11ºAno
Módulo 4 - A EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII – SOCIEDADE, PODER
E DINÂMICAS COLONIAIS
Unidade 1 – A População da Europa nos séculos XVII e XVIII: crises e
crescimento
As ordens sociais do Antigo Regime,
segundo pintura francesa do século XVII.
11ºAno
Aula de História
Afirmação política da burguesia
nas Províncias Unidas

-
No século XVII, a Holanda e a Inglaterra constituíram dois modelos
de sociedades e de Estados diferentes dos restantes países
europeus. No século XVII mais de metade da população holandesa
era já urbana. A estrutura da sociedade holandesa apresentava um
aspecto diferente:
A sua nobreza era numericamente reduzida
A maior parte da sua população pertencia à burguesia
O nível de vida da sua população era dos mais elevados da Europa
A Burguesia Holandesa teve um papel fundamental na formação de
uma “república de mercadores” no século XVII.
As Províncias Unidas eram uma pequena república que se tinha libertado do domínio espanhol em
1581. Os seus habitantes dedicavam-se sobretudo ao comércio e à construção naval.
Os Holandeses dispunham de grandes navios que lhes permitiam fazer fretes baratos. Deste modo,
tornaram-se intermediários do comércio europeu: levavam, para os países do Sul, cereais, madeira e
minérios das costas do Báltico e têxteis da Inglaterra e dos Países Baixos. Transportavam para o Norte,
o açúcar e o sal de Lisboa e a prata de Sevilha.
BURGUESIA PRÓSPERA E AUSTERA
O comércio fez crescer uma activa burguesia nas cidades,
sobretudo em Amsterdão. Era uma burguesia de hábitos
simples e austeros, maioritariamente protestante, que investia
todos os seus lucros no desenvolvimento do negócio.
Por outro lado a tolerância religiosa, que se fazia sentir em
todo o país, atraía muitos capitalistas estrangeiros, entre os
quais numerosos judeus.
Dispondo de apoios do estado e de capitais a burguesia
holandesa fundou companhias de comércio e lançou-se no
tráfico colonial.
A HEGEMONIA MARÍTIMA
HOLANDESA
Na Ásia a Companhia das Índias
Orientais desalojou os portugueses de
quase todos os seus pontos
estratégicos. Passaram a dominar a
Rota do Cabo, tornando-se a principal
fornecedora da Europa em especiarias,
sedas, chá e porcelanas.
No Atlântico, a Companhia das Índias
Ocidentais apoderou-se da Mina e de
algumas antilhas. Mas a sua ambição
de controlar o comércio de açúcar e de
escravos não foi bem sucedida.
Ao longo do século XVII, a Holanda
manteve a supremacia dos mares.

A prosperidade da Holanda assentou em duas vertentes:
-
Incremento das actividades produtivas internas
Alargamento das redes marítimo-comerciais externas: a
nível europeu, com o transporte de produtos entre o
Báltico e a Europa Ocidental; a nível mundial, com o
tráfico dos produtos das Caraíbas e do Oriente.
-


Em 1568, impelidos por um forte desejo de liberdade política e
religiosa, sete províncias dos Países Baixos do Norte, revoltaram-se
contra o domínio espanhol. À revolta seguiu-se uma longa guerra
pela independência, durante a qual nasceu e se consolidou a
República das Províncias Unidas.
Sob o signo da tolerância religiosa, da liberdade de pensamento e
do valor do individuo, edificou a Holanda.
A burguesia nas estruturas do poder


-
A República das Províncias Unidas era uma federação de estados
com uma estrutura bastante descentralizada, o que multiplicava os
cargos e as oportunidades de interferir na governação.
Aos nobres cabiam:
Funções militares
► À burguesia : ricas famílias que dominavam os conselhos das
cidades e das províncias
- Era a elite burguesa que assumia a condução dos destinos da
Província da Holanda e, por via dela, de toda a República.
Épocas houve em que o domínio
institucional da burguesia se fez sentir
claramente
 O poder centralizado do rei e á
preponderância da nobreza que marcaram
o século XVII europeu, opunham as
Províncias Unidas a descentralização
governativa e o domínio da burguesia

Grotius e a legitimação da
liberdade dos mares




Os holandeses lançaram-se, desde finais do século XVI, na aventura
comercial ultramarina
Os holandeses nunca aceitaram verdadeiramente o monopólio mercantil
ultramarino dos povos ibéricos e foram das primeiras nações a contestá-lo
com o frequente corso que faziam nas suas rotas.
No século XVII, foi um jurista Holandês, Hugo Grotius, quem mais
contribuiu, com a sua argumentação, para o fim da doutrina do mare
clausum e definitiva aceitação do mare liberum.
Um dos textos publicados por Grotius rejeitava o direito das nações ibéricas
à exclusividade das navegações transoceânicas, alegando entre outros
aspectos que os mares eram inesgotáveis e essenciais à vida, pelo que
constituíam propriedade comum de toda a humanidade.
A Recusa do absolutismo na
Sociedade Inglesa




Na Inglaterra, o poder do teu foi, desde cedo, limitado pelos seus
súbditos.
Tal como na Holanda, também na Inglaterra a afirmação da
burguesia contribuiu para a desagregação da sociedade de ordens
O absolutismo não era bem aceite pelos ingleses que, desde o
século XIII, com Magna Carta – 1215 – negavam ao rei o direito de,
só por si, fazer leis e aumentar impostos, sendo obrigado a
convocar regularmente o Parlamento.
As tentativas de impor o absolutismo em Inglaterra deu origem a
revoluções violentas que, conduziriam à execução de um rei (Carlos
I, em 1649), à deposição de Jaime II, em 1689 e à instauração de
um regime republicano (1649-1659)
Download

Módulo 4 - A EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII