CAPÍTULO 3 ESTRATÉGIA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIA IDEIAS CHAVE • Tecnologia e Inovação como Vectores Centrais da Estratégia • A Formação da Estratégia Tecnológica • Ciclos de Mudança nas Indústrias • Curvas S e Ciclo de Vida – – – – – – – Inovação Disruptiva Curvas de Abernathy & Utterback Design Dominante Fontes de poder Apropriabilidade Activos Complementares Capaciaddes Dinâmicas 3.1 A DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA INOVAÇÃO E TECNOLOGIA A TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA 'Technology is vital to our company. We are a technology-based company, with a major interest in performance materials. It is dangerous to regard these as commodity items. You have to be innovative, but also remember that while technology is important, it is not the over-riding factor. So we seek to move up to high performance speciality materials, and to understand the science better. This will often mean using other technologies to help us. There is an increasing intensity of knowledge in science these days. You have to get it right first time, and not bring projects back into Research and Development for reworks. All this is very demanding.' Research Director - Johnson Matthey Materials Technology Division A TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA 'We used to be a newspaper publisher sitting on top of a printing press. We have now separated our prepress editorial work from the printing, which is now done in several smaller centres. Technology has become very important to us. We are now a technology-based industry. There has been no going back since we were able to adopt computer-based technology some five or six years ago. Instead, there is no stopping the increasing use and dependency on technology.’ Production Director - Express Newspapers A TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA 'We use our technology to meet the top six criteria taken from a survey of our customers over the last twelve months. These criteria are: 1 Accuracy of Data , 3 System/terminal Reliability, 5 Value for Money , 2 Speed of Delivery, 4 Market Coverage, 6 Usability. These six criteria are our corporate strategy. They are the values that all our people accept. We seek to make innovative and creative use of tools, technologies and methods to deliver solutions which are perceived as useful and valuable to our customers, and lead the competition.' Reuters Manager A TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA Exemplos – como abandonar produtos-standard, elevados volumes de produção e implementar produtos avançados, proprietários, dedicados baseados em tecnologia – como explorar as vantagens de uma gestão de produção e operações avançada com base em novas tecnologias (MRPII, JIT, lean manufacturing, etc.) – introdução de sistemas computorizados numa editora ou na imprensa (permite utilizar o mesmo material em diferentes mercados nicho) – introduzir tecnologia do frio numa rede de distribuição alimentar (permite aos grossistas/retalhistas oferecer maior gama de produtos, dirigidos a diferentes preferências de consumo Os domínios da estratégia de inovação e tecnologia Domínio estratégico Definição Estratégia corporativa Objectivos de longo prazo das empresas (conjunto de negócios). Estratégia do negócio Adoptar caminhos, sequências de acções e utilização de recursos, necessários para competir em cada negócio. Estratégia de Inovação Comercialização de novos produtos ou processos e respectiva contribuição para a estratégia de negócio. Estratégia tecnológica Inclui a procura, selecção, escolha ou desenvolvimento de tecnologias que podem ser utilizadas em produtos inovadores ou como suporte ao produtos e processos existentes. ... Os quatro domínios estão inter-relacionados Os domínios da estratégia de inovação e tecnologia • A estratégia corporativa procura definir: – os sectores/mercados onde a empresa concorre – a política de diversificação, integração