Dando asas ao que se deve
F
esta nos 500 anos do Brasil? Sim e não. Depende de
quem responde à pergunta: os povos indígenas Kaiapó
(MA), Xavante (MT), Karajá
(TO), Mehinaku (MT), Krikati
(MA) e Guarani (SP) estiveram
nas cidades do Rio de Janeiro e
São Paulo, em abril, para deixar
claro que não tinham o que coMaria Carolina Bottura
memorar e sequer foram convidados para as solenidades oficiais que aconteciam
nos quatro cantos do país. E o fizeram dançando e
cantando para “os povos da cidade”, tentando sem
rancor nem raiva “um novo contato que pudesse viabilizar alianças e compromissos para o futuro”. Mas
onde a Sandvik Coromant entra nisso tudo? Simples:
por não fugir da responsabilidade que todos têm em
relação à história e aos diferentes matizes da cultura
brasileiros, ela patrocinou o evento realizado por
esses grupos, que se chamou Rito de Passagem - Canto e Dança Ritual Indígena, do lado de fora da Mostra do Redescobrimento, em São Paulo (SP).
Da questão indígena à alta tecnologia é um pulo
para uma empresa acostumada a promover o ser hu-
mano à sua condição mais digna e saudável possível
— como mostram as matérias da página 25, “Onde a
excelência do produto vale tanto quanto a qualidade
de vida”, que fala das ações em curso na ZF do Brasil, de Sorocaba (SP), das quais ela tem participado
exatamente com este propósito, e da página 20, “Pastilhas usadas são recicladas. E não só a natureza
agradece”, sobre um projeto que desenvolveu com a
ArwinMeritor, de Osasco (SP) — tanto quanto o avanço da tecnologia de usinagem, que permitiu à Volvo
passar a produzir em Pederneiras (SP) máquinas que
até bem pouco tempo eram fabricadas apenas no
Canadá e mudar radicalmente sua própria história,
que está na página 15 sob o título “Volvo inicia a
produção de motoniveladoras no Brasil”.
Se os povos indígenas se negam a manter a riqueza de suas culturas e tradições confinadas dentro dos
domínios de suas aldeias, e fazem muito bem, não há
de ser a Sandvik Coromant que vai ver indústrias
metal-mecânicas sucumbirem diante da falta de produtividade e competitividade de suas operações de
usinagem. Para tanto ela continua desenvolvendo e
distribuindo soluções de usinagem mundo afora. E
os artigos técnicos desta edição são apenas uma pequena amostra disso.
REPORTAGEM
Competitividade, sim. Mas sem esquecer o homem e o meio ambiente -------- 15
ARTIGOS TÉCNICOS
Usinar bons furos com rapidez é difícil? Não. Isso é mito ------------------------------- 7
Voando mais alto com ferramentas e métodos de usinagem modernos --------- 11
Peças, clientes e materiais diferentes, lotes pequenos... e muito sucesso ----- 29
SEÇÕES
Página do Presidente .......................3
Notas & Novas .................................. 4
Destaques ...................................... 32
Entre em Contato .......................... 33
7 – Cai definitivamente o mito de
que é difícil produzir furos de
boa qualidade com rapidez,
custo baixo e boa qualidade
2 _ O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
11 – As máquinas parecem estar voando
depois que métodos de usinagem
e ferramental são otimizados
29 - Indústrias que fazem
usinagem para terceiros
enfrentam problemas?
Que não seja pela falta de
boas ferramentas
O estímulo também vem deles
SANDVIK DO BRASIL
Diretor-Presidente: José Viudes Parra
DIVISÃO COROMANT
Diretor: José Viudes Parra
Gerente de Negócios: Claudio José
Camacho
Gerente de Marketing e Treinamento:
Francisco Carlos Marcondes
Coordenadora de Marketing: Heloísa
Helena Pais Giraldes
Assistente de Marketing: Cibele
Aparecida Rodrigues dos Santos
Editora: Maria Carolina Bottura
Tradução: Vera Lúcia Natale
Editoração Eletrônica: Adilson A.
Barbosa
Fotografias: Izilda França Moreira e
Studio Amat
Fotolito: Studio Quatro Fotolito Digital
Gráfica: Fotoline Gráfica e Fotolito
CORPO TÉCNICO
(DIVISÃO COROMANT)
Gerente Regional do Departamento
Técnico: José Roberto Gamarra
Especialista em Fresamento: Marcos
Antonio Oliveira
Especialista em Capto & CoroCut:
Francisco de Assis Cavichiolli
Especialista em Torneamento:
Domenico Carmino Landi
Especialista em Furação: Dorival
Aparecido da Silveira
Especialista em Torneamento:
Antonio José Giovanetti
Especialista em Die & Making: João
Carosella
e-mail da revista:
[email protected]
SAC (Departamento Comercial):
(11) 5525-2743
Atendimento ao Cliente:
0800 55 9698
mundo da tecnologia vive
encontrando novas soluções para antigos problemas e para aqueles que
a evolução dela própria vai
tornando evidentes. Muitas vezes já se indagou até onde a
ciência vai chegar e inclusive
há quem considere exagerada
a dedicação do homem a desenvolvimentos tecnológicos em detrimento dos valores espirituais. Não é bem assim, porém. Aliás, não é nem
um pouco assim. Neste momento os olhos do mundo se voltam para os
jogos olímpicos e também se faz a pergunta sobre até que ponto o
corpo humano vai se superar e derrubar limites de tempo, peso, distância, força...
No mundo da tecnologia os laboratórios de pesquisa e o pessoal
de campo das indústrias vivem uma atividade ininterrupta para chegar ao que o mercado consumidor quer — e ele quer a cada dia mais
e melhores produtos. Da mesma forma que no mundo dos esportes, as
descobertas e os avanços industriais tendem a aproveitar a todos,
indistintamente, e uma vez colocado um novo produto à disposição do
mercado, sua tecnologia passa a ser o próximo degrau a ser ultrapassado por aqueles que a lançaram e pelas outras indústrias que
também disputam a preferência dos consumidores.
Em ambos os mundos — industrial e esportivo —, a obtenção do
primeiro lugar tem tanto mais valor quanto mais tenha se esforçado
para atingí-lo aquele que está em segundo. E tais esforços acabam
sendo um dos mais significativos incentivos para que quem já detém o
primeiro lugar vá ainda mais além, não só preservando sua conquista
como também a enriquecendo com melhorias e aperfeiçoamentos.
O ideal olímpico é participar das disputas ainda que o triunfo da
conquista pareça impossível — vale muito ter lutado bem. Prevalece o
fair play como regra de disputas saudáveis que engrandecem não apenas os competidores, mas também satisfazem e emocionam as pessoas
que os estejam assistindo. E esta é também uma das mais importantes
semelhanças entre os mundos esportivo e industrial: em sua busca
por posições mais confortáveis no mercado, as indústrias jamais podem se esquecer que são os consumidores quem mais devem ser
beneficiados com isso. A Sandvik Coromant tem olimpicamente honrado esta regra.
O
Sandvik do Brasil S.A.
Divisão Coromant
Av. das Nações Unidas, 21.732
Jurubatuba - São Paulo - SP
CEP 04795-914
José Viudes Parra
Diretor-Presidente
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 _ 3
Eles vieram de suas tribos para cantar
sua história ao povo da cidade
Os índios Mehinaku e Xavante (ao lado), e os dos povos Kaiapó, Krikati,
Guarani e Karajá, apresentaram o Ritual de Passagem em São Paulo e Rio de
Janeiro com o patrocínio da Sandvik Coromant
m grande espetáculo de colorido vivo, músicas, danças e
rituais. Mas nem tudo era festa e alegria: os grupos indígenas Mehinaku e Xavante (MT),
Karajá (TO), Kaiapó (PA), Guarani (SP) e Krikati (MA) saíram de
suas aldeias para os locais onde
eram comemorados os 500 anos do
descobrimento do Brasil nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
para, “sem rancor, sem raiva”, mostrar parte da sua herança cultural.
“Não viemos comemorar nada”, dizia a carta que entregaram aos pre-
U
sidentes de Brasil e Portugal, Fernando Henrique Cardoso e Jorge
Sampaio, que abriram a Mostra do
Redescobrimento em São Paulo, em
abril. “E nem fomos convidados
para vir aqui”, disseram depois.
O evento, chamado Rito de Passagem – Canto e Dança Ritual Indígena, foi realizado como contraponto às comemorações dos 500 anos
do Brasil pela organização não-governamental Instituto de Desenvolvimento das Tradições Indígenas
(Ideti) com o patrocínio da Sandvik
Coromant e outras empresas. “Os po-
vos indígenas vêm para mostrar que
a diversidade de cultura é uma riqueza que pode nos diferenciar de outros países, que pode apontar novas
perspectivas de vida e de progresso”,
disseram os representantes do Ideti.
Dançando e cantando no estacionamento do Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo (SP),
os seis grupos se apresentaram gratuitamente “para os outros povos
que chegaram ao país depois de
nós, que somos a sua origem”, com
adornos e pinturas, mas, principalmente, com o “objetivo de abrir um
espaço de contato com a força e a
beleza das tradições indígenas,
numa estratégia de aproximação
com o povo da cidade, criando
alianças e compromissos para o futuro”. Na carta entregue aos presidentes de Brasil e Portugal, os índios dizem que aquela não era a sua
comemoração, referindo-se aos
eventos oficiais pelos 500 anos do
Brasil. “Apesar de toda a distância
e dificuldade viemos porque temos
o que falar com vocês. Estamos
aqui para fazer um novo contato”.
E a Sandvik Coromant fez questão
de contribuir para que este contato
fosse possível.
Vem aí o 20º Enegep. E a Sandvik
estará junto, promovendo a produção
E
le nasceu há 20 anos para
que pesquisadores, professores e estudantes se reunissem
para discutir e se informar
sobre temas da engenharia de produção, mas foi se transformando
em um grande fórum onde comparecem também empresários, consultores, engenheiros, administra-
dores e outros profissionais ligados
à indústria. É o Enegep, ou Encontro Nacional de Engenharia de Produção, que já está na sua vigésima
edição e vai ser realizado, juntamente com a 6ª International Conference on Industrial Engeenering
and Operations Management, no
Departamento de Engenharia de
4 _ O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
Produção da
Escola Politécnica da USP, em São Paulo (SP),
no período de 30 de outubro a 1°
de novembro. A Sandvik Coromant, é claro, é sua patrocinadora.
Neste ano o tema central do Enegep e da conferência — Desenvolver Competências para a Produção
Internacional: perspectivas para
países emergentes — vai colocar em
evidência questões como gestão de
operações internacionais e de cadeias de suprimento globais, desenvolvimento de produtos na economia
globalizada e de competências locais
para a manufatura internacional,
aprendizagem organizacional e compartilhamento de conhecimentos.
Tudo por meio da apresentação de
trabalhos de brasileiros e estrangeiros em sessões plenárias, mini-cur-
sos e seminários. Uma parte dos
eventos será transmitida por satélite para salas de videoconferência de
universidades brasileiras.
O comitê organizador dos eventos divulgou notas à imprensa em
que afirma que o objetivo do Enegep e da conferência internacional
é a criação de fóruns para a discussão de temas relacionados com
o atual processo de globalização
dos mercados e da produção, seus
impactos sobre países emergentes,
em especial o Brasil e a América
Latina, e o novo papel e a nova arquitetura da engenharia de produção e da gestão de operações.
As inscrições para o Enegep/
Conferência podem ser feitas pelo
telefone (11) 3818-5363, ramal
449, e no site www.enegep.usp.br,
onde também há mais informações
sobre os eventos, inclusive sua programação e trabalhos que serão
apresentados por especialistas brasileiros e estrangeiros.
