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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NO
PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Por: Priscila de Pinho Foster
Orientador
Prof.ª Simone Ferreira
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NO
PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Apresentação
de
Candido
Mendes
obtenção
do
monografia
como
grau
requisito
de
Psicopedagogia.
Por: Priscila de Pinho Foster
Rio de Janeiro
2012
à
Universidade
parcial
para
especialista
em
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por
me acompanhar durante toda minha
caminhada
me
proporcionando
sucessos, aos meus professores do
curso de pós-graduação e minhas
colegas de turma.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus pais
Milton e Evanir e minha irmã Sabrina
por
sempre
me
incentivarem
e
apoiarem e a uma pessoa muito
importante na minha vida, Luca.
5
RESUMO
O objetivo principal desta pesquisa é abordar a importância do lúdico
no desenvolvimento da criança nos diferentes aspectos físicos, emocionais e
socioculturais e seu uso como um instrumento facilitador no processo ensino
aprendizagem.
Inicialmente uma retrospectiva é feita para mostrar a presença do
lúdico e seu progresso desde os povos mais primitivos até os dias atuais. As
várias formas de brincar nos
diversos contextos históricos e as diferentes
visões em relação a importância do mesmo em outras civilizações.
Na segunda parte são citados alguns autores e suas concepções em
relação ao lúdico e contribuições que o mesmo proporciona para o
desenvolvimento e aprendizagem dos indivíduos.
Ao final da pesquisa é apontada a necessidade em proporcionar
para as crianças tempo e espaço para o lúdico e como este deve ser
implementado na prática pedagógica para que torne o ambiente escolar mais
prazeroso e as aulas mais dinâmicas e interessantes com um aprendizado
significativo que levem o aluno a aquisição do saber.
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METODOLOGIA
Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica, que procura apresentar a
visão de alguns teóricos sobre o brincar e sua eficácia como instrumento
facilitador no processo ensino aprendizagem
Os principais teóricos e autores utilizados para a realização do
trabalho foram Piaget, Vygotsky, Brougère, Kishimoto, Teixeira, Maranhão,
Rosa e Valle. Também foram utilizadas e consultadas revistas, leituras de
artigos e sites.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO__________________________________________________8
CAPÍTULO I - História do Lúdico ____________________________________9
CAPÍTULO II - A Importância do Lúdico no Desenvolvimento da Criança ___18
CAPÍTULO III - O Lúdico no Processo Ensino Aprendizagem_____________29
CONCLUSÃO__________________________________________________38
BIBLIOGRAFIA_________________________________________________40
WEBGRAFIA__________________________________________________ 42
ÍNDICE_______________________________________________________44
8
INTRODUÇÃO
O tema desta monografia traz a atividade lúdica como instrumento
facilitador no processo ensino aprendizagem.
Pouca ou nenhuma importância é dada ao brincar, principalmente
quando este esta relacionado com escola e processo ensino aprendizagem.
Este que poderia ser utilizado como uma prática, um recurso pedagógico que
garanta uma aprendizagem significativa para a criança, pouco é utilizado.
Porém, quando se fala das possibilidades e benefícios do lúdico no
desenvolvimento infantil, observa-se qual relevante é o tema, pois através do
lúdico a criança pode aprender e aprendendo ela constrói seu conhecimento.
Este tema foi escolhido devido à necessidade em visualizar os
motivos pela falta de motivação dos alunos quanto às atividades apresentadas
pelo docente e apontar um dos possíveis meios de atrair a atenção destes
alunos, o brincar.
Tem
como
objetivo
mostrar
a
importância
do
brincar
no
desenvolvimento do aprendizado da criança; apresentá-lo em seus diversos
aspectos como jogo, brinquedo e brincadeira e mostrar que a utilização do
lúdico no cotidiano escolar favorece o processo ensino aprendizagem.
Brincar é muito mais que simplesmente uma atividade recreativa,
uma diversão sem compromisso. Se bem usado, o brincar torna-se um
instrumento eficaz na construção do pensamento e aquisição do conhecimento.
Uma ferramenta em potencial para o desenvolvimento físico, intelectual e
emocional da criança.
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CAPÍTULO I
História do Lúdico
A história da infância mostra que o lúdico sempre existiu. Desde
povos mais primitivos aos mais civilizados, todos tiveram e ainda tem seus
objetos de brincar. Bolas, papagaios, jogar pedrinhas na água, pular
amarelinha, nossos antepassados já utilizavam e muitos eram confeccionados
a partir de elementos da natureza, como a espingarda feita de talo de
bananeira, sabugos de milho com retalhos de tecidos formavam lindas
bonecas, latas cheias de terra com pedaço de arame ou barbante virava um
carrinho, entre outros.
Muitos brinquedos já foram utilizados como instrumentos em rituais
religiosos, como o arco, a bola, a boneca, que por exemplo, representava
imagens divinas e que com o passar do tempo, as crianças foram se
adaptando e manipulando esses objetos transformando-os em brinquedos.
A origem dos jogos, brinquedos e brincadeiras tiveram várias
influências, como a portuguesa, por exemplo. Foram pelos portugueses que
muitas parlendas, adivinhas, versos e jogos chegaram ao Brasil; A influência
indígena é percebida no uso de bodoques e alçapões para pegar passarinhos;
Muitas
brincadeiras
do
período
de
engenho
ainda
estão
presentes
principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste. E assim podemos perceber a
trajetória do lúdico. A composição do brincar desde séculos atrás até os dias de
hoje.
1.1 – Definindo o lúdico
A palavra lúdico vem do latim ludus, que significa brincar, incluindo
os jogos, brinquedos, divertimentos e prazer. Por sua vez, a função educativa
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do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, conhecimento e
sua compreensão de mundo.
Alguns autores definem o lúdico em diferentes aspectos.
Para Galloway (1981) a palavra lúdico refere-se ao jogo, à
brincadeira, brincar e brinquedo, e significa alegria, divertimento, humorismo.
Piaget (1971) ressalta que o lúdico não envolve apenas uma forma
de entretenimento para gastar energia das crianças, mas um meio que
contribui e enriquece o desenvolvimento intelectual.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer
idade e não pode ser vista apenas como diversão. O
desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma
boa saúde mental, facilita os processos de socialização do
conhecimento. (SANTOS, 1997, apud ROSA, 2011, p.58).
Winnicott
(1985)
afirma
que
o
lúdico
esta
inserido
em
comportamentos ou sequências comportamentais mais denominadas pelo
organismo do que pelos estímulos, comportamentos esses que parecem ser
intrinsecamente mais motivados e realizados pelo seu próprio objetivo, e são
vividos com relativo relaxamento e afeto positivo.
Borges (1994) define lúdico como sendo a palavra que tem caráter
de jogos, brinquedos e divertimentos, a atividade lúdica das crianças.
Do
ponto
de
vista
sociológico,
as
atividades
lúdicas
são
responsáveis pela transmissão da cultura de um povo, de geração para
geração, sendo utilizado de diversas formas tais como divertir, ensinar e
socializar.
Já pelo ponto de vista pedagógico, elas são usadas como
instrumento para transmitir conhecimentos. Muitas são praticadas somente
com o corpo, como pular, correr, dançar, pegar, esconder. Já em outras é
necessário o uso de brinquedos como a corda, pipa, peteca, entre outros.
A palavra brincar deriva do latim vinculum que quer dizer união.
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Para Pellegrini (1998), há uma dificuldade em definir o termo
brincar, pois é um comportamento complexo e uma definição fechada
constituiria uma definição vaga e insuficiente.
Kishimoto (1988) apresenta seu conceito de brincar como sendo um
comportamento que ocorre espontaneamente e que se efetiva em decorrência
do prazer que a criança tem em sua prática. Para a criança, brincar é aprender,
experimentar e tentar, por conta própria, realizar uma tarefa e questionar seu
mundo, o que transforma a brincadeira numa coisa séria. Isso mostra que o
brincar se torna um processo benéfico para o desenvolvimento da criança.
1.2 – Atividades Lúdicas em Diversos Contextos Históricos
1.2.1 – O Lúdico na Pré-História
A era pré-histórica é o período da história que antecede ao
surgimento da escrita e ocorre o aparecimento dos primeiros homens.
Foi uma importante fase em que o homem conseguiu vencer as
dificuldades impostas pela natureza e seguir com o desenvolvimento da
humanidade na Terra. Este período passou por três fases:
*A fase do Paleolítico, em que o ser humano habitava cavernas
muitas vezes tendo que disputá-las com animais selvagens. Viviam da caça, da
pesca e da coleta de frutos e raízes e utilizavam ferramentas criadas com
pedaços de ossos e pedras. A comunicação era de uma linguagem pouco
desenvolvida, sem a elaboração de palavras, com pouco som e usando
pinturas para expressar sentimentos, preocupações e trocar idéias.
*A fase do Mesolítico, onde o homem já obteve mais avanços rumo
ao desenvolvimento e à sobrevivência.
Houve o domínio do fogo pelo homem, utilizando-o para espantar
animais, cozinhar, iluminar sua habitação e se aquecer. Cultivavam a terra,
domesticavam animais e se tornaram menos dependentes da natureza. Nesta
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fase foi onde surgiu a divisão de trabalho. O homem era responsável pelo
sustento e proteção da família e a mulher por cuidar dos filhos e do local onde
viviam.
*A fase do Neolítico foi quando o homem alcançou um importante
grau de desenvolvimento e estabilidade. A criação de animais e agricultura
estava em grande crescimento. Ocorreu um avanço da metalurgia, em que
novos objetos de metais criados, como lanças, ferramentas e machados
melhoravam a possibilidade de caça. A grande produção agrícola, possibilitava
o armazenamento de alimentos para os momentos de seca ou inundações.
Com mais alimentos a população crescia, surgindo a necessidade de trocas
entre comunidades. A divisão de trabalho aumentou, dando origem ao
trabalhador especializado.
Em suas pequenas atividades, o homem primitivo foi construindo
ludicamente sua história, pois reunia prazer e gesto de alegria ao se relacionar
com o meio.
Através de análises de desenhos e pinturas encontrados em
cavernas e elementos utilizados pelo homem primitivo para fabricar armas,
ferramentas e utensílios, tudo indica que o ser primitivo já brincava.
Os brinquedos que partem deste período foram resultados do
instrumento de trabalho do homem e de sua história. Os ossos eram
modificados formando um novo brinquedo para as crianças.
Segundo Huizinga (1971, p.07) “Nas sociedades primitivas as
atividades que buscavam satisfazer as necessidades vitais, as atividades de
sobrevivência, como a caça, assumiam muitas vezes a forma lúdica”.
1.2.2 – O Lúdico na Antiguidade
A antiguidade é o período da história que se estende desde a
invenção da escrita até a queda do Império Romano do Ocidente. Foi a época
em que surgiram as primeiras civilizações no oriente.
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Dentre elas estão do Egito, Grécia e Roma.
Na civilização egípcia os jogos, o esporte e o divertimento eram
valorizados. Os jogos mais apreciados eram semelhantes à dama e xadrez. A
luta e a natação eram os esportes mais praticados. As crianças tinham também
seus jogos e brincadeiras como bolas de couro e bonecas. A pesca, a caça e o
apanhar de aves eram práticas de nobres jovens em seus carros puxados a
cavalo. Nessas ações o prazer do lúdico era obtido quando as atividades eram
concluídas ou mesmo durante sua execução.
A civilização grega nos deixou algumas “heranças” como, a história,
a música, o teatro, a pintura e o amor ao esporte.
O esporte era em homenagem aos deuses, principalmente Zeus e
os mais conhecidos eram realizados a cada quatro anos. Foram os gregos que
criaram os jogos olímpicos. Além da religiosidade, eles buscavam através dos
jogos, a paz e harmonia entre as cidades gregas. A música, as danças e a
ginástica eram formas lúdicas no processo de formação dos jovens.
A civilização romana foi uma das mais importantes, pois influenciou
definitivamente o mundo ocidental.
Entre os romanos o jogo era voltado para o preparo físico,
acrescentando à cultura física e a formação estética.
Jogar bola foi um dos jogos que se davam ao modo de vida dos
romanos. Através deles, os romanos aprendiam a manter boas relações, viver
em grupo e buscavam estabelecer o equilíbrio emocional.
Neste período da Antiguidade, a atividade lúdica não estava ligada
somente à infância, mas às pessoas de forma geral.
1.2.3 – O Lúdico na Idade Média
A Idade Média é o período da história européia que inicia na queda
do Império Romano do Ocidente e se estende até o século XV.
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A igreja tinha grande influência sobre a sociedade e o sistema
político, econômico e social característico deste período foi o feudalismo que
apresentava uma sociedade dividida entre senhor e servo. O senhor possuía
terras e o servo tinha posse útil da terra, devendo obrigações ao seu senhor.
Neste período as atividades lúdicas eram comuns a toda sociedade,
sem diferenças de idade ou classe social, sendo um dos principais meios de
promover a coletividade e laços de união.
Os jogos serviam para divulgar princípios de moral, ética e
conteúdo
de
disciplinas
escolares.
Os brinquedos eram de uso coletivo, iguais para meninas e
meninos, tais como, pião, bola, cavalo de pau, boneca, entre outros.
Na sociedade européia o lúdico acontecia nas festas tradicionais ou
comemorações em que as crianças e adultos desempenhavam seus papéis
reservados pela tradição. Entre as brincadeiras que mais brincavam estão,
mímicas, cabra-cega, esconde-esconde, cara ou coroa, teatro, música, dança e
literatura realizado também por eles.
A estrutura familiar nobre, consistia em uma educação que
ensinava as crianças obedecerem a regras e tradições para manterem a
hierarquia.
Os brinquedos tinham a função de transmitir os modos e costumes
que deviam ser aprendidos por elas e estreitar os laços sociais. Essas
atividades surgiam como divertimento que levavam as pessoas a participarem
da comunidade, estabelecerem relações sociais e acentuar o papel de cada um
dentro do grupo. Poster (1979, p.201) ressalta que a criança nobre, portanto,
estava inserida em um mundo público e complexo em que a lição básica dizia
respeito ao conhecimento do lugar de cada um. Existia uma preocupação em
manter o nível de hierarquia de cada pessoa dentro da sociedade, sendo as
crianças treinadas para darem continuidade ao papel que eram atribuídos à
elas futuramente.
