprios ovos ;
c ) JLi corn uma unica ra@o de sangue torna-se sensivel o effeito favoravel para
a postura, tendo comtudo esta por effeito s6mente uma soltura partial e fraccionada
dos ovos. Urn esgotamento propriamente dito da provisao de ovos s6 succede depois de
duas a trez rac$es de sangue em intervallos parallelos 2, rapidez da digestgo.
d) Dig-no de nota e que tambem imagines femininas nao fecundadas podem proceder ;i postura de ovos depois de alimenta@o sanguinea. OS ovos assim fornecidos
todavia provaram em todos OS cases serem inaptos a se desenvolver; designo-os coma
pseudo-parthenogeneticos.
e) Assim se acha portanto demonstrado por process0 experimental, pelo menos
em rela@o ZIS duas especies de Culicides precitadas, uma relaCBo de dependencia entre
a postura normal dos ovos e o chupar sangue n’um vertebrado superior - rela@o
de dependencia que dever;i ser reconhecida coma phase de transi@o para o parasitismo definitivo. Ser& assumpto de investigacao especial examinar se esta rela@o de dependencia podera ser constatada, e ate que grao, tambem em outras especies de mosquitos que molestam, pela suc@o de sangue, o homem e OS vertebrados superiores.
f ) Na Stegomyia’ fasciata n8o p6de pairar duvida alguma, que tambem OS machos se tornam incommodativos ao homem sorvendo gottasinhas de suor na superficie
do corpo. Para uma perfura@o effectiva da epiderme, porem, a sua tromba 6 demasiado fraca. Ora, as femeas, n’este sentido melhor apparelhadas, nao se contentaram corn o
chupar de suor e de serum e passaram a perfurar habitualmente e avanqar em demanda directa ao sangue dos animaes-hospedes. E’, d’est’arte, bellissimamente demonstrada
n’esta especie o caminho historic0 e o percurso evolutivo percorrido pela haemaphilia.
E’ digno de atten@,o outrosim, do ponto de vista sanitario, que ao longo do littoral do
Brazil a impertinencia da Stegomyia nas imagines de ambos OS sexes se comporta visivelmente proportional A altura da temperatura, respectivamente 2 intensidade da
transpira@o.
7 ). Ao contrario da opin%o at6 agora assaz divulgada, que supple a patria da
Stegomyia fasciata ser a regiao antilhana, ligando o seu primeiro apparecimento corn
Conferencia
sobre Stegomyia
c a febre amarella
a viagem da descoberta de Colombo, eu ngo hesito, por diversas razdes que resultam
em primeira linha de urn exame critic0 da actual distribui@o geographica do genero
inteiro Stegomyia, em estabelecer esta outra de que a patria, proveniencia e centro de
dispersao d’esta perigosa especie de mosquito deve ser procurada na Africa. A sua dissemina@o sobre a costa neotropica atlantica explico-me ( tal coma em r&o poucos outros transmissores que hoje no Brazil se costumam attribuir ao inventario apparentemente indigena de molestias) pelo trafico de escravos em tempos passados.
8 ). No que diz respeito 6 phase actual da quest20 da febre amarella, a supposicgo hoje j& universalmente acceita, e baseada em experiencias realisadas em Cuba
pelos medicos norte-americanos Reed, Carol1 e Agramonte - a saber que esta molestia deve a sua origem ;i picada da especie de Culicides Stegowzyin fnscintn, achou
agora todo recentemente tambem no Brazil e na Sul-America inteira applauso geral, tanto
que na imprensa d’estes paize3 interpreta@es discrepantes e duvidas s6mente isoladas
se arriscam. 0 sentiment0 da certeza n’esta conclusgo encontra no Brazil o seu reforGo principal pelos ensaios de repeti@o da experiencia cubana da transmissao artificial por uma commissao medica no Estado de S. Paulo, por urn lado, e por outro lado
pela commissao medica ( Drs. Marchoux, Salimbeni e Simon ), enviada pelo Instituto
Pasteur de Paris ao Rio de Janeiro corn o fim de estudar a febre amarella.
Annales de Hnsti9 ). No seu 6Rapport )), publicado em novembro de 1903 nos <c
tut Pasteur JJ,sobre OS resultados dos seus estudos, a mencionada commiss%oestabelece
outrosim ainda OS seguintes resultados, conclusdes e conjecturas :
a ) Para proi-ocar febre amarella, o mosquito deve primeiramente ter-se infeccionado, chupando sangue de urn doente amarillico durante OS trez primeiros dias do
curso da molestia ( pag. 729, Conclusion 17 ) e o serum do doente do terceiro dia 6 virulento (pag. 728, Conclusion 1).
b ) A Stegomyia infeccionada 6 perigosa s6mente depois de urn intervallo de
12 dias desde a resorp@o de sangue virulento (Conclusion 18) e o seu perigo augmenta na propor@o da differenca do tempo que decorre entre a auto-infec@o e a re-picada
( Conclusion 20).
c ) A picada de duas Stegomyias infeccionadas pdde dar origem a urn case
grave de febre amarella ( Conclusion 19 ). Mas a picada de mosquitos infeccionados ngo
causa infallivelmente a febre amarella (ccne donne pas fatalement la fi&re jaune )>)
( Conclusion 21).
d) A opiniao popular de que a infec@io da febre amarella se effectua de noite,
explicar-se-ia pela circumstancia da femea de Stegomyia, depois de ter chupado sangue
pela primeira vez, inserter a sua vida ate entao diurna, para tornar-se d’ahi em diante
urn insect0 nocturne (pag. 693). Por uma conclus%ocomplementar necessaria resultaria
d’ahi que as fcmeas de Stegomyias infeccionantes deveriam ser procuradas e encontradas unica e exclusivamente entre OSindkiduos que picam de noite.
Conferencia sobre Stegomyia L‘ a feh-e arnarella
149
e) tambem a copula se real&a de noite e na escuridao, sendo raras vezes e
difficilmente obseryada ( pag. 6Sl) e, em geral, as mais importantes funccdes vitaes
d’esta especie se realisam sob a protec@o da escuridao nocturna ( c<c’est surtout B la
faveur de l’obscurite et pendant la nuit que s’accomplissent les fonctions les plus importantes de l’existence de l’espece )) ( pag. 6S6).
f ) Embora se confesse que a miss80 findou negatiyamente n’este sentido, que
outra yez nem no mosquito proprio. nem no sangue poude ser demonstrado o <c
agenw
da febre ‘amarella ( c(nous n’avons reussi jusqu’a present de mettre en evidence l-agent
de la fieyre jaune >)) (pag. 730. Conclus. 30), todayia pela marcha toda da investiga@o,
do questionario e da argumenta@o resalta corn nitidez impossiwl de desconhecer, que
a existencia e a actividade de urn parasita do sangue, ( - coma causador organisado e
animal de molestia, corn marcha evolutiva temporariamente determinada e duracao dada
da incuba@o, ligado 5 transmissao por certos indiyjduos femininos de Stegomyia infeccionados - ) formou a supposi@o, opinigo e ponto de partida. pendentes no ar -, digamos em summa, suppoz-se uma relacao de analogia exactamente congruente entre
Stegomyia e Febre amarella, coma ells de facto existe entre Anopheles e Malaria pelo
intermedio do c<
Plasmodium malariae )j e entre Culex fatigans c Filariase pelo intermedio da Filaria sariguinis hominis.
10). Conscienciosos estudos originaes sobre OS pormenores do modo de vida da
Stegomyia fasciata por urn lado; a occasiao pessoal de observacao exacta e de accompanhamento desde o primeiro principio ate o exito infelizmente letal de urn case typic0
de febre amarella por outro lado ; outrosim o aprofundar a literatura medica a mais
recente ( 1 ) bem coma a anterior sobre a febre amarella e finalmente o raciocinio critico e o exame do que cheguei a yer pessoalmente durante 20 annos n’um meio considerado mais ou menos coma classic0 a respeito da febre amarella e a ouvir de fonte
merecedora de fe, - tudo isto levou-me a inabalavel conviccao de que exactamente
em algumas d’aquellas questdes biologicas concernentes ao modo de yida da Stegomyia,
que s%o de alcance na presente discus&o coma pontos essenciaes e cardeaes, a verdade
e diversa do que poderia parecer pela exposicao da commissao medica franceza. E tal
qua1 coma divergem OS meus proprios resultados biologicos relatives ao mosquito da
febre amarella, tambem em relacao ii etiologia da febre amarella yejo-me impellido par-a
uma concepcao diyersa, que tentarei precisar em termos breves:
11). Em primeira linha direi que eu tambem me confess0 adept0 do conhecimento de que 6 na Stegomyia fasciata que temos de procurar o transmissor e disseminador da febre amarella ;
( 1 ) K’esta occasiio 1~30 posso deixar de frisar, que o sul stancioso e escellente t Report of the Yellow FeverExpedition to Par5 1900 ), editado pela G School of Tropical Medicine >’ em Liverpool ( 190, ) e redigido peios medicos
inglezes Drs. Durham e Xyers ( dos quaes o ultimo succumbiu corn0 victima do seu zelo profissional ) me foi de valor dc
todo especial pela sua esposiqao sobria e objectiva.
150
Conferencia
scbre Stegcm\-ia
e a febre amarella
12). Ao contrario porem da moderna corrente de opiniBo, que o (<agens )>da
febre amarella deve ser reconhecido n’um parasita organisado do sangue em analogia
corn a rela@o entre Anopheles e Malaria ( Plasmodium malariae ), sinto-me impellido 5
supposi@o de que uma tal analogia, que quadrasse total e completamente, nao existe e
que 0 c<
agens )>deve ser antes supposto na f&ma de urn veneno organico, n’uma toxina,
que em primeira instancia normalmente possue a sua &de e ponto de partida nas glandulas salivares de Stegomyia fasciata e 6 inoculado ao homem mediante a picada. ( 1 )
13). Cada picada isolada 6 venenosa em geral e coma transmissor normal age
e serve por si s6 cada individuo feminino de Stegomyia no moment0 da picada. Cada
picada 6 uma infec@o partial; a infec@o total 6 alcancada pelo effeito sommado de todas as picadas isoladas, isto 6, de todas as infeccdes parciaes.
14 ). 0 veneno inherente Lis glandulas salivares da Stegomyia 6 fretado pelo
sangue da peripheria para as partes internas e o figado, seja na luta contra este ( o que
julgo mais provavel ), seja coma alliado d’elle ( podendo talvez transformar por sua lirez
em toxinas novas, venenosas ) fica incitado a uma actividade anormal, que acha a sua
expressao interna e externa n’um icterus de alto grau. (Conforme 0 julgamento uniforme, no exame cadaverico, o figado intensamente amarello, gordurosamente degenerado,
6 t8o regularmente o primeiro phenomeno, que prende a atten@o, coma o amarellar
mais ou menos extensive da epiderme costuma contar entre OS signaes nosologicos constantes em certa phase da molestia - , tanto que, corn toda a razgo, foi at6 aproveitado
para a propria nomenclatura da molestia.
15 ). Se nas descripcdes de envenenamentos occasionados pela mordedura de
outros animaes venenosos, portanto pelo secret0 das suas glandulas salivares, se elimi-
( 1 ) Para definil e circumscrever de mode mais exact0 a minha opini5o e maneira de v& em opposi+o :is
tendencias actualmente em moda nos circulos medicos, eu desejava aqui frizar e archivar uma vez par todas, que eu VZ~IZOS
we oppod~o d acceitagiio de 11111
parnsitrr do stangfrf’CI~ fferdI, do que ii de z/m par-asitil do snugue reIaLizunlente tZ0 gsaude e
propel-cionnlnlerIre hem drsemlolvido, coluo 110scnsos da MaInl-ia e dn Filiariase.
A prudencia ainda aconselha a reservar espaqo para a possibilidade de no fim das contas eventualmente uma
d’aquellas diminutissimas f6rmas de bacterias poder entrar em acgao, e que. se nao podem ser vistas directamente coma
individuos isolados pelos nossos actuaes meios de reconhecimento opticos e outros, comtudo em massas compactas podem
assumir f&-ma e fe+o
accessiveis a’ percep+o pelo sensorio.
Semelhante possibilidade transparece tamb6m por Go poucos trechos do valioso relatorio da commiss5o medica
ingleza ( Dr. Durham e Dr. Myers ) relativamente aos seus estudos realisados no Par& Logo n’uma dos primeiras paginas
encontra-se a phrase : cc
That a S;ellow fever microbe esists there can be no question )). ( pag. 3 ). Falla-se lri de certa especie de bacteria, que por urn lado foi encontrada nos cliversos orggos de doentes amarillicos, por outro lado no proprio
mosquito Stegomyia e parece que a regularidade do seu encontro Go falhou de produzir impress20 no animo dos mencionados autores.
Se, por urn lade, pela concessao de tal possibilidade o ponto de vista rigorosamente theorico se desloca de alguma
f6rma, eu. pelo outro lade, o lado pratico, nlio consigo entrever uma desloca@o multo essential da situa@o. Todas as
questbes. por exemplo, attinentes ao terreno da prophylaxia e da defensiva, n5o seriam affectadas pelo veredictum, qualyuer
que seja o seu theor. Tambdm o que ha de especifico na minha supposi@o sobre o modo da transmiss%o e da dissemina$5o
Conferencia
sobre Steg>myia
e a febre amarella
151
nam OS phenomenos locaes (OS quaes, proporcionalmente ao tamanho da ferida e &
quantidade do veneno injectado, naturalmente predominam, as vezes), a facies nosologica restante e fornecida pelos phenomenos geraes ganha uma certa semelhanca difficil
de desconhecer, _com a febre amarella (Confer symptomatologia da mordedura de cobra
(ophidismo) em Scheube ((Krankheiten der warmen Lgnder )> 1903 (pag. 450-461) pag.
