UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A GESTÃO DOS GASES AMBIENTALMENTE
CONTROLADOS NA MARINHA DO BRASIL
Por: Leonardo Tannure
Orientador
Prof. Dr. Francisco Carrera
Rio de Janeiro
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
2
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A GESTÃO DOS GASES AMBIENTALMENTE
CONTROLADOS NA MARINHA DO BRASIL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de Especialista em Gestão
Ambiental.
Por: Leonardo Tannure
Rio de Janeiro
2010
3
AGRADECIMENTOS
Aos
amigos
contribuíram
e
familiares
para
o
que
meu
crescimento pessoal e profissional.
DEDICATÓRIA
4
Para minha esposa Christiane, meus
filhos Leonardo e Alexandre e minha
mãe Laile, cúmplices incondicionais
nessa minha humilde escalada.
Para Wiliam, meu querido pai, que
apesar de não estar mais entre nós,
sempre me incentivou na busca do
conhecimento e da qualificação.
RESUMO
5
O objetivo geral deste trabalho é verificar e avaliar o que tem sido feito
pela Marinha do Brasil a fim de atender a legislação vigente relativa à gestão
dos gases ambientalmente controlados, através da monitoração e controle
necessários para a substituição dos mesmos de forma controlada.
O presente estudo tem a finalidade de acompanhar e avaliar de que
forma a Marinha do Brasil tem realizado o controle ambiental e a substituição
gradual dos gases refrigerantes e extintores nos navios e instalações
industriais, visando o atendimento da legislação ambiental vigente.
Pretende-se defender a legislação ambiental vigente para o uso de
gases destruidores da camada de ozônio e formadores do efeito estufa.
Verificar se o atendimento às normas para a proteção da camada de ozônio,
no âmbito da Marinha do Brasil, está sendo realizado, a fim de prevenir a
ocorrência de impactos ambientais negativos.
6
METODOLOGIA
O
método
é
fundamentado
no
levantamento
dos
parâmetros
estabelecidos na legislação vigente, Protocolo de Montreal e critérios
estabelecidos pela Comissão Nacional do Meio-Ambiente - CONAMA, a
respeito do controle ambiental e a substituição gradual dos gases refrigerantes
e extintores, que possibilitem subsídios técnicos à Marinha do Brasil para o
planejamento, conversão ou substituição de suas plantas de refrigeração.
Neste estudo foi necessária a visita aos órgãos controladores da
Marinha do Brasil, assim como às suas instalações industriais e navios.
Constatar se o atendimento às normas estabelecidas está sendo realizado,
relativas à conversão das plantas e instalações da Marinha do Brasil, com o
objetivo de alcançar a tecnologia livre de substâncias que destroem a camada
de ozônio.
Foram utilizados como bibliografia um estudo elaborado pela Marinha do
Brasil à respeito do assunto e livros complementares.
7
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO .............................................................................
8
2
O ESGOTAMENTO DA CAPACIDADE DA BIOESFERA EM
ABSORVER RESÍDUOS E POLUENTES ...................................
13
3
PROTEÇÃO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................
15
3.1
Degradação da Camada de Ozônio .............................................
19
3.2
Substâncias nocivas à Camada de Ozônio ..................................
22
4
GASES AMBIENTALMENTE CONTROLADOS .........................
25
4.1
Fluidos Refrigerantes ...................................................................
25
4.2
Gases Extintores de Incêndio ......................................................
26
4.3
Fluidos Substitutos ou Alternativos ..............................................
28
5
5.1
CONVERSÃO DAS PLANTAS E INSTALAÇÕES DA MARINHA
DO BRASIL ..................................................................................
Necessidade Geradora ................................................................
30
30
5.2
Análise dos Dados .......................................................................
34
6
6.1
AVALIAÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA MARINHA DO
BRASIL ........................................................................................
Gases Refrigerantes ....................................................................
36
36
6.2
Gases Extintores ..........................................................................
39
6.3
Retrofit: objetivo, procedimentos e questões mais freqüentes .....
41
7
CONCLUSÃO ..............................................................................
49
7.1
Possíveis soluções para os Gases Refrigerantes ........................
51
7.2
Possíveis soluções para os Gases Extintores .............................
52
REFERÊNCIAS ............................................................................
54
ANEXOS ......................................................................................
56
FOLHA DE AVALIAÇÃO .............................................................
65
1. INTRODUÇÃO
8
A questão ambiental é uma das maiores preocupações da humanidade
nos dias de hoje, em vista da elevada degradação observada nas últimas
décadas, assunto diariamente comentado pela mídia. A busca do homem por
mais conforto, aliado a uma qualidade de vida, resultou em aumento
substancial da produção de bens e serviços, cuja conseqüência, na maioria
dos casos, foi significativa à agressão à natureza pelos resíduos resultantes
dos processos produtivos e do próprio consumo. Regularmente, isso levou à
redução da qualidade de vida, pelos efeitos da poluição e da degradação
ambiental.
A partir dos anos cinqüenta, foi observada uma gradual modificação no
relacionamento das pessoas com a natureza. Os grandes acidentes
ambientais, hoje assistidos ao vivo e a cores por grande parte da humanidade,
o esgotamento dos recursos naturais importantes (a água doce), o efeito
‘estufa’ e suas conseqüências no clima da Terra, a destruição progressiva da
camada de ozônio, os desmatamentos, a contaminação das águas, o uso
indiscriminado de agro-tóxicos e defensivos agrícolas, a erosão e a
desertificação crescentes, a falta de saneamento nas cidades, são fatores que
têm motivado nova forma de pensar e agir.
O mundo hoje vive a época da globalização, sobretudo comercial e
financeira. Com as facilidades de comunicações e transportes e o interesse de
aumento
de
trocas
comerciais,
observa-se
uma
crescente
pressão
internacional sobre as economias nacionais, no sentido de eliminação e
redução de tarifas.
As questões ambientais também estão globalizadas, sobretudo quando
os impactos apresentam caráter global – efeito estufa, redução da camada de
ozônio, poluição do ar, acidentes nucleares. Há o risco de uso da variável
ambiental para fins de proteção da indústria local de países do primeiro
mundo, onde leis ambientais mais rigorosas presumivelmente impõem um
custo mais alto ao produto, tornando-o não competitivo com países de
legislação menos restritivas.
Além disso, os selos verdes, ou melhor, a falta deles, podem
representar um fator de competitividade ou de exclusão de nosso produtos em
9
mercados exigentes do primeiro mundo. Outro aspecto refere-se à tentativa de
alguns países ricos, que não conseguem diminuir o consumo interno,
sobretudo de combustíveis fósseis, de investir em programas ambientais no
terceiro mundo, por exemplo, os Estados Unidos financiando as florestas
tropicais
da
Costa
Rica,
por
meio
do
programa
denominado
joint
implementation action ou ação implementada conjuntamente, havendo
tentativas de aprovar em conferências internacionais, alguns mecanismos
econômicos como forma de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, por
exemplo, ou um sistema global de cotas de emissão de gases.
Utilizando uma imagem criada por Alvin Tofler (apud MOURA, p. 2021, 2008), a humanidade evoluiu, até hoje, passando por três grandes ondas ondas de mudanças, definindo as condições de vida e de utilização da maior
parte da população da Terra.
A primeira onda ocorreu com o advento da agricultura, por volta de
8.000 a.C. Seu símbolo é a enxada. O homem dessa época foi um ecologista
praticante, muito ligado à natureza. O desenvolvimento da agricultura foi o
grande fator de formação dos primeiros grupamentos humanos e de
desenvolvimento das primeiras civilizações no Oriente Médio, entre os Rios
Tigre e Eufrates, modificando as condições de vida das comunidades nômades
que antes viviam da caça e da coleta. Paradoxalmente, obtendo-se excedentes
alimentares, graças à irrigação, e riquezas graças ao comércio desses
excedentes, gerou-se o primeiro grande desastre ambiental da história, com a
desertificação, pois os sais contidos na água permaneciam no solo após a
irrigação, em um processo continuado durante alguns séculos, salinizando o
solo.
A segunda onda ocorreu com a Revolução Industrial, quando se
aumentou de forma muito grande a produção de bens, o que ocorria antes de
forma artesanal. O símbolo dessa onda é a linha de montagem, tendo ela
ocorrido quase 10.000 (dez mil anos) depois da primeira. Entre suas
características, observamos uma predominância do trabalho coletivo sobre o
individual,
o
consumo
elevado
de
recursos
naturais
sem
nenhuma
preocupação com o futuro, e a geração de resíduos de toda espécie,
praticamente sem nenhum controle. O homem característico dessa época é o
10
não ecologista, pois como artesão ou operário, não tinha e não necessitava, de
conhecimento ecológico como o caçador ou o agricultor.
A terceira onda, na qual estamos entrando, refere-se à era do
conhecimento e da informática. Seu símbolo pode ser o microcomputador,
tendo ela ocorrido relativamente próxima da segunda onda, em termos
históricos, cerca de 170 (cento e setenta) anos. As características da terceira
onda referem-se a um retorno ao trabalho como maior individualidade e um
expressivo aumento de conhecimentos graças à maior facilidade de obtenção
de informações. No meio industrial, cresceu a automatização dos processos,
na agricultura ocorrendo uma maior mecanização, fazendo com que a maior
parte da população ativa dedique-se a serviços. A maior disseminação de
informações – aldeia global, e o maior conhecimento dos riscos à saúde e
sobrevivência da humanidade farão com que as pessoas e sociedades
pressionem empresas e governos em busca de uma maior qualidade
ambiental. O homem dessa época tende a aproximar-se, mais uma vez, do
homem ecológico, por uma questão de exigência de qualidade de vida, mais
pela informação do que pela prática com a terra ou contacto direto com a
natureza.
O
aquecimento
global,
também
denominado
efeito
estufa
é
considerado hoje um dos principais problemas ambientais globais, afetam toda
a humanidade e não apenas uma única região. A principal causa desse
aquecimento é a poluição da atmosfera por gases gerado pela queima de
combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, sendo o principal desses gases
o dióxido de carbono – CO2.
O efeito é análogo a de um automóvel estacionado no sol. Os raios
solares incidem sobre os bancos e o painel, e o calor gerado não é irradiado
para fora por ser bloqueado pelos vidros, aumentando a temperatura interna.
Um fenômeno análogo ocorre com a Terra. Os raios solares incidem sobre o
solo e oceanos, sendo uma parte razoável de energia, cerca de 30%, refletida
na faixa do infravermelho de volta para o espaço pelo solo, mares, nuvens.
Porém, uma quantidade razoável dessa energia é retida nos gases existentes
na atmosfera, sobretudo pelo CO2, responsável por 85% e vapor d’água e
11
outros gases. O CFC tem uma capacidade de reter calor cerca de 10.000 (dez
mil) vezes maior que o CO2.
Constata-se o aumento de gás carbônico na atmosfera por várias
formas, como, por exemplo, a análise de cilindros de gelo obtidos em geleiras
permanentes da Antártida e por meio de observações diretas no Laboratório
Mauna Loa, no Havaí. Esse é o principal dos gases causadores do
aquecimento da Terra, em vista de seu volume, por reter na atmosfera grande
parte da radiação solar refletida, na faixa do comprimento de ondas do
infravermelho, ou seja, calor.
Na época da Revolução Industrial os cientistas avaliaram que a
concentração de CO2 na atmosfera era de aproximadamente 275 ppmv
(partes por milhão volumétrico), e que hoje cerca de cento e setenta anos
depois, é de cerca de 370 ppmv, tendo havido um aumento de cerca de 35%.
A temperatura da Terra, nesse período, aumentou em cerca de 0,8ºC e os
cientistas, avaliam que, no final do século XXI ela poderia chegar a valores
entre 1,5 e 3,5ºC. Os efeitos desse aumento podem ser catastróficos, segundo
cientistas especializados no assunto, tais como: o aumento do nível dos
oceanos, como conseqüência do degelo de grandes massas de gelo no Ártico,
na Groenlândia e na Antártida, fenômeno que começa a ser observado por
alguns navios que conseguem navegar até o Pólo Norte em épocas em que
isso era impossível; redução ou mesmo interrupção da Corrente do Golfo –
Golfstream, como conseqüência da mudança de salinidade das águas do mar.
Essa corrente submarina é uma esteira rolante submarina que transporta calor
da região do Equador para a costa da Europa, e retorna pela costa Americana.
Na verdade, ela é responsável pelas temperaturas amenas da Europa, que
seria muito mais fria se a corrente não prestasse esse serviço; seria menor o
gradiente térmico entre o Equador e os pólos da Terra. E, como essa diferença
de temperatura é a maior responsável pela formação de ventos, estes ficariam
reduzidos. E os ventos são os grandes transportadores de umidade,
principalmente da água evaporada dos oceanos, transportando-a para o
interior dos continentes; havendo aumento da temperatura global, ocorreria o
maior degelo nos picos de grandes montanhas e menor quantidade de
formação de gelo nos invernos. Esse fenômeno já é observável em muitas
12
montanhas, mas ele seria trágico se vier a ocorrer em maior intensidade no
Himalaia. Lá, são formados os grandes rios da Ásia, os Rios Ganges, Indus,
Brahmaputra e outros, principalmente com o degelo nas primaveras e verões.
Considerando que esses rios abastecem regiões super povoadas da Terra,
pode ocorrer uma grande escassez de água, com sérios problemas
econômicos e sociais; aumento da freqüência e intensidade dos tufões,
tornados, furacões, enchentes e secas, como já se verificou recentemente,
como resultado de mudanças climáticas. Estima-se que a temperatura da
Terra aumentou em 0,8ºC nos últimos 150 anos, sendo o ano de 2005 o mais
quente dos últimos trinta anos.
Essas, e outras prováveis conseqüências estão sendo constantemente
citadas em muitas publicações, ficando muito difícil avaliar o quanto são
realistas. Mas, com base no princípio da precaução, a humanidade deve tomar
medidas para, ao mesmo tempo em que avalia de forma mais precisa os
fenômenos, procurar reduzir as emissões dos gases causadores do efeito
estufa.
As empresas governamentais ou não, como produtoras de bens e
serviços, estão em evidência na questão ambiental. As pressões exercidas
pelas comunidades mais esclarecidas e preocupadas com o meio-ambiente,
juntamente com organizações não governamentais e governo, tem forçado a
postura, de forma ativa, na melhoria de seus processos produtivos, gerando
menos resíduos e poluentes e assim, consumindo menor quantidade de
matérias-primas
e
energia.
Manter
o
meio
ambiente
ecologicamente
equilibrado é qualidade essencial à própria sobrevivência da empresa e da
manutenção da qualidade de vida do homem.
2. O ESGOTAMENTO DA CAPACIDADE DA BIOESFERA EM ABSORVER
RESÍDUOS E POLUENTES
Podem-se enumerar diversos elementos que contribuem para o
esgotamento da biosfera. Os recursos que a Terra oferece não são infinitos e
13
sua escassez progressiva é notada em diversas matérias-primas, sendo a
maior preocupação dos especialistas atualmente é relativa a pouca quantidade
de água potável disponível para consumo do homem. Em várias regiões do
planeta isto já é uma realidade, dada a escassez.
Neste contexto, situa-se outro problema global como o ‘efeito estufa’. O
homem retira átomos de carbono aprisionados no subsolo há milênios, na
forma de carvão e petróleo, e joga-os na atmosfera. Constata-se que a
atmosfera é capaz de assimilar e processar por fotossíntese cerca de 40% do
Co2 emitido. O excesso vem sendo acumulado, retendo parte considerável do
calor solar refletido pela Terra, o que vem causando um aumento progressivo
das temperaturas médias anuais, com graves conseqüências para o futuro.
Com a globalização, observa-se uma crescente pressão internacional
sobre as economias nacionais às questões ambientais, sobretudo quando os
impactos apresentam caráter global, tais como ‘efeito estufa’, redução da
camada de ozônio, poluição do ar e acidentes nucleares.
Em concordância com a política ambiental, visando a melhoria da
evolução da qualidade do meio ambiente ano a ano, como resultado do
esforço continuado por diversas instâncias da sociedade, numa postura de não
se aceitar que uma organização melhore e se acomode. Este é o aspecto que
deve constantemente ser abordado e avaliado pelas empresas.
A política ambiental não pode nunca apresentar conflitos com a
legislação e regulamentos de órgãos ambientais do país em que a empresa
estiver instalada. Ao se comprometer com o cumprimento dos requisitos legais,
é como se ficassem incorporados à norma, todos os limites de emissões
estabelecidos pelas autoridades competentes para aquele país, estado ou
município.
Dessa forma, os organismos certificadores irão sempre verificar se a
empresa possui Licença de Operação, emitida pelo órgão ambiental
competente. As empresas devem sempre se adequar à política ambiental
estabelecida, e esta deverá ser revista com certa periodicidade, adequando-se
em função dos resultados obtidos pela empresa.
A empresa somente poderá sobreviver se ela não agredir a sociedade
e o meio ambiente que a acolhe, representada pela comunidade de entorno,
14
pelos órgãos ambientais, pela mídia, com a não poluição do ar, com o
comprometimento de recursos hídricos e descarte de resíduos sólidos ou
gasosos de forma não permitida.
A qualidade de vida do homem é influenciada pela qualidade
ambiental.
3. PROTEÇÃO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
O direito ambiental internacional tem se dedicado ao combate às
fontes portadoras de material poluente – gases, partículas e energia. Da
mesma forma, normas de proteção à camada de ozônio foram editadas para
regulamentar as fontes de substâncias que a destroem.
A legislação ambiental abrange as seguintes referências: Protocolo de
Montreal 1987/1997; Congresso de Viena de 1995; Resolução nº 267 do
15
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, de 14.09.2000; EC-Reg. –
2037/2000 (União Européia).
No Protocolo de Montreal e na Resolução nº 267 do CONAMA foram
estabelecidos os seguintes objetivos: que a partir de 01.01.2001 fica proibida a
utilização dos CFC’S em novos equipamentos; que seriam feitas reduções
gradativas de importação de CFC12 em 100% até 2007; que a utilização do
CFC11 seria permitida apenas para consumo de empresas cadastradas junto
ao IBAMA e seriam feitas reduções gradativas de importação até 2030 de
HCFC.
Na Resolução nº 267 do CONAMA ficou estabelecido que:
Art. 3º - Ficam restritas, a partir de 1º de janeiro de
2001, as importações de CFC-11, CFC-12, Halon 1211 e
Halon 1301 como se segue: IV – para o atendimento das
aplicações apontadas como de uso essencial, definidas
no art. 4º desta Resolução.
Art. 4º - Consideram-se “usos essenciais”, para
efeito desta Resolução, os usos e/ou aplicações
permitidas para utilização das substâncias constantes dos
anexos A e B do Protocolo de Montreal, quais sejam: I –
para fins medicinais e formulações farmacêuticas para
medicamentos na forma de aerosol; II – como agente de
processos químicos e analíticos e como reagente em
pesquisas científicas; III – em extinção de incêndio na
navegação aérea e marítima, aplicações militares não
especificadas, acervos culturais e artísticos, centrais de
geração e transformação de energia elétrica e nuclear, e
em plataformas marítimas de extração de petróleo.
O Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a Camada
de Ozônio é um acordo internacional, criado no âmbito da Convenção de Viena
para a Proteção da Camada de Ozônio de 1985, onde os países se
comprometeram em trocar informações, estudar e proteger a camada de
ozônio, ao qual o Brasil aderiu em 1990, por meio do Decreto nº 99.280 de
06/06/90,
comprometendo-se
a
eliminar
o
CFC
(cloro-flúor-carbono)
completamente até 2010.
O Protocolo de Montreal é composto por cinco acordos firmados em
Montreal no Canadá, em 16 de setembro de 1987. Durante dois anos o
protocolo esteve aberto às assinaturas pelos países, recebendo a adesão de
46 governos que se comprometeram em reduzir em 50% a produção e
16
consumo de CFCs até o ano 2000 e o abandono total da produção e do
consumo de Halons até 1992. Foram desenvolvidas substâncias alternativas
não destruidoras da Camada de Ozônio, ou pelo menos com um potencial de
destruição muito menor do que as antigas. Começou-se a fazer uso de água,
dióxido de carbono, hidrocarbonos, além de HCFCs.
Até 1999 o Protocolo de Montreal havia passado por cinco revisões
onde recebeu algumas emendas: em 1990 na reunião em Londres, Inglaterra,
foi aceita a emenda (Emenda de Londres) pela qual as partes concordaram em
abandonar totalmente a produção e consumo de CFCs até 2000 (até então o
acordo era de reduzir em 50%). Nesta reunião também foi criado um fundo
para ajudar financeiramente a implementação do Protocolo pelas partes
(Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal); em 1992
na reunião em Copenhagen, Dinamarca, ficou acordado o banimento total da
produção e utilização dos HCFCs até 2030, que estavam sendo utilizados
como substitutos dos CFCs, a meta do banimento dos CFCs foi antecipada
para 1996 e, também, houve o congelamento da produção e consumo dos
brometos de metila até 1995; em 1997 em Montreal, ficou acordado através de
uma nova emenda o banimento do brometo de metila pelos países
industrializados até 2005 e o mesmo para os países em desenvolvimento até
2015. Como ainda era utilizados os CFC, instituiu-se uma licença para fins de
exportação e importação da substância; em 1999 em Beijing, na China, foi feito
o reabastecimento do Fundo Multilateral.
17
Foi fruto das reuniões sobre o Protocolo, também, a criação do Dia
Internacional de Proteção à Camada de Ozônio em 16 de setembro, aprovado
por resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas em 1995.
No Brasil, a primeira ação para combater as Substâncias Destruidoras
da Camada de ozônio - SDOs, antes mesmo da ratificação do Protocolo, foi a
publicação da Portaria nº 01 de 10.08.88 pela então Secretaria Nacional de
Vigilância Sanitária, mais tarde substituída pela Anvisa. Esta portaria
regulamentou as embalagens de aerossóis livres de CFC. No mesmo ano o
Ministério da Saúde proibiu o uso de CFCs em produtos cosméticos, de
higiene e perfumes.
Em 1991, após a ratificação do Protocolo foi criado o GTO, Grupo de
Trabalho do Ozônio, que estabeleceu diretrizes para eliminação dos CFC e
criou o Programa Brasileiro para eliminação da Produção e Consumo das
Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, PBCO, em 1994.
Em 1995 foi aprovada a Resolução CONAMA nº 13 que deu prioridade
para a conversão tecnológica industrial na eliminação dos CFCs. Mais tarde a
resolução foi revogada e uma outra resolução, a nº 267/00 proibiu
definitivamente o uso de CFCs em novos produtos. Ainda em 1995, foi criado o
PROZON – Comitê-Executivo Interministerial para a Proteção da Camada de
Ozônio.
Para banir de vez o uso de CFCs no Brasil, foi criado o Plano Nacional
para Eliminação de CFCs em 2002. Desde então, o uso de CFCs no Brasil caiu
de 10 mil toneladas em 199
Em relação à Camada de Ozônio, as datas para Eliminação de SDOs
para os Países em desenvolvimento, aprovadas no 7° Encontro das Partes Viena, 1995, são as seguintes:
01.07.1999
01.01.2002
01.01.2003
Congelamento do consumo dos CFCs do Anexo A1 no valor
médio dos anos 1995-1997.
Congelamento do consumo dos Halons do Anexo A2 no
valor médio dos anos 1995-1997.
Congelamento do consumo de brometo de metila no valor
médio dos anos 1995-1998.
Redução do consumo em 20% dos CFCs do Anexo B1 a
partir do consumo médio dos anos 1998-2000.
Redução de 50% dos CFS do Anexo A, a partir do valor
18
01.01.2006
01.01.2007
01.01.2010
01.01.2016
01.01.2018
01.01.2040
médio dos anos 1995-1997.
Redução de 50% dos Halons a partir do valor médio dos
anos de 1995-1997.
Redução de 85% dos Tetracloreto de carbono a partir do
valor médio dos anos 1998-2000.
Redução de 30% do Metil Clorofórmio a partir do valor
médio dos anos 1998-2000.
Redução de 85% dos CFCs dos Anexos A1 e A2, a partir do
valor médio dos anos 1995-1997.
Redução de 85% dos CFCs do Anexo B1 a partir do
consumo médio dos anos 1998-2000.
Eliminação de 100% dos CFCs, Halons e Tetracloreto de
carbono.
Redução de 85% do Metil Clorofórmio a partir do valor dos
anos 1998-2000.
Eliminação de 100% do Metil Clorofórmio.
Congelamento do consumo dos HCFCs no valor do ano de
2015.
Eliminação de 100% dos HCFCs.
Anexo A1: CFCs 11, 12, 113, 114 e 115.
Anexo A2: Halons: 1211, 1301 e 2402.
Anexo B1: CFCs 13, 111, 112, 211, 213, 214, 215, 216 e 217.
A legislação ambiental vigente, especificamente, a Resolução nº 267, de
14 de Setembro de 2000, do CONAMA, estabelece a proibição da importação
do CFC-12 a partir de 2007, e espera-se que a possibilidade de escassez e
aumento considerável de preços seja minimizado com a criação de bancos de
gás reciclado formado por empresas cadastradas no IBAMA.
