A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES
NO CLIMATÉRIO
THE PHYSICAL THERAPY INTERVENTION ON QUALITY OF LIFE OF
CLIMATERIC WOMEN
Bruna de Moraes Perseguim, e-mail: [email protected]
Fernanda Aline de Alencar, e-mail: [email protected]
Prof.ª Ana Cláudia de Souza Costa, e-mail: [email protected]
Prof.ª Ana Beatriz Lima, e-mail: [email protected]
RESUMO
O climatério é a fase de transição entre o período reprodutivo e o período não
reprodutivo da mulher. Geralmente ocorre em mulheres na faixa etária de 45 a 65
anos. É caracterizada pela queda progressiva dos níveis de estrogênio e interrupção
dos ciclos menstruais, causando diversas alterações físicas e psíquicas que
interferem na qualidade de vida da mulher. O objetivo do presente estudo foi avaliar
a qualidade de vida de mulheres no climatério e elaborar uma proposta de
intervenção fisioterapêutica a fim de melhorar os sintomas do climatério e atuar na
prevenção de complicações futuras. Para realização da seguinte pesquisa, foram
avaliadas 16 voluntárias com idade de 40 a 60 anos que exercem função de serviços
gerais e apresentavam sintomas característicos do climatério. Os resultados obtidos
através da análise dos questionários aplicados nos períodos pré e pós intervenção,
nos levam a concluir que as mulheres climatéricas apresentaram melhora
significativa em seu desempenho das atividades diárias, observado através da
melhora no domínio de capacidade funcional em relação à qualidade de vida das
mulheres.
Palavras-chave: Climatério. Saúde da Mulher. Qualidade de Vida. Fisioterapia.
ABSTRACT
Climateric is a transition phase between the reproductive period and the nonreproductive period of the woman. Generally happens with womans in age groups
between 45 and 65 years old. It is characterized by a progressive fall in strogen
levels and interruption of menstrual cycle, causing several physical an psychological
changes, that interfere in woman´s quality of life. The objective of the present
research is to evaluate the quality of life of woman in climacteric and elaborate a
purpose of physiotherapeutic intervention looking to soften the symptoms of
climacteric and operate in prevention of future complications. To realize the following
research, 16 voluntareers form ages between 40 and 60 years old, that exercises the
function of general services, showing characteristic symptoms of climacteric. The
results obtained through analysis of the questionnaires in pre and post intervention
leads us to conclude that climacteric woman’s show significant improvement in their
performance in daily activities, observed through an improvement and domain of
functional capacity related to woman´s quality of life.
Keywords: Climateric, Woman´s health, Quality of life, Physiotherapy
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 2, n.4, jul/dez de 2011
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INTRODUÇÃO
Segundo Sá e Abreu (2011), o estudo do climatério e suas diversas
consequências apresentam hoje uma grande importância, principalmente devido o
significativo aumento da sobrevida da população na sociedade moderna, onde nos
últimos 40 anos temos assistido um crescimento rápido da população com idade
maior que 50 anos, alterando profundamente a proporção entre jovens e idosos.
Sá e Abreu (2011) também descrevem que a expectativa de vida das
mulheres atualmente em países desenvolvidos já atingiu os 80 anos e, no Brasil, já
ultrapassa dos 75 anos. Portanto, as mulheres viverão cerca de um terço de suas
vidas após a menopausa e, apesar da expectativa de vida aumentar, a idade da
menopausa tem permanecido em torno dos 50 anos de idade.
De acordo com Wender, et al (2006), o climatério é um acometimento
fisiológico na vida da mulher em que ocorre uma diminuição da produção hormonal,
acarretando diversas alterações em diferentes órgãos e sistemas .
Wender et al (2006) também descreve o climatério como uma fase de
transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher,
estendendo-se até os 65 anos de idade, onde ocorre a menopausa, que é um
evento que corresponde ao último período menstrual, sendo somente reconhecida
após 12 meses de sua ocorrência.
Segundo Baracho, Almeida e Guimarães (2007), a menopausa ocorre, em
média, em mulheres com faixa etária de 40 a 58 anos, onde a perda da função
folicular devido à diminuição da secreção de estrogênio resulta na cessação
permanente da menstruação.