453, Especialmente o icterus parece apresentar-se coma phenomeno usual de acompanhamento, o que, ao ler da respectiva litteratura medica (vide por exemplo Scheube, lot.
cit. 3. Aufl. 1903, pag. 461 seg.), n8o deixou de impressionar-me de modo todo duravel.
Que se compare o que l& se refere em rela@o & symptomatologia da mordedura de
escorpiOes ( pag. 463 - 464 ), de certas aranhas ( por exemplo Latrodectes mactans ) pag.
465, e de carrapatos (Ixodideos) (pag. 465-466).
16). Mas tambem outros envenenamentos corn materias organicas e anorganicas fornecem urn quadro nosologico no qua1 o icterus e a destrui@o haemolytica se
apresenta de urn modo imponente no primeiro plano ; basta, por esemplo. lembrar OSenvenenamentos corn phosphoro.
17). A erup@o da febre-amarella n’um recem-chegado - o qual, se de urn aspecto florescente, cheio de sangue e fortemente transpirando. possuir;i particular forCa
de attrac@o para a Stegomyia - parece em geral effectuar-se de modo que depois de
precedida por uma infec@o total de Stegomyia, que poderci extender-se sobre semanas
e mezes, o escapamento se realisa mediante urn embaraCo gastric0 (catarrho intestinal, resfriamento. etc. ). A situa@o 6 assaz bem comparavel % de uma arma de fogo
carregada e armada, onde a detona@o se faz em consequencia de um pequeno trabalho mechanic0 no gatilho: se este r&o se realisar, tambem a detona@o ficara sem
se fazer : a arma, carregada e aperrada, poderA enferrujar - 6 a immunisa@o natural.
18). 0 embaraco gastric0 affectarg em ultima instancia as func@es do figado
e assim a toxina, fornecida pela intoxi@o mediante a Stegomyia e armazenada, poderia ser instigada & virulencia e auxiliada em seu effeito destruidor.
19 ). Deve-se portanto distinguir entre intoxica@o e phenomeno de acompanhamento. A primeira se effectuar2 de dia, ao passo que o ultimo ser& apanhado, por via
de regra, de noite. Assim se resolve o problema dos assim chamados ((Diarios de Petropolis >>( precisa s6mente juntar:se ainda a supposi@o, j& em si provavel, que contra a
intoxica@o adquirida de dia nos quarteirdes commerciaes da cidade do Rio de Janeiro,
age regularmente e corn successo a forma@0 de uma anti-toxina favorecida pelas mudanqas climatericas ), problema que tanto quebrar de cabeqas causou e em favor do
qua1 <<pour le besoin de la cause >>a commissao franceza no Rio de Janeiro violentou
OS factos, fazendo da femea de Stegomyia urn animal nocturne. Mas o que se adquire
Co nferencia sobre Steg-omyia e a febre amarella
de noite, nao sera tanto a infeccao da propria febre amarella, coma a materia inflammavel para a explosao e a occasiao para o escapamento da catastrophe. Assim
o compromisso entre o empirismo popular e a realidade dos factos fica, por urn meio
simples, removido para o foco de uma claridade comprehensivel.
A relacao mutua entre intoxicacao e antitoxina, coma ella se me afigura, poderia ser corn vantagem comparada corn uma conta-corrente, onde no Deve e no Haver
lancamentos diarios sao escripturados, guardando entre si quasi o equilibrio: effeitos
sommados em relacao a quantidade e a duracao de tempo, em ambos OS lados. Urn
pequeno saldo diario a favor da antitoxina approxima, para aquelle que reside continuadamente n’um ambiente de febre amarella, a chegada da immunisacao ; a relacao inversa porem se inicia, por exemplo, por urn embaraco gastrico, repetindo-se case e effeito da gotta d’agua, pela qua1 o cope repleto 6 levado a transbordar. Que o deficit
efficiente quer de urn lado, quer do outro, n%o precisa ser la muito consideravel, 6
demonstrado nitidamente pelo facto de que nos taes <(Diarios de Petropolis )>jamais se
estabelece uma effectiva immunisacao.
20). Pelas consideracoes antecedentes nao tenciono absolutamente negar a possibilidade da infeccao de uma pessoa san por urn doente amarillico pela transmissao directa mediante a picada de Stegomyia. Pelo contrario, a minha propria opiniao da natu_
reza e do modo de originar-se a febre amarella carece d’esta possibilidade e supponho
mesmo que a uma tal toxina assiste uma virulencia augmentada e urn effeito potenciado.
Ligo corn este modo direct0 de transmissao OS cases corn duracao minima de desenvol-,
vimento e as epidemias propriamente ditas, alastrando cyclicamente, ao passo que explico pelo caminho lento da intoxicacao fraccionada mediante OS effeitos reunidos das
picadas isoladas, a genese abrupta e salteada de focos da molestia de todo novos, supposto naturalmente: 1 ) que a Stegomyia exista na respectiva localidade; 2 ) que la sejam
dadas as condicdes de existencia climatericas necessarias para e sua reproduc@o desembaracada.
21). Na marcha nosologica da febre amarella distinguem-se : primeiro, urn estagio inflammatorio-congestive ; depois, urn estado de remissdes, que se delimita contra o
outro pela queda da temperatura. Ora, constitue uma conhecida particularidade d’esta
molestia, que a entrada da mencionada remissao nao observa regra certa alguma de
tempo, podendo tanto apresentar-se depois de 2 a 3 dias, coma depois de decorrido o
dobro d’esse tempo. N’esta irregularidade caprichosa reside, ao nosso ver, mais urn valioso argument0 para a supposicao de uma toxina, porque no case de existir urn paiasita do sangue em estricta analogia a Malaria, deveriamos esperar que a sua existencia
achasse a sua expressao externamente visivel e perceptive1 por uma periodicidade temporaria, mais ou menos nitidamente pronunciada, e por urn period0 incubatorio submiss0
a regra e a lei.
Confercncia
sobre Stegomxia e a fcbrc amarclla
153
22 ). Deveria ser possivel, por urn trabalho cuidadoso e paciente preparar (<en
masse )’ de thoraces frescos de Stegomyia, onde se acham localisados no quadrante anteroinferior as glandulas salivares, a secre@o d’estas glandulas salivares em estado de reaccao plenar e em quantidades taes que fossem sufficientes para permittir experiencias
directas physiologicas e therapeuticas e fizessem mais nitido o process0 de intoxicacao,
em escala augmentada. Taes ensaios seriam de urn interesse de todo especial em dupla
direccao : 1) em relacao A questao do comportamento do sangue ao encontrar-se corn a
secre@o das glandulas salivares da Stegomyia ; 2) em rela@o ao comportamento do
figado no case da injec@o directa corn a dita secre@o.
23 ). Urn dos principaes periodicos de medicina do Brazil, o (<Brazil-Medico ‘),
hebdomadario publicado no Rio de Janeiro, traz n’um dos ultimos numeros que me
veio as m%os ainda pouco antes do meu embarque para CA, urn artigo corn a noticia
de recentes ensaios curatives, accompanhados de successo, em doentes amarillicos mediante injeccao de ((serum anti-crotalico )>e de <(serum anti-bothropico j), portanto mediante inoculacao de serum curative obtido e attenuado de veneno ophidico e dirigido
contra a mordedura e a peconha ophidica. Tambem OS homeopathas OS mais affamados do Brazil apontam corn orgulho para OS resultados favoraveis que dizem ter alcancado de ha annos e em tempos de epidemias intensas, na luta contra a febre amarella
pelo seu especifico denominado <ccrotalus )) e preparado corn a secrecao da glandula
salivar venenifera da cascavel. Podera pensar-se a este respeito coma se quizer, n8o se
consegue libertar-se n’esta emergencia da divisa c<Similia similibus )) e se no campo,
tanto dos allopathas coma dos homeopathas se aponta para a applicac8o de taes sub.-stancias medicamentosas manipuladas corn veneno ophidico, por emquanto coma resultado de reconhecimento meramente empirico, sera permittido constatar que a theoria
hoje em dia jG esta preparada para apresentar a respectiva explica@o, e que a minha
supposi@o da febre amarella coma uma intoxica@o pela secrecao das glandulas salivares da Stegomyia recebe, d’este lado empirico, significativa allianca.
24). Se a minha theoria, achada mediante meios de todo independentes, vier a
receber, coma estou convencido, pela sciencia medica, em tempo n%o muito remoto a
sua confirmac%o nos seus pontos essenciaes, vejo, qua1 astro clemente, luzir por cima
da humanidade soffredora a fundada esperanca de que a fragil embarcacao em busca
de prophylaxia e defensiva efficazes estribadas em principios scientificos inderrocaveis,
abandonando o dominio das ondas no mar largo do accaso, ache o verdadeiro canal e
entre no porto seguro do saber positivo.
25 ). Do ponto de vista prophylactic0 ficara de pe, coma regra fundamental,
depois coma d’antes : ((0 ultimo case de febre amarella coincidira corn a ultima femea
de Stegomyia. Exterminae este transmissor dentro e ao redor das cidades, e esta mo=
1,T-f
C’onferencia sobl-c Stcgomq:ia e a feh-e amarclla
lestia se extinguira por si mesma u. A febre amarella somente r&o se extinguir% n’aquellas cidades, onde e emquanto r&o se quer ! - Pleno applauso merece o procedimento radical. baseado n’esta orienta@ scientifica, que, applicado recenfemente por
parte do chefe do service sanitario federal do Brazil. Dr. Oswaldo Cruz, em rela@o a
cidade do Rio de Janeiro, corn brilhante successo, seguindo o exemplo e o preceito das
(<mosquito-brigadas )) postas em scena pelo benemerito medico e hygienista inglez,
Ronald Ross.
Original
allem5o redigido a bordo do vapor (CArgentina )),
durante a travessia do Brazil ;i Europa, em
julho de 190-c.
Traduzido
de
pelo autor
marGo de
em principio
1905.
0 s princi paes (YIosquiPos do par6
./
Est.
I
I
1.
i‘
0 s princi paes (MosquiPos do P,r6
Est. II.
!
0 s princi paes (VlosquiPos do P,rG
..
Est. III.
0 s princi paes’ (MosquiPos do par4
Est. IV.
I
I
0 s princi paes (Mosquiros do pari
Est. V
601
THE
ECOLOGY
OF THE
31OSQUITOS
SAVANNAH
By M.
Malaria
Ulzit, Ministry
W.
of Health,
(PLATE
(Received
OF THE
NORTHERS
GUINEA
OF SIGERIA.
SERVICE
Kaduna,
Northern
Nigeria.
XI.)
3rd May
196*3.)
CONTENTS
. ..
...
. ..
. .
...
. ..
...
Purpose of the survey
Description of the area and villages
Climate and meteorological data . . .
1::
1::
1::
1::
1::
. ..
. ..
...
. ..
. ..
...
. ..
.. .
Taxonomic note
...
Seasonal incidence and biting cycle
Relative attractiveness of indoor and outdoor humad’bait
1::
1::
.. .
...
...
Comparison of bait-net and test-tube catches . . .
...
...
The indoor day-time resting populatlion . . .
. ..
: 1:
Entrance and exit traps fitted to normal living huts 1::
Distribution of mosquitos resting on walls and tlhatjch of village huts
The outside-resting population
. ..
. ..
.. .
.. .
...
. ..
. ..
.. .
. ..
. ..
. ..
. ..
. ..
.. .
Sporozoite rates
...
. ..
.. .
. ..
...
.. .
. ..
.. .
Discussion
. ..
Summary
. ..
...
. ..
...
. ..
.,.
.. .
...
...
. ..
. ..
. ..
. ..
.. .
...
...
Acknowledgements
. ..
. ..
.. .
.. .
. ..
. ..
.. .
. ..
. ..
References
...
...
...
...
. ..
...
. ..
PAGE
601
603
606
606
607
61:;
613
614
615
618
620
621
624
627
629
6.30
Purpose of the sumey .
The purposes of the entomological investigations carried out’ between 1960 and
1962 in Northern Nigeria and described here were mainly to discover the behaviour
of the Anophelcs species within the Northern Guinea Savannah and to provide some
basic information on their bionomics prior to the introduction of any malaria
control or eradication campaigns.
The World Health OrganizatIion has shown
increased interest in the problems of malaria eradication in Africa, a continent
which has posed many difficult entomological problems, and, since the start of
this work, preparations have begun for the establishment
of a malaria preeradication programme in Northern Nigeria.
During the present investigations the main emphasis has been on the Anopheles
species, although much information has also been gained on the bionomics of the
On account of the importance of some of tIhese mosquitos, especially
Culicines.
Culex pipiens fatigans Weid., Mansonia uniformis (Theo.) and Al. africana (Theo.)
as either known or potential vectors of filariasis and pathogenic viruses, results
and observations relating to the Culicines have also been incorporated in the
present paper.
A large amount of detailed information, relating both to the species discussed
in this paper and also to the less common ones encountered, was collected during
this work, and some of it has been considered to be too extensive to be printed
This has been deposited, in the form of ten tables, in the archives of the
here.
British Museum (Natural History).
602
%\I. W. SERVICE.
I
i
i
I i i
ECOLOGY
OF
THE
MOPQCITOS
OF
THE
KORTHERS
GUIPI’EA
SAVASKAH
OF
NIGERIA.