vertical, aquisições, investimentos e lançamento de novos negócios, retirada ou desinvestimentos • A estratégia competitiva (dentro de um sector) procura definir: – como obter uma posição competitiva – como obter vantagens de custo ou diferenciação – como maximizar a satisfação dos clientes ESTRATÉGIA DE INOVAÇÃO •A estratégia de inovação procura definir – quais os produtos/ serviços/processos novos ou melhorados que a empresa deve lançar para obter vantagens competitivas Portanto a inovação aparece ligada aos objectivos e à estratégia do negócio ESTRATÉGIA TECNOLÓGICA PROCESSO DINÂMICO DE AFECTAÇÃO, AQUISIÇÃO, DESENVOLVIMENTO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS DA EMPRESA, TENDO EM VISTA A OBTENÇÃO DE UMA POSIÇÃO CONCORRENCIAL FAVORÁVEL E SUSTENTADA O papel da inovação na estratégia do negócio. • Liderança no custo - Estratégia de volume – conseguir uma vantagem competitiva através de um produto dirigido a grandes mercados, produzido a custos inferiores à concorrência. A inovação tecnológica é utilizada para minimizar os custos. t1 t2 t3 Economias de escala Curva da aprendizagem Inovação tecnológica O papel da inovação na estratégia do negócio. • Estratégia de diferenciação através da tecnologia (dois tipos de diferenciação) • introduzir mudanças nas funções ou aplicações críticas do produto/serviço - o aumento de funcionalidade justifica um preço mais elevado e compensa o investimento e aprendizagem; • introduzir mudanças na produção em larga escala de produtos de grande consumo. Corresponde a mover o produto para áreas de mercado de maior sofisiticação justificando aumento de preço. O papel da inovação na estratégia do negócio. • Estratégia de focalização • especialização em segmentos de mercado. A introdução de novas tecnologias pode permitir uma estratégia de focalização em mercados especializados. Ex: Edição de Jornais/Livros apoiada por Sistemas Informáticos integrados. Liderança em custo Diferenciação Focalização - custos Focalização - diferenciação Inovação no Desenvolvimento de Desenvolvimento de Desenvolvimento de Desenvolvimento de produto produto produto tendo em vista a produto tendo em produto tendo em focando as especificações em redução de custos através de vista, melhoria de vista a redução de necessidades de mercado um menor consumo de qualidade, novos ou custos, mas atentendo detectadas e específicas do materiais, maior facilidade melhorados atributos, apenas às segmento alvo. Cumprimento de fabricação ou facilidade de necessidades do das especificações com simplificação da logística distribuição ou de segmento alvo. vantagem face aos substituição concorrentes no mesmo segmento alvo. Inovação de processo Melhoramentos por efeito Desenvolvimento do Desenvolvimento de Desenvolvimento de processo da curva de aprendizagem, processo, visando processo de forma a de forma a valorizar a cadeia por menor consumo de maiores tolerâncias, alinhar a cadeia de de valor, pela via da materiais, menor utilização aumento de qualidade valor do processo com diferencição dirigida a de factores input (energia, e do controlo de as necessidades, necessidades específicas do mão de obra, etc.), melhoria qualidade, melhor reduzindo os custos de segmento alvo. na exploração de economias tempo de resposta e servir o segmento de escala. melhor escalonamento alvo. de forma a acrescentar valor no cliente. Adaptado de Porter 1985. O papel da inovação na estratégia do negócio. • A estratégias de Porter e a Inovação • As estratégias do Porter baseiam-se numa análise externa do mercado e da concorrência. Não levam em conta de forma explícita as mudanças tecnológicas, recursos disponíveis na empresa, a sua história, a acumulação de conhecimentos e competências ou o seu estilo de gestão. • Porter olha sobretudo a estratégia de fora para dentro O papel da inovação na estratégia do negócio. Mercado alargado (grandes volumes) Liderança no custo/preço Mercado estrito (pequenos volumes) Focalização no