JEAN-PAUL SARTRE
Procure explicar a afirmação do filósofo francês Jean-Paul Sartre: “O homem está condenado à
liberdade”. Por que essa afirmação pode ser considerada um aforismo?
Giovanni Battista Piranesi. Gravura da série
Prisões imaginárias, 1760.
Essas imagens pertencem a um conjunto de gravuras elaboradas pelo arquiteto e artista italiano
Giovanni Piranesi (1720 – 1778) intitulado Prisões imaginárias. Procure imaginar como essas prisões
funcionariam, qual o significado de seus elementos arquitetônicos (escadas, pontes e janelas) e quem
seriam as figuras que vagam pelo seu espaço.
O ENTE E O SER
Para Sartre todos os objetos que nos cercam podem ser caracterizados como entes (nessa perspectiva
devemos lembrar de Platão pois os sentidos humanos nos enganam)
Veja: para Martim “tudo que nos encontra, nos cerca, nos conduz, nos constrange, nos enfeitiça e nos
preenche, nos exalta e nos decepciona”.
Sendo assim: os entes ocultam o ser, ou seja, a essência, aquilo que a coisa é.
Veja: Nas palavras de Hegel, o ser é: “ser puro, nenhuma determinação. Em sua imediatez
indeterminada, ele só é igual a si mesmo, sem ser desigual de outra coisa”. As coisas mudam,
transformam-se; o ser é aquilo que permanece inalterado e estável, mesmo com o passar do tempo.
FENOMENOLOGIA
Século XIX: desenvolvimento acelerado do conhecimento científico, a explicação do mundo natural e
biológico, acabaram por afetar profundamente as ciências humanas. Temos contribuição de Charles
Darwin (1809 – 1882), Sigmund Freud (1856 – 1939).
Tudo isso fez com que diversos pensadores das ciências humanas buscassem estabelecer um estatuto
científico para seu campo de saber.
Marx: Leis da História.
Engels: marxismo como um “socialismo científico”
Edmund Husserl (1859 – 1938): chegou à ideia de que não há separação entre a consciência e as
coisas, pois a consciência só tem sentido na medida em que percebe o mundo.
“Toda consciência é consciência de alguma coisa”, afirmou Husserl. Os objetos (ou atos) se apresentam
diante de nós como fenômenos.
A consciência não cria os objetos do mundo e também não os percebe exatamente como são.
A consciência é intencional, ela permite que percebamos a significação das coisas e dos atos, partindo
dessa inter-relação entre consciência e objetos (ou atos).
Nesse sentido, a consciência não possui conteúdos, mas opera com os “fenômenos” que a ela se
apresentam.
EXISTENCIALISMO
Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) foi influenciado pela fenomenologia de Husserl .
“a existência precede a essência”. Portanto cabe à Filosofia debruçar-se sobre as coisas conforme elas
existem.
Sartre afirmou a separação entre o ser-em-si (que são as coisas físicas, da natureza) e o ser-para-si
(que é o homem, dotado de consciência, capaz de perceber a si mesmo e aos objetos do mundo)
Essa forma de pensar afeta o homem pois, não somos um segredo a ser desvendado!
Para Sartre, nossa consciência é um vazio, um Nada, que precisa ser preenchido.
“somos como atores que são colocados em um palco sem termos decorado um papel, sem um roteiro
definido e sem um ‘ponto’ para nos sussurrar ao ouvido o que devemos dizer ou fazer”. (J. Gaarder,
autor de O mundo de Sofia).
Esse vazio deve ser preenchido a medida que construímos nossa existência uma vês que somos livres.
Liberdade: entendida por ele como a possibilidade de agir que todos temos, em todas as circunstâncias.
“O homem, sendo condenado a ser livre, carrega o peso do mundo inteiro sobre seus ombros, é
responsável pelo mundo e por si mesmo enquanto maneira de ser”. (O ser e o nada, Sartre)
A consciência do Nada que somos, bem como a necessidade de exercer a liberdade sem diretrizes
preestabelecidas, gera angústia, que caracteriza a condição humana.
Negar essa condição humana acarreta em má-fé. Caracterizado pela dissimulação (ou autoengano).
A RELAÇÃO COM O OUTRO
“a favor” ou “contra” mim  buscamos aceitação e queremos mostrar apenas o que consideramos o
melhor em nós. Porém, o olhar do Outro pode ser cruel, na medida em que tem a capacidade de
desvendar nossas falhas ou limitações e quem vive em função da busca de aprovação do Outro acaba
vivendo um “inferno”.
“O inferno são os outros”
O sentido ético da Filosofia de Sartre é evidente: devemos responder pelas nossas ações e somos os
únicos responsáveis por elas.
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