603
Description of the area and villages.
The h’orthern Guinea Savannah is not very clearly defined from the northern
limits of the Southern Guinea Savannah, but is characterised by its distinctly
drier climate and predominance of Isoberlinia woodland, with I. doi& and 1.
dalxieli as the dominant species.
It is an open type of Savannah with grass
often attaining a height of about 4-6 ft. which in certain areas may become the
dominant form of vegetation.
In the dry season, man-made fires return much
of the potash to the soil but at the same time suppress the growth of many young
seedlings.
The topography of the area is gently undulating countryside about
2,000 ft. above sea-level.
Soil consists mostly of reddish-brown sandy laterites
These have a local
with granite outcrops and inselbergs occurring at intervals.
and specialised vegetation and provide numerous pools for rock-pool-breeding
mosquitos.
Many of t’he rivers and streams are fringed with a dense but narrow
growth of riverine vegetation, reminiscent of the flora found in the wetter south.
In the dry season the volume of water is greatlly reduced in the rivers and many
of the smaller streams dry up completely.
Most of the work was carried out in two typical Hausa villages.
The first,
Snguwun Rimi (hereinafter referred to as A. Rimi), is situated on the outskirts
of Kaduna town (10°30’N.,
07’28’E.)
less than 2 mile from the north bank of the
River Kaduna; the other village, Kangimi, is about 20 miles to the north and
about 2 mile from Kangimi stream.
This stream floods its banks in certain places
during the rains, forming small marshy patches of ground; in the dry season it
persists as a small rivulet of water.
A. Rimi is the larger of the two villages
having a population of about 720 people and 463 living huts, Kangimi has only
about 126 people and 72 huts, in both villages the mean number of people per
hut is 1.6.
The huts in both villages are made of locally dug earth, while the
roofs consist of a thick layer of grass thatch.
In A. Rimi about half the huts
are circular in construction, the remainder are square or rectangular in outline,
whereas in Kangimi nearly all huts are of the round type.
Windows are scarce,
the only openings to the huts are the 4-ft.-high doors which are usually kept open
at nights during the hot dry season and closed in the rains.
Very few huts have
any form of ceiling beneath the thatch roofs, which become heavily coated with
soot and tar due to the presence in the huts of ties for cooking purposes. In the
dry season, however, much of the cooking is done out of doors. -4 few householders have a separate small mud-walled thatch-roofed hut, without doors, which
is used as a kitchen; very heavy deposits of soot are formed in these huts.
In
Kangimi, and to a lesser extent in A. Rimi, a smouldering fire is kept burning
throughout the night underneath the mud beds during the cooler months of the
Both villages contain a few typical ‘ zaures ,‘ which are more common
year.
further north.
They are similar in size and structure to normal living huts but
have two large doorways opposite each other but, without any doors; they contain
no household furnishings and fires are not made in them.
Zaures are mostly
used as discussion centres where the villagers can sit during the hotter part of
the day.
Occasionally people may sleep in them in the warmer part of the year,
and in a few instances they may harbour goats, or even horses, and become
virtually converted into stables ; but this was not observed in the two villages
Grain from millet (PennisetTcm typhoides) and guinea corn
under discussion.
(Sorghum vulgare) which is grown on the nearby farms is stored in granaries
(Pl. XI, fig. 2). These vary greatly in size and also in construction, but essentially they consist of hollow, oval-shaped mud containers supported from the
ground by small legs; they have a thatch roof. Access to the grain is gained
either by liftin g off the thatch roof or by removal of a small mud panel in their
side. Chickens, ducks and domesticated guinea-fowl, which are common in the
villages, often congregate under these grain bins.
There were neither horses nor
cattle in either village, and comparatively few donkeys were kept, but goats and
606
M.
W.
SEmRVICE.
These are housed for part of the day, and for the entire
sheep were plentiful.
night, in goat stables, which consist of walls, of grass matting woven round
supporting sticks, and roofs of a loosely thatched grass. They have no doors,
the animals being tied to a centre stake, and are relatively open structures.
Some observations were also made in the encampments of the Fulani, who
They live in
are cattle-owners and have a completely different type of hut.
hemispherical huts which do not incorporate any mud in their design and in the
area under consideration are composed almost entirely of leaves (mainly Isoberlinia sp.) packed in between curved supporting sticks (Pl. XI, fig. 1). There are
no windows, and the doorways are only about 3 ft. high, covered at night, and
sometimes during the day, with loose doors of guinea-corn stalks or pieces of
board to keep out the cattle and goats which are penned at night in small thorn
enclosures.
According tlo the season, cooking is eit,her done inside the huts or
The Fulani do not form
outside; t’here are never any fires beneath the beds.
villages, but several huts in close proximity constitute one or two family groups,
several such communities separated by a few hundred yards forming a camp.
The Fulani near Kaduna leave their huts in middle or late November and move
a comparatively short distance to their dry-season grazing grounds, often returning
This is not a universal custom as in
to the same huts in the following rains.
some areas huts are abandoned and burnt, while others are made of tightly woven
grass mats termed ‘ zana ’ matting and are packed and taken with the people on
their migration to the dry-season camps.
The Fulani camps surveyed in the present work were about 2 mile from
A. Rimi.
ClimaAeand meteorologicaldata.
There are two well-defined seasons in Northern Xgeria.
In the Northern
Guinea Savannah the rains extend from about April to October and are followed
by a severe dry season of about five months; in more northern areas there may
The annual rainfall in
be as many as seven dry months per year (Nash, 1948).
the Northern Guinea Savannah varies from 40-60 in.; for Kaduna the average is
about 53 in. From December to January a strong north-east wind, the harmattan,
arrives from across the Sahara bringing with it small localised dust storms and
During the wet
occasionally lowering the temperatures at night to below 60°F.
season a milder south-westerly wind raises the minimum temperature at night
to about 70°F.
The mean total monthly rainfall figures for Kaduna for 1958-62 are given,
together with temperature and humidity data, in Table I.
The only meteorological data available for Kangimi are Dhe rainfall records of the Sleeping Sickness
Field Station situated about four miles to the south, at Katabu, and as these
figures differ only slightly from those of Kaduna they are not included in the table.
Taxonomic note.
In general, the classification and systematic arrangement
given by Stone,
Knight & Starcke (1959), and Stone (1961), has been observed, but with the
The mosquito Anopheles domicohs Edw. is considered
following two departures.
to represent a variety of the East African A. Zongipalpis (Theo.) (Adam, BruceChwatt & Hamon, 1956); A. brohieri Edw. is given as a variety of A. hancocki
The identification of A.. hancocki var. brohieri is
Edw. ( L4dam & others, 1956).
difficult in the adult state as it cannot be distinguished from A. hancocki var.
massegztini Hamon and sometimes proves t’o be inseparable from A. hancocki Edw.
So larvae were found during Dhe present investigat’ions that could be referred to
_i. hancocki var. bTohieG, so there is no definite evidence that this is the form
present in Kaduna.
However, Hamon (in press) has evidence that mosquitos of
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GUINEA
SAVANSAH
OF
NIGERIA.
607
this complex caught at human bait at Bobo Dioulasso, Republic of Upper Volta,
are A. hancocki var. brohieri.
As this locality and Kaduna are similar floristically
and appear to have a similar mosquito fauna, it is thought advisable to refer to
those caught at human bait as pertaining to this variety.
It has been shown (Service, 1964a) that mosquitos of the complex of A.
funestus Giles caught at human bait or in houses in and around Kaduna can
with confidence be ascribed to A. funestus, and not to any of its sibling species.
Also all those put aside for oviposition during the present investigations gave eggs
normal for A. funestus.
Therefore, all specimens of this complex were recorded
here as A. funestus sens. str.
Seasonalinoidenoeand biting cycle.
Methods.
To obtain information on the seasonal fluctuations and biting cycles of the
exophilous and anthropophilous species, biting catches were employed in A. Rimi
from August 1960 to September 1961.
To obtain large numbers, two catching teams working simultaneously in two
separate compounds were employed.
Each team consisted of two mosquito
scouts who, aided by the light from a small hurricane lamp and torches which
were used intermittently,
captured in test-tubes all mosquitos coming to bite.
These catches were performed out of doors eight times a month from 1800 to
There is little variation in times of sunset and sunrise in
0600 hr. local time.
Kaduna, the earliest and latest times of sunrise are 0608 and 0653 hr. local
time; corresponding times of sunset are 1804 and 1857 hr.
Times of biting were
recorded on the test+tubes, and after every three hours the scouts were changed,
This procedure should have avoided any bias in
new ones taking their place.
The same compounds were used throughout the series, and
personal attraction.
if rain interrupted a catch it was abandoned and repeated on another night.
Results from the two catching teams showed no appreciable differences
between either seasonal incidence or biting times and consequently they were
combined.
Results : seasonal fluctuations.
The results from the monthly catches are arranged in Table II; a total of 38
species was attracted to human bait, but the appearance of many of these was
Sufficient numbers were obtained of 11 species to permit
sporadic and scarce.
their seasonal fluctuations to be expressed graphically in figs. 1 and 3, which also
contain histograms depicting the precipitation over the relevant months.
The
various species obtained in these catches are considered in order of their abundance
and not in any taxonomic order.
Anopheles gambiae Giles is undoubtedly the most important mosquito that
bites man, and there is an explosive increase of this species towards the end of
the rains, in September; however, relatively high numbers are still caught up to
December, three months after the heaviest rains, and although its population is
drastically reduced from about January to May A. gambiae is nevertheless the
commonest species during the severe dry season. Apart from A. gam biae, A. nili
(Theo.) is the commonest anthropophilous mosquito at A. Rimi and with the
exception of March it is more abundant than A. funestus, a species which exhibits
a more gradual drop in numbers at the end of the rains than A. gambiae and
A. nili.
Its monthly fluctuations are similar to those of A. gambiae except that
a depression occurs in July.
Differentiation
between &I. uniformis and 11. af ricana was based on the
structure of the female cerci. It was found that, unlike the results from the
31.W.
608
SERVICE.
rain-forest at Ilobi (Boorman,
1960b) and Oloibiri (Boorman & Service, 1960),
where n/r. uniformis was the rarer of the two, i‘t comprised 97.2 per cent. of the
As shown in fig. 1 a sharp but
subgenus Alansonioides in the present catches.
short peak of high density of Jf. uniformis occurs immediately
after the rains;
rls shown later (p. 626)
for the remainder of the year the species is rarely found.
C. p. fatigans is mainly an urban species breeding in pollut,ed waters in towns;
96
64
1960
1961
MONTH
Fig. l.--The
seasonal fluctuat,ions of the commoner species caught at
human-bait catches in A. Rimi village in 1960-61. with histograms
showing precipation during the period of the catches.
The close proximity of ,4. Rimi to Xaduna
it is usually rare or absent in villages.
town, where C. p. fatiguns is the commonest species, enables it to infiltra,te into
the village and explains its abundance in a typical non-urban centre.
It has a
seasonal distribution unlike that exhibited by any other species (fig. l), having
a sudden increase in numbers in Spril and May, at the beginning of the wet
A similar sharp peak was recorded a
season, followed by a downward trend.
month earlier in 1962, in March and _4pril, and was shown by spray-sheet collecIn the months following
tions in houses to occur in both sexes (&de fig. 2).
ECOLOGY
OF
THE
J’IOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GUINEA
SAVANNAH
OF
NIGERIA.
609
these peaks at the beginning of the wet season there was a marked reduction in
numbers in both 1961 and 1962. Biting catches in 1960 and 1961 show a sharp
rise in their numbers in September, but for some reason t,here was no corresponding peak shown by spray-sheet collections in 1962. It, would appear that there
is a population build-up in the latter part of the dry season in the limited number
of favourable breeding sites available at that time, followed by an explosive
dispersal of the population with the onset of the rains and the consequent increase
0,
,
J
,
M
,
,
M
,
,
J
,
,
S
,
(
,
N
1962
MONTH
Fig. 2.-The
seasonal incidence of both sexes of C. 1). fatigans
caught in space-spray catches in houses and huts in and around
Kaduna in 1962.
in suitable breeding sites. The only other species with a maximum peak in the
early rains is Aedcs vittatlts (Big.) (fig. 3); in this instance the sudden hatching
of the dormant desiccated eggs by the early rains accounts for the phenomenon.
The monthly fluctuations, as shown in fig. 3, of Anopheles fkzvicosta Edw.,
A. sqllamosus Theo., A. pharoensis Theo. and A. rufipes var. ingrami Edw. are
remarkably similar ; all species make a sudden and brief appearance at the end
of the rains and either disappear or become greatly reduced during fhe dry season.
As Culex duttoni Theo. breeds almost exclusively in village clay pots, its
seasonal incidence will depend not only on rainfall but also on the availability
Fig. 3 shows that its main peak coincides with the wetter
of these in the villages.
months of the year and that its numbers are greatly reduced in the dry months,
but considerable monthly fluctuations occur.
Very few examples of Aedes aegypti (Il.) scizs. 7ot. (31), CLLlex nebltloszts Theo.
(18) or Ae. luteocephalus (New&.) (7) were taken biting man, although they were
The paucity
among the commonest
tree-hole-breeding species within the village.
of C. tzebulosus is possibly due to its preference for non-human blood in this
region ; however, van Someren, Teesdale & Furlong (1955) have recorded it at
human bait in East Africa.