custo Baixo custo Diferenciação Focalização na diferenciação Diferenciação M.Porter 1985 TECNOLOGIA E RESOURCE-BASED VIEW • A INFLUÊNCIA DA ACUMULAÇÃO DE COMPETÊNCIAS • TECNOLOGIA E CRIAÇÃO DE VANTAGENS • TECNOLOGIA E ‘MECANISMOS DE ISOLAMENTO’ • A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO ELEMENTO DINAMIZADOR DA VISÃO ESTRATÉGICA DA EMPRESA Fonte: Leonard-Barton (1995) TECNOLOGIA E PROCESSO ESTRATÉGICO • A INFLUÊNCIA DO EVOLUCIONISMO • A INCERTEZA TECNOLÓGICA E FLEXIBILIDADE • TECNOLOGIA E EXPERIMENTAÇÃO • A ‘INOVAÇÃO ABERTA’ (CHESBROUGH, 2000) O papel da inovação na estratégia do negócio. • A abordagem de Freeman relação estratégia entre tecnologia e inovação. • Ofensiva - liderança tecnológica e de mercado, mantendo-se à frente da concorrência na introdução de produtos novos. • Defensiva - sem querer ser líder (a primeira a introduzir no mercado) a empresa limita-se a não se deixar ficar para trás. • Imitativa - a empresa limita-se a seguir e imitar o líder do sector, mesmo que o atraso relativo no ciclo do produto seja considerável. O papel da inovação na estratégia do negócio. •Dependente - aceitação de um papel subordinado a desenvolvimentos essencialmente externos. •Tradicional - a empresa não vê razões para alterar produtos/processo uma vez que não existe.necessidade de mercado e a concorrência também não estimula a mudança. •Oportunista - quando a empresa identifica oportunidades para o aproveitamento rápido de alterações de mercado, que não requerem I&D ou desenvolvimentos complexos, conseguindo um produto/serviço com vantagens. Estratégia Funções técnicas e científicas que existem dentro da empresa I&D I&D Desenvol Design Produção Serviços Patentes Inform. Educação e Planeamento funda- Apli- Experi- Enge- Engenha- Técnicos Técnica e Formação prospectivo de longo mental cada mental nharia ria Científica prazo e planeamento de produto Ofensiva 4 5 5 5 4 5 5 4 5 5 Defensiva 2 3 5 5 4 3 4 5 4 4 Imitativa 1 2 3 4 5 2 2 5 3 3 Dependente 1 1 2 3 5 1 1 3 3 2 Tradicional 1 1 1 1 5 1 1 1 1 1 Oportunista 1 1 1 1 1 1 1 5 1 5 1 = Fraca ou não existente, 5 = Muito Forte Freeman 1982, p.171 O papel da inovação na estratégia do negócio. – Conclusões • A mesma empresa poderá adoptar diferentes estratégias em diferentesfases da sua evolução. • Diferentes tipos de estratégias requerem diferentes tipos de funções internas. • Uma estratégia de inovação deverá ter em conta o jogo de 5 forças (Porter), mas também as competências internas. • Uma empresa com um portofólio multi-produto poderá adoptar diferentes estratégias de inovação para cada “gama/família” de produtos. 3.2 A FORMAÇÃO DA ESTRATÉGIA TECNOLÓGICA FACTORES DE DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS TECNOLÓGICAS • COMPETÊNCIAS TECNOLÓGICAS ACUMULADAS • ORIENTAÇÃO EXTERNA • ESPECIFICIDADE ORGANIZACIONAL • COESÃO ESTRATÉGICA INTERNA • CAPACIDADE DE GESTÃO A.D. LITTLE 1. 2. 3. 4. 5. Definição do melhor ‘mix’ produtos/mercados Identificação das tecnologias utilizadas e do seu impacto concorrencial Impacto Concorrencial Embrionárias, Crescimento, Chave e Básicas De Base, Chave e ‘Pacing’ Posição no Ciclo da Vida Avaliação da posição tecnológica da empresa Grau de Competência e/ou Apropriação das Tecnologia Chave Nível de Investimento para Sustentar/Conquistar Posições Grau de Maturidade das Tecnologias Integração das perspectivas tecnológica e estratégica Matriz Posição Competitiva/Posição Tecnológica Definição da carteira de projectos a desenvolver Optimização Relação Risco/Atractividade Incerteza Risco Grau de exposição/prejuízo potencial Atractividade Quota de mercado potencial Contrib. Carteira global de negócios Potencial de Lucro Fonte: A.D. Little Fonte: Porter (1985) Fonte: Baseado em Frohman () ALAVANCAR RECURSOS: FAZER MAIS COM MENOS 1) CONCENTRAR MINING 2) ACUMULAR BORROWING BLENDING 3) COMPLEMENTAR BALANCING RECYCLING 4) CONSERVAR CO-OPTING PROTECTING 5) RECUPERAR Fonte: Hamel e Prahalad (1994) 3.3 CICLOS DE MUDANÇA