Feiras no Sul: disseminando tecnologias e
dinamizando o mercado
A
região sul do
país esteve
especialmente
agitada no
terceiro trimestre
deste ano: lá, nas
cidades de Curitiba
(PR) e Porto Alegre
(RS), realizaram-se
a Expomac – 13ª
Feira Sul-Brasileira
da Indústria MetalMecânica/SulconParte da linha de ferramentas e dispositivos da Sandvik Coromant que foi exposta
trata - 29ª Feira de
na Expomac/Sulcontrata e na Febramec
Subcontratação Inum dos mais expressivos, com 100
EFEP, na Febramec a maior produstrial e a Febramec – 8ª Feira
metros quadrados e a presença dos
cura foi por soluções envolvendo
Brasileira da Mecânica, respectivadistribuidores autorizados das fertecnologia moderna voltada para
mente nos períodos de 8 a 12 de
ramentas Coromant que atuam na
usinagem de desbaste e acabamenagosto e de 28 de agosto a 1° de
região, as empresas Gale, GC, Thito de peças industrias e sua precisetembro.
jan, Repatri e FS. A Febramec teve
são. A Febramec, até agora realiOs resultados de ambas compro25 mil visitantes e 185 expositores
zada a cada dois anos, passará a
vam a tendência de descentralizae nela a Sandvik Coromant se desser anual e em 2001 será realizada
ção das indústrias e da produção,
tacou em um estande de 20 metros
em Caxias do Sul.
que se deslocam de São Paulo —
quadrados onde se apresentaram
A empresa Diretriz Empreendisabidamente o Estado mais industambém seus distribuidores autorimentos, promotora da Expomac,
trializado do país — para outras
zados Arwi, Consultec e FS. Nos
que é ocorre de dois em dois anos,
“praças”, notadamente para o Sul.
dois eventos Sandvik Coromant reestima que esta edição da feira e
O público da Expomac/Sulcontracebeu consultas de um total de
da Sulcontrata, promovida pela
ta girou em torno 40 mil pessoas
4.445 visitantes interessados em
Bolsa de Negócios/Subcontratação
atraídas pelos cerca de 250 exposua linha geral de ferramentas.
de Santa Catarina, movimentaram
sitores que lá mostraram seus proSegundo nota divulgada pela
mais de R$ 30 milhões.
dutos, e a Sandvik Coromant era
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 _ 5
Sandvik Coromant patrocina congresso
e participa de feira em São Paulo
A
Sandvik Coromant foi citada 12 vezes como patrocinadora, doadora ou fornecedora de ferramentas
utilizadas nos processos de usinagem abordados por cinco conferencistas que apresentaram trabalhos no Usinagem 2000, sem contar as citações feitas nas palestras
de dois de seus funcionários, o que
comprova a sua condição de fabricante de ferramentas que mais
apóia os estudos, pesquisas e desenvolvimento de aplicações práNo congresso, José Roberto Gamarra falou sobre
ticas para que a usinagem no Braos novos desenvolvimentos da Coromant e
sil seja um processo em que se
também das classes e novas geometrias recémusam produtos de alta tecnologia.
lançadas, como a pastilha Wiper, cujo raio de
Realizado em conjunto com ponta foi modificado para permitir o dobro do
avanço e o mesmo acabamento da
uma feira técnica, o próprio conferramenta anterior ou duas vezes melhor se
gresso contou com o patrocínio
a faixa de avanço não for alterada, e o
da Sandvik Coromant para levar
sistema modular Coromant Capto (nas
informações sobre processos de fotos), que reduziram ao mínimo o tempo
usinagem e temas correlatos a de máquinas paradas para ajustes e troca
de ferramentas
quase 400 profissionais da área.
Em um estande de 64 metros quae novos desenvolvimentos para usiO evento foi realizado pela Arandrados, especialistas e técnicos da
nagem e padronização de procedida Eventos em São Paulo (SP), no
Sandvik e de seus distribuidores aumentos para elaboração de procesPalácio de Convenções do Anhemtorizados Atalanta, Cofast, Comed
sos, respectivamente. Os interessabi, no período de 19 a 21 de see Diretha mostraram ferramentas e
dos em receber cópias das palestembro, e teve também cerca de
dispositivos para usinagem da litras proferidas pelos especialistas
120 estandes onde estavam exposnha Coromant . No congresso, José
da Sandvik Coromant podem fazer
tos produtos de 1.862 empresas,
Robero Gamarra, gerente técnico,
suas solicitações tanto por e-mail
incluídas aí as companhias estrane João Carosella, especialista em
([email protected])
geiras cujos produtos são comerDie & Making, da Divisão Corocomo por fax — (11) 5525-2775 —
cializados no país por representanmant da Sandvik do Brasil, falaram
devidamente endereçado ao departes locais. Segundo a Aranda, a
sobre novas classes de metal duro
tamento de marketing da empresa.
feira recebeu 3.320 visitantes.
O Mundo da Usinagem está no CIMM
Desde a sua primeira edição
deste ano a revista O Mundo da
Usinagem está disponível no site do
Centro de Informação Metal-Mecânica (CIMM), que acrescentará
as novas edições tão logo elas entrem em circulação na versão em
papel. Para acessá-las o leitor deve
entrar no site www.cimm.com.br e
escolher a janela Publicações no
link Ensino/Publicações, que aparece na página de abertura do site, e,
a seguir, a opção Revista: O Mundo da Usinagem, escolhendo então
6 _ O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
a edição que deseja ler. A Divisão Coromant
da Sandvik é patrocinadora do CIMM, que disponibiliza também o catálogo completo dos seus produtos.
Usinar bons furos
com rapidez é
difícil? Não. Isso é mito
Quando as pastilhas intercambiáveis e a furação com brocas para furação curta entraram
no mercado na última metade dos anos 70, as velocidades dos fusos das máquinas foram
elevadas e as forças de avanço necessárias baixaram para cerca da metade das usadas
com brocas helicoidais. Era o início da desmistificação da furação como um processo
difícil, que prosseguiu quando surgiram as brocas atuais, aliando a produção de furos com
altas taxas de penetração, boa qualidade e bom escoamento de cavacos para fora da
aresta de corte mesmo que o material seja um aço inoxidável ou um aço baixo-carbono.
Agora, uma usinagem longa sem interrupções e com vida útil de 10-12 metros por jogo de
aresta de corte não só é possível como
leva à redução dos custos de produção e
ao aumento da produtividade. E o mito
acabou definitivamente.
entro do espectro da engenharia de manufatura ninguém contesta o fato de que a furação é a operação de corte mais amplamente usada. E da mesma
forma não há quem não concorde que provavelmente ela ainda seja uma das que mais são realizadas
com ferramentas desatualizadas. Esse estado de coisas é,
a um só tempo, causa e efeito das dificuldades contra as
quais as indústrias se debatem para produzir furos de
forma otimizada e com boa qualidade, seja qual for o
material da peça. Nada difícil de ser resolvido, porém.
D
Use a experiência para
controlar o processo
de furar
Como a aresta de corte não é vista durante a furação, o único meio de se determinar sua performance é
aplicar alguma forma de detecção, como, por exemplo,
monitorar a força de avanço, o torque ou a potência. Se
o monitoramento não for possível, a única solução que
resta é inspecionar a broca no fim do ciclo, mas aí o
Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB Sandvik, Divisão Coromant (Suécia).
A aplicação correta de uma broca intercambiável
moderna com um adaptador ajustável, quando
necessário, proporciona uma usinagem longa e sem
interrupções com alta produtividade e precisão
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 7
rante a usinagem são alguns
indicadores importantes de
como a operação está progredindo e se os parâmetros
corretos estão sendo aplicados”.
O especialista sênior da
Sandvik jamais despreza os
conhecimentos adquiridos
na prática. Aliás, para justificar isso ele gosta de contar que certa vez um engenheiro experiente lhe disse
que a engenharia não é uma
ciência ou uma arte absoluPaul Dangerfield, especialista sênior do
tamente precisa e que pode
departamento de furação da Sandvik
ser definida apenas por meio
Coromant da Suécia
de fórmulas, mas, sim, feita
de experiências para se desenvolver
processo já se completou, de maneihabilidades, ou seja, métodos e cora que se o furo não atende às espenhecimentos acumulados ao longo de
cificações, nada ou muito pouco
um certo período de tempo.
pode ser feito para que a peça não
“Eu sempre achei que essa aborseja rejeitada pelo controle da quadagem se aplica à usinagem de fulidade. Este “desconforto”, digamos
ros e que é justamente por isso que
assim, não existe nas operações de
a experiência e a teoria da furação,
torneamento e fresamento, em que
combinadas, podem ajudar na solua performance da ferramenta e o
ção da maioria das aplicações com
controle de cavacos podem ser insas quais nos deparamos”, afirma ele,
tantaneamente avaliados e qualquer
acrescentando que quanto ao que diz
melhoria com relação aos dados de
respeito às ferramentas e às máquicorte pode ser feita antes do fim do
nas “isso é até mais importante no
ciclo.
avançado mundo tecnológico de
“Estar fora do campo de visão é
hoje”.
algo que mistificou as operações de
Dangerfield busca na história da
furação”, explica Paul Dangerfield,
usinagem de furos a confirmação
especialista sênior do departamento
das suas afirmações. “Quando se
de furação da Sandvik Coromant da
olha para trás vê-se que houve muiSuécia, “e esta mistificação ampliouto pouco progresso desde a metade
se na medida em que as técnicas de
do século dezenove em diante”, diz.
furação foram se modernizando e
E vai enumerando o que se passou:
atingindo altas taxas de penetração”.
“As brocas do tipo espada e as heliEstar fora do campo de visão humacoidais tiveram desenvolvimentos
no, porém, não significa que a monieventuais e depois vieram as brocas
toração do processo está fora de alde aço rápido, mas não houve uma
cance, segundo Dangerfield, “pois a
quebra completa das convenções até
forma, as condições e a cor dos caa última metade dos anos 70, quanvacos escoados de dentro do furo du8 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
do a Sandvik Coromant introduziu
pioneiramente no mercado as pastilhas intercambiáveis e a furação
com as brocas T-MAX U para furação curta, o que teve um efeito tão
profundo sobre os métodos e a performance deste processo que o revolucionou”.
Baixas forças de
avanço com muito
maior penetração
Ele não está exagerando. Permitindo que se praticassem taxas de
penetração quase dez vezes maiores
que as usadas com as brocas helicoidais, as brocas com pastilhas intercambiáveis proporcionaram um
impulso suficientemente grande para
colocar a furação em pé de igualdade com as operações de torneamento
e fresamento em máquinas NC. Só
para se ter uma idéia basta dizer que
operando-se com velocidades de fusos mais elevadas, as forças de avanço foram reduzidas para cerca de metade em comparação com as brocas
helicoidais. “Desde então, a broca
com pastilhas intercambiáveis passou por um desenvolvimento tão considerável que hoje é uma ferramenta
muito diferente daquela inicialmente
criada pela Sandvik”, diz o especialista, para quem provavelmente a mudança mais aparente é que as primeiras brocas tinham canais retos e as
de hoje possuem canais helicoidais,
“um fator decisivo para que se desenvolvesse um escoamento mais eficaz de cavacos”.
Quando começou a trabalhar na
Sandvik Coromant, em 1977, Dangerfield se identificou fortemente com
a então recém-introduzida maneira de
furar usando pastilhas intercambiáveis. “Eu entrei para trabalhar no de-
Pioneira na furação com
pastilhas intercambiáveis nos
anos 70, a broca T-MAX U teve
um grande impacto sobre a
performance da usinagem de
furos em comparação com as
brocas de HSS (abaixo)
partamento de assistência técnica
aos usuários das primeiras brocas”, conta ele, lembrando que naquele tempo o maior mérito das
novas ferramentas era o fato de
que elas podiam produzir furos em
um tempo muito menor que o alcançado com outras ferramentas. “Mas
o acabamento superficial era quase
igual ao que as brocas helicoidais
produziam e por isso as barras de
mandrilar e os alargadores permaneciam em uso, principalmente para
furos com maior exigência quanto ao
acabamento superficial e a tolerâncias estreitas”.
O mercado quis
mais velocidade e
qualidade
Agora as exigências das indústrias já são bem diferentes: não é mais
suficiente apenas produzir um furo de
modo rápido e com altas taxas de penetração — as brocas atuais têm que
proporcionar níveis satisfatórios de retilineidade, acabamento superficial e
tolerância. Para se chegar a isso com
uma broca com pastilhas intercambiáveis e tecnologia standard é necessária a abordagem de dois passos: a broca tem de ser capaz de proporcionar
alta qualidade e bom escoamento de
cavacos.
brocas e nas de agora têm formato
de espiral. O especialista diz que a
remoção de cavacos do furo que está
sendo usinado foi o principal critério para as primeiras brocas fabricadas para trabalhar a altas taxas de
penetração. “Qualquer tropeço nesse sentido levaria a problemas em um
curto espaço de tempo, e, por isso, a
Sandvik Coromant só introduziu o
canal helicoidal quando obteve a certeza de que ele podia ter longo alcance e um ótimo escoamento dos cavacos, ao mesmo tempo, sem comprometer a rigidez da broca, mantendo sua estabilidade”.