Although Ae. aegypti is an established man-biting
species, and Boorman (1960a) found it biting commonly in the rain-forest in
southern Nigeria, Haddow & others (1951) found it biting man only rarely in
Bwamba,
Uganda, and Hanney (1960) obtained no specimens at human bait
Both Boorman (1960a) and Hamon (in
in Zaria Province of Northern Nigeria.
610
Al . W . SERVICE.
found it to be mainly crepuscular, and the low numbers in the present
series of catches may be explained by its peak activity occurring before 1800 hr.
when the catches were started.
It is not understood why Ae. Euteocephalus was
so rare at bait, as Hanney (1960) recorded it in large numbers at dusk, and botsh
Boorman (1960b) and Hamon (in press) showed it to have maximum bit,ing at,
or just after, 1800 hr.
press)
A. rufipes
var. inqromi
C duttoni
Ae. vittatus
1960
1961
MONTH
Pig. S.-The
seasonal fluctuations of the less common species caught
at human-bait catches in A. Rimi village in 1960-61, with histograms
showing precipation durin g the period of the catches.
It is interesting to find that Ae. furcifer (Edw.) was the second commonest
anthropophilous species of i4cdes in the village; it was also common in bait
collections in Kangimi (&de p. 614).
Kesults:
biting cycles.
The percentages of the total catch bitin, 0 at different hours throughout the
night a,re plotted in figs. 4 and 5.
The three main Anophelines, Anopheles gambiac, A. nili and ,4. funestus were
characterised by maximum
feeding occurring after midnight.
In having two
distinct peaks, the cycle in A. gambiac is quite different from that found in the
rain-forest (Mattingly,
1949), where a solitary peak occurred between 0415 and
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GUINEA
SAVSSXAH
OF
NIGERIA.
611
0515 hr., resembling the behaviour observed in Bwamba, Uganda (Haddow, Gillett
& Highton,
1947).
The present biting cycle corresponds more closely to the
indoor biting behaviour of A. gambiae as found by Hanney (1960), but differs in
the sharp decline of bitin g activity following the maximum biting time between
The biting cycle of A. TziZiis similar to that of A. gambiae
0300 and 0400 hr.
except that the maximum peak was earlier, occurring between 2400 and 0100 hr. ;
it differs from previous findings (Hanney,
1960), which showed maximum activity
between 2200 and 2300 hr. followed by a regular and continuous drop in numbers.
Vith
A. funestus, maximum
feeding took place between 2400 and 0200 and
between 0300 and 0400 hr., after which there was a sudden reduction in biting.
These results are not in agreement with those of Hanney (1960), who found a steep
rise between 2300 and 2400 hr. and, apart from minor fluctuations, persistence
The biting cycles
of this high level of biting until catching stopped at 0600 hr.
of C. duttolzi and C. p. fatigans were similar to each other, feeding took place
more evenly throughout the night than in the previous species, and the peaks.
which in the latter species were relatively small, occurred at about the same time
With M. uniformis there were three well-defined sharp peaks
for both mosquitos.
Although the
which coincided with the less marked ones of C. p
‘ . fatigans.
peaks were found at slightly different hours for A. fiavicosta, A. squamosus and
2a-
A qombiae
0-t
A nil1
24IS-
07
1800
A. funertur
,
,
2000
,
1
2100
,
I
2400
I
I
0200
I
I
0400
I
‘
0630
II-
0-t
l800
,
,
2000
,
,
2200
,
,
2400
,
a
0200
,
,
0400
,
(
ObOO
TIME
Fig. 4.-The
biting cycles of the commoner species caught at human-bait
catches in A. Rimi village in 1960-61.
M. W.
612
SERVICE.
rufipes
var.
ingrami, they all fed mainly in the first half of the night.
Despite
A. pharoensis being close taxonomically to A. squamosus, its biting cycle differs
by also having a well pronounced peak in the second half of the night.
The only
species within the genus Aedes caught in sufficient numbers to enable its biting
cycle to be expressed graphically was AC. vittatus, which fed mainly in the early
evening ; the greatest percentage of biting took place before 2200 hr.
A.
A. flavicosto
A. rufipes var.
lnqrami
15
30
A. squomosus
Ae.
0
2000
2200
2400
0200
0400
vittotus
0600
TIME
Fig. L-The
biting cycles of the less common species caught at humanbait catches in -4. Rimi village in 1960-61.
Examination of the graphs in figs. 4 and 5 show that peaks of varying intensity
are found between 2200 and 2300, 2400 and 0100 and 0300 and 0400 hr. for A.
gam biae, A. nili, M. uniformis and C. p. fatigans. while the only difference
observed in A. funestus is that the middle peak is broader, from 2400 to 0200
hr., and in C. duttoni the last peak is an hour earlier, between 0200 and 0300 hr.
Similarly depressions occur between 2300 and 2400 and between 0200 and 0300
hr. for A. gambiae, A. nili, A. funestus, M. uniformis, C. p. fatigans, while C.
duttoni has the second depression an hour earlier, between 0100 and 0200 hr. It
seems therefore that some factor either intrinsic or extrinsic produces in these
species a basically common biting pattern.
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GUINEA
S_4V_SS?U’AH
OF
KIGERIA.
613
Relative attractinenessof indoor and outdoor human bait.
Meth0dt3.
In order to discover whether the attractiveness of man to mosquitos differed
when he slept out of doors or indoors, bait-net catches were performed in Kangimi
Four men slept out of doors under single cotton mosquito
from May to August.
nets eight times a month between 2100 and 0600 hr. and another four slept under
similar nets on the same nights in normal living huts.
To minimise any possible
bias in personal attraction, those sleeping indoors on one working night slept out
Nets were 4 ft. high, 3 ft. 6 in. wide
of doors during the following night catch.
and 6 ft. long; one side was rolled and pinned back to make a gap of about 3 in.
high and 15 in. long to allow hungry rnosquitos to enter.
Adults were collected
and identified on the following morning.
Results.
Dive the tot’al numbers biting in
Individual nightly catches were combined to t)
the outside and indoor collections each month.
In both A. gambiae and A. funestus more adults were obtained each month
biting in the outside nets than in those situated in huts; the percentage of A.
gambiue and 4
‘ . funestus feeding out of doors during the entire period was 52.3
per cent. (2,930) and 53.3 per cent. (2,005), respectively.
In order to test the
significance of these results the value of d, which is defined as a normal variable
with zero mean and lmit standard deviation (Bailey, 1959), is calculated from
the following formula where 11is the sample size, a is that portion of the sample
with a certain character which is to be compared and p is the expected proportion
of a binomial sample (in this case p = 0.5) :
d=
h/
(““’
-’
PP- P>
n
(vide Bailey,
1959, p. 38)
It was found that for both A. pnzbiar
and ,4. fullestus the number biting
outside was significantly greater than that biting inside huts (d = 3.32, P<O+OOl;
d = 3.38, P<O*OOl,
respectively).
Nevertheless,
although the differences are
significant thev are small, and for most practical purposes it can be assumed tlhat
man is equal& attractive to both species inside and outside huts.
For A. ~ili
and C. p. f&gulls
no significant differences were found in the attractiveness of
man in these two sitllations (d = O-67, P>O*lO; d = 1.05, P>O*lO, respectively).
The only other mosquit’o caught in sufficient numbers to allow any conclusions
to be made concerning its behaviour was Ae. vittufus, and as all specimens (153)
were from the outside bait-nets no test for significance is required to show that
it feeds mainly out of doors.
This technique only compares the attractiveness of man in the two situations;
it gives no measure of the relative importance of exophagy.
This will depend
largely on the number of people sleeping out of doors, and this varies according
to locality, the seasons and the customs of the people, and is a factor that would
have to be assessed separately in any particular area.
However, preliminary
surveys in the area under consideration indicate that virtually no outdoor sleeping
occurs, and 98 per cent. of the population retire to bed by 3300 hr.
Comparisonof bait-net and test-tube catches.
Methods.
From the results of the bait-net catches it was observed that apart from the
three main Anophelines, C. p. fatiguns and Ar. cittutus, very small numbers of
any other species were found in the bait-net collections.
This prompted a comparison to be made between the results obtained by using bait-nets and by the
614
MI. W.
SERVICE.
method previously employed in 9. Rimi, of capturing in test-tubes all mosquitos
coming to bite.
Consequently, in September, test-tube catches were performed
on four nights by two mosquito scouts sitting out of doors, accompanied by two
outside bait-net collections; all catches were between 1800 and 0600 hr.
Finally
a replica of this series was made in village huts.
This resulted in a total of 96
man-hours for each t>-pe of catch.
Results.
The test-tube catches proved to be more efficient with both A. gambiae and
A. nili.
The ratio of the numbers of A. gambiae in t,he inside bait-net and testtube catches is 1: 2.9 (328 :960), for A. niEi it is 1: 3.3 (135 : 450) ; in the out-ofdoor series these ratios are 1: 2.0 (322: 653) and 1: 2.5 (180 : 441), respectively.
A. funestus did not show any marked differences in its numbers in either type
of catch; in the indoor catches the ratio of bait-net to test-tube catches is 1: 1.2
(129: 156) (d = l-59, P>O*lO) and in the out-of-door catches this ratio is l :l*1
(206: 234) (d = 1.34, P>O.lO).
In order to discover whether the relative efficiency of the bait-net and test-tube
catches varied for A. gambiae and A. nili and also whether their efficiency varied
according to whether they were performed indoors or outside, the value of d (already
defined) is found by the following
formula.
where 7;, =!!!
I
d = Jk(lh)
k,-k,
($ I :.
cuiaeBuiler.
; k22;
a,-++
3;=___
n,+n,
1959, p.‘39)
It was found that the efficienc$ of2 the catches did not differ significantly
between A. gambiae and A. ndi caught in either the inside catches (d = l-52,
P>O*lO)
or in the out-of-door catches (d = l-69, O~lO>P>O*O5).
However, it
was found that the inside test-tube catches caught relatively more A. gambiae
and A. nili than corresponding out-of-door catches (d = 3.95, P<O*OOl; d = 2.35,
Of the remaining 23 species caught in this series,
0~02>P>O~Ol,
respectively).
there were too few from the bait-net catches to permit any statistical comparison
to be made between their numbers and those caught in test-tubes.
In the indoor
series, species other than the three principal anthropophilous 9nophelines formed
only 1.4 per cent. of the catch in bait-nets, whereas in the test-tube catches 8.7
per cent. other species were present, and A. hancocki var. brohieri, the presence
of which had been entirely overlooked by using the bait-net method of catching,
represented 2.7 per cent. of the total.
The greatest differences, however, are
observed in the outdoor catches.
In these, bait-net collections gave 1.4 per cent.
other species, while test-tube catches showed that 49-l per cent. of the mosquitos
biting man were not referable to the three main anthropophilous Anophelines.
Test-tube catches gave 13.8 per cent. A. hancocki var. brokeri, which, as in the
A.
indoor series, was entirely absent from the outdoor bait-net collections.
coustani Lav. constituted as much as 18.0 per cent. of the outdoor test-tube
catch, being commoner than A. nili (16.9%) and twice as abundant as A. funestus
(9.0%).
The relatively high incidence of Ae. furcifer (68 9 Q and 7 $ $) in
the outdoor test-tube catches is of interest; its anthropophilic tendencies have
already been noted (p. 610).
The indoor day-time resting population.
,Meth0ds.
From January 1957 to December 196’2, routine spray-sheet collections with
O-1 per cent. pyrethrum in kerosene were carried out daily between about 0730
ECOLOGY
OF
TEE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GIJISEA
S4VANNAH
OF
NIGERIA.
615
and 0900 hr. in houses in the various sections of Kaduna town and in the several
During September to October 1962, additional
small villages on its outskirts.
collections were made in village huts in A. Rimi, nearby Fulani encampments
The main emphasis was on the malaria vectors, which
and in zaures in Kangimi.
were separated according to their abdominal condition.
Results.
A total of 6,425 spray-sheet collections were performed in African houses and
The main endophilous species are A. gambiae,
huts in Kaduna and its environs.
The high incidence of C. p. fatigans (14,812
A. funestus and C. p. fatigans.
9 9) and the relatively low densities of A. gambiae (19,853 Q 9) and A. funestus
(12,941 9 9) is explained by the fact that many of the catches were performed
in Kaduna town where the mosquito population is not representative of a typical
Although A. nili readily enters houses to feed, it rarely remains in them
village.
long after takin, 0 a blood-meal, and in the present catches very few females (559)
Of those (463) that were separated according
were found resting in the houses.
to their physiological condition, half-gravid and full-gravid individuals only formed
9.1 per cent. of the total, blood-fed individuals constituted 84.9 per cent. of the
catch.
The ratios of blood-fed to gravid (that is, half-gravid and full-gravid) individuals
for A. gum biae and A. funestus obtained in spray-sheet collections were 1: 0.52
As it is known that the gonotrophic cycle for both
and 1: O-63, respectively.
species in this area is two days, it is clear that a high proportion of the full-gravid
and semi-gravid stages was absent from these catches.
This corroborates the
findings that considerable outdoor resting occurs in these two species (p. 620).
Thirty-two
spray-sheet collections in Fulani huts showed that large numbers
of individuals of A. gambiae (1,410 $?9) and A. funestus (407 9 9) were resting
in them, and precipitin tests on blood-fed females of -4. gambiae and A. funestus
showed that 35 out of 37 examples of A. gum biac and 17 out of 19 of A. f unestus
had fed on man and not on the numerous cattle, sheep and goats surrounding
The ratio of blood-fed to gravid individuals in A. gum biae
the encampments.
was 1: 0.07, showing that very few adults remained in the hut’s long after feeding.