De acordo com Wender, et al (2006), o climatério abrange uma série de
intensas modificações físicas e psíquicas no organismo da mulher. Essas
modificações variam para cada mulher de acordo com suas condições de saúde e
bem-estar individuais.
O período do climatério corresponde a uma série de modificações no
organismo da mulher, tanto em nível físico quanto psíquico. A queda da taxa do
hormônio estrogênio acarreta alterações como: ondas de calor, fadiga, irritabilidade,
dor muscular, ansiedade, incontinência urinária, dentre outros, sendo este último
aspecto o responsável por afastar as mulheres de suas atividades sociais. (SOUZA;
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ANDRADE, 2002).
De acordo com Góis e Roveratti (2007), todas estas alterações ou quase
todas poderiam ser amenizadas, pois há vários recursos dentro da medicina,
inclusive a fisioterapia, que poderão atuar a fim de amenizar esses sintomas e fazer
com que a mulher transcorra essa fase de uma maneira menos sofrida. Porém, são
poucas as mulheres que estão informadas sobre tais recursos e muitas não estão
preparadas para a chegada do climatério.
Abreu (2011) descreve que a fisioterapia pode atuar de forma preventiva com
o objetivo de evitar ou minimizar as alterações que acontecem a longo prazo,
relacionadas com a menopausa e o envelhecimento.
O presente estudo teve como objetivo analisar a qualidade de vida de
mulheres na faixa etária de 40 a 60 anos, ou seja, que apresentam alterações
características do climatério, através da aplicação de questionários relacionados à
qualidade devida e saúde da mulher e, com base nos resultados adquiridos, elaborar
uma proposta de intervenção.
A partir dos pressupostos teóricos, surgiu o seguinte questionamento à
pesquisa: até que ponto a fisioterapia pode auxiliar na qualidade de vida de
mulheres que se encontram no climatério?
Segundo Lorenzi et al (2009), os fatores mais relevantes associados à
qualidade de vida de mulheres no climatério são suas condições físicas e
emocionais prévias, bem como sua inserção social e experiências frente a eventos
vitais. Portanto, mulheres com uma percepção mais negativa da menopausa tendem
a apresentar pior qualidade de vida e sintomas climatéricos mais severos.
1
CLIMATÉRIO
No decorrer de sua vida, a mulher passa por um período de transição
significativo em relação a sua fertilidade, ocorrendo intensas modificações no
organismo feminino, tanto em nível físico quanto psíquico, sendo um período de
grande importância clínica. (BARACHO; ALMEIDA; GUIMARÃES, 2007).
Baracho, Almeida e Guimarães (2007) citam que a menopausa é um evento
que ocorre dentro do período do climatério, onde a cessação permanente da
menstruação, resultante da perda da função folicular decorrente da diminuição da
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secreção de estrogênio. Ocorre, em média, em mulheres com faixa etária entre 40 a
58 anos. Os autores também citam que, uma vez que os ciclos menstruais
raramente terminam de forma abrupta, existe um período de tempo denominado
perimenopausa, que circunda a menopausa, no qual os perfis hormonais flutuam
significativamente.
2
FISIOLOGIA DO CLIMATÉRIO
Em relação à causa da menopausa, Guyton e Hall (2006) citam que esse fato
ocorre devido ao esgotamento dos ovários. Durante a vida reprodutiva da mulher,
em torno de 400 folículos primordiais evoluem para folículos maduros prontos para a
ovulação, e centenas de milhares de óvulos degeneram-se. Em média aos 45 anos
de idade, apenas alguns folículos primordiais são estimulados pelo FSH e LH e, a
produção de estrogênios pelos ovários diminui à medida que o número de folículos
primordiais aproxima-se de zero.
Quando a produção de estrogênio cai abaixo do nível crítico, os
estrogênios não conseguem mais inibir a produção das gonadotropinas
FSH e LH. Em vez disso, as gonadotropinas FSH e LH (principalmente
FSH) são produzidas depois da menopausa em quantidades elevadas e
contínuas, mas à medida que os folículos primordiais remanescentes
tornam-se atrésicos, a produção de estrogênios pelos ovários cai
virtualmente a zero. (GUYTON; HALL, 2006. p. 1022).