As modernas brocas Coromant U
têm esta característica importante —
os furos para refrigeração acompanham o desenho dos canais helicoidais, possibilitando que o espaço
para os cavacos possa ser produzido
de modo mais profundo em direção
à linha de centro da broca. Tal formato permite que até cavacos mais
difíceis possam ser escoados sem interferência na superfície do furo que
está sendo usinado.
“Uma vez garantido um escoamento confiável de cavacos, as velocidades de corte podem ser elevadas
ainda mais com o uso das modernas
classes de metal duro, as quais, combinadas com faixas de avanço mo-
O transporte de cavacos para
fora da aresta de corte sempre foi
um fator de extrema importância na
furação e o que se espera das brocas de hoje é que elas façam isso de
uma maneira que não prejudique a
qualidade do furo. Se os cavacos entupirem os canais da broca ela pode
ficar desbalanceada. Isso quer dizer
que além dos cavacos terem de ser
formados de modo correto seu escoamento tem de ocorrer de forma
a não causar danos à superfície da
peça. Este é o caminho para se conseguir garantia de qualidade na moderna furação
com altas taxas
de penetração,
segundo Dangerfield.
Esta afirmação nos remete
ao desenvolvimento dos canais, anteriorO desenho do canal das brocas Coromant U garante um
mente mencionaescoamento confiável de cavacos mesmo quando se
do, que eram re- tratam de cavacos longos de materiais como aços
tos nas primeiras inoxidáveis e aços baixo-carbono
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 9
O ajuste radial das brocas
intercambiáveis as torna ferramentas
de precisão e eficazes na remoção
de metal. O adaptador ajustável
para brocas rotativas permite o
ajuste preciso da aresta de corte
e a variação do diâmetro
nominal da broca
deradas, permitem o escoamento até
mesmo de cavacos longos ou pastosos, o que é particularmente vantajoso quando se tratam de materiais
difíceis como os aços inoxidáveis e
os aços baixo-carbono”.
Brocas balanceadas
e arestas bem
ajustadas
Em sua condição balanceada, a
broca pode ser precisamente ajus-
tada para que sejam obtidas tolerâncias estreitas e um acabamento superficial de alta qualidade, segundo
Dangerfield, que diz que a broca estacionária com pastilhas intercambiáveis pode ser deslocada radialmente, proporcionando furos com
diâmetros diferentes dos nominais e
com altos níveis de precisão, enquanto que as brocas rotativas
podem ser fixadas em
adaptadores que permitem o ajuste preciso da aresta de
corte.
“A aplicação
apropriada e correta
da broca intercambiável moderna na
maioria dos materiais assegura que os cavacos sejam escoados de forma aceitável e, além
disso, resulta em uma usinagem longa sem interrupções com uma vida
útil de 10-12 metros por jogo de
aresta de corte”, ressalta o especialista da Sandvik. É evidente que isso
exerce um profundo efeito sobre a
redução dos custos de produção ao
mesmo tempo em que aumenta a
produtividade.
O que é básico para se chegar a uma furação bem-sucedida...
• o alinhamento da máquina
tem de ser preciso
• certifique-se de que a estabilidade da máquina, da ferramenta e do dispositivo de
fixação são boas
• cheque se a potência, a for-
ça de avanço e o torque disponíveis são adequados
• verifique se a pressão e a vazão do líquido refrigerante são
suficientes
• selecione a ferramenta adequada e aplique-a corretamente
• troque o parafuso de fixação da
pastilha na broca regularmente
• estabeleça a melhor combinação entre a velocidade de
corte mais alta e a faixa de
avanço adequada para o escoamento dos cavacos
... e medidas adicionais para otimizá-la, segundo Dangerfield
• estabeleça uma vida útil seguramente predeterminada
com a melhor classe de pastilha disponível
• use um diâmetro mínimo e
siga a sobreposição recomendada
• estabeleça faixas de avanço reduzidas para furos em
superfícies irregulares, esféricas e angulares ou se o
furo não for em cheio ou
atravessar outro furo
• esteja ciente da versatilidade de brocas com pastilhas
intercambiáveis para várias
operações, desde a remoção
eficaz de grandes quantidades de metal até a usinagem
não-convencional de furos
de precisão
• considere a adequação do tipo
da ferramenta e a operação a ser
realizada: a broca Coromant U
(com pastilhas) significa altas
velocidades de corte e baixos
10 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
avanços; a Coromant Delta
(com ponta de
metal duro soldada) é para
menores
velocidades/maiores avanços relativos à máquina e à
operação.
Voando mais alto com
ferramentas e métodos de
usinagem modernos
Muitas peças dentro das indústrias
do segmento de aeronaves e
aeroespacial são usinadas a
partir de blocos sólidos de
metais exigentes, o que
significa a necessidade de
remoção de grandes
quantidades de material e,
tradicionalmente, implica
grandes tempos de usinagem.
Para empresas como a Air Industries, no
entanto, isso ficou no passado depois que uma revisão
de métodos de usinagem e do próprio ferramental
comprovou que os tempos de corte podem ser reduzidos
tão efetiva e drasticamente que parece que máquinas e
ferramentas estão, na verdade, voando.
É
provável que os métodos e
ferramentas de corte dentro
da indústria aeroespacial não
estejam avançando tanto
como na maioria dos
outros setores de manufatura, que realmente estão adotando máquinas-ferramentas e sistemas de
programação computadorizada a cada dia mais intensamente. É perceptível uma certa hesitação da indústria de aeronaves em
Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB
Sandvik (Suécia), Divisão Coromant.
adotar tecnologias mais novas de
usinagem de metais, o que se deve,
em parte, às suas estritas regulamentações sobre métodos e
qualidade, além da
própria tradição de
seus funcionários
especializados.
As ferramentas
de aço rápido dominaram o mundo da usinagem durante décadas e ainda
são muito usadas na indústria aeroespacial para operações em que o
metal duro já tomou seu lugar há
um bom tempo atrás em outros ti-
Luis Peragallo, programador CNC
da Air Industries Machining, com
Alex Tentas, engenheiro da
Sandvik Coromant. Vê-se na foto
um bloco típico de liga de titânio
que é cortado diagonalmente por
uma fresa de disco e de facear
T-MAX Q-Cutter com pastilha
intercambiável. Esta operação
leva menos de uma hora para ser
completada, enquanto que a serra
de HSS usada no passado
demorava 18 horas
pos de indústrias. Claro que mesmo
nestas indústrias algumas operações
ainda são executadas com fresas de
HSS, porque elas podem ser afiadas de modo bastante efetivo para o
formato desejado, mas para muitas
operações, especialmente aquelas
em que a remoção de metal é o critério, as modernas fresas com pastilhas intercambiáveis estão sendo
freqüentemente mais adotadas.
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 11
As estruturas da montagem do trem de pouso são usinadas a partir de material sólido 4340. As modernas fresas
CoroMill 200 com pastilhas redondas e as fresas de facear cantos a 90° CoroMill 290 reduziram o tempo de corte para
aproximadamente um quinto do que se estava acostumado
A Air Industries Machining, de
Bay Shore, EUA, é uma empresa que
já provocou mudanças substanciais
nesta história: há alguns anos ela vem
obtendo melhoras crescentes na usinagem — desde que passou a usar
fresas com pastilhas de metal duro
intercambiáveis. Seu pessoal técni-
co encontrou um moderno sistema
para fresamento, com diferentes tipos de fresas, para realizar diferentes operações dentro da sua principal especialidade, que é a fabricação
de peças usinadas para aeronaves,
além das respectivas montagens mecânicas e estruturais.
Peças “a jato” e
muito mais
competitividade
Um centro de usinagem Dixi, de alta
precisão, com 5 eixos controlados
simultaneamente e um trocador de
palete, é uma das mais recentes
aquisições da fábrica, que tem
obtido expressivos ganhos depois
da mudança para métodos e
ferramentas de corte com pastilhas
intercambiáveis. Luis Peragallo diz
que a avançada capacidade CNC
combina com as modernas
ferramentas de corte da Sandvik
Coromant para a usinagem eficaz
de peças da indústria aeroespacial
“De 1996 até agora fomos
do zero até o amplo uso da
mais recente tecnologia em
ferramentas de metal duro
com pastilhas intercambiáveis”, conta Luis Peragallo,
programador CNC da Air Industries Machining. “Depois
que vimos o que essas ferramentas poderiam fazer pelas
nossas operações, passamos
a acreditar plenamente que
estávamos adentrando um caminho inevitável. Temos que
realizar muitas operações de
12 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
usinagem que envolvem inúmeros
cortes de avanço rápido, perfilamento e
corte por serra e, se
tivéssemos optado
por métodos antigos envolvendo as
tradicionais fresas de HSS, não teríamos sido capazes de desenvolver
nosso nível de competitividade para
As máquinas-ferramentas convencionais
também se beneficiam das vantagens das
modernas ferramentas de metal duro para
melhorar o tempo de corte. Essas fresadoras
horizontais já são um tanto antigas, mas estão
agora operando melhor com as fresas de
disco e de facear CoroMill 331 e as fresas
CoroMill 200 com pastilhas redondas
nos enquadrar dentro do
mente, resultando em
perfil que as indústrias
duas peças em formado setor aeroespacial
to de cunha, e isso geexigem dos fornecedoralmente significava
res, que realmente têm
18 horas de trabalho.
de ser qualificados”.
“Com a Q-Cutter de
Peragallo diz que as
315 mm de diâmetro
modernas fresas de memontada na fresadora
tal duro com pastilhas
horizontal, que, aliás,
intercambiáveis tiveram
já era um pouco obsoum efeito profundo na
leta e não estava em
capacidade e capabiliboa muito condição,
dade de produção da Air
apresentando folgas e
Industries. “Nós, como
outros inconvenientes,
qualquer empresa que
a operação foi compleaspira a ser classifica- Os centros de usinagem e perfilamento CNC da Air
tada em menos de uma
Industries estão agora usando intensamente fresas com
da sempre como pro- pastilhas intercambiáveis
hora”. Agora a empregressista, entramos em
sa tem um bom númeum longo caminho e prero de operações similares a essa
ramentas da família CoroMill,
tendemos ir ainda
em que aplica os mesmos método
como a T-MAX Q-Cutter e as
mais além”, explica
e ferramenta.
brocas Coromant-U, tornaele, lembrando que
As estruturas da montagem do
ram-se nosso ferramental
muitas tarefas que
trem de pouso exigem muita usinafeijão-com-arroz”, diz.
antes causavam pregem para que possam ser fabricaExemplos de
juízo agora são rendas a partir de blocos sólidos de aço
usinagem, ou
táveis graças aos méto4340, de onde é removido um vomelhor, de ganhos
dos e ao ferramental novos.
lume bastante alto de material com
“A fresa com pastilha redonda
avanços rápidos. “As antigas freDe início já foi obtida uma
demonstrou qualidade já no início,
sas de HSS realizavam isso em um
melhora subsna usinagem de nossas peças, e isso
tancial da openos alertou para as possibilidades
ração com a
que se abriam para a empresa, essubstituição da
pecialmente no que diz respeito ao
serra de HSS
tempo de usinagem gasto em muipor uma fresa
tas das nossas peças. Várias opede disco e de
rações eram passíveis de ser realifacear T-MAX
zadas de maneiras muito mais efiQ-Cutter, fina
cazes e nós seríamos capazes de
e com pastilhas
manter os níveis de qualidade e conintercambiásistência exigidos. A aplicação da
veis . Segundo
fresa CoroMill 200 propiciou grancontou Perades ganhos no que se refere aos cusgallo, os blo- Em uma única operação, as fresas de disco e de facear
tos de usinagem por peça”. Tanto
cos de liga de CoroMill 331 mandrilam e fazem o faceamento,
que Peragallo afirma, salientando
titânio tinham inclusive da parte posterior, dessas peças de aço
que não há nenhum exagero nisso,
inoxidável. A broca Coromant-U também faz parte do
que ser corta- ferramental “feijão-com-arroz” que mudou os métodos
que considera essa fresa a mais
dos diagonal- na Air Industries durante os últimos cinco anos
robusta possível. “Todas as ferO Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 13
Voando do porão para o sucesso com
qualidade e segurança
Fundada em 1969 como uma
“fábrica de porão” que tinha apenas duas fresadoras Bridgeport, a
Air Industries Machining é, hoje,
fornecedora de peças e montagens
para aeronaves e tem seus sistemas de qualidade aprovados por
muitos fabricantes do segmento
aeroespacial e de aeronaves dos
EUA, onde se incluem “gigantes”
como a Boeing, Northrop, Grumman,
B.F.Goodrich, Sikorsky e outras,
cujas exigências são rigorosas.