This phenomenon is as yet not fully understood, but the extremely pungent
smoky interiors of most of the huts might have acted as a deterrent to A. gambiae.
If this is the situation, then it appears tha.t .4. funestus was not so susceptible
to these smoky conditions, as the ratio of blood-fed t,o gravid individuals was
The close proximity of these Fulani camps to the town presumably
1: 0.63.
accounts for tlhe relatively large numbers (319) of C. p. fatigans in the huts.
Twenty-eight’ spray-sheet cat’ches in zaures showed that they contained considerably large numbers of both A. gambiae (162 9 9) and A. fullestus (376 $?9)
resting in them during the day.
Since there were few zaures in ,4. Rimi, catches
had to be made in Kangimi, so no close comparison can be made between densities
in them and in village huts in A. Rimi.
It is tempting to postulate that the
absence of fires in the zaures results in the higher number of gravid individuals
to be found in them; the ratio of blood-fed to gravid in A. gambiae was 1:0*74,
for A. funestus it was 1: O-58.
Entrance and exit traps fitted to numal living huts.
Methods.
Eight, normal living huts in A. Rimi,
had
ing
tied
was
which pyrethrum space-spray catches
shown ho have high Snopheline densities, were fitted with traps of the followdesign.
Four one-foot-square frames of &-inch galvanised steel wire were
together at the corners to make the framework of a one-foot,-cube cage, which
An inwardly projecting funnel
covered with fine cotton mosquito netting.
616
M.
W.
SERVICE.
of netting was constructed on one face, its larger opening being about 7 inches
in diameter and the smaller one approximately 12 inches (fig. 6).
Sewn into its
smaller end was a metal ring from which four pieces of string were tied and
connected at the corners of the cage to support the funnel.
On the opposite
face a small opening with a cloth sleeve enabled mosquitos to be removed when
required, being knotted to prevent their escape when the trap was in position.
Fig. 6.-Diagram
of the type of exit /entrance trap used in
the present work.
Few of the huts in the village had windows, consequently only three out of
the eight selected could be fitted with window traps.
For the remaining ones,
close-fitting wooden doors were made, and a one-foot square was cut out of each
door and hinged back into place along its upper edge. This flap opened outwards
and rested on top of the trap, protecting it from rain when it was fixed in the
door (Pl. XI, fig. 3); on removal of the trap, the flap could be bolted shut from
the inside of the hut.
Entrance traps were formed when the traps were placed
with the mouth of the funnel directed outwards, reversal of the position converted
them into exit traps.
Normal openings and cracks existed in the huts, and
mosquitos entered and left by several routes; all that was required of the traps
was that they should catch a sample of these mosquitos.
The traps were placed in position twice a week, at 1800 hr., for one year,
serving as entrance and exit traps on alternate working nights.
They were
removed at about 0800 hr. on the following day and taken to the laboratory for
sorting and identification of the trapped mosquitos.
Blood-smears for precipitin
tests were collected from A. gum biac, A. funestus and A. ?lili.
Results.
It was found that these traps were very efficient, and contrary to findings
elsewhere caught sufficient numbers of mosquitos when used as entrance traps,
although this catch always remained smaller than that from the exit traps.
They
were also more easily made than the heavier type incorporating a wooden frame
which was used by ?Muirhead-Thomson (1948).
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
SORTHERN
GUINEA
SAVANSAH
617
OF’ NIGERIA.
The high percentages of the catches of A. gum&e
(57.5%) and A. funestus
(52.2%)
entering the huts that were unfed can either be attributed to newly
emerged virgins or parous individuals returning for a further blood-meal, whereas
the presence, in catches of A. gambiae and A. funestus in the entrance traps, of
a considerable number of blood-fed individuals (24.7 and X.9%,
respectively),
seems to indicate that a certain fraction of the population of these species is
exophagous, and is entering huts to rest after feeding.
Precipitin tests were
carried out on blood-smears of 7“-I of the catch of A. gambiae and 41 of that of
A. funestus.
It was found that 53 of the smears from A. gambiae were positive
for human blood; three, due to the poor quality of the smears, were identified
only as mammal and the remaining 16 gave negative results; of the smears
from A. funcstus, 40 were of human blood, and one weak smear was identified
as of unknown mammalian
origin.
The fact that half-gravid and full-gravid
individuals combined formed 17.9 per cent. of the catch of A. gambiue and
31.9 per cent. of that of A. funestus entering the huts showed that a certain
amount of movement and re-entry occurred.
This phenomenon was found in
East i4frica in open types of huts (Gillies, 1954b), and also in normal living huts
(Smith & Draper, 1959).
With A. nili the behaviour pattern was somewhat
different.
A high proportion of blood-fed individuals (52*40/,) was found in the
entrance traps, indicating that considerable outdoor feeding took place in this
species; out of 31 blood-meals, precipitin tests gave 29 positive reactions for man,
one negative and one weak smear that could only be identified as mammal.
The
other contrasting feature was the presence of only one half-gravid individual
(1.2%) in the entrance traps; this, together with the presence of only three
f ull-gravid individuals (2.2 %) in the exit traps, shows that, despite entering in
considerable numbers in a blood-fed condition, females apparently soon left the
Further, exit traps showed that 39.4 per cent. of A. nili that left the huts
huts.
Precipitin tests on 91 of the latter
were unfed and 58.4 per cent. were blood-fed.
category gave 90 positive feeds for man and 1 weak mammalian feed.
The large
numbers of unfed individuals of A. gambiae (52.0%) and A. funestus (47.0%)
that left via the exit traps show that either large numbers of parous and
nulliparous individuals were unsuccessful in feeding or that high proportions of
nulliparous newly emerged females were present which were not yet ready for a
The higher proportion of blood-fed (30.9%) to half-gravid and gravid
blood-meal.
(17.1%) in d ivi d ua1s of A. gumbiue in the exit traps shows that only a relatively
small fraction remained inside huts for any length of time; with A. funestus, the
exodus of blood-fed individuals (22.876) was not so great, and more (30.2%)
The exodus of blood-fed individuals
remained inside huts to become gravid.
shows that a considerable amount of deliberate exophily occurred, and contrasts
markedly with the small number of blood-fed individuals (4-8x)
observed to
On separating the half-gravid from
leave huts in East Africa (Gillies, 1954b).
the full-gravid individuals, it is found that 7.1 per cent. of A. gumbiae and 5.8
per cent. of A. funestus left huts in the half-gravid stage, while 10.0 and 24.4
per cent. of these species left when fully gravid, which shows that of the endophilous fraction of the population staying in huts after feeding the majority
remained for the full 48 hours required for completion of the gonotrophic cycle.
Muirhead-Thomson
(1948, 1951), h owever, found by using exit traps in both East
and West Africa that about 33 per cent. of A. gumbiue left in the half-gravid
stage, and Gillies (19543) in East Africa found that 43 per cent. of the half-gravid
individuals of A. gumbiue but only 3 per cent. of those of A. funestus left within
12-24 hours after feeding.
Results of precipitin tests on 65 blood-fed individuals of A. gambiae and on
After applica22 of A. funestus leaving the huts showed all to have fed on man.
tion of the criteria set out under Table IV to the figures for the entrance traps
(above), the combined figures from trap catches showed 100 and 98.4 per cent.
(II 1330)
I-J
618
ill. W. SERVICE.
of smears from d. gcznlbiac and A. funestus, respectively,
to be positive for
man.
The numbers of the other species caught in the entrance and exit traps were
too small to allow any conclusions to be made concerning their behaviour.
Distribution of mosquitosresting on walls and thatch of village huts.
Methods.
It is known that many residual insecticides have a varying effective persistence
on different types of surfaces (Hadaway
&- Barlow, 1951; Burnett,
1957), and
it is therefore important to know on what surfaces the endophilous species are
resting.
In order to investigate this, eight huts were chosen in both A. Rimi
All selected huts were round in construction as these typified the
and Kangimi.
normal types occurring in Northern Nigeria, and searching for resting adults
on tlleir small conical roofs was easier than on the larger ridge roofs of the
The inside of each hut was searched for mosquitos by two
rectangular huts.
mosquito scouts who, aided by torches, caught adults with a sucking tube and
transferred tlhem to separate containers for those from walls and thatch.
,4
step-ladder was provided so that the highest point on the thatch roof could be
thoroughly examined.
Adults caught off clothing and other objects hanging on
There were no mosquito nets over the
the walls were classified as from walls.
These catches were performed between 0800
beds so this present,ed no problem.
and 1000 hr. on 20 different days over a period of six weeks.
It was originally
decided to sample huts with and without fires, but inspection showed that practically all huts had some sort of fire; consequently this division could not be made.
The surface areas of the mud walls and thatch roofs of the huts were calculated
from measurements taken of the height of the walls, diameter of the huts, and
height of the conical thatch roofs from their apices to their bases resting on the
walls.
The small number of mosquitos obtained by these hand catches was probably
due to the inefficiency of this method of catching the total hut population.
However, as only a comparison between the numbers resting on the wall and thatch
was required the results were valid since adults were found with about equal ease
on the walls and thatch surfaces.
-4 direct comparison between the relative attractiveness of these two types of
surfaces to resting mosquitos can be made by calculating the mean number of
In practice, the total number of each
females per unit area on the two surfaces.
species caught from t,he wall and thatch during 10 catches was divided by the
surface area in square feet, and to avoid ungainly decimals has been multiplied
by a factor ten.
This gave the mean numbers resting on 10 sq. ft. of surface area
Nales are not included in calculating the
of wall and of thatch for each hut.
densities; also, owing to the small numbers of C. p. fatigans taken in Kangimi,
Finally, two albino
densities for this species were not calculated for this village.
examples of A. gambiae (Service, 1963b) were obtained from the catches at
Kangimi, and these are excluded from the results.
There was considerable variation within a species in the numbers found resting
Taking significance as 2 x S.E. it was
on the walls and thatch of different huts.
found that, except for A. gambiae in ,4. Rimi, where the difference between the
mean nllmbers resting on walls and thatch n-as 2.3 x S.E. of their differences,
there was no significant’ difference between the numbers that rested on unit area
This finding agrees with the results obtained by Smith (1962)
of walls or thatch.
However, as the thatch only comprised about 3M4
per cent.
in Tanganyika.
of the internal surface area of the huts, the absolute numbers resting on thatch
n-ill be in most instances less than those resting on the walls.
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GUINEA
SAVASNAH
OF
NIGERIA.
619
620
$1. W.
SERVICE.
The outside-restingpopulation.
Methods.
Since exit traps showed that a considerable exodus of blood-fed individuals
of A. gambiac and A. f lcwst 11s from village huts occurred, it was decided to
investigate further the behaviour of the exophilous sections of their populations.
Consequently, from August to the middle of November 1962, intensive collections
were made about five times a week in and around A. Rimi and Kangimi.
In
addition, on account of the small number of granaries in these villages, collections
were also made from another small village, midway between these two, which
had a comparatively large number of these grain bins. All collections were performed between 0800 and 1100 hr. ; adults were captured either from rest by
sucking tubes or were disturbed by small puffs from aerosol dispensers (pyrethrum
synergised with piperonyl butoxide) and caught in flight in small nets.
This latter
method proved especially valuable in finding mosquitos in dark inaccessible places,
for example underneat”h grain bins and in rodent holes. Adults were identified
and classified according to their abdominal condition about two to four hours
after capture; precipitin tests were made on all species from different resting
sites. In addition to ascertaining the abdominal conditions and the origins of
the blood-meals of the outside-resting population it was desired to discover what
habitats formed the favourite resting sites; hence artificial shelters were not
Also, the difficulties encountered by several previous workers (such
employed.
as Muirhead-Thomson,
1948; Gillies, 1954a) in obtaining sufficient numbers from
naturally occurring resting sites was not encountered.
Results.
It was found that although all situations which harboured Anophelines were
shaded to some degree, there was, with a few exceptions, no double layer or shade
as reported in Tanganyika by Gillies (1954a).
,4 summary of the numbers of females of the five species found most abundantly in collections in the various outside resting places is given in Table III.
Relatively high numbers of both A. gambiae (2,316) and A. furwstus (1,619) were
found; but only two exa,mples (both blood-fed) of A. nili were obtained, although
it has already been shown that a large exodus of blood-fed individuals from huts
occurs and that gravid individuals are rare in habitations.
Another peculiar
situation was that extremely few gravid individuals of A. rufipes (Gough) se?zs.
lat. were found ; the ratio of blood-fed (366) to gravid (14) was 1: O-04.
The
rarity of this species in window traps and in spray-sheet collections strongly
It appears therefore that freshly gorged females
indicates that it is exophilous.
rest in proximity to their hosts (mainly goat’s) and before becoming gravid fly
elsewhere to complete the gonotrophic cycle.
Comparatively
few unfed individuals of A. gambiae (12.2 %) and A. funestus
(8.6%) were found resting out of doors whereas, from natural shelters in Tanganyika, Gillies (1954a) found that 40 per cent. of A. gambiae and 80 per cent.
of A. funestus were unfed and that catches from box shelters gave 32 and 40
Similarly Smith & Draper (1959) found that, in catches of A.
per cent. unfed.
gambiae from artificial shelters and natural sites, unfed individuals comprised
33-37 and 53 per cent., respectively.
The small percentage of unfed individuals
occurring in the present catch is probably explained by the larger number of
blood-fed ones resting outside, for, if this latter category is large, then the
percentage of the catch that is unfed, comprising both nulliparous and parous
individuals, will be accordingly reduced.