3
MANIFESTAÇÕES CLIMATÉRICAS
No período do climatério, a mulher precisa reajustar sua vida, pois a queda de
estrogênios geralmente causa mudanças fisiológicas marcantes como “fogachos”,
sensações psíquicas de dispnéia, irritabilidade, fadiga, ansiedade, ocasionalmente
estados psicóticos diversos e diminuição da resistência e calcificação dos ossos no
corpo inteiro, atingindo de forma considerável 15% das mulheres, necessitando de
tratamento específico. (GUYTON; HALL, 2006).
Os sintomas mais comuns da síndrome do climatério são as manifestações
neurogênicas, isto é, ondas de calor ou fogachos vasomotores, sudorese, calafrios,
palpitações, cefaléia, tonturas, parestesia, insônia, perda da memória e fadiga.
(HALBE; FONSECA, 2000).
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Segundo Stephenson e O’Connor (2004) citam que, durante a menopausa, a
mulher pode apresentar muitos medos como morte, solidão, morte do companheiro,
dependência dos filhos, desamparo e limitações físicas. A mulher irá refletir sobre as
metas e conquistas de sua própria vida frequentemente e, possivelmente
experimentará a diminuição do apetite sexual devido às alterações da libido e
desconforto provocado pela vaginite atrófica. Portanto, o conhecimento desse
período de vida, sua base biológica e o tempo necessário para adaptação, pode ser
tranqüilizador para a mulher na menopausa.
Os sintomas de alteração de humor são frequentes, como ansiedade,
depressão e irritabilidade. Tais alterações têm sido descritas como
conseqüentes às mudanças hormonais do período, uma vez que estudos
recentes sugerem o envolvimento de substâncias como adrenalina,
noradrenalina, serotonina, opióides e GABA sobre a secreção dos
hormônios hipofisários, assim como alterações de seus níveis em função
da deficiência estrogênica. (WENDER, et al, 2006. p. 544).
Osteoporose é uma doença bastante comum nas mulheres especialmente
após a menopausa. É caracterizada pela redução de massa óssea com deterioração
microarquitetual do tecido ósseo, aumentando sua fragilidade tendo como
consequência, elevado risco de fratura. (FERNANDES; WEHBA, 1999).
Após a menopausa, a mulher perde mais de 20% de sua massa óssea por
volta dos 70 anos de idade. (POLDEN; MANTLE, 1997).
Segundo Fernandes e Wehba (1999), a obesidade frequentemente se associa
à diminuição da tolerância à glicose e hipertensão arterial, constituindo-se,
isoladamente, em importante fator de risco para doenças cardiovasculares.
A
incidência
de
doença
cardiovascular
nas
mulheres
aumenta
significativamente após a menopausa, sendo a principal causa de morte entre as
mulheres neste período. (WENDER, et al., 2006).
Após a menopausa, o quadro histológico da mama é de progressiva involução
de todos os tecidos componentes da glândula, exceto do adiposo. Em geral, depois
da menopausa o epitélio de revestimento dos ductos, principalmente, dos ácinos se
atrofiam e os cortes histológicos indicam apenas canalículos semelhantes à época
pré-puberal. Já o tecido conjuntivo interlobar e interlobular torna-se praticamente
acelular e hialinizado. Neste período, as mulheres apresentam mamas atróficas,
com flacidez e redução do volume. (HALBE; FONSECA, 2000).
Segundo Wender, et al (2006), a atrofia urogenital da pós-menopausa pode
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trazer uma série de sintomas, como ressecamento vaginal, dispareunia, vaginites,
urgência urinária, disúria, uretrite atróficas e agravamento da incontinência urinária.
Segundo Halbe e Fonseca (2000), a deficiência dos estrogênios contribui para
o aparecimento de alterações no trato urinário baixo. Surgem alterações tróficas,
tanto na mucosa do trato urinário, como na estática vesical que causam irritabilidade
vesical, disúria e resíduo urinário, ocorrendo frequentes cistites.