Além de capabilidades avançadas em usinagem, mão-deobra especializada e engenharia
CAD/CAM, a empresa também
possui unidades completas de
inspeção e montagem. Com cerca de 140 funcionários e amplas
instalações, conta com equipamentos avançados de programação CNC e sistemas de controle
de processos de manufatura,
A Air Industries Machining tem
como principal nicho de
competência a fabricação de
peças usinadas para aeronaves
e suas respectivas montagens
mecânicas e estruturais
como as técnicas AQS e SPC.
Entre as suas muitas máquinasferramentas encontram-se 10 centros de usinagem CNC de três eixos para operações de contorno,
oito centros de usinagem — sendo um centro Dixi de cinco eixos,
de alta precisão, com trocador de
palete —, e várias perfiladoras e
fresadoras convencionais.
tempo de cerca de 48 horas
e hoje o mesmo trabalho não demora 10
horas com as fresas
CoroMill 200 com
pastilhas redondas
e as fresas de facear
cantos a 90 graus
Coromill 290”, compara Peragallo.
Há ainda o caso de uma
outra peça, cuja estrutura
também é de aço inoxidável e que
tem vários cortes que agora são
realizados em uma operação com
uma única fresa, e não mais com
várias ferramentas, como antes.
O furo na extremidade da peça é
usinado por meio de uma
operação de interpolação circular com a fresa de disco e de facear CoroMill 331.
O furo é mandrilado e as faces são
usinadas inclusive
por trás.
“A fresa de topo
CoroMill 390 tem sido
vantajosa para a empresa
e as versões Tailor Made
otimizaram as operações
no interior das peças,
sendo usadas para muitos
cortes típicos de desbaste que
anteriormente eram feitos com
14 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
fresas de HSS. “Embora usadas
com dados de corte elevados, a segurança das ferramentas 390 é
alta e nós não dispensamos a segurança do calço para o corpo da
fresa”, disse Peragallo. “As brocas com pastilhas intercambiáveis
da série Coromant-U são usadas
nos diâmetros de 0,5 até 2,25 polegadas e as ferramentas modulares Coromant
C apto garantem uma grande
estabilidade do
acoplamento entre
a ferramenta e o
porta-ferramenta”.
Competitividade, sim. Mas
sem esquecer o homem e
o meio ambiente
Soluções de usinagem a custos tão otimizados que garantiram uma competitividade tal que a
produção das máquinas Champion nem bem começou e já pode ter que ser aumentada pela Volvo.
Este é um caso em que a Sandvik Coromant atuou como elemento de superação de barreiras
técnicas e financeiras à fabricação de um produto, mas ela não se limita a isso. Com a
ArvinMeritor relançou o Programa Reciclar para evitar que pastilhas usadas sejam um
problema a mais para o meio ambiente e com a ZF do Brasil colocou o ser humano no lugar que
lhe compete: sujeito e objeto de uma campanha por mais qualidade de vida.
Volvo inicia a produção de
motoniveladoras no Brasil
o adquirir a centenária produtora canadense de motoniveladoras Champion em 1997, o
Grupo Volvo passou a ter em
mãos um filão de bons negócios de
fazer inveja a qualquer um. Mas ainda que a decisão de produzir as motoniveladoras no Brasil fosse de extrema importância para os planos da
Volvo no quesito “mercado brasileiro”, a opção sobre os componentes
que seriam produzidos localmente e
o que seria importado tinha que obedecer a critérios de custo.
Tudo bem, a Volvo já mantém
aqui um parque industrial bastante
flexível onde são fabricados produtos que guardam alguma semelhança com as motoniveladoras, como
pás-carregadeiras e caminhões articulados. Ainda assim, porém, era ne-
Studio Amat
A
A motoniveladora Champion entrou em produção na fábrica da Volvo, em
Pederneiras (SP), e levou a indústria a redefinir seus processos e suas
ferramentas para ganhar ainda mais competitividade
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 15
Studio Amat
dos. Capacidade para produzir mais
desenvolvimento de ferramental
cessário um elemento que funcionasela tem. E competitividade também.
para várias peças”, disse Santos, “e
se como o elo perfeito para definitiuma das soluções que merecem desvamente justificar a empreitada. E
Contrariando normas —
taque foram as barras de mandrilar
ponha empreitada nisso.
Depois que um grupo de funcionáantivibratórias da Sandvik CoroAfinal, o início da produção na
rios da Volvo esteve no Canadá
mant”. Embora não se possa dizer
Volvo em Pederneiras, SP, marcaria
para conhecer o processo de faque sejam um lançamento recente,
uma mudança radical na história da
bricação da linha Champion, em
as barras ainda não eram utilizadas
Champion: até então suas motonive1999, era hora de arregaçar as
em Pederneiras quando a PS Ferladoras só eram produzidas em Gomangas e partir para o que viria a
ramentas, representante da Sandvik
derich, no Canadá, apesar de serem
ser a atual espinha dorsal da proCoromant para a regiões noroeste
conhecidas mundialmente como uma
de São Paulo e
das melhores marcas
norte do Paraná,
dentro de seu nicho de
entrou de cabeça
mercado. Mais que
no processo com o
isso: a opção pela proapoio do Departadução no Brasil não
mento de Projetos
poderia se chocar
e dos especialistas
com a questão da
da Sandvik.
competitividade. “A
Até agora esimportação de uma
tão sendo empremáquina para ser cogadas oito dessas
mercializada no merbarras em várias
cado nacional é penaaplicações. “Nas
lizada com uma caroperações mais suga excessiva de imjeitas a vibrações,
postos, de tal sorte
em condições difíque a motoniveladora
As
máquinas,
principalmente
mandriladoras,
que
já
fabricavam
as
pásceis, com o fuso da
poderia não conseguir
carregadeiras como a desta foto e os caminhões articulados da marca
mandriladora proboa participação no Volvo também estão fabricando as motoniveladoras Champion
jetado para fora da
mercado”, explica
dução brasileira das motoniveladomáquina, as barras alcançam muito
João Roberto dos Santos, chefe da
ras. Santos contou que a diferença
boa performance”, diz o processista
engenharia de fabricação.
básica entre as duas unidades fasênior da Volvo, Luiz Augusto CaA importação estava descartada
bris era a verticalização. “Em Gonavesi, que se surpreendeu com o
e, portanto, a fabricação local era a
derich praticamente todos os comfato de algumas contrariarem a noropção que restava. De cara, porém,
ponentes são usinados na própria
ma de usinagem que se refere ao
pesava sobre ela a necessidade de
fábrica, cuja variedade de máquicomprimento das barras convencioatingir um custo de produção comnas é bastante grande, e a produnais, que não podem exceder quatro
petitivo. Isto ocorreu e as motonição está concentrada em centros
vezes o seu diâmetro.
veladoras Champion estão saindo
de usinagem de diversos portes,
Um exemplo? Canavesi é rápido:
da linha de montagem de Pederpapel que em Pederneiras cabe a
“É o caso de uma barra muito fina,
neiras desde o último mês de jumandriladoras de grande porte”, recom 320 mm de comprimento com
lho.
sumiu. Os reflexos de uma diferendiâmetro de 31,75 mm usada na peça
A Volvo já está lançando seus
ça assim brutal, no entanto, tinha
hub ring, ou cubo de roda, onde a
olhos prescrutadores sobre mercaseu impacto sobre a produção loprojeção do fuso é de 680 mm e nordos de outros países, o que, aliás, é
cal, ainda em desenvolvimento.
malmente a ferramenta ficaria em
um dos pontos do redesenho da
“Trazer a produção de motonibalanço, mas com a barra de manestratégia da marca introduzida por
veladoras para o Brasil envolveu o
drilar antivibratória houve um ganho
ela para conquistar novos merca16 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
efetivo já de início e que pode melhorar ainda mais”. Na verdade os
resultados são tão bons que já se
pensa em substituir as barras de
mandrilar convencionais usadas na
usinagem de peças para a linha de
pás-carregadeiras.
As cápsulas micrométricas que
se adaptam às barras de mandrilar e
são equipadas com sistema de roscas para compensar o desgaste da
ferramenta também deram seu quinhão para que se chegasse aos níveis de qualidade e produtividade que
viabilizaram a produção das motoniveladoras, segundo Canavesi. “O sistema da Sandvik é o mais simples e
eficiente que eu já utilizei, permitindo que a usinagem fique sempre dentro da tolerância exigida em projeto”, afirmou.
Em princípio questionado pelo
departamento de engenharia da Volvo, o sistema de fixação Capto também acabou se saindo melhor que o
esperado e ganhou seu lugar nesta
história. Por utilizar magazine, considerava-se que ele não teria os benefícios da troca rápida, mas a rigidez que o sistema propicia dissipou
toda e qualquer insegurança quanto
ao seu uso. “É o melhor sistema que
já vi, o mais preciso, além de formar uma harmonia completa com a
barra de mandrilar antivibratória”,
garante Canavesi, cuja dúvida agora é bem outra: “Não sei se usando
outro sistema teríamos tanto sucesso”, comenta.
Um (muito) bom negócio —
“Fizemos um levantamento de todas
as ferramentas que estavam em operação na fábrica e o passamos para
a PS”, contou Santos, acrescentando que os bons resultados da união
Luiz Augusto Canavesi,
processista sênior da
Volvo, e Roberto Belons,
da Sandvik. Canavesi diz
que as barras de
mandrilar antivibratórias,
às quais são adaptadas
cápsulas micrométricas,
equipadas com o sistema
de cremalheiras para
compensar o desgaste da
ferramenta, foram muito
importantes para que a
Volvo conquistasse a
qualidade e a
produtividade que
viabilizaram a produção
da linha Champion no
Brasil. “Elas contrariam a
norma de usinagem que
afirma que o comprimento
de uma barra
convencional não pode
exceder quatro vezes o
seu diâmetro”,
surpreende-se
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 17
Studio Amat
Studio Amat
Mandrilamento de um furo em uma peça para a motoniveladora Champion na
fábrica brasileira da Volvo
A usinagem do tandem — peça
de redução final que transmite torque para os pontos onde estão os
pneus — está sendo testada com a
aplicação da fresa R 390, que faz
interpolação circular e spot face.
Embora ainda não se tenha realizado um estudo de tempo, João Roberto dos Santos diz que dois pontos
positivos do uso desta ferramenta já
são bem visíveis: a quebra de pastilhas e a vibração, que tinha reflexos
na qualidade da usinagem, foram minimizados. “A parada para a troca
das pastilhas quebradas significava
perda de tempo e a vibração implicava a diminuição da rotação da
máquina, de maneira que só com isso
já percebemos que certamente teremos um ganho”, explica.
Studio Amat
vários fornecedores”,
emendou Canavesi.
Hoje, 90% das ferramentas de metal duro
utilizadas na Volvo de
Pederneiras são fabricadas pela Sandvik.
Se o leitor ainda
Jorge Aparecido Afonso Prado, da Volvo, participa
tem alguma dúvida soativamente dos testes com a fresa R 390 da
bre os benefícios disso,
Sandvik, que faz interpolação circular e spot face.
Os resultados obtidos até agora já deixaram claro
Santos simplesmente
que a quebra de pastilhas e a vibração foram
diz que se a Sandvik
minimizadas e, com isso, a qualidade da peça
passou a ter a quase
usinada melhorou
exclusividade do forneVolvo-Sandvik derrubou mitos que o
cimento, a Volvo tem a tranqüilidade
mercado ainda cultiva. “Antes comque precisa quanto ao suporte. “Basta
právamos de vários fornecedores,
dizer que a quantidade de horas que
mas decidimos fechar esse leque
a PS dedicou a estes desenvolvimenporque ficou evidente que é melhor
tos, realizando estudos para nos apreser um grande cliente de um fornesentar duas ou três opções de escocedor que um pequeno cliente de
lha, fez com que o custo das ferra-
mentas Sandvik estivesse muito bem
justificado para nós”.
Quer mais? Pois saiba que um
acordo de consignação firmado entre
ambas as empresas vai tirar do mapa
as preocupações da Volvo com o estoque de ferramentas, seja pela falta
seja pelo excesso de itens. “Como a
cada três meses a Sandvik lança um
complemento de catálogo e nós estamos constantemente nas fábricas
mostrando e testando estas novidades,
a consignação tem ainda o efeito de
manter os estoques dos clientes permanentemente atualizados”, esclarece o engenheiro Paulo Marcus Sidinani, diretor da PS Ferramentas.
Uma das vantagens do trabalho
em conjunto é justamente poder implantar otimizações num curto prazo de tempo. “Em um trabalho solitário levava-se um tempo enorme
entre identificar uma possibilidade
de melhoria, receber a visita de um
técnico, testar e implementar alguma solução para usufruir desse ganho, mas com a Sandvik aqui dentro
nós visualizamos praticamente jun-
Elas não são “Champion” apenas no nome, com certeza
A Volvo de Pederneiras investiu US$ 500 mil em ferramental e treinamento e não há
como não comemorar: até o
início do mês de agosto 20
motoniveladoras já haviam
saído da linha de produção
com nível de nacionalização
próximo de 60%, o que já é
suficiente para pleitear sua
inclusão no Finame. Ponto
para a empresa, que agora
acrescentou à sua linha de
produtos uma campeã dentro
de sua categoria, com cacife
para enfrentar a concorrência
tranqüilamente.
As motoniveladoras Champion se destacam no mercado mundial devido a algumas
de suas características técnicas, entre elas a adequada
distribuição de peso. “É muito
importante o peso exercido
sobre a lâmina, um detalhe
que garante a produtividade da
máquina”, frisa João Roberto
dos Santos, chefe da engenharia de fabricação da Volvo,
acrescentando que outro ponto de destaque é a transmissão, que não permite que a
máquina, mesmo em esforço
pesado, perca a tração e, por-
18 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
tanto, cause imperfeições no
trabalho. “Além disso, o sistema de sustentação e giro da
lâmina é muito robusto”, diz.
Em princípio, apenas a parte
estrutural da máquina era produzida ali, mas agora em outubro a cabine já entra em produção efetiva e alguns cilindros estão em fase de desenvolvimento. “Em curto espaço
de tempo só não serão produzidos em Pederneiras ou por
terceiros, no Brasil, componentes cujos volumes não justificarem a produção local”,
adianta Santos.
Champion nem bem chegou e pode ter que
aumentar a produção
de junho no parque industrial
da Volvo Equipamentos de
Construção, em Pederneiras
(SP), que merece destaque
pela flexibilidade com que acolhe novas linhas de produção.
Seus 30 mil metros quadrados
de área construída
estão plantados
em um terreno de
430 mil metros
quadrados e servem de ponto de
partida para que
os bem conhecidos produtos
Volvo — como pás-carregadeiras e caminhões articulados
— ganhem o mercado.
A competitividade das motoniveladoras produzidas em
Pederneiras possibilita que alguns mercados antes abastecidos pela fábrica do Canadá
Studio Amat
passem a ser atendidos pelo
Brasil — a Argentina, o Chile e
o Peru, entre outros, estão incluídos aí. Boa parte dessa
competitividade “se deve à forma de buscarmos otimizações
da produção e às soluções que
encontramos em conjunto com
a Sandvik”, conclui Santos.
Studio Amat
Ainda pouco conhecida no
mercado brasileiro, a marca
canadense Champion tem forte presença na Europa, Canadá, EUA e Argentina e está
perto de completar um século de fundação já como uma
brasileira de peso: adquirida
em 1997 pela Volvo, cuja
rede brasileira garante aos
compradores de seus produtos todo o suporte e assistência técnica, ela entra no Brasil pela porta da frente e com
o pé direito. Antes disso, enfrentou dificuldades por aqui
devido, primeiro, ao mercado
fechado, e, depois, ao pesado imposto de importação.
Coisas do passado, porém.
As motoniveladoras da Série 6, modelos 710 A e 720 A,
estão sendo produzidas des-
“O custo do ferramental da Sandvik é justificado pelas horas de
desenvolvimento, estudos e testes que o seu pessoal dedicou à otimização
das operações de usinagem da Volvo”, diz o chefe da engenharia de
fabricação da Volvo, João Roberto dos Santos, acrescentando que os ganhos
da Volvo são ainda maiores porque as empresas fizeram um acordo de
consignação de ferramental. A foto mostra, da esquerda para a direita,
Adriano Ribeiro Martins e Paulo Marcus Sidinani, respectivamente vendedortécnico e diretor da PS Ferramentas, João Roberto dos Santos, chefe da
engenharia de fabricação da Volvo, e o gerente regional de distribuidores da
Sandvik, Roberto Belons
tos as possibilidades de otimização
e o processo corre mais rapidamente”, diz Santos.
Neste momento, por exemplo, estão em estudo algumas importantes
otimizações, entre as quais uma das
mais aguardadas se refere ao circle,
peça que segura a lâmina da motoniveladora e que até agora é produzida
com a utilização de três fresas. A PS
Ferramentas e a Volvo pretendem
substituir as três ferramentas por uma
única fresa da família CoroMill, capaz de facear, fazer interpolação espiral e o faceamento traseiro. “Inicialmente devemos derrubar o tempo
de usinagem em 35%”, diz Paulo Sidinani. “E nós, além da melhora do
tempo de produção, vamos ganhar dois
postos de ferramenta no magazine”,
acrescenta Canavesi.
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 19
jeto”, contou o assistente
de manufatura e responsável pela área de ferramentas de corte na ArvinMeritor, Mário Correia. “E daí
surgiu a idéia da colocação,
na produção, de pedestais
para acondicionar e destacar as caixas onde são depositadas as pastilhas usadas, além de folhetos e
cartazes para divulgar a
iniciativa e motivar os funcionários a participar dela”
“Como recentemente a
ArvinMeritor obteve o certificado ISO 14000, resolvi levar a idéia da reciclagem das pastilhas à direção da empresa e, com o
sinal verde da chefia, contatei a Sandvik”, lembrou
Correia. “É a primeira empresa para a
qual foi desenvolvida toda essa
parte visual e de
divulgação”, ex-
Studio Amat
Uma pastilha de metal duro tem
em média 1 cm e pesa em torno de
10 g. Um objeto tão pequeno e inerte parece não representar perigo ao
meio ambiente. E na verdade não o
representa do ponto de vista de contaminação por componentes nocivos,
que, com certeza, não fazem parte
dessas ferramentas cuja aparência
frágil e em muitos casos até bonita é
inversamente proporcional ao seu
poder de arrancar cavacos de materiais de variadas durezas. Mas só o
mercado brasileiro é estimado em 10
milhões de pastilhas/ano, o que equivale a cerca de 100 toneladas, e é de
se imaginar o volume de resíduos
gerados com o seu uso e o porquê
da Sandvik Coromant ter um programa para reciclá-las.
Não foi por uma razão qualquer,
portanto, que no dia 24 de agosto o
auditório da ArvinMeritor estava lotado: ali se realizou o lançamento do
Projeto Reciclar Sandvik - ArvinMeritor. “Existem outras empresas que
já reciclam pastilhas, mas nós quisemos dar uma dimensão maior ao pro-
Studio Amat
Pastilhas usadas são
recicladas. E não só a
natureza agradece
O assistente de manufatura e responsável pela área de
ferramentas de corte na ArvinMeritor, Mário Correia, fez
a apresentação do projeto para o pessoal da empresa
20 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
zada em julho de 2000 entre a Arvin,
empresa com faturamento global de
US$ 3,5 bilhões, com a Meritor, com
faturamento de US$ 4,5 bilhões. No
Brasil, a Arvin conta com duas plantas — em Juiz de Fora (MG) e Gravataí (RS). Além da unidade de
Osasco, a Meritor mantém plantas
em Limeira (SP), uma joint-venture com a Random, em Caxias do Sul
(RS), e uma unidade dentro do consórcio modular da Volkswagen, em
Resende (RJ).
Studio Amat
Sucata muito boa —
A Sandvik
desenvolveu
todo o
material necessário
ao Projeto Reciclar
plicou o vendedor técnico da Sandvik, Sidney Pedro Harb, que atende
à ArvinMeritor e que acredita que
esta iniciativa servirá de exemplo
para outras empresas. A ArvinMeritor, antiga Braseixos, de Osasco
(SP), fabricante de eixos traseiros e
dianteiros para caminhões e ônibus,
é uma grande usuária de pastilhas.
Com 910 funcionários, a empresa é o resultado da fusão concreti-
Além do produto não ser
depositado no solo, o Projeto Reciclar traz benefícios à
própria ArvinMeritor, como,
por exemplo, contribuir para
as próximas auditorias da ISO
14000, norma que exige melhorias
contínuas. E com as caixinhas próximas aos postos de trabalho, líderes, supervisores e técnicos poderão analisar a performance das pastilhas e avaliar se elas estão sendo
bem utilizadas ou não, se foram usadas todas as arestas de corte e, “em
uma conversa com o fornecedor
sobre problemas de desgaste ou
outros, tem-se uma evidência à mão”,
disse Mário Correia.
Mas a história vai mais longe, se
refletindo inclusive em redução de
custos de usinagem. Correia contou
que recentemente realizou uma verificação na sucata e surpreendeuse: “É incrível o desperdício. Encontrei pastilhas novas que foram descartadas e pastilhas de oito lados com
só um deles usado”. Aliás, tirar da
sucata o que ainda é bom já é comum na ArvinMeritor. “Após análise, cerca de 30% das pastilhas da
sucata voltam para a produção”, afirmou Correia.
Já durante as discussões para a
implantação do Projeto Reciclar surgiram idéias para o melhor aproveitamento das pastilhas. Como existem linhas de produção que utilizam
pastilhas com mais de um ângulo de
corte mas só podem usar um desses ângulos, decidiu-se repassar essas pastilhas para outras linhas que
podem utilizar o ângulo restante. É
o que já está acontecendo na linha
de coroas. “E tem mais”, ressaltou
Correia, “a Sandvik nos paga por
essa sucata”.
Sidney Harb diz que o projeto traz
Studio Amat
Nelson Mariano, operador de
máquinas da ArvinMerior, mostra
a caixa com pastilhas
descartadas. Ao seu lado, Mário
Correia, que diz que 30% destas
pastilhas voltam para a produção
depois de analisadas. Os
vendedores técnicos da Sandvik,
Mário Nogherotto e Sidney Harb,
participaram do dia de
lançamento da campanha. Sidney
Harb explicou que a Sandvik
também analisa as pastilhas
descartadas pela ArvinMeritor e a
partir daí pode sugerir mudanças
que melhoram a produtividade da
sua produção
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 21
benefícios à própria Sandvik, que
pode tirar daí informações importantes para melhorar ainda mais o atendimento ao cliente. Avaliando as pastilhas usadas, depositadas na caixa
de sucata, é possível acompanhar
melhor o que está sendo usado na
produção e sugerir ao cliente substituições para pastilhas que estão
apresentando muitas quebras, desgastes além do previsto, ou, ainda,
pastilhas mais adequadas a determinadas aplicações.
Um passo bem dado — Alexandre F. Marien, gerente de manufatura da ArvinMeritor, vê a iniciativa como uma excelente contribuição
para o trabalho que a empresa faz
no âmbito da ISO 14000. Após uma
auditoria em setembro de 1999, a
ArvinMeritor recebeu o certificado
ISO 14000 em janeiro de 2000, concedido pela ERM, consultoria internacional que está certificando todas
as filiais do grupo no mundo. “É mais
um passo no sentido da preservação,
mas o que mais me deixou satisfeito
foi o fato de que a idéia do projeto
não nasceu da alta gerência e sim da
fábrica, o que mostra que
a preocupação com a preservação da natureza se
enraizou entre todos os
funcionários”, comemora.