In A. gambiae, the number of blood-fed
individuals varied according to the collecting sites from 30.9 to 50.6 per cent. of
the total exophilous catch, the mean was 38.0 per cent. ; corresponding figures
for gravid individuals were 40.9-59.2 per cent. with the mean as 47.5 per cent.
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
KORTHERN
GUINEA
SAVANNAH
OF NIGERIB.
621
In d. funcstus, blood-fed individuals constituted 25.3-44.3 per cent., the mean
n-as ;ii<*‘T per cent.; the percentage of gravid individuals varied from 50.0-63.2
with a mean of 53.8.
The over-all ratio of fed to gravid in A. gambiae was 1: 1.25
and in A. fufzcstus this ratio was 1: 1.60.
Laboratory observations showed that
at the time of these catches the gonotrophic cycle lasted two days in both species,
hence blood-fed individuals represent the first day and full-gravid ones the second
day of the gonotrophic cycle. These ratios therefore suggest t,hat either many
individuals of A. gambiae leave huts in a blood-fed condition, which by trapping
they have been shown to do, or that a considerable degree of facultative exophily
is occurring, or that both phenomena take place.
The rat,io of fed to gravid in
rl. gambiac was significantly less than the corresponding ratio in A. funestus
q
jd = 3.41. P<O.OOl),
,l lowing that the former species exhibits a stronger degree
of exophilp than does A. funestus.
Most of the outdoor catch of C. p. fatigans consisted of gravid individuals
(66.8%); the unfed and blood-fed only formed 13.5 and 19.8 per cent. of the tot’al
The ratio of fed to gravid was 1: 3.38.
On account of the small
population.
numbers of C. p. fatigaw caught in the exit traps and in the absence of, as yet,
a,ny local information on the length of the gonotrophic cycle in this mosquito,
no reliable interpretation
can be applied to those findings.
C. nebulosus was
particularl? common on zana mats in llse as fencing material in villages and in
dry, empty-. village pots; unfed, blood-fed and gravid individuals comprised 23.3,
23.3 and 53.3 per cent., respectively, of the total catch of this species. Its absence
from huts aud the ratio of fed to gravid of 1: 2.29 suggest that the gonotrophic
So laboratory studies however were made to confirm
cycle lasts for three days.
this.
Precipitin tests carried out on blood-meals from adults caught from all outside
rest#ing sites combined (Table IV) show that 88.8 per cent. of A. gambiae and
69.8 per cent. of A. f ulzestus had fed on man; a surprising percentage of the
latter species (10.2%) had fed on dog, and 6.3 per cent,. had fed on unidentified
primate ; 68.6 per cent. of C. p. fatigans had i’ed on man and 25.7 per cent. were
All other species were mainly zoophilous, only 0, 4.3,
positive for avian blood.
11.3 and 21.1 per cent., respectively, of A. flavicosta, A. hancocki var. brohieri,
A. lwfipes scns. lat. and A. longipalpis var. domicoZus had fed on man; domestic
Of the two blood-fed examples of
animals appeared to be their principal hosts.
,d. uili that were caught in the outside collections, both had fed on man.
_%small sample of the outside-resting population of A. gam biac and A. funestus
was dissected and examined for the presence of sporozoites so as 60 discover
whether or not they were incriminated mit,h malaria transmission.
Infections
were folmd in both species, details of which are given under the section dealing
with sporozoite rates (p. 624).
Sporozoiterates.
.M&i%Ol~S.
The two established primary vectors of human malaria in the African continent
are A. gambiac and A. funcstus, and various workers have obtained sporozoite
Bruce-Chwatt
(1952) gave the mean over-all
rates for these species in Nigeria.
sporozoite rate for A. gambiae as 5.9 per cent. and for A. funcstus as 4-9 per
More recently, Hanney (1960) found the infection rates of these species
cent.
from the Kaduna area to be 5.9 and 6.1 per cent., respectively.
On account of
this already available information on their infectivity it was considered unnecessary to repeat this work (although a few individuals of the exophilous sections of
their populations were dissected) and attention was devoted to dissecting as many
of the other anthropophilous Anophelines as possible.
All dissected specimens
from -1. Rimi were obtained from outdoor biting catches; those from Kangimi
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
SORTHERh’
GUIKEA
SAVASSAH
OF
RIGERIA.
623
Dissections were performed whenwere from both indoor and outdoor catches.
ever possible on the day of capture and only in a few instances were adults left
Ko specimens were dissected after two
to be dissected on the following day.
days and hence the possible production of artificial infection rates (Hodgkin,
1950) was avoided.
The fact that the author alone was responsible for all dissections and subsequent examinations restricted the numbers that could be dissected; also, when
the author was away from Raduna for part of a month, dissections for that month
were either greatly reduced or non-existent.
EZesu1ts.
Due to the importance of A. nili as an anthropophilous species within the area
and since it has been incriminated as a vector in (formerly) French West Africa,
Liberia, Ghana, Sierra Leone and the Cameroun Republic (Hamon & Mouchet,
1961) attention was concentrated on this species at the expense of the otthers.
A total of 998 examples of A. nili was dissected; out of 797 from A. Rimi,
five were found to be positive in four different months; the remaining 201, from
This gave a crude
Kangimi, included three positives in two separate months.
infection rate of 0.80 per cent . ; the upper and lower confidence intervals at the
95 per cent. probability level give the true rate as between 0.35 and 1*58 per cent.
With A. flavicosta, two out of a t’otal of 73 dissected were found with infected
salivary glands, giving a crude rate of 2.74 per cent., the upper and lower conKo infections were found in any of
fidence intervals being O-33-9.89 per cent.
the other eight species examined, though in most instances numbers were very
small.
Although sporozoite rates are useful in evaluating the importance of different
species in malaria transmission, a better guide to their relative importance is
The
obtained by takin g into account the frequency with which they bite man.
estimated number of a particular species biting a man over a year multiplied by
its sporozoite rate gives t’he t’heoretical number of infective bites per year per
person. From Table II the approximate number of bites per person per year
can be calculated for the species, and since it has been shown that man is equally
attractive indoors and out of doors to A. nili and for practical purposes also for
A. gambiae and A. fzcnestus, these out-of-door figures can be taken to indicate
the general intensity of biting in these species.
Unfortunately,
only a few
examples of A. flavicosta were obtained from the indoor and outdoor bait-net
catches, and consequently no conclusions can be reached regarding tlhe relative
attractiveness of man in these two situat’ions.
However, its complete absence,
even in a blood-fed condition, in exit traps and its extreme scarcity in spray-sheet
collections strongly indicate that it is almost entirely exophagous.
It can therefore be assumed that any transmission will take place out, of doors, and the
estimated number of infective bites per year per person can be derived from the
results in Table II.
,4s man is seldom subjected to the same degree of exposure
to outside biting as in these outdoor catches, the true figures are likely to be
considerably smaller.
By the above technique the estimated number of infective bites per person
per year for A. nili and A. flavicosta are calculated as being about 17 and 5,
respectively.
Although sporozoite rates for A. gambiae and A. funestus were
not obtained in the present investigations (except for esophilous sections of the
population) the mean over-all infection rate for these species can be derived from
the figures given by Hanney
(1960, Table IV), and their intensity of biting
obtained, as before, from Table II.
From these figures it is found that the
theoretical numbers of infective bites per person per year for A. gambiae and
A. funestus are 694 and 35, respectively.
These figures are remarkably large,
but they are based upon catches in which man is subjecting himself to as many
624
M.
W.
SERVICE.
bites as possible, and this exaggerates the numbers of bites he would normally
Bruce-Chwatt (1953) found that in Birnin Kebbi, in the Sudan Savannah,
receive.
the total number of estimated infective bites for A. gambiae and A. funestus
combined was 650. Although these figures are undoubtedly misleading as regards
the actual amount of transmission occurring, they do provide a mea.ns of assessing
the relative importance of the vectors.
A comparison between the numbers of infect’ive bites for the different species
shows that although A. nili is almost four times as common at human bait as
A. funestus at A. Rimi its importance as a vector is about half that of A. funestus.
The rhles of both these species is overshadowed, however, by the great number
of infective bites of il. gambiae, which is undoubtedly the main vector in this
area.
The results of dissections of the exophilous sections of the populations of
A. gambiae and A. f unestus were not incorporated in the foregoing calculations
of the infection rates, since their sporozoite rat’es may not necessarily be the
same as those of the endophilous fraction (Gillies, 1956).
The main purpose of
these dissections was to verify or otherwise the preconceived idea that the outside
resting populations are in fact also responsible for malaria transmission.
out of
the 331 exophilous individuals of A. gambiae and the 182 of A. funestus that were
respectively, were positive for sporozoites.
dissected, 8 (2.42%) and 3 (1*65x),
In these dissections it has been assumed that the presence of sporozoites in
the salivary glands is indicative of human malaria.
With A. nili this seems a
feasible assumption, as it has been shown to be very abundant at human bait,
and both the results of precipitin tests and of traps bait’ed with goat, sheep, pig,
calf, horse, monkey and fowls (Service, in press) show that it feeds almost exclusively on man.
With A. flauicosta, however, it is possible that the two infected
cases may be referable to plasmodia not. of human origin, as it is not a particularly
common anthropophilous mosquito.
Discussion.
Considerable information exists on the behaviour of the Anophelines of western
Sokoto Province, in the Sudan Savannah (Bruce-Chwatt,
1953, 1955, 1956) but
apart from the preliminary investigations of Hanney (1960) and the present work
there is little information on the bionomics of the mosquitos of the Northern
Guinea Savannah of Nigeria.
The present survey has shown that during both the wet and dry seasons A.
gam,biae was by far the most important Anopheline in the area.
The density of
,4. funestus va#ried greatly according to the locality; thus, a$ A. Rimi, the total
catch was less than one-fifth of that of A. gam bias, whereas, at Kangimi, where
small marshy patches of ground form suitable breeding sites, it was about as
common as A. gambiae during the rains, and further work (Service, unpubhhed
records) has shown that in the early dry season it became the dominant species.
The presence of blood-fed individuals of A. gain biac and ,4. funestus in outdoor
resting shelters and in exit traps shows that a marked exodus from huts occurred
and that deliberate exophily took place in the Northern Guinea Savannah.
Facultative exophily was also probably occurring, since outdoor catches in nets baited
with humans showed that both species readily bit man outside in the open. It
is not known whether the exophily in this area is simply phenotypic or whether
it has a genetical basis; if the latter, it presents a more serious problem with
regard to control campaigns where adults are usually only killed by entering huts.
Gillies (1956) stated that the outside-resting populatlion m-as hard t.0 find in coastal
areas of Tanganyika, but tlhat in the more arid Savannah regions it was relatively
easy to find.
Similarly, Muirhead-Thomson
(1948) had difficulty in finding A.
gambiac in natural shelters in Lagos and its environs.
This phenomenon of
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GUINEA
SAVANNAH
OF
NJGERIA.
625
comparative ease of finding the exophilous populations in the drier regions is
corroborated by the fact that it was not difficult to find A. gum biae or A. jzLnestus
in outside shelters in the Kaduna area; Bruce-Chwatt
(1953) also reported finding
these species in several natural shelters in western Sokoto; however, only
those from zana matting and culverts were predominantly blood-fed; from other
outside localities they consisted mainly of unfed individuals, the presence of
which does not indica#te exophily.
In more recent work, however, very poor
results have been obtained from searching both natural and artificial resting
In the Kaduna area, A. GZi commonly feeds in huts
places in western Sokoto.
but leaves in a freshly gorged condition, yet it was surprisingly difficult to find
this species resting outside.
However, mos,t of the out-of-door collections were
made in or near villages, and it is possible that after feeding it flies straight to
its breeding grounds to complete the gonotrophic cycle; lmfortuna,tely its larval
habitats were not found and consequently this could not be verified.
Precipitin tests made on mosquitos caught resting out of doors showed that
only 3.2 and 4.9 per cent. of ,4. gambiae and A. junestus
had fed on cattle.
Although cattle are abundant in Fulani camps, comparatively
few individuals
of A. gambiae and A. juwstus appeared to feed on them.
Thus, catches from
Fulani huts, which are surrounded by cattle that outnumber the human populat,ion in the immediate
vicinity, showed that virtually all the examples of A.
gambiae and of i4. jzcrlcsfua had fed on man.
Similarly, 100 per cent. of the
catch of A. pm biae and 98.4 per cent. of that of A. ju)lrst [Ls in window traps
fitted to normal living huts were positive for human blood.
However, it was
found that only 69.8 per cent. of tlhe catch of A. junestzcs resting out of doors
had definitely fed on man and 30.2 per cent. on other vertebrat’es (including 10.2
per cent. on do,u and 6.3 per cent. on unidentified primate).
\Yith A. gambiae,
88.8 per cent. had fed on man and only 11.2 per cent. on other vertebrates.
It
appears that the exophilous populations of A. juneat us, and to a lesser extent of
A. gambiac, although primarily
anthropophilous show some deviation towards
This is not so marked, however, as that observed in East
other vertebrates.
_%frica, where Drsper K- Smith (1957) found considerable deviation of 4
‘ . ganzbiac,
Zoophilic tendencies in these species
and to a lesser extent of A. juncstuls, to cattle.
have also been reported from western Sokoto, where nearly all the catch of A.
gambiae and A. fullestus taken in human habitations had fed on man, but 62-87
per cent. of A. gambiae and about 30 per cent. of ,4. jlcIlcstcts resting in horse
stables had fed on horse; in addition, a few had fed on cattle and then entered
the stables.
Collections of A. gambiac and A. ~fipcs SCUS. lat. from Fulani huts
showed tha,t 38 per cent. of the former species and 31 per cent. of the latter had
bitten cattle.
From zana-mat and culvert collections, 24 per cent. of A. gambiac
and 37 per cent. of A. junestus had fed on horse. It appears that, in western
Sokoto, greater zoophilic tendencies are exhibited by A. gambiac and A. junestus,
resembling more the behaviour found in East ,ifrica than that observed in the
Northern Guinea Savannah of Figeria.
Bait-net catches in the Guinea Savannah have she\\-n man to be alrnost equally
as attractive inside huts as outside to A. gam biac, -4. ju,lesttrs and r-1. nili, but
in western Sokoto in bot,h the sprayed and unsprayed areas about 90 per cent.
of the catch was collected from the outdoor bait-nets.
It has further been shown
that the employment of bait-nets, although informative in evaluating the degree
of exophagv in the principal vectors, can be misleading, as certain species, notably
,4. coustan’i sew. str. and A. hancocki var. brohieri, either did not enter these
nets to feed or else flew out soon after feeding.
Hence it is possible to overlook
the presence of secondary vectors when this technique alone is used to sample
the exophagous mosquito population.
Spray-sheet collections in the villages showed that apart from normal living
huts, day-time resting mosquitos were found in large numbers in Fulani huts and
626
M. W. SERVICE.
to a lesser extent in zaures. Both A. gambiae and A. fullesfzcs were found resting
under the eaves of huts, in uninhabited huts, and to a lesser extent under the
These findings show that in an eradication or
eaves and underneath grain bins.
control programme based on control of the adults of the vector species by insecticides, eaves of huts, uninhabited huts and zaures should be treated in addition
Theoretically,
granaries should also
to Fulani and normal Hausa living huts.
receive attention, but it is unlikely that expenditure would permit the use of the
Exophily creates even
considerable extra amount of insecticide needed for this.
greater problems if residual fumigant organophosphates such as DDVP (dichlorvos)
It seems likely that
are used in preference to residual chlorinated hydrocarbons.
for practical purposes fumigants would have to be restricted in use to living huts,
other structures having to be sprayed with residual chlorinated hydrocarbons.
Little attention appears to have been devoted to the study of any possible masking
of residual insecticides by heavy deposits of soot, etc., on the internal surface
of roofs of huts.
These deposits will have little effect on fumigant dispensers,
but it is possible that sooty deposits settling on the containers might interfere
with their diffusion, and fires inside huts will raise the temperature and promote
a more rapid diffusion from the containers.
In Nigeria, C. p. fatigans appears to be associated with urbanisation; it was
the commonest anthropophilous and endophilous Culicine in Lagos, Kaduna, Zaria,
Jos, Kano and Birnin Kebbi; its predominance in other towns, although strongly
There is evidence that this has
suspected, has as yet not been fully established.
Few old records are in existence, but Mattingly
not always been the situation.
(personal communication) states that, in 1944, C. p. fatigans was rare in Kaduna,
and that C. Tzebuloszcswas the main Culicine and the commonest species in the
stagnant streams of the township.
Johnson (1919) found that C. nebulosus
represented 2.6-3-5 per cent. of the endophilous Culicines in Kaduna, Katagum
and Zunguru ; C. p. fatigans was absent from the latter two localities and in
Kaduna it only constituted 0.2 per cent. of the Culicines.
He reported that
C. decens Theo. and C. invidiosus Theo. formed 88.8 per cent. of the Culicines
in his catches. Taylor (1930) found only 74 Culicines, most of which were C.
nebulosus, out of 3,208 mosquitos caught in European houses in Gadau; there
was no mention of C. p. fatigans.
Unfortunately
no records mere kept of the incidence of Culicines in Kaduna
until spray-sheet collections were started in 1957, when it was shown that C. p.
fatigam was the principal Culicine mosquito in houses; C. 11~bulosus was not
This situation has continued to date, and C. nebulosus now appears
recorded.
to be mainly restricted to breeding in tree holes in villages and in Savannah
woodlands, being absent or rare in towns; there, C. p. fafigans is the dominant
Culicine.
Elsewhere in West Africa there is evidence of the rarity of C. p.
fatigans in early surve!-s.
Seither Gordon & others (1932) nor Hicks (1932) found
it in Freetown, Sierra Leone, and according to the former workers C. nebulosus
and C. cinereus Theo. were the commonest Culicines taken.
Thomas (1956)
stated that since 1954 there has been an increase in C. p. fatigans in Freetown
and draws attention to its absence in early records.
It is possible that the introduction of DDT larvicides in many towns resulted in the virtual eradication of
C. nebulosus and an increase in C. p. fatigans, which may be able to tolerate
higher concentrations of DDT than its predecessor.
If this is so, then C. nebuZosus should still predominate in towns which have not used insecticides but have
retained oiling as an anti-larval measure ; also, C. p. fatigans might be expected
It
to show resistance to DDT in towns where it is now the dominant Culicine.
has not yet been possible to investigate the Culicine fauna of any towns still
using oil exclusively; but larvae of C. p. fatigans from Kaduna township have,
contrary to expectations, been found to be highly susceptible to DDT, the LC50
and LC90 being 0.080 and 0.170 parts per million, respectively.
Absence of
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERF
GUINEA
SAVASNAH
OF
NIGERIA.
627
resistance does not, however, completely refute the theory, as C. nebulosus
might prove to be much more susceptible to DDT than C. p. fatigans.
Although A. nili has been incriminated as a vector of human malaria in many
territories in the Q7est African subregion and is classified by Hamon & Mouchet
re’giode
“, prior to the present
(1961) as “ in vecteur majeur d’importance
Dissections from the Kaduna
findings it has not been found infected in Nigeria.
a.rea have shown it to have a crude sporozoite rate of 0.80 per cent., the same
Hanney
degree of infectivity as found by Barber, Rice & Brown (1932) in Liberia.
(1960) failed to find any infections in 144 dissections of A. wili from the Kaduna
area, but this is not altogether surprising, as in the present work 404 specimens
Elsewhere in West
were dissected before a positive gland infection was found.
Africa, sporozoite rates are higher, ranging from l-7 to 9.1 per cent. (Hamon &
Mouchet, 1961). The highest infection rate was obtained in Sierra Leone (Gordon
& others, 1932), where only 22 mosquitos were dissected, two of which were
infected.
On such small numbers the upper and lower confidence intervals are
0 and 21.3 per cent., and these workers did not consider it of any importance as
a vector.
A. nili is not very common in western Sokoto, but, since 1953, sporozoite dissections have been performed on it, and no infections have yet been
Its behaviour varies greatly accordiqg to locality;
found (unpublished reports).
in some regions it is apparently endophilous (De Meillon, 1951) but m the present
area it was largely exophilous and both endophagous and exophagous; it readily
The diversity of its behaviour
enters huts to feed but rarely remains in them.
led De Meillon (1951) to postulate that possibly more than one species was
included under t’his name; more recently Rivola & Holstein (1957) described a
new form, A. nili var. somalicus Rivola 8i Holstein, but the differences given for
separating adults from those of the type form can be found within the variations
I‘Vhere A. nili is common, its
exhibited by A. nili sens. str. (Service, i962).
exophilic and anthropophilic behaviour, coupled with its proven capability to transmit malaria, could make it a serious problem in control or eradication schemes.
A. flavicosta was the only other species in the area found to be infected with
sporozoites, two out of 73 dissected showing positive glands.
Holstein (quoted
in De Meillon, 1951) found one oocyst in 68 dissected from French West Africa,
and Hamon & Mouchet (1961) reported a sporozoite rate of 0.1’7 per cent. from
Like A. nili, it is strongly exophilous but almost
the region of Bobo Dioulasso.
exclusively exophagous and largely zoophilous ; hence it is unlikely t’o be of
importance as a vector.
None of the few examples (23) of A. rufipes sells. lat.
dissectsed from the Kaduna area was found to be infected, and Taylor (1930) did
not find any positives in his dissections from Nigeria, but Gelfand (1947) found
one infected gland in the type form out of 19 adults dissected from Kano, in the
Sudan Savannah.
Holstein (1950) quoted an infection rate of 1.5 per cent., and
Hamon & Mouchet (1961) reported five positives out of over 2,328 specimens.
It is not generally regarded as either a vector or an endophilous species, but
Gelfand (194’i) found that at the end of the rains in Kano it represented as much
as 2.5 per cent. of the Anophelines caught in houses. In western Sokoto, BruceChwatt (1953, 1955, 1956) found by precipitin tests on the blood of 69 specimens
from human habitations and 89 from animal shelters and natural resting sites
that only two and three adults, respectively, had fed on man; and in the Kaduna
area, only eight out of 84 were positive for human blood. It is possible, especiallyon account of their zoophilic preferences, that at least some of the sp&ozoite
infections in A. fluvicostu and A. rufipes sells. lat. refer to plasmoclia not of
human origin.
summary.
The ecology of the adult mosquitos of the Northern Guinea Savannah n-as
studied from 1960 to 1962 in the Kaduna > area mainly in two Hausa villages,
628
M.
W.
SERVICE.
-4 description
Anguwun Rimi and Iiangimi,
and in nearby Fulani settlements.
of the area and various types of village huts is given together with an account of
the climate and meteorological data.
Emphasis was on the Xnophelines and
their relation to malaria but at the same time information on the Culicines is
presented.
Biting catches, in which mosquito scouts acting as human bait collected adults
in test-tubes, were performed for over a year in ,4. Rimi.
A total of 38 species
By far
was caught in these collections, but many appeared only infrequently.
the commonest mosquito biting man was A~zophcles gambiae Giles which had
its peak density towards the end of the rains, in September, and although its
population was greatly reduced during the dry season it however remained the
principal ant8hropophilous species. In the area in which the catches rvere performed
A. di
(Theo.) was the second commonest’ mosquito, and with the exception of
March it was more abundant than A. funestus Giles.
In ot’her areas it was not
so common, and in Kangimi A. fulzestus was almost as abundant during the rains
as A. gambiae, and a.t the beginning of the dry season it became the main
Anopheline.
Most of the other i4nophelines that were taken at bait were only
caught in any numbers during the latter part of the wet season; for the remainder
of the year they were virtually absent. Mansonia uCjormis (Theo.) was abundant,
in October, but for the rest of the year it was rarely taken; M. africana (Theo.)
was found to be uncommon in the area.
Due t’o the close proxi&ty
of Kaduna
to A. Rimi, CTllex pipiens fatignns Weid., a species now associated with urbanisation and not with villages, was common.
Both bait catches and pyrethrum
spray-sheet collections in houses showed that it greatly increased in numbers at
the beginning of the rains, but that this high level of density was not maintained,
and during the greater part of the wet season the species n-as less common than
in t,he early rains.
Aedcs acgypti (L.) sens. lat. was rare both in houses and in
bait catches; the two principal Aedes species were Ae. vittatus (Big.) and Ae.
furcifer (Edw.) ; th e 1att er species is confined to the Savannah zones. The biting
cycles of the three main ,4nophelines were characterised by maximum feeding
occurring after midnight.
In both A. gam biae and A. ?zili there were two
main peaks, between 2400 and 0100 and between 0300 and 0400 hr.; in ,4.
fullestus, maximum
bit’ing occurred between 2400 and 0’200 and between 0300
and 0400 hr.
By the use of mosquito nets baited with humans, both inside huts and out
of doors, the relative attractiveness, to the anthropophilous Anophelines, of man in
the two sitllations was assessed. It was found that A. nili WEE equally attracted
to man in both situations, and although slightly greater numbers of A. gum biae
and A. funestus were found biting out of doors, for practical purposes man is
equally attract,ive in both places.
Certain species, notably A. coustani Lav. sells.
str. and A. hancocki var. brolzicri Edw.., were rare or absent in the inside and
outside bait-net collections, whereas they were readily taken in both situations
in t,est-tube catches performed in the same locality on the same nights.
In fact,
more specimens of ,4. coustani sens. str. were taken in the outside test-tube
catches than of either A. fukzestus or il. nili, and A. hancocki var. brohicri was
commoner than A. funestus.
Catches of adults from mud walls and thatch roofing of typical round village
huts showed that there was generally no appreciable difference in the attractiveness of these two surfaces to either A. gambiae or A. funcstus, but as the
thatch only comprised aboll t 3444
per cent. of the internal surface area of
the huts the absohlte number resting on the walls will be greater than on the
roof.
Spray-sheet collections showed that besides large numbers of A. gambiae and
-4. fll??rstlcs resting during the day-time in normal mud-walled living huts of the
Hausa, high densities of these species mere found in the Fulani huts, which do
ECOLOGY
OF
THE
MOSQUITOS
OF
THE
NORTHERN
GUINEA
SAVANXAH
OF
NIGERIA.
m9
not incorporate any rnlld in their design, and moderate numbers were also caught
in Hausa villages in tlhe zaures (huts resemblin, 0 living ones, but without doors,
furniture or fires and not normally slept in at night).
Collections from outdoor
resting places demonstrated that considerable day-time resting occurred in uninhabited huts, under eaves of huts, both inside and under ea\Tes of goat stables,
in kitchens, amongst the tightly woven grass mats termed ‘ zana ’ matting, in
rodent holes, tree holes, pots, near wells, amongst grass and vegetation and
llnderneatlh and under the eaves of grain bins.