Em relação à incontinência urinária, Simões e Girão (2006) cita que, devido à
queda de estrogênios, as mulheres na pós-menopausa têm a pressão uretral
diminuída.
Após a menopausa, a pele se afina, tanto na derme quanto na epiderme. Com
a diminuição do nível de estrogênio, ocorrem alterações sobre todos os
componentes da pele. Há uma perda progressiva de colágeno, tornando a pele com
aspecto envelhecido. (WENDER et al., 2006).
Halbe e Fonseca (2006) ressaltam a importância do médico na orientação
dessas pacientes, restaurando seu equilíbrio físico e psíquico e reintegrando-as ao
seu contexto social, pois as alterações fisiológicas e orgânicas influem diretamente
na qualidade de vida das mulheres no período do climatério.
4
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DA MULHER
Leite e Fernandes (2009) descrevem que antigamente a maioria das mulheres
morriam cedo, portanto não havia preocupação devida em relação à sua saúde.
Com o aumento da longevidade, as mulheres podem viver muitos anos após a
menopausa, tendo que se manterem ativas como mulher, como mãe e como
profissional.
Dentre os fatores associados à qualidade de vida da mulher no climatério, os
mais relevantes são as suas condições físicas e emocionais prévias, bem como a
sua inserção social e experiências frente a eventos vitais. Atualmente, é reconhecida
a influência de atitudes e percepções da mulher em relação à menopausa na
qualidade de vida, onde uma percepção mais negativa acarretará sintomas
climatéricos mais severos e consequentemente uma pior qualidade de vida.
(LORENZI et al., 2009).
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5
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA MULHER
A fisioterapia tem um amplo campo de trabalho dentro da área de ginecologia
e obstetrícia, onde podem tratar de pacientes com distúrbios ginecológicos, antes e
após cirurgias ginecológicas e de mamas; realizar avaliações musculoesqueléticas e
tratamento de pacientes de obstetrícia; atuar como pessoas de apoio ao trabalho de
parto; e ensinar exercícios terapêuticos para pacientes em fase pré natal, pós parto,
pacientes de alto risco e após cesariana. (STEPHENSON; O’CONNOR, 2004).
Lopes e Radaic (2000) descrevem a menopausa como um fator fisiológico
ligada a um conjunto de sinais e sintomas. Portanto, é de extrema importância
proporcionar um bem-estar físico e psíquico para as mulheres na fase do climatério.
Com a identificação do quadro clínico, são estabelecidos os meios de prevenção e
tratamento com o objetivo de propiciar uma melhor qualidade de vida, para os anos
que se seguem após a menopausa.
A terapia de reposição hormonal é uma opção indicada para o tratamento
clínico dos sintomas do climatério, sendo discutida junto ao ginecologista sobre seus
riscos e benefícios. (BARACHO; ALMEIDA; GUIMARÃES, 2007).
Abreu (2011) descreve que os objetivos do tratamento fisioterapêutico
constituem em melhorar os sintomas do climatério, melhorar o condicionamento
cardiorrespiratório, melhorar força muscular, flexibilidade, marcha, equilíbrio e
postura. O autor destaca também que o objetivo a longo prazo é a melhora ou
manutenção do tecido ósseo.
Baracho, Almeida e Guimarães (2007) citam que a atividade física produz um
considerável consumo de energia que conduz a liberação de endorfinas no sistema
nervoso central e periférico, ajudando essas mulheres no controle de seu peso
corporal e trazendo maior bem-estar e relaxamento. Em comparação às mulheres
sedentárias, as praticantes de exercícios físicos regulares apresentam sensação de
calor e sudorese menos intensa.
A atuação preventiva consiste em orientar e esclarecer frente à mulher no
período do climatério sobre as modificações no organismo; promover a promoção da
saúde, estimulando bons hábitos alimentares, manutenção do peso ideal, prática de
atividade física, e alertar contra hábitos como o consumo excessivo de álcool e
fumo; prevenir doenças como osteoporose e cardiopatias e rastrear neoplasias
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como câncer de mama e câncer de colo uretral. (WENDER, et al., 2006).