O cadastramento dos utilizadores de refrigerantes controlados permitirá,
conforme legislação, a aquisição dos mesmos até que as ações de
confinamento, retrofit ou substituição sejam encontradas pelos tomadores de
decisão.
3.1 Degradação da Camada de Ozônio
A atmosfera terrestre é uma camada de ar de aproximadamente 700 km
que rodeia o nosso globo. O ar é uma solução gasosa que contém partículas
líquidas e sólidas em suspensão. A troposfera é a camada da atmosfera
terrestre onde vivemos, contém o ar que respiramos e onde se formam a chuva
e a neve. Ela tem aproximadamente 16-20 km de altitude.
19
A troposfera contém gases, como oxigênio, nitrogênio, gás carbônico
que são necessários à vida no planeta. O gás ozônio (O3) é uma forma de
oxigênio cuja molécula tem três átomos, em vez de dois (do gás oxigênio),
como costuma ser encontrada na natureza. O gás oxigênio (O2), exposto à
radiação solar e a cargas elétricas na estratosfera, forma o ozônio (O3),
enquanto estas se desmancham para voltar a se reagrupar como oxigênio.
Isso explica o fato de a camada preservar a mesma espessura, desde que se
formou, há cerca de 400 milhões de anos.
O ozônio existe tanto na troposfera quanto na estratosfera, cuja
temperatura vai de 60ºC negativos na base ao ponto de congelamento na parte
de cima. É um gás azul-claro com um cheiro penetrante (o odor no ar após um
raio, numa tempestade, é do ozônio). É um gás instável, muito reativo. A
estratosfera contém cerca de 90% do ozônio da Terra. Esta constitui a
Camada de Ozônio.
A camada de ozônio tem cerca de 15 km de altura e está sempre em
formação, num processo reversível e age como um imenso escudo protetor,
absorvendo o excesso da radiação ultravioleta que vem do Sol. Ao atravessala, a radiação ultravioleta do Sol é filtrada e incide sobre a crosta terrestre na
intensidade necessária e suficiente para aquecê-la e iluminá-la. Só assim foi
possível a vida na Terra. Mas, esta proteção encontra-se cada vez mais
ameaçada, devido ao crescimento acelerado do buraco que foi criado pela
emissão de gases de clorofluorcarbono.
20
A Ozonosfera ou Camada de Ozônio, localiza-se na estratosfera, entre
16 e 30 quilômetros de altitude. Com cerca de 20 km de espessura, contém
aproximadamente 90% do ozônio atmosférico.
Os gases na ozonosfera são tão rarefeitos que, se comprimidos à
pressão atmosférica ao nível do mar, sua espessura não seria maior que
alguns milímetros. Este gás é produzido nas baixas latitudes, migrando
diretamente para as altas latitudes.
As radiações eletromagnéticas emitidas pelo Sol trazem energia para a
Terra, entre as quais a radiação infravermelha, a luz visível e um misto de
radiações e partículas, muitas dessas nocivas.
Grande parte da energia solar é absorvida e reemitida para a atmosfera.
Se chegasse em sua totalidade à superfície do planeta, esta energia excessiva
o esterilizaria. A ozonosfera é uma das principais barreiras que protegem os
seres vivos dos raios ultra violetas. O ozônio deixa passar apenas uma
pequena parte dos raios ultravioleta, esta benéfica. Quando o oxigênio
molecular da alta-atmosfera sofre interações devido à energia ultravioleta
provinda do Sol, acaba dividindo-se em oxigênio atômico; o átomo de oxigênio
e a molécula do mesmo elemento se unem devido à reionização, e acabam
formando a molécula de ozônio cuja composição é O3.
A região, quando saturada de ozônio, funciona como um filtro onde as
moléculas absorvem a radiação ultravioleta do Sol e, devido a reações
21
fotoquímicas, atenuam seu efeito. É nesta região que estão as nuvens-demadrepérola, que são formadas pela camada de ozônio.
Os clorofluorcarbonos (CFC´s), além de outros produtos químicos
produzidos pelo homem, são bastante estáveis e contêem elementos de cloro
ou bromo, como o brometo de metilo, que são os grandes responsáveis pela
destruição da camada de ozônio. Os CFCs tem inúmeras utilizações pois são
relativamente pouco tóxicos, não inflamáveis e não se decompõem facilmente.
Sendo tão estáveis, duram cerca de cento e cinquenta anos.
Redução da Camada de Ozônio
UV
ESTRATOSFERA
CFC
CI
TROPOSFERA
Luz
UVUV-B
Ozônio
(O3) age
como um
filtro
Ozônio Estratosférico filtra os raios da luz solar. CFCs atingem a
estratosfera. Cloro é liberado dos CFCs interferindo no equilíbrio do
Ozônio. Redução da Camada de Ozônio aumenta UV-B na Terra. UV-B
causará problemas nos seres humanos.
Estes compostos, resultantes da poluição provocada pelo homem,
sobem para a estratosfera completamente inalterados devido à sua
estabilidade e na faixa dos 10 a 50 km de altitude, onde os raios solares
ultravioletas os atingem, decompõem-se, libertando seu radical, no caso dos
CFCs, o elemento químico cloro. Uma vez liberto, um único átomo de cloro
22
destrói cerca de 100.000 moléculas de ozônio, antes de regressar à superfície
terrestre, muitos anos depois.
Três por cento (3%), talvez mesmo cinco por cento (5%), do total da
camada de ozônio já foram destruídos pelos clorofluorcarbonetos. Outros
gases, como o óxido de nitrogênio (NO) libertado pelos aviões na estratosfera,
também contribuem para a destruição da camada do ozônio.
De acordo com a Quercus (2010), Portugal é um dos países da União
Européia que mais contribui para a destruição da camada do ozônio: em 2004,
Portugal recuperou cerca de 0.5% dos CFCs existentes nos equipamentos em
fim de vida, como frigoríficos, arcas congeladoras e aparelhos de ar
condicionado. A não remoção e tratamento dos CFCs, ainda presentes nos
equipamentos mais antigos, conduz à libertação para a atmosfera de 500
toneladas anuais. Foi em 1986 (apud QUERCUS, 2010) que se verificou pela
primeira vez a destruição progressiva da camada do ozônio, com a sua
consequente rarefação, designada por buraco do ozônio. Esta descoberta foi
feita sobre a Antárctica pelo físico britânico Joe Farman.
3.2 Substâncias nocivas à Camada de Ozônio
A diminuição do ozônio estratosférico e as alterações climáticas são
problemas ambientais distintos, causados principalmente pela atividade
humana e interrelacionando-se de várias formas.
As substâncias que causam a destruição da camada do ozônio, como
os CFCs, também contribuem para o efeito de estufa. A camada de ozônio não
influencia na temperatura. Os cientistas antes acreditavam que se ela fosse
destruída, a Terra regularia melhor a sua temperatura. No entanto, a camada
não influencia o efeito estufa. O aumento de exposição da superfície terrestre a
raios UV pode alterar a circulação dos gases com efeito estufa, aumentando o
aquecimento global.
23
Destruição da Camada de
Ozônio
As regiões coloridas em tons de laranja e lilás representam o
posicionamento do “Buraco de Ozônio” em relação ao globo terrestre.
É necessário observar que os tons mais escuros representam regiões onde
existem menos moléculas de ozônio que nas regiões com tons mais claros.
Em particular, prevê-se que o aumento de raios ultravioleta suprima a
produção primária nas plantas terrestres e no fitoplâncton marinho, reduzindo a
quantidade de dióxido de carbono que absorvem da atmosfera. Prevê-se que o
aquecimento global conduza a um aumento médio das temperaturas na
troposfera, podendo arrefecer a estratosfera, consequentemente, aumentando
a destruição da camada de ozônio - temperaturas baixas favorecem reações
de destruição do ozônio.
Dentre as substâncias nocivas à camada de ozônio, podem-se
destacar: CFCs, HCFCs, Halons, Metil Clorofórmio, Brometo de Metila e
Tetracloreto de Carbono.
Camada de Ozônio
Os produtos químicos mais usados, seus usos e
tempo de permanência na atmosfera
24
extintor de incêndio Halon 1301 – 110 anos
solventes Metil
solventes Tetracloreto de Carbono - 67 anos
solventes CFC-113 - 90 anos
aerossóis, espumas e refrigeração CFC-11 - 74 anos
aerossóis, espumas, refrigeração e ar condicionado CFC-12:
em média 111 anos
4. GASES AMBIENTALMENTE CONTROLADOS
4.1 Fluidos Refrigerantes
Refrigerante é a substância usada para a transferência de calor num
sistema de refrigeração. Ele absorve calor pela sua evaporação à baixa
25
temperatura e pressão e cede esse calor pela sua condensação à alta
temperatura e pressão.
Inicialmente a amônia era o fluido mais usado, pois possui um efeito
refrigerante maior, mas com desvantagens: é tóxica e inflamável sob certas
condições. Por isso, o seu uso é limitado a instalações de grande porte, onde o
fator energético é importante e em geral há procedimentos de segurança e
pessoal especializado na operação dos equipamentos. O risco e a
incompatibilidade com certos materiais impedem o emprego em aparelhos
domésticos, ar condicionado e similares.
Por volta de 1930 foram introduzidos os compostos de cloro, flúor e
carbono (CFC). Além de propriedades térmicas adequadas, não apresentam
toxidade e não são inflamáveis. Também foram amplamente usados em alguns
processos industriais.
Passaram-se muitos anos até que, na década de 1970, foi observado
um sério problema com o CFC: era o maior responsável pela redução da
camada de ozônio na estratosfera, que protege a Terra contra radiações
ultravioletas.
Acordos e convenções internacionais foram estabelecidos para
eliminar progressivamente o uso do CFC. Foram desenvolvidos compostos à
base de hidrogênio, cloro, flúor e carbono (HCFC), que são bem menos
nocivos para a camada de ozônio e, por isso, incluídos numa fase
intermediária de transição. A transição final deverá ser para compostos de
hidrogênio, flúor e carbono (HFC), que não interferem com o ozônio. Mas
contribuem para o efeito estufa (aquecimento global), embora em menor
escala que o CFC.
A seguir relacionam-se alguns dos gases refrigerantes mais usados (o
fluido refrigerante é designado pela letra R seguida de um número que o
identifica):
R-11 (CC13F): usado em grandes instalações de resfriamento de água
com compressores centrífugos. Importações e aquisições somente para
consumo em empresas cadastradas no IBAMA e com projeto de conversão em
andamento.
26
R-12 (CC12F2): empregado em uma variedade de equipamentos,
desde refrigeradores domésticos até instalações de médio e grande porte com
compressores centrífugos. Importações proibidas a partir de 2007.
R-22 (CHCIF2): amplamente empregado em instalações comerciais e
industriais e em ar condicionado. HCFC (possui cloro) utilização prevista no
Brasil até 2030, proibido na Comunidade Européia desde 2004.
R-717 (amônia NH3): usado em instalações de grande porte
(fabricação de gelo, armazéns frigoríficos, refrigeração industrial, pistas de
patinação e outros).
Aparentemente, as alternativas ecologicamente limpas são a amônia e
compostos de hidrogênio e carbono (HC), que também têm boas propriedades
termodinâmicas. Conforme dito, a amônia é tóxica e inflamável sob certas
condições. Composto de HC são altamente inflamáveis. Tudo isso limita o
emprego dos mesmos.
Tem sido proposto como alternativa os hidrocarbonetos, como o
Propano e o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que não destroem a camada de
ozônio. Porém, é preciso adequar o equipamento e alterar o projeto, não
bastando trocar um gás pelo outro. E, além disso, os hidrocarbonetos são
inflamáveis.
4.2 Gases Extintores de Incêndio
A palavra HALON não é marca registrada de nenhum fabricante como
muitos acreditam. Na verdade deriva de duas sílabas do nome químico em
inglês, conforme segue: Halogenated Hydrocarbon.
A camada de ozônio forma um fino escudo na estratosfera, protegendo
da danosa radiação ultravioleta do sol, toda espécie de vida na Terra.
Corofluor e bromoclorofluorcarbonos são a causa do alarmante índice de
destruição da camada de ozônio. Os Halon 1211, 1301 e 2402, que são
produtos químicos totalmente halogenados e que possuem relativa longa vida
na atmosfera, são desmembrados na estratosfera liberando bromo, reagente o
qual é extremamente danoso ao ozônio: 10 a 100 vezes mais que o cloro. Do
total de bromo na atmosfera, aproximadamente 15-20 partes por trilhão,
27
aproximadamente cinco partes derivam dos halons, o restante deriva do
brometo de metila.
Reações envolvendo bromos são estimadas de serem responsáveis
por 25% da destruição do ozônio acima da Antártida e 50% que se encontra
acima do Ártico. O potencial de destruição dos halons é de 3 a 10 vezes maior
do que os CFC’s.
Os extintores alternativos ao Halon 1301 são:
a)
FM-200:
O
FM-200,
HFC-227ea
(CF3-CHF-CF3),
heptafluorpropano, fabricado pela Great Lakes Chemical Corporation, é o
mais utilizado dentre os agentes limpos existentes, ou seja, agentes extintores
que não deixam resíduo após a evaporação. Ele age sobre o incêndio de duas
formas: absorvendo calor (80%) e interagindo quimicamente na reação do fogo
(20%). Não é um agente considerado drop-in para substituição nos sistemas
que utilizam o Halon 1301, isto é, são necessárias modificações nas
instalações físicas do sistema. Tem como sua principal aplicação a proteção
de centrais de processamento de dados ou estações de comando habitadas,
de alto valor agregado e com elevados requisitos de disponibilidade
operacional. Tem sido também utilizado como agente substituto do Halon em
plantas existentes e em novos projetos, para a extinção de incêndio. O HFC227ea também é fabricado pela Du Pont com o nome comercial de FE-227.
b) CO2: É um agente extintor que tem sido amplamente utilizado há
vários anos na extinção de incêndio em líquidos inflamáveis, gases,
equipamentos elétricos energizados, sendo, portanto adequado para todas as
classes de incêndio. Age sobre o incêndio de duas formas: reduzindo o
oxigênio, diluindo-o a ponto de interromper a combustão e resfriando os
materiais. Possui propriedades que o fazem um excelente agente extintor. É
não combustível, não reage com a maioria das substâncias e possibilita uma
pressão para a descarga do reservatório de armazenamento. A exemplo do
FM-200, não é um agente considerado “drop-in” para a substituição do Halon.
Apesar de apresentar toxidade média, pode produzir inconsciência e morte nas
concentrações necessárias à extinção de incêndio (35% em volume). Antes do
disparo do CO2, o compartimento protegido deve ser totalmente evacuado.
28
c) O FM-200 é cerca de 4 vezes mais caro que o Halon e cerca de 268
vezes mais caro que o CO2, além de apresenta um GWP - Global Warming
Potential - muito alto, o que pode indicar uma tendência de sua retirada do
mercado a longo prazo.
A HTOC – Halons Technical Options Comitee, órgão ligado à ONU,
demonstrou que se têm investido muito no desenvolvimento de agentes
extintores substitutos do Halon, visto que sistemas de incêndio utilizando os
atuais agentes extintores alternativos apresentam desempenho inferior e
necessitam de mais espaço e peso, e estes mesmos fatores tornam muitas
vezes a substituição de sistemas existentes, que utilizam Halon, física e
economicamente inviáveis.
A legislação ambiental vigente, especificamente a Resolução nº 267,
de 14 de setembro de 2000, do CONAMA, não estabelece restrições à
importação do Halon 1301 para o atendimento das aplicações em extinção de
incêndio na navegação aérea e marítima, das aplicações militares não
especificadas, dos acervos culturais e artísticos, das centrais de geração e
transformação de energia elétrica e nuclear, e em plataformas marítimas de
petróleo.
4.3 Fluidos Substitutos ou Alternativos
São listados a seguir os fluidos refrigerantes alternativos.
R-11: substituído por HCFC 123. Vantagem: possui características
termodinâmicas semelhantes ao R-11. Desvantagem: é um fluido transitório
(possui cloro) e tem substituição de médio prazo.
R-12:
substituído
por
R-413A.
Vantagens:
baixo
custo
de
implementação, uma vez que não exige alteração no sistema; HFC (livre de
29
cloro) substituição de longo prazo; com patível com o óleo mineral.
Desvantagem: dificuldade de logística devido ao seu pouco uso no país.
R-12: substituído por R-134a. Vantagem: HFC (livre de cloro)
substituição de longo prazo. Desvantagens: alto custo de implementação,
principalmente em sistemas que operam há muito tempo com R-12; não
compatível com o óleo mineral e necessita de várias trocas de óleo para limpar
o sistema.
R-22:
substituído
por
R-407C.
Vantagens:
baixo
custo
de
implementação, pois exige pequena alteração no sistema; HFC (livre de cloro)
substituição de longo prazo; compatível com óleo mineral.
R-22:
substituído
por
R-417A:
Vantagens:
baixo
custo
de
implementação, pois não exige alteração no sistema; HFC (livre de cloro)
substituição de longo prazo; compatível com óleo mineral.
5. CONVERSÃO DAS PLANTAS E INSTALAÇÕES DA MARINHA DO
BRASIL
5.1 Necessidade Geradora
Por meio de Ofício foi determinado pelo Estado Maior da Armada - EMA,
ao Diretor Geral do Material da Marinha – DGMM, a elaboração, junto às
demais organizações militares, um planejamento para a conversão das plantas
e instalações existentes na MB, visando alcançar a tecnologia livre de
30
substâncias que destroem a camada de ozônio. A DGMM constituiu um grupo
de trabalho com a participação de representantes do Comando de Operações
Navais - ComOpNav, DGMM, Diretoria da Aeronáutica - DAerM, Comando da
Força de Superfície - ComForSup, Comando da Força de Submarino ComforS, Arsenal de Marinha do RJ - AMRJ, Diretoria de Engenharia Naval DEN, Diretoria de Obras Civis da Marinha - DOCM, Comando do Material de
Fuzileiros Navais – CmatFN e Centro de Projetos Navais – CPN e CCIM. O
referido grupo de trabalho decidiu que o planejamento em tela seria
consubstanciado por meio de um Estudo Técnico, elaborado pela DEN, a partir
de subsídios das demais Diretorias Especializadas, responsáveis pela
jurisdição do material de meios utilizadores de substâncias ambientalmente
controladas pelo Protocolo de Montreal.
A legislação que trata do assunto não deverá sofrer alterações
significativas, principalmente nas concessões às aplicações das substâncias
ambientalmente controladas nas atividades de caráter militar e em relação aos
prazos previstos para a utilização destas substâncias, dentro do escopo
temporal deste estudo.
No tocante aos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, a MB
possui 1(um) meio utilizador de CFC-11, 25 (vinte e cinco) meios utilizadores
de CFC-12, 96 (noventa e seis) meios utilizadores de HCFC-22, 94 (noventa e
quatro) meios utilizadores de Halon-1211 e 58 (cinqüenta e oito) meios
utilizadores de Halon-1301. Cabe ressaltar que um mesmo meio pode ser
usuário de mais de um gás controlado (vide gráficos analíticos baseados no
levantamento realizado, em função do percentual de utilizadores das
substâncias, no item I do Anexo A).
Em relação às OM de terra, 2 (duas) OM utilizam o CFC-11, 14
(quatorze) OM utilizam o CFC-12 e 119 (cento e dezenove) OM utilizam o
HCFC-22 (vide gráficos analíticos baseados no levantamento realizado, em
função do percentual de utilizadores das substâncias, no item II do Anexo A).
A Resolução nº 267, do CONAMA, estabelece que a importação de
gases controlados é restrita para o atendimento de aplicações apontadas como
de uso essencial, ou seja, os usos e/ou aplicações permitidas para utilização
das substâncias constantes dos Anexos A e B do Protocolo de Montreal e no
31
caso da MB, os gases utilizados restringem-se aos CFC - 11 e 12, HCFC -22 e
os Halons-1211 e 1301, dentre as quais destacam-se :
a) extinção de incêndio na navegação aérea e marítima;
b) aplicações militares não especificadas.
A importação de CFC-12 está proibida no país desde 2007, sendo que o
mesmo não é produzido no país, o que permite prever uma elevação
significativa no seu preço de mercado, nos próximos anos.
O HCFC-22 apresentará reduções gradativas de importação até 2030,
sendo que o mesmo já sofre restrições de importação no momento, e não é
produzido no país.
A aquisição de Halons (1211 e 1301) só é permitida em empresas
cadastradas no IBAMA para comercializar estes gases reciclados que integram
o “Banco de Halon” no País.
O ofício do Estado Maior da Armada apresenta uma síntese do assunto
“Atualização de substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal existentes
na MB”, além de apresentar uma série de ações, dentre as quais destacam-se:
a) Controlar (tarefa atribuída à Diretoria de Portos e Costas - DPC) os
quantitativos existentes nas plantas e em estoque, mediante a contínua
informação prestada pelas Organizações de Marinha - OM utilizadoras, a
exemplo do que ocorre na MB em relação ao controle de combustíveis, e
informar ao IBAMA os dados consolidados da MB; e
b) Propor à DGMM que, com o concurso dos demais ODS, seja elaborado o
planejamento de conversão das plantas e instalações existentes na MB, à
tecnologia livre de substâncias que destroem a camada de ozônio. Tais dados
serão encaminhados à DPC que, posteriormente, enviará ao IBAMA a síntese
do planejamento, depurada das informações julgadas de caráter estratégico.
De forma a cumprir a determinação do EMA, a DGMM convocou
representantes das OM preliminarmente identificadas como envolvidas no
assunto, a fim de inicializar o planejamento em tela.
A DGMM solicitou aos seus comandados que informassem, por meio de
mensagem diretamente para a DEN e para a DOCM, os dados relevantes dos
equipamentos e instalações para que fosse elaborado um banco de dados
sobre o assunto, conforme a seguir:
32
a)
Sistemas
de
Refrigeração
-
centrais
de
ar
condicionado
(self
container/centrais de água gelada) e instalações frigoríficas utilizadoras de
CFC-11, CFC-12 E HCFC-22:
- Tipo/Classe do meio/OM de terra;
- Tipo de equipamento (ar condicionado / frigorífica);
- Fabricante;
- Modelo;
- Data fabricação (se disponível);
- Data instalação (se disponível);
- Capacidade de Resfriamento;
- Quantidade e plantas instaladas e de reserva (''pool'');
- Tipo de fluido (gás) refrigerante;
- Carga de refrigerante no equipamento (kg); e
- Quantidade de refrigerante em estoque (kg).
Obs.: Não deverão ser considerados os equipamentos de ar condicionado
comerciais de parede, unidades split system, geladeiras comerciais, máquinas
de gelo de pequeno porte e bebedouros.
b) Sistemas de Extinção de Incêndio - utilizadores de HALON-1211 E
HALON-1301:
- Tipo/Classe do meio/OM de terra;
- Tipo de equipamento (sistema fixo de extinção / extintores portáteis);
- Tipo de gás extintor;
- Capacidade (litros ou kg);
- Quantidade de cilindros/extintores existentes em utilização;
- Quantidade de cilindros/extintores existentes em paiol (reserva);
- Pressão de trabalho; e
- Compartimento e/ou equipamento protegido pelo sistema de extinção de
incêndio.
Obs.: Deverão ser considerados os sistemas fixos de extinção de incêndio de
aeronaves e viaturas militares, que utilizem os gases em questão.
Após a depuração e compilação dos dados recebidos pelas OM, a DEN
e a DOCM efetuaram análises buscando identificar e setorizar os seguintes
aspectos, visando a identificação de prioridades:
33
a) Comandos com maior quantidade de OM subordinadas utilizadoras de
gases controlados CFC-11 e CFC-12;
b) Comandos com maior quantidade de OM subordinadas utilizadoras de
gases controlados Halon-1301 e Halon-1211;
c) Comandos com maior quantidade de gases refrigerantes controlados CFC11 e CFC-12 em utilização;
d) Comandos com maior quantidade de gases extintores controlados Halon1301 e Halon- 1211 em utilização; e
e) Comandos com OM subordinadas utilizadoras do gás refrigerante controlado
HCFC- 22.
Em concomitância com esta análise, foram observadas as previsões dos
períodos de manutenção e as previsões de baixa dos meios navais e
aeronavais da MB, visando possibilitar um ordenamento de prioridades e o
enquadramento dentre as possíveis soluções apresentadas no item 7.2 e
conforme o Anexo B.
5.2 Análise dos Dados
O Anexo A apresenta diversos gráficos onde destacam-se os
percentuais de utilizadores dos gases refrigerantes e gases extintores dos
principais Comandos de Meios Navais, Aeronavais, Fuzileiros Navais e
Organizações Militares, por área de jurisdição.
Conforme observado no Anexo A, o ComemCh concentra o maior
número de meios navais utilizadores dos gases referenciados no item anterior
e de acordo com o levantamento é o Comando com maior quantidade de gás
em utilização.
No mesmo Anexo, observa-se que o Com7DN e a EGN utilizam o gás
controlado CFC-11 e o Com8DN é o maior utilizador do CFC-12, dentre os
principais COMIMSUP das OM de terra.
34
A
DEN
já
elaborou
diversos
estudos,
pareceres
técnicos
e
especificações, em sua maioria atendendo às propostas de MODTEC
fornecidas pelos Navios e Comandos de Força, versando sobre as alterações
em tela, tanto de gases refrigerantes (CFC-11 e CFC-12) quanto de gases
extintores (Halon-1301).
A DOCM solicitou informações ao fabricante do equipamento de ar
condicionado utilizador de CFC-11, localizado no Com7DN. Segundo
informações de representante da Empresa Springer Carrier S.A, em função do
elevado grau de toxicidade do gás HCFC-123, eventual substituto do
refrigerante CFC-11, a referida empresa não efetua o “retrofit” em tela nos
seus equipamentos.
A DEN também já analisou consulta técnica referente à substituição de
Halon-1211 nas turbinas fabricadas pela Rolls-Royce, aplicação típica dos
utilizadores deste gás extintor na MB. Segundo informações prestadas pelo
fabricante, a substituição do citado Halon, acarretaria em alterações
significativas em componentes das turbinas, com custos que contra-indicam a
sua realização.
A DAerM, através de mensagem, participou que solicitou informações
aos fabricantes dos modelos de aeronaves utilizados pela MB sobre a adoção
de gases alternativos aos Halons para seus sistemas fixos e portáteis de
extinção de incêndio. Adicionalmente, participou a Resolução nº 267 do
CONAMA e a Circular de Informação, emitida pelo CTA (Centro Tecnológico
da Aeronáutica), corroboram pela manutenção da utilização do gás Halon
como agente extintor de incêndio para as aeronaves.
O CMatFN encaminhou subsídios para um estudo, participando que
realizou consultas preliminares junto à empresa CM Couto Sistemas contra
Incêndios Ltda., quanto à possibilidade de elaboração de um projeto para a
substituição do Halon como agente extintor nos veículos CLAnf-7A1 e SK105A2S, do Corpo de Fuzileiros Navais, por gases alternativos (FM-200 e
ECARO-25). O referido Comando sugere que seja realizado um estudo de
viabilidade e a elaboração de um projeto para a alteração do gás extintor
utilizado nos citados blindados, priorizando a utilização do agente ECARO-25,
devido ao seu menor custo de recarga e em virtude de normalmente
35
possibilitar a utilização de alguns componentes empregados nos sistemas de
Halon.
6. AVALIAÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA MARINHA DO BRASIL
6.1 Gases Refrigerantes
a) Em função de análise técnica relativa ao Projeto MODSUB (Modernização
dos Submarinos Classe “Tupi”), constatou-se que os submarinos da referida
Classe já relatavam queda de eficiência na capacidade de refrigeração dos
sistemas de ar condicionado e frigorífica, desconsiderando possíveis
acréscimos de carga térmica inseridos por novos equipamentos instalados.
Com base neste fato, a DEN elaborou estudos relativos à utilização de um gás
alternativo (R-413A) que possibilitasse uma perda mínima de eficiência
conjugada ao atendimento à legislação. Esta solução, detalhada em um
parecer datado de 11/07/2003, já foi implementada nos Submarinos Tamoio e
Timbira.
36
b) Análise semelhante foi realizada pela DEN em relação ao Projeto
MODFRAG - Modernização das Fragatas Classe “Niterói para os sistemas de
ar condicionado dos navios da referida Classe, onde constatou-se que os
novos equipamentos instalados já demandavam uma maior capacidade de
refrigeração do que a originalmente instalada. Assim sendo, os estudos
abrangiam tanto a adoção de um gás alternativo que não acarretasse a perda
de eficiência, quanto ao atendimento à legislação. Outra solução apontada nos
estudos é a aquisição de plantas de maior capacidade, utilizando o gás
refrigerante
definitivo
R-134a.
Com
relação
às
referidas
soluções,
recentemente foram revisadas 5 (cinco) plantas de um total de 24 (vinte e
quatro) nos navios da Classe, estando as mesmas em condições de serem
“retrofitadas”, bem como foram adquiridas 4 (quatro) novas plantas para
substituição. Em 29/04/2004, foi elaborado um parecer técnico detalhando as
soluções supracitadas.
c) A análise técnica da Proposta de MODTEC relativa à modernização dos
equipamentos de ar condicionado do Navio-Aeródromo “São Paulo”, dotado de
3 (três) plantas utilizadoras do CFC 11 e 1(uma) planta utilizadora de CFC-12,
explicitada em 26/03/2004, através de um parecer técnica da DEN, apontou
para a substituição das 4 (quatro) plantas por equipamentos novos, utilizadoras
do gás HFC-134a.
d) Para as Fragatas Classe “Greenhalgh” a análise da Proposta de MODTEC,
demonstrou ser adequada e exeqüível a substituição do CFC-12 pelo HFC134a, porém estudos mais recentes, realizados pela DEN, recomendam a
avaliação da utilização do “blend” R-413A.
e) Os navios que ainda não foram objeto de análises técnicas específicas
quanto à viabilidade de realização de Retrofit para um determinado gás
alternativo, deverão ter o aval prévio da DEN e dos fabricantes dos seus
compressores de refrigeração para a sua realização.
f) Analisando a documentação que solicitou a realização do estudo a fim de
enquadrar as soluções apresentadas no item 7.2, é proposta pela DEN a
seguinte criterização:
37
i) Navio com planta utilizadora de CFC-11 (NAe São Paulo), recomenda-se a
substituição das plantas por equipamentos novos, empregando o refrigerante
R-134a.
ii) Navios com plantas utilizadoras de CFC-12 com previsão de baixa até 2010
recomenda-se a manutenção das plantas existentes e do refrigerante em uso.
iii) Navios com plantas utilizadoras de CFC-12 com previsão de baixa superior
a 2010, com Parecer ou Estudo aprovado pela DEN, recomendam-se as
soluções apresentadas nesses documentos, de forma a realizar as
intervenções necessárias durante o triênio 2006/2008.
iv) Navios com plantas utilizadoras de CFC-12 com previsão de baixa superior
a 2010, sem Parecer ou Estudo aprovado pela DEN, recomendam-se as
soluções da substituição das plantas por equipamentos novos, empregando o
refrigerante R-134a e/ou o “retrofit” para o gás alternativo R-413A , conforme o
caso, após emissão do Parecer ou Estudo aprovado pela citada DE, de forma
a realizar as intervenções durante o triênio 2006/2008.
v) Navios com plantas utilizadoras de HCFC-22 com previsão de baixa até
2015, recomenda-se a manutenção das plantas existentes e do refrigerante em
uso.
vi) Navios com plantas utilizadoras de HCFC-22 com previsão de baixa
superior a 2015, sem Parecer ou Estudo aprovado pela DEN, recomenda-se o
Retrofit para os gases alternativos R-407C ou R-417C, conforme o caso, após
emissão do Parecer ou Estudo aprovado pela citada DE. Recomenda-se,
adicionalmente, que tais Estudos/Pareceres somente sejam iniciados a partir
de 2009, após a conclusão do processo relativo ao CFC-12.
g) A DOCM verificou que os equipamentos existentes em OM de terra,
utilizadores do gás refrigerante CFC-12, são frigoríficas de pequeno porte,
cujos custos de substituição e Retrofit não são significativos. Essa Diretoria
avaliou que de um modo geral a solução mais adequada deve ser estudada
caso a caso, considerando o tempo residual de vida útil do equipamento, custo
de manutenção e a relação entre o custo de substituição e do Retrofit. Para o
último caso, empregar o gás refrigerante R-413 A, pois não há necessidade de
realizar alterações significativas no sistema.
38
h) A DOCM também recomenda como critério a substituição dos equipamentos
com mais de 10 anos de uso por outros que empreguem gases ecológicos,
sem prescindir de Estudo Técnico específico.
i) Devido ao estado de degradação, em virtude do tempo de utilização, dos
equipamentos de condicionamento de ar do tipo “Chiller” existentes no
Com7ºDN e na EGN, a substituição se apresenta como a solução de melhor
relação custo/benefício. Com relação à substituição da planta instalada na
EGN, já foi encaminhada a Especificação Técnica de Aquisição da referida
planta.
j) Com relação ao HCFC-22, verificou-se que os equipamentos de refrigeração
que empregam este gás podem passar pelo processo de Retrofit com os gases
alternativos R-407C ou R-417A, sem alterações significativas no sistema,
permitindo que grande parte dos equipamentos operem até o fim da sua vida
útil, que se dará antes de 2030, consubstanciando-se como a solução
economicamente mais viável.
6.2 Gases Extintores
a) Em função da busca pela adequação à legislação ambiental em vigor, a
DEN tem estudado alternativas à utilização dos Halons e produzido
documentos técnicos relativos ao tema, bem como vem acompanhando os
entendimentos das entidades governamentais nacionais e internacionais (EPA)
e organismos internacionais (UNEP) acerca do assunto. Estas entidades
avaliam a evolução dos gases extintores alternativos sob os pontos de vista da
saúde humana e dos aspectos ambientais.
b) Os documentos produzidos pela DEN, em sua maioria, avaliam a
substituição do gás extintor Halon-1301, em praças de máquinas, pelo gás
extintor CO2, que para esta aplicação específica mostra-se plenamente
adequado, desde que sejam atendidos os requisitos de espaço para os seus
cilindros e alarmes de disparo, devido a maior toxidade em relação ao Halon. O
CO2 é considerado como um gás que não deixa resíduos, no entanto, a
39
umidade gerada pelo gelo seco, decorrente da sua liberação, pode causar
danos em cartões eletrônicos, contra-indicando a sua aplicação nestes casos.
c) Com relação a outros gases alternativos, a norma NFPA 2001, "Standard on
Clean Agent Fire Extinguishing Systems" apresenta informações sobre os
mesmos, além de definir como “Agente Limpo" aquele que não é condutor
elétrico, volátil e não deixe resíduos após evaporação. Dentre estes destacamse o FM-200, o ECARO-25, o Halotron e o Inergen, dentre outras marcas
comerciais.
d) As análises técnicas da DEN para as propostas de MODTEC relativas à
substituição do Halon-1301 pelo CO2 como gás extintor demonstraram ser
adequadas e exeqüíveis nos navios das classes “Greenhalgh”, “Inhaúma”,
“Mattoso Maia”, “Felinto Perry”, “Grajaú” (os três primeiros) e “Amorim do
Valle”.
e) Analisando a documentação que solicitou a realização do estudo, de forma
a enquadrar as soluções apresentadas no item 7.2, a DEN propõe a seguinte
criterização:
i) Navios com sistemas de extinção de incêndio utilizadores do Halon-1211,
com previsão de baixa até 2012, recomenda-se a manutenção dos sistemas
existentes.
ii) Navios com sistemas de extinção de incêndio utilizadores do Halon-1301,
com previsão de baixa até 2012, recomenda-se a manutenção dos sistemas
existentes.
iii) Navios com sistemas de extinção de incêndio utilizadores do Halon-1301,
com previsão de baixa superior a 2012, com Parecer ou Estudo aprovado pela
DEN, recomenda-se a substituição pelo agente extintor CO2.
iv) Navios com sistemas de extinção de incêndio utilizadores dos Halon-1211 e
1301, com previsão de baixa superior a 2012, sem Parecer ou Estudo
aprovado pela DEN, recomendam-se as soluções de substituição pelo CO2 ou
por gases extintores alternativos, conforme o caso, após emissão do Parecer
ou Estudo aprovado pela citada DE.
OBS.: Tendo em vista a inexistência, até o momento, de uma solução definitiva
para a substituição do Halon-1211, recomenda-se que os Estudos/Pareceres
40
relativos a este agente extintor somente sejam iniciados a partir de 2009, de
modo a aguardar a evolução das soluções de mercado.
f) No tocante às aeronaves da MB, a DAerM propõe o critério de manutenção
dos sistemas que utilizam os gases extintores Halon-1211 e 1301, até o final
da vida operativa das mesmas, conforme explicitado no item 6.2.7.
g) O CMatFN propõe, para 2006, o estudo de viabilidade, levantamento de
custos e elaboração de projeto técnico referente à substituição dos gases
extintores Halon-1211 e 1301 por gases alternativos, nos CLAnf-7A1 e SK105A2S, de forma a subsidiar os recursos necessários para a modificação dos
sistemas até 2012.
É possível a aquisição de Halon reciclado por meio das empresas
cadastradas no IBAMA, visto que sua produção foi proibida mundialmente.
Para aplicação nas áreas naval e aeronáutica ainda é possível adquirí-lo na
forma de reciclado. Os CFC também já tiveram sua produção descontinuada,
sendo ainda possível adquiri-los da mesma maneira que o halon, reciclados e
por meio de empresas cadastradas junto ao IBAMA. Desta forma, torna-se
prioritário a implementação das recomendações feitas pela DEN no seu estudo
confidencial elaborado em 17/07/2006, considerando as restrições na
aquisição dos referidos gases. Não existe período determinado para a
utilização de fluidos (Halon e CFC) reciclados.