O objetivo agora é
ampliar o Projeto Reciclar
para outros tipos de produtos, contatando fornecedores de rebolos, lixas
e outros, procurando estabelecer parcerias no sentido de obter benefício
mútuo da reciclagem e até
do descarte do material,
“A Sandvik é pioneira até
pelo fato de dar à questão
ambiental a importância
que ela merece”, diz o
gerente de produção e
logística da Sandvik, José
Carlos Fiorezi. Foi ele
quem coordenou a
implantação do projeto no
Brasil em 1996/1997
seguindo as orientações
da matriz, na Suécia
22 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
Studio Amat
Studio Amat
Alexandre F. Marien, gerente de manufatura da ArvinMeritor, se diz
especialmente satisfeito porque a idéia do Projeto Reciclar não veio da alta
gerência, mas sim da fábrica
nos casos em que a reciclagem não
é possível. O descarte, aliás, é um
fator de custo para as empresas e
também um dos pontos a que a ISO
14000 faz exigências estreitas. “Não
se pode simplesmente dizer ‘joguei
o lixo fora, não está na minha empresa’, pois o local e o modo do descarte são muito importantes”, explica Alexandre Marien.
Atualmente, todo papel, papelão, plástico, vidro e madeira utilizados na ArvinMeritor já são reciclados. A receita obtida com a reciclagem desses materiais é destinada à organização da festa de confraternização de final de ano. Para
se ter uma idéia do volume, em média são coletados 9 mil kg por mês.
“Esse volume todo gerou uma receita de R$ 2.192 no período de novembro a junho e, além disso, não
foi jogado no aterro sanitário”, diz
Érica Cristina de Oliveira, controladora de expediente.
Primeira até nisso —
“Mais uma vez saimos na frente com uma atitude inédita”,
alegra-se o gerente de produção e logística da Sandvik, José Carlos Fiorezi, que
coordenou a implantação do
projeto no Brasil em 1996/
1997 (veja abaixo o box “A iniciativa não é nova, mas ainda assim é pioneira”), e que diz não saber da existência de algum outro fornecedor de pastilhas no mercado bra-
sileiro que tenha um programa semelhante. “Assim como a matriz, a
Sandvik do Brasil dá à preservação do meio
ambiente toda a
importância que
ela merece”,
acrescenta,
lembrando
que há muitos
anos a fábrica
de São Paulo
conta com uma estação de tratamento
para neutralizar a água que sai do
processo de cobertura das pastilhas.
Já certificada com a ISO 9001, a
Sandvik do Brasil está, hoje, trabalhando para obter a QS 9000, dentro
da subdivisão TE, voltada para os
fabricantes de ferramentas. “Tenho
certeza de que quando começarmos
a nos preparar para a certificação
ISO 14000, o que deve ocorrer em
breve, já estaremos atendendo a
muitos dos requisitos da norma”, diz,
e emenda: “Praticamente só falta
pedir a certificação”.
Francisco Carlos Marcondes, gerente de marketing da Sandvik, inclui o programa de reciclagem de pastilhas entre as modernas formas de
relacionamento comercial. Segundo
ele, até pouco tempo atrás vigorava
A iniciativa não é nova, mas ainda assim é pioneira
Studio Amat
Já no ano de
tilhas usadas”.
1996 a matriz da
Uma intensa
Sandvik lançou
campanha puuma campanha
blicitária colomundial envolcou o programa
vendo as suas
em prática no
subsidiárias em
Brasil no início
130 países, vide 1997 e o resando à compra
sultado foi a codo maior volume
leta de 30 tonepossível de pasladas de pastitilhas usadas por
lhas usadas —
seus clientes
o maior volume
para promover a
arrecadado nasua reciclagem.
quele ano entre
“Mesmo que não
todas as filiais
dê lucro e o ma- Francisco Carlos Marcondes, gerente de marketing da Sandvik:
da Sandvik no
terial reciclado “Nossa matriz e todas as suas 130 subsidiárias espalhadas pelo
mundo. Apenas
mundo fazem questão de cuidar dos resíduos daquilo que produzem”
não possa ser
um dos clientes
encontro dos interesses dos
novamente empregado na
brasileiros tinha 11 toneladas
clientes, conforme foi detectaprodução de pastilhas, que
estocadas. Nos anos seguindo por meio de uma pesquisa
exigem alto grau de pureza
tes, o volume coletado caiu
realizada
em
1996
nos
oito
dos componentes, o programa
para uma média de 10 tonelaprincipais mercados da emse insere na filosofia de cuidas e é considerado baixo,
presa, que incluiu os países do
dar dos resíduos daquilo que
uma vez que a Sandvik coG-7 e o Brasil. “A pesquisa
produzimos”, conta Francisco
mercializa cerca de 40 t/ano.
revelou
uma
grande
preocupaCarlos Marcondes, gerente de
“Este é um dos motivos prinção dos clientes com a recimarketing da Sandvik. Secipais da retomada do prograclagem e o descarte das pasgundo ele, o programa veio ao
ma”, diz Marcondes.
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 23
Studio Amat
As pastilhas não são contaminantes, mas também não se
decompõem
A Sandvik paga R$ 5,50 pelo quilo de pastilhas usadas e as envia para a
Alemanha, para serem recicladas. “Não há qualquer margem de lucro
neste preço”, diz o atual responsável pelo Programa Reciclar da fabricante
brasileira de ferramentas, Chan Chuen On, “mas realmente reprocessamos
este material e, então, quem ganha é o meio ambiente”
Descartadas após o uso, as
pastilhas de metal duro não
apresentam riscos ao solo ou
aos rios, porém, como não se
degradam e nem entram em
decomposição, e como são
usadas em grande volume pelas indústrias, acabam merecendo toda a atenção quando
já não servem mais aos propósitos da usinagem de peças. Elas são resultado da sinterização de pós em cuja composição entram vários minerais, como o cobalto, tungstênio, titânio, tântalo e outros, e,
com o desenvolvimento de
a relação “ganha-ganha”, na qual fornecedor e cliente, trabalhando em
parceria, obtinham lucros e benefícios. “Hoje o que existe de mais moderno é a relação “ganha-ganha-ganha”, onde o fornecedor tem o seu
lucro, o cliente também ganha na
processos para reciclar esses
materiais, nada melhor que
reutilizá-los. Especialmente
porque alguns desses elementos, como o cobalto e o titânio,
são cada vez mais escassos
na natureza.
O atual responsável pelo
Programa Reciclar, Chan
Chuen On, diz que de 1997
até agora a Sandvik conquistou cerca de 20 clientes regulares que lhe vendem cerca de 10 t/ano de pastilhas
usadas. Segundo ele, o volume coletado ainda é baixo
porque algumas empresas
medida em que recebe produtos que
vão proporcionar produtividade, economia de custos e competitividade à
sua empresa, e ganha também a sociedade, com produtos que não agridem o meio ambiente”. Mário Correia concorda. E diz que houve quem
24 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
dão preferência aos sucateiros que, na verdade, selecionam — e às vezes reafiam —
e comercializam parte do
material. O resto é descartado. “Onde e como não se
sabe”, lamenta.
O crescimento do volume
coletado para reciclagem depende muito do aumento da
conscientização das empresas brasileiras em relação ao
meio ambiente, o que deve
ocorrer a partir de uma maior
difusão da ISO 14000 no Brasil. “As indústrias que estão
cientes da importância da norma ambiental preferem vender para nós, mesmo que por
um preço menor que o pago
pelos sucateiros, porque sabem que realmente reprocessamos o material”, diz Chan.
A Sandvik da Suécia estabeleceu o pagamento de R$
5,50/kg na compra de pastilhas usadas, um valor que,
somado ao custo da embalagem, do frete e do seguro para
a Alemanha, onde o material
é reciclado, não permite qualquer margem de lucro. Os minerais recuperados são utilizados na fabricação de produtos de menor exigência técnica que as pastilhas, como
rolos de laminação, cilindros,
peças de desgaste e calços
de metal duro.
achasse o slogan da campanha,
“Faça o mundo sorrir”, exagerado,
“mas é através de pequenas coisas,
de detalhes, que a atitude das pessoas vai mudar em relação ao meio
ambiente, dando motivos para que o
mundo sorria”.
“A qualidade dos produtos e serviços deve começar com as pessoas, ou seja, ela deve vir de dentro
para fora, não o contrário”. A frase
é de Philip Crosby, um dos grandes
promotores da qualidade no ambiente industrial norte-americano, que
simplesmente diz não acreditar que
alguém possa produzir com qualidade se não viver com qualidade. Indiferentes ao que o especialista americano pensa ou deixa de pensar, no
entanto, muitas empresas ainda atribuem a essência da qualidade de seus
produtos a métodos, processos, máquinas, ferramentas e a um acompanhamento freqüente das atividades
profissionais de seus colaboradores,
seguindo uma metodologia gerencial
comum a quem se especializou em
métodos de gestão que não priorizam
o lado humano.
Não há como
negar que é mais
fácil administrar
máquinas. Desprovidas de humor e
vontade própria,
elas agem exatamente conforme o
que lhes foi programado. Mas há um
porém: ninguém jamais pôde afirmar
que existe um mé- O gerente de manutenção da ZF não só gostou da
todo ou máquina palestra “Motivação para a Competitividade” como
cujo desempenho aprovou seu enfoque, que “toca o coração das pessoas
e também chama a atenção de todos para o sentido de
seja absolutamente brasilidade que as ações humanas devem ter”
independente do
ser humano. E este ser, de quem as
de raciocínio e criatividade. Daí que
máquinas dependem, é provido não
enquanto gerenciar métodos e prosó de humor e vontade própria como
cessos é algo técnico, liderar pessoas é uma arte. E quanto maior o
número de empregados de uma empresa, maior é o desafio que seu gestor enfrenta.
É difícil imaginar, por exemplo,
que cada um dos 1.800 funcionários
de uma fábrica de autopeças esteja
consciente de sua importância para
o sucesso da empresa, de si mesmo
e da coletividade. Que, movidos pelo
sentimento de companheirismo e tendo por sustentáculo desse estado de
espírito a inteligência emocional, eles
sejam capazes de tornar o seu ambiente de trabalho um lugar aprazível, que contribui também para o
bem-estar pessoal e a prevenção do
Solange Baladelli Cardoso, supervisora de planejamento e desenvolvimento
stress cotidiano. Um ambiente assim
de RH da ZF: “O objetivo é motivar os funcionários a perceberem que eles
mesmo são os agentes de mudanças em suas vidas”
é propício ao desenvolvimento tanto
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 25
Studio Amat
Onde a excelência do
produto vale tanto quanto
a qualidade de vida
Studio Amat
dois ou três
meses visando à motivação das pessoas, levá-las
à reflexão e a
mudanças de
postura em
relação aos
aspectos pessoais e profissionais de
suas vidas”,
“A palestra é muito positiva, estimulante e original, levando os
entusiasmaque a assistem a questionar-se sobre melhorias profissionais
se Solange
e pessoais”, diz Anders Johan Yngve Carlén, gerente de
Baladelli Carintegridade de produto e marketing da ZF, referindo-se à
apresentação feita por Francisco Carlos Marcondes, gerente
doso, superde marketing da Sandvik do Brasil, Divisão Coromant, que até
visora de plahoje já a apresentou para mais de 30 mil pessoas
nejamento e
da empresa como dos funcionários.
desenvolvimento de RH da ZF do
Isso não é utopia. Este lugar não
Brasil. “Nosso objetivo principal é “disó existe como nele são produzidas
recionar os funcionários em sua buspeças que posteriormente passam a
ca por uma melhor qualidade de
integrar veículos comerciais, de pasvida”, diz.
seio, off-road e barcos. Lá a prioridade dispensada aos produtos não é
Chacoalhada emocional —
menos importante que a que é dada
Saindo de uma das palestras do proao relacionamento humano e há a
grama, o gerente de manutenção da
conscientização de que a qualidade
ZF, Geraldo Ernesto Pansera, dizia
começa dentro das pessoas e não
que a mensagem deu uma chacoasimplesmente nos métodos e proceslhada em todos. “Para motivar o ser
sos de fabricação. Tal lugar chamahumano é preciso tocar-lhe o corase ZF do Brasil, empresa que está
ção e isso só se consegue por meio
implementando uma série de ações
da emoção”, explicou, emendando
na área de recursos humanos com o
que “as pessoas, as
objetivo de manter a motivação dos
empresas e o prófuncionários de sua planta localizada
prio Brasil estão
em Sorocaba (SP).
mesmo precisando
O dicionário Aurélio traz sete dede uma segunda
finições para o verbo motivar. A princhacoalhada”. (A
cipal delas é dar motivo a; causar;
primeira teria sido a
produzir. Outra é despertar o interesabertura do mercase, a curiosidade. “Queremos promodo, ocorrida em
ver palestras sobre este tema a cada
1990). “Nós, brasiMaria Flávia Borges e Márcia Nunes Sanches Francisco
dizem que os funcionários promovem a melhora da
qualidade de suas vidas e da empresa, além de levarem a
mensagem para seus familiares e amigos
26 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
leiros, temos que acreditar que o que
fazemos, fazemos bem”, frisou, “e
isso vale para os trabalhadores em
geral, já que todos estão capacitados
a realizar melhorias e não precisam
esperar sinalizações de seus chefes
nesse sentido”. Segundo ele, a palestra, associada a outras atividades
que a ZF vem promovendo, ajuda a
minar a resistência que muitos funcionários têm às mudanças.