6
CASUÍSTICA E MÉTODOS
Participaram do estudo 16 voluntárias, do gênero feminino, que apresentam
sintomas característicos do período do climatério, dentro da faixa etária de 40 a 60
anos.
As voluntárias participantes foram divididas entre Grupo de Intervenção (GI) e
Grupo Controle (GC), sendo o GI composto por 8 mulheres que exercem a função
de serviços gerais no Unisalesiano Lins e, o GC, também composto por 8 mulheres
que exercem função de serviços gerais variados.
O presente estudo teve início no mês de Maio/ 2011, e término no mês de
Julho/ 2011, sendo realizado para ambos os grupos a aplicação dos questionários:
Short-Form 36 Health Survey (SF – 36) e Women’s Health Questionnaire
(Questionário da Saúde da Mulher), sendo estes aplicados ao início e término da
pesquisa.
Foram realizadas 20 sessões de fisioterapia, com freqüência de 2 encontros
semanais, com duração de 30 minutos cada sessão. As sessões realizadas foram
subdivididas em: 5 minutos para alongamentos globais; 15 minutos para exercícios
variados, com ênfase em variados grupos musculares e articulares; e, 10 minutos de
relaxamento global, atividades estas podendo ser dinâmicas entre o grupo e/ ou
individuais.
7
RESULTADOS
A análise dos dados foi realizada com os procedimentos estatísticos,
admitindo-se média e desvio padrão, com análise descritiva através do programa
BioEstat 5.0. Foi utilizado o teste Mann-Whitney para as análises intergrupos.
Admitiu-se um nível de significância de 5% (p≤0,05) em todos os testes.
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Tabela 1: Correlação intergrupos, realizada no período Pré. SF-36.
DOMÍNIO
Capacidade Funcional
Limitação por Aspectos
Físicos
Dor
Estado Geral de Saúde
Vitalidade
Aspectos Sociais
Limitação por Aspectos
Emocionais
Saúde Mental
GRUPO
GRUPO
INTERVENÇÃO CONTROLE
77.50 ± 19.63
76.87 ± 22.35
p
0.95
59.37 ± 39.94
71.87 ± 33.90
0.59
61.25 ± 26.29
70.50 ± 14.66
60.62 ± 18.79
75.00 ± 27.54
52.25 ± 20.73
81.75 ± 13.22
68.75 ± 9.54
70.31 ± 14.84
0.31
0.18
0.40
0.63
66.65 ± 35.65
58.31 ± 42.72
0.67
66.00 ± 20.83
73.00 ± 8.48
0.24
*P ≤ 0,05 entre os grupos
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011.
Quando analisado os resultados da Tabela 3, foi constatado que não houve
diferença significativa entre os grupos.
Tabela 2: Correlação intergrupos, realizada no período Pós. SF-36.
DOMÍNIO
Capacidade Funcional
Limitação por Aspectos
Físicos
Dor
Estado Geral de Saúde
Vitalidade
Aspectos Sociais
Limitação por Aspectos
Emocionais
Saúde Mental
GRUPO
GRUPO
INTERVENÇÃO CONTROLE
88.75 ± 20.48 76.87 ± 14.12*
p
0.04
78.12 ± 33.90
71.87 ± 45.19
0.83
63.87 ± 25.43
73.62 ± 11.81
65.00 ± 20.87
84.37 ± 18.60
46.25 ± 12.81
75.12 ± 16.24
61.25 ± 16.63
73.43 ± 24.49
0.24
0.79
0.46
0.37
79.15 ± 30.55
70.81 ± 37.53
0.67
71.50 ± 25.24
74.01 ± 13.18
0.79
*P ≤ 0,05 entre os grupos
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011.
A tabela acima mostra a correlação intergrupo, onde nota-se que no domínio
capacidade funcional, existe uma diferença significativa entre os grupos.
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Tabela 3: Correlação intergrupos, realizada no período Pré. Questionário da Saúde da
Mulher.