6.3 Retrofit: objetivos, procedimentos e questões mais freqüentes
Retrofit de refrigerante é a tecnologia de adequação de um
equipamento de refrigeração ou ar condicionado (AC), originalmente projetado
para CFC, com custos mínimos e operacionalmente aceitáveis.
O procedimento detalhado recomendado para a substituição do fluido
de refrigerante – Retrofit, pode ser demonstrado como a seguir:
Não trabalhe em locais com altas concentrações de vapores do fluido
refrigerante. Sempre mantenha ventilação adequada na área de trabalho. Não
respire os vapores. Não respire fluido refrigerante com lubrificante proveniente
de vazamentos do sistema. Ventile a área depois de qualquer vazamento antes
de entrar no local.
41
Não utilize detetores manuais de vazamentos para checar concentração
de ar respirável. Estes detetores não foram projetados para determinar se a
concentração de ar é segura para respiração humana. Utilize monitoradores de
oxigênio para garantir que a concentração seja suficiente para sustentar a vida
humana no local.
Não utilize chamas ou maçarico para localizar vazamentos. Não utilize
também chamas para determinar altas concentrações do fluido refrigerante.
Chamas em contato direto com o fluido podem produzir compostos ácidos e
que podem ser perigosos. Não utilize tochas para detectar vazamentos.
Antigas tochas de haletos se baseiam na utilização de cloro que podem
não estar presentes com os novos fluidos refrigerantes. Utilize um detetor
eletrônico de vazamento projetado para localizar o fluido refrigerante que
estiver sendo utilizado.
Se detectado uma visível mudança no tamanho ou cor da chama de um
maçarico durante o reparo de um equipamento, pare o trabalho imediatamente
e deixe o local. Ventile o local de trabalho e estanque o vazamento do fluido
antes de voltar ao procedimento normal de trabalho. Esta mudança na
característica da chama pode ser um indicativo da presença de altas
concentrações de fluido refrigerante, e se o local não for adequadamente
ventilado e a exposição for continuada, podem ocorrer danos à saúde humana
e até ser fatal.
Nota: qualquer fluido refrigerante pode ser perigoso se não usado
corretamente. Os riscos incluem líquidos e vapores sob pressão e
queimaduras por frio em caso de vazamento de líquidos.
Superexposições: as altas concentrações de vapores podem causar
asfixia e parada cardíaca. Leia todas as informações sobre a segurança antes
de manusear qualquer fluido refrigerante.
Para maiores detalhes sobre propriedades, usos, estocagem e
manuseio dos fluidos refrigerantes deverá ser consultado o boletim técnico do
fabricante ou outra literatura especifica para estes produtos. Leia a folha de
dados de seguranças do material (MSDS) para maiores informações sobre
seguranças para cada fluido refrigerante. O boletim de segurança do fabricante
42
normalmente traz informações adicionais sobre segurança no manuseio dos
fluidos refrigerantes.
A seleção do lubrificante mais adequado é baseada em diversos
fatores, incluindo o tipo de compressor, compatibilidade de material,
miscibilidade entre o lubrificante e o fluido refrigerante que poderá afetar o
retorno de óleo para o compressor. Antes de começar o Retrofit, consulte o
fabricante do compressor para seleção do lubrificante mais adequado para seu
compressor.
Os lubrificantes à base de alquibenzeno poliolester podem ser utilizados
com os fluidos refrigerantes aqui apresentados. Em alguns casos, óleo mineral
também é aceitável.
Para favorecer o mais adequado retorno de óleo, é recomendada uma
simples mudança do óleo mineral para o óleo alquibenzeno da mesma
viscosidade. Essa troca normalmente substituirá de 50 a 80% do óleo mineral,
o que satisfaz as recomendações e os requisitos da maioria dos fabricantes de
compressores.
A experiência de campo tem mostrado que os fluidos refrigerantes
MP39, 409A, MP66 e HP81 não apresentam problemas de operação
mantendo-se o óleo mineral já existente em muitos sistemas pequenos e
compactos onde o retorno de óleo não é problema, como em refrigeradores
domésticos, expositores de laticínios e máquinas de bebidas. Entretanto, a
troca de óleo pode ser necessária em sistemas que tenham insuficiente retorno
de óleo, em casos onde o evaporador se encontra distante do compressor, ou
o evaporador esteja abaixo do compressor, ou ainda se a velocidade na
tubulação for muito baixa.
Troque o filtro secador durante o Retrofit. Este é um procedimento
padrão para a manutenção do sistema de refrigeração. Existem dois tipos de
filtros secadores normalmente usados: secadores de enchimento solto e
secadores de núcleo sólido. Substitua o secador por um compatível com o
fluido refrigerante a ser utilizado. Verifique no filtro secador informações sobre
compatibilidade com o fluido refrigerante.
As composições dos fluidos refrigerantes apresentados no boletim do
fabricante são determinadas visando a performance equivalente aos fluidos
43
que estarão sendo substituídos, em termos de capacidade de refrigeração e
eficiência energética. Assim sendo, mínimas modificações são necessárias
para se executar o Retrofit. Os fluidos refrigerantes ora tratados são quaseaseotrópicos, conseqüentemente a composição de vapor no cilindro é diferente
da composição do líquido. Esta pequena diferença não iria afetar o
desempenho do equipamento em sistemas de expansão direta, mas poderá
afetar a performance de sistemas com evaporadores inundados. Em geral,
estes fluidos refrigerantes não são recomendados para sistemas com
compressores centrifugados ou sistemas com evaporador inundado.
Retrofits em sistemas com CFC-12, CFC-500 ou CFC-502 para fluidos
alternativos como HCFC-22 ou HFC-134 poderão exigir múltiplas trocas de
óleo ou ainda maiores modificações em equipamentos já existentes. Para
alguns sistemas, este custo adicional pode ser grande.
Nota: os fluidos refrigerantes Suva® não foram desenvolvidos para uso em
conjunto com outros fluidos refrigerantes e aditivos que não tenham sido
claramente especificados pela Dupont ou pelo fabricante do equipamento. A
mistura de fluidos Suva® com fluidos CFC ou a mistura de diferentes fluidos
alternativos pode resultar em efeitos adversos no sistema. Não se deve
completar a carga de CFC com qualquer fluido refrigerante Suva®.
A maioria dos equipamentos para recuperação e reciclagem utilizada
para o R-12, R-500 e R-502 podem ser usadas com o fluido refrigerante Suva®
. Use procedimentos adequados para evitar a contaminação cruzada durante a
mudança do recolhimento de um fluido para outro, quando utilizando o mesmo
equipamento. A maioria das máquinas para recuperação e reciclagem podem
ser usadas com o mesmo óleo de compressor que eram usados com CFC-12,
CFC-500 e CFC-502. No entanto, algumas modificações podem ser
necessárias, como por exemplo, um diferente tipo de secador ou um indicador
de umidade. Consulte o fabricante do equipamento para recomendações
específicas.
O Suva® MP39 e o Suva® MP66 podem ser recuperados no mesmo
cilindro. O Suva® HP80 e o Suva® HP81 podem ser recuperados no mesmo
cilindro.
44
Existem mudanças aproximadas no desempenho de um sistema
convertido para um fluido alternativo. Estes valores são uma referência geral
para o comportamento de um sistema, sendo que a performance real poderá
variar para cada sistema.
Suva® MP39, Suva® 409A Suva® MP66, são comparados ao R-12
HP80. Suva® 408A, e Suva® HP81 são comparados ao R-502.
Deverá ser selecionado o check-list de acordo com o fluido refrigerante
a ser utilizado:
1 - Determine o desempenho do equipamento com o CFC.
2 - Remova o CFC do sistema para um cilindro de recuperação. Pese a
quantidade removida se possível.
3 - Drene o óleo mineral do sistema e meça o volume removido. Pule os
passos 3 e 4 se o sistema já estiver com óleo alquilbenzeno ou caso não se
queira trocar o óleo mineral.
4 - Carregue o lubrificante Alquilbenzeno: utilize o mesmo volume retirado no
passo 3.
5 - Troque o filtro/secador.
6 - Evacue o sistema e verifique se há vazamentos.
7 - Carregue o sistema com o fluido refrigerante. Retirar do cilindro apenas o
fluido refrigerante na fase líquida. Normalmente a carga do fluido alternativo é
de 75 a 90% da carga do CFC.
8 - Acione o equipamento e ajuste a carga até atingir as condições de
operação desejadas. Etiquete o sistema identificando qual fluido refrigerante e
o óleo lubrificante utilizado.
Retrofit de sistema R-12 para o Suva® MP39 Suva® 409A, ou Suva® MP66
(e R-500 para Suva® MP66).
A seguir, um procedimento detalhado recomendado para Retrofit de um
sistema de CFC-12 para Suva® 409A e Suva® MP66 e também um sistema
de R- 500 para Suva® MP66.
1. Estabeleça referência de desempenho com CFC. Coletar dados de
desempenho do sistema enquanto o fluido CFC ainda estiver no sistema.
Verifique se as condições de operação e quantidade de gás estão corretos.
45
Estes dados de temperatura e pressões nos vários pontos do sistema
(evaporador, condensador, aspiração e descarga do compressor, dispositivo
de expansão) e temperaturas operacionais e condições ambientais especificas
serão úteis para otimizar a operação do sistema com o fluido Suva®. Deverão
ser coletados num formulário específico, os dados relativos ao desempenho do
sistema.
2. Remover o CFC do sistema para o cilindro de recuperação. O CFC deve ser
retirado do sistema e coletado em um cilindro de recuperação um dispositivo
de extração com capacidade de tiragem de 10-15 pol de Hg vácuo (30-35Kpa).
Caso não se saiba a carga do sistema, pese a quantidade de fluido refrigerante
removido. A quantidade de fluido refrigerante a ser carregado poderá ser
determinada a partir deste dado.
Obs.: Desconsidere os passos 3 e 4 a seguir, se o sistema já estiver com óleo
alquilbenzeno ou em casos onde não se quer trocar o óleo mineral e leia a
sessão lubrificantes para maiores informações.
3. Drenar o óleo mineral do sistema e medir o volume removido. Uma simples
troca de óleo é suficiente para retirar o óleo mineral do sistema. Se o sistema
operar com óleo mineral, este terá que ser drenado. Para isto pode ser
necessário remover o compressor do sistema, particularmente quando se tratar
de compressores herméticos pequenos que não possuem pontos de
drenagem. Neste caso o lubrificante deve ser retirado a partir do ponto de
sucção do compressor. Desta forma retira-se quase todo o lubrificante. Em
sistemas maiores poderá ser necessário drenar o óleo em pontos adicionais do
sistema, principalmente em pontos baixos ao redor do evaporador, para a
remoção de 50 a 80% do óleo lubrificante. Em sistema com o separador de
óleo, qualquer lubrificante presente no separador deverá ser drenado também.
4. Adicionar lubrificante AB; utilizar o mesmo volume no passo três. Na maioria
dos casos, o lubrificante substituto será o AB ou talvez o POE. Carregue o
compressor com o novo lubrificante no mesmo volume do lubrificante no passo
três. Utilize um lubrificante com viscosidade recomendado pelo fabricante do
compressor de acordo com o fluido refrigerante Suva® utilizado ou utilize
46
lubrificante com viscosidade similar ao óleo mineral removido, se informações
sobre o compressor não estiverem disponíveis.
5. Substituir o filtro/secador. Este procedimento é uma pratica bastante comum
durante as manutenções dos equipamentos. O filtro/secador deve ser
compatível com o fluido refrigerante Suva® a ser utilizado.
6. Evacue o sistema e verifique se há vazamento. Use práticas adequadas de
trabalho. Para remover o ar ou outros elementos não condensáveis do
sistema, recomenda-se que o sistema seja evacuado até atingir vácuo total
(29,9 pol. Hg vácuo ou menos de 10K pa). Não utilize misturas de fluido
refrigerante com ar para verificação de vazamentos. Estas misturas podem se
tornar combustíveis.
7. Carregue o fluido refrigerante Suva®. Remova apenas o líquido do cilindro.
A posição mais adequada para remoção de fluido líquido está indicada nas
setas e nas etiquetas do cilindro e da caixa do cilindro. Uma vez retirado o
fluido na fase liquida, o refrigerante pode ser carregado no sistema na fase
liquida ou gasosa como desejado. Utilize medidores de pressão ou válvulas de
restrição para transformar a fase liquida em vapor, se necessário.
Em geral, os sistemas de refrigeração necessitam de menor quantidade
de fluidos refrigerantes Suva® que o CFC-12. A carga ideal irá depender do
projeto do sistema e das condições de operação, mas para a maioria dos
sistemas, a carga ideal estará na faixa de 75-90% da carga original de CFC-12.
