INVESTIGAÇÃO FITOQUÍMICA E BIOLÓGICA COM OS FRUTOS
DE
Eugenia umbeliflora BERG. (MYRTACEAE)
Ingrid Vicente FARIAS
Orientadora: Prof. Dra. Christiane Meyre da Silva Bittencourt
Co-orientadora: Prof. Dra. Vania Floriani Noldin
Defesa em: Novembro de 2013.
Resumo:
Os produtos naturais mostram-se de grande valia para a obtenção de substâncias
com potencial citotóxico para células tumorais. Dentre as plantas medicinais de
interesse,
nesta área, destaca-se a Eugenia umbelliflora conhecida popularmente por baguaçu e
amplamente utilizada pela medicina popular. Este estudo teve por objetivo identificar
os
metabólitos secundários isolados a partir de extratos obtidos dos frutos de E.
umbelliflora
com potencial antitumoral e antibacteriano. Os frutos foram secos, triturados,
submetidos à
maceração com n-hexano (EuH), diclorometano (EuD), acetato de etila (EuA) e
metanol
(EuM) e posteriormente uma quantidade de planta foi submetida a extração direta com
metanol (EuMb). Estes extratos foram submetidos à avaliação do perfil cromatográfico
e
análise de rendimento. O extrato que apresentou melhor perfil cromatográfico foi o
EuH, o
qual foi submetido a purificação por cromatografia em coluna aberta e os compostos
isolados foram identificados por ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN1H) e
carbono 13 (RMN13C). Os extratos e compostos isolados foram submetidos à
avaliação da
atividade antibacteriana pelo método de CIM e potencial citotóxico pelo método de
MTT. A
partir de procedimentos cromatográficos com o extrato EuH isolou-se cinco
substâncias,
denominadas de: Eugenial A, Eugenial B, EuFr592, EuFr151 e EuFr910. Os
compostos
EuFr592 e EuFr151 foram submetidos a avaliação antibacteriana, exibindo potente
atividade
contra Staphylococcus aureus com CI50 de 3,12μg/ml e 1,56μg/ml, respectivamente,
Bacillus
subtilis com CI50 de 0,78μg/ml para ambos os compostos. Os compostos EuFr592 e
EuFr151 também apresentaram atividade antibacteriana frente a cepas resistentes,
sendo a
CI50 de 0,39μg/ml (EuFr592) e 0,78μg/ml (EuFr151) frente a cepa 4 e CI50 de 0,78
μg/ml
(EuFr592) e 0,39μg/ml (EuFr151) frente a cepa 5. Os extratos demonstraram atividade
citotóxica para as células k562 e B16F10. Nas células K562 e B16F10 os extratos que
tiveram melhor atividade foram o EuH, EuA e EuMb cuja CI50 para a célula K562 foi de
6,287μg/ml, 0,54μg/ml e 0,13μg/ml, respectivamente e na célula B16F10 de
35,08μg/ml;
36,72μg/ml e 24,05μg/ml. O composto EuFr592 apresentou CI50 0,38μM para célula
K562,
10,47μM para célula Nalm-6 e 6,07μM para a célula B16F10; o composto EuFr151
apresentou CI50 1,9μM para a célula K652, 7,75μM para a célula Nalm-6 e 6,39μM
para a
célula B16F10; e o composto EuFr910 apresentou CI50 de 2,28μM para a célula K652;
13,31μM na célula Nalm-6 e 8,8μM na célula B16F10. O presente estudo permitiu o
isolamento de cinco compostos sendo que destes, três são inéditos, o EuFr592,
EuFr151 e
EuFr910. Os resultados obtidos em conjunto demonstraram o potencial citotóxico e
antimicrobiano da planta em estudo sugerindo a continuidade dos estudos para a
determinação dos mecanismos biológicos envolvidos.
Palavras-chave: Antibacteriano. Citotoxicidade. Eugenia umbelliflora.
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MYRTACEAE