DOMÍNIO
Depressão
Ansiedade
Sintomas Somáticos
Memória
Sintomas Vasomotores
Comportamento Sexual
Problemas de Sono
Problemas Menstruais
Atratividade
GRUPO
INTERVENÇÃO
2.39 ± 0.83
2.96 ± 1.10
2.30 ± 1.09
2.62 ± 1.14
2.93 ± 0.99
2.33 ± 1.33
2.79 ± 1.04
3.25 ± 0.96
2.58 ± 0.85
P=0.96
GRUPO
CONTROLE
2.35 ± 0.70
2.75 ± 1.09
2.51 ± 1.10
2.87 ± 0.87
3.18 ± 1.12
2.79 ± 0.99
2.37 ± 0.87
3.25 ± 1.00
2.20 ± 0.95
*P ≤ 0,05 entre os grupos
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011.
Quando analisado os resultados da Tabela 3, foi constatado que não houve
diferença significante entre os grupos.
Tabela 4: A tabela mostra a correlação intergrupos, realizada no período Pós. Questionário
da Saúde da Mulher.
DOMÍNIO
Depressão
Ansiedade
Sintomas Somáticos
Memória
Sintomas Vasomotores
Comportamento Sexual
Problemas de Sono
Problemas Menstruais
Atratividade
GRUPO
INTERVENÇÃO
2.66 ± 0.74
3.28 ± 0.81
2.69 ± 0.91
2.33 ± 0.91
3.06 ± 0.86
2.62 ± 1.17
2.66 ± 0.95
3.43 ± 0.74
2.58 ± 0.90
P=0.15
GRUPO
CONTROLE
2.37 ± 0.70
2.71 ± 0.83
2.57 ± 0.83
2.54 ± 0.99
3.12 ± 1.15
2.58 ± 0.85
2.37 ± 0.88
2.93 ± 1.02
2.04 ± 0.95
*P ≤ 0,05 entre os grupos
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011.
A tabela acima mostra a correlação intergrupo, onde nota-se que não houve
diferença significativa entre os grupos.
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225
8
DISCUSSÃO
O envelhecimento da mulher coincide com o período da menopausa, sendo
este por volta dos 50 anos, onde é caracterizado por um declínio da capacidade
funcional decorrentes da diminuição da capacidade aeróbia e da debilitação
progressiva da musculatura corporal, sendo o sedentarismo um fator agravante
nesse processo. (TAIROVA; LORENZI, 2010).
Lorenzi et al (2009) descrevem que recentemente é reconhecido que
mulheres com uma percepção mais negativa da menopausa tendem a apresentar
uma piora em sua qualidade de vida e um quadro de sintomas mais severos.
Para as mulheres no climatério, o tratamento envolvendo exercícios variados
possibilita a melhora funcional das mesmas, repercutindo de forma positiva em sua
qualidade de vida. (ABREU, 2011).
Abreu (2011) descreve que o exercício físico tem como objetivo principal
aumentar a capacidade física, o que interfere positivamente nas atividades de vida
diária, de lazer e socialização, sendo que, a prática regular de atividade física
beneficia a qualidade de vida em relação aos aspectos fisiológicos, comparado
àquelas sedentárias.
Em nosso presente estudo, após a aplicação dos exercícios terapêuticos, o
grupo de intervenção (GI) apresentou uma melhora significativa em relação à
capacidade funcional em comparação ao grupo controle (GC).
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos através da análise dos questionários aplicados nos
períodos pré e pós intervenção, nos levam a concluir que as mulheres climatéricas
apresentaram melhora significativa em seu desempenho das atividades diárias,
observado através da melhora no domínio de capacidade funcional em relação à
qualidade de vida das mulheres.
Propomos a criação de um programa com medidas de promoção à saúde,
através de uma equipe multidisciplinar, no qual reconheçam a mulher climatérica na
sua integralidade, individualizando as suas necessidades e disponibilizando
tratamentos terapêuticos, preventivos e de reabilitação, afim de proporcionar uma
melhor qualidade de vida a essas mulheres.
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É importante salientar que a fisioterapia pode intervir de maneira benéfica
com atividades específicas para a mulher no período do climatério, conscientizando
e preparando a mesma para conviver com todas as alterações do climatério,
proporcionando assim o alívio ou resolução dos sintomas característicos,
promovendo uma melhora na qualidade de vida da mulher.
REFERÊNCIAS
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A intervencao da fisioterapia na qualidade de vida de