1.2.4 – O lúdico na Idade Moderna
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A Idade Moderna é marcada por importantes acontecimentos
históricos que ocorreram entre os séculos XVI e XVIII.
Os que se destacam neste período são: As grandes navegações que
deram à descoberta de novos produtos e povos, novas terras e rotas marítimas
que abriram caminho para a comunicação com todo o mundo; O iluminismo
que defendia o uso da razão para alcançar a autonomia, a liberdade e a
emancipação e reagia contra a influência da igreja sobre a sociedade e o
monopólio comercial; A Revolução comercial, surgindo o capitalismo, que é
caracterizado pelo desejo e procura de lucro; O surgimento de uma nova
classe social, a burguesia, que marcava o fim do feudalismo.
Esses acontecimentos trouxeram modificações sociais, intelectuais,
e as concepções que se fazia sobre a criança.
No período anterior, a idéia de infância estava ligada à idéia de
dependência. A infância para a criança terminava ao ser desmamada e desde
então era incluída no mundo adulto misturando-se a qualquer tipo de atividades
realizadas por eles. Trabalhava, freqüentava bares, ambientes noturnos e etc.
Segundo Áries (1978) assim que acriança apresentava condições
de viver sem a dependência da mãe ou de sua ama, ela era incluída na
sociedade dos adultos e não se diferenciava mais destes.
Pelo fato de muitas crianças morrerem precocemente, não eram
manifestados sentimentos de afeto e os pais procuravam não desenvolver
apego pelos filhos.
No começo do século XVI começou a ser cobrado da sociedade, o
cuidado com a criança e a necessidade do afeto dos pais para com os filhos e
nos séculos XVII e XVIII começou a surgir um maior interesse na educação da
criança.
Havia uma preocupação em proteger a modalidade infantil, educá-la,
proibindo os jogos que eram classificados como maus. O sentimento lúdico era
existente entre as crianças, porém quase não demonstrado, devido a grande
censura dos adultos em relação a este.
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A partir do final do século XVIII começou a surgir uma nova visão em
relação a criança. Ela passou a ter mais importância. Havendo também uma
mudança do comportamento dos adultos em relação aos jogos das crianças.
À medida que a visão sobre a infância foi se modificando, atitudes
rígidas de reprovação foram se transformando, principalmente por influência
dos jesuítas, que mostraram as possibilidades educativas dos jogos.
De acordo com Áries (1978), eles foram os primeiros a observar
essas possibilidades, propondo que passassem a ser utilizados oficialmente
nos programas escolares, com a condição de que, disciplinados, os
divertimentos compreendidos como bons fossem aceitos e recomendados.
A partir de então os jogos passaram a ser considerados tão
importantes quanto os estudos, sendo que precisavam de regulamentações
que permitissem o uso de forma controlada.
1.2.5 – O Lúdico na Idade Contemporânea
A Idade Contemporânea é um período que se inicia no final do
século XVIII e vem até os dias atuais. Marcado pela Revolução Industrial, tem
como conseqüência o desenvolvimento econômico, o surgimento de grandes
indústrias, grandes cidades, a substituição de trabalhos manuais por máquinas
e do modo de produção doméstico pelo modo de produção fabril.
Com a industrialização, muitas famílias se deslocaram das áreas
rurais para as grandes cidades à procura de emprego, surgindo a classe
trabalhadora formada por camponeses e a sociedade de baixa renda, havendo
a necessidade de todos os componentes da família, inclusive as crianças,
trabalharem para aumentar a renda familiar.
Apesar da vida difícil, as famílias operárias preservavam a relação
dos indivíduos com a comunidade através de festas, jogos e brincadeiras
comuns a todos. Não havia separação para crianças e adultos. Os jogos e
brincadeiras representavam um elo entre os indivíduos e sua comunidade.
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As crianças eram criadas nas ruas, sem atenção ou fiscalização dos
pais e embora encontrassem um rápido momento para o lúdico durante suas
tarefas, este não era vivido intensamente, pois a qualquer momento era
interrompido.
No final do século XIX e início do século XX houve a substituição do
trabalho pela escola na ocupação da criança. A escola mudou sua postura em
relação à educação das crianças, percebendo sua importância para seu
desenvolvimento como ser humano.
Neste período surgiram os brinquedos industrializados, não mais
produzidos pelas crianças como nas sociedades antigas e passaram a ser
mercadorias produzidas cada vez mais em grande quantidade para atender a
demanda dos grandes centros urbanos.
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CAPÍTULO II
A Importância do Lúdico no Desenvolvimento da
Criança
Embora os jogos, brinquedos e brincadeiras sempre estiveram
presentes desde o início da humanidade, as atividades lúdicas nem sempre
foram valorizadas e vistas como importantes na aprendizagem e no
desenvolvimento da criança. Eram relacionadas como distração, recreação,
uma maneira de extravasar energia, sem importância e com algumas
restrições.
Para Wajskop (2007), foi com a ruptura do pensamento romântico
que as brincadeiras passaram a ser valorizadas e ganharam espaço na
educação das crianças.
O lúdico é uma necessidade do ser humano em qualquer idade. Este
tem grande importância para a aprendizagem, sendo assim, um facilitador que
possibilita o desenvolvimento integral da criança. Facilita seu desenvolvimento
pessoal, social, cultural, auxilia para uma boa saúde mental e por isso não
deve
ser
visto
apenas
como
uma
diversão.
Deve
ser
praticado
conscientemente como fator essencial para uma educação de qualidade.
Segundo Rosa (2011, pág.40) “a ludicidade tem conquistado espaço
principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância
e seu uso permitir um trabalho pedagógico que possibilita a produção do
conhecimento”.
A importância do brincar também esta manifestada legalmente no
Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 16, parágrafo IV) onde declara que
a criança tem o direito de brincar, praticar esportes e divertir-se.
Brincar é a ação que se realiza através do jogo, brinquedo e
brincadeira.
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Todo jogo, brinquedo ou brincadeira é como uma parte da cultura
que tem sido utilizada pela criança, que aprende a partir de modos e costumes
da vida cotidiana.
Não há forma mais natural e espontânea do contato com a realidade
do que no brincar.
Brincando a criança desenvolve capacidades que com o tempo vão
sendo
melhoradas.
Este
momento
lhe
proporciona
habilidades
de
concentração, memorização, imaginação e imitação.
As brincadeiras e jogos simbólicos proporcionam a imaginação. No
imaginário e fantasioso a criança relaciona suas necessidades e interesses à
realidade do mundo adulto que ainda não conhece bem. Ela mistura realidade
e fantasia, onde sonhos viram realidade e realidade vira uma brincadeira em
que a aprendizagem vai tomando formas leves e atrativas. Desenvolve sua
capacidade criativa, onde pode experimentar novas emoções, materializar
ações e imagens de seus pensamentos e sentimentos. Cria situações e
resoluções de problemas, expõe seus desejos, o modo que vê e constrói o
mundo e como gostaria que ele fosse. Expressa o que teria dificuldades de
colocar em palavras e é capaz de lidar com suas dificuldades psicológicas,
como medo, perda, dor.
Wallon (1975), observou que o ato de brincar é uma ferramenta
para o aprendizado, em que a criança encontra prazer e com isso é capaz de
controlar suas angústias.
