LIVRO DO PROFESSOR
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Mônica Catani M. de Souza /CRB9-807/Curitiba, PR, Brasil)
Z95 Zunino, Ana Paula.
Educação física : ensino fundamental, 6.o – 9.o ano / Ana Paula Zunino, Marcos Rafael Tonietto ;
ilustrações Angela Giseli, Lima. — Curitiba : Positivo, 2008.
: il.
ISBN 978-85-385-4290-2 (Livro do professor)
1. Ensino fundamental – Currículos. 2. Educação física. I. Tonietto, Marcos Rafael. II. Angela Giseli.
III. Lima. IV. Título.
CDU 373.3
© Editora Positivo Ltda., 2008
Este livro foi atualizado segundo as definições do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, presentes na 5.a edição do
VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), publicado em 2009; porém, há possibilidades de alteração, visto
que tais modificações vêm sendo implantadas, podendo gerar dúvidas e novas orientações.
Diretor-Superintendente: Ruben Formighieri
Diretor-Geral: Emerson Walter dos Santos
Diretor Editorial: Joseph Razouk Junior
Gerente Editorial: Maria Elenice Costa Dantas
Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy
Autoria
Ana Paula Zunino
Marcos Rafael Tonietto
Edição
Kathia Danielle Gavinho Paris
edição de arte
Angela Giseli de Souza
coordenação de arte
Eliana Motter Müller Gelinski
Projeto Gráfico
Marcelo Adriano Gorniski
Priscila Zimermann
Ilustração
Angela Giseli, Lima
Pesquisa iconográfica
Anna Gabriela Tempesta
Produção
Editora Positivo Ltda.
Rua Major Heitor Guimarães, 174
80440-120 – Curitiba – PR
Tel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599
Impressão e Acabamento
Gráfica Posigraf S.A.
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6o. – 9o. ano Regime 9 anos Volume
1o. volume
5a. – 8a. série Regime 8 anos
único
Introdução
Assim como ocorre nas outras disciplinas, temos nos voltado a um ensino de qualidade, respaldando-nos em sólidos estudos e correntes metodológicas.
Durante muitos anos, a Educação Física foi vista como se apenas se relacionasse ao corpo e às Ciências Biológicas. Por isso, as
atividades desenvolvidas nas escolas tinham como objetivo primordial o desenvolvimento e a aquisição de habilidades motoras.
P. Imagens/Pith
Considerada componente curricular no Ensino Fundamental, a Educação Física trata de
um elemento específico da cultura: o movimento humano.
No entanto, com as contribuições da Sociologia, da Antropologia, da História, das Ciências Políticas, entre outras, os alunos
deixaram de ser vistos apenas como um conjunto de músculos e
ossos, passando a ser considerados sujeitos integrados por corpo
e mente, que vivem em determinado contexto social e possuem
herança cultural. Segundo Daolio (2004), a Educação Física passa
a reconhecer os conteúdos em sua dimensão cultural; em seus sentidos e significados culturais, como “conteúdos culturais”.
Como cultura, entendemos o conjunto das produções humanas (modo de vida, valores, atitudes) que assumem significado no
contexto social. Sob esse ponto de vista, passam a ser objetos de
trabalho da disciplina os conteúdos culturais que adquirem significado na vida dos alunos. Em decorrência disso, não tratamos o
movimento como mera expressão da natureza, mas como forma de
os alunos se relacionarem com o mundo.
Considerado uma das formas pelas quais os seres humanos se relacionam com o mundo,
o movimento adquire diferentes significados, dependendo do contexto histórico-cultural em
que está inserido. A partir de uma ação pedagógica intencional, é possível fornecer aos alunos
elementos a fim de aprenderem a questionar sentidos e significados das práticas corporais e
viverem em harmonia com seu corpo em sociedade.
A Educação Física constitui uma prática pedagógica capaz de promover o desenvolvimento
da consciência corporal e de competências para a realização consciente de suas aplicações.
Por isso, deve propiciar a compreensão e a explicitação da realidade, bem como a atuação dos
alunos como sujeitos ativos, responsáveis pela construção e transformação de sua realidade.
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Nesse sentido, propomos, neste material, democratizar, humanizar e diversificar a prática
pedagógica da área, visando a ampliar sua compreensão, a fim de que não seja relacionada
apenas a aspectos biológicos, mas às dimensões afetivas, cognitivas, motoras, sociais e culturais dos alunos. Assim, abordamos, de forma sistematizada, as principais questões que devem
ser consideradas no desenvolvimento do trabalho, subsidiando discussões, planejamentos e
avaliações da prática da Educação Física nas escolas.
Para efeito didático, este material está dividido em seis capítulos.
O capítulo inicial apresenta a Educação Física sob o ponto de vista da dinâmica da cultura,
pois entendemos que as manifestações corporais são (re)criadas com significados próprios em
cada contexto social específico.
No capítulo seguinte, abordamos as especificidades dos alunos que normalmente se encontram no nível de ensino, sempre os considerando como sujeitos que constroem conhecimento. Apresentamos, ainda, alguns aspectos do desenvolvimento da criança e do adolescente, a fim de facilitar o trabalho pedagógico.