Para abrir o ciclo de palestras, a
ZF convidou Francisco Carlos Marcondes, gerente de marketing da
Sandvik Coromant, que abordou o
tema ‘Motivação para a Competitividade’, que, para Maria Flávia Borges, analista de treinamento, tem
como um dos aspectos principais o
fato de estimular os funcionários a
serem mais participativos dentro da
empresa e, assim, sentirem-se como
partes de um todo. “A palestra incentiva à ação, sugerindo ao funcionário que sua iniciativa pode gerar
mudanças na empresa”, disse.
Paralelamente, por enfocar a importância do aprendizado constante,
Flávia acredita que ela contribui para
alterar a postura dos funcionários no
que se refere à participação nos cursos técnicos promovidos pela empresa, muitas vezes vistos como uma
obrigação, “e ajuda a quebrar sua
dos cursos técnicos que a Sandvik
Coromant oferece aos clientes, Francisco Carlos Marcondes passou a
enfocar aspectos voltados para a
conscientização dos participantes
sobre a importância do uso da ferramenta adequada e seus benefícios
para a empresa, para os próprios funcionários e até mesmo para o país.
Segundo o gerente de marketing e
treinamento da Sandvik, na avaliação
final dos cursos percebia-se que
quando havia esta abordagem introdutória, os resultados alcançados pelos participantes dos cursos melhoravam substancialmente.
A partir daí, a palestra passou a
ser requisitada por muitos clientes da
Sandvik e paulatinamente ganhou corpo, com a inclusão de temas do cotidiano das empresas e de seus trabalhadores, como a importância da reciclagem de conhecimento para a educação continuada, a necessidade de
perceber mudanças e se adaptar às
novas exigências do mercado e o desenvolvimento da auto-estima no trabalho, além de reforçar aspectos
como civismo e brasilidade. Ela também tem sido apresentada em convenções de vendas, congressos e várias instituições de ensino, como Unicamp, Fatec, FAAP, ITA, CTA,
PUC-BH, entre outras. Nos últimos anos,
mais de 30.000 pessoas já a assistiram.
A própria ZF é palco das apresentações
de Marcondes desde
94 e, numa delas, realizada no início deste ano
durante a Semana da
Qualidade, organizada
pela Divisão A-Brasil
juntamente com o deO gerente de marketing da Sandvik, Francisco Carlos Marcondes, chama a atenção da platéia
partamento de RH da
também por enfatizar a importância dos aspectos “civismo” e “brasilidade” em qualquer
particular de sua vida — seja no trabalho, seja fora dele
empresa, o gerente da
Studio Amat
um deve fazer não só no trabalho,
mas também na vida pessoal”.
Estas opiniões vão ao encontro das de Márcia Nunes Sanches
Francisco, analista de treinamento, para quem a palestra estimula
Márcio José da Silva, montador do setor
os participantes a agir no sentido
de peças e serviços da ZF, se mostrou
de alcançar pessoal e profissionaltocado pelo que ouviu na palestra e já se
propõe a tomar atitudes que podem levá- mente uma mudança para melhor,
incentivando a reciclagem e a
lo ao aperfeiçoamento não só
profissional
constante busca da atualização.
“Motiva as pessoas a buscarem uma
resistência em participar dos treinamelhor qualidade de vida e a não fimentos internos, além de enfatizar
car esperando que alguém o faça por
que é fundamental ao ser humano
elas”, diz, acrescentando que seu alnão se acomodar e sim, ao contrário,
cance pode ser ainda maior porque
estar constantemente estabelecendo
os funcionários estarão levando esta
objetivos e metas e esforçando-se
mensagem para suas famílias e seus
para alcançá-los”.
grupos de amigos. “A gente perceO gerente de integridade de probe, por exemplo, que deixa de fazer
duto e marketing corporativo da ZF,
muitas coisas para simplesmente fiAnders Johan Yngve Carlén, qualificar em frente à televisão”, comenca ‘Motivação para a Competitividatava Márcio José da Silva, montador
de’ como muito positiva e estimulando setor de peças e serviços da ZF,
te, destacando sua originalidade. “Não
que prometia, depois de assistir à paé uma palestra baseada em estereótilestra, selecionar melhor o que aspos, como tantas outras. Aborda fasiste na TV e dedicar algum tempo à
tos e hábitos de nossas vidas, coisas
leitura de livros.
que fazemos sem dar-lhes o devido
peso, sem refletir, e este é um dos seus
Reflexão abrangente —
principais diferenciais, pois provoca
‘Motivação para a Competitividade’
um questionamento na platéia sobre
nasceu há oito anos quando, antes
o que é preciso ser feito e o que cada
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 27
Líder mundial em autopeças, a ZF também diz “não”
à agressão ao ambiente
Fabricante de autopeças e
líder mundial em transmissões automáticas, transmissões mecânicas para veículos utilitários, reversores para
barcos e eixos dianteiros de
tratores, a ZF Friedrichshafen
AG foi fundada em 1915, na
Alemanha, pelo conde Ferdinand Von Zeppelin, criador do
dirigível batizado com seu so-
A ZF não se ocupa apenas com o
desenvolvimento de tecnologias de
ponta, como a avançada
linha Ecomat — seus 1.800
funcionários estão sendo alvo de
uma série de ações para mantê-los
motivados em sua busca por uma
melhor qualidade de vida
gralmente à Zeppelin Foundation, faturou cerca de US$ 6
bilhões. O grupo é formado
por 55 fábricas em 17 países
e tem 33.400 funcionários.
A ZF aportou no Brasil em
1959, seguindo os passos da
indústria automobilística que
por aqui acabara de se instalar. Hoje, suas atividades estão concentradas em Soroca-
brenome. Em 1999, o Grupo
ZF, cujo capital pertence inte-
ba (SP), onde mantém quatro divisões — transmissões
para veículos comerciais; offroad (eixos para máquinas
agrícolas); Marine (reversores para barcos) e peças e
Sandvik foi convidado a participar da
série de ações na área de motivação
que estão sendo realizadas, depois que
os representantes da área de treinamento da ZF propuseram à diretoria
estender o acesso à sua palestra a todos os funcionários. “Nós quisemos proporcionar a eles a oportunidade de reflexão que ‘Motivação para a Competitividade’ oferece”, justifica Solange,
“pois ela agrega valor à intenção da
empresa de motivá-los, e, principal-
mente, levá-los a se perceberem
como seus próprios agentes de mudanças pessoais e profissionais”.
Marcondes já levou sua palestra para
quase 1.000 funcionários da ZF entre
os últimos meses de maio e junho.
Ao ouvir do gerente de marketing e treinamento da Sandvik Coromant que “todos podem e devem dar
sua contribuição para que o Brasil
seja um país melhor no futuro, Geraldo Ernesto Pansera fez uma via-
28 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
serviços — e também abriga
a ZF Sistemas de Direção,
empresa independente criada em 1999 a partir da jointventure formada com a Robert Bosch GmbH.
Com 1.800 funcionários e
faturamento de US$ 131 milhões no ano passado, a ZF do
Brasil inaugurou em junho mais
uma unidade fabril em que já foram investidos US$ 3 milhões e que receberá ainda US$ 7 milhões ao longo
dos próximos três anos. A
nova fábrica está produzindo um dos mais recentes
desenvolvimentos do grupo, a ZF Ecomat, linha de transmissões
automáticas para ônibus urbanos, gerenciada eletronicamente, com opções de 4
a 6 marchas para a
frente e torque entre
600 e 1.600 Nm. A
Ecomat proporciona condução
mais segura e confortável, trocas de marcha suaves e precisas, além de economia de
combustível e menor emissão
de poluentes.
gem de volta no tempo. Gaúcho, o
gerente de manutenção da ZF se
sentiu particularmente tocado por
recordações da infância, quando seu
pai plantou alguns pés de araucária,
árvore de longo período de maturação cujo fruto, o pinhão, só recentemente pôde ser colhido. “Tenho repetido esta experiência com meus
filhos porque, afinal, se não plantarmos agora nenhum de nós poderá
colher no futuro”.
Peças,
clientes e
materiais diferentes,
lotes pequenos...
e muito sucesso
Não se pode dizer que o dia-a-dia na Forth
Tool & Valve é monótono. Nem que
suas atividades sejam repetitivas.
Nesses seus 25 anos de existência
ela tem atuado em todas as áreas de
subcontratação de serviços de
usinagem para usuários finais — da
indústria aeroespacial à marítima,
de fabricantes de ferramentas a
fabricantes de moldes e matrizes e
inclusive de equipamentos para
terraplanagem. A variedade dos
materiais e dos lotes de peças e,
também, da geometria e do tamanho
das peças que entram em usinagem
Stewart Sutherland, da Coromant (direita), conversando com o diretor
estão sempre mudando tudo no
chão-de-fábrica. A única rotina, lá, de produção de Forth Tool & Valve, John Falconer
é a superação do crescimento da
indústria petrolífera sabe muito bem o que signiempresa. Ano após ano.
ficam os altos e baixos dos períodos de recessão,
A
Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB Sandvik, Divisão Coromant (Suécia).
mas conseguiu fazer com que as conseqüências
ruins disso tudo não passassem para o lado de
dentro de suas portas. E teve um crescimento fenomenal. Outras, como a automotiva, por exemplo, experiO Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 29
mentaram tanto as delícias do apogeu quanto a dureza da queda.
Parecendo completamente
alheia a isso tudo, a Forth Tool &
Valve (FT&V) (UK) bateu impressionantes recordes de crescimento
e ganhou ainda mais reputação devido à qualidade do seu trabalho.
Como? Seu diretor, Alex Simpson,
diz que a diversificação do atendimento a um espectro mais amplo
de indústrias usuárias finais foi a
chave da sobrevivência e do crescimento da empresa enquanto outras foram menos bem-sucedidas.
A Forth Tool & Valve é membro do BI Group, que tem seu escritório central em Birmingham
(UK) e subsidiárias em Houston
(Texas) e Abu Dhabi. A implantação da fábrica de Houston, que recentemente fez bodas de prata, seguiu a experiência da operação escocesa, que é reconhecida como o
centro de excelência do Grupo. No
início, segundo Simpson, a fábrica tinha cerca de uma dúzia de funcionários. Hoje seu staff tem mais
de 150, o que faz dela uma das
maiores empregadoras da região
de Glenrothes (UK).
O caminho é mais
longo e difícil para
aqueles que o
trilham sozinhos
O diretor da Forth Tool & Valve, Alex
Simpson
“Desde os primeiros dias de
operação”, contou Simpson, “tínhamos como bem claro o fato de
que era imperioso estabelecer uma
boa reputação enquanto uma empresa de engenharia de excelência
e com uma lista impressionante de
clientes em vários setores líderes da
indústria”. Os progressos neste sentido já foram ratificados: a empresa é qualificada pela ISO 9002 e
recentemente ganhou o prêmio
Queens Award for Export.