A brincadeira também permite que a criança perceba o futuro,
quando no lúdico atribui a si mesma uma idade maior, com responsabilidades
inerentes à mesma.
Em toda brincadeira existem regras, desde as mais simples às mais
complexas e o que definirá a complexidade dessas brincadeiras será o
desenvolvimento físico, intelectual e social da criança.
Rosa (2011), afirma que independente da época, cultura e classe
social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida das crianças, pois elas vivem
num mundo de fantasia, de encantamentos, de alegria, de sonhos, onde
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realidade e faz-de-conta se confundem. O jogo está na gênese do pensamento,
da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de
transformar o mundo.
Para alguns teóricos como, Piaget, Wallon, Vygotsky e Bruner o jogo
é importante no desenvolvimento da criança, pois proporciona a aquisição de
regras, a expansão do imaginário e a apropriação do conhecimento.
O jogo é o exercício que prepara a criança para a vida adulta, onde
ela aprende brincando, onde desenvolve suas potencialidades.
Através do jogo a criança desperta intelectualmente buscando o
conhecimento, explora o seu espaço, corpo e suas vivencias corporais,
aprende a conhecer e utilizar objetos. Socializa-se, convive e participa de
situações que criam consciência e autonomia na atividade vivenciada.
O brinquedo é o objeto concreto que faz fluir a imaginação da
criança, levando-a a agir e representar situações da vida que se apresentam na
família e na sociedade. Ele é o que liga fantasia e realidade.
Kishimoto (1994) apresenta o brinquedo como o objeto estabelecido
como suporte para a brincadeira, a brincadeira como uma atividade estruturada
sobre regras e o mesmo valendo para jogo.
Piaget e Vygotsky são pontos de referência quando o assunto é
ludicidade. A partir da concepção destes grandes teóricos, é possível perceber
a real importância do lúdico no desenvolvimento da criança. Para eles o jogo, a
brincadeira e a interação com o meio e com o outro, são aspectos
indispensáveis para o processo ensino aprendizagem. Através destes a criança
pode ser trabalhada no físico, emocional e intelectual.
2.1 - A Criança e o Lúdico na Concepção de Piaget
Na concepção de Piaget o desenvolvimento humano é um processo
de equilibrações que se dá através de contínuas trocas entre o sujeito e o meio
ambiente. Todo ser procura manter um estado de equilíbrio com o meio. Suas
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ações ocorrem de acordo com alguma necessidade que provoca desequilíbrio,
fazendo-o buscar novas maneiras de se relacionar e adaptar-se ao mesmo.
A adaptação, definida por ele, é o desenvolvimento da inteligência
que ocorre através de progressivas fases de assimilação e acomodação. Na
assimilação o sujeito incorpora algo novo do mundo externo às suas estruturas
e age sobre ele utilizando experiências anteriores. Na acomodação ele se
modifica para se ajustar as novidades impostas pelo meio. É através da
acomodação que ocorre o desenvolvimento cognitivo. Não há acomodação
sem assimilação, pois a acomodação é a reestruturação da assimilação.
Para Piaget o desenvolvimento passa por estágios que ocorrem
desde o nascimento da criança.
O primeiro estágio chamado de sensório-motor vai até os 2 anos de
idade. Neste, a criança brincando interage com o mundo. Ela desenvolve
esquemas de ações sobre os objetos, adquirindo conhecimentos nestas
interações.
Seu corpo é o primeiro brinquedo utilizado pela criança. Ela o
explora e a partir de então começa a conhecer os estímulos externos,
adaptando seu corpo ao meio.
Piaget aponta os jogos de exercícios como uma característica do
estágio sensório-motor. São jogos pelo simples prazer funcional e tomada de
consciência de suas novas capacidades de realizar atividades. Ele observou
que nos primeiros anos de vida, a criança realizava repetição de movimentos
com o objetivo de obter prazer em exercer seu poder. O ato de andar,
engatinhar, lançar, encher e esvaziar recipiente, são jogos de caráter lúdico,
realizados por puro prazer funcional.
Os jogos de exercícios, que à primeira vista aparecem ser
apenas a repetição mecânica de gestos automáticos,
caracterizam para os bebês os efeitos esperados, isto é, a
criança age para ver o que vai produzir, sem que por isso se
trate de uma ação exploratória. O efeito é buscado pelo efeito
naquilo que ele tem justamente de comum: a criança toca e
empurra, desloca e amontoa, justapõe e superpõe “para ver no
que vai dar”. Portanto, desde o início introduz na atividade
22
lúdica da criança uma dimensão de risco e de gratuidade em
que o prazer da surpresa opõe-se à curiosidade satisfeita.
(ALMEIDA, 1998, pág.43)
O segundo estágio é o pré-operatório que vai dos 2 aos 7 anos de
idade, no qual surge a linguagem oral e as ações representativas por símbolos.
Neste, a criança brincando entende o mundo. Ela começa utilizar
processos de imitação e a brincadeira de faz-de-conta possibilita perceber e
entender o meio em que esta inserida. Ela reproduz o seu meio, imita o que vê.
A imitação é chamada de jogos simbólicos. Através das brincadeiras
e dos jogos simbólicos a linguagem vai sendo estruturada e a criança começa
a trabalhar com suas imagens mentais que, segundo Piaget, são os primeiros
elementos de articulação entre ação e pensamento.
Neste estágio, a partir dos quatro aos sete anos , aproximadamente,
a criança começa a se interessar em participar de brincadeiras que utilizam
seu corpo, movimentando-se. Assim desenvolve cada vez mais seus músculos,
correndo, pulando.
O terceiro estágio é o operatório-concreto que vai dos 7 aos 11 anos
de idade, denominado por Piaget de estágio prático do pensamento. Onde o
pensamento lógico da criança é capaz de constituir o conhecimento sob o
mundo que a cerca.
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem,
casualidade etc.
Nesta fase o corpo vai ganhar espaço em suas brincadeiras, através
do movimento. A prática de esportes passa a ser significativa para a criança e
nestes ela aprenderá a cooperar e conviver com regras.
Também são inseridos os jogos com regras em que ela vai aprender
a relacionar-se, a respeitar os outros colegas e começará a ter consciência de
seus atos, a noção de certo e errado.
O quarto estágio é o operatório-formal que vai dos 11 anos em
diante. A característica marcante deste estágio é a capacidade da criança de
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formular hipóteses, raciocinar. Ela já consegue analisar as situações antes de
agir. As estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de
desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todo as
classes de problemas.
Nesta fase os jogos intelectuais atraem a atenção, pois os jovens
adoram a sensação de conquistar algo novo. Pesquisar, estar em contato com
o grupo e os desafios dos jogos eletrônicos, são fortes nesta fase.
2.2 – A Criança e o Lúdico na Concepção de Vygotsky
Segundo
a
concepção
de
Vygotsky,
a
criança
inicia
sua
aprendizagem muito antes de entrar na escola. Desde que nasce ela fica em
contato com adultos que mediam suas relações. Para ele o sujeito é interativo,
seus conhecimentos são adquiridos através de relações intra e interpessoais e
de trocas com o meio.