No terceiro capítulo, destacamos alguns elementos que podem auxiliar na exploração dos
conteúdos da cultura corporal, os quais são aprofundados no quarto capítulo. Os conteúdos
que constituem este material são danças, esportes, ginásticas, jogos e lutas.
No quinto capítulo, apresentamos os conteúdos da cultura corporal sistematizando-os em
planejamentos anual, bimestrais e planos de aula. Concluímos o material com algumas sugestões de atividades no capítulo seis.
Educação Física – Ensino Fundamental 2
Concepção de ensino
Área de conhecimento que trabalha a cultura corporal, a Educação Física é um importante
instrumento de vivência, conhecimento e incorporação de diversas manifestações corporais no
ambiente escolar. Ao atuar sobre um conjunto de práticas, possibilita aos alunos a consciência
de seu corpo e de culturas (por meio da contextualização e da significação das práticas corporais em diferentes contextos sociais).
Assim, buscamos trabalhar habilidades motoras, capacidades físicas/afetivas/cognitivas e
técnicas como parte do conhecimento, considerando, ainda, o contexto social, político e histórico em que surgem e se inserem as práticas corporais abordadas, assim como o conhecimento
que os alunos trazem sobre elas.
Na segunda fase do Ensino Fundamental (6.º ao 9.º ano), os alunos seguem tendo um
corpo que necessita de movimento e deve ser respeitado. Por isso, é importante desenvolver
a capacidade de perceber a realidade, as possibilidades nas mais diversas experiências e as
transformações pelas quais passam. Essa percepção pode fornecer subsídios a uma futura
transformação do contexto social.
Devemos incentivar os alunos a se conhecerem e reconhecerem como agentes ativos e criativos do meio, capazes de se apropriar das manifestações corporais assim como de (re)criá-las.
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Nesse nível de ensino, fazemos uma abordagem mais complexa e profunda dos conteúdos
da cultura corporal, já que, com o desenvolvimento do pensamento lógico e dedutivo, os alunos
passam a compreender melhor as regras, o que torna os jogos e brincadeiras mais desafiantes
e possibilita que os aspectos estratégicos das atividades integrem os problemas a serem resolvidos pelo grupo. Nesse sentido, atuam com maior independência e autonomia.
Exploramos os movimentos analíticos que combinam movimentos fundamentais e formas
técnicas de execução. Isso não significa que a técnica seja treinada por excelência, ou seja, ela
não constitui o objetivo central das aulas, mas pode ser inserida para ampliar o acervo motor,
já que os níveis de eficiência dos movimentos permitem maior rapidez, aperfeiçoamento e dinâmica na assimilação e desenvolvimento das atividades.
Assim, o grau de complexidade e de dificuldade das atividades pode aumentar com desafios que levem os alunos a buscarem soluções para superar diversas experiências, como, por
exemplo, receber uma bola em deslocamento, saltar e arremessar em suspensão ou, ainda,
realizar uma parada de mão seguida de um rolamento. O movimento corporal é mais preciso e
rítmico, sendo possível realizar atividades diferenciadas dentro do mesmo grupo (por exemplo,
circuito, onde cada aluno ou subgrupo realiza determinada atividade durante um tempo predeterminado pelo professor), possibilitando aos alunos que experimentem, treinem e percebam
seus avanços e dificuldades em cada movimento.
De acordo com os PCNs, nas séries finais do Ensino Fundamental (6.º ao 9.º ano), os alunos
passam a conhecer e a controlar melhor o corpo, o que permite acompanhar seu desempenho,
adequando o grau de exigência e de dificuldade de algumas tarefas. Podem, também, pela
percepção do próprio corpo, começar a compreender as relações entre a prática de atividades
corporais, o desenvolvimento das capacidades físicas e os benefícios que trazem à saúde e ao
convívio social.
Algumas questões possuem amplas dimensões e devem ser trabalhadas durante as aulas,
tais como: as manifestações corporais das várias culturas, que mostram a riqueza da diversidade e os aspectos histórico-sociais de cada uma; as questões de gênero, que começam a
aparecer com maior frequência, pois, nessa fase, iniciam-se as alterações físicas e psicológicas
da puberdade e do início da adolescência. Também nessa fase, é comum a vergonha de expor
o corpo e de mostrar desempenho.
Assim, o trabalho da Educação Física, na segunda etapa do Ensino Fundamental, é ampliar e desenvolver as vivências corporais, por meio de conteúdos da cultura corporal (jogos,
esportes, lutas, ginástica, danças, etc.), que, integrados ao contexto social dos alunos, assumem uma conotação significativa e auxiliam na criação da identidade e da autonomia corporal
do indivíduo como cidadão.
@EDF015
Conhecimentos privilegiados
O corpo e a
identidade do
adolescente
• Jogos
– Jogos motores
– Jogos de tabuleiro
•
Danças
– Danças tradicionais ou folclóricas
– Danças populares
– Danças sistematizadas
• Lutas
– Lutas orientais
– Lutas ocidentais
• Esportes
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• Ginásticas
– Ginástica olímpica (artística)
– Ginástica acrobática
– Trampolim acrobático
– Ginástica geral
– Ginástica aeróbica esportiva
– Atividades circenses
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