Dada a natureza das operações
realizadas, a equipe de produção
da fábrica de Glenrothes faz um
trabalho notável. Os tempos de
entrega são invariavelmente curtos
e a necessidade de uma reação rápida é imperativa quando se fornece para empresas como as petrolíferas, que tendem a não manter grandes estoques de peças para
substituição. Os materiais das peças variam enormemente — desde
o aço inoxidável, passando pelo titânio e o Inconel, até outros bem
mais exóticos.
A característica-chave do sucesso da Forth Tool & Valves, porém, não está apenas nos serviços
que ela presta aos clientes, mas
também nas parcerias que construiu com seus principais fornecedores. Quem entra na fábrica, por
exemplo, vai notar que predominam
as máquinas Giddings & Lewis. A
explicação é simples: “Quando iniciamos o investimento em máquinas, a Giddings & Lewis ficava a
poucas milhas de distância, em
Arbroath, e nós estávamos ansiosos para incentivar as indústrias
locais”, diz Simpson. “Por estarmos tão perto deles também nos
beneficiamos enormemente quanto
à assistência técnica às máquinas”.
A resposta do fornecedor de
pastilhas para uma empresa com
um ambiente tão diverso assim é
tão importante quanto a resposta
que a Forth Tool tem que dar às
indústrias a quem presta serviço.
O Coromant Capto e a família
de ferramentas Coromill estão
ganhando espaço na FT&V
30 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
A Sandvik Coromant se envolveu
com a empresa baseada em Glenrothes há 20 anos e neste tempo
seus negócios em conjunto se desenvolveram a tal ponto que hoje
ela é a maior fornecedora de ferramentas da Forth Tool. Isso quer
dizer que suas respostas à demanda por pastilhas da linha Coromant
também deve ser rápida e confiável o suficiente para dar pronta assistência à empresa.
“A Forth Tool é de muitas maneiras exclusiva”, diz o engenheiro
de vendas da Sandvik Coromant,
Stewart Sutherland, que tem atendido à empresa nos últimos 17
anos. Ele e os especialistas da Coromant em Halesowen (UK) mantêm rigorosamente a continuidade
do suporte técnico ao ferramental
que lhe é fornecido. A maioria das
ferramentas rotativas usam o Vari-
O engenheiro de projeto sênior
John Whyte inspeciona uma das
barras de mandrilar ITS
lock, mas o uso do sistema Capto
está crescendo visivelmente e, além
disso, uma ampla gama de ferramentas da família CoroMill —
R245, R290, R331 e R390 — também está em alta por lá.
As peças especiais
pedem ferramentas
também especiais
tes outras classes também são usadas com sucesso. Por exemplo, as
classes para alumínio têm sido usadas nas aplicações automotivas e,
nos EUA, as classes para ferros
fundidos provaram ser altamente
apropriadas para o mandrilamento
profundo de peças aeroespaciais.
As vantagens das barras de
mandrilar incluem a habilidade de
programar as máquinas-ferramentas equipadas com ferramental ITS
não apenas para mudanças múlti-
A experiência da Forth Tool &
Valve não se restringe à usinagem
de metais e à fabricação de peças
para terceiros. Ela também dá
boas cartadas com a sua própria
gama de ferramentas fabricadas
por sua divisão ITS (Innovative
Tooling Solutions, ou Soluções
Inovadoras de Ferramentas).
As ferramentas ITS
para mandrilamento controlado, por exemplo,
abrangem uma série de
barras de mandrilar controladas de alta eficácia
e cabeças para contorno
que podem ser usadas para
executar uma ampla variedade de operações de usinagem de precisão a partir de um
único set-up. Cada produto inUma das barras de mandrilar ITS que
corpora um mecanismo de pre- contém pastilha da Sandvik Coromant,
classe GC 4035
cisão interno que é acionado
pelo CNC da máquina para um
controle preciso do movimento raplas de diâmetros, mas também
dial das ferramentas durante a opepara usinagem automática de georação de usinagem.
metrias complexas — cones, raios,
chanfros, perfis — e rosqueamenITS: garantia total
to com um único set-up. Isso reduz
de seus produtos
drasticamente os tempos de troca
só com pastilhas
das ferramentas e o número de opeCoromant
rações secundárias, trazendo um
grande aumento de produtividade
Embora tais ferramentas sejam
para a aresta de corte.
de desenho personalizado e pioneiEm tempo: seja qual for a opero da ITS, todas as pastilhas que são
ração, a ITS oferece garantia total
importantes para o processo e o
dos seus respectivos equipamentos
equipamento são fornecidas pela
apenas se eles forem usados com
Sandvik Coromant. A classe GC
pastilhas da Sandvik Coromant.
4035 é a preferida na maioria dos
“Não poderia ser diferente depois
casos, predominantemente na geode 25 anos de uma união longa e
metria CCMT com arestas de 6, 9
produtiva entre ambas as empreou 12 mm.
sas”, justifica o diretor da Forth
Para as aplicações mais exigenTool & Valve, Alex Simpson.
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 • 31
Furos de até 4 x D com rapidez e sem quebra da broca
Ao introduzir no mercado a família Coromant U a Sandvik apresentou às indústrias ferramentas com
diâmetros a partir de 12,7 mm que mudam todas as regras convencionais
sobre furação e produzem furos de
boa qualidade ainda que o material
da peça não permita uma formação
perfeita de cavacos. Mas a quebra
de barreiras à usinagem otimizada
não se limita a isso. Basta dizer
que as brocas Coromant U
têm condições de executar furos cuja profundidade vai até 4 vezes
o seu diâmetro mais
rapidamente e sem o
risco de quebra, sendo adequadas
para produção com supervisão limitada ou automatizada porque combinam propriedades como escoamento acelerado de cavacos e desenho
estável, além de simplesmente eliminarem a possibilidade de problemas quando a estrutura do material
varia —
se os cavacos
mudam, mesmo assim as ferramentas
mantêm o seu desempenho, que, aliás, é excelente
particularmente em materiais de cavacos longos. Para que a escolha da
classe seja a mais simples possível,
as classes GC 1020 e GC 1120
LCMX 02 P-53 cobrem uma ampla
área de aplicação, de maneira que tanto os tempos de máquinas paradas
como os de especificação de ferramentas são minimizados.
Duas arestas reais que cortam e ranhuram até AP 20 mm
Para aqueles que já pensaram
em pelo menos dobrar a produtividade em operações que envolvem
corte e ranhura, esta pode ser uma
das melhores notícias dos últimos
tempos: a Sandvik Coromant lançou a nova CoroCut-2 arestas,
cujo desenho torna possível usar
a segunda aresta de corte mesmo que a primeira esteja bastante desgastada, o que significa que com ela as indústrias obtêm realmente o que adquiriram, ou seja, uma
pastilha com duas
arestas efetivas. Uma só pastilha CoroCut-2 arestas pode
substituir duas ou três ferramentas convencionais,
dependendo da operação,
aumentando ainda mais o
potencial de redução de
custos das indústrias pela
diminuição de itens mantidos em estoque.
O novo desenho incorpora o
sistema track (trilha) em pastilhas acima de 4 mm e o sistema
32 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000
de fixação por
parafuso as torna extremamente
estáveis e resistentes a
altas forças laterais, de
maneira que o usuário pode
aumentar seus dados de corte ao
mesmo tempo em que minimiza as
vibrações. A Sandvik Coromant
também fornece suportes equipados
com o Coromant Capto, acoplamento flexível e robusto que melhora a performance geral da produção graças aos tempos reduzidos
de máquinas paradas.
As pastilhas CoroCut-2 arestas
têm perfil exclusivo que, em conjunto com as vantagens das novas classes revestidas com PVD e MTCVD, as coloca em uma posição
de destaque dentro de uma gama
muito abrangente de aplicações.
Fale com a
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O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com a revista para falar sobre tudo o que nela é veiculado, apresentar
sugestões e (ou) críticas e fazer consultas sobre eventuais problemas técnicos de usinagem que vem enfrentando em sua empresa
para que eles sejam avaliados e, se for o caso,
solucionados pelo Corpo Técnico da Sandvik
Coromant. Para isso, basta recorrer a:
&e-mail da revista:
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Se preferir, o leitor também pode se comunicar
com a Sandvik Coromant através de telefone,
entrando em contato com:
Departamento Comercial
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Atendimento ao Cliente
(Ligação gratuita) :
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com eleseles
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Aranda Eventos – Usinagem 2000 – Feira e
Congresso — Alameda Olga, 315 – 01155-900
– São Paulo – SP. Tel.: (11) 3826-4511. Fax: (11)
3666-9585.
Site: www.arandanet.com.br
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CIMM – Centro de Informação Metal-Mecânica – UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina — Caixa Postal 476 – 88040-9000 – Florianópolis – SC. Tel.: (48) 231-9387.
Site: www.cimm.com.br
e-mail: [email protected]
Diretriz Empreendimentos (Expomac) – Centro
de Exposições de Curitiba (PR) – Parque Barigui
— Rodovia do Café, km 0 – BR 277 – 82010-480
– Curitiba – PR. Tel.: (41) 335-3377.
Site: www.diretriz.com.br
e-mail: [email protected]
EFEP – Empresa de Feiras e Eventos Promocionais (Febramec) — Rua Marcelo Gama, 218
– 90540-040 - Porto Alegre – RS. Tel./Fax: (51)
337-3131.
e-mail: [email protected]
Enegep – Encontro Nacional de Engenharia de
Produção/International Conference on Industrial
Engineering and Operations Management —
Escola Politécnica da USP – Departamento de
Engenharia de Produção – Avenida Prof. Almeida Prado, 531 – Cidade Universitária – 05508900 - São Paulo – SP. Tel.: (11) 3818-5363, ramal
449. Fax: (11) 3818-5399.
Site: www.enegep.usp.br
e-mail: [email protected]
Ideti – Instituto de Desenvolvimento das Tradições Indígenas — Rua Coelho de Carvalho, 537
– 05468-020 – São Paulo – SP. Tel.: (11) 30218441. Fax: (11) 3021-8927.
Site: www.ideti.org.br
e-mail: [email protected]
Meritor Automotive, Inc. – Meritor do Brasil – Divisão HVS — Avenida João Batista, 824 – 06097900 – Osasco – SP. Tel.: (11) 3684-6639. Fax: (011)
3684-6829.
Site: www.meritorauto.com
e-mail: [email protected]
Volvo Equipamentos de Construção — Praça Eugene B. Clark, 0-1915 – 17280-000 – Pederneiras – SP. Tel. (14) 252-1622. Fax: (14) 252-1885.
ZF do Brasil — Avenida Conde Zeppelin, 1935 –
Éden – 18100-970 – Sorocaba – SP. Caixa Postal
585. Tel.: (15) 235-2525. Fax: (15) 235-2230.
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_____ Tornos CNC
_____ Fresadoras CNC
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_____ Brochadeiras CNC
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_____ Mandriladoras CNC
_____ Brunidoras CNC
_____ Afiadoras CNC
_____ Outras máquinas CNC
de usinagem de metais
(desbaste/acabamento)
Quais assuntos você gostaria que também fossem abordados por “O Mundo da Usinagem”?
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O que você achou da nova apresentação da revista (reportagens, capa, layout, etc…)?
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Agora “O Mundo da Usinagem” é trimestral. Esta periodicidade é:
❏ Boa (atende à sua necessidade)
❏ Insuficiente (neste caso, qual a melhor periodicidade?)
❏ Bimestral
❏ Mensal
Qual(ais) a(s) reportagem(ns) ou artigo(s) que mais lhe agradou(aram) ? Por quê?
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Além das seções “Artigo” e “Reportagem”, temos ainda as seções: “Página do Presidente”, “Notas & Novas” e
“Entre em Contato”. Dentre elas, de qual(is) você mais gostou?
❏ Página do Presidente
❏ Notas & Novas
❏ Entre em Contato
❏ Todas
Você acrescentaria alguma seção à revista? Qual seria seu conteúdo?
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Este espaço é seu. Por favor, faça seu comentário sobre “O Mundo da Usinagem”. Aceitamos sugestões, críticas e — por
que não? — também elogios. Obrigado!
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