Na perspectiva vygotskyana o desenvolvimento das funções
intelectuais especificamente humanas é mediado socialmente
por signos e pelo outro. Ao internalizar as experiências
fornecidas pela cultura, a criança reconstrói individualmente os
modos de ação realizados externamente e aprende a organizar
os próprios processos mentais. O indivíduo deixa, portanto, de
se basear em signos externos e começa a se apoiar em
recursos internalizados (imagens, representações mentais,
conceitos etc.) (REGO, 1995, pág.62)
Para Vygotsky (1991) a aprendizagem e o desenvolvimento estão
inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança. Estes dois
processos ocorrem juntos. O desenvolvimento, principalmente mental,
psicológico, depende da aprendizagem, ou seja, a internalização de conceitos
que ocorrem através da aprendizagem social, do convívio, de experiências
vividas, de interações com o meio.
24
A aprendizagem ocorre na Zona de Desenvolvimento Proximal, que
é a distância entre o nível desenvolvimento real (resolução independente de
problemas, etapas que a criança já alcançou) e o nível de desenvolvimento
potencial (resolução de problemas com o auxílio de alguém mais experiente).
Vygotsky atribui uma grande importância ao lúdico para o
desenvolvimento da criança. Este permite mudança de comportamento.
Os jogos criam uma zona de desenvolvimento proximal, pois
oferecem desafios que estimulam as crianças à conquista.
Brincar se faz importante já que contribui para a mudança na relação
da criança com o objeto. Segundo Vygotsky (1998, p. 127) “A criança vê um
objeto, mas age de maneira diferente em relação ao que vê. Assim, é
alcançada uma condição que começa a agir independentemente daquilo que
vê”. Ela dá outros sentidos aos objetos e jogos a partir de sua ação e
imaginação.
O brincar é o momento em que a criança cria um ambiente
imaginário
que
sofre
mudanças
conforme
ela
vai
crescendo
e
se
desenvolvendo. No início sua atenção fica voltada para as situações do brincar
e não se detém às regras, mas com o passar do tempo apresenta uma nova
visão mais voltada às regras do que às situações.
Na brincadeira ela inicia-se no mundo adulto podendo prever papéis
e valores futuros. Sempre se comporta além do que esta habituada, como se
fosse maior do que é na realidade. Adquiri elementos para a construção de sua
personalidade e compreensão da realidade em que faz parte.
Por meio da brincadeira a criança vai se desenvolver
socialmente, conhecerá as atitudes e habilidades necessárias
para viver em seu grupo social. A imaginação vai ajudá-la a
expandir suas habilidades conceituais. Na sua função imitativa,
a criança aprende a conviver com as atividades culturais;
usando a brincadeira ela estará estimulando o seu
desenvolvimento, aprendendo as regras dos mais velhos.
(MARANHÃO, 2007, pág. 31-32)
25
Brincando ela cria desafios e levanta hipóteses que não são do seu
cotidiano, mas que interagem com sua realidade. No faz de conta ela
desenvolve a capacidade de criar, onde experimenta novas emoções,
materializa imagens e ações de seus pensamentos e sentimentos.
Quando pequena, geralmente no início do pré-escolar, a criança
apresenta desejos que tende a querer satisfazê-los imediatamente, porém não
possíveis de realizá-los, com isso ela se envolve em um mundo imaginário e de
ilusão em que satisfaz esses desejos não realizáveis e esse mundo é chamado
de brinquedo. Podendo dizer que a imaginação da criança em fase pré-escolar
é o brinquedo em ação.
A partir dessa perspectiva, torna-se claro que o prazer derivado
do brinquedo na idade pré-escolar é controlado por motivações
diferentes daquelas do simples ato de brincar. Isso não quer
dizer que todos os desejos não satisfeitos dão origem a
brinquedos ou brincadeiras. Ao estabelecer critérios para
distinguir o brincar da criança de outras formas de atividade,
concluímos que no brinquedo a criança cria uma situação
imaginária.
Se todo brinquedo é, realmente a realização na brincadeira das
tendências que não podem ser imediatamente satisfeitas,
então os elementos das situações imaginárias constituirão,
automaticamente, uma parte da atmosfera emocional do
próprio brinquedo. (VYGOTSKY, 2000, pág.106-107)
Segundo Teixeira, Sirlândia (2010, pág. 52-53) “Do ponto de vista
psicológico, Vygotsky atribui ao brinquedo um papel importante, que é de
preencher uma atividade básica da criança, ou seja, ele é um motivo para a
ação”.
Enfim, para Vygotsky brincar é fundamental para o desenvolvimento
cognitivo, social, afetivo e das diversas formas de linguagem.
2.3 – O Brincar Segundo Brougère
Brincar não é uma dinâmica interna, natural do indivíduo, mas sim
uma atividade dotada de significação social que necessita de aprendizagem.
26
A brincadeira é um fato social, é um processo, um resultado das
relações interindividuais.
Desde quando nasce a criança é incluída em um contexto social que
influenciará em seus comportamentos fazendo com que haja como tal. Esse
contexto que determinará os tipos de brincadeiras que a criança irá brincar e
como as mesmas serão realizadas. Ela aprenderá a brincar.
As brincadeiras chamadas de brincadeiras de bebês entre a mãe e a
criança são os momentos essenciais dessa aprendizagem, onde inicialmente a
criança é o brinquedo da mãe e que progressivamente ela vai entrando neste
jogo, visto este como ato de brincar, brincadeira, e tornando-se ativa e parceira
na situação. Desta maneira ela aprende reconhecer algumas características
essenciais do jogo e estruturas preexistentes que definem atividade lúdica e
cada brincadeira em particular, antes de utilizá-las sozinha ou com outras
crianças. Ela passa a ter a presença de uma cultura preexistente que define o
jogo, que o torna possível e faz dele uma atividade cultural que supõe a
aquisição de estruturas que vai assimilar de forma mais ou menos
personalizada para cada nova atividade lúdica.
Tanto as brincadeiras como os brinquedos são atividades que
culturalmente pertencem ao ser humano. O brinquedo faz com que seja
compreendido o funcionamento da cultura.
O brinquedo é um dos reveladores de nossa cultura, incorpora
nossos conhecimentos sobre a criança ou, ao menos, as
representações largamente difundidas que circulam as
imagens que nossa sociedade é capaz de segregar.
(BROUGÈRE , 2006, pág. 98)
Além de desenvolver comportamentos, quando brinca a criança
também manipula imagens e significações simbólicas que fazem parte da
cultura à qual esta inserida.
Brincando a criança constrói sua cultura lúdica que são experiências
lúdicas vivenciadas por ela, adquiridas através das interações sociais,
começando pelas primeiras brincadeiras de bebê, participação em jogos com
27
outros participantes, pela observação de outras crianças e também pela
manipulação maior de objetos de jogo. Essa experiência permitirá um
enriquecimento do jogo em função das competências da criança e nesse nível
a essência biológica e psicológica intervirá para determinar do que a criança é
capaz.
A cultura lúdica não é semelhante a todos, ela se diferencia de um
lugar para o outro, de acordo com o meio social, a cidade, os indivíduos e os
grupos, em função dos hábitos lúdicos e das condições climáticas ou espaciais.
2.3.1 – Relação Brinquedo e Brincadeira
Brincadeira é o resultado do que a criança visualiza no brinquedo, da
sua interpretação em relação a ele.