Surprisingly few examples of
A. ?lili were folmd in any of the outside resting shelters exarnined, despite the
fact that both exit traps and spray-sheeD collections showed that it bit, freel;- in
huts but rarely stayed in them.
The large number of A. galrzbine and A. fztnestLls
found out of doors, coupled with the exodus of blood-fed individuals from huts,
showed that an appreciable amount of exophily occurred in both species. Entrance
traps fitted to village huts caught, in addition to unfed, both blood-fed and gravid
(taken to include half-gravid and full-gravid)
females of A. gambiae and A.
funestlls, suggesting that a certain amount of exophagy and re-entry of gravid
Numerous precipitin tests were made on blood-meals
individuals was occurring.
obt’ained from A. gambiae, A. funcstzcs and A. nili, and a few also from most of
the other species. Results showed that t’he three principal Anophelines were
strongl,y anthropophilous but the exophilous population of A. funcst us and A.
gumbiue showed some deviation to other vertebrates.
Nest of t’he other Anophelines, e.g., A. ,rzLfipes(Gough) sens. ht., A. hancocki var. brohicri, A. fluvicosta
Edw. and A. lougipulpis var. domicollts Edm-., follnd resting in goat shelters and
other outdoor sites had fed mainly on other vertebrates.
On account of the already available information on the infectivity
of both
A. gumbiue and A. fltnestus in Sorthern Nigeria, dissections for estimation of
sporozoite rates were only carried out on their exophilous populat8ions, and in botlh
species these were shown to contribute to ma.laria transmission.
Attention was
concentrated on dissecting the other Anophelines, special attention being paid to
A. aili.
Only two species were found with infected salivary glands.
A. fluvicostu
had a crude sporozoite rate of 2.74 per cent. of the 73 dissected, and from 998
examples of A. nili a crude sporozoite rate of 0.80 per cent. was obtained.
It
was thought that as A. Jlavicostu was mainly zoophilous it was possible that the
sporozoites in the glands were of malaria not of human origin.
It appeared that
where A. niEi was common it could become a secondary vector, and on account
of its marked exophilic nature it might1 prove difficult to interrupt transmisssion
by this species.
The relatively recent increase in towns of C. p. fatiyans and the almost virtual
disappearance of C. rtebulosus Theo., formerly the predominant Culicine, and t’he
possibility that this change might have been initiated by the practice in recent
years of using DDT larvicidal formulations and not oil, is discussed.
Acknowledgements.
I owe a special debt of gratitude to Mr. A. E. Agber for his devoted assistance
with the field work much of which was performed under trying and uncomfortable
conditions.
I also wish to thank Dr. C. C. Draper for advice and for reading
through the manuscript, and Mr. D. A. T. Baldry for fig. 7. I am indebted to
Dr. B. Weitz of the Lister Institute
of Preventive Medicine and his staff for
carrying out the numerous precipitin tests, and to the Director, West African
Institute
for Trypanosomiasis
Research for providing the meteorological data
given in Table I.
Thanks are due to the Permanent Secretary, blinistry of Health, Kaduna, for
permission to publish this paper.
N. w. SERVICE.
630
References.
ADAM, J. P., BRUCE-CHWATT, L. J. & HAMOPIT,J. (1956).
Contribution a l’etude
des Culicidae (dipteres) de la region Bthiopienne.
Description du male
et de quelques variations de la femelle et des premiers stades d’AnopheZes
Xoc. Path. ezot. 2E9 pp. 100-108.
domicolus Edwards, 1916 .--Bull.
ADAM, J. P., HAMOS, J., RICKEXBACH, ,4. & LIPS, M. (1956).
I. Description du
male et du pharynx de la femelle d’Anopheles
brohicri Edwards 1929
et A. hancocki var. masseguini Hamon 1954.
II.
Etude des affinit,es
existant entre Anopheles hancocki, A. hancocki var. masseguini, A.
brohieri, A. theileri, ,4. seydeli.-Bull.
Sot. Path. exot. H9 pp. 747-758.
BAILEY,
N. T. J. (1959).
Engl. Univ. Pr.
Statistical
methods
in biology.-200
BARBER, M. A., RICE, J. B. & BROWN, J. Y. (1932).
Firestone rubber plantNation in Liberia, West
IS pp. 601-633.
pp.
London,
Malaria studies on the
Africa.-Amer.
J. Hyg.
Studies of the biting habits of the mosquito A&es
BOORMAN, J. [P. T.] (1960a).
(Xtegomyia) aegypti, Linn., in a West African village.--W.
Afr. med. J.
(N.S.) 9 pp. 111-122.
BOORMAS, J. [P. T.] (19605).
Studies on the biting habits of six species of
Culicine mosquitoes in a West 9frican village.--W.
Afr. med. J. (N.S.)
9 pp. 235-246.
BOORMAS, J. P. T. & SERVICE, 1f. TV. (1960).
cidae Diptera) from the Niger Delta
med. J. (N.S.) 9 pp. 67-72.
BRUCE-CHWATT, L. J. (1952).
pp. 153-158.
Malaria
BRUCE-CHWATT, L. J. (1953).
Report
Western Sokoto area in 1953.-27
Serv.
(Unpublished.)
Some records of mosquitoes (Culiarea, southern Nigeria.--W.
Afr.
in Nigeria
(Part
II).-----w.
Afr.
med. J. 1
on pre-control malaria surveys of the
pp., multigraph.
Yaba, Lagos, Malaria
BRUCE-CHWATT, L. J. (1955).
Malaria control pilot project in Western Sokoto,
Northern Nigeria.
First annual report, 1954-55 .-81
pp., multigraph.
Yaba, Lagos, Malaria Serv.
(Unpublished.)
BRUCE-CHWATT, L. 3. (1956).
Malaria control pilot project in Western Sokoto,
Northern Nigeria.
Second Annual Report, 1955-56.-48
pp., multigraph. Yaba, La,gos, ;\falaria
‘
Serv. (Unpublished.)
Trials
BURNETT, G. F. (1957).
African-type huts.-Bull.
of residual insecticides against
ent. Res. 48 pp. 631-668.
Anophelines
in
Malaria in the Pare area of N.E. Tanganyika.
DRAPER, C. C. & SMITH, A. (1957).
Part I: Epidemiology.-Trans.
R. SOC. trop. Med. Hyg. 51 pp. 137-151.
GELFASD, H.
--J.
M. (1947).
tTop. Med.
Natural malaria infection in Anopheles rufipes (Gough).
Hyg. 50 pp. 159-160.
GILLIES, M. T. (1954a).
Studies of house leaving and outside resting of Anopheles
I.-The
gambiae Giles and Anopheles funestus Giles in East Africa.
outside resting population ..--,Bull. ent. Res. 45 pp. 361-373.
GILLIES, 151.T. (19545).
Studies in house leaving and outside resting of Anopheles
gambiae Giles and Atzopheles funestus Giles in East Africa.
II.-The
exodus from houses and the house resting population.-Bull,
ent. Res.
45 pp. 375-387.
6.31
ECOLOGY
OF THE NOsQUITOsOF THE NORTHERNGUINEA SAVANNAHOF NIGERIA.
The problem of exophily
GILLIES, M. T. (1956).
World Hlth Org. 15 pp. 437-449.
in .4lzop?lcles ganlbiac.-Bzlll.
GORDON, R. ill., HICKS. E. P., DAVEP, T. H. & WATSON, M. (1932).
A study of
the house-haunting Culicidae occurring in Freetown, Sierra Leone . . .
-A1212. trop. Med. Parasit. 26 pp. 273-345.
Studies on aqueous
HADAWAY, ,4. B. R- BARLOW, F. (1951).
insecticides.-Bzdll.
ent. Res. 41 pp. 603-622.
suspensions of
HADDOW, A. J., GILLETT, J. D. & HIGHTOS, R. B. (1947).
The mosquitoes of
V.-The
vertical distribution
and biting
Bwamba
County, Uganda.
cycle of mosquitoes in rain forest, with further observations on microclimate.-B2177.
ent. Res. 37 pp. 301-330.
HADDOW, 9. J., VAS SOMEREN, E. C. C., LURISDES, W. H. R., HARPER, J. 0. &
The mosquitoes of Bwamba County, Uganda.
GILLETT, J. D. (1951).
cnt. Res.
VIII.-Records
of occurrence, behaviour and habitat.-Bltll.
42 pp. 207-238.
HAMON, J. (ilz ~I’cs’s).
Les moustiques anthropophiles
de la region de Bobo
Dioulasso, Republique de Haute Volta.-_4n?z.
Sot. ellt. Fr.
Les vecteurs secondaires du paludisme
HAMOS, J. & MOUCHET, J. (1961).
en Afrique.-Al&d.
trap. 21 pp. 643-660.
HANNEY, P. W. (1960).
The mosquitos
Bull. ent. Res. 51 pp. 145-171.
of Zaria
Province,
Northern
The transmission of ~~uchereria ba?zrofti
HICKS, E. P. (1932).
-Ann.
trop. Med. Parasit. 26 pp. 407422.
HODGKIN, E. P. (1950).
On the dissection of mosquitoes
and the information to be derived therefrom.-TTalzs.
Hyg. 43 pp. 617-634.
Un nouveau
HOLSTEIN, M. (1950).
rufipes (Gough 1910). -Bull.
Kigeria.-
in Sierra Leone.
for malaria parasites
R. Xoc. trop. Med.
Anoplzelcs
vecteur du paludisme en 4.O.F.
Sot. Path. ezot. 43 pp. 140-143.
JOHNSON, W. B. (1919).
Domestic mosquitoes
eytt. Res. 9 pp. 325332.
Nigeria.-Bull.
humain
of the northern
provinces
MATTINGLY, P. F. (1949).
Studies on West African forest mosquitos.
The seasonal distribution,
biting cycle and vertical distribution
of the principal species .-Bull.
ent. Res. 40 pp. 149-168.
of
Part I.
of four
DE MEILLON, B. (1951).
Species and varieties of malaria vectors in Africa
their bionomics.-Bull.
World Hlth Org. 4 pp. 419-441.
and
MUIRHEAD-THOMSON, R. C. (1948).
Studies on Anopheles gambiae and A. melas
in and around Lagos.--+Bull. ent. Res. 38 pp. 527-558.
MUIRHEAD-THOMSON, R. C. (1951).
Studies on salt-water
pheles gam biae on the East African coast.-Bull.
502.
NASH, T. ,4. M. (1948).
Colon. Off.
Tsetse flies in British
and fresh-water Anoent. Res. 41 pp. 487-
West *4frica.-77
RIVOLA, E. & HOLSTEIN, M. H. (1957).
Sate sur une variete
Theo.-Bull.
Sot. Path. ezot. SO pp. 382387.
SERVICE, M. W. (1962).
pp. 120-158.
Keys to the West
African
pp.
[London]
d’ilnopheles
_4nophelini.-Acta
nili
trop. 19
SERVICE, M. W. (1964a).
An analysis of individual and seasonal variations occurring in the wing orna.mentation of Anopheles (Cellia) funestus Giles
(Diptera:
Culicidae).-Proc.
R. ent. Xoc. Land. (B) 33.
(In press.)
M. W. SERVICE.
(j.f;g
Two extreme albinoid AnopJzelcs (Myxoti2~k.z) gambiae
SERVICE, 31. W. (196Q).
Giles (Diptera:
Culicidae) from Korthern Nigeria.-Proc.
12. cnt. XOC.
Lofzd. (R) 33.
(In press.)
SERVICE, 31. \\‘. (i)L j7”Css). The att,raction of mosquitoes by animal baits in the
Sorthern Guinea Savannah of Nigeria.-J.
ent. Sec. S. Afr.
Studies on the domestic habits of A. gambiae that affect its
SNITH, A. (1962).
Afr.
Resting places in huts.--E.
w~lnerability to insecticides.
Part I.
med. J. 39 pp. X-24.
Malaria in the TaVeta area of Kenya and
SMITH,
A. & DKAPER, C. C. (1959).
Tanganyika.
Part I.
Epidemiology.--li:.
Afr. med. J. 36 pp. 99-113.
VAS SOMERES, E. c‘. c’., TEESDALE, C. & FURT,OS(;, Ill. (1955).
The mosquitos of
t’he Kenya coast; records of occurrence, behaviour and habitat.--BzIZE.
cd. Res. 46 pp. 463-493.
STONE, A. (1961).
A synoptic catalo g of the mosquitoes of the world, suppleCulicidae) .--Proc.
ment I (Diptera:
ent. Xoc. Wash. 63 pp. 29-52.
STOSE, ,4., KSIGHT, Ii. L. & STARCRE, H. (1959).
A synoptic catalog of the
mosquitoes of the world (Diptera,
Culicidae).-358
pp.
Washington,
D.C., Ent. Sot. Amer.
(1930).
TAYLOR, A. \\‘.
The domestic mosquitos of Gadau, Northern Nigeria,
trap. Med. Parasit.
and their relation to malaria and filariasis.-Ann.
24 pp. 425-435.
THOMAS, T. C. E. (1956).
A note on the occurrence of Culex (CztZex) pipiens
fatigans in Sierra Leone.-Aw.
trop. Med. Parasit. 50 pp. 421425.
0
Commonwealth Agricultural
Bureaux, 1963.
BULL.
ENT.
RES. VOL.
PLATE
54.
FIG. 1.
FIG. 2.
A typical village
A Fulani
Xi.
hut near Kaduna.
granary.
FIG. 3.
Entrance trap in position in
the door of a typical village
hut in Anguwun Rimi.
Download

Os mosquitos no Para. - Systematic Catalog of Culicidae