NAS INDÚSTRIAS. ABERNATHY & UTTERBACK Ideias chave • A tecnologia e inovação como estratégia • Os domínios da estratégia de inovação e tecnologia • As curvas S e o Ciclo de vida • Inovação Disruptiva • Ciclos do produto e do Processo. Curvas de Abernathy e Utterback • Design Dominante • Combinar os ciclos do produto, tecnologia e padrões de inovação • Estrutura da indústria • Fontes de poder • Apropriabilidade • Activos Complementares Inovação disruptiva • Inovação sustentada (sustaining innovation) • Melhoria contínua das funcionalidades em mercados e clientes actuais (produtos diferenciados). As dimensões de performance permanecem constantes • Inovação disruptiva (disruptive innovation) • tecnologias (ou combinação de) que permite novas funcionalidades, que serão apelativas a clientes diferentes dos actuais i.e. novo potencial para criar valor (novas dimensões de performance !). Trazem novas dimensões de performance. • As empresas e seus clientes actuais por vezes não prestam atenção a este tipo de inovações. • Perigo de confiar demasiado nas impressões dos clientes Inovação disruptiva • Inovação disruptiva – É nesta situação que é mais facilmente visível um processo evolutivo onde tecnologia, mercado e regime competitivo co-evoluem através de um processo de aprendizagem e experimentação do tipo tentativa-erro-selecção Inovação disruptiva Tecnologia existente Performance Clientes actuais Nova (combinação) Tecnologias Clientes, necessidades nicho Time Inovação disruptiva Disquete 14 polegadas Mainframes Performance Minicomputadores Disquete 8 polegadas PCs Disquetes 5 1/2 Time Inovação disruptiva Performance Trata-se de uma tecnologia Inferior. Os nossos clientes não necessitam dela ! Esforço O ciclo de vida da indústria FERMENTAÇÃO Concorrência pelo conceito Evolução da Tecnologia em Colaboração VARIAÇÃO Descontinuidade Tecnológica Pode ser “competence enhancing ou “competence destroying” SELECÇÃO Aparece o “Design Dominante” RETENÇÃO Inovação incremental: Aperfeiçoar o “Design Dominante” Explorar a trajectória tecnológica Tushuman e Rosenkopf A curva S Limite Físico Performance Há medida que nos aproximamos Dos “limites naturais” tem-se ganhos marginais reduzidos Estando encontrada uma solução (poderá ser o design dominante) O progresso é muito mais rápido Ganhos marginais do esforço são inicialmente pequenos Esforço O ciclo de vida da indústria e as curvas S Variação Performance Disrupção Fermentação Retenção Selecção Fermentação Tempo Pode-se prever o ciclo de vida ? A curva S Limite físico ? Performance Performance é condicionada por limites físicos A performance não é uma função linear do esforço Em indústrias maduras mais esforço não signfica maior performance O progresso pode surgir muito mais rapidamente de outras indústrias Consequências para a estratégia: Quando os ganhos marginais começam a ficar reduzidos há que mudar para outra curva Esforço Exemplos de curvas-S: • Embarcações à vela, vapor, a motor... • Rayon, Nylon e Polyester • Avião hélice, avião jacto Curvas S • Como saber a posição da indústria ? • variação dos investimentos em I&D e em novos produtos/processos, taxas de inovação • grau de estandardização de um produto, e dos seus componentes • a dimensão das séries e modos de produção (à medida, módulos adaptáveis, grandes séries, produção contínua) • despesas em I&D • número de registos de patentes A importância das curvas S • Revelam que a tecnologia evolui de dois modos: – períodos incrementais – discontinuidades: • Discontinuidades podem causar a perda da posição competitiva das empresas: – Para que isso não aconteça as questões chave são ? • Como criar valor (Tecnologia / Mercado) ? • Como apropriar esse valor (Regime Competitivo) ? • Como converter conhecimentos tecnológicos em novos produtos/processos com mais valor ? A importância das curvas S • A performance tecnológica é uma função do esforço – não aumenta automáticamente com o tempo ! • A I&D pode ser “ineficiente” quando