Segundo Brougère, uma das possibilidades de utilização do
brinquedo é a brincadeira, quando a criança tem a
possibilidade de conferir ao brinquedo novos significados, sem
que ele condicione sua ação. Nessa medida, o brinquedo é
fornecedor de representações manipuláveis. (TEIXEIRA, 2010,
pág.58)
O brinquedo é um dos meios que fazem a brincadeira acontecer. É
aquilo que é usado como suporte para a brincadeira, que pode ser
representado por um objeto estruturado ou não, pois na imaginação da criança
tudo pode se tornar um brinquedo, e o sentido ao objeto só é dado por quem
brinca enquanto durar a brincadeira.
O brinquedo, só tem função lúdica quando faz parte da brincadeira,
pois é a ludicidade que transforma um objeto em brinquedo e este geralmente
reproduz o cotidiano da criança.
Além de um instrumento da brincadeira, o brinquedo também traz
para a criança imagens, representações, universos imaginários e estrutura o
conteúdo da brincadeira sem limitar a criança.
28
Em relação à representação social, o brinquedo é um objeto
industrial ou artesanal, reconhecido como tal pelo consumidor
em potencial, em função de traços intrínsecos (aspecto,
função) e do lugar que lhe é destinado no sistema social de
distribuição dos objetos. Quer seja ou não utilizado em uma
situação de brincadeira, ele conserva seu caráter de brinquedo
e, pela mesma razão é destinado à criança. Esses objetos,
pensados e construídos pelos adultos para atendê-la, vem ao
encontro de uma necessidade de dar conta de uma demanda
sociocultural. Cada objeto esta, portanto, impregnado de
valores e construtos sociais que representam de certa forma,
uma condição limitada da ação da criança sobre o objeto.
( BROUGÈRE, 2006, apud, TEIXEIRA, 2010, pág.18-19)
29
CAPÍTULO III
O Lúdico no Processo Ensino Aprendizagem
O processo ensino aprendizagem depende muito da motivação
do educando. Considerar as suas necessidades e os seus
interesses, oferecendo-lhe situações para incentivar sua
participação nas atividades propostas, favorecerá grandemente
as suas capacidades de construção do conhecimento;
formação de idéias próprias e originais sobre os fatos;
expressão e criação de forma convicta. (MARANHÃO, 2007,
pág. 54)
O lúdico é uma estratégia para ser usada como estímulo na
construção do conhecimento humano e no desenvolvimento das diferentes
habilidades operatórias, além de ser uma importante ferramenta de progresso
pessoal e de alcance de objetivos institucionais.
As atividades lúdicas são situações em que a criança realiza e
constrói. Elas apresentam um caráter motivacional, já que leva a criança a se
esforçar em busca do objetivo proposto. Correspondem a um impulso natural
da criança, satisfazendo uma necessidade interior, pois o ser humano
apresenta uma tendência lúdica.
Essas situações acionam e ativam as funções psico-neurológicas e
as operações mentais que estimulam o pensamento criando oportunidades às
crianças de internalizarem conteúdos através de algo que faz parte do seu
cotidiano, o brincar.
Brincar é fonte de lazer, mas também é fonte de conhecimento, e
esta dupla natureza que faz do brincar uma parte integrante do processo
educativo.
Alguns autores afirmam que o uso do jogo como instrumento
pedagógico favorece ao processo ensino aprendizagem e quando ele é
30
utilizado a aprendizagem se concretiza de forma natural, uma vez que o lúdico
esta na natureza do homem.
Froebel pregava a pedagogia da ação, e mais particularmente
a do jogo. Ele dizia que a criança para se desenvolver, não
devia apenas olhar e escutar, mas agir e produzir. Essa
necessidade de criação, de movimento, de jogo produtivo
deveria encontrar seu canal de expansão através da educação.
Como a natureza da criança tende à ação, a instrução deveria
levar em conta seus interesses e suas atividades espontâneas.
Por isso considerava que o trabalho manual, os jogos e os
brinquedos infantis tinham uma função educativa básica. É
através dos jogos e brinquedos que a criança adquire a
primeira representação do mundo e, é por meio deles também,
que penetram no mundo das relações sociais, criando um
senso de iniciativa e auxílio mútuo. (RIZZI & HAYDT, 1998,
apud, MARANHÃO, 2007, pág. 89)
3.1 – A Escola e o Lúdico
A escola deve promover o desenvolvimento da criança de uma
forma geral, principalmente na educação infantil. Procurar desenvolver o físico,
o psicológico, o intelectual e o social. Para isso é necessário considerar os
conhecimentos que a criança já possui. Proporcionar a vivência do seu mundo,
explorando, respeitando e reconstruindo para crescer criativa e crítica.
É papel de a educação formar pessoas criativas e críticas, que
inventem e descubram que são capazes de construir seu conhecimento. Por
isso a importância de se ter alunos ativos, que aprendam a descobrir, que não
apenas aceitem tudo que lhe é oferecido, mas que também tenham iniciativa.
Quando a criança brinca se desenvolve de maneira integral, uma
vez que interage com o meio físico e social conhecendo o mundo a partir do
que realiza, portanto é importante que o lúdico faça parte do cotidiano escolar
da criança.
31
Aplicado à prática pedagógica, o lúdico tanto contribui para
aprendizagem da criança como possibilita que os professores tornem suas
aulas mais dinâmicas e prazerosas.
Porém na realidade não é o que acontece. Poucas são as escolas
que investem nesta forma de aprendizado, não atribuindo o valor ao brincar
como um meio de aprendizagem, um recurso pedagógico. E embora haja
escolas que investem em espaços para que o brincar aconteça, professores
parecem estar tão preocupados em cumprir os programas escolares que pouco
utilizam desses espaços e recursos em suas aulas, ficando o brincar restrito
apenas entre uma atividade e outra.
Em sala de aula o lúdico ou é utilizada com um papel didático ou é
considerado uma perda de tempo e até no momento do recreio a criança
convive com várias proibições.
A visão da criança como um ser integral é contraditória à visão
compartimentalizada do conhecimento, proposta pela escola,
na sua prática. A escola propõe horas determinadas para que
sejam realizadas atividades de coordenação motora, outras
para trabalhar a expressão plástica, outras para brincar sob
orientação do professor e outras sem a direção do professor...
Essa segmentação do conhecimento não favorece a formação
integral da personalidade da criança nem das suas
necessidades. ( MARANHÃO, 2007, pág.54)
Ensinar e aprender são atividades complexas e exigem um esforço
motivacional, por isso não devem estar envoltos por rigidez e monotonia. Este
momento deve ser alegre e espontâneo, podendo o lúdico, ser usado no
processo ensino aprendizagem como uma ferramenta auxiliar, pois é
importante que a busca pelo aprendizado seja feita de uma forma prazerosa.
O brincar pode e deve não só fazer parte das atividades
curriculares, especialmente na Educação Infantil e no Ensino
Fundamental, mas também ter um tempo preestabelecido
durante o planejamento em sala de aula. É, pois, fundamental
selecionar brinquedos que levem os alunos a transformarem,
criarem e ressignificarem sua realidade, estimulando não só a
criatividade, por meio da atividade lúdica, mas também a
tomada de decisão, a resolução de problemas e a cooperação
32
no trabalho em grupo. ( FRIEDMANN, 2006, apud TEIXEIRA,
2010, pág. 64)
Segundo Maranhão (2007, pág.54) “criar desafios para inteligência
da criança, levando em consideração seus interesses e suas necessidades, é
importante para a construção do seu conhecimento”.
A convivência de maneira lúdica e prazerosa com a aprendizagem
fará com que a criança estabeleça relações cognitivas às experiências
vivenciadas e ajudará tanto professores como alunos a superarem obstáculos e
dificuldades que possam surgir no decorrer do processo ensino aprendizagem.
Porém o lúdico não deve ser tomado como uma metodologia de
ensino e tornar todo período escolar numa grande brincadeira improdutiva, este
deve encarado de forma séria, usado de maneira correta, sempre com
objetivos predeterminados e com a certeza de que será benéfico no processo
ensino aprendizagem.
3.2 – Espaço Para Brincar e o Papel do Professor
Friedmann (2006) ressalta que no cotidiano escolar o brincar
tem sido pouco presente, e é essa a questão que os
pesquisadores da área do lúdico querem resgatar. Pensar na
atividade lúdica como meio educacional significa menos “o
brincar por brincar” e mais o brincar como um instrumento de
trabalho, como meio para atingir os objetivos preestabelecidos.
(TEIXEIRA, 2010, pág. 68)
Desde cedo a criança tem a necessidade de brincar, na escola,
como forma de socialização e de interação com a experiência sócio histórica,
dos adultos e do mundo por eles criado, e é fundamental que a escola ofereça
à ela espaço e tempo para que o brincar seja vivenciado com intensidade,
dispor de materiais adequados e possibilitar aos professores conhecimentos
sobre o brincar.
Os momentos em que a criança brinca na escola são momentos de
decisões, socialização e cooperação que além de proporcionarem uma maior
33
interação entre os alunos, favorecem ao desenvolvimento cognitivo, a formação
da base sólida para a criatividade e a participação cultural.
O papel do professor é primordial no desenvolvimento global da
criança. Sua função é perceber as necessidades da criança, respeitar e nutrir
seus interesses e proporcionar um ambiente agradável e favorável para a
aquisição do saber, onde a criança se sinta bem, à vontade e como integrante
do meio em que esta inserida.
Também é função do professor intervir de forma adequada, como
facilitador e mediador da aprendizagem, incentivar o pensamento infantil,
utilizando a ludicidade em sua prática, com o objetivo de propor questões e
construir hipóteses dentro da realidade da criança e perceber a mesma como
agente ativa no processo de ensino aprendizagem.
Cabe ao professor, portanto, dar ao aluno espaço para revelar
qual a sua bagagem de conhecimentos, mostrar um ambiente
harmonioso e propício ao desenvolvimento da criança em sua
plenitude. Usará, para tanto, o jogo, a brincadeira, as cantigas,
a contagem de histórias, enfim, o lúdico, facilitando a interação
físico-emocional das crianças no mundo escolar. (ROSA, 2011,
pág. 64)
Para utilizar o lúdico como um recurso pedagógico é necessário que
o professor esteja preparado para realizá-lo como tal, tenha consciência do
valor das brincadeiras e jogos, as implicações nos tipos de brincadeiras, saber
usá-las e orientá-las.
É importante a sua intervenção durante o brincar, mesmo que este
seja espontâneo, estimular a imaginação das crianças, despertar ideias e
questioná-las para que busquem solucionar os problemas.
Para Moreira (1999), é possível uma aprendizagem com
características lúdicas, com o objetivo de dinamizar a
aprendizagem, pela iniciativa do aluno e pela motivação gerada
pelo trabalho grupal. Nessa medida, a participação do
professor no jogo ou na brincadeira dos alunos tem a finalidade
de ajudá-los a perceber como podem participar da
aprendizagem e da convivência em geral. O professor pode
34
incentivar sentando-se ao lado daqueles alunos que não
aprenderam ainda como entrar em uma brincadeira ou que
tenham algum tipo de dificuldade em um determinado jogo.
(TEIXEIRA, 2010, pág.71)
O uso do brinquedo como material pedagógico nas aulas estimula o
desenvolvimento do aluno por meio de um elemento comum, que deve ser
usado não de uma forma livre sem orientação e consciência de suas ações, o
professor deve planejar este uso, mediar as atividades, propondo desafios aos
alunos e estimulando a criatividade.
Deve ser utilizado aqueles que as crianças já estão habituadas
brincar fora do ambiente escolar, que façam parte da sua realidade, pois este
não é apenas um objeto trazido de casa em um determinado dia, mas sim algo
que faz parte da cultura lúdica das crianças e que é compartilhado entre elas.
A escola deve, portanto, resgatar os brinquedos pertencentes à
cultura lúdica dos alunos e proporcionar ressignificações,
mudanças de materiais adaptados, novos jogos, novos
brincadeiras. O ambiente coletivo permite que essas ações
sejam realizadas com sucesso, pois a interação com outras
crianças possibilita que culturas sejam compartilhadas e novas
ideias sejam expostas e apreendidas. ( TEIXEIRA, 2010,
pág.58-59)
Ao levar o brincar para sala de aula, o professor proporciona aos
alunos experiências únicas que despertarão o gosto pelo saber. Por isso é
importante que o educador descubra o prazer de ensinar para que o aluno
estimulado e motivado descubra o prazer de aprender.
3.3 – Algumas Atividades Lúdicas e as Áreas Favorecidas
Toda atividade lúdica favorece no desenvolvimento de diversas
áreas. Área cognitiva, social, linguagem, perceptivo-motora, afetivo-emocional,
35
moral, entre outras. Isto porque quando a criança brinca mobiliza várias áreas
para que o brincar aconteça.
Cada jogo, brinquedo ou brincadeira podem favorecer mais uma
área do que a outra, e isto irá variar de acordo com a idade da criança, as
necessidades em que se encontrar a sua etapa de desenvolvimento e o
objetivo da atividade.
Abaixo seguem alguns exemplos de atividades e as áreas que serão
favorecidas, desenvolvidas durante a brincadeira.
• Batata Quente:
Em círculo, um grupo fica sentado ou em pé e uma criança de fora
do círculo com os olhos vendados. A bola vai passando por todos enquanto a
de fora canta: “Batata quente, quente... queimou!” Quem estiver com a bola
neste momento sai da roda. Ganha o último que permanecer na roda.
Esta brincadeira trabalha atenção, percepção auditiva e visual,
agilidade para passar a bola, controle da ansiedade e emocional quando
ganha, enfrentamento da frustração quando perde e linguagem corporal.
• Estátua:
Os participantes andam livremente pelo local até que um escolhido
como líder diz: “1,2,3, estátua!”. Todos devem ficar parados em uma pose e
resistir a tudo que o líder fizer para que se mexam.
Esta brincadeira irá trabalhar a compreensão de regras, resistência
em ficar parado, controle emocional em não sorrir e linguagem corporal.
• Amarelinha:
Nesta brincadeira é trabalhada compreensão de regras, sequência
numérica, noção espacial, noção de começo, meio e fim, habilidade corporal
para pular alternado com um ou dois pés no espaço delimitado, respeito mútuo
e socialização.
