4º
P25-VL
Esta prova contém
M
10
B
04/11/2008
questões.
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Texto para as questões 01 a 06
Texto 1: (...) a idéia de que a responsabilidade pelo dano ecológico (2) é coletiva, do gênero
humano, pode levar a não fazer nada. Por isso, nas negociações internacionais foi estabelecida
a necessidade de encontrar metas específicas para cada país (3), e que cada um assuma
responsabilidades e deveres diferentes. (...) Por exemplo, em toneladas: quem emite mais
gases estufa, mais deve intervir e pagar. (...) Falta decidir se toda poluição tem o mesmo peso,
em termos de responsabilidade: uma tonelada de gás carbônico gerada para produzir um bem
de luxo, ou por uma viagem de avião para as férias, vale tanto quanto uma tonelada produzida
pelo transporte público, ou por pessoas de uma aldeia africana que usam lenha (1) onde só
existe esse tipo de fogão? E, mesmo encontrando uma medida consensual da responsabilidade
de cada um, resta um problema político delicado: como traduzir as responsabilidades em preços
a pagar? (...) O princípio “quem polui, paga” parece justo, mas alguns afirmam que sua
conseqüência é injusta: os que mais poluíram até hoje, e que podem pagar mais, continuam
tendo direito de poluir mais, o que está diretamente relacionado com o desenvolvimento
econômico. (“Culpa de quem?”, Yurij Castelfranchi. Revista Comciência nº xxx)
Texto 2: O consumo predatório no pólo rico do mundo gera uma pressão insustentável. (...)
Gradualmente, aquela atitude de lermos no jornal as desgraças do mundo e suspirar sobre
coisas tristes, mas distantes, vai sendo substituída pela compreensão de que se trata de nós
mesmos, dos nossos filhos, e que a responsabilidade é de cada um de nós. (...) (“O interesse
social versus o ambiental”, Ladislau Dowbor. Gazeta Mercantil, 10/7/2007)
01. A idéia central do texto 1 é:
a) provar, a partir de exemplos contundentes, que os países ricos não podem deixar de
poluir, uma vez que são os mais desenvolvidos e que sua economia depende da indústria
que poluem.
b) defender o princípio de que “quem polui, paga”, mostrando atividades poluentes dos
países mais desenvolvidos e suas justificativas para continuarem poluindo.
c) mostrar que atribuir a responsabilidade pelos danos ambientais ao coletivo, à sociedade
como um todo, é a melhor saída para o problema ecológico que enfrentamos atualmente.
d) questionar os diferentes pontos de vista a respeito dos graus de responsabilidade pela
emissão de poluentes, comparando a utilidade e a importância dos tipos de emissão e as
conseqüências das medidas existentes.
e) argumentar que os países pobres teriam mais direito de poluir, visto que são menos
desenvolvidos economicamente e o justo seria estimular sua produção industrial.
02. Assinale a alternativa cuja afirmação está em desacordo com o texto 2.
a) ““Somos os maiores poluidores do mundo, mas se for preciso poluiremos mais para evitar
uma recessão na economia americana”. (George W. Bush)
b) “Se cada um de nós pode dar sua contribuição à saúde do planeta, com mudança de
hábitos de locomoção e de consumo, cada país também pode e deve rever algumas de suas
políticas com o mesmo objetivo.” (Site do Poder Legislativo)
c) “O desafio de que todos passem a pensar seriamente na necessidade de reciclar, de
adotar um novo estilo de vida e de padrões de consumo é uma tarefa de todos: governos,
cidadãos e cidadãs.” (www.terrazul.m2014.net)
d) “O desenvolvimento sustentável implica planejar e executar ações – sejam elas de
governos ou de empresas, sejam elas locais, nacionais ou globais –, levando em conta
simultaneamente as dimensões econômica, ambiental e social.” (Fernando Almeida)
e) “Não adianta só assistir as notícias trágicas na TV e continuar como se nada estivesse
acontecendo. Ao economizar luz e água, usar transporte de forma mais eficiente, todo
mundo poder dar sua contribuição para deter o aquecimento global." (Rebeca Lerer)
03. Sobre a relação entre os textos 1 e 2, considere as seguintes afirmações:
I) O texto 1 questiona a viabilidade de propostas de solução para o problema ambiental,
enquanto o texto II trata da responsabilidade individual como principal medida.
II) Tanto o texto 1 quanto o texto 2 propõem a responsabilidade individual como solução para
os problemas ambientais.
III) O texto 1 tem um posicionamento mais definido do que o texto 2 pois propõe a idéia de
que os países ricos, como maiores poluidores, devem pagar mais.
Assinale a alternativa que contém as afirmações corretas:
a) I e II estão corretas.
b) I e III estão corretas.
c) apenas I está correta.
d) II e III estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.
04. Marque a alternativa que possua um verbo com os mesmos tipos de complemento do
verbo da frase marcada pelo número (1):
a) ele tinha morrido.
b) ela era bem feliz.
c) alguém tinha oferecido uma luva aos pais.
d) ele falou tudo da sua vida.
e) alguém gostou de você.
05. Qual alternativa abaixo possui a palavra a com o mesmo comportamento sintático e
morfológico da frase marcada pelo número (2):
a) Esperou à distância de três metros.
b) Esperou a distância.
c) A moça era bonita.
d) Estava a chorar.
e) Isso interessava muito a ela.
06. Se desenvolvermos a oração reduzida marcada pelo número (3), o correto, pela gramática
normativa, seria:
a) de que se encontrem metas específicas para cada país.
b) para que se encontrem metas específicas para cada país.
c) em que se encontrem metas específicas para cada país.
d) que se encontrem metas específicas para cada país.
e) se que se encontrem metas específicas para cada país.
Texto para a questão 07
Passei Toda a Noite
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
[Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, in: “O Pastor Amoroso”]
07. Os versos acima revelam um poeta que:
a) Mantém em sua obra laços estreitos com a poética de Camões.
b) Pratica o romantismo com um traço moderno.
c) Ao ver a amada de forma diferente cada vez que a retoma em seus pensamentos, nega
qualquer realidade além daquela que se constitui concreta e imediata.
d) Pratica a inovação modernista ao agrupar influências advindas da poesia realista e do
naturalismo.
e) É incapaz de pensar quando está amando.
Texto para a questão 08
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
[Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, fragmento de “Ode Triunfal”]
08. O poema acima evidencia:
a) A negatividade simbolista, própria da poesia de Álvaro de Campos.
b) A compreensão metafísica do mundo contemporâneo.
c) A idealização romântica da descoberta da eletricidade.
d) Uma forte influência do futurismo, ao cultuar as tecnologias modernas.
e) O desespero do poeta impossibilitado de viver no mundo moderno.
09. Sobre o Modernismo em Portugal é incorreto afirmar:
a) Em seu primeiro momento tinha, entre outras coisas, a proposta de criar uma poesia
irreverente, com o objetivo de provocar a burguesia, símbolo do atraso da cultura portuguesa
da época.
b) Em linhas gerais, lutava – em sua primeira fase – pelo esquecimento do passado,
buscando maior dinâmica na linguagem e a participação ativa e objetiva na vida real,
desprezando o sentimentalismo.
c) Propôs, através da geração Orpheu a originalidade do verso, a indefinição métrica do
poema, o verso sem rima e a libertação de todas as normas poéticas.
d) Apesar da proximidade temática com a obra de escritores brasileiros, o Neo-realismo
quase não absorveu influências de nossos autores.
e) Herdeiros da geração Orpheu, os poetas da segunda geração deram continuidade às
principais conquistas obtidas pelos primeiros modernos, complementa-a com uma visão
ainda mais crítica da literatura e revisão dos valores estéticos.
10. (UNIFESP) Considere as seguintes informações sobre o heterônimo Alberto Caeiro, do
poeta Fernando Pessoa, extraídas de Literatura Portuguesa – da Idade Média a Fernando
Pessoa, de José de Nicola.
"Para [ele], as coisas são como são. (...) Por isso mesmo, seu mundo é o mundo do realsensível (ou real-objetivo), é tudo aquilo que existe e que percebemos através dos sentidos.
(...) ele ‘pensa’ com os sentidos."
Os versos que ilustram o heterônimo apresentado são:
a) "Sou um guardador de rebanhos. / O rebanho é os meus pensamentos / E os meus
pensamentos são todos sensações. / Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as
mãos e os pés / E com o nariz e a boca."
b) "Amemo-nos tranqüilamente, pensando que podíamos, / Se quiséssemos, trocar beijos e
abraços e carícias, / Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro / Ouvindo
correr o rio e vendo-o."
c) "Não matou outros deuses / O triste deus cristão. / Cristo é um deus a mais, / Talvez um
que faltava."
d) "Dizem que finjo ou minto. / Tudo que escrevo. Não. / Eu simplesmente sinto / Com a
imaginação. / Não uso o coração."
e) "Já disse: sou lúcido. / Nada de estéticas com coração: sou lúcido. / Merda! Sou lúcido..."