focalizada ou nas primeiras versões dos protótipos ou em tecnologias maduras • Gerir a discontinuidade (transição entre curvas S) é uma tarefa estratégica chave. Ficar na curva S antiga pode ser desastroso. Mas as curvas S devem ser utilizadas com muito cuidado: • Escondem dinâmicas de evolução produto versus tecnologia completamente diferentes – Prever a trajectória S da tecnologia não significa saber quais os produtos que irão ter sucesso. – Ex: TV com Internet ? • Existe crescente complexidade tecnológica (fusão de tecnologias) que não é captada (por exemplo Mecatrónica !) • Podem estar a monitorar uma variavel de performance que é irrelevante. Quais os parametros que devem ser monitorados ? Mas as curvas S devem ser utilizadas com muito cuidado: • Os esforços que causam melhoria da performance são feitos por quem ? • Meus • Concorrência • Será a performance técnica a métrica ideal ? • Será que melhorias de performance corresponde a criação de valor (tecnologia mais mercado !?) • Afinal quais são os limites ? O dilema do inovador Será que os actuais utilizadores entendem as discontinuidades ? Performance Quem é que compra a tecnologia quando ela é introduzida pela primeira vez ? Ex: Flat Screen TV Esforço “The Innovator’s Dilemma” Christensen Ciclos-A-U - transição produtoprocesso Inovação no produto Taxa de inovação Inovação no processo tempo No início: A inovação centra-se em conceitos-produto Pode ser conduzida por pequenas empresas É essencialmente exploratória Concorrência assenta em funcionalidades: e estratégias de diferenciação. Logo que surja um design dominante: A inovação centra-se nos processos distribuição e serviços associados ao produto Muitas empresas saem: As grandes que resistem são mais hierarquicas Reduzidas oportunidades para diferenciação Estratégicas de redução de custo. Curvas – S Ciclo de vida produto Curva aprendizagem Curvas A-U Abernathy-Utterback Ciclos do produto-processo • Ciclos – Abernathy Utterback. A-U • Estágio inicial • produto ainda não completamente definido • vários modelos/standards a competir entre si – Ex. vídeo VHS / Betamax • a inovação é centrada nas funcionalidades – Ajuste com Contexto Organizacional • fluidez organizacional – estrutura orgânica, flexível – Ajuste com Regime Competitivo • Concorrência baseada na diferenciação • Indefinição do vencedor da “apropriabilidade” Ciclos do produto processo • Ciclos – Abernathy Utterback. A-U • Estágio de transição • aumento do volume • aparecimento de um design dominante - estabilizado • produção começa a tornar-se mais rigida – Ajuste com contexto organizacional • a organização e controlo de gestão mais formal, estruturas hierarquicas – Ajuste com o regime competitivo • Surgem o(s) vencedores da regime de apropriabilidade • os primeiro inovadores podem ser obrigados a sair do mercado nesta fase, por não saberem fazer a transição Ciclos do produto processo • Ciclos – Abernathy Utterback. A-U – Estágio avançado • a escala e as economias de aprendizagerm no desenvolvimento e na produção predominam • a inovação é centrada no processo com pequenos ajustamentos ao modelo ou design dominante – Ajuste com Contexto Organizacional • Organização formal, hierarquica, macanicista – Ajuste com Regime Competitivo • Concorrência baseada na liderança de custos O Design Dominante • Componentes e Arquitectura chave • Dirige-se a necessidades de mercado – Quem compra ? Como utiliza ? • Elementos da cadeia de valor: – Como estuturar a cadeia de valor ? As diferenças entre curvas S e curvas A-U transição produto/processo ? Parametro As possibilidade de melhorar o design dominante estão completamente exploradas ? Existe um design dominente estabilizado? Esforço Foster sugere que as empresas devem mudar de curva quando se está próximo dos limites físicos. A/U sugerem que um novo ciclo começa quando se está próximo dos limites do design dominante Será mais dificil mudar de tecnologia ou mudar entre diferentes designs dominantes ? Como combinar os ciclos do produto, tecnologia e padrões de inovação ? Ciclo do produto 1 Ciclo do Produto 2 Inovação produto Inovação processo Variação Fermentação Selecção Retenção Variação A co-evolução da tecnologia Tecnologia Retenção Selecção Inovação centra-se nos processos distribuição e serviços assistência Inovação essencialmente incremental centrada nas possibilidade de explorar o design dominante A inovação é mais radical e/ou exploratória, Fermentação Focalizando-se em conceitosproduto alternativos Concorre-se pelas funcionalidades Porque será que .....? No início: A inovação centra-se em conceitosproduto Pode ser conduzida por pequenas empresas É essencialmente exploratória Concorrência assenta em funcionalidades: e estratégias de diferenciação. Logo que surja um design dominante: A inovação centra-se nos processos distribuição e serviços associados ao produto Muitas empresas saem: As grandes que resistem são mais hierarquicas Reduzidas oportunidades para diferenciação Estratégicas de redução de custo. Pequenas empresas mais abertas a novas Ideias ? Mais interessadas em experimentar ? Consumidores associam as “marcas” , reputação Etc. a determinadas performances técnicas ? A criação de valor é inovação genuína. O design dominante fecha as opções técnicas Tornando possível o investimento em produção em volume, em infraestrutura, tecnologias de produção. Esses investimentos “puxam” os custos para baixo mas restrigem as inovação: as grandes empresas podem então explorar economias de escala e gerir o processo de inovação incremental que domina a indústria Por outro lado ... Porque será que ? No início: A inovação centra-se em conceitosproduto Pode ser conduzida por pequenas empresas É essencialmente exploratória Concorrência assenta em funcionalidades: e estratégias de diferenciação. Logo que surja um design dominante: A inovação centra-se nos processos distribuição e serviços associados ao produto muitas empresas saem: As grandes que resistem são mais hierarquicas Reduzidas oportunidades para diferenciação Estratégicas de redução de custo. A inovação é extremamente dispendiosa e arriscada e requer aptidões, conhecimentos e experiências nem sempre disponíveis nas empresas recém criadas ? Os consumidores são concervadores e perferem a garantia de uma grande empresa As margens podem cair rapidamente através Da cocorrência: Perigo de “Corrida” Os inovadores chave (vencedores) podem ser aqueles cujas vantagens se centram na produção – Não no produto !? A tecnologia de processo/produção é já tão acessível e barata que não constrange os novos investimentos em produtos Limites da estratégia tecnológica • diversidade de tecnologias é maior que a diversidade de produtos e portanto: – deve-se separar estratégia tecnológica de estratégia de inovação, esta última mais ligada ao desenvolvimento de projectos definidos e geridos no âmbito de um “negócio”. • difícil de identificar o portofólio completo de tecnologias que a empresa utiliza nos seus produtos/serviços e processos – como definir a árvore de conhecimentos tecnológicos, qual o nível a que deve ser feita a análise ? • abrangência da cadeia de valor • limitar a estratégia às tecnologias que mais influem nos produtos, processos produtivos e administrativos. 3.4 APROPRIABILIDADE E ACTIVOS COMPLEMENTARES Valor criado não é o mesmo que valor apropriado ! Valor capturado para a empresa inovadora Valor criado Porque é que empresas inovadoras não conseguem o mesmo sucesso comercial que os seus “imitadores” ? INOVADOR GANHA Dupont (teflon) Apple Mac PERDE EMI CAT scanner IMITADOR IBM-PC General Electric CAT DEC-PC Fonte: Teece 1987 Ou: O que é que determina a fatia que fica para o “inventor” ? Clientes Fornecedores Inventor Imitadores Seguidores A estrutura da indústria como fonte de vantagem competitiva: • A estrutura como indicador da rentabilidade “média” do sector – O poder negocial dos fornecedores, clientes, substitutos, novos concorrentes e rivalidade pode baixar a rentabilidade ? • Evidência empirica: – 75% da variância das rentabilidades é explicada pelo tipo de indústria; – 19% da variância da rentabilidade dentro de uma indústria é explicado pela estrutura dessa indústria As 5 forças de Porter: A análise do equilíbrio de poder Entradas Fornecedores Rivais Substitutos Clientes Contexto Político, Regulatório Institucional As 5 Forças: Caracterização das pressões da envolvente • Substitutos – Quanto é que podemos subir os preços sem que os substitutos se tornem uma ameaça ? • Rivais – A concorrência levará à queda dos preços ? • Fornecedores e Clientes – O poder dos fornecedores ou clientes será suficiente para que estes reclamem uma parte substancial do valor ? • Barreiras à entrada – BàE vs. “Ameaça de entrada”: se a rentabilidade subir haverá novos concorrentes desejosos de “capturar” uma parte do valor ? Número de entradas e dimensão das empresas No. empresas Dimensão média Fermentação Selecção Retenção Variação Vendas e Margens Vol de vendas Margens Médias Fermentação Selecção Retenção Variação Onde é que está o poder na cadeia de valor ? Complementaridades Fornecedores Inovadores Distribuidores Clientes Entradas/Substitutos Fontes de Poder: Posição Monopolista:, Microsoft, Nintendo Maior quota de mercado : Boeing, Wal Mart, Toys ‘R Us Recursos/Capacidades Únicas: Dell, Intel Fontes de mudança na estrutura industrial: • A dinâmica de mercado e da tecnologia – ex, Economias de escala • Empreendedorismo : velocidade e visão • Conhecimentos que a empresa tem e mais ninguém tem – Competência organizacional ? • Activos que a empresa tem e mais ninguém tem – Recursos Fontes de Vantagem Competitiva Empreendedorismo Estrutura Industrial Competências Organizacionais Únicas Recursos únicos Apropriabilidade & Activos Complementares Empreendedorismo Apropriabilidade Estrutura Industrial Competências Organizacionais Únicas Activos Complementares Recursos Únicos Apropriabilidade é muito importante: • Se a inovação, ou a sua base de conhecimentos puder ser “apropriada”, significa que ninguém a pode usar ou copiar. Isso é uma fonte de poder negocial. Fontes de Apropriabilidade (I) • Protecção de Propriedade Industrial e Intelectual • Segredo. Confidencialidade e Cláusulas de NãoConcorrência • Conhecimento “Tácito” • Lead Time e Serviços PóisVenda • Complexidade no Produto • Estandardização • Activos Complementares Fontes de Apropriabilidade (II) • Protecção de Propriedade Industrial e Intelectual – Patentes • • – – Modelos de utilidade Copyrights • – – – Tamanho finito Direito à proibição de “reproduzir” Direito à proibição de “copiar” Mais eficaz em produtos, menos em processos Diferente eficácia em diferentes sectores (Quimica ...) é possível “inventar parecido !” Os mecanismos de protecção requerem elevados investimentos Fontes de Apropriabilidade (III) • Segredo. Confidencialidade e Cláusulas de Não-concorrência • Nem sempre funciona pois as características externas do produto podem revelar as internas; os engenheiros pertencem a uma “comunidade técnica” que necessita de trocar informações • Conhecimento “tácito” Pode ser muito difícil de imitar sobretudo quanto integrado em empresas ou regiões. Ex. Benetton • Contudo o conhecimento tácito pode ser “difuso” i.e. Dificil de juntar e portanto embora apropriavel, dificilmente seria a base de criação valor com benefícios • Fontes de Apropriabilidade (IV) • Lead time e serviço pós venda • Podem ajudar a estabelecer fidelidade a uma marca, credibilidade, bem como acelerar o feeback da utilização do produto para o seu desenvolvimento e portanto elevar as barreiras à entrada. • Curva de aprendizagem • Não só para reduzir os custos como também para estabelecer uma base de conhecimentos tácitos, que se torne uma vantagem, sobretudo para os “pioneiros” Fontes de Apropriabilidade (V) • Complexidade no produto – Produtos complexos são mais difíceis de imitar. A Boing e Airbus, enfrentam muitos menos concorrência