Para substituições em sistema que utilizem o R-500, a carga de Suva® MP66
deverá ser aproximadamente 5% maior que a carga original de R-500.
É recomendado que o sistema seja carregado inicialmente com 75% em
peso de carga original. Para substituição do R-500 com o Suva® MP66,
considere inicialmente a mesma carga.
Adicione inicialmente o refrigerante pelo lado de alta pressão do sistema
(compressor não funcionando), até a equalização da pressão do cilindro e do
sistema. Em seguida faça a carga do fluido refrigerante lentamente pelo lado
de baixa pressão, com o compressor ligado. Você deverá remover o fluido
refrigerante do cilindro na fase liquida e deverá fazer a carga lentamente
47
permitindo que o fluido refrigerante vaporize antes de entrar na sucção do
compressor, evitando danos ao compressor.
Inicie o sistema e avalie o tamanho da carga. Etiquete o sistema,
identificando o fluido refrigerante e lubrificante a ser utilizado. Inicie o sistema e
deixe-o estabilizar. Se o sistema apresentar falta de fluido refrigerante adicione
mais fluido em pequenas quantidades (retirando fase liquida do cilindro) até
que o sistema apresente condições desejadas. Observe os gráficos de
pressão-temperatura fornecidos pelo fabricante, para comparar as pressões e
temperaturas do fluido refrigerante que estiver sendo utilizado.
O desempenho do sistema irá mudar rapidamente se o sistema estiver
sobrecarregado ou com pouca carga. Visores de liquido na linha podem ser
utilizados na maioria dos casos como referência, mas a carga correta do
sistema deverá ser determinada medindo-se as condições de operação do
sistema (pressões de sucção e descarga, temperatura na linha de sucção,
amperagem do motor do compressor, superaquecimento). A carga do sistema,
tomando-se como referência o visor líquido, poderá levar a uma sobrecarga do
fluido refrigerante.
48
7. CONCLUSÃO
Após coleta de dados visando quantificar e identificar o uso destes
gases na MB, a Marinha do Brasil consubstanciou um quadro analítico sobre a
situação dos utilizadores dos gases refrigerantes controlados pelo “Protocolo
de Montreal” e legislação correlata.
Os Navios da MB estão atendendo em parte ao anexo VI da MARPOL,
conforme a disponibilidade e especificidade de cada caso, para os meios que
ainda não dispõem de instalação adequada. A MB está procurando atender ao
preconizado nos anexos nos quais seus meios podem ser enquadrados, das
seguintes formas: para o Anexo VI (gases poluentes), estão sendo abordados
nas especificações de novos meios navais, e devido às necessidades
específicas de alguns meios, considerando o elevado custo de implantação
destas soluções nos Navios existentes, para o atendimento do Anexo VI.
Para os novos projetos de Navios da MB, são consideradas as regras da
MARPOL. Os Navios da MB estão atendendo, em parte, ao previsto no
protocolo de Montreal e na Convenção de Viena. O estudo confidencial
elaborado em 17/07/2006 pela DEN, visou direcionar a MB para este
atendimento, considerando que existe uma quantidade significativa de meios
que
ainda
precisam
se
adequar.
Contudo,
todas
as
substituições
recomendadas ainda não foram efetuadas. Em atendimento à consulta dos
meios para se adequarem à legislação ambiental de gases, a DEN tem
prestado assessoria e orientação técnica por meio de Pareceres e
Especificações de Serviços de Engenharia (ESE) de Retrofit, elaborando, em
algumas ocasiões, Especificações de Aquisição (EA) para compra de novos
49
equipamentos, visando o atendimento do Protocolo de Montreal e da
Convenção de Viena.
Relativo ao estudo confidencial da DEN de 17/07/2006: os gases
substitutos mencionados no referido estudo não permanecem os mesmos, pois
houve evolução na composição destes fluidos. O fluido refrigerante R-413A foi
descontinuado pelo fabricante, e substituído pelo fluido R-437A. O fluido
refrigerante R-422D passou a ser considerado como provável substituto para o
Retrofit do fluido R-22. Para compressores novos de plantas frigoríficas, em
princípio, o gás mais indicado passa a ser o R-404A. As observações
relacionadas ao procedimento de Retrofit estão mantidas.
A Diretoria Especializada recomenda manter o gás CFC-12 para os
Navios com baixa prevista para 2010 e tem recomendado para os navios que
tiveram suas baixas postergadas, o Retrofit utilizando o R-437A para
substituição do CFC 12, porém é importante uma avaliação individualizada do
problema, considerando as variáveis envolvidas (baixa prevista do meio,
estado geral dos equipamentos, custos envolvidos).
A DEN pretende tratar a questão do gás Halon-1211 nas turbinas
fabricadas pela Rolls-Royce, após o fabricante específico indicar a solução
técnica para este problema. Porém, outros fabricantes de turbinas indicam
como possível solução a substituição do Halon pelo CO2. Em termos de
resultados na extinção de incêndio tanto o Halon como o CO2 podem ser
considerados agentes eficientes. Para definição do fluido a ser utilizado é
necessária a orientação específica do fabricante da turbina.
A Diretoria de Engenharia Naval – DEN, tem o controle parcial dos
Navios que já substituíram os gases refrigerantes e extintores de incêndio
prejudiciais à camada de ozônio, pois depende do envio contínuo de
informações
pelos
Navios
acerca
das
alterações
nas
instalações
definitivamente concluídas e comissionadas, fato este que pode gerar algumas
divergências e imprecisões. A Diretoria Especializada mantém efetivamente o
controle da seguinte documentação: Pareceres, Estudos, Especificações de
Aquisição (EA) de novos equipamentos e Especificações de Serviços de
Engenharia (ESE) de Retrofit.
50
Alguns Navios já possuem gases refrigerantes que não agridem a
camada de ozônio são: NAe “São Paulo”, Fragatas Classe “Niterói”, NE
“Brasil”, Corveta “Barroso”, Corvetas Classe “Inhaúma”, Submarinos Classe
“Tupi”, Submarino “Tikuna”, NDD “Ceará” e NPa Classe “Macaé”.
Alguns Navios já possuem gás extintor (CO2) que não agride a camada
de ozônio: Fragatas Classe “Greenhalgh”, Corveta “Barroso”, NPa Classe
“Macaé”, NDCC “Mattoso Maia” e Corveta “Caboclo”.
7.1 Possíveis soluções para os Gases Refrigerantes:
De forma a solucionar o problema, apresentam-se as seguintes
possíveis soluções, que devem ser avaliadas, caso a caso, criteriosamente.
Plantas que utilizam CFC-11 como gás refrigerante:
a) Manter a planta e manter o gás, fazendo a manutenção na mesma e
evitando a fuga do mesmo para a atmosfera até o término da vida útil da
máquina.
b) Manter a planta e substituir o CFC-11 pelo HCFC-123, após análise técnica
da instalação, com a concordância do fabricante do compressor, cumprindo
todos os procedimentos e substituindo os componentes originais por
componentes adequados. Ressalta-se que esta solução é uma solução
considerada provisória, visto que, o gás alternativo é um HCFC, ou seja, um
gás também controlado pelo Protocolo de Montreal.
c) Substituir a planta por uma nova, utilizando o HFC-134a como gás
refrigerante.
Plantas que utilizam CFC-12 como gás refrigerante:
a) Manter a planta e manter o gás, fazendo a manutenção na mesma e
evitando a fuga do mesmo para a atmosfera até o término da vida útil da
máquina.
b) Manter a planta e substituir o CFC-12 pelo HFC-134a, após análise técnica
da instalação, com a concordância do fabricante do compressor, cumprindo
todos os procedimentos e substituindo os componentes adequados.
c) Manter a planta e substituir o CFC-12 por R–413A (“blend” a base de HFC134a), após análise técnica da instalação, com a concordância do fabricante
do compressor, cumprindo todos os procedimentos.
51
d) Substituir a planta por uma nova, utilizando o HFC-134a como gás
refrigerante.
Plantas que utilizam HCFC-22 como gás refrigerante:
a) Manter a planta e manter o gás, fazendo a manutenção na mesma e
evitando a fuga do mesmo para a atmosfera até o término da vida útil da
máquina.
b) Manter a planta e substituir o HCFC-22 pelo R–407C (“blend” a base de
HFC-134a) ou pelo R-417A (“blend” a base de HFC-134a), após análise
técnica da instalação, com a concordância do fabricante do compressor,
cumprindo todos os procedimentos e substituindo os componentes originais
por componentes adequados.
c) Substituir a planta por uma nova, utilizando o HFC-134a como gás
refrigerante.
OBS: A decisão entre fazer um Retrofit (neste texto empregado com o
significado de substituir o tipo de gás refrigerante do sistema) ou substituir os
sistemas de refrigeração existentes, deverá levar em conta o ciclo de vida útil
dos equipamentos e dos meios utilizadores, a perda de capacidade de
refrigeração aceitável pelos sistemas e os custos envolvidos (aquisição, retrofit,
operação e manutenção).
7.2 Possíveis soluções para os Gases Extintores:
De forma a solucionar o problema, apresentam-se as seguintes
possíveis soluções, que devem ser avaliadas, caso a caso, criteriosamente:
Sistemas que utilizam Halon-1301 como gás Extintor:
a) Manter o sistema e o gás, fazendo a manutenção no mesmo e evitando a
fuga acidental do gás para a atmosfera, e adquirindo o gás necessário para
reposição em empresas cadastradas pelo IBAMA, conforme preconizado pela
legislação em vigor.
b) Substituir o sistema por um novo, utilizando o CO2 como gás extintor.
c) Substituir o sistema por um novo, utilizando um gás alternativo como agente
extintor, após estudo técnico realizado pela DE, de jurisdição do material.
52
Ressalta-se que dentre os gases alternativos a serem adotados, deve-se evitar
o uso de HCFC.
Sistemas que utilizam Halon-1211 como gás Extintor:
a) Manter o sistema e manter o gás, fazendo a manutenção no mesmo e
evitando a fuga acidental do mesmo para a atmosfera, e adquirindo o gás
necessário para reposição em empresas cadastradas pelo IBAMA, conforme
preconizado pela legislação em vigor.
b) Substituir o sistema por um novo, utilizando um gás alternativo como agente
extintor, após estudo técnico realizado pela DE, de jurisdição do material.
Ressalta-se que dentre os gases alternativos a serem adotados, deve-se evitar
o uso de HCFC.
O investimento em programas ambientais, a nível mundial, é uma
necessidade imediata, principalmente no que diz respeito ao controle da
emissão de gases e resíduos poluentes, que danificam o solo e a atmosfera.
53
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sustentável. 1.ed. Rio de Janeiro: Thex, 2008.
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54
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quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?...
Visitado em 28.06.2010
Retrofit. In http://pt.wikipedia.org/wiki/Retrofit. Visitado em 12.06.2010.
______.. Artigo cedido pela Climoar Com. Impor. Serviço Ltda. / Dupont
SANTANA, Alexandre Vianna & NEVES, João Paulo Dias. Adaptação dos
sistemas da Marinha do Brasil à tecnologia livre de substâncias
controladas pelo Protocolo de Montreal. Estudo elaborado a pedido da
Marinha do Brasil, 2006.
55
ANEXOS
ANEXO A – GRÁFICOS ANALÍTICOS
I – MEIOS OPERATIVOS
a) Utilizadores de gases refrigerantes controlados pelo Protocolo de
Montreal:
Ar Condicionado dos Navios da
Esquadra
29%
Frigoríficas dos Navios da
Esquadra
4%
CFC11
39%
CFC12
67%
HCFC22
Ar Condicionado dos Navios da
DHN
CFC12
HCFC22
61%
Frigoríficas dos Navios da DHN
0%
38%
CFC12
HCFC22
CFC12
HCFC22
62%
100%
Frigoríficas de Nav ios Distritais
Ar C ondicionado dos N avios
D istritais
7%
3%
CFC12
CFC12
CFC22
97%
HCFC22
93%
56
b) Utilizadores de gases extintores controlados pelo Protocolo de Montreal.