• Telefone sem fio:
36
Os participantes ficam em círculo e um é escolhido para começar
a brincadeira. Este cria uma frase que será passada de um participante para o
outro no ouvido sem que mude nenhuma palavra.
Esta brincadeira promove a imaginação e criatividade para criar as
frases que serão passadas aos outros participantes, compreensão e atenção
do que esta sendo comunicado para falar igualmente o que ouviu, interação,
linguagem oral ( enriquecimento do vocabulário).
• Corrida de obstáculo:
Os participantes são divididos em duas equipes e terão que um de
cada vez percorrer um trajeto com obstáculos a serem ultrapassados.
Esta atividade estimula a cooperação, o espírito de equipe, respeito
às regras, agilidade e motricidade (diversos movimentos exigidos em cada
circuito).
• Cabo de guerra:
São formadas duas equipes que ficarão uma em cada lado da corda.
Uma linha é traçada no chão para marcar o meio da corda e o espaço que
terão que ultrapassar. A equipe que conseguir puxar todos os adversários para
seu lado da corda ultrapassando a linha traçada vence a brincadeira.
É desenvolvida nesta brincadeira, a cooperação, motivação de
trabalho em equipe, força, equilíbrio, agilidade, linguagem corporal.
• Adivinhar o que tem na caixa:
Vários objetos serão colocados na caixa e a criança deverá apalpar
um e tentar descobrir o que é.
Esta atividade trabalha a percepção tátil, a atenção, linguagem oral e
observação.
• Quebra-cabeça:
Esta atividade pode ser feita em grupo, trabalhando a integração ou
individual.
37
Desenvolve a percepção figura-fundo, coordenação motora fina, a
organização espacial, o conceito de análise e síntese e o de reversibilidade.
• Pega varetas:
Esta possibilita a estimulação do pensamento lógico, um prérequisito para absorver conteúdos.
• As brincadeiras de roda levam as crianças a mexerem o corpo,
podem desenvolver as áreas afetivas, social, cognitiva e irão exercitar a
linguagem oral e a memorização.
Estas e outras atividades podem ser planejadas e utilizadas pelo
professor no dia a dia da escola, em sala de aula, sempre com objetivos
específicos e predeterminados para auxiliar o processo ensino aprendizagem e
garantir o desenvolvimento integral dos seus alunos através de situações
significativas.
38
CONCLUSÃO
Independente de épocas históricas ou estruturas de civilização, a
criança sempre brincou. Isto é uma característica universal.
Brincar é conhecer e isso acontece quando a criança se diverte, cria
e recria suas próprias ações, faz e desfaz.
Para ela todo momento é de brincar e aprender, estando o brincar
presente em todas suas ações em que ela vive experimentando novas
situações que lhe tragam o desejo em saber e entender o mundo à sua volta.
A criança brinca por ser estimulada pelos jogos, brinquedos e
brincadeiras.
Brincando ela imagina, desenvolve sua criatividade, a capacidade de
relacionar o mundo imaginário com o mundo real, conhece melhor a si mesma
e constrói sua identidade e sua competência intelectual, busca respostas para
compreender o mundo e conhece o meio em que esta inserida, regras, direitos
e deveres, as pessoas que a cercam e os papéis que cada uma assume.
O mundo da criança é imaginário e interativo com a realidade que a
mesma vivencia, cabendo à escola proporcionar situações de aprendizagens
significativas utilizando a ludicidade como ferramenta que lhe dê subsídios para
que o aprender aconteça.
Porém geralmente não é o que ocorre e o que se tem observado é
que o brincar não é considerado como um meio de onde se possa extrair
conhecimento e auxiliar na aprendizagem de uma maneira mais dinâmica, mas
é visto como um passatempo, uma forma de entretenimento sem função e o
que mais presenciamos no cotidiano das salas de aulas são alunos
desmotivados e desinteressados por estarem diante de fazeres fragmentados e
distantes de suas realidades.
Apesar de muitas rejeições, o lúdico tem ganhado interesse por
parte de alguns autores que se preocupam em ampliar os conhecimentos a
39
respeito da importância do brincar para o ser humano, visto que este esta
imerso no mundo das brincadeiras desde o seu nascimento.
Brincar faz parte do cotidiano da criança, é uma atividade séria que
mobiliza possibilidades intelectuais e afetivas para que a mesma aconteça.
Brincar e aprender são processos significativos e de grande valor
para a construção de conhecimentos. Nas ações lúdicas a criança adquiri
experiências culturais e sociais que auxiliarão na sua formação como
indivíduos capazes de se relacionarem com o meio e produzir conhecimentos.
Pode-se assim concluir que o brincar é uma das atividades
promissoras em relação ao processo ensino aprendizagem sendo de grande
importância no desenvolvimento do aluno, principalmente nas primeiras etapas
de sua vida.
Desta maneira podemos observar a importância em implementar a
prática pedagógica baseada na ludicidade. Investir no lúdico como uma
ferramenta, um recurso pedagógico, um instrumento facilitador no processo
ensino aprendizagem. Utilizá-lo com mais frequência no ambiente escolar de
forma mais elaborada, com objetivos predeterminados para que a capacidade
do brincar em desenvolver conhecimento e aprendizagem seja aproveitada
tanto por professores quanto por alunos, levando estes a desenvolver a alegria
de entender a escola como ambiente acima de tudo prazeroso.
40
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Passo. Disponível em: <http://www.josesilveira.com/artigos/vygotsky.pdf>
Acesso em: 04/01/2012 – 11h30min
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO...........................................................................................02
AGRADECIMENTO...........................................................................................03
DEDICATÓRIA..................................................................................................04
RESUMO...........................................................................................................05
METODOLOGIA................................................................................................06
SUMÁRIO..........................................................................................................07
INTRODUÇÃO...................................................................................................08
CAPÍTULO I.......................................................................................................09
História do Lúdico..............................................................................................09
1.1 - Definindo Lúdico........................................................................................10
1.2 – Atividades Lúdicas em Diversos Contextos Históricos.............................11
1.2.1 - O Lúdico na Pré-História..............................................................11
1.2.2 - O Lúdico na Antiguidade..............................................................13
1.2.3 - O Lúdico na Idade Média.............................................................14
1.2.4 - O Lúdico na Idade Moderna.........................................................15
1.2.5 - O Lúdico na Idade Contemporânea.............................................16
CAPÍTULO II......................................................................................................18
A Importância do Lúdico no Desenvolvimento da Criança................................18
2.1 - A Criança e o Lúdico na Concepção de Piaget.........................................20
2.2 - A Criança e o Lúdico na Concepção de Vygotsky.....................................23
2.3 - Atividades Lúdicas segundo Brougère......................................................25
2.3.1– Relação Brinquedo e Brincadeira................................................27
CAPÍTULO III.....................................................................................................29
O Lúdico no Processo Ensino Aprendizagem...................................................29
3.1 - A Escola e o Lúdico...................................................................................30
3.2 - Espaço Para Brincar e o Papel do Professor............................................32
3.3 - Algumas Atividades Lúdicas e as Áreas Favorecidas...............................34
CONCLUSÃO....................................................................................................38
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................40
WEBGRAFIA.....................................................................................................42
ÍNDICE..........................................................................................................................44
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