Asiática do que a IBM em clones-PC • Estandardização – A rápida aceitação no mercado de um dos seus produtos, pode tornálo num standard, forçando os concorrentes a adoptar a mesma tecnologia (Ex. VHS-Betmax, Nintendo-Sega, IBM-PC). Contudo a maxima “Winner takes it all” não se aplica pois os custos de adopção/licenciamente para os que perdem podem não ser muito altos Fontes de Apropriabilidade (VI) • Activos complementares – A comercialização com sucesso de uma inovação pode depender de competências em produção, marketing e distribuição que o inovador original não possua. • A EMI perdeu o mercado dos CAT scanner apesar de ter o melhor produto ! • A IBM em 1982 conseguiu recuperar da sua atrasada entrada no mercado dos PCs Apropriabilidade/Ciclo de vida Tecnologia dominada por poucas empresas Tecnologia do domínio público Tecnologia dominada por poucas empresas Tecnologia do domínio público Emergente Crescimento Estável Declínio Fonte: Morin (1985) Dussauge, Hart,Ramantsoa (1992) Activos Complementares • Activos necessários para transformar a inovação em sucesso comercial. • Activos especializados dependência unilateral entre a inovação e o activo. Ex. capacidade de fabrico e/ou montagem • Activos co-especializados dependência mútua. Ex. Assistência técnica a produtos muito especializados Activos complementares • Activos complementares na posse do mesmo sector, actuam como barreira à entrada de substitutos • Activo complementares na posse de uma mesma empresas, diminuem a rivalidade – Ex Coca-cola, Pepsi Que tipo de activos complementares são uma vantagem? • O que se faz / como se faz – – Capacidade de fabrico Serviço de vendas • Competencias • O que se possui – – – Nome da marca Canais de distribuição Relações com clientes • Recursos Mas as competencias podem ser relacionadas com recursos ! Empreendedorismo Apropriabilidade Estrutura Industrial Competências Organizacionais Únicas Activos Complementares Recursos Únicos A interacção entre apropriabilidade e activos complementares é critica Activos complementares: Apropriabilidade: Elevada Reduzida Facilmente disponíveis Controlados por algumas empresas E determina a importância da protecção de propriedade industrial Activos complementares: Facilmente disponíveis Elevada Fortress Controlados por algumas empresas Bargaining Chip Apropriabilidade: Reduzida Barbed Wire Vanity Plate Exercício Activos complementares: Posicionar: Frescos congelados Livrarias Maq. Fotográficas Serviços financeiros Elevada Facilmente disponíveis Fortress Controlados por algumas empresas Bargaining Chip Apropriabilidade: Reduzida Barbed Wire Vanity Plate Como co-evolui a concorrência ao longo do ciclo de vida ? FERMENTAÇÃO Concorrência pelo conceito Evolução da Tecnologia em Colaboração VARIAÇÃO Descontinuidade Tecnológica Pode ser “competence enhancing ou “competence destroying” SELECÇÃO Aparece o “Design Dominante” RETENÇÃO Inovação incremental: Aperfeiçoar o “Design Dominante” Explorar a trajectória tecnológica Tushuman e Rosenkopf A co-evolução do regime competitivo Regime Competitivo Retenção Selecção Fermentação Apropriabilidade Activos Complem Resumo • Criar valor não chega: é importante saber captar parte o todo o valor criado. • O valor pode ser captado através de diferentes mecanismos: protecção de propriedade industrial, segredo, activos complementares ... • Outros actores na cadeia de valor poderão também tentar captar parte desse valor: a colaboração pode aumentar as rentabilidades para todos os actores na cadeia de valor. • Estratégia tecnológica e estratégia de negócio devem estar mutúamente dependentes 3.5 CAPACIDADES DINÂMICAS AS CAPACIDADES DINÂMICAS DAS EMPRESAS POSIÇÃO: EM RELAÇÃO À CONCORRÊNCIA, NO QUE RESPEITA A PRODUTOS, PROCESSOS E TECNOLOGIAS PERCURSOS TECNOLÓGICOS: EM FACE DAS COMPETÊNCIAS ACUMULADAS DA EMPRESA E DAS OPORTUNIDADES EMERGENTES PROCESSOS ORGANIZACIONAIS: INTEGRANDO A APRENDIZAGEM ESTRATÉGICA Fonte: Teece, Pisano e Shuen (1998) SonyPlaystation