U tiliz adores no s N avios da D H N
A e r o n ave u tiliz ad o r a d e Halo n
Não utiliz ador
33%
Halon 1301
halon 1211
7%
halon 1301
24%
Halon 1211
0%
67%
Não Utilizador
69%
Utilizadores Navios Distritais
Navio da Esquadra utilizador
de Halon
Não
21%
Sim
Halon 1301
36%
Não Utilizador
79%
64%
57
II – Organizações Militares de Terra
Distribuição do HCFC-22
ComemCh
Com1ºDN
0%
Com2ºDN
6%
1%
2%
3%
2%
2%
9%
3%
15%
Distribuição do CFC-11 por setores
Com3ºDN
EGN
25%
Com4ºDN
Com5ºDN
Com7ºDN
2%
Com6ºDN
EGN
1%
Com7ºDN
1%
Com7ºDN
75%
Com8ºDN
Com9ºDN
3%
14%
22%
ComFFE
SGM
Distribuição do CFC-12 por setores
DGMM
0%
11%
4%
DGPM
5%
DGN
CGCFN
ComemCh
9%
6%
22%
Com1ºDN
6%
Com2ºDN
Com3ºDN
EGN
10%
CASNAV
Com4ºDN
Com6ºDN
TM
6%
28%
8%
Com8ºDN
DGPM
CGCFN
Distribuição do CFC-12 por m áquina
Distribuição do HCFC-22 por tipo de
m áquina
6%
FRIGORÍFICA
10%
ÁGUA GELADA
28%
CHILLER
94%
SELF CONTAINED
FRIGORÍ FICA
62%
58
ANEXO B
PLANEJAMENTO PARA A SUBSTITUIÇÃO DE
GASES REFRIGERANTES NOCIVOS À CAMADA DE OZÔNIO
REFRIGERANTE R-12
Tipo/Classe
Navio
Sistema
Nº de
Plantas
Quant.
Utiliz. (kg)
NAe São
Paulo
A-12
Ar cond.
1
600
Ar cond.
4/
navio
90/planta
Possíveis Soluções
Retrofit c/ R-413A
Subst. p/ Equipto c/
R-134a
Solução
Recomen
dada
Subst. p/
Equipto c/
R-134a
Custo
Estimado
(R$)
Prazo
945.000
2008
Retrofit
com R413 A
e/ou
Subst. p/
Equipto c/
R-134
(apenas
Ar cond.)
150.000/n
avio
(Retrofit)
F-40
F-41
Fragata
Classe
Niterói
F-42
Retrofit com R-413A
Substituição do
equipamento
F-43
F-44
Frigorífica
2/
navio
20/planta
F-45
Fragata
Classe
Greenhalgh
Fragata
Classe
F-46
Greenhalgh
CT Pará
Submarino
Classe Tupi
NDCC
Mattoso
Maia
NDD Classe
Ceará
D-27
Retrofit com R-413A
Retrofit com R-134a
Substituição do
equipamento
Manutenção do R-12
F-46 Retrofit
com R413A
F-48/49 –
Manut. do
R-12 (2)
150.000
2007
Manutenção do R-12
4/
navio
78/planta
Arcond/Fri
g
4/2/
navio
78/24/plan
ta
F-49 –
Manut. do
R-12 (2)
XXX
XXX
Retrofit com R-413A
Retrofit com R-134a Manutenç
ão do RSubstituição do
12 (3)
equipamento
Manutenção do R-12
XXX
XXX
65.000
p/navio
2008
XXX
XXX
Ar cond
4
27/planta
Frigorífica
1
60
Ar cond
2
75/planta
Ar cond
2
143
S-30
S-33
G-28
2.970.000
/
navio
(Subst. Ar
Cond.) (1)
Ar cond
F-48
F-49
2008
G-30
4 (G-30)
Ar cond
G-31
120/navio
2 (G-31)
Frigorífica
2
210
Retrofit com R-413A
Retrofit
Substituição do
com Requipamento
413A (4)
Retrofit com R-413A
Retrofit com R-134A Manutenç
Substituição do
ão do Requipamento
12 (5)
Manutenção do R-12
Retrofit com R-413 A
Retrofit com R-134a
Retrofit
Substituição do
com Requipamento
413A
45.000
(G-30)
2008
60.000
(G-31)
59
NE Brasil
Corveta
Classe
Imperial
Marinheiro
NApOc
Ary Rongel
U-27
Frigorífica
2
30/planta
Frigorífica
2/navio
15/planta
Ar cond
(V-19)
1
30
V-15
V-19
H-44
Container
Frigorífico
2
7,2/
container
NHo Taurus
H-36
Frigorífica
3
1,5/planta
LPaN-21
CPRJ
CPCE
CPSP
CPAOR
Frigorífica
1
3/lancha
Retrofit com R-413 A
Retrofit
Retrofit com R-134a
com RSubstituição do
413A
equipamento
Retrofit com R-413A
V-15 Retrofit com R-134a Manut. do
Substituição do
R-12 (5)
equipamento
Manutenção do R-12
V-19 Retrofit
com R413A
40.000
2007
50.000 #
2006
Retrofit com R-413A
Retrofit com R-134a
Substituição do
equipamento
Retrofit
com R413A
15.000
2007
Retrofit com R-413A
Retrofit com R-134a
Substituição do
equipamento
Retrofit
com R413A
20.000
2007
Retrofit
com R413A
10.000/lan
cha
2008
Retrofit com R-413A
Retrofit com R-134a
Substituição do
equipamento
Obs.:
(1) 4 plantas novas já adquiridas
(2) Baixa prevista para 2006 e 2007
(3) Baixa prevista para 2005
(4) S-32 e S-33 – já realizados retrofit com R-413A
(5) Baixa prevista para 2010
# Alterado
PLANEJAMENTO PARA A SUBSTITUIÇÃO DE
GASES REFRIGERANTES NOCIVOS À CAMADA DE OZÔNIO
REFRIGERANTE R-22
60
Tipo/Classe
Navio
Sistema
NAe São Paulo
A-12
Frigorífic
a
CT Pará
D-27
Ar cond
Unidade
s self
Cv Classe
Inhaúma
V-30
V-31
V-32
V-33
V-30
V-31
V-32
V-33
Nº de
Plantas
Quant
Utiliz. (kg)
2
200
10
23 #
Possíveis Soluções
Solução
Recomendada
Retrofit com R-407C
Retrofit com R-417A
Substituição do
equipamento
Retrofit com R-407C
Retrofit com R-417A
Substituição do
equipamento
Manutenção do R-22
Custo
Estima
do
(R$)
Prazo
Retrofit
com R40.000
407C/417A
2015
Manutençã
o do R-22
(1)
XXX
XXX
Retrofit com R-407C
Submarino Classe
Tupi
S-30
S-31
S-32
S-33
S-34
Ar cond
3/navio
150/
navio
Retrofit com R-417A
Substituição do
equipamento
Frigorífic
a
Frigorífic
a
2/navio
2/navio
30/
navio #
60/
navio
Manutenção do R-22
Retrofit com R-407C
Retrofit com R-417A
Substituição do
equipamento
Manutenção do R-22
V-30/31/33
- Retrofit
com
120.00
R0/navi
407C/417A
o
V-32 Manut. do
R-22 (2)
Retrofit
50.000
com R/navio
407C/417A
Obs.: (1) Baixa prevista para 2005
(2) Baixa prevista para 2005
# Alterado
PLANEJAMENTO PARA A SUBSTITUIÇÃO DE
GASES EXTINTORES NOCIVOS À CAMADA DE OZÔNIO
HALON-1211
2015
2015
61
Tipo/Classe
Fragata Classe Niterói
Fragata Classe
Greenhalgh
Indicativo
naval
Sistema
utilizador
Quantidade
utilizada (kg)
Possíveis
soluções
F-40
F-41
F-42
F-43
F-44
F-45
Extinção de
incêndio
turbina
Olympus
42,9/navio
Manutenção
do halon
7,3/navio
Subst. p/sist.
CO2
Manutenção
do halon
Subst. p/sist.
Gás alt.
68/navio
Manutenção
do halon
F-46
F-48
F-49
Extinção de
incêndio
turbina
Olympus e
Tyne
Cv Classe Inhaúma
V-30
V-31
V-32
V-33
Extinção de
incêndio
turbina GE
Aeronave UH12/13
22 cilindros #
26 aeronaves
Cabine de
pilotagem
Paiol de
carga
Aeronave IH-6B
Extinção de
30 cilindros #
incêndio da
19 aeronaves
aeronave
Aeronave UH-14
21 cilindros #
7 aeronaves
Comp de
pilotagem
Paiol de
carga
Aeronave
AH-11A
17 cilindros #
12 aeronaves
Comp de
pilotagem
Paiol de
carga
Carro de Combate
Leve
SK105A2S
ARRV
17 carros
1 carro
37 cilindros
Extinção de
incêndio do
motor
1/cilindro
Manutenção
do halon
Subst. p/sist.
Gás alt.
Solução
custo
recomendada estimado
Manutenção
do halon
Manutenção
do halon
Manutenção
do halon
Manutenção
do halon
Prazo
XXX
XXX
XXX
XXX
XXX
XXX
XXX
XXX
1/cilindro
Manutenção
do halon
Manutenção
do halon
XXX
XXX
1,5/cilindro
Manutenção
do halon
Subst. p/sist.
Gás alt.
Manutenção
do halon
XXX
XXX
1,2/cilindro
Manutenção
do halon
Subst. p/sist.
Gás alt.
Manutenção
do halon
XXX
XXX
Manutenção
do halon
9,25/cilindro
Subst. p/sist.
Gás alt.
3.000/
2006
carro
(Estudo
Subst. p/sist. (Estudo
)
Gás alt.
de
Viabilidad
2012
e)
Obs.: # Alterado
PLANEJAMENTO PARA A SUBSTITUIÇÃO DE
GASES EXTINTORES NOCIVOS À CAMADA DE OZÔNIO
HALON-1301
62
Tipo/Clas
se
Indicativo
naval
NAe São
Paulo
A-12
Sistema
utilizador
Praças de
máquinas
Fragata
Classe
Greenhal
gh
F-48
Praça de
máquinas
Sist JP-5
Conversores
Cv
Classe
Inhaúma
V-30
V-31
V-32
V-33
Quadros
elétricos
Praças de
máquinas
Comp. JP-5
Comp líquidos
infl.
Comp. JP-5
Praças de
máquinas
Praça de
máquinas
CCM
Compart MCA
Guindaste de
30T
Praça de
máquinas
Praça de
bombas
QEP
Quantidade
utilizada (kg)
Possíveis
soluções
900
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
1072
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Solução
Custo
recomendada
estimado
Subst. p/sist. CO2
ou
1.000.000
Subst. p/sist. Gás
alt.
Manutenção do
halon
(1)
Prazo
2012
185.000
2012
V-32 Manutenção do
halon (2)
250.000
p/navio
2012
Subst. p/sist. CO2
1022/navio
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
1967 #
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Manutenção do
halon
(2)
XXX
XXX
539
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Subst. p/sist. CO2
170.000
2012
3280
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Subst. p/sist. CO2
750.000
2012
166/navio
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Subst. p/sist. CO2
150.000/
navio
2012
Subst. p/sist. CO2
ou
Subst. p/sist. Gás
alt.
150.000/
navio
2012
NDCC
Mattoso
Maia
G-28
NSS
Felinto
Perry
K11
NT Alte
Gastão
Motta
G-23
NPa
Classe
Grajaú
P-40
P-41
P-42
Praça de
máquinas
NPa
Classe
Bracui
P-60
P-61
P-62
P-63
Praça de
máquinas
140/navio
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
NApOc
Ary
Rongel
H-44
Praça de
máquinas
100 #
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Subst. p/sist. CO2
ou
100.000 #
Subst. p/sist. Gás
alt.
2012
NOc
Antares
H-40
Praça de
máquinas
185
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Subst. P/sist. CO2
ou
Subst. p/sist. Gás
alt.
150.000
2012
NHo
Classe
Amorim
do Valle
H-35
H-36
H-37
Praça de
máquinas
e CCM
148/navio
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Subst. p/sist. CO2
60.000/
navio
2012
LaPN-21
CPRJ
CPCE
CPSP
CPAOR
Praça de
máquinas
15/lancha
Subst. p/sist. CO2
Manutenção do halon
Subst. p/sist. Gás alt.
Subst. p/sist. CO2
8.000/
lancha
2012
63
Aeronave 13 cilindros
SH-3
7 aeronaves
Carro
Lagarta
Anfíbio
LVTPA-1
(CLAnf)
26 carros
motor
Compartiment
o tropa
Compartiment
o motor
1,4/cilindro
Manutenção do halon
Manutenção do halon
14,1/carro
Subst. p/sist. Gás alt.
Manutenção do
halon
XXX
XXX
2006
3.000/
carro
(Estudo)
Subst. p/sist. Gás
alt.
(Estudo de
viabilidade) 2012
Obs.: (1) Baixa prevista para 2006
(2) Baixa prevista para 2005
# Alterado
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERISDADE CANDIDO MENDES
64
Título da Monografia:
“A GESTÃO DOS GASES AMBIENTALMENTE CONTROLADOS NA
MARINHA DO BRASIL”
Autor: LEONARDO TANNURE
Data da entrega: 31.07.2010
Avaliado por: Professor Dr. FRANCISCO CARRERA
Conceito